Buscar

Direito Penal - Princípios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Penal 
 
Conceito - O Direito Penal é a parcela do ordenamento jurídico público que 
estabelece as ações ou omissões delitivas, aplicando-lhes determinadas 
consequências jurídicas. Tem como finalidade a proteção dos bens jurídicos mais 
relevantes e necessários para a sobrevivência da sociedade. 
Nas palavras de Luiz Regis Prado, “ do ponto de vista objetivo, o Direito Penal ( jus 
poenale) significa não mais do que um conjunto de normas que definem os delitos e 
as sanções que lhes correspondem, orientando, também, sua aplicação. Já em 
sentido subjetivo (jus puniendi), diz respeito ao direito de punir do Estado, 
correspondente à sua exclusiva faculdade de impor sanção criminal diante da 
prática do delito.” 
 
Princípios 
Legalidade - O art. 5°, XXXIX da CF/88 e o art. 2° do Código Penal, diz que “não há 
crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Dessa 
forma, a criação dos tipos penais e de suas respectivas consequências jurídicas 
está sujeita à lei penal anterior. A lei é a única fonte do direito penal quando se quer 
proibir ou impor condutas sob a ameaça de sanção. Tudo o que não for 
expressamente proibido é lícito em direito penal. 
Dentro do princípio da Legalidade, apresentam-se subprincípios, quais sejam: 
● Reserva legal - Não há crime nem pena sem lei em sentido estrito, elaborada 
na forma constitucionalmente prevista. A lei formal é criadora de crimes e 
penas, de causas agravantes ou de medidas de segurança, sendo 
inconstitucional a utilização em seu lugar de outro ato normativo, do costume 
ou do argumento analógico. 
● Irretroatividade da lei - “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu” 
(art. 2° Código Penal; art. 5°, XL, CF/88). Tem-se a certeza de que ninguém 
será punido por um fato que, ao tempo da ação ou da omissão, era tido como 
um indiferente penal, haja vista a inexistência de qualquer lei penal 
incriminando-o. 
 
 
● Determinação - Diz respeito à elaboração da lei penal, que deve ser clara e 
precisa na formulação do tipo penal e no estabelecimento da sanção para 
que exista segurança jurídica. 
● Taxatividade - O julgador deve interpretar e aplicar a norma penal 
incriminadora nos limites estritos em que foi formulada, para satisfazer a 
exigência de garantia, evitando-se eventual abuso judicial. 
 
Dignidade da pessoa humana - Como princípio fundamental e peculiar do Estado 
democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana há de formar todo o 
ordenamento jurídico brasileiro. Conforme as palavras de José Cerezo Mir “ se o 
Direito não quiser ser mera força, mero terror, se quiser obrigar a todos os cidadãos 
em sua consciência, há de respeitar a condição do homem como pessoa, como ser 
responsável”. 
 
Culpabilidade - Refere-se ao juízo de censura, ao juízo de reprovabilidade que se 
faz sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente. Sò pode ser punível aquele 
que atua culpavelmente e a pena não pode ir além da medida de sua culpabilidade. 
Com as precisas palavras de Rogério Greco “Isso significa que para determinado 
resultado ser atribuído ao agente é preciso que a sua conduta tenha sido dolosa ou 
culposa. Se não houve dolo ou culpa, é sinal de que não houve conduta; se não 
houve conduta, não se pode falar em fato típico; e não existindo o fato típico, como 
consequência lógica, não haverá crime. Os resultados que não foram causados a 
título de dolo ou culpa pelo agente não podem ser a ele atribuídos, pois a 
responsabilidade penal, de acordo com o princípio da culpabilidade, deverá ser 
sempre subjetiva”. 
 
Lesividade - De acordo com esse princípio, só haverá delito se houver lesão ou 
perigo de lesão a um bem jurídico (realidade ou experiência social, sobre a qual 
incidem juízos de valor, primeiro do constituinte, depois do legislador) determinado. 
Aplica-se nas fases legislativa (criação do tipo penal) e judicial (aplicação da pena). 
Com a adoção do princípio da lesividade busca-se, também, afastar da incidência 
de aplicação da lei penal aquelas condutas que, embora desviadas, não afetam 
qualquer bem jurídico de terceiros. 
 
 
 
Intervenção mínima e fragmentariedade - No primeiro, o Direito Penal só deverá 
intervir como ultima ratio, ou seja, só deverá agir quando for absolutamente 
necessário para a sobrevivência da comunidade, quando nenhum outro ramo do 
direito conseguir solucionar a demanda. Com as palavras de Luiz Regis Prado “ O 
Direito Penal só deve atuar na defesa dos bens jurídicos imprescindíveis à 
coexistência pacífica dos homens e que não podem ser eficazmente protegidos de 
forma menos gravosa. Isso porque a sanção penal reveste-se de especial 
gravidade, acabando por impor as mais sérias restrições aos direitos fundamentais”. 
No segundo, o Direito Penal só deve intervir quando houver certas formas de 
agressão, consideradas socialmente intoleráveis. Isso quer dizer que apenas as 
ações ou omissões mais graves endereçadas contra bens valiosos podem ser 
objeto de criminalização. Depois da escolha das condutas que serão reprimidas, a 
fim de proteger os bens mais importantes e necessários ao convívio em sociedade, 
uma vez criado o tipo penal, aquele bem por ele protegido passará a fazer parte do 
pequeno mundo do direito penal. 
 
