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21/08/2020 Disciplina Portal
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Mediação de Con�itos
Aula 1 - Introdução aos mecanismos de
resolução de con�itos
INTRODUÇÃO
Nesta primeira aula, você vai compreender o porquê da necessidade atual de se entender o diálogo entre as pessoas
como forma de buscar a paci�cação social. Essa realidade exige uma mudança de paradigma nas atuações do
indivíduo e da sociedade no que diz respeito à resolução de con�itos.
Ao �nal da era industrial, o homem tinha que se adaptar aos produtos oferecidos e se contentar com uma demanda
maior que a oferta. Nesse momento, o foco deixou de ser o produto e passou a ser a(s) necessidade(s) do homem.
Começaram a surgir preocupações quanto às relações estabelecidas entre as pessoas e um olhar mais atento às
diferenças entre elas.
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Esse foi o início de propostas de resoluções de con�itos mais direcionadas ao respeito e ao diálogo. Com base nisso,
veio (e vem) ganhando aderência e consistência a utilização de outros métodos de resolução dos con�itos, que se
caracterizaram pelo rompimento com as formas tradicionais do direito processual (formal), passando-se a buscar a
adoção de procedimentos mais simples e informais.
OBJETIVOS
Reconhecer o acesso à justiça como direito humano básico;
Identi�car a mudança de paradigma que vem ocorrendo na resolução de con�itos, seja no Judiciário, seja em outros
contextos;
Comparar os mecanismos alternativos de resolução de con�itos.
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ACESSO À JUSTIÇA
VOCÊ SABIA?
O acesso à justiça é direito fundamental do ser humano, reconhecido pelas declarações de Direitos Humanos, como a
Convenção Americana de Direitos Humanos (glossário) (Pacto de São José da Costa Rica) e a Convenção Europeia de
Direitos Humanos (glossário).
É direito fundamental não apenas o simples acesso ao Poder Judiciário, mas também, e principalmente, a tutela
jurisdicional efetiva, rápida e sem demoras indevidas. Isto signi�ca dizer que o Estado deve ser considerado
responsável pelos prejuízos que causa quando não presta a e�ciente tutela jurisdicional, ou seja, quando não respeita,
por omissão, o direito humano fundamental de real acesso à justiça.
O aumento da demanda de processos no Judiciário foi fruto de uma ampliação dos direitos dos cidadãos, entre eles, o
direito do acesso à justiça do período após a Constituição de 1988.
http://www.cidh.oas.org/basicos/portugues/c.convencao_americana.htm
http://www.oas.org/es/cidh/expresion/showarticle.asp?artID=536&lID=4
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O que percebemos, na atualidade, é que os limites do Judiciário, que eram organizados buscando uma precisão, estão
com seu alcance diminuído. A expansão da informática, dos meios de comunicação e dos transportes vão
estabelecendo múltiplas redes de relacionamento. O formalismo demanda tempo para a solução dos litígios, e o tempo
é inimigo da efetividade da função paci�cadora.
O Judiciário foi estruturado para atuar sob a orientação de Códigos, cujos prazos e procedimentos tornaram-se
incompatíveis com as várias lógicas, processos decisórios, ritmos e tempos, presentes em nosso mundo globalizado.
Estamos no tempo da simultaneidade, com um Judiciário ainda sem meios materiais e técnicos para acompanhar esse
contexto cada vez mais complexo.
A garantia ao acesso à justiça deve ser entendida, então, como uma garantia que vai além do simples ingresso no
Poder Judiciário. Nesse contexto, tendem a se desenvolver outros procedimentos jurisdicionais como a negociação, a
conciliação, a mediação e a arbitragem, como formas alternativas para alcançar a informalidade, a celeridade e a
praticidade.
Atenção
, Antes de continuar sua leitura nesta página, leia sobre a Mudança de paradigma (galeria/aula1/docs/a01_t02.pdf).
MECANISMOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
http://estacio.webaula.com.br/cursos/DIS065/galeria/aula1/docs/a01_t02.pdf
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Fonte da Imagem: retrorocket / Shutterstock
É de fato, uma realidade, que devemos recorrer, só em casos indispensáveis, aos tribunais para resolver nossas
controvérsias. Não apenas pela demora, pela falta de e�ciência, mas, sobretudo para alcançar outros objetivos. É
necessário modernizar a prestação jurisdicional, adequando-a a nossa realidade. Isto quer dizer, torná-la mais
democrática, mais justa, mais humana. E para isso devemos mudar nossas mentalidades em relação aos con�itos
entre nós mesmos e a maneira de solucioná-los. Aceitar a possibilidade de, através da utilização de métodos
alternativos e pací�cos de resolução desses con�itos, conciliarmos nossos interesses e alcançarmos a paz tão
desejada. É, sem dúvida, resolvendo nossas controvérsias paci�camente, conciliando nossos interesses e
conquistando a paz, que teremos a certeza de sempre estarmos alcançando a verdadeira justiça.
Vamos então ver os principais métodos já citados quando vimos o Acesso à justiça.
VÍDEO
Você, possivelmente, já participou de uma negociação no decorrer de sua vida. Concorda que a negociação é o
caminho natural nas relações humanas para a resolução de con�itos?
Com frequência, em nossas vidas, temos de negociar algumas questões. Tais situações tornaram-se tão comuns que,
algumas vezes, não percebemos que estamos diante de uma negociação. Em vários momentos, sejam eles no convívio
social e familiar, em uma loja, na Universidade, no trânsito ou no trabalho, estamos vivenciando relações com
contínuas propostas e contrapropostas.
Assista a um exemplo de negociação em uma cena do �lme O Amor Custa Caro, estrelado por Catherine Zeta-Jones e
George Clooney.
DEFINIÇÃO
A negociação pode ser de�nida como uma relação que duas ou mais pessoas estabelecem a respeito de um assunto, visando
encontrar posições comuns e chegar a um acordo que seja vantajoso para todos.
DINÂMICA
A negociação inicia-se quando há diferença de posições entre as partes. No entanto, ela só existe se houver interesse das partes
em tentar chegar a um acordo. Dessa forma, respeitar o outro é uma norma que existe em qualquer negociação.
AS PARTES
É preciso �car claro que as pessoas não são consideradas inimigas em uma negociação. Muito pelo contrário, são vistas como
colaboradoras, trabalhando para eliminar as diferenças existentes e chegar a um acordo aceitável por todos. Quando negociamos,
enfrentamos os problemas e não as pessoas.
META DA NEGOCIAÇÃO
Buscar um acordo que satisfaça as necessidades de todos os envolvidos. Deve-se tentar chegar a uma solução equitativa que
inclua os pontos de vista e interesses de todos os envolvidos.
Assim, todos os envolvidos considerarão o acordo como algo construído por todos, e não como uma solução imposta.
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En�m, todos sairão satisfeitos de uma negociação, com a intenção de cumprir o que foi combinado e com o interesse de manter
essa relação que teve um resultado tão vantajoso para todos.
Voltaremos à negociação na aula 5.
CONCILIAÇÃO
Conciliar, se olharmos os dicionários, signi�ca harmonizar-se, alcançar paci�cação. A tentativa de conciliação prevê,
portanto, a expressão maior do pacto social entre as partes. Vamos aprofundar um pouco mais esse signi�cado.
CONCEITO
Conciliação é uma forma de resolução de controvérsias na relação de interesses administrada por um Conciliador
(investido de autoridadeou indicado pelas partes), a quem compete: aproximar as partes, controlar as negociações,
aparar as arestas, sugerir e formular propostas, apontar vantagens e desvantagens. O objetivo do conciliador é sempre
o de estabelecer uma composição do litígio pelas partes.
O CONCILIADOR
A participação ativa do conciliador, como instrumento e garantia de possibilidade de acordo, a renovação da proposta
pelo juízo e o bom senso das partes e dos advogados são questões fundamentais. Empenho e técnica, assim como o
tratamento respeitoso, farão com que as partes, diante da resposta rápida e e�ciente através da conciliação, sejam
vistas como o próprio �m da prestação jurisdicional.
CARACTERÍSTICAS DA CONCILIAÇÃO
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A conciliação tem suas próprias características. Além da administração do con�ito por um terceiro imparcial, esse
conciliador tem a prerrogativa de poder sugerir um possível acordo, após avaliar as vantagens e desvantagens que tal
proposta acarretaria para as pessoas.
AMPARO LEGAL
Em resposta aos anseios sociais e em atendimento ao mandamento constitucional, contido no artigo 98 da
Constituição da República Federativa do Brasil (1988) (glossário), o Legislativo editou e aprovou a Lei 9.099/95. Os
Juizados Cíveis e Criminais, de que trata essa lei, são órgãos da Justiça criados para conciliação, processo, julgamento
e execução, nas causas de sua competência, disciplinadas por essa lei. O processo, nesses Juizados, orientar-se-á
pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
JUIZADOS E JUSTIÇA DO TRABALHO
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O Juizado Especial Cível (JEC) tem competência para a conciliação, processo e julgamento de causas cíveis de menor
complexidade. O Juizado Especial Criminal (JECRIM) também tem competência para a conciliação, julgamento e
execução de infrações penais de menor potencial ofensivo, tais como as contravenções penais e os crimes que a lei
comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa, excetuando os casos em que a lei prevê
legislação especial.
Atenção
, A conciliação é também consagrada na Justiça do Trabalho para prestigiar o espaço de autonomia das vontades individuais,
buscando uma solução negociada de con�itos entre patrão e empregado.
ARBITRAGEM
Você já ouviu falar em Arbitragem?
A arbitragem já estava prevista em nossas leis há muito tempo, e, segundo alguns autores, ganhou força apenas em
1996, quando foi editada a Lei 9.307 – Lei de Arbitragem.
A arbitragem é um meio privado e alternativo de solução de controvérsias extrajudiciais de direito patrimonial
disponível nas áreas cível, comercial e trabalhista. Ela pode ser usada para resolver problemas jurídicos sem a
participação do Poder Judiciário. É um mecanismo voluntário: ninguém pode ser obrigado a se submeter à arbitragem
contra sua vontade.
Instrumentos da arbitragem
Os instrumentos que podem ser utilizados na arbitragem são a cláusula compromissória (glossário) e o compromisso
arbitral (glossário).
Esses dois instrumentos levam as partes para a arbitragem e excluem a participação do Judiciário, desde que a
escolha pela arbitragem tenha sido feita livremente por todos os envolvidos.
Adesão das partes
É importante destacar que ninguém pode ser obrigado a assinar um compromisso arbitral ou um contrato que
contenha a cláusula compromissória.
Contudo, se os envolvidos já �zeram livremente a opção pela arbitragem no passado, não poderão voltar atrás no
futuro e desistir dela, caso surja algum problema. Somente será possível recorrer ao Judiciário se tiver ocorrido uma
violação grave do direito de defesa, bem como em outras situações bem limitadas.
INDICAÇÃO DE LINK
Para saber mais sobre esse assunto, leia a Lei de Arbitragem comentada (glossário).
MEDIAÇÃO
Nesta aula, não é o nosso objetivo descrever detalhadamente a mediação, mas apresentá-la com o objetivo de que
você possa diferenciá-la dos demais meios alternativos de resolução de con�itos.
A Mediação é um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, na qual um terceiro, imparcial, de
con�ança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), livre e voluntariamente escolhido por elas, intervém, agindo como
um “facilitador”, um catalisador, que, usando de habilidade e arte, as leva a encontrar a solução para as suas
pendências. Na Mediação, as partes têm total controle sobre a situação, diferentemente da Arbitragem, na qual o
controle é exercido pelo Árbitro; assim como na Conciliação, pelo Conciliador.
http://www.direitocom.com/lei-de-arbitragem-comentada
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Fonte da Imagem: jesadaphorn / Shutterstock
O Mediador é um pro�ssional treinado, quali�cado, que conhece muito bem e domina a técnica da Mediação. A
mediação vem sendo adotada pelo Judiciário, com experiências em vários Estados brasileiros, ainda em busca de um
conceito, porque, muitas vezes, têm conteúdo de Conciliação. Mas o importante é a iniciativa e a aceitação da
experiência.
Agora, vamos praticar com uma atividade!
Escolha a alternativa correta.
I- Administração do con�ito por um terceiro imparcial. Este tem a prerrogativa de poder sugerir um possível acordo,
após a avaliação das vantagens e desvantagens que tal proposição traria a ambas as partes.
II- É o caminho natural nas relações humanas para a resolução de con�itos. A todo momento, em nossas vidas, temos
algumas questões para serem resolvidas dessa forma.
III- Já estava prevista em nossas leis há muito tempo, mas ganhou força apenas em 1996, quando foi editada a Lei n.º
9.307.
IV- As partes têm total controle do procedimento, mantendo a autonomia para decidir os aspectos em questão.
Escolha a alternativa correta.
I- Arbitragem; II- Negociação; III- Conciliação; IV-Mediação.
I- Conciliação; II- Negociação; III- Arbitragem; IV-Mediação.
I- Arbitragem; II- Mediação; III- Conciliação; IV-Negociação.
I- Negociação; II- Conciliação; III- Arbitragem; IV-Mediação.
Justi�cativa
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Glossário
ART. 98. A UNIÃO, NO DISTRITO FEDERAL E NOS TERRITÓRIOS, E OS
ESTADOS CRIARÃO:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a
execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos
oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de
primeiro grau;
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA
Está inserida em um contrato, sendo redigida antes do início do con�ito.
COMPROMISSO ARBITRAL
É um contrato próprio para escolher a arbitragem, redigido após o surgimento do con�ito.

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