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500 QUESTÕES COMENTADAS SAÚDE PÚBLICA - SANAR

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Marcelo Gurgel Carlos da Silva 
500 OUESTOES COMENTADAS 
PARA PROVAS E CON CURSOS EM 
Marcelo Gurgel Car los da Silva 
Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de 
Saúde Pública da USP. 
Pós-Doutor em Economia da Saúde pela 
Universidade de Barcelona-Espanha. 
Professor t itular de Saúde Pública da 
Universidade Estadual do Ceará (UECE). 
Professor do Doutorado em Saúde Coletiva 
M UECE/UFC/Unifor. 
Professor do Programa de Pós-Graduação 
(Mestrado e Doutorado) em Saúde Coletiva 
da UECE. 
Coordenador do Comité de Ética em Pesquisa 
do Instituto de Câncer do Ceará. 
Membro titular da Academia Cearense de 
Medicina, da Academia Brasileira de Médicos 
Escritores. 
Sócio da Sociedade Brasileira de Médicos 
Escritores - Regional Ceará e do Instituto do 
Ce a r á ( H i s t ó r i c o , Ge o g r á f i c o e 
Antropológico).co). 
MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP; Pós-Doutor em Economia da Saúde pela Universidade de 
Barcelona-Espanha; Professor titular de Saúde Pública da Universidade Estadual do Ceará (UECE); Professor do Doutorado 
em Saúde Coletiva AA UECE/ UFC/ Unifor; Professor do Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Saúde 
Coletiva da UECE; Fundador e ex-coordenador do Mestrado Académico em Saúde Pública e do Curso de Medicina da UECE; 
Coordenador do Comité de Ética em Pesquisa do Instituto de Câncer do Ceará; Professor da Escola Cearense de Oncologia do 
Instituto de Câncer do Ceará; Médico aposentado da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará; Membro titular da Academia 
Cearense de Medicina, da Academia Brasileira de Médicos Escritores. Membro fundador da Academia Cearense 
de Médicos Escritores; Sócio da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional Ceará e do Instituto do Ceará 
(Histórico, Geográfico e Antropológico). 
SAÚDE PÚBLICA 
C f \ f \ QUESTÕES 
W W W COMENTADAS 
PARA PROVAS E CONCURSOS 
2a edição 
2016 
editora 
SANAR 
2016 
© Todos os direito s autorai s dest a obra são reservado s e protegido s à Editor a Sanar Ltda. pela 
Lei n° 9.610, de 19 de Fevereir o de 1998. É proibid a a duplicaçã o ou reproduçã o dest e volum e ou 
qualque r part e dest e livro , no todo ou em parte, sob quaisque r formas ou por quaisque r meios 
(eletrônico , gravação , fotocópi a ou outros) , essas proibiçõe s aplicam-s e també m à editoraçã o da 
obra, bem como às suas característica s gráficas , sem permissã o expressa da Editora . 
Título | Saúde pública : 500 questões comentadas para provas e concurso s 
Editor | Leandro Pinto Lima 
Projet o gráfico e diagramaçã o Cendi Coelho 
Capa Carlos Batalha 
Conselho Editoria l j Caio Vinícius Menezes Nunes 
Sandra de Quadros Uzêda 
Cleber Luz Santos 
Paulo Costa Lima 
Ficha Catalográfica: Fábio Andrade Gomes - CRB-5/1513 
S586q Silva, Marcelo Gurgel Carlos da. 
500 questões comentadas para provas 
e concursos em saúde pública / Marcelo 
Gurgel Carlos da Silva. - Salvador: 
SANAR, 2016. 
298 p.:il.; 14x21 cm. 
ISBN: 978-85-67806-46-4 
1. Saúde pública - Problemas, questões, 
exercícios. I. Título. 
CDU:614 
Editor a Sanar Ltda. 
Av. Prof. Magalhães Neto, 1856 - Pituba, 
Condomíni o Edifíci o TKTOWER, sl. 1403, 
CEP: 41810-012, Salvador-BA-Brasi l 
Telefone: 71.3497-7689 
www.editorasanar.com.b r 
atendimento@editorasanar.com.b r 
http://www.editorasanar.com.br
mailto:atendimento@editorasanar.com.br
APRESENTAÇÃ O 
Á SEGUNDA EDIÇÃO 
Em novembro de 1990 publicamos "Epidemiologia : Auto-Avaliação e Re-
visão", que teve o mérito de ser o primeiro livro de auto-avaliação do t ipo per-
guntas e respostas na área de saúde pública em nosso País. 
A obra obteve excelente aceitação entre sanitaristas e epidemiologistas 
brasileiros, sendo dist ribuída quase exclusivamente por mala direta e parte da 
divulgação proporcionada pela ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Cole-
t iva entre seus associados e por demanda espontânea solicitada ao autor. 
O interesse despertado por esse livro e a sua indicação em pesquisas sele-
t ivas para mestrado e residência médica e concursos públicos levaram ao esgo-
tamento dos exemplares. Apesar dos insistentes pleitos, com vistas à reimpres-
são do material, optamos pelo caminho mais árduo, contudo gratificante, o da 
preparação da segunda edição, passando de 600 para 800 questões, lançada 
em 1995, com ampla t iragem, que foi igualmente esgotada, com o passar dos 
anos. A terceira edição dessa obra foi tornada pública, em 2008, reunindo mil 
questões do tipo múlt ipla escolha. 
Em 1992, lançamos a primeira edição de "Saúd e Pública : Auto-Avaliação 
e Revisão", com ót ima repercussão no meio editorial brasileiro, resultando em 
f iguração nos catálogos como obra esgotada. O livro foi bastante utilizado por 
candidatos a concursos públicos e processos seletivos de todo o País, tendo sido 
t ambém integrado à bibliografia recomendada para admissão de alguns cursos 
de pós-graduação na área da em Saúde Pública, e, largamente, para o ingresso 
em programas de residência médica. 
O fato impôs a feitura da segunda edição em 1997, revista e ampliada para 
1.000 questões, e, posteriormente, pelas mesmas razões, a terceira edição, lan-
çada em 2004, com a incorporação de três novos capítulos, perfazendo 1.300 
questões, até chegar à quarta edição, em 2012, quando alcançou a marca de 
1.500 questões. 
6 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
Entre esses dois t ítulos, demos à estampa, por conceituadas editoras, uma 
série de livros auto-avaliação e revisão, cobrindo diferentes campos da Saúde 
Pública e outras áreas correlatas, cabendo citar as publicações seguintes: Doen-
ças infecciosas e parasitárias (1995), Medicina preventiva (1995), Epidemiologia 
do Câncer (1995), Economia da saúde (1996), Tuberculose (1997), Saúde Colet i-
va (1997), Saúde Materno-lnfantil (1998), Princípios e Métodos Epidemiológicos 
(2000), Saúde Ocupacional (2001) e Economia da Saúde - 2.ed. (2003). 
O banco de questões com respostas comentadas, entre as publicadas e as 
ainda inéditas, sob a nossa custódia, supera o montante das sete mil. Uma par-
cela considerável desses quesitos figurou, previamente, em provas e exames de 
muitos processos seletivos e concursos públicos em que fizemos parte de banca 
examinadora. 
Em 2014, por solicitação da Editora Sanar, e em resposta a um nicho es-
pecíf ico da demanda, trouxemos à publico um livro-síntese da Saúde Pública, 
compacto porém abrangente, sob o formato de perguntas com respostas co-
mentadas, que visa facilitar o estudo daqueles que, por imperativo do tempo, 
têm necessidades de auferir conhecimentos em um curto prazo. 
Esta obra "SAÚD E PÚBLICA : 500 questõe s comentada s para prova s e 
concursos " contém cinco centennas de questões dist ribuídas em dez capítulos, 
cinco deles ompostos por questões inéditas e outros cinco perguntas já edita-
das, devidamente revisadas e atualizadas, quando foi necessário. Os capítulos 
cobrem, inegavelmente, campos e assuntos de maior interesse da Saúde Pública 
brasileira, sendo, identicamente, úteis aos sanitaristas, aos profissionais de saú-
de, como enfermeiros, farnacêut icos, fisioterapeutas, médicos, nutricionistas, 
odontólogos et c, bem como às outras categorias profissionais engajadas no 
trabalho no setor da saúde. 
Os quesitos foram elaborados com base em ampla bibliografia nacional e 
estrangeira, porém concedendo prioridade aos problemas de saúde mais preva-
lentes no Brasil, compondo várias modalidades de apresentação, como exercí-
cios, estudos dirigidos, correlação etc. 
As questões são todas do t ipo teste de múlt ipla escolha, todas com cinco 
opções das quais apenas uma é correta; cada quesito é acompanhado de res-
posta comentada e da correspondente referência, na qual o assunto pode ser 
verificado ou aprofundado. O nível de complexidade das questões é variável: a 
maioria delas muito fácil e ao nível de graduação, e parte, de razoável e elevado 
grau de dificuldade, que requer a formação em Saúde Pública ou em umdeter-
minando campo sanitário, especificamente. 
A primeira edição foi lançada na programação oficial do "VII I Congress o 
Brasileir o de Epidemiologia" , realizado em Vitória-ES, em setembro de 2014, e 
patrocinado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva-ABRASCO, tendo sido, 
dentre centenas de livros, o segundo t ítulo mais vendido durante o evento. 
APRESENTAÇÃO Á SEGUNDA EDIÇÃO 
Ao cabo de um ano, a t iragem inicial da obra foi esgotada, o que levou a 
feitura de duas reimpressões para dar conta da benfazeja demanda despertada. 
Em que pese o pouco tempo decorrido desde o lançamento, decidiu-se evitar 
mais uma reimpressão, part indo-se para a segunda edição a circular no início 
de 2016. 
Esta nova edição, cotejando com a anterior, foi ampliada para 550 (qui-
nhentas e cinquenta) questões, teve os capítulos 1 e 3 revistos, com inserção 
de novos quesitos, e conta, ao final, com um novo capítulo específ ico focando o 
Sist ema Úni co de Saúde, um pleit o f ormulado por vár ios leit ores. 
Acreditamos que "SAÚD E PÚBLICA : questõe s comentadas " seguirá me-
recendo a devida atenção, da parte dos profissionais interessados em auferir 
conhecimentos de Saúde Pública, para atendimentos de suas necessidades, 
momentâneas ou circunstanciais, servindo como instrumento de consulta, para 
revisar, atualizar e ampliar o aprendizado conhecimentos em área de vital im-
portância para a compreensão da realidade sanitária no Brasil. 
Fortaleza, janeiro de 2016. 
Prof . Dr. Marcel o Gurge l Carlos da Silva 
PREFACI O 
Há alguns anos, escrevi um livro sobre a teoria e a prát ica da epidemiologia. 
Ao fim de cada capítulo, apresentei alguns exercícios. Por limitações de espaço, 
somente poucos exercícios puderam ser inseridos. Recebi muitos comentários 
sobre eles. Afirmaram tratar-se de grande ajuda para consolidar conceitos e apre-
ender detalhes de sua aplicação. 
