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Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará IC é uma condição clínica considerada como via final comum de todas as doenças cardiovasculares e associada a piora da capacidade funcional, diminuição da qualidade de vida e aumento da morbidade e mortalidade dos pacientes. Condições em que o coração não é capaz de bombear o sangue suficiente, com pressões de enchimento normais, para atender as necessidades metabólicas do corpo. Na IC, tem-se uma falência cardíaca e um mecanismo relacionados a ocorrência da doença e a parte compensatória, levando a remodelagem cardiovascular. É importante enxergar nesse esquema que, quando o musculo cardíaco entra em falência, tem os mecanismos compensatórios → muitos medicamentos usados para atenuar ICC corrigem a parte compensatória e não necessariamente melhorar a força cardíaca. Efeitos neuro-humorais da ICC: Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Medidas que melhorem o desempenho contrátil do coração: -Glicosídeo -Cardíaco (digoxina*) -Simpatomiméticos (dopamina, dobutamina) -Ag. Inotrópicos positivos utilizados a curto prazo (anrinona, milrinona) -Marcapasso para bradicardia ou perda da sincronicidade atrioventricular Redução da carga de trabalho cardíaco: -Repouso -Correção da obesidade -Vasodilatadores -Circulação assistida Controle da retenção de sal e água Limitação da ingestão de sódio Diuréticos (principalmente furosemida) Remoção mecânica de líquidos Respostas compensatórias da ICC: Movimentos Iônicos (contração miocárdica): Ca2+ elemento chave na fase 2 nas células de Purkinje, a fase 2 é a fase que concentra cálcio (fase do platô), em que há o influxo do cálcio para o cardiomiócito, e por esse influxo ocorre a contração. O cálcio vem da parte externa e do RE – ocorre a sístole; a entrada do cálcio de fora, promove a saída do cálcio do RE. Esse cálcio sai em troca com o sódio; o sódio, por sua vez, troca com o potássio (NA/Katpase). A digoxina aumenta força de contração (agente inotrópico positivo) → aumenta cálcio intracelular, pois inibe atividade NA/KATPase, sódio não sai, fica dentro da célula. O sódio da bomba do meio começa a Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará sair e sódio começa a entrar. Com uso da digoxina, o mecanismo de troca Ca/Na é invertido, entrando mais cálcio. O Ca intracelular se liga no receptor no RE (receptor rianodina Ry), liberando ainda mais cálcio. Os pacientes vão procurar o médico, quando já está no grau 3, geralmente. TRATAMENTO ICC: Exercícios: Pacientes devem manter-se ativos; apenas os com ICC aguda devem repousar. O exercício até o ponto de dispnéia leve é benéfico, mas esportes prolongados, exaustivos ou de competição devem ser evitados. Tabagismo: Pacientes devem ser encorajados a parar de fumar. Álcool: Pacientes devem suspender o uso de álcool de forma rotineira, estando permitido ingestão de pequenas quantidades de forma ocasional. Dieta: Alimentação saudável, rica em fibras e perder peso deve ser orientado. Sal e água: Deve-se restringir o máximo de sódio possível e evitar a ingestão excessiva de líquidos. Redução na dieta de sódio (<1500mg/dia). TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: ▪ Assintomático e Classe I – IECA ou ant. recep. AT II, ß bloqueador (depende, usado em situações específicas). ▪ Classe II – ß bloqueador obrigatório e espironolactona (depende de situações específicas); digital e diurético são opcionais. Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará ▪ Classe III – Espironolactona obrigatória. Digital e diuréticos estão indicados ▪ Classe IV – suplementação com drogas inotrópico-positivas intravenosas *Drogas antiarrítmicas e anticoagulantes podem ser utilizadas em qualquer fase se necessárias. • Glicosídeos Cardíacos Digitálicos: ▪ Origem: Digitalis sp. ▪ Principais: Digoxina, Digitoxina, Lanantosídeo D. ▪ Tem baixo índice terapêutico (↓ segurança, ↑ risco, médico sempre deve solicitar dosagem). Mecanismo de ação: ▪ Inotrópicos Positivos → Aumentam força de contração ▪ Cronotrópico Negativo → Diminuem a frequência cardíaca ▪ Dromotrópica Negativa → Diminuem a velocidade de condução através dos feixes de condução ▪ Batmotrópica Negativa → Reduzem o limiar de excitabilidade do miocárdio A fixação do digitálico na Na+/K+ é melhor quando não tem K+ presente (menos K+ intracelular, ação da digoxina aumenta – em uma situação de hipocalemia (em caso de pacientes que utilizam diuréticos, como furosemida), efeito da digoxina é aumentando e isso pode ser negativo. Se houver mais K+ intracelular, vai disputar com digoxina e irá modular efeito da digoxina. Receptor rianodina: ↑ saída de cálcio. Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará A) Regulação da concentração de cálcio citosólico: Inibe a bomba Na+ / K +, por inibição da Na+ / K + ATPase, aumentando a concentração intracelular de sódio, favorecendo o transporte de Ca+ para o interior celular, através do mecanismo de troca sódio-cálcio, aumentando a força sistólica. B) Aumento na Contratilidade do músculo cardíaco: Aumenta a força de contratilidade cardíaca, aumentando o débito cardíaco. O aumento da contração miocárdia leva à diminuição no volume diastólico final, aumentando assim, a eficiência da contração. Reduz-se então, a atividade simpática, diminuindo a resistência periférica, diminuindo a frequência cardíaca. Pcte tratado com digitálico, ficaria no modelo intermediário. Normalmente os tratamentos envolvendos ICC, são aqueles vinculados aqueles pacientes com modelo de ejeção ventricular menor que 40%. Situações específicas que requerem uso de digitálicos. Digoxina: Digitoxina – pouco empregada. Efeitos tóxicos dos glicosídeos cardíacos: disritmia progressiva severa, bloqueio cardíaco complexo, anorexia, náuseas, vômitos, cefaléia, fadiga, confusão, visão turva, alteração na percepção de cores e presença de halos ao redor de objetos escuros Deve-se monitor os níveis séricos dos digitálicos! Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará • Vasodilatadores Hidralazina, Dinitrato de isossorbida (DIS) (Isordil®). Redução na pré e pós carga Relaxa toda a musculatura lisa DIS → ativa a guanilato ciclase → ↑GMP ciclico → vasodilatação ↑NO interação com a guanilato ciclase →vasodilatação Tolerância: ocorre em função da frequência e dosagem da administração. • Cefaleias, tonturas, fraquezas. Interações com os vasodilatadores: Álcool (depressor), outros vasodilatadores e anti-hipertensivos: queda de pressão ortostática. Sildenafil, Tadalafil, Vardenafil: são medicamentos para disfunção eretra mas causa vasodilatação – efeito hipotensor grave. Simpatomimético: diminui a ação do dinitrado de isossorbida, porque ele dilata vasos e simpatomimético faz contração. • Inibidores da ECA: captopril, enalapril, ramipril, lisinopril, quinapril, fosinopril. • Antagonistas dos receptores AT1: losartana, candesartan • Importância do uso de inibidor da ECA: Ao usar IECA, aumenta bradicinina, e a bradicinina é precursora de oxido nitrico, estimulando produção de PGI2 (PGI2 é vasodilatadora). Ao usar IECA, a angiotensina I não é convertida a angiotensina I. • Bloqueadores dos canais de cálcio Verapamil (Dilacoron®) Úteis para pacientes com disfunção diastólica ▪ Facilitam o relaxamento diastólico e reduzem as pressões de enchimento diastólico inferior ▪ Diminui a frequência cardíaca importante no tempo de enchimento diastólico. Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará • Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos: Metaprolol, bisoprolol, carvedilol (betabloqueadore é antagonista alfa) ▪ Melhora os sintomas, a tolerância aos exercícios e as medidas de função ventricular ao longo do tratamento. ▪ A melhora FV é devido a atenuação ou prevenção dos efeitos adversos mediados pelos receptores -adrenérgicos das catecolaminas sobre o miocárdio. Considerações quanto ao uso de beta-adrenérgicos na ICC: Devem ser iniciados em doses muito baixas e aumentando lentamente. Há uma maior tendência a retenção de líquidos → ajuste na dose do diurético. Há poucas experiências em pacientes com IC descompensada de início recente → não utilizar nesses pacientes. • Agonistas de receptor beta-adrenérgico: Dobutamina (Dobutrex®) Dopamina (Revivan®) Simpatomiméticos – de uso hospitalar. Dobutamina: ▪ Utilizados a curto prazo ▪ Ativam os receptores -adrenérgicos Efeito inotrópico positivo ▪ Pode causar taquicardia excessiva e arritmias Dopamina: ▪ Ativam os receptores D1 pós-sinápticos e D2 pré-sinápticos → Vasodilatação ▪ Pode causar taquicardia • Inibidores de Fosfodiesterase (PDE3) Milrinona (Primacor®) – uso hospitalar. ▪ Inibe a PDE 3: Reduz a degradação do AMP cíclico (causa vasodilatação). ▪ Vasculatura periférica: dilatação dos vasos de capacitância e resistência ▪ Aumenta força de contração e a taxa de relaxamento do músculo cardíaco ▪ Provocam efeitos colaterais intoleráveis (trombocitopenia) Estágio IC e condutas:
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