Pessoalidade e individualização da pena - Pelo primeiro, só o autor da infração 
penal pode ser apenado, impedindo assim que alguém seja punido por causa da 
conduta de outrem, “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos 
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido” (art. 5°, XLV, CF/88). O segundo, obriga o julgador a fixar a 
pena, conforme a cominação legal e a determinar a forma de sua execução “a lei 
regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) 
privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social 
alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos.” (art. 5°, XLVI, CF/88). A 
individualização da pena ocorre em três fases: legislativa - a lei fixa para cada tipo 
penal uma ou mais penas proporcionais a importância do bem tutelado e a 
gravidade da ofensa; judicial - o julgador, tendo em conta as particularidades da 
espécie concreta e determinados fatores previstos em lei, fixa a pena aplicável, 
obedecendo o marco legal; executória - diz respeito a fase de execução da pena, 
que é de ordem administrativa. 
 
 
 
Proporcionalidade - A pena deve ser proporcional à intensidade ou magnitude da 
lesão ao bem jurídico representada pelo crime e a medida de segurança à 
periculosidade criminal do agente. Deve existir sempre uma medida de justo 
equilíbrio entre a gravidade do fato ilícito praticado, do tipo penal e da pena 
cominada ou imposta. Segundo Alberto Silva Franco “o princípio da 
proporcionalidade rechaça, portanto, o estabelecimento de cominações legais 
(proporcionalidade em abstrato) e a imposição de penas (proporcionalidade em 
concreto) que careçam de relação valorativa com o fato cometido considerado em 
seu significado global. Tem, em consequência, um duplo destinatário: o poder 
legislativo (que tem de estabelecer penas proporcionadas, em abstrato, à gravidade 
do delito) e o juiz (as penas que os juízes impõem ao autor do delito têm de ser 
proporcionadas à sua concreta gravidade).” 
 
Adequação social - Luiz Regis Prado ensina que “ a teoria da adequação social, 
concebida por Hans Welzel, significa que apesar de uma conduta se subsumir ao 
modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou 
reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente 
condicionada.” A ação adequada socialmente é toda atividade desenvolvida no 
exercício da vida comunitária segundo uma ordem condicionada historicamente. 
Embora sirva denorte para o legislador, o princípio da adequação social, por si só, 
não tem o condão de revogar tipos penais incriminadores. Mesmo que sejam 
constantes as práticas de algumas infrações penais, cujas condutas incriminadas a 
sociedade já não mais considera perniciosas (jogo do bicho, expor à venda mídia 
falsificada), não cabe, aqui, a alegação, pelo agente, de que o fato que pratica se 
encontra, agora, adequado socialmente. 
 
Insignificância - A irrelevante lesão do bem jurídico protegido não justifica a 
imposição de uma pena, devendo excluir-se a tipicidade da conduta em casos de 
lesões de pouca gravidade. Ou seja, quando o indivíduo praticar condutas que não 
causem lesões mais sérias aos bens jurídicos, este, não será condenado. Para que 
esse princípio seja aplicado, é necessário que seja analisado o caso concreto, mas 
afinal, o que é insignificante? Visando maior segurança na análise do caso, a 
Jurisprudência estabeleceu alguns critérios para que se estabeleça a insignificância 
ou não: 
 
 
“Consoante entendimento jurisprudencial, o princípio da insignificância – que deve 
ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção 
mínima do Estado em matéria penal – tem o sentido de excluir ou de afastar a 
própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. [...] Tal 
postulado – que considera necessária, na aferição do relevo material da tipicidade 
penal, a presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da 
conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o 
reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade 
da lesão jurídica provocada – apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no 
reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em 
função dos próprios objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder 
Público” (STF, HC 84.412-0/SP, Min. Celso de Mello, DJU 19/11/2004).” 
 
Ne bis in idem - Esse princípio busca impedir que o indivíduo seja punido mais de 
uma vez pelo mesmo fato, compreendendo tanto a pena como a agravante. Bem 
como, ninguém poderá ser processado e julgado mais de uma vez pelo mesmo 
caso. O conteúdo substancial do ne bis in idem exige a concorrência da 
denominada tríplice identidade entre sujeito (identidade subjetiva ou de agentes), 
fato (identidade fática) e fundamento (necessidade de se evitar a dupla punição, 
quando o desvalor total do fato é abarcado por apenas um dos preceitos 
incriminadores).

Outros materiais