O presente livro do Professor Marcelo Gurgel reúne um número bem maior 
de exercícios, somente possível em livro dedicado exclusivamente a eles. Exercí-
cios apresentados e comentados permitem ao aprendiz, isoladamente, resolvê-
-los e logo verificar se as respostas estão corretas. As tentativas de acerto e erro 
são didát icas e estimulantes, pois quem acerta, sente que domina o assunto. Fica 
instado a ir adiante. Quem erra e verifica onde e como isso ocorreu tende a reter 
esse conhecimento. Aprende a lição e fica igualmente estimulado a ir adiante. 
O livro Saúde Pública: Questões Comentadas serve tanto para estudo isola-
do quanto para complementar outros livros de saúde pública. O iniciante, que o 
utiliza como complemento para estudo de conceitos e métodos, verá os mesmos 
assuntos em diferentes perspectivas. Isso auxilia o estudante a compreender as 
aplicações da teoria. Mesmo os profissionais experientes aproveitam o conteúdo 
de livros de exercícios. Por mais experientes que sejam jamais podem ter viven-
ciado toda a gama de situações descritas no livro. 
O Professor Marcelo Gurgel, com a publicação do seu livro, do qual é autor 
único, dá prosseguimento à sua carreira vitoriosa de escritor com incursão em 
vários campos. Como autor de livros didát icos de saúde pública ele se destaca 
por suas cont ribuições de enorme valor, dedicadas à formação de profissionais 
de saúde. 
Mauricio Gomes Pereira 
Professor Emérito, 
Universidade de Brasília. 
SUMÁRIO 
Capítul o 1 
|0 EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 13 
Capítul o 2 
0 ESTATÍSTICAS DE SAÚDE 59 
Capítul o 3 
Q3 ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA DE SAÚDE 77 
Capítul o 4 
03 EDUCAÇÃO EM SAÚDE 1 1 5 
Capítul o 5 
01 SAÚDE MATERNO-INFANTIL 133 
Capítul o 6 
QQ NUTRIÇÃO EM SAÚDE BÁSICA 155 
Capítul o 7 
0 SAÚDE BUCAL COLETIVA 177 
Capítul o 8 
Q3 SAÚDE DO TRABALHADOR 205 
Capítul o 9 
H l SAÚDE AMBIENTAL 227 
Capítul o 10 
H l SAÚDE DA FAMÍLIA 243 
Capítul o 11 
03 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 267 
Referência s 289 
CAPÍTUL01 
EPIDEMIOLOGIA 
BÁSICA 
JJ 01. Do ponto de vista epidemiológico, a descrição de uma doença significa \ 
notadamente: 
A) caracterizar os diferentes períodos da doença quando atinge o indi- 1 
víduo. 
B) valiar os recursos que são empregados na assistência aos casos dessa [ 
doença. ! 
C) revelar os problemas de saúde-doença em nível coletivo. 
D) descrever as característ icas de doenças nos diferentes períodos da j 
história. J 
E) identificar o seu agente causal. I 
Resposta"' 
(C) A epidemiologia, nos estudos de dist ribuição das doenças, tem por ! 
objetivo revelar os problemas de saúde-doença em nível coletivo, pos- 5 
sibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico da população com ; 
vistas à promoção de saúde. J 
Ref.: Rouquayrol et ai In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 11-2. 
[ j j 02. Dentre os diferentes usos da Epidemiologia, propostos por Morris, 
incluem-se: 
I) diagnosticar a situação da saúde de uma comunidade. 
II) identificar possíveis associações causais de doenças. 
III) estimar os riscos individuais e as probabilidades de adoecer. 
IV) avaliar os serviços de saúde. 
Desses usos, estão mais vinculados ao planejamento em saúde 
A) todos (I a IV). 
B) somente I, III e IV. 
MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
C) somente I, II e IV. 
D) somente I e IV. 
E) somente III e IV. 
Resposta'-
(B) Morris, classicamente, dist inguiu sete usos importantes da Epidemio-
logia; desses usos, quatro estavam mais vinculados ao planejamento em 
saúde, a saber: 1. diagnóst ico dos problemas de saúde na comunidade; 
2. permite fazer projeções; 3. ident if icação dos grupos mais vulneráveis; 
4. métodos de avaliação (serviços e técnicas). 
Ref.: Armijo. Epidemiologia, p. 37-40. 
| "É um conjunto de conceitos, métodos e formas de ação prát ica que se 
aplicam ao conhecimento e t ransformação do processo saúde-doença 
na dimensão coletiva ou social". 
Essa interpretação corresponde ao propósito da 
A) epidemiologia histórica. 
B) epidemiologia analít ica. 
C) epidemiologia social. 
D) epidemiologia descrit iva. 
E) epistemiologia marxista. 
Resposta'-
(C) A epidemiologia social dá ênfase ao estudo da estrutura sócio-eco-
nômica a fim de explicar o processo saúde-doença de maneira histórica, 
mais abrangente, tendo a epidemiologia como um dos instrumentos de 
t ransformação social. 
Ref.: Rouquayrol et ai. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 13. 
J 04. Das seguintes af irmações relat ivas à epidemiologia social, assinale a 
FALSA. 
A) Seus principais idealizadores e pensadores são autores lat ino-ameri-
canos. 
B) Sua visão dialét ica se posiciona favoravelmente à fatalidade do 
"natural" e do "tropical". 
C) Dá ênfase ao estudo da estrutura sócio-econômica a fim de explicar 
o processo saúde-doença de maneira histórica. 
D) Tem a epidemiologia como um dos instrumentos de t ransformação 
social. 
E) Usa conceitos básicos ext raídos da sociologia, economia, ciência 
polít ica e antropologia médica. 
14 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 15 
Resposta: 
(B) A visão dialét ica da epidemiologia se posiciona contra a fatalidade 
do "natural" e do "tropical". Os demais enunciados estão de acordo com 
a base dout rinária da epidemiologia social. 
Ref.: Rouquayrol etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 13. 
05. Segundo o modelo de Leavell & Clark, no período da pré-patogênese 
podem ser aplicadas as seguintes medidas preventivas 
A) p r omoção da saúde e pr ot eção específ i ca. 
B) diagnóst ico precoce e tratamento imediato. 
C) promoção da saúde e diagnóst ico precoce. 
D) proteção específ ica e diagnóst ico precoce. 
E) promoção da saúde, proteção específ ica e diagnóst ico precoce. 
Resposta'-
(A) No período pré-patogênico o nível de aplicação das medidas pre-
ventivas, segundo Leavell & Clark, é o da prevenção primária, feita por 
meio da promoção da saúde e da proteção específ ica. 
Ref.: Rouquayrol etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 21-2; Leavell 
& Clark. Medicina Preventiva, p. 147. 
I Pelo modelo de Leavell & Clark, são medidas deprevenção secundária: 
A) a promoção da saúde e a proteção específ ica. 
B) a proteção específica e o diagnóst ico precoce e tratamento imediato. 
C) o diagnóst ico precoce e tratamento imediato e a limitação da incapa-
cidade. 
D) a limitação da incapacidade e a reabilitação. 
E) o diagnóst ico precoce e tratamento imediato, a limitação da incapa-
cidade e a reabilitação. 
Resposta'-
(C) Pelo modelo de Leavell & Clark, o diagnóst ico precoce e tratamento 
imediato e a limitação da incapacidade são medidas preventivas do ní-
vel secundário. 
Ref.: Rouquayrol etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 21-2; Leavell 
& Clark. Medicina Prevent iva, p. 21-3. 
| "É o intervalo de tempo durante o qual o paciente apresenta manifesta-
ções inespecíficas". 
Essa definição se aplica ao período: 
MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
A) de incubação. 
B) prodrômico. 
C) de transmissibilidade. 
D) prê-patogênico. 
E) patogênico. 
Resposta'-
(B) O período prodrômico vai desde o aparecimento dos primeiros sin-
tomas e sinais da doença em causa até que surjam aqueles que lhe são 
característ icos, permitindo o diagnóst ico ou, pelo menos, o levanta-
mento de hipóteses diagnosticas em um campo mais restrito. 
Ref: Leser etal. Elementos de Epidemiologia Geral. p. 94. 
Com relação à história natural da doença, é INCORRETO afirmar que: 
A) tem desenvolvimento em dois períodos sequenciados: o patológico 
e o epidemiológico. 
B) no período epidemiológico, o interesse é dirigido para as relações 
suscet ível-ambiente. 
C no período patológico, interessam as modif icações que se passam no 
organismo vivo. 
D) abrange dois domínios interagentes, consecut ivos e mutuamente 
exclusivos, que se completam. 
E) o meio ambiente é onde ocorrem as pré-condições, enquanto o meio 
interno é o locus da doença. 
Resposta' 
(A) A história natural da doença, portanto, tem desenvolvimento em dois 
períodos sequenciados: o período epidemiológico e o período patológi-
co. No primeiro, o interesse é dirigido para as relações suscet ível-ambien-
te; no segundo, interessam as modificações que se passam no organismo 
vivo. Abrange, portanto, dois domínios interagentes, consecutivos e mu-
tuamente exclusivos, que se completam: o meio ambiente, onde ocorrem 
as pré-condições, e o meio interno, locus da doença, onde se processaria, 
de forma progressiva, uma série de modificações bioquímicas, fisiológicas 
e histológicas, próprias de uma determinada enfermidade. 
Ref: Rouquayrol etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 13-20. 
H l 09. Os estudos de prevalência: 
I. identificam somente aqueles casos que estão vivos e diagnost icáveis 
na época da avaliação. 
II. não incluem nos casos aqueles que já faleceram. 
| 16 
1 
5 
EJ 08. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 17 
III. incluem os casos que já foram curados. 
IV. permitem uma compreensão clara da relação temporal entre um 
fator causal e uma doença. 
Está(ão) correta(s) somente 
A) a I. 
B) a II. 
C) l el l . 
D) 1,11 e III. 
E) I, III e IV. 
Resposta: 
(C) Os estudos de prevalência identificam somente aqueles casos que 
estão vivos e diagnost icáveis na época da avaliação. Os casos prevalen-
tes podem ser um subgrupo viciado de todos os casos porque eles não 
incluem aqueles que já faleceram ou foram curados. Além disso, estu-
dos de prevalência, comumente, não permitem uma compreensão clara 
da relação temporal entre um fator causal e uma doença. 
Ref: Fletcher. Epidemiologia Clínica. 4.ed. p. 87-8. 
"O Serviço de Medicina do Trabalho de uma grande fábrica a realiza um 
check-up de todos os empregados ao completarem 50 anos de idade. A 
avaliação dos resultados durante cinco de anos de implantação desse 
programa revelou que de 500 empregados examinados 100 t inham 
lesões elet rocardiográficas sugestivas de infarto do miocárdio, ou seja 
20%". 
A medida acima relatada trata-se de uma taxa de 
A) incidência. 
B) prevalência instantânea. 
C) prevalência por período. 
D) letalidade. 
E) incidência-densidade. 
Resposta: 
(B) A prevalência instantânea ou momentânea indica a frequência da 
doença em um "ponto" de tempo dado, independente de quando co-
meçaram os casos. O "ponto" no caso em análise é completar 50 anos 
de idade para se fazer o check-up e as lesões estão presentes nesse mo-
mento mas já exist iam desde datas indeterminadas. 
Ref: Guerrero etal. Epidemiologia, p. 36-51; Lima etal. In: Rouquayrol. Epidemio-
logia & Saúde. 7.ed. p. 36-8. 
• 18 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
O 11. Representam uma vantagem das taxas ajustadas: 
A) são taxas sintét icas reais. 
B) têm cálculo fácil para comparações internacionais. 
C) operam com subgrupo homogéneos. 
D) são taxas detalhadas, úteis para fins epidemiológicos e de Saúde 
Pública. 
E) as diferenças na composição dos grupos são "removidas", permit indo 
! comparações sem vícios. 
Resposta'-
(E) As taxas brutas são sintét icas e reais e de cálculo fácil para compa-
rações internacionais. As taxas específicas se aplicam a subgrupos ho-
mogéneos e são úteis para fins epidemiológicos e de Saúde Pública. As 
taxas ajustadas ou padronizadas são afirmações condensadas; nelas, as 
diferenças na composição dos grupos são "removidas", a que permite 
comparação sem vício. 
I Ref.: Mausner & Bahn. Introdução à Epidemiologia, p. 88. 
• • • • MM 
g j 12. A incidência-densidade é expressa pelo número de casos: 
A) novos dividido pelo número total de pessoas-ano em risco. 
B) novos e antigos dividido pelo número total de pessoas-ano em risco 
C) novos dividido pelo número total de pessoas em risco por um 
período específ ico de tempo 
D) novos dividido pelo número de pessoas em risco presentes no início 
I do acompanhamento 
E) novos e ant igos dividido pelo total de pessoas em risco por um 
! período específ ico de tempo. 
Resposta' -
(A) "Na tentat iva de manter a cont ribuição de cada sujeito proporcio-
nal ao seu intervalo de seguimento, o denominador de uma medida 
de incidência-densidade não é as pessoas em risco por um período es-
pecífico de tempo, mas as pessoas-tempo em risco para o evento. Um 
indivíduo seguido por 10 anos sem se tornar um caso contribui com 10 
pessoas-ano, enquanto que um individuo seguido por um ano contribui 
apenas com 1 pessoa-ano para o denominador. A incidência-densidade 
é expressa pelo número de casos novos dividido pelo número total de 
J pessoas-ano em risco." 
Ref.: Fletcher etal. Epidemiologia Clínica. 4.ed. p. 89. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 19 
Questõe s 13 a 21 
A figura abaixo ilustra a ocorrência de 10 casos de uma doença (A, B, 
J) em um grupo de 100 pessoas seguidas no período de três anos 
(2012 a 2014) 
2012 2013 , 2014 
o 
• F 
• 
• 
[ o— 
1 o— 
1 o— 
>D 
B 
o V C 
o • E 
• F 
• 
• 
• 
• 
0 • j o— 
! I 
• 
j o— 
o j • 
FIG. Ocorrência da doença em 100 pessoas sob risco de 2002 a 2004 
Legenda : 
o- Início da doença 
— Duração da doença 
Com base na ilust ração e considerando que a doença deixa imuni-
dade permanente aos seus acometidos, responda as questões de 13 
a 22. 
E3 13* A prevalência da doença no início de 2012 foi: 
A) 0,40%. 
B) 4,00%. 
C) 4,17%. 
D) 6,00%. 
E) N.R.A. 
Resposta: 
(B) No início de 2012 das 100 pessoas em risco, quatro (B, D, F e H) já 
estavam doentes, então a taxa de prevalência foi: 
4 
100 
x 100 = 4% 
| A prevalência da doença no início de 2013 foi: 
A) 4,00%. 
B) 6,00%. 
20 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
C) 6,38%. 
D) 9,00%. 
E) N.R.A. 
Resposia'-
(B) No início de 2013, havia seis doentes (A, B, F, G, H e I) para cem pes-
soas o que produz a prevalência de: 
6 
x100 = 6% 
100 
I A prevalência da doença no final de 2013 foi: 
A) 2,00%. 
B) 4,00%. 
C) 6,00%. 
D) 8,00%. 
E) N.R.A. 
Resposta'-
(C) No final de 2013, têm-se seis doentes (A, F, G, H, I e J) para as 100 
pessoas, o que gera a prevalência de: 
6 
x100 = 6% 
100 
33 16. A incidência da doença em 2012 foi: 
A) 4,17%. 
B) 4,00%. 
C) 2,08%.D) 2,00% 
E) N.R.A. 
Resposta'-
(C) Em 2012, foram dois casos novos (A e I), mas das 100 pessoas sob 
estudo quatro (B, D, F e H) já se encontravam doentes, portanto, não 
estavam mais sob risco de adoecer e o número de expostos é reduzido 
a 96; dessa forma, a taxa de incidência foi: 
—^ —x 100 = 2,08% 
96 
0 3 1 7 . Os casos incidentes em 2013 foram: 
A) C, E, G e J. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 21 
El 1 8 . 
B) C,EeJ. 
C) C e E. 
D) G e J. 
E) N.R.A. 
Resposta: 
(A) Foram quatro casos (C, E, G e J) que t iveram início no ano de 2013. 
A Incidência da doença em 2013 foi: 
A) 2,00%. 
B) 2,17%. 
C) 4,00%. 
D) 4,26%. 
E) N.R.A. 
Resposta: 
(D) Aos quatro casos constatados no início de 2012 são agregados os 
dois incidentes em 2012 (A e I), de modo que a população sob risco 
declina para 94. Assim, para os quatro casos novos (C, E, G e J) tem-se a 
seguinte incidência: 
94 
• x 100 = 4,26% 
A prevalência da doença no ano de 2013 foi: 
A) 5,00%. 
B) 6,00%. 
C) 7,00%. 
D) 8,00%. 
E) 9,00%. 
Resposta'-
(E) A prevalência para o ano de 2013 é uma prevalência no período, logo 
necessita agregar os casos novos (C,E,G e J) aos já existentes (A,B,F,H e J) 
no início do período. Daí, a taxa de prevalência será: 
9 
100 
x100 = 9% 
E| 20. A incidência da doença em 2014 foi 
A) 6,00%. 
B) 4,00%. 
MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
C) 2,22%. 
D) 1,11%. 
E) N.R.A. 
Resposta: 
(E) Como não houve casos novos em 2014, a incidência foi zero. 
1. A prevalência da doença no final de 2014 foi: 
A) 4,00%. 
B) 4,25%. 
C) 6,00%. 
D) 10,00%. 
E) N.R.A. 
Resposta: 
(A) Ao final de 2014, quatro pessoas (A, G, H e J) continuavam doentes, 
o que dá uma prevalência de: 
4 
x 100 = 4% 
100 
A incidência acumulada da doença no período de 2012-14 foi: 
A) 10,00%. 
B) 6,25%. 
C) 6,00%. 
D) 4,00%. 
E) impossível determinar. 
Resposta: 
(B) A incidência acumulada é dada pela divisão do número de casos 
novos surgidos no período 2012-14 pelo número de pessoas expostas 
mas livres da doença no início do período. Foram seis casos novos no 
período (A, C, E, G, I e J), os quais divididos por 96 (os livres da doença 
no início do período) correspondem a 6,25%. 
Para maiores esclarecimentos sobre as medidas de incidência e de prevalência 
torna-se oportuna a leitura adicional de Fletcher. Epidemiologia Clínica. 4.ed. p. 
83-7 e de Lima etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 36-42. 
Uma doença de alta letalidade é aquela em que: 
A) a probabilidade de deixar sequelas é elevada. 
B) a probabilidade de adoecer é grande. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 23 
C) a taxa de mortalidade é alta. 
D) a probabilidade de morrer é grande, desde que não inst ituído o t ra-
tamento eficaz. 
E) o risco de morrer entre os doentes é grande. 
Resposta: 
(E) A letalidade é uma relação entre mortes por determinada doença 
nos casos dessa doença. Assim, uma letalidade alta significa que o risco 
de morrer entre os doentes é grande. 
Ref.: Lima etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 52-3; Laurenti etal. 
Estatísticas de Saúde. 2.ed.p. 154. 
Se numa localidade, em um determinado ano: 
óbitos por tuberculose óbitos por pneumonias 
total de óbitos total de óbitos 
Então 
A) as taxas de mortalidade são iguais para as duas doenças. 
B) a tuberculose e as pneumonias têm a mesma letalidade. 
C) a incidência da tuberculose é seguramente maior do que a das pneu-
monias. 
D) a incidência das pneumonias é seguramente maior do que a da 
tuberculose. 
E) N.R.A. 
Resposta: 
(A) A equação revela que o número de óbitos por tuberculose foi igual 
ao de pneumonias. Como esses dados figuram no numerador para o cál-
culo das taxas de mortalidade e da mortalidade proporcional (%), essas 
duas medidas são iguais para as duas doenças. 
Ref.: Laurenti etal. Estatísticas de Saúde. 2.ed.p. 152-4. 
| Se a taxa de letalidade da doença A é igual a da doença B, pode-se afir-
mar que: 
A) ambas doenças têm a mesma taxa de mortalidade. 
B) as taxas de mortalidade são idênt icas para as duas doenças. 
C) o risco de morrer é o mesmo para os acometidos da doença A ou B. 
D) as taxas de incidência das duas doenças são iguais. 
E) as taxas de prevalência são as mesmas para as duas doenças. 
Resposta: 
(C) A letalidade é o maior ou menor poder que tem uma doença em 
provocar a morte das pessoas que adoeceram por esta doença. A taxa 
24 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
mede o risco de morrer entre os acometidos por uma doença, expressa 
pela relação óbitos/ casos. 
Ref.: Lima etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 52-3. 
Questõe s 26 a 29 
"Em um pequeno povoado com 500 habitantes, na segunda semana 
de maio, 100 pessoas compareceram a uma festa de casamento, onde 
foi servido um jantar preparado por várias pessoas dessa comunidade. 
No dia seguinte, 40 dos part icipantes adoeceram, tendo um quadro 
clínico em que a diarréia era a queixa predominante. Dos 40 homens 
presentes, 28 adoeceram e das 20 crianças que foram a festa, 10 t ive-
ram a doença" (Adaptado de OPAS. Princípios de Epidemiologia para 
el Control de las Enfermedades Transmisibles). 
EJ 26. A taxa de ataque entre os part icipantes da festa foi: 
A) 8%. 
B) 20%. 
C) 40%. 
D) 50%. 
E) N.R.A. 
Resposta'-
(C) 40 
1 ' x 100 = 40% 
100 
3 27. A taxa de ataque nos homens foi: 
A) 5,6%. 
B) 28%. 
C) 40%. 
D) 70%. 
E) N.R.A. 
Resposta'-
( D ) - ^ - x 100 = 70% 
40 
3 28. A taxa de ataque nas mulheres foi: 
A) 2,4%. 
B) 12%. 
C) 20%. 
D) 30%. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 25 
E) impossível determinar por falta de dados. 
Resposta: 
(O 12 
x 100 = 20% 
60 
\ A taxa de ataque nos adultos foi: 
A) 6%. 
B) 37,5%. 
C) 50%. 
D) 75%. 
E) impossível determinar por falta de dados. 
Resposta: 
(B) _ J 0 _ x l 0 0 = 3 7 5 % 
80 
Ref.: OPAS. Princípios de Epidemiologia, p. 214-20. 
3 30. Foi estabelecido que o tempo de duração de todos os casos de uma 
doença era: 2,4,3,5,3,6, 7, 5,5 e 4 dias. 
Então, a média aritmét ica, a mediana e a moda (em dias) para a duração 
da doença são respectivamente: 
A) 4,4,4,5 e 5. 
B) 4,4,4,5 e 4. 
C) 4,3 ,4 e 5. 
D) 4,5 ,4,5 e 5. 
E) N.R.A. 
Resposta: 
2+4+3+5+3+6+7+5+5+4 44 
(A) Media aritmét ica = = = 4,4 
10 10 
Mediana: ordenando os números, têm-se: 2-3-3-4-4-5-5-5-6-7 
Como n é par, a mediana é obtida da média dos dois valores centrais: 
4+5 
=4,5 
2 
Moda é o valor que mais aparece, no caso é o 5. 
Ref.: OPAS. Princípios de Epidemiologia. 
26 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
El 31. As medidas estat íst icas adotadas na const rução de diagrama de con-
trole das doenças são: 
A) desvio médio e desvio. 
B) mediana e desvio padrão. 
C) média, mediana e desvio padrão. 
D) média e desvio padrão. 
E) média, moda e amplitude de variação. 
Resposta'-
(D) Para elaboração de um diagrama de controle das doenças, empre-
gam-se a média dos coeficientes e o desvio padrão dos coeficientes es-
pecíficos da doença por mês ou grupos de semanas epidemiológicas 
em uma série temporal de anos não epidêmicos. 
Ref.: Foratt ini. Epidemiologia, p. 161-2; Rouquayrol etal. In: Rouquayrol. Epidemio-
logia & Saúde. 7.ed. p. 98-105. 
"É uma alteração, espacial e temporalmente delimitada, do estado de 
saúde-doença de uma população, caracterizada por uma elevação pro-
gressivamente crescente, inesperada e descontrolada dos coeficientes 
de incidência de determinada doença, ultrapassando e reiterando valo-
res acima do limiar epidêmico preestabelecido". Essa definição, ext raída 
de Rouquayrol, M.Z. etal. In: Epidemiologia & Saúde, aplica-se a: 
A) pandemia. 
B) epidemia. 
C) surto epidêmico. 
D) endemia. 
E) N.R.A. 
Resposta'-
(B) A definição vista em Rouquayrol contempla os principais aspectos 
que caracterizam a epidemia, como a delimitação temporal e espacial 
e o excedente de risco da doença. Guerrero et ai acrescentam ainda a 
fonte comum e a natureza comum da enfermidade. 
Ref.: Rouquayrol et ai. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde.7.ed. p. 105; Guer-
rero etal. Epidemiologia, p. 2-22. 
171 33. A últ ima fase na evolução de uma epidemia é a de: 
A) progressão. 
B) estabilização. 
C) egressão. 
D) regressão. 
E) decréscimo da incidência endémica. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 27 
Resposta: 
(D) A regressão é a últ ima fase na evolução de uma epidemia. Nela o 
processo de massa tende a retornar aos valores iniciais de incidência, a 
estabilizar-se em um patamar endémico, abaixo ou acima do patamar 
inicial, ou a regredir até a incidência nula, incluída aí a erradicação. 
Ref.: Rouquayrol etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 110. 
34. Na curva epidêmica, a primeira fase da ocorrência epidêmica é a de:A) 
increment o inicia l de casos . 
B) egressão. 
C) progressão. 
D) incidência máxima. 
E) regressão. 
(C) Estabelecida a epidemia, o crescimento progressivo da incidência 
caracteriza a fase inicial e processo. Esta primeira etapa da ocorrência 
epidêmica, chamada de progressão descrita at ravés do ramo ascenden-
te da curva epidêmica, termina quando o processo epidêmico atingir o 
seu clímax. 
Ref.: Rouquayrol etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 109. 
Para cada acepção técnica ordenada abaixo, assinale o termo corres-
pondente conforme a seguinte chave: o 
A) fonte de infecão. 
B) reservatório de agentes infecciosos. 
C) hospedeiro. 
D) meio. 
E) agente infeccioso. 
EJ 35. "Ser humano ou animal, art rópode, planta, solo ou matéria inanimada 
(ou combinação desses) em que um agente infeccioso vive e se mult i-
plica, em condições de dependência primordial para a sobrevivência e 
no qual se reproduz de modo a ser transferido a um suscet ível" (OPAS). 
Resposta: (B) 
E3 36. "É o homem ou outro animal vivo, inclusive aves e art rópodes, que ofe-
reçam, em condições naturais, substância ou alojamento a um agente 
infeccioso"(OPAS). 
Resposta: (C) 
28 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
EJ 37. "É a pessoa, animal, objeto ou substância da qual um agente infeccioso 
passa diretamente a um hospedeiro" (OPAS). 
Resposta'- (A) 
E[ 38. "Organismo capaz de produzir infecção ou doença infecciosa" (OPAS). 
Resposta: (E) As acepções técnicas observam as def inições empregadas por 
Chin (ed.). 
Ref.: Manual de Controle das Doenças Transmissíveis, p. 517'-27. 
Questõe s 39 a 43 
Para cada acepção técnica ordenada abaixo, assinale o termo corres-
pondente conforme a seguinte chave: 
A) pessoa infectada. 
B) portador. 
C) suscet ível. 
D) suspeito. 
E) N.R.A. 
0 39. "Pessoa ou animal que não possui, presumivelmente, resistência contra 
determinado agente patogênico e que por essa razão pode contrair a 
doença se posto em contato com este agente" (OPAS). 
Resposta: (C) 
J 40. "Pessoa cuja história clínica e sintomatologia indicam estar acometida 
de doença t ransmissível ou tê-la em incubação" (OPAS). 
Resposta: (D) 
J 41. "Pessoa que alberga um agente infeccioso e tem uma doença manifesta, 
ou uma infecção inaparente" (OPAS). 
Resposta: (A) 
^ 42. "Pessoa (ou animal) que alberga agente infeccioso específ ico de uma 
doença sem apresentar sintomas da mesma e que pode constituir fonte 
de infecção para o homem" (OPAS). 
Resposta: (B) 
"Qualquer pessoa ou animal que esteve em contato com pessoa ou 
animal infectado, ou ambiente contaminado, de modo a ter t ido opor-
tunidade de contrair a infecção" (OPAS). 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 29 
SJ 44. 
(E) As acepções técnicas estão de acordo com as definições adotadas 
pela OPAS. 
Ref: In: Chin (ed.). Manual de Controle das Doenças Transmissíveis, p. 517-27. A 
últ ima def inição refere-se a contato . 
| Com relação à resistência do hospedeiro às doenças, é INCORRETO afir-
mar que a imunidade: 
A) at iva pode ser adqui r ida nat uralment e pela i n f ecção, com ou sem 
manifestações clínicas. 
B) at iva pode ser adquirida art ificialmente pela inoculação na forma de 
vacinas. 
C) at iva natural ou art ificialmente adquirida pode ser duradoura ou não, 
dependendo das característ icas do agente e/ou vacina. 
D) passiva pode ser adquirida naturalmente da mãe ou art ificialmente 
pela inoculação de anticorpos protetores específ icos. 
E) passiva natural ou art if icialmente adquirida é muito duradoura, 
quando promovida por imunoglobulina sérica. 
Resposta: 
(e) A imunidade pode apresentar-se de duas formas: a) Imunidade at iva: 
imunidade adquirida naturalmente pela infecção, com ou sem manifes-
tações clínicas, ou art ificialmente pela inoculação de frações ou produ-
tos de agentes infecciosos, ou do próprio agente morto modificado, ou 
de uma forma variante, na forma de vacinas. A imunidade ativa natural 
ou art ificialmente adquirida pode ser duradoura ou não, dependendo 
das característ icas do agente e/ou vacina; e b) Imunidade passiva: imu-
nidade adquirida naturalmente da mãe ou art ificialmente pela inocula-
ção de anticorpos protetores específ icos (soro imune de convalescentes 
ou imunoglobulina sérica). A imunidade passiva natural ou art ificial-
mente adquirida é pouco duradoura. 
Ref: Waldman & Rosa. Vigilância em Saúde Pública, p. 70-1. 
Questõe s 45 a 49 
Para cada acepção técnica da OPAS, ordenada abaixo, assinale o termo 
correspondente de acordo com a seguinte chave: 
A) infecção. 
B) infestação. 
C) colonização. 
D) contaminação. 
E) N.R.A. 
* " MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
^ 45. "É a penet ração, alojamento e, em geral, mult ipl icação de um agente 
et iológico animado no organismo de um hospedeiro, produzindo-lhe 
danos, com ou sem aparecimento de sintomas clinicamente reconhecí-
veis". 
Resposta: (A) 
2J 46. "Pode ser entendida como o alojamento, desenvolvimento e reprodu-
ção de art rópodes na superfície do corpo ou nas roupas de pessoas ou 
animais". 
Resposta: (B) 
23 47. "Ocorre quando o agente está presente na superfície do organismo em 
quantidade mínima, mult iplicando-se numa proporção suficiente para 
manter-se, mas sem produzir evidência de qualquer reação do hospe-
deiro". 
Resposta: (C) 
^ 48. "Refere-se à presença de agente na superfície do corpo ou na de objetos 
inanimados (fômites) que podem servir de fonte de infecção". 
Resposta: (D) 
^ 49. "Doença, humana ou animal, clinicamente manifesta que resulta de 
uma infecção". 
Resposta: (E) 
O esquema da cadeia do processo infeccioso procura integrar e deta-
lhar os conceitos de estrutura epidemiológica, de história natural e de 
espectro clínico das doenças infecciosas. Nesse ponto, faz-se necessá-
rio conceituar doença infecciosa, que pode ser entendida como uma 
doença, humana ou animal, clinicamente manifesta que resulta de uma 
infecção. Por sua vez, infecção é a penet ração, alojamento e, em geral, 
mult iplicação de um agente et iológico animado no organismo de um 
hospedeiro, produzindo-lhe danos, com ou sem aparecimento de sin-
tomas clinicamente reconhecíveis. Em essência, a infecção é uma com-
pet ição vital entre um agente et iológico animado (parasita sensu lato) 
e um hospedeiro; é, portanto, uma luta pela sobrevivência entre dois 
seres vivos que visam à manutenção de sua espécie. 
Existem ainda alguns termos relacionados à infecção, mas que dela di-
ferem, entre eles: 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 31 
• Infestação, que pode ser entendida como o alojamento, desenvol-
vimento e reprodução de art rópodes na superfície do corpo ou nas 
roupas de pessoas ou animais. 
Colonização, que ocorre quando o agente está presente na superfí-
cie do organismo em quantidade mínima, mult iplicando-se numa 
proporção suficiente para manter-se, mas sem produzir evidência 
de qualquer reação do hospedeiro. 
Contaminação, que se refere à presença de agente na superfície do 
corp o ou na de objeto s inanimado s (fômites ) que pode m servi r de 
fonte de infecção. 
A const rução do esquema da cadeia do processo infeccioso fundamen-
ta-se na compreensão da infecção como resultante de uma part icular 
interação dos diversos fatores do agente, meio e hospedeiro. Mais espe-
cificamente,a infecção ocorreria quando o agente deixa o reservatório 
por diferentes vias de eliminação e, por meio de uma forma conveniente 
de t ransmissão, com maior ou menor part icipação do ambiente, intro-
duz-se no novo hospedeiro suscet ível pela via adequada de penet ração. 
Ref.: Waldman & Rosa. Vigilância em Saúde Pública, p. 64-5. 
Questõe s 50 a 54 
As cinco questões que se seguem, referentes a def inições usadas em 
Epidemiologia, devem ser respondidas de acordo com a chave abaixo: 
A) anfixenose. 
B) antroponose. 
C) antropozoonose. 
D) zooantroponose. 
E) zoonose. 
" Infecção transmit ida aos animais, a partir do reservatório humano". 
Resposta: (D) 
| " Infecção t ransmissível ao homem, cujo agente tem um ou mais animais 
como reservatório". 
Resposta: (E) 
EJ 52. " Infecção cuja t ransmissão se restringe aos seres humanos e assim estes 
representam o papel de reservatórios". 
Resposta: (B) 
32 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
^ 53. " Infecção cuja t ransmissão se processa de maneira intercambiável entre 
o homem e animais". 
Resposta: (A) 
E3 54. " Infecção transmit ida ao homem, a partir de reservatório animal". 
Resposta: (C) 
Forattini reúne, em vasto glossário de termos e expressões usados em 
epidemiologia, as seguintes relativas à infecção: 
• Anfixenose: infecção cuja t ransmissão se processa de maneira inter-
cambiável entre o homem e animais. 
• Antroponose: infecção cuja t ransmissão se restringe aos seres huma-
nos e assim estes representam o papel de reservatórios. 
• Antropozoonose: infecção transmit ida ao homem, a partir de reser-
vatório animal. 
• Fitonose: infecção t ransmissível ao homem, cujo agente tem vege-
tais como reservatórios. 
• Zooantroponose: infecção transmit ida aos animais, a partir do reser-
vatório humano. 
• Zoonose: infecção t ransmissível ao homem, cujo agente tem um ou 
mais animais como reservatório. 
Ref.: Foratt ini. Ecologia, epidemiologia e sociedade, p. 465-509. 
Questõe s 55 a 58 
Para cada acepção técnica ordenada abaixo, assinale o termo corres-
pondente conforme a seguinte chave: 
A) descontaminação. 
B) desinfecção. 
C) desinfestação. 
D) fumigação. 
E) limpeza. 
I "Qualquer processo que, mediante o uso de substâncias gasosas, per-
mite a dest ruição de animais, especialmente art rópodes e roedores" 
(OPAS). 
Resposta: (D) 
EPIDEMIOLOGIA BÁSI CA 33 
3 56. "Qualquer processo f ísico ou químico por meio do qual são dest ruí-
dos ou removidos do corpo de uma pessoa, suas roupas ou seu meio 
ambiental, assim como nos animais domést icos, seres animados indese-
jáveis, especialmente art rópodes e roedores" (OPAS). 
Resposta: (C) 
3 57. " Dest ruição de agentes infecciosos situados fora do organismo, 
mediante aplicação direta de meios físicos ou químicos" (OPAS). 
Resposta: (B) 
"Remoção, à força de esfregar e lavar com água quente, sabão ou deter-
gente adequado, ou at ravés de um aspirador, de agentes infecciosos ou 
matéria orgânica que ofereça condições favoráveis à sua sobrevivência 
e mult iplicação" (OPAS). 
Resposta: (E) 
As def inições são as que constam em glossário de Chin (ed.). Manual de Controle 
das Doenças Transmissíveis, p. 517-27. 
^ 59. Quando a cont inuidade na aplicação das medidas profilát icas resultar 
em redução da doença a níveis desprezíveis ou dificilmente detectáveis, 
diz-se que houve: 
A) controle do problema de saúde pública que representava. 
B) eliminação do problema de saúde pública por ele representado. 
C) controle da doença enquanto problema de saúde. 
D) erradicação do problema de saúde pública. 
E) exclusão do problema como prioridade em saúde. 
Resposta: 
(B) Para Foratt ini, quando a prevenção se restringe ao nível do organis-
mo, fala-se em prevençã o em sentido restrito e quando os meios pre-
ventivos são aplicados à população, o procedimento recebe o nome de 
profilaxi a ou controle . Afirma ainda que "quando a cont inuidade na 
aplicação das medidas profilát icas resultar em redução da doença a ní-
veis desprezíveis, diz-se que houve eliminaçã o do problema de Saúde 
Pública por ele representado". 
Ref.: Foratt ini. Ecologia, epidemiologia e sociedade, p. 268-9. 
60. Quando os fatores que const ituem a história natural de um agravo são 
atingidos de maneira a não mais subsist irem condições para o reapare-
cimento do mesmo, diz-se que houve: 
34 
A) profilaxia. 
B) controle. 
C) eliminação. 
D) erradicação. 
E) bloqueio epidemiológico. 
Resposta: 
(D) Na fase de eliminação de um problema de Saúde Pública, embora 
tenha havido desaparecimento das manifestações do agravo, persistem 
as condições e os fatores que const ituem a sua história natural. Por fim, 
quando até estes são atingidos, de forma não a não mais subsist irem 
condições para o reaparecimento da doença, diz-se que houve erradi -
cação . 
Ref.: Foratt ini. Ecologia, epidemiologia e sociedade, p. 269. 
[3 61. "A epidemia bíblica que atingiu os filisteus, segundo se lê nas escrituras, 
foi precedida de tão grande invasão de ratos, que, para apaziguar a ira 
divina, foram oferecidas ao Senhor cinco imagens desses animais escul-
turadas em ouro" (Prado, A. A.): 
A epidemia acima provavelmente foi a 
A) peste bubônica. 
B) peste pneumónica. 
C) tifo exantemát ico. 
D) leptospirose. 
E) febre maculosa. 
Resposta: 
(A) A relação direta com a prévia invasão de ratos leva à ident if icação da 
epidemia com a peste bubônica. 
Ref.: Prado. As Doenças Através dos Séculos, p. 2. 
[3 62. Sobre a história da Epidemiologia, tem-se: 
A) em um certo sentido, é possível dizer que a Epidemiologia nasceu 
com Galeno. 
B) os escritos de Galeno sobre a epilepsia e sobre a morbidade entre os 
citas antecipam o chamado raciocínio epidemiológico. 
C) a t radição esculapiana fez questão de sufocar o espírito da primazia 
do indivíduo sobre o grupo, base da democracia grega. 
D) os herdeiros de Hipócrates voltaram-se contra o individualismo, a fim 
de assegurarem a supremacia de sua prát ica. 
E) N.R.A. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 35 
Resposta: 
(E) Para Almeida Filho, em um certo sentido é possível dizer que a Epid-
miologia nasceu com Hipócrates. Os seus escritos sobre a epilepisia e 
sobre a morbidade entre os citas antecipam o chamado raciocínio epi-
demiológico. Contudo, a t radição esculapiana fez questão de conter o 
espírito da primazia do coletivo, base da democracia grega. Logo, se-
gundo aquele autor, os herdeiros de Hipócrates voltaram-se para o indi-
vidualismo além de fundamentar a supremacia de sua prát ica frente às 
dezenas de seitas que na Antiguidade prometiam a saúde para homem. 
Também, nesse sentido, a Epidemiologia morreu com Hipócrates. 
Ref.: Almeida Filho. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 6.ed. p. 1. 
gj 63. Desde a Ant iguidade, a doença que mais tem flagelado os militares, 
muitas vezes dizimando exércitos, é a: 
A) disenteria. 
B) peste. 
C) cólera. 
D) varíola. 
E) malária. 
Resposta: 
(A) A disenteria e as doenças disenteriformes são verdadeiras epidemias 
at ingem mult idões e muitas vezes dizimam exércitos. São conhecidas 
desde a Antiguidade. Embora a disenteria seja uma epidemia de âm-
bito generalizado, desde os tempos de Xerxes até a atualidade ela tem 
sido um flagelo para os militares. São muitos os registros de campanhas 
militares em que as epidemias de disenteria causaram grande repercus-
são pelas baixas entre as tropas; mesmo nas duas últ imas Guerras Mun-
diais, a disenteria representou um verdadeiro flagelo, causando terríveis 
transtornos aos serviços médicos militares. 
Ref.: Schreiber & Mathys. Infectio. p. 50. 
[3 64. A conquista do México por Hernán Cortez, em 1519, foi extremamente 
facilitada pela colaboração de uma doença infecciosa; trazida por um 
escravo de um oficial espanhol, essa enfermidade se propagou de forma 
epidêmica na população asteca, fazendo milhares de vít imas em curto 
tempo. Essa doença foi a(o): 
A) varíola. 
B) varicela. 
C) sarampo. 
D) sífilis. 
E)peste. 
MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
Resposta: 
(A) A varíola, que inexist ia na América pré-colombiana, propagou-se de 
modo dramát ico entre os astecas, produzindo dezenas de milhares de 
vít imas fatais no curso de poucas semanas. 
Ref.: Prado. As Doenças Através dos Séculos, p. 71. 
0 65. A int rodução da sífilis no Cont inente Europeu deu-se provavelmente 
como decorrência: 
A) de invasão das tropas cartanigesas de Aníbal. 
B) do retorno das Primeiras Cruzadas, que foram contaminadas em 
Jerusalém. 
C) da invasão mourisca à península ibérica. 
D) da volta dos conquistadores da América. 
E) dos fluxos comerciais entre navegantes das cidades-Estados italianos 
para a índia. 
Resposta: 
(D) Quando, no início da era moderna, os conquistadores voltaram da 
América, irrompeu na Europa uma epidemia de sífilis. Após seu apareci-
mento inicial em 1493, em Barcelona, ela ocorreu em toda a Espanha e 
por isso se tornou conhecida como a "doença espanhola". Poucos anos 
depois, t ambém surgia na Itália e na França e, quando se registraram 
os primeiros casos na Alemanha, em 1495, a sífilis tornou-se conhecida 
nos terras germânicas como a "doença francesa". Em 1496, a epidemia 
espalhou-se para os Países Baixos e, em 1497, alcançou as Ilhas Britâni-
cas. Apesar de a sífilis ter possivelmente ocorrido na Ásia antes de sua 
chegada à Europa, como suspeitam muitos historiadores da Medicina, 
parece haver pouca dúvida de que, de volta da América, marinheiros e 
soldados levaram a sífilis para o Velho Continente. 
Ref.: Schreiber & Mathys. Infectio. p. 50. 
0 66. No Novo Mundo, a hanseníase: 
A) exist ia na América pré-colombiana, entre os maias. 
B) exist ia na América pré-colombiana, entre os astecas. 
C) exist ia na América pré-colombiana, entre os incas. 
D) foi introduzida com a migração durante as fases de indust rialização. 
E) foi introduzida a partir dos conquistadores espanhóis e portugueses 
e da importação de escravos africanos. 
Resposta: 
(E) A hanseníase foi introduzida no Novo Mundo, a partir das conquistas 
espanholas e portuguesas, e da importação de escravos africanos. Du-
36 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 37 
rante o período da colonização, a América Latina tornou-se, gradat iva-
mente, uma nova área endémica mundial. 
Ref.: Brasil. Ministério da Saúde. Controle de Hanseníase. p. 16. 
E3| 67. 
|3 68. 
|| O clássico estudo epidemiológico que relata a associação entre o câncer 
de pele da região escrotal e a ocupação de limpador de chaminés foi 
desenvolvido no século XVIII por: 
A) Edward Jenner. 
B) John Snow. 
C) William Farr. 
D) Rigoni Sterni. 
E) Percival Pott. 
Resposta: 
(E) Foi Sir Percival Pott, médico londrino do século XVIII, quem primeiro 
estabeleceu a associação entre a ocupação de limpador de chaminés e 
o câncer de pele do escroto. Em Londres, assim como em outras cidades, 
o ofício de limpador de chaminés era exercido preferencialmente por 
rapazes e adolescentes de const ituição esbelta, os quais trabalhavam 
apenas com a "roupa de baixo" (calções da época), onde se acumulavam 
resíduos da combustão da lenha. Depois de alguns anos dessa prát ica, 
era comum o aparecimento do câncer do saco escrotal, região que fica-
va em contato mais direto com aqueles resíduos. 
Ref.: Armijo. Epidemiologia, p. 58. 
I A Revolução Industrial e sua economia polít ica trouxeram a noção e o 
fenómeno concreto da força de trabalho. O desgaste da classe t raba-
lhadora deteriorava profundamente suas condições de vida e de saúde, 
conforme foi relatado no cél re livro "As Condições da Classe Trabalha-
dora na Inglaterra em 1844", escrito por: 
A) Louis. 
B) Villermé. 
C) Chadwick. 
D) Engels. 
E) Virchow. 
Resposta: 
[D) "A revolução industrial e sua economia polít ica trouxeram a noção e 
o fenómeno concreto da força de trabalho. O desgaste da classe t raba-
lhadora deteriorava profundamente suas condições de vida e de saúde, 
segundo demonstram vários relatórios dos discípulos de Louis, René 
Villermé (1782-1863) na França e Edwin Chadwick (1800-1890) na Ingla-
38 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
terra. Nesta mesma linha, posteriormente Friedrich Engels escreveu o 
célebre livro As Condições da Classe Trabalhadora na Inglaterra em 1844, 
reconhecido por Breilh (1989) como "um dos trabalhos com assinala-
mentos mais decisivos para a formulação da epidemiologia científica". 
Ref.: Almeida Filho. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 6.ed. p. 5. 
|3 69. John Snow, médico inglês do século XIX, deu grande cont r ibuição à 
epidemiologia por seus estudos referentes à epidemia de: 
A) cólera. 
B) peste. 
C) sarampo. 
D) rubéola. 
E) varíola. 
Resposta: 
(A) John Snow foi indubitavelmente um dos maiores de vultos da ciên-
cia no século passado, tendo prestado cont ribuição valiosa em vários 
campos do saber médico, como anestesiologia, neonatologia, obstet rí-
cia, fisiologia etc. Por seus trabalhos e estudos sobre as epidemias de có-
lera, onde demonstrou o brilhantismo de seus raciocínio e inteligência, 
foi considerado o pai da Epidemiologia. Apesar do tempo, vale a pena 
ler o que escreveu. 
Ref.: Snow. In: OPAS - Publ. Cient., 505; Armijo. Epidemiologia, p. 49-58. 
[3 70. São doenças que exist iam na América pré-colombiana: 
A) bouba, bócio endémico e t r ipanossomíase sul-americana. 
B) febre amarela, varíola e doença de Chagas. 
C) peste, tuberculose e malária. 
D) malária, varíola e peste. 
E) doença de Chagas, peste e tuberculose. 
Resposta: 
(A) São citadas como componentes da nosografia brasileira, em 1500, a 
bouba, o bócio endémico, certas parasitoses e dermatoses, febres ines-
pecíficas, disenterias, afecções do aparelho respiratório como pneumo-
nia e pleuriz, afecções originadas de desvio alimentar, afecções e sinto-
matologia resultantes de envenenamentos e mordeduras por animais 
venenosos, ferimentos de guerra e acidentais. 
Ref.: Santos Filho. Pequena História da Medicina Brasileira, p. 105. 
EJ 71. Os estudos epidemiológicos que têm menor potencial de int rodução de 
vícios são os: 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 39 
A) de coorte. 
B) de casos e controles. 
C) ensaios clínicos randomizados 
D) transversais. 
E) de série de casos. 
Resposta: 
(C) O ensaio clínico randomizado por sua natureza aleatória e o seu ca-
ráter experimental são os que têm menor potencial de int rodução de 
vícios. 
Ref.: Lilienfeld & Lilienfeld. Fundamentos de Epidemiologia, p. 231. 
Os tipos mais comuns de delineamentos de pesquisa relatados na litera-
tura médica nos países desenvolvidos são os estudos: 
A) de série de casos. 
B) ecológicos. 
C) de prevalência. 
D) analít icos. 
E) experimentais. 
Resposta: 
(C) Os estudos de prevalência são os t ipos mais comuns de delineamen-
tos de pesquisa relatados na literatura médica, constituindo aproxima-
damente um terço dos art igos originais em grandes periódicos médicos. 
Ref.: Fletcher. Epidemiologia Clinica. 3.ed. p. 88-9; 4.ed. p. 87. 
O 72. 
^ 73. De um estudo de 600 pacientes que rec eram t ransfusão de sangue e 
de 700 que não a rec eram, 75 e 15, respectivamente, desenvolveram 
hepatite B durante os três anos de seguimento. 
O desenho desta pesquisa é 
A) série de casos. 
B) casos e controles. 
C) ecológico. 
D) coorte. 
E) ensaio clínico. 
Resposta: 
(D) O caráter prospectivo da invest igação que parte do fator em exposi-
ção e busca o desfecho clínico aponta claramente para o delineamento 
do tipo estudo de coorte. 
Ref.: AhIbom & Norell. Introduction to Modem Epidemiology. p. 48-62. 
MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
EJ74 . Em um estudo de associação entre leucemia e exposição a produtos 
de pet róleo usou-se o seguinte procedimento: de 50 casos de leu-
cemia aguda consecut ivos registrados no hospital foi determinada a 
exposição a produtos de pet róleo em história ocupacional; outros 100 
pacientes que rec eram tratamento no mesmo hospital por outras 
doenças que não o câncer foram submetidos ao mesmo instrumento de 
avaliação (adaptadode Ahlbom & Norell). 
O desenho deste estudo foi 
A) série de casos. 
B) casos e controles. 
C) ecológico. 
D) coorte. 
E) N.R.A. 
Resposta: 
(B) O caráter retrospectivo da invest igação, ou seja, partiu do desfecho 
clínico (no caso, leucemia ou não) e buscou-se a exposição ou não a pro-
dutos de pet róleo em história ocupacional levantada igualmente para 
os dois grupos, denota que o desenho do estudo é de casos e controles. 
Ref.: Ahlbom & Norell. Introduction to Modem Epidemiology. p. 48-62. 
Com o propósito de estudar o efeito da at ividade física sobre a ocor-
rência de doença coronária, um grupo de indivíduos fisicamente ativos 
é comparado com outro grupo de indivíduos fisicamente inativos em 
relação à prevalência da doença coronária. Considerando que existe a 
possibilidade da inatividade física ser, para alguns indivíduos, uma con-
sequência da doença em estudo, então, neste caso, o estudo apresenta 
um vício: 
A) de seleção. 
B) do observador. 
C) do observado. 
D) do observador e do observado. 
E) de informação. 
Resposta: 
(A) O vício de seleção está presente se a seleção de indivíduos nos dois 
grupos que serão comparados é afetada pela característ ica a ser analisa-
da. No exemplo, a at ividade física pode ser para alguns indivíduos uma 
consequência da doença coronária, levando a um vício de seleção no 
estudo enfocado. 
Ref.: Ahlbom & Norell. Introduction to Modem Epidemiology. p. 46. 
40 
E| 75. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 41 
[3 76. 
E| 77. 
Dietz examinou a efet ividade da cesária post mortem numa tentat iva 
de salvar o b ê, a partir de 105 casos apresentados em relatos de caso 
e de 72 de um único estudo na comunidade e encontrou que 57% das 
crianças descritas nos relatos de caso sobreviveram e 15% das crianças 
do estudo de base comunitária sobreviveram. Esse contraste pode ser 
explicado principalmente: 
A) pela maior destreza dos obstetras dos relatos de caso. 
B) pela menor competência dos obstetras que trabalham na comuni-
dade. 
C) por vícios de seleção, tanto dos autores de artigos como dos editores 
dos periódicos. 
D) pelas grandes diferenças em número de casos envolvidos na compa-
ração. 
E) diferenças de risco entre os grupos de gestantes. 
Resposta: 
(C) Amiúde, quando um investigador conclui uma pesquisa que teve re-
sultados negativos, este se sente desmotivado a publicar seus achados; 
da mesma forma, muitos editores de periódicos relutam em aprovar 
para publicação artigos com resultados negativos. 
Ref.: Fletcher. Epidemiologia Clínica. 3.ed. p. 268-9; 4.ed. p. 243-4. 
h op-o\ i k:oo<o u r n Ci Jí ^ ' no 'iOcUMD n.?̂ ' ? +>OÍA ; i 
As associações baseadas em relatos de casos devem ser: 
A) sistemat icamente rejeitadas porque esses estudos não t êm grupo 
controle. 
B) encaradas como hipóteses a serem testadas com métodos mais for-
tes. 
C) aceitas com restrições porque têm controle não pareado. 
D) refutadas porque tais pesquisas não têm validade cient íf ica. 
E) N.R.A. 
Resposta: 
(B) Os relatos de casos não têm grupo controle e são atemporais, o que 
reduz sua validade cient íf ica, todavia, seus achados podem compor pis-
tas para invest igação por métodos de maior validade. 
Ref.: Fletcher. Epidemiologia Clínica. 2.ed. p. 249-50; 3.ed. p. 218-21. 
El 78. Para ser est imado o tamanho da amostra necessária em um ensaio 
clínico randomizado é necessário especificar os seguintes parâmetros, 
EXCETO 
A) a diferença nas taxas de resposta a ser detectada. 
MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
B) uma estimativa da taxa de resposta em um dos grupos. 
C) o nível de signif icância estat íst ica (a). 
D) o valor do poder desejado (1 -p). 
E) a disponibilidade de recursos. 
Resposta: 
(E) Para ser estimado o tamanho da amostra necessária em um ensaio 
clínico randomizado é necessário especificar: a diferença nas taxas de 
resposta a ser detectada, uma estimativa da taxa de resposta em um dos 
grupos, o nível de signif icância estat íst ica (a), o valor do poder desejado 
(1-P) e se o teste deve ser unicaudal ou bicaudal. 
Ref.: Gordis. Epidemiology. p. 101. 
|3 79. Com respeito à aleatorização nos ensaios clínicos, assinale a FALSA. 
A) Elimina o vício da alocação do tratamento. 
B) Pode equilibrar os grupos de tratamento em covariáveis. 
C) Garante a validade dos testes de signif icância usados para comparar 
o tratamento. 
D) Exclui os fatores de confusão. 
E) Aloca as pessoas aos grupos de tratamento usando o jogo de azar. 
Resposta: 
(D) Nos ensaios clínicos, a aleatorização representa o procedimento de 
alocar as pessoas aos grupos de tratamento usando o jogo de azar. A 
aleatorização elimina o vício da alocação do tratamento; se o tamanho 
da amostra é suficientemente grande, pode equilibrar os grupos de 
tratamento em co-variáveis (suscetibilidade, controle dos vícios, fato-
res prognóst icos); garante a validade dos testes de signif icância usados 
para comparar o tratamento, mas não exclui os fatores de confusão. 
Ref.: Jenicek. Epidemiologia: la lógica de la medicina moderna.p. 228-32. 
Das afirmativas seguintes sobre ensaios cegos, assinale a correta. 
A) A melhor maneira de proteção contra vícios das idéias preconcebi-
das do investigador e do part icipante é realizar o ensaio duplo cego. 
B) O ensaio é simples cego quando apenas os experimentados conhe-
cem a dist ribuição dos grupos. 
C) Nos estudos triplos cegos os patrocinadores ou financiadores da 
pesquisa intencionalmente ignoram a posição dos part icipantes no 
ensaio. 
D) Efetuar ensaios cegos é de menor importância quando os resultados 
têm que ser avaliados subjet ivamente. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 43 
E) Condições graves e desfecho fatal não devem ser trabalhados com 
ensaios cegos. 
Resposta: 
(A) A melhor maneira de proteção contra vícios das idéias preconcebi-
das do investigador e do part icipante é realizar o ensaio duplo cego, 
onde nem o experimentador nem o part icipante conhecem o grupo a 
que este pertence. O ensaio é simples cego quando apenas os experi-
mentadores conhecem a dist ribuição dos grupos. Nos estudos triplos 
cegos t am b ém os r esponsávei s pela anál i se dos dados ignoram a po-
sição dos part icipantes no ensaio. Efetuar ensaios cegos é da maior im-
portância quando os resultados têm que ser avaliados subjet ivamente. 
Não é contudo tão essencial se a medida do resultado for a morte ou um 
acidente vascular cerebral. 
Ref.: Mausner & Bahn. Introdução à Epidemiologia, p. 287-8. 
|3 81. Das seguintes afirmativas sobre o efeito plac o, assinale a correta. 
A) É at ribuível à esperança de que o regime terá um efeito. 
B) É devido ao poder da sugestão, ou seja, tem necessariamente que ter 
um efeito. 
C) É qualquer efeito at ribuível às propriedades farmacológicas de pílula, 
poção ou procedimento, mas não específicas. 
D) Sua prát ica deve ser coibida porque representa um atraso para a 
ciência médica. 
E) Pode ser responsável por mais da metade dos muitos efeitos do t ra-
tamento. 
Resposta: 
(A) O efeito placebo é at ribuível à esperança de que o regime terá um 
efeito, isto é, devido ao poder da sugestão, ou seja, pode aparentar que 
tem um efeito. É qualquer efeito at ribuível a pílula, poção ou procedi-
mento, mas não as suas propriedades farmacológicas ou específ icas. 
Na prát ica, o efeito placebo não é necessariamente uma coisa má. Se 
o placebo atua em benefício do paciente, porque não prescrever um 
placebo? O efeito placebo pode ser responsável por até um máximo de 
30% de muitos efeitos do tratamento. 
Ref.: Jenicek. Epidemiologia: la lógica de la medicina moderna, p. 231. 
[3 82. É uma vantagem de estudos terapêut icos com grupos de controle histó-
ricos 
A) estão isentos do vício de seleção. 
B) monitora as mudanças importantes no tempo de outras variáveis 
intervenientes. 
C) torna mais fácil o cálculo de níveis de signif icância. 
44 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
D) é fácil convencer aos colegas da importância dos achados.E) o baixo custo produzido na busca de informações do passado. 
Resposta: 
(E) Os estudos de intervenção com grupos de controle históricos têm 
vantagem do baixo custo, porém, apresenta debilidades notórias, como: 
estão sujeitos ao vício de seleção; pode haver mudanças importantes no 
tempo quanto a outras variáveis intervenientes (padrões de referência, 
provas diagnosticas, procedimentos de estadiamento e outros fatores); 
é difícil convencer aos colegas da importância dos achados, em que 
pese o baixo custo produzido na busca de informações do passado, é 
mais difícil encontrar fundos para esses estudos, em comparação com 
os ensaios clínicos randomizados. 
Ref.: Jenicek. Epidemiologia: la lógica de la medicina moderna.p. 235. 
83. Em um ensaio clínico dito "duplo-cego" a dist r ibuição dos indivíduos 
aos grupos experimental e de controle é desconhecida por 
A) observado e observador. 
B) observado e analista de dados. 
C) observador e analista de dados. 
D) observador e pesquisador principal. 
E) observado, observador e analista de dados. 
Resposta: 
(A) Um ensaio clínico exige a observação de cada um dos part icipantes 
com respeito ao tratamento que se está avaliado. Um dos procedimen-
tos que se adota para afastar as fontes de erros nas observações é con-
duzi-lo como "duplo cego", onde o observado (sujeito) e o observador 
(pesquisador) ignoram a alocação dos grupos em experimental e de 
controle; no "triplo cego", além do observado e do observador, quem 
vai analisar os dados desconhece o grupo ao qual pertence um dado 
indivíduo ou mesmo qual a condição de cada grupo. 
Ref.: Lilienfeld & Lilienfeld. Fundamentos de Epidemiologia, p. 238; Guerrero etal. 
Epidemiologia, p. 124-3. 
^ 84. "É um experimento que utiliza um grupo de indivíduos com um todo 
para determinar a efetividade de um medicamento ou de um procedi-
mento". Esta definição aplica-se ao 
A) ensaio clínico randomizado. 
B) ensaio clínico não randomizado. 
C) ensaio na comunidade. 
D) quase-experimento. 
E) estudo de coorte. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 45 
Resposta'-
(C) Há duas formas básicas de experimentos em epidemiologia: ensaios 
clínicos e ensaios na comunidade. Nos ensaios clínicos a eficácia de um 
agente ou procedimento preventivo ou terapêut ico é testada em pes-
soas, individualmente; os ensaios na comunidade utilizam um grupo de 
indivíduos como um todo para determinar a efetividade de um medica-
mento ou de um procedimento. 
Ref.: Lilienfeld & Lilienfeld. Fundamentos de Epidemiologia, p. 230. 
|3 85. O risco at ribuível na população é igual 
A) a diferença da incidência entre expostos e não expostos (IE-IÈ). 
B) a razão da incidência entre expostos e não expostos (IE/ IÊ). 
C) ao risco at ribuível vezes a prevalência da exposição a um fator de 
risco. 
D) ao risco at ribuível dividido pela prevalência da exposição a um fator 
de risco. 
E) ao risco relativo dividido pela população em risco. 
R»sr osU: 
(C) O risco at ribuível na população determina a incidência da doença 
numa população associada com a ocorrência de um fator de risco. É 
uma medida do excesso de incidência de doença em uma comunida-
de, associada com a presença de um fator de risco. É obtido por meio 
da mult iplicação do risco at ribuível pela prevalência da exposição a um 
fator de risco. 
Ref.: Fletcher. Epidemiologia Clínica. 3.ed. p. 114-8; 4.ed. p. 109-13. 
Q3 86. A fração at ribuível na população é igual ao 
A) risco at r ibuível mult iplicado pela prevalência da exposição a um 
fator de risco. 
B) risco at ribuível dividido pela prevalência da doença em estudo. 
C) risco relativo vezes a população exposta ao fator risco. 
D) risco at ribuível na população mult iplicado pela incidência nos expos-
tos. 
E) risco at ribuível na população dividido pela incidência total da doença 
em uma população. 
Resposta'-
(E) A fração at ribuível na população descreve a fração da ocorrência da 
doença em uma população que está associada a um fator de risco. É 
obtida dividindo-se o risco at ribuível na população pela incidência total 
da doença nessa população. 
Ref.: Fletcher. Epidemiologia Clínica. 3.ed. p. 114-8; 4.ed. p. 109-13. 
46 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
Í 
i 
0 J 87. Dos seguintes riscos relativos (RR) e respectivos intervalos de confiança 
de 95% [IC] pode ser considerado fator de risco para uma determinada 
doença 
A) RR = 0,8;IC [0,6-1,2] . 
B) RR = 1,0; IC [0,7 -1,4] . 
C) RR = 2,1; IC [1,8 -2,4] . 
D) RR = 4,0;IC [0,9-5,8] . 
E) N.R.A. 
Resposta: 
(C) Quando o risco relativo (RR) supera 1,0, tem-se provavelmente um 
fator de risco; a caracterização se se trata de fator de risco, considerando 
que não há vícios no desenho e na análise do estudo, depende do inter-
valo de confiança obtido, o qual não deverá conter a unidade. Assim, na 
questão, os RR = 2,2 e RR = 4,0 atendem ao primeiro requisito, mas so-
mente o primeiro tem intervalo de confiança que não inclui a unidade. 
J Ref.: Coutinho. In: Medronho. Epidemiologia, p. 452-3. 
03 88. O modelo de causalidade para tuberculose mostra que a exposição ao 
bacilo de Koch na t ransmissão da doença. 
I A) é condição necessária e suficiente. 
B) é condição necessária mas não suficiente. 
J C) não é condição necessária e suficiente. 
D) fundamenta a sua unicausalidade. 
E) exemplifica a possibilidade de uma causa isolada ser t ambém sufi-
ciente. 
Resposta: 
(B) A exposição do bacilo de Koch é condição necessária para o desen-
volvimento da tuberculose; no entanto, a exposição ao bacilo não é su-
ficiente para a instalação dessa doença. 
Ref.: Ahlbom & Norell. Introduction to Modem Epidemiology. p. 34-8. 
^ 89. Quanto à Epidemiologia Clínica como disciplina, assinale a FALSA. 
A) A epidemiologia clínica é a ciência que faz predições sobre pacientes 
individuais contando eventos clínicos em pacientes similares. 
B) Usa métodos cient íficos sólidos, em estudos de grupos de pacientes 
! para assegurar que as predições sejam corretas. 
C) Seu objetivo é desenvolver e aplicar métodos de observação clínica 
que levem a conclusões válidas. 
í D) Suas conclusões tornam-se isentas de erros sistemát icos e/ou aleató-
rios por conta do rigor cient ífico que adota. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 47 
E) É importante para obter informação de que os clínicos precisam para 
tomar decisões acertadas no cuidado de seus pacientes. 
Resposta: 
(D) "Epidemiologia clínica é a ciência que faz predições sobre pacientes 
individuais contando eventos clínicos em pacientes similares e usando 
métodos cient íficos sólidos, em estudos de grupos de pacientes para 
assegurar que as predições sejam corretas. O objetivo da epidemiologia 
clínica é desenvolver e aplicar métodos de observação clínica que levem 
a concl usões vál i das, evi t ando ser enganado por erro si st emát i co e alea-
tório. É uma abordagem importante para obter o t ipo de informação 
que os clínicos precisam para tomar decisões acertadas no cuidado de 
seus pacientes." 
Ref.: Fletcher. Epidemiologia Clínica. 3.ed. p. 12; 4.ed. p. 21. 
El 90. Os eventos clínicos de interesse em Epidemiologia Clínica podem ser 
estudados diretamente em 
A) seres humanos intactos, somente. 
B) animais, somente. 
C) partes de seres humanos, somente. 
D) seres humanos intactos e animais, somente. 
E) seres humanos intactos, partes de seres humanos e animais. 
Resposta: 
(A) Os eventos clínicos de interesse primário em epidemiologia clínica 
são os desfechos clínicos que mais preocupam os pacientes e aqueles 
que prestam seu atendimento. São os eventos que os médicos tentam 
entender, predizer, interpretar e mudar no cuidado de seus pacientes. 
Uma dist inção importante entre Epidemiologia Clínica e as outras ciên-
cias médicas é que os eventos de interesse em epidemiologia clínica só 
podem ser estudados diretamente em seres humanos intactos e não em 
animais ou em partes de seres humanos, como transmissores humorais, 
cultura de tecido, membranas celulares e sequência genét ica.Ref.: Fletcher. Epidemiologia Clínica. 3.ed. p. 15; 4.ed. p. 22-3. 
E| 91. A t ransição epidemiológica nos países em desenvolvimento é caracteri-
zada em geral por uma 
A) redução da morbimortalidade por doenças infecciosas e um predo-
mínio de doenças crônico-degenerat ivas. 
B) redução da morbimortalidade por doenças crônico-degenerat ivas e 
um predomínio das doenças infecciosas. 
C) importante redução da morbimortalidade por doenças infecciosas e 
crônico-degenerat ivas. 
48 MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
D) coexistência de doenças infecciosas e crônico-degenerat ivas como 
importantes causas de morbimortalidade. 
E) proeminência das mortes por causas maternas e das violências. 
Resposta: 
(D) O glossário de Epidemiologia, recorrendo a Vermelho, Monteiro 
(2002), faz alusão à Transiçã o epidemiológica , com a seguinte descri-
ção: "Mudança nos padrões de mortalidade e morbidade de uma comu-
nidade, concomitantemente à t ransição demográf ica. De uma forma 
mais abrangente, ela incorpora as mudanças dos padrões de saúde e 
doença, mortalidade, fecundidade e estrutura por idades, além dos de-
terminantes socioeconómicos, ecológicos, de estilo de vida e de suas 
consequências para os grupos populacionais. Segundo Omram, à me-
dida que os países atingem níveis de desenvolvimento mais elevados, 
as melhorias das condições sociais, económicas e de saúde causam a 
t ransição de um padrão de expectat iva ou esperança de vida baixa, 
com altas taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias 
em faixas de idade precoces, para um aumento das mortes por doenças 
não-t ransmissíveis." 
Ref.: Barbosa & Machado. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p.692. 
03 92. A t ransição epidemiológica nos países mais desenvolvidos (EUA e 
Europa Ocidental) é atualmente caracterizada em geral por 
A) coexistência de doenças infecciosas e crônico-degenerat ivas como 
importantes causas de morbimortalidade. 
B) redução da morbimortalidade por doenças crônico-degenerat ivas e 
um predomínio das doenças infecciosas. 
C) importante redução da morbimortalidade por doenças infecciosas e 
crônico-degenerat ivas. 
D) proeminência de doenças crônico-degenerat ivas, mas com t endên-
cia de estabilização ou de declínio entre algumas doenças cardiovas-
culares. 
E) redução da morbimortalidade por doenças infecciosas e um predo-
mínio de doenças crônico-degenerat ivas. 
Resposta: 
(D) A t ransformação na estrutura etária da mortalidade associada com a 
t ransição demográf ica leva à t ransição em sua estrutura de causas que 
tem sido denominada de "t ransição epidemiológica" (Omran, 1971 apud 
Silva, 1999). Esse autor identificou três fases ou estágios nessa t ransição: 
a idade da peste e da fome, a idade do recuo das epidemias, e a ida-
de das doenças degenerativas e produzidas pelo homem. Olshansky & 
Ault (1986 apud Silva, 1999) propuseram uma quarta fase na t ransição 
epidemiológica - a idade da "postergação das doenças degenerativas". 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 49 
Esta fase foi sugerida por causa do progressivo declínio nas taxas de 
mortalidade por algumas doenças crónicas associadas a firmes ganhos 
em esperança de vida nos EUA e em outros países industrializados. Já 
em 1996, Omran apud Silva (1999) acrescentou a quinta fase: período de 
longevidade paradoxal, emergência de doença enigmát icas e capacita-
ção tecnológica para a sobrevivência do inapto. 
Ref.: Silva. Mortalidade por Causas Evitáveis em Fortaleza, p.39; Vermelho & Mon-
teiro. In: Medronho etal. Epidemiologia, p.92. 
[3 93. Sobre as doenças crónicas, considere as afirmativas seguintes: 
I. As doenças crónicas apresentam uma evolução de longa duração e 
podem ser usadas como sinónimo de não infecciosas, embora. 
II. As doenças crônico-degenerat ivas são reconhecidas como as cate-
gorias de afecções como as doenças cardíacas, cerebrovasculares, as 
neoplasias, o diabetes etc. 
III. Muitas doenças infecciosas podem ser crónicas e algumas delas 
apresentam um processo degenerativo. 
IV. As doenças não infecciosas são caracterizadas por ausência de micro-
organismos no modelo epidemiológico, pela não transmissibilidade, 
pelo longo curso clínico e pela irreversibilidade. 
Estão corretas 
A) somente II e III. 
(C) As doenças crónicas apresentam uma evolução de longa duração e 
podem ser usadas como sinónimo de não infecciosas, embora muitas 
doenças infecciosas sejam crónicas. As doenças crônico-degenerat ivas 
são reconhecidas como as categorias de afecções como as doenças car-
díacas e as cerebrovasculares, as neoplasias, o diabetes, a hipertensão, 
as doenças auto-imunes etc. Mas algumas doenças infecciosas podem 
apresentar um processo degenerativo. As doenças não infecciosas são 
as patologias caracterizadas por ausência de microorganismos no mo-
delo epidemiológico, pela não transmissibilidade, pelo longo curso clí-
nico e pela reversibilidade. 
Ref: Lessa. O adulto brasileiro e as doenças da modernidade; Pereira. Epidemiolo-
gia. 
B) somente I e III. 
C) somente I, II e III 
D) somente I, II e IV. 
E) todas (I a IV) 
Resposta: 
El 94. As doenças crónicas não-t ransmissíveis (DCNT) são caracterizadas por 
incluir doenças com curso clínico em geral: 
MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 
A) lento, prolongado e permanente. 
B) lento, prolongado e assintomát ico. 
C) rápido, prolongado e permanente. 
D) rápido, prolongado e assintomát ico. 
E) lento, curto e permanente. 
Resposta: 
(A) As doenças crónicas não-t ransmissíveis (DCNT) são caracterizadas 
por incluir doenças com: história natural prolongada; mult iplicidade de 
fatores de risco complexos; interação de fatores et iológicos conhecidos 
e desconhecidos; longo período de latência; longo curso assintomát ico; 
curso clínico em geral lento, prolongado e permanente; evolução para 
; graus variados de incapacidade ou morte. 
Ref.: Lessa. O adulto brasileiro e as doenças da modernidade. 
Q3 95. São característ icas gerais das doenças não t ransmissíveis, EXCETO: 
A) mult iplicidade de fatores de riscos complexos. 
B) interação de fatores et iológicos desconhecidos. 
C) curto período de latência. 
D) longo curso assintomát ico. 
E) evolução para incapacidade. 
Resposta: 
(C) As doenças crónicas não-t ransmissíveis são representadas por um 
grupo de doenças com história natural prolongada, caracterizada por: 
mult iplicidade de fatores de riscos complexos; interação de fatores et io-
lógicos desconhecidos, longo período de latência; longo curso assinto-
mát ico, manifestações clínicas, em geral de curso crónico, com períodos 
de remissão e exacerbação; e evolução para incapacidade. 
Ref.: Malta etal. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 7.ed. p. 273. 
03 96. São exemplos de doenças não-t ransmissíveis de longo período de 
latência, longo curso assintomát ico e longa duração clínica: 
A) hipertensão, infarto do miocárdio e leucemias agudas. 
B) hipertensão, infarto do miocárdio e diabetes t ipo II. 
C) hipertensão, diabetes melittus não-insulino dependente e osteoartri-
tes. 
D) esquizofrenia, diabetes melittus não-insulino dependente e câncer de 
pâncreas. 
E) esquizofrenia, diabetes melittus não-insulino dependente e leuce-
mias aguda. 
CAP. 1 • EPIDEMIOLOGIA BÁSICA 51 
0 J 97. 
Resposta'-
(C) São exemplos de doenças crónicas não-t ransmissíveis (DCNT) de 
longo período de latência, longo curso assintomát ico e longa duração 
clínica: hipertensão, diabetes mellitus não-insulino-dependente, os-
teoartrites e a maioria dos cânceres. São exemplos de DNT de longo 
período de latência e curta duração clínica: episódios agudos de esqui-
zofrenia e de doença cardiovascular; infarto do miocárdio; câncer de 
pâncreas e alguns tipos de leucemias agudas. 
Ref.: Silva Jr. In: Rouquayrol. Epidemiologia & Saúde. 6.ed. p. 294-5. 
A classif icação dos fatores de risco (ou determinantes) para as doenças 
crónicas não-t ransmissíveis (DCNT) considera como passíveis de serem 
modificados pela adoção de ações de promoção

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