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FINANCIAMENTO DO SUS

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Financiamento do SUS 
A constituição federal de 1988, ao criar a seguridade social estabeleceu que esta 
deveria ser financiada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios, e de contribuições sociais, sendo que 
não foi citado na constituição qual deveria ser o valor do repasse feito por cada uma 
dessas esferas e nem quais seriam os critérios para definir o valor destes. Ademais, 
a seguridade social possui tres pilares, sendo eles, saúde, previdencia e assistencia 
social, assim, pelo governo federal, esses recursos eram repartidos entre essas tres 
areas. No caso da saúde, ela receberia cerca de 30% dos recursos do orçamento 
da seguridade social (OSS), sendo que este cenário se manteria até ser aprovada a 
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a qual definia a cada ano quanto seria 
destinado a saúde. 
 Somente no ano de 1900, através da lei 8080, em seu artigo 35, fica definido 
alguns critérios para definir o valor desses repasses: 
‘’Art. 35. Para estabelecer os valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e 
Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de 
programas e projetos:’’ 
I - perfil demográfico da região (numero de habitantes) 
II - perfil epidemiológico (historico das doenças que mais acometem a região) 
III - características da rede de saúde existente na região 
IV – perfil técnico, econômico e financeiro (como a área lida com os recursos) 
... 
A implantação destes novos direitos sociais coincidiu com um período de hiperinflação 
no país, assim, gerou-se já na época uma crise no financiamento a saúde, e a solução 
encontrada pelo governo foi a criação de um novo tributo, a Contribuição Provisória 
sobre Movimentação Financeira (CPMF), criada em 1996, sendo que a arrecadação 
deveria ser destinado ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), para financiamento de 
ações e serviços de saúde. Logo que entrou em vigor, a CPMF passou a ser uma das 
principais fontes de financiamento da saúde, sendo que, em 1997, ela respondia por 
quase 30% dos recursos. 
Entre 1997 e 2007, ano de sua extinção a CPMF arrecadou cerca de 220 bilhoes, no 
entanto, menos da metade foi realmente aplicada na área da saúde, muito foi para o 
setor previdenciário e para o combate a pobreza. 
Após algum tempo da constituição federal de 1988 e das leis organicas da saúde, 
percebe-se que para realmente conseguir financiar um sistema enorme como o SUS, 
seria necessária uma proposta legislativa sobre como seriam geridos os recursos 
para a saúde. Então em 1993 teve uma proposta de emenda constitucional (PEC) 
numero 169A, a qual estabelecia que os estados, o Distrito Federal e os municípios 
deveriam investir na saúde 10% da receita arrecada de impostos. Já a união deveria 
investir tambem os 10% do valor arrecadodo com os impostos, mais 30% da receita 
da seguridade social. Esta PEC levou a chamada Emenda Constitucional-29. 
Então,até os anos 2000, apesar do SUS ter entre seus principios a descentralização, 
a qual afirma que as 3 esferas devem manter o SUS, na prática não era bem assim, 
visto que, a maior parte dos recursos eram provenientes apenas do ambito federal, o 
que era um desafio tanto para a união, que tentava manter um sistema de saúde 
pública em um país de dimensoes continentais, quanto para o proprio SUS, o qual 
enfrentava os desafios do baixo financiamento. Para resolver isso, nos anos 2000 foi 
instituida a Emenda Constitucional numero 29, a qual resultou em maiores 
investimentos na saúde, uma vez que, esta emenda definiu que cada esfera 
governamental deveria investir determinado percentual minimo do orçamento no 
ambito da saúde, sendo que esta quantidade investida poderia ser feita de modo 
gradual até 2004, desde que no primeiro ano já fosse investido 7%. 
União 
a) no ano 2000, deveria ser aplicado o mesmo aplicado em ações e serviços públicos de 
saúde em 1999 + acrescimo de no mínimo 5% do orçamento. 
b) Já do ano 2001 ao ano 2004, deveria ser investido em saúde o mesmo investido no ano 
interior, corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto – PIB. 
Estados 
doze por cento do produto da arrecadação dos impostos 
Municipios 
 quinze por cento do produto da arrecadação dos impostos 
Apesar desta emenda ter trago uma série de avanços, nesta emenda não foi usada a 
palavra SUS, mas sim a ASPS (Ações e Serviços Públicos de Saúde), sendo que não 
foi definido o que realmente seriam estas ações e serviços públicos de saúde, para 
corrigir isso, no ano de 2003 foi criada uma resolução que definia o que se 
caracterizada como ASPS. 
‘’’Sexta Diretriz: consideram-se despesas com ações e serviços públicos de saúde (ASPS) as 
relativas à promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, incluindo: 
vigilância epidemiológica e controle de doenças, vigilância sanitária, assistência 
farmacêutica, saúde do trabalhador...’’’ 
Ainda assim, por ser uma resolução (resolução esta na base da hierarquia de leis), 
alguns gestores públicos não reconheceram esta resolução como algo suficiente para 
realmente definir o que são ASPS. Assim, muitos recursos eram gastos de forma 
errada, como por exemplo, merenda escolar, pagamento de aposentadorias e 
remoção de lixo. Desta forma, a falta de uma regulamentação permitiu que fossem 
encontradas brechas para fugir do cumprimento efetivo da Emenda Constituicional-
29. 
Para resolver isso, em 2012, foi instituída a Lei Complementar numero 141, a qual 
regulamentou a EC-29 e em seu Artigo 3, caracterizou o que realmente se encaixa 
como Açoes e Serviços Públicos de Saúde, alem de manter os percentuais minimos 
de investimento por parte da União, Estados, Distrito Federal e Municipios. 
 ‘’Art. 3o Para efeito da apuração da aplicação dos recursos mínimos aqui estabelecidos, 
serão consideradas despesas com ações e serviços públicos de saúde as referentes a: ‘’ 
I - vigilância em saúde, incluindo a epidemiológica e a sanitária. 
II - atenção a saúde em todos os níveis de complexidade. 
III - capacitação dos profissionais atuantes no SUS 
IV - desenvolvimento científico e tecnológico 
V - produção, aquisição e distribuição de insumos específicos dos serviços de 
saúde do SUS, tais como: imunobiológicos, sangue e hemoderivados, medicamentos 
e equipamentos médico-odontológicos; 
VI - saneamento básico de domicílios ou de pequenas comunidades 
VIII – Controle ambiental visando a diminuição de doenças 
IX - investimento na rede física do SUS, como por exemplo reformas ou 
construção de estabelecimentos públicos de saúde. 
X – Pagamento de salários 
... 
Além disso, a Lei Complementar 141 também citou o que acontece quando uma 
esfera não investe o minimo necessário em saúde. A partir desta lei ficou definido que 
quem descumprirem o valor mínimo previsto para ser gasto em ações e serviços 
públicos de saúde em determinado ano, devem compensar esta diferença no ano 
seguinte. Então, por exemplo, se o municipio de Campo Grande investe este ano 
apenas 10% da arrecadação de impostos, ele deverá investir em 2021, 20% da 
arrecadação de impostos. 
Gestão de Recursos do SUS 
Para movimentar os recursos para a saúde, foram criados os Fundos de Saúde, que 
são tres, um para cada esfera, sendo eles, FNS (Fundo Nacional de Saúde), FES 
(Fundo Estadual de Saúde) e FMS (Fundo Municipal de Saúde). No entanto, de 
acordo com a lei 8142 de 1990 para receberem os recursos, os Estados, Distrito 
Federal e municipios não é necessario apenas ter um Fundo de Saúde, sendo 
necessário a existencia de um conselho de saúde e de uma comissão para a 
elaboração de um PCCS (Plano de Carreira, Cargos e Salários), relatórios de gestão 
e um plano para a saúde. 
O principio da descentralização estabelecido já na constituição federal de 1988, esta 
fortemente ligado com a gestão de recursos do SUS,este principio passou a ser 
aplicadomais fortemente a partir da publicação das Normas Operacionais Básicas 
(NOBs). 
NOB 1991: 
Definia que os critérios para a quantidade repassada na nação a municipios e Estados 
seriam 50% por critérios populacionais e os outros 50% segundo o perfil 
epidemiológico e demográfico, como a capacidade instalada e a complexidade da 
rede de serviços de saúde, a contrapartida financeira, etc. Assim esta NOB instituiu 
um sistema de pagamento por produção de serviços que permanece em grande parte 
vigorando até hoje. 
NOB 1993 
Defendia a munipalização da gestão em saúde, que podiam ser incipiente, parcial, ou 
semi-plena. 
NOB 1996 
Avanço importante no modelo de gestão do SUS, pois consolidou a Municipalização, 
revogando os modelos anteriores de gestão (incipiente, parcial e semiplena), e propõe 
aos municípios se enquadrarem em dois novos modelos, sendo eles Gestão Plena 
de Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal. 
A NOB 96 ainda altera a forma de repasse dos recursos financeiros do governo 
federal para os municípios, que passa a ser feito com base num valor fixo per capita 
(Piso da Atenção Básica - PAB) e não mais ligado a produção de serviços. Ademais, 
esta NOB ainda trás a Programação Pactuada Integrada- PPI, a qual define as ações 
de saúde, visando atender todas as necessidades de saúde da população de cada 
área, seja ela municipal, regional ou estadual,então, a Programação Pactuada 
Integrada, consiste em acordos entre gestores de saúde visando garantir a população 
o acesso aos serviços de saúde, mesmo que no local onde o usuario esteja não exista 
o serviço de saúde que ele precise. Um exemplo disso, é a população de cidades 
menores proximas a Campo Grande, como Terenos, Jaraguari, São Gabriel, que 
levam a população para serem atendidas ou realizar algum tratamento aqui. 
Para melhor organizar o repasse de recursos, através do pacto pela saúde de 2006, 
estes repasses passam a ser através dos chamados Blocos de Financiamento. Esses 
blocos eram: Atenção Básica, Atenção de média e alta complexidade, Assistencia 
Farmaceutica, Gestão do SUS e Vigilancia em saúde (cada bloco tinha sua propria 
conta corrente). Ademais, através deste pacto são estabelecidas as diretrizes para a 
gestão do SUS, como descentralização, financiamento, planejamento, partipação 
social, PPI, entre outros. 
No ano de 2007, através da portaria 204, é realmente regulamentado como seria o 
financiamento e a transferencia de recursos federais para esses blocos de 
financiamento, sendo eles Atenção Básica, Atenção de média e alta complexidade 
Ambulatorial e Hospitalar, Assistencia Farmaceutica, Gestão do SUS e Vigilancia em 
saúde. Ademais, esta portaria proibe usar os recursos destes blocos para obras de 
construções novas, pagamento de assosorias ou salarios de servidores inativos. 
Para complementar os Blocos de Financiamento,no ano de 2008, é inserido o Bloco 
de Investimentos na Rede de Serviços, representando os recursos destinados para a 
aquisição de equipamentos, obras como construções ou reformas em locais utilizados 
para realizaçoes de serviços publicos de saúde. 
No ano de 2011, através da portaria 2488, tem-se uma mudança no investimento da 
Atenção Básica, a qual passa a receber recursos dividos em duas modalidades, o 
piso da atenção básica fixo e o piso da atenção basíca (PAB) variavel, sendo que o 
PAB fixo é uma valor que se mantém praticamente fixo e oscila de acordo com a 
população do seu municipio e o PAB variável irá variar de acordo com o desempenho 
do Gestor e da sua equipe, ou seja, conforme os municipios realizam ações e políticas 
de saúde específicas em suas cidade. 
Uma cidade pode ficar sem o PAB fixo se não pagarem os salarios dos prestadores 
de serviço de saúde ou se não derem todas as informaçoes obrigatorias aos Bancos 
de Dados Nacionais 
Recentemente, através da portaria 3992 de 2017, foi formalizado um novo modelo de 
financiamento do SUS, o qual organizou os repasses federais para apenas 2 blocos 
e consequentemente apenas duas contas correntes, o Bloco de Custeio das Ações e 
Serviços Públicos de Saúde, o qual abrange Atenção Básica, Atenção de média e alta 
complexidade, Assistencia Farmaceutica, Gestão do SUS e Vigilancia em saúde, e o 
Bloco de Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde, que abrange, Atenção 
Básica e Especializada, Vigilancia em Saúde, Desenvolvimento de tecnologias 
voltadas a saúde no SUS e Gestão do SUS. 
Assim, resumidamente, o Bloco de custeio rege os recursos destinados a manutenção 
de Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) e ao pleno funcionamento dos 
estabelecimentos e orgaos parceiros ao SUS, enquanto o bloco de investimento rege 
os recursos destinados a ampliação e estruturação de ASPS, como a compra de 
equipamento e obras nos estabelecimentos ligados ao SUS. 
No entanto, visto a grande importancia da atenção básica, a porta de entrada do SUS, 
no ano de 2019 é instituido o programa Previne Brasil através da portaria 2979. Assim, 
de acordo com esta portaria, o financiamento federal de custeio da Atenção Primária 
à Saúde será constituído por: 
Capitação Ponderada: 
Para definir estas transferencias financeiras são levados em conta a população 
cadastrada na equipe de Saúde da Família (eSF) e na equipe de Atenção Primária 
(eAP), bem como a questão socio-economica e o perfil demográfico por faixa etária 
desta população cadastrada, alem da classificação geográfica da área definida pelo 
IBGE. 
Pagamento por desempenho: 
O cálculo do pagamento por desempenho é feito com base nos resultados de 
indicadores alcançados pelas equipes credenciadas e cadastradas no SCNES 
(Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde). Esses indicadores 
são : processo e resultados intermediários das equipes, resultados em saúde e 
globais de atenção primária a saúde. 
Incentivo para ações estratégicas: 
O cálculo para a definir os recursos financeiros destinados ao incentivo de ações 
estratégicas devem considerar as especificidades e prioridades em saúde, o aspecto 
estrutural das equipes e a produção em ações estratégicas em saúde. O incentivo 
dado para ações estratégicas abrange 21 indicadores de saúde, como por exemplo: 
Equipe de Saúde Bucal, Programa Saúde na Escola, Unidade Básica de Saúde 
Fluvial e Equipe de Consultório na Rua. 
O que é cada bloco 
Atenção básica: 
Atenção Básica representa diversas ações de saúde, tanto no âmbito individual e 
coletivo, incluindo a promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, o 
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É voltada para 
populações de territórios bem delimitados, onde utilizando tecnologias de elevada 
complexidade e baixa densidade, devem resolver os problemas de saúde de maior 
freqüência e relevância do local ou caso seja necessário encaminhar a outros niveis 
de atenção. 
Atenção de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar: 
Níveis de maior complexidade tecnologica, envolvendo um custo maior onde se 
dispoe de profissionais especializados e recursos adicionais para diagnosticos e 
tratamentos complexos. 
Vigilancia em saúde 
No campo da saúde, a vigilância se relacionada a atenção e promoção da saúde dos 
cidadãos e a prevenção de doenças, integrando diversas áreas de conhecimento, 
como política e planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde-
doença, condições de vida e situação de saúde das populações, ambiente e saúde e 
processo de trabalho. Assim, a vigilância se distribui entre: epidemiológica, 
ambiental, sanitária e saúde do trabalhador. 
Assistencia Farmaceutica 
Promoção e facilitação do acesso aos medicamentos, ligada portanto a promoção, 
proteção e recuperação da saúde. Essa oferta de medicamentos no Sistema Único 
de Saúde (SUS) é organizada em três componentes que compõem o Bloco de 
Financiamento da Assistência Farmacêutica, sendo eles, Básico, Estratégico eEspecializado, além do Programa Farmácia Popular. Com exceção do Farmácia 
Popular, em todos os outros componentes o financiamento e a escolha de qual 
componente o medicamento fará parte é tripartite, ou seja, a responsabilidade é da 
União, dos estados e os municípios. 
Gestão do SUS 
Visa melhorar a organização do SUS, bem como fornecer componentes para 
implantar ações e serviços de saúde. 
Investimento em Redes de Serviços em Saúde 
Recursos destinados para a aquisição de equipamentos, obras como construções ou 
reformas em locais utilizados para realizaçoes de serviços publicos de saúde. 
 
Conselhos e Conferencias de Saúde 
A Constituição Federal de 1988, ao citar as bases de um sistema público de saúde, 
estabeleceu tambem que a comunidade tem o dever e a responsabilidade de 
participar da gestão e controle deste sistema. No entanto, esta constituição não citou 
como seria essa participação da comunidade. Assim, apenas com a lei 8142 de 1990 
isto foi esclarecido. 
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, 
em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias 
colegiadas: 
I - a Conferência de Saúde; e 
II - o Conselho de Saúde. 
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos 
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos 
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo 
Conselho de Saúde. 
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por 
representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação 
de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos 
aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente 
constituído em cada esfera do governo. 
Assim, em 1990 fica definida que a participação social se da a partir das conferências 
e dos conselhos de saúde, nas três esferas de governo, federal, estadual e municipal. 
Conselhos de saúde 
- O conselho de saúde é uma instancia colegiada (formada por um conjunto de 
pessoas de diferentes grupos da sociedade, as quais possuem a mesma autoridade, 
tendo o poder de tomar decisões), deliberativa (decisões são tomadas sempre após 
uma discussão) e permanente (só consegue ser extinto por uma lei federal). Esses 
conselhos existem em cada esfera governamental, representando espaços de 
participação da comunidade nas politicas publicas e na administração da saúde. 
Ademais, esses conselhos devem trabalhar em conjunto com outros conselhos como 
os de assistencia social ou do meio ambiente. 
Através do principio de descentralização, determinou-se a ampliação dos conselhos 
de saúde, se estabelecendo em Conselhos Regionais, Conselhos Locais e Conselhos 
Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos Distritais Sanitários Indígenas. 
Dentre as obrigações desses conselhos estão propor, discutir, deliberar, fiscalizar, 
monitorar, avaliar e acompanhar a implementação da política de saúde, incluindo 
seus aspectos economicos e financeiros, para assim, através da partipação social 
melhorar as questoes da saúde oferecidas a população. Esses conselhos recebem 
denúncias e sugestões sobre questões relacionadas a serviços, ações e políticas de 
saúde, procurando resolver problemas, tendo sempre como foco a coletividade, e não 
a resolução de casos individuais. Ademais, em uma visão de micro-região, a 
Secretaria de Saúde funcionaria como um poder executivo, enquanto os conselhos 
seriam o poder legislativo, com a diferença que alem de fazer as propostas 
relacionadas a saúde ele tambem fiscaliza a execução das politicas de saúde já 
existentes. 
O funcionamento destes conselhos é mantido pelas três esferas do Governo, as 
quais, garantem autonomia administrativa, orçamento necessário, autonomia 
financeira e organização de uma secretaria com a infraestrutura e apoio necessario. 
No entanto, esses conselhos passaram e ainda passam por diversos desafios, uma 
vez que, de acordo com a pesquisa Perfil de Conselhos de Saúde no Brasil feita em 
2007, dos 5.565 municípios, cerca de 81% não tinham sede, 34% não possuíam 
telefone, 62% não dispunham de computador e, dentre os que possuíam 
computadores, 31% não tinham acesso à internet. Em relação ao orçamento, 57% 
tinham receita própria, mas não apresentavam autonomia para gerenciar o 
orçamento. Esses conselhos devem se reunir uma vez por mês, ou por convocação 
do presidente do conselho ou da maioria dos seus membros. 
Os conselhos de saúde são formados por uma composição paritária, ou seja, 
composto por um número igual de elementos para evitar diferenças ou injustiças, 
sendo composto por representantes de entidades, instituições e movimentos 
representativos de usuários, composto também por entidades representativas de 
trabalhadores da área da saúde, do governo e de entidades representativas de 
prestadores de serviços de saúde, sendo o presidente destes conselhos eleito entre 
os membros do Conselho, em reunião plenária. 
Sua composição é portando de 50% de usuarios 25% de profissionais da saúde e 
25% de prestadores de serviços do SUS e gestores. Vale ressaltar que os membros 
dos conselhos não recebem remuneração. 
Para participar, o cidadão deve ser indicado por entidades que representem 
seguimentos da sociedade, como movimentos sociais, organizações religiosas, 
entidades indígenas, associações de moradores, de idosos, de mulheres, de 
portadores de deficiências físicas, pastorais, entre outras. Cada Conselho de Saúde 
deve organizar uma eleição para que as entidades concorram e possam eleger um 
de seus representantes como conselheiro de saúde. São lançados editais para as 
eleições e cada conselho tem o poder de definir como essas eleições serão. Os 
conselhos devem ficar atentos para terem diversidade. 
CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE: 
 Suas funções não se limitam a fiscalização da assistência médica oferecida a cada 
indivíduo, o CMS exerce funções como controle do dinheiro na saúde, acompanha as 
verbas que são encaminhadas pelo SUS e também os repasses dos programas 
federais. No ambito municipal é a Secretaria de Saúde que dá os recursos 
necessarios para o pleno funcionamento desses conselhos. 
CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE 
Os conselhos estaduais, acompanham e ajudam o fortalecimento dos Conselhos 
Municipais de Saúde, sendo aptos a propor e aprovar diretrizes para elaboração do 
Plano Estadual de Saúde. Também atuam avaliando o modelo estadual de gestão do 
SUS. 
CONSELHO LOCAL DE SAÚDE 
Ele integra a unidade de saúde, tem poder de decisão e participação nas ações e 
programas desenvolvidos por cada unidade, sendo um espaço que permite um 
diálogo entre as partes, possibilitando o reconhecimento da realidade vivida pelos 
trabalhadores em saúde, administradores, usuários e a sua relação com o SUS, onde 
os conflitos aparecem e devem ser trabalhados na busca da melhoria da Saúde 
Coletiva, Dentre suas funçoes estão conhecer os recursos humanos, materiais e 
financeiros do centro de saúde, conhecer os programas desenvolvidos por esses 
centros ,propor treinamento para os funcionários, fiscalizar a política de saneamento 
e meio ambiente, estimular a participação comunitária, examinar propostas e 
denuncias, entre outros... 
 
Conferencias de Saúde 
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos 
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos 
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo 
Conselho de Saúde. 
O objetivo de uma conferencia de saúde é democratizar o sertorda saúde, 
institucionalizando a partipação social nas atividades de planejamento, gestão e 
controle das politicas publicas de saúde, sendo um local de debate, entre todos os 
segmentos da sociedade representada através de entidades, com a finalidade de 
avaliar a situação de saúde, fixar diretrizes da política de saúde, definir e priorizar 
propostas para melhorar a qualidade dos serviços de saúde, proporcionando assim 
uma melhor qualidade de vida. Essas conferencias são realizadas a cada 4 anos, 
sendo elas convocadas pelo Conselho de Saúde ou pelo Poder Executivo. 
As discussoes nas Conferências Nacionais de Saúde são resultantes dos debates 
ocorridos nos estados, através das Conferências Estaduais, que, por sua vez, são 
resultados das propostas feitas pelas Conferências Municipais. É esta 
representatividade local que garante a legitimidade do evento como instância 
colegiada dos vários segmentos representados. Essas Conferencias tem uma 
importancia muito grande, uma vez que, já proporcionaram transformações históricas 
para a gestão da saúde no Brasil, como no caso da 8ª Conferência Nacional de 
Saúde, em 1986, cujo relatório final serviu de base para a elaboração do capítulo 
sobre saúde da Constituição Federal de 1988, resultando na criação do SUS.

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