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Direito Constitucional Conceito - Segundo Gilmar Mendes, podemos conceituar Constituição através de dois ponto de vista, o material e o formal. “O conceito material de Constituição, portanto, segue a inteligência sobre o papel essencial do Direito e do Estado na vida das relações em uma comunidade. A Constituição, como ordem jurídica fundamental da comunidade, abrange, hoje, na sua acepção substancial, as normas que organizam aspectos básicos da estrutura dos poderes públicos e do exercício do poder, normas que protegem as liberdades em face do poder público e normas que tracejam fórmulas de compromisso e de arranjos institucionais para a orientação das missões sociais do Estado, bem como para a coordenação de interesses multifários, característicos da sociedade plural. A Constituição, em sentido formal, é o documento escrito e solene que positiva as normas jurídicas superiores da comunidade do Estado, elaboradas por um processo constituinte específico. São constitucionais, assim, as normas que aparecem no diploma constitucional, que resultam das fontes do direito constitucional, independentemente do seu conteúdo. Em suma, participam do conceito da Constituição formal todas as normas que forem tidas 86/2051 pelo poder constituinte originário ou de reforma como normas constitucionais, situadas no ápice da hierarquia das normas jurídicas.” Classificação Quanto à origem: Outorgada - é a Constituição imposta, de maneira unilateral, pelo agente revolucionário, que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele atuar. Promulgada - Também chamada de democrática, votada ou popular, é aquela Constituição fruto do do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo, para, em nome dele, atuar, nascendo, portanto, da deliberação da representação legítima popular. (Constituição de 1988). Quanto à forma: Escrita - é a Constituição formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único documento, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado. (Constituição de 1988). Costumeira (não escrita) - é a Constituição que ao contrário da escrita, não traz as regras em um único texto solene e codificado. É formada por “textos” esparsos, reconhecidos pela sociedade como fundamentais, e baseia-se nos costumes, jurisprudência, convenções. Quanto à extensão: Sintética - é aquela enxutas, veiculadoras apenas dos princípios fundamentais e estruturais do Estado. Não descem as minúcias, motivo pelo qual são mais duradouras, na medida em que seus princípios estruturais são interpretados e adequados aos novos anseios pela atividade da Suprema Corte. Analítica - é aquela que aborda todo os assuntos que os representantes do povo entenderem fundamentais. Normalmente descem as minúcias, estabelecendo regras que deveriam estar em leis infraconstitucionais. (Constituição de 1988). Quanto à elaboração: Dogmática - Partem de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios, de ideologias bem declaradas, de dogmas políticos. São elaboradas de um só jato, reflexivamente, racionalmente, por uma Assembleia Constituinte. (Constituição de 1988). Históricas - Formam-se através de um lento e contínuo processo de formação, ao longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo. Quanto à alterabilidade: Rígidas - Exigem, para a sua alteração, um processo legislativo mais árduo, mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas não constitucionais. (Constituição de 1988). Flexíveis - São aquelas que não possuem um processo legislativo de alteração mais dificultoso do que o processo legislativo de alteração das normas infraconstitucionais. Semiflexíveis - São aquelas em que algumas matérias exigem um processo de alteração mais dificultoso, enquanto outras não requerem tal formalidade. Fixas - São aquelas que somente podem ser alteradas ser alteradas por um poder de competência igual ao que as criou, ou seja, o poder constituinte originário. Quanto à essência: Normativas - São as que logram ser lealmente cumpridas por todos os interessados, limitando, efetivamente o poder. (Constituição de 1988). Nominalistas - As constituições nominais são formalmente válidas, mas ainda não tiveram alguns dos seus preceitos “ativados na prática real. Semânticas - É aquela em que a formalização do poder de quem o detém no momento. Busca-se conferir legitimidade meramente formal aos detentores do poder, em seu próprio benefício.
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