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Normas Fundamentais Devido processo legal: previsto na CF, princípio que confere a todo sujeito de direito, no Brasil, o direito fundamental de um processo justo. Art. 3º, CPC = Art. 5º, XXXV, CF 1. Princípio da promoção pelo Estado da solução por autocomposição: incentivo à conciliação judicial, em detrimento da construção de uma solução estatal impositiva ao conflito, o estímulo à utilização de técnicas alternativas de composição de conflitos (não judiciais). Art. 3º, §2º e §3º, CPC 2. Duração razoável do processo: não é uma ideia de celeridade visto que não poderá pular etapas (não pode comprometer a lisura processual). É importante lembrar que a complexidade do processo pode influenciar diretamente a duração. Art. 4º, CPC Primazia da decisão do mérito: o órgão julgador deve priorizar a decisão de mérito, sendo assim, quando houver vícios ao longo do processo, o magistrado dará um prazo para que esse vício seja sanado e assim ele possa proferir a decisão. Tem por finalidade agilizar o processo, pois quando o juiz extingue o processo por vício nada impede que a parte requerente dê entrada em novo processo sanando o vício anterior. Sendo assim, o juiz só extinguirá processo com vício insanável. Sentença 1) Terminativa: juiz extingue sem julgar o mérito (vícios formais), sendo assim a parte pode acionar a justiça novamente sanando tal vício. 2) Definitiva: o juiz extingue com julgamento do mérito (direito material) – coisa julgada material, irrecorrível. Principio da efetividade: visa garantir o direito material reconhecido em uma sentença definitiva de mérito transitada em julgado, ou seja, cumprimento da sentença. 3. Princípio da boa-fé processual: todos que, de qualquer forma, participarem do processo devem se comportar de maneira leal afim de não atrasar o andamento do processo e nem levantar falsas hipóteses. Art. 5º, CPC • Conduta processual dolosa: atitude de prejudicar com objetivo de obter vantagem. • Abuso do direito: pode realizar uma ação, no entanto, vai além daquilo que lhe é direito. Art. 188, CC Ex.: juiz pode negar um pedido desde que haja uma fundamentação, quando ele apenas nega, sem fundamentação, há o abuso do direito. • Comportamento contraditório: é vedado o comportamento contraditório, visto que o indivíduo leva outrem a acreditar que algo irá acontecer e depois frustra tal esperança. Venire contra factum propruim. ação gera frustração. Ex.: A faz contrato com B e, após reconhecer firma, tenta frustrar as expectativas • Supressio processual: é a perda da capacidade para praticar determinado ato no processo em virtude de comportamento omisso. omissão gera frustração Ex.: perda do direito à multa judicial, em razão de a parte ter demorado excessivamente para comunicar o descumprimento da decisão. Atenção! Função hermenêutica: art. 322, § 2º e art. 489, § 3º, CPC. 4.Princípio da cooperação: é o resultado direto do princípio da boa-fé processual, sendo assim, preza pelo bom andamento do processo para que a solução do mérito seja proferida em um tempo razoável e, para isso, todos envolvidos com o processo devem colaborar para a fluidez de seu andamento (não se limita a autor e réu, vai além, inclui o juiz, MP, etc.). Art. 6º, CPC. • Deveres: a) Dever de consulta: não pode o órgão jurisdicional decidir com base em questão de fato ou de direito, ainda que possa ser conhecida ex officio, sem que sobre elas sejam as partes intimadas a manifestar-se. Art. 10, CPC b) Dever de prevenção: o magistrado tem o dever de indicar as insuficiências, irregularidades e os defeitos das postulações das partes para que possam ser supridos ou sanados. Arts.: 321 e 932, §Ú, CPC c) Dever de esclarecimento: o juiz deve esclarecer os seus pronunciamentos e pode exigir esclarecimento das partes quanto às suas alegações e pedidos. Arts.: 321, caput, parte final e 330, §1º, II e V, CPC 5. Princípio da igualdade processual: as partes devem ser tratadas com igualdade e para isso deve-se observar quatro aspectos: a) imparcialidade do juiz; b) igualdade no acesso à justiça, sem discriminação; c) redução das desigualdades que dificultem o acesso à justiça, como a financeira, a geográfica, a de comunicação, etc. d) igualdade no acesso às informações necessárias ao exercício do contraditório. 6. “Mixórdia” de princípios: mistura de princípios (dignidade da pessoa humana, legalidade e eficiência). Eficiência ≠ Efetividade Princípio da eficiência: mínimo esforço economia processual + máximo de resultado efetividade. 7. Princípio do contraditório: • Substancial: participação efetiva das partes no resultado do processo • Formal: garantir informação + manifestação das partes igualmente O princípio do contraditório não é absoluto, visto que não se aplica em casos de tutela provisória de urgência. Art. 9º, CPC. 8. Regras do processo civil: Vedação à decisão-surpresa: o juiz não pode, em hipótese alguma, proferir uma decisão cujos fundamentos as partes não tiveram oportunidade de se manifestar, pois isso violaria, a um só tempo, o inciso LV do art. 5º da CF, bem como os artigos 10, 9º, 6º e 5º, do CPC. Obediência à ordem cronológica de conclusão: pela regra, o juiz deve jugar de acordo com a ordem cronológica da conclusão: o processo que primeiro ficar concluso é o que primeiro será julgado. A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. Art. 12, § 1º, CPC Atenção! A regra se aplica-se aos juízes e tribunais, de qualquer instância, mas somente se refere às decisões finais – sentenças ou acórdãos finais (art. 12, caput, CPC). Excluindo assim as decisões interlocutórias (proferidas pelo juiz) e os acórdãos interlocutórios (não encerram o processo, ex.: acórdão para examinar pedido de tutela provisória em ação direta de inconstitucionalidade) A ordem cronológica deve ser respeitada “preferencialmente”, ou seja, motivadamente, poderá o órgão julgador decidir em desconformidade com a ordem de conclusão. Calendário processual: Poderá as partes, em comum acordo, realizar um acordo (negócio jurídico processual) tratando de um calendário com o intuito de dar celeridade ao processo. Consequências do descumprimento da regra: não gera nulidade para o processo, no entanto, pode acarretar consequências para o magistrado, como por exemplo uma advertência ou, até mesmo, o afastamento do mesmo. 9. Princípio da fundamentação das decisões: ao proferir uma decisão o magistrado deverá utilizar de argumentos debatidos nos autos para assim fundamentar tal sentença. Caso não aconteça, haverá nulidade da sentença. Art. 489, CPC. Corpo da fundamentação: a) Relatório geral (sentença de juizado não possui esse item); b) Fundamentos de fatos e de direito; c) Dispositivo (a conclusão do magistrado sobre o pedido do autor) 10. Princípio do respeito ao auto regramento da vontade no processo: estimula a autocomposição e o encerramento do processo a partir dos métodos consensuais de solução de conflitos, além de permite que as partes, em comum acordo e sem abdicar do método adversarial, delimitem o procedimento a partir dos seus interesses. As partes modulam o processo Negócio jurídico processual Calendarização do processo Arts. 190 e 191, CPC. Bibliografia DIDIER Jr., Fredie. Curso de direito processual civil. Vol. I. Salvador: Jus Podivm, 2017.
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