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CENTRO CIRÚRGICO - CC CONCEITO · “Conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas, bem como a recuperação pós-anestésica e pós operatória imediata”. “O procedimento cirúrgico é uma das modalidades terapêutica” FINALIDADES · Oferecer toda a infra-estrutura necessária a realização de cirurgias · Prestar assistência integral ao paciente cirúrgico em todo o período perioperatório (perioperatório significa um conjunto de pre, intra, pos) · Proporcionar recursos humanos e materiais para que o procedimento anestésico-cirúrgico seja realizado dentro de condições ideais, técnicas e asséptica · Realizar intervenções cirúrgicas e encaminhar o paciente a unidade, na melhor condição possível de integridade CENTRO CIRÚRGICO OU BLOCOS OPERATÓRIO (seria as salas de cirurgias) · podem ser compostos por 3 áreas distintas: · centro cirúrgico (CC) · recuperação pós-anestésico (RPA) · central de material e esterilização (CME) (as equipes que ficam na CME é diferente da equipe que fica no centro cirúrgico) NOÇÕES GERAIS -CENTRO CIRÚRGICO (RDC-50 LEI QUE FALA TUDO) · trata-se de um setor de alto custo, tanto pela construção quanto pela quantidade de equipamentos indispensáveis · a construção deve ser executada de acordo com as resoluções do ministério da saúde · é de responsabilidade do enfermeiro de CC conhecer a legislação e participar da discussão sobre a funcionalidade da planta física [obs: 1- o centro cirúrgico tem que ser construído de acordo com a legislação, sendo maior ou atingindo o mínimo do tamanho da planta física] [obs: 2- o centro cirúrgico é o coração do hospital, onde se rende mais lucros e tem mais gastos. Hospitais pequenos que não tem um CC grande, tem mais dificuldades financeira, quem faz rodar o dinheiro e paga os funcionários é o CC] · para o planejamento do CC é necessário considerar a filosofia do hospital e qual o nível de atenção a saúde que se propõe oferecer · considerar: · as especialidades oferecidas · o número de leitos destinados aos pacientes cirúrgicos · média de casos cirúrgicos atendidos no serviço de emergência CENTRO CIRÚRGICO AMBULATORIAL [obs: cirurgias de pequeno porte e simples. Consegue eliminar pacientes que estão com cirurgias pequenas, ganhar dinheiro, pois é rápido, simples] · realiza procedimentos anestésico-cirúrgicos em pacientes externos · permite que o paciente volte para a residência no mesmo dia (day clinic) LOCALIZAÇÃO DO CENTRO CIRÚRGICO · fácil acesso para pacientes críticos (emergências, UTI, das de internação) · próximo às áreas de suporte (farmacia, almoxarifado, lavanderia, banco de sangue, laboratório, RX, CME) · circulação interna: livre para pessoas que trabalham no setor, totalmente bloqueada para o pessoal de fora ACESSO E FLUXO · pacientes : acesso pela porta principal (deitados em maca) · equipe: acesso pela entrada dos vestiários que devem ser interligadas ao CC · serviço de apoio: entradas auxiliares para roupas limpas e saídas diferentes para equipamentos COMPONENTES · componentes da planta física do centro cirúrgico são divididos em zonas · esta terminologia é utilizada para : · facilitar a compreensão das barreiras que são usadas · diminuir a movimentação de equipes e materiais ZONEAMENTO - COMPONENTES · ZONA DE PROTECÇÃO : secretaria, corredor externo e vestiários (onde coloca-se roupa privativa) · blusa · calça · prope ou sapato privativo (discutidos) · gorro cobrindo totalmente os cabelos · máscara para/ cobrir boca e nariz (quando entrar na SO) · NR32 · ZONA LIMPA : recepção de pacientes, corredores, copa, salas de materiais e equipamentos; onde o uso de roupa privativa é obrigatória · ZONA ESTÉRIL: salas de operação onde há maior restrição ao número de pessoas e o uso obrigatório de máscara ZONEAMENTO DO CENTRO CIRÚRGICO · ZONA DE PROTEÇÃO/“NÃO CRITICA/ ÁREA NÃO RESTRITA”: circulação livre, não necessita de uniforme privativo. Corredor de entrada, vestiários secretaria · ZONA LIMPA/“ÁREA SEMI-RESTRITA/SEMI CRÍTICA”: paramentação basca é exigida. Corredores internos, SRPA, recepção de pacientes, sala de equipamentos, expurgo, sala da enfermagem , conforto médico · ZONA ESTÉRIL/“ÁREA RESTRITA/CRÍTICA: tem limites definidos para circulação de pessoal e equipamentos ,paramentação completa. Sala de cirurgia , área de lavabo e corredor inter-salas CENTRO CIRÚRGICO DE UM CORREDOR ÚNICO (PLANTA FÍSICA): · não tem entrada e saída de materiais sujos ou limpo CENTRO CIRÚRGICO DE CORREDOR DUPLO · um para entrada do pessoal e outra para saída de materiais PLANTA FÍSICA · recepção e transferência de pacientes · secretaria · vestiários · área de escovação · posto de enfermagem · copa · sala de conforto · área para prescrição médica · laboratório para exames e RX · sala de patologia · sala para materiais de anestesia · sala para acompanhantes · sala de material e equipamentos · sala de materiais de limpeza · expurgo · farmacia satelite · rouparia CENTRO CIRÚRGICO : PLANEJAMENTO FÍSICO · n° de salas operatórias (SO): 1 SO para 15 leitos cirúrgicos; 1 SO para 50 leitos gerais · construção : · cirurgias de pequeno porte: salas de 20m² · cirurgias de médio porte: salas de 25m² · cirurgias de grande porte: salas de 36m² · CIRURGIAS DE PEQUENO PORTE : oftálmicas, otorrinolaringológicas e endoscopias · CIRURGIAS DE MÉDIO PORTE: colecistectomia · CIRURGIA DE GRANDE PORTE: ortopédicas, neurológicas e cardiológicas EQUIPES · EQUIPE MÉDICA : · cirurgião titular: responsável pelo paciente · cirurgião assistente: pode ser o residente em alguns hospitais · anestesiologista : avalia as condições clínicas do paciente no pre e pos- operatorio, conduz todo o ato anestésico · auxiliar de anestesia (técnico de enf.): prepara o carro de anestesia, verificar itens obrigatórios das gavetas de medicações, montar as infusões venosas, etc... · INSTRUMENTADOR : organizar, verifica, solicita os materiais necessários para a cirurgia, prepara a mesa com os instrumentais necessários e auxilia o cirurgião e seus assistentes durante todo o procedimento · EQUIPE DE ENFERMAGEM : · enfermeiros: coordenador e assistencial · técnicos de enfermagem · escriturários e/ou auxiliares administrativos para a equipe de enfermagem · agentes de transporte · escriturários · serviço de higiene · auxiliares de farmácia · auxiliares de almoxarifado · EQUIPE DE APOIO: · patologista · engenharia clínica · técnico de radiologia · tecnico de laboratorio · dimensionamento de pessoal no CC : · RESOLUÇÃO COFEN 0543/2017 : O mínimo para o quadro dos profissionais de enfermagem em centro cirúrgico (CC) considera a classificação da cirurgia, as horas de assistência segundo o porte cirúrgico,o tempo de limpeza das salas e o tempo de espera das cirurgias, conforme indicado no estudo de Possari . Para o efeito de cálculo devem ser considerados : I. como horas de enfermagem, por cirurgia no período eletivo: 1. 1,4 horas de enfermagem, por cirurgia de porte 1 2. 2, 9 horas de enfermagem , por cirurgia de porte 2 3. 4,9 horas de enfermagem, por cirurgia de porte 3 4. 8,4 horas de enfermagem, por cirurgia de porte 4 II. para cirurgias de urgência/emergência, e outras demandas do bloco cirúrgico (transporte do paciente, arsenal/farmacia, RPA entre outros), utilizar o espelho semanal padrão V. como proporção profissional/ categoria , nas 24 horas : a. relação de 1 enfermeiro para cada três salas cirúrgicas (eletivas) b. enfermeiro exclusivo nas salas de cirurgias eletivas e de urgência/emergência de acordo com o grau de complexidade e porte cirúrgico c. relação de 1 profissional técnico/auxiliar de enfermagem para cada sala como circulante (de acordo com o porte cirúrgico) d. relação de 1 profissional técnico/ auxiliar de enfermagem para instrumentação (de acordo com o porte cirúrgico ) ATRIBUIÇÕES ENFERMEIRO COORDENADOR (RT) · participa da elaboração de normas, rotinas e procedimentos do setor (POPs) · realiza o planejamento estratégico de enfermagem · participa de reuniões com outros setores do hospital e promove reuniões com a equipede trabalho · realiza contratações e a avaliação de desempenho da equipe conforme norma da instituição · solicita e testa a aquisição de novos equipamentos e materiais · colabora com o setor de controle de infecção hospitalar (CCIH) e CME ENFERMEIRO ASSISTENCIAL (BLOCO CIRÚRGICO) · aplicar a SAEP · realizar plano de cuidados de enfermagem e supervisionar a continuidade da assistência prestada aos pacientes cirúrgicos · prever e prover o CC de recursos humanos necessários ao atendimento em SO · supervisionar as ações dos profissionais da equipe de enfermagem · realizar a programação cirúrgica previamente · realizar escala diária de atividades dos funcionários TÉCNICO DE ENFERMAGEM · manter a ordem e a limpeza no seu ambiente de trabalho (sala operatória) · zelar pelo correto manuseio de materiais e equipamentos · estar ciente das cirurgias marcadas para a sala cirurgia sob sua responsabilidade · prover SÓ com materiais e equipamentos · realizar as anotações de enfermagem NORMAS TÉCNICAS · temperatura e umidade : CARACTERÍSTICA SO ou SC CORREDORES RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA Temperatura min/max (°C) 19-24 19-24 22-24 umidade relativa (%) 45-60 45- 60 45-60 troca de ar (por hora) 25 15 10 filtros G2/F2/A3 G2/F2/A3 G2/F3 AR CONDICIONADO NA SALA CIRÚRGICA · de 30.000 a 60.000 microorganismos podem depositar-se no campo operatório por hora · o ar é uma via de transmissão de bactérias e fonte de contaminação · pessoas na sala cirúrgica são fonte de microrganismos através: · Gotículas de ar expirado · descamação de células da pele partículas transportadas nos sapatos · cada sala de operação (SÓ) deve possuir controle individual de temperatura · devem ser utilizados filtros de ar específicos de alta eficiência, os high efficiency particulate air (HEPA) · recomendável que haja pressão positiva dentro de cada SO · para as salas específicas de transplante e para as ortopédicas, recomenda-se o uso de fluxo laminar COMUNICAÇÃO · comunicação interna e externa a SO: · telefone, interfone, campainha , sinais luminosos, · monitor central · rede de gases : · oxigênio (verde) · ar comprimido (amarelo) · óxido nitroso (azul) