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1 Responsabilidade Civil Bruna Rocha Bibliografia Melhores: Curso programático de responsabilidade civil - Sergio Cavalieli (editora Atlas) Curso de direito civil: responsabilidade civil - Flavio Tatuci Curso de direito civil: responsabilidade civil - Arnold Wald (editora Saraiva) Clássicos: Instituições de direito civil: responsabilidade civil - Caio Maio (editora Forense) Responsabilidade civil - Aguiar Dias (editora Forense) Responsabilidade civil - Arnaldo Rizzardo (editora Forense) Resumo e Anotações Objetivos ● É a conexão entre a Teoria geral do negócio e a Teoria geral da sanção normativa Conteúdo pragmático Origens e desenvolvimento ● Surgiu junto com o direito, é civil ● Análise da formação do direito civil ● Nasce no direito romano Natureza Jurídica ● Fontes de dever: a lei, o contrato e o ato ilícito ○ A lei cria deveres legais ○ O contrato cria obrigações ○ Todo ato ilícito gera deveres, responsabilidade civil 2 Categorias ● O que é uma responsabilidade? Elementos → Fato gerador A culpa _ responsabilidade subjetiva O risco _ responsabilidade objetiva → Dano (elemento teleológico) Certo ou Incerto Particular ou Coletivo Patrimonial ou Extrapatrimonial Moral objetivo ou subjetivo, particular ou coletivo → Nexo Causal Responsabilidade Consumerista ● Responsabilidade por defeito, fato ou falta do produto, por defeito ou fato no seviço Responsabilidade na Custódia ● Custódia de incapaz Responsabilidade na Construção ● Responsabilidade na incorporação imobiliária Responsabilidade na Guarda ● Guarda de coisas ● Depositário convencional, legal, judicial ● Responsabilidade pelos responsáveis de animais 3 Definição O que é responsabilidade civil? → Você tinha um direito e por algum motivo eu o violei gerando danos a integridade ao seu arcabouço de bens tutelados pelo direito. → É a tutela jurisdicional do estado no sentido de preservar, restaurar, proteger um direito de um cidadão → Também é tutela jurisdicional → Essência do direito privado: um dever jurídico resultante de um ato jurídico, é sanção/punição/constrangimento ● A responsabilidade civil pode ser conceituada de três maneiras: 1. É a forma de reparação de danos sofridos por determinada pessoa atentando contra bens patrimoniais e extrapatrimoniais (efeito saneador) (restitutio integrum); 2. É a modalidade de tutela jurisdicional sobre bens de direito privado (sujeição da relação ao monopólio estatal do juiz natural); 3. Por fim, é o tipo de dever jurídico resultante de ato ilícito (efeito retaliatório/sanção). → O termo responsabilidade etimologicamente vem do termo spondes ou spondere que significa garantia Qual a função da responsabilidade civil? → Reparar esse dano, é sanear a relação jurídica → Não será negociada a reparação de danos patrimoniais e extrapatrimoniais 4 → Você vai requerer ao poder estatal, jurisdicional, a devida exigibilidade da reparação, para que haja a reparação da responsabilidade preciso da tutela do Estado Etimologia ● A responsabilidade resulta etimologicamente do termo latino spondes/spondere palavra sagrada que significa garantia, dando normatividade aos compromissos (ob ligatio) Função ● A responsabilidade civil na tradição romano-canônica apresenta três objetos: 1. Punir e evitar reincidência sobre atos ilícitos; 2. Reparar danos patrimoniais sofridos pela vítima; 3. E quando existir dano extrapatrimonial, compensar. Punitivo - pedagógico → Quer te punir e te ensinar Reparatória → Tratamos de reparação de patrimônio, indenização patrimonial → Ressarcir é devolver → Repara é indenizar Compensatória → Quando for dano moral a natureza é compensatória, por dano moral não se repara se conforta ● A responsabilidade civil apresenta portanto tres funcoes a. Punir e ensinar o agressor a não reincidir b. Em caso de dano patrimonial, tem natureza reparatória, pois visa sanear a lesão sofrida c. Quando o dano for moral sua função será compensatória, pois a extrapatrimonialidade é irreparável 5 Formação História: → Antigamente as pessoas que descumpriam com sua palavra, contratos. Eles eram humilhadas, punidas corporalmente, e apenas corporalmente. Só que isso não indeniza a vítima patrimonialmente. → Surgiu então duas mudanças: Lex Poetelia Papiria e Lex Aquilia ad damno Lex Poetelia Papiria → Inaugura a ideia de indenização para casos contratuais, negociais → Agora não ressarce a vítima, vamos separar o civil do penal → Não há mais apenas a penalização corporal → Ha de se indenizar patrimonialmente a vitima → Ps: há a indenização (esfera civil), há a punibilidade corporal (esfera civil) Lex Aquilia ad damno → Não resulta apenas de descumprimento de contratos mas qualquer norma relacionada ● A formação da responsabilidade civil é o marco definidor do próprio direito privado tendo a sua origem em Roma no século III a.C.. ● Antes desse período não existia distinção entre ilícito civil e delito penal pois tudo era considerado uma afronta jurídica/delicta tendo como consequência penas físicas e morais (iniuria, fesctum, meubeim ruptum, captiio deminutio)* ● O senado romano ciente da ineficácia das referidas punições na esfera negocial resolveu criar uma forma de punição patrimonial que reparasse o dano (in damnoe/indenização) ● Surge assim a responsabilidade civil * Significados: → Iniuria (ofensa) 6 → Fesctum (fratura de ossos) → Meubeim ruptum (romper de membros) → Captio deminutio (diminuição de capacidade) Natureza jurídica da Responsabilidade Deveres: 1. Legal 2. Contratual 3. Garantias → O nosso sistema normativo garante a autonomia da vontade, autodeterminação autorrealização → Descumpriu a lei → ilicitude → sanção → responsabilidade → Onde esta a ilicituda de não cumpri o contrato? “Quando o contrato é firmado, ele gera obrigações, esse dever não é apenas entre nós, ele adquire força normativa, sendo absorvido pelo ordenamento jurídico” “Todo contrato é uma lei específica” ● Primeiramente, devemos recordar que o sistema normativo apresenta três categorias de dever: a. Dever legal → que emana da norma pública/estatal; b. Dever contratual → que emana da vontade das partes por meio das obrigações próprias do contrato/negócio jurídico; c. Garantia → que é um dever residual que resulta do ato ilícito. ● A lei e os deveres contratuais devem ser cumpridos espontaneamente, porém quando há descumprimento observamos a existência de ilicitude, legitimando sanção, constrangimento coercitivo na realização do dever não prestado (garantia) ● O descumprimento do contrato também será caracterizado uma ilicitude, pois ao inadimplir um negócio jurídico válido afrontamos consequentemente as normas que validaram a relação 7 “Lei” __________| |---------------------------------------------> Adimplemento Livre “Devido”_______| | | | Inadimplemento | | | “Garantia” → Tanto o devido quanto a lei devem ser cumpridos espontaneamente, por meio de pagamentos → Nem sempre que aquilo que devera ser cumorido espontaneamente será, nesse caso o poder jurisdicional irá garantir o cumprimento 8 * Culpa in contraheudo → Quanto mais você sobe a pirâmide mais ela é pública, ampla → Quanto mais pra baixo mais privada mais específica Divisão: Constituição Federal Lei complementar e Lei ordinária Portarias e Lei decreto e Decretos Normas individuais (Contratos) 9 → Ou seja quando você descumpre um contrato voce está descumprindo todas as normas acima dela, que geraram ela, chamado de culpa in contraheudo Categoriasde Responsabilidade Sobre a fundamentação 1. Responsabilidade legal → é a responsabilidade que resulta da violação de deveres jurídicos públicos (norma geral/lei); 2. Responsabilidade contratual → é a responsabilidade que resulta do descumprimento de negócios jurídicos válidos juridicamente. Como ja tratado, descumprir um contrato é afrontar uma norma particular e o ordenamento jurídico legitimador; 3. Responsabilidade extracontratual/aquiliana → é a responsabilidade que resulta de descumprimento de norma reguladora dos contratos. É importante salientar que toda responsabilidade aquiliana é legal, mas nem toda responsabilidade legal será aquiliana (nem toda lei regula contrato) Existem deveres contratuais que estão fora do contrato Toda responsabilidade extracontratual é responsabilidade legal, mas nem toda legal é extracontratual. Elementos Fato Gerador → Nexo Causal → Dano Determinar: Dano → direito patrimonial ou extrapatrimonial violado Provar: Fato gerador → fato ilícito (toda ação humana conciente, deliberada em provocar afrontosamente a ordem jurídica) Ato (intencional) ou ato-fato (não intencional) ● A responsabilidade para ser existente e plenamente exigível deverá apresentar conjuntamente três elementos. 10 1. Primeiramente, deve-se identificar o elemento teleológico ou finalístico, o dano, a lesão de direito sobre bens patrimoniais ou extrapatrimoniais; 2. Posteriormente, deve-se encontrar o elemento provocador do dano, o fato gerador (ato ilícito ou ato-fato ilícito); 3. Por fim, deve-se identificar o elo de causa e consequência ou nexo causal. ● Fato gerador ○ Ato ilícito → ação humana anti-jurídica intencional → CULPA (responde por responsabilidade subjetiva) ○ Ato fato ilícito → ação humana anti-jurídica Responsabilidade Subjetiva ● É a responsabilidade que visa atingir retalhatoriamente danos resultantes de uma ação ou omissão intencional (culpa) ● Culpa → nada mais é que a consciência em lesar, podendo ser categorizada de 3 formas: a. Comissiva (In commiteudo) → culpa por ação ■ É o agir, a conduta pró ativa, intencional em lesar (antijuricidade) b. Omissiva (In ommiteudo) → culpa por permanecer na inércia, não agir ■ É a inercia, o não agir intencional com o propósito de lesar (antijuricidade) c. Comissiva-omissiva (Comissivo - omissiva) → age sem querer lesar, sabe que o zelo/cautela que deveria tomar, não tomou, não agiu; agir mal, sem necessariamente ter a intenção de lear 11 ■ É caracterizada pela má ação, ou seja, por uma conduta que não é propositalmente lesiva, porém as cautelas conhecidas não foram tomadas ● Negligência ● Imprudência ● Imperícia ● Culpa presumida → ○ A partir da vigência do código de 2002 a culpa presumida não é mais prevista, sendo substituída pela responsabilidade objetiva ○ Durante a vigência do código de 1916 previa que em certas circunstâncias com alto perigo o agente seria considerado presumidamente culpado. Podendo em alguns casos provar do contrário, ou em casos mais graves, era considerado de forma absoluta responsável ○ Relativa (Iuris tantum) → obj. Simples ○ Absoluta (Iurr et de iu ris) → obj. Integral Responsabilidade objetiva ● Definição ○ É a responsabilidade estabelecida em função do nexo de causalidade entre um evento de risco (potencial de risco) e o dano, ou seja, existem determinados fatos que por si só possuem probabilidade de produção de lesão, que serão assumidos pelo agente que explora o referido evento. ● Modalidades ○ Simples ■ É a responsabilidade que pode ser descaracterzada por meio de excludência de nexo de causalidade 12 ■ Responsabilidades possíveis de exclusão Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação. § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Tipos de excludente (art. 12 CDC) 1. Por culpa da vítima 2. Por culpa de terceiro 3. Força maior 4. Caso fortuito objetivo 5. Inexistência da produção ○ Integral ■ É a responsabilidade objetiva que pelo alto perigo do evento não permitirá excludente de responsabilidade ■ A atividade, produção tem grande risco, tão grande que se algo acontecer a culpa é integral do produtor,servidor ○ Criado 13 ■ Para alguns doutrinadores acham que é uma subespécie do risco proveito, para o prof. não, pois não visa o lucro ■ É o risco resultante de desenvolvimento de técnicas ou de recursos científicos ou profissionais ○ Proveito ■ As atividades econômicas são desenvolvidas para prover lucro, ganho; eles se aproveitam dessas atividades ■ É o risco inerente a uma atividade econômica, que será assumido pelo agente que busca ganho no exercício da atividade (proveito) ○ Administrativo ■ Administração pública, com atividades complexas que por si só é perigosa ■ É a atividade própria da atividade estado/administração pública Relação Jurídica Relação Jurídica de Consumo Fornecedor 1. Pessoa natural ou jurídica ou entidade 2. Atividade de entrega de bens ou prestação de serviços 3. De maneira perene (contínua), profissional e onerosa Consumidor 1. Pessoa natural ou jurídica 2. Adquire bens e serviços 3. De maneira definitiva ● Será Responsabilidade Objetiva 14 Relação Jurídica Empresarial Empreendedor Alienante 1. Pessoa jurídica ou natural 2. Exerce atividade de oferta de bens e serviços 3. De maneira perene (contínua), profissional e onerosa Empreendedor Adquirente 1. Pessoa jurídica ou natural 2. Adquire os bens ou serviços 3. De maneira exploratória econômica ● Será Responsabilidade subjetiva Relação Jurídica Civil O que não cabe nos outros entra no civil Alienantes de bens e serviços 1. Não é de maneira perene ou profissional Adquirente de bens e serviços 1. Adquire de maneira definitiva ● Será Responsabilidade subjetiva Bens 1. Bens patrimoniais (bem que tem tangibilidade econômica) ○ Materiais i. Móveis → bens passíveis de transporte sem que perca a substância ii. Imóveis → bens impassíveis de transporte, e benfeitorias 15 iii. Semoventes → tem mobilidade próprio, automobilização, ou seja, animais ● Fungíveis → aquele bem que será considerado pelo gênero, logo é plausível de substituição ● Infungíveis → aquele bem que sea considerado pela especificidade, logo não é plausível de substituição ○ Imateriais 2. Extrapatrimoniais (bens cujo o valor não é econômico, é intangível) ○ Materiais ○ Imateriais Dano 1. Dano e o tempo ○ Certo/determinado ■ É o dano sentido/percebido imediatamente/consecutivamente ao ato lesivo, a ação ilícita ○ Incerto ■ A contagem de prazo começa não a partir do ato ilícito, mas sim da manifestação/conhecimentodo dano ■ É aquele dan cujo os efeitos se manifestaram tempos depois do ato ilícito/lesivo, ou seja, a relação de causa e efeito não será imediata, consecutiva. 2. Dano e a pessoalidade ○ Pessoal ■ É o dano que atinge a pessoa singular certa e determinada. Pode ser pessoa natural ou jurídica. Individualidade e singularidade ■ É o dano qque atinge bens e direitos e pessoas certas, determinadas. Portanto, há a clara percepção de singularidade e subjetividade ○ Coletivo 16 ■ Danos que atentam contra direitos difusos, homogêneos, coletivos, comopor exemplo danos ambientais, patrimônio histórico, nacional, danos atômicos e nucleares. 3. Dano e economicidade ○ Patrimonial → bem com valor econômico (reparação) ○ Extrapatrimonial → bem sem valor econômico (compensação) (ambiental, cultural, pessoalidade) ■ Moral ● Subjetivo → vinculado ao impacto do dano ao bio pessoal ● Objetivo → honra de reputação ● Dano patrimonial → é o dano que denigre, desvaloriza ou aniquila bens com valor econômico, com tangibilidade financeira (bens patrimoniais) ● Dano extrapatrimonial → é o dano que atentará contra bens de direito intangíveis, que não possuem valoração econômica ○ Todo dano moral é dano extrapatrimonial, mas nem todo dano extrapatrimonial é dano moral, pois tem a possibilidade de ser ambiental ou cultural ○ Dano moral → é a modalidade de dano extrapatrimonial que atingem bens e direito de personalidade, exemplo: honra, integridade física, intimidade e privacidade ■ Subjetivo → é o dano que atenta contra a integridade pessoal da vítima, denegrindo o seu brio, a ponto de mudar seu estilo/modo de vida ■ Objetivo → é o dano que Dano moral ● Conceito: trata-se de modalidade de dano extrapatrimonial que atentará de bens e direitos de personalidade. Logo, o objeto tutelado é a dignidade do indivíduo. A quem defenda a distinção ao dano contra dignidade (direito existencial) da afronta a bens e direitos identitários (os tradicionais direitos de personalidade/dano moral). 17 O dano moral inicialmente pode ser categorizado em subjetivo e objetivo. O dano moral subjetivo afrontará o sentido, a autopreservação, de integridade da vítima, sua impressão sobre sua própria dignidade. Orlando Gomes denomina que o dano moral neste caso é a dor na alma, o sofrimento resultante do ilícito. O dano moral objetivo é a afronta a percepção social sobre a vítima, a sua reputação, bom nome. Neste caso, podemos perceber dano moral sofrido por pessoa jurídica. Dano Subjetivo o É caracterizado pelo impacto do dano sobre o seu “brio pessoal” (ou seja, seu orgulho próprio, autodeterminação). Atinge a integridade pessoa da vítima a ponto de mudar seu estilo ou modo de vida Dano Objetivo o É caracterizado por ferir a honra objetiva, ou seja, a reputação da pessoa. o É possível uma indenização em favor de pessoa já falecida, com o intuito de preservar e proteger a memória e a reputação deixadas pelo falecido. ● Peculiaridades ○ Dano estético é dano que pode ser moral e/ou patrimonial, é um dano híbrido ■ O dano estético não será confundido com o dano moral por se tratar de um fenômeno híbrido, que comportará características patrimoniais e/ou extrapatrimoniais. O dano neste caso poderá promover sofrimento como também perda patrimonial (dano emergente, lucro cessante, perda de uma chance). ○ Os familiares guardam a reputação daqueles que não podem, de um falecido, podendo pedir retratação e dano moral objetivo ○ Dano moral reflexo (dano sofrido não sofridos contra você, mas a pessoas próximas a você, como uma mãe com um filho que sofre um dano) 18 ● Dano moral “in Res ipsa” ○ É o dano moral presumido ○ Preciso identificar a violação ○ É o dano moral presumido, instituto ressente juridicamente, que determina a suficiência para a caracterização do dano da demonstração de qualquer direito de personalidade. Logo, não existe a exigência de demonstrar o efetivo sofrimento da vítima ou de seu constrangimento. ● Dano moral coletivo ○ Exemplo: mulheres que se vestiram de enfermeiras de maneira erótica e enfermeiras de verdade ajuizaram ação contra elas por danos morais coletivos. Se você é professor de uma instituição, se a instituição faz coisa errada, cada professor da instituição se sentirá ofendido em ser um professor de lá podendo ajuizar ação por danos coletivos ○ É onde o singular e o coletivo se juntos ○ É uma modalidade de dano que atenta contra a identidade comunitária (religiosa, de classe, profissional). Logo, o objeto é a afronta a direitos coletivos podendo pleitear a vítima individualizada e as associações representativas. ● O problema da mensuração do dano ○ O dano moral e sua reparação são de natureza compensatória ○ A natureza extrapatrimonial não pode ser quantificada como dano patrimonial ○ Existe a possibilidade da punição pedagógica ao agressor confortando a vítima, não há uma reparação a vítima propriamente dita. Compensatória 1 → extrapatrimonial → qtum → lesão Compensatória 2 → extrapatrimonial → punitivo pedagógica → agressor → qtum → punição → confortando 19 Relação de Consumo A empreitada habitualmente é uma atividade onerosa exercida de forma continua e profissional, muitas vezes direcionada a um adquirente com animus definitivo, caracterizado assim uma relação de consumo. Logo, o empreiteiro como fornecedor assumi a responsabilidade objetiva simples em caso de defeito ou vício da obra. ❖ Defeito (o problema do defeito não fica só no produto, se exterioriza podendo causar dano patrimonial) art. 12 CDC Produz → responsabilidade objetiva pelo defeito Fabrica → responsabilidade objetiva pelo defeito Constrói → responsabilidade objetiva pelo defeito ❖ Vício (todo problema inerente a coisa aparente ou oculto, quando manifestada danifica, deteriora e desvaloriza o produto) art. 19 CDC Produz → responsabilidade objetiva pelo vício Fabrica → responsabilidade objetiva pelo vício Constrói → responsabilidade objetiva pelo vício Vende → responsabilidade objetiva pelo vício Distribui → responsabilidade objetiva pelo vício Intermedia → responsabilidade objetiva pelo vício 2. Incorporação Imobiliária - Lei 4591/64 Outra atividade contratual no ramo do mercado imobiliário é a incorporação imobiliária. À incorporação imobiliária é um contrato de natureza híbrida envolvendo elementos próprios da afetação condominial, compra e venda e empreitada. Logo, o incorporador é um empreendedor/empresário que desenvolve uma atividade comercial imobiliária que necessariamente é alienada antes de sua construção. À incorporação imobiliária apresenta duas categorias: (i) administrativa, em que o incorporador não é um construtor da obra, terceirizando 20 assim a empreitada, logo, como dono da obra o incorporador responde pela fiscalização da condução do edifício; (ii) executiva, caracterizada pela dúplice função do incorporador, ou seja, empreendedor e construtor. ● Administração ● Execução Na incorporação imobiliária de administração a responsabilidade será objetiva e solidária, entre o empreiteiro e o incorporador seja no vício seja no defeito. No caso da incorporação de execução quando devidamente caracterizada a relação de consumo a responsabilidade será integral e objetiva simples contra o incorporador, tanto por vícios quanto defeitos. 3. Coisas caídas Em casos de construções ou mesmo em obras conclusas e devidamente utilizadas a queda de resíduos líquidos (ad fluius) e sólidos (ad dejectis) será de responsabilidade do dono do edifício dos condôminos quando a causa não for individualizada e em caso de construção solidariamente do empreiteiro, de forma objetiva. Responsabilidade em Disposição Edilícias Prestação deserviço 1. Empreitada - obrigação de fazer com resultado Trata-se de contrato em que uma das partes, mediante remuneração, elaborará um novo bem de natureza patrimonial. A empreitada, de acordo com Caio da Silva Pereira, é uma fonte de obrigação de produzir. Para os Romanos a empreitada era fonte de obrigação híbrida entre fazer e dar, contudo o direito contemporâneo diz que a obrigação em questão é o de fazer resultado. Dessa maneira, conclui-se que a edificação de prédios e construções imobiliários se enquadram no contrato de empreitada. O contrato de empreitada tem como objetivo a construção/a elaboração de determinado bem. 21 Modalidade de empreitadas – regulado as no art. 610 e seguintes do CC a. Empreitada de lavor É responsabilidade da dona da obra em comprar o determinado material adequado para a construção. O empreiteiro fica responsável apenas pela edificação. É a modalidade de empreitada em que o empreiteiro assume apenas a obrigação de executar a obra, cabendo ao dono da edificação assumir a obrigação de adquirir os devidos materiais para a condução da obra. b. Empreitada de materiais É uma modalidade de empreitada em que o empreiteiro possui toda a responsabilidade, ou seja, adquiri os materiais e executar o empreendimento. Regime civil Levando em consideração a intenção legislativa do CC de 2002, que reproduz as diretivas do CC de 16, qualquer ato lesivo por parte do empreiteiro só será caracterizado como ilícitos com a comprovação da culpa (responsabilidade subjetiva – arts. 186/187 e 618 do CC). Contudo, a doutrina e a jurisprudência entendem que a atividade de construção de edifícios apresenta risco, logo, a responsabilidade será objetiva (parágrafo único do art. 927 e art. 618 do CC). Responsabilidade subjetiva O empreiteiro de materiais será responsável integralmente pela obra. No caso da empreitada de lavor, o construtor estará excluído da responsabilidade quando a causa do vício ou defeito e suas consequências forem decorrência da má qualidade dos materiais fornecidos pelo dono da obra (excludente pelo fato da vítima). O jurista Silvio Rodrigues, contudo, discorda, argumentando que o empreiteiro como perito do local é corresponsável ao aceitar e conduzir a obra com materiais de má qualidade. Responsabilização dos Representantes Judiciais – Fadado ao Fenecimento Representante legal: presunção legal 22 Representante judicial: outorga jurisdicional o Tutor (agente judicial) o Curador (agente judicial) o Síndico (ente despersonalizado) Inventariante Falimentar Representante convencional: outorga contratual o Procurador Ad judicia (advogado, defensoria) Ad negotiam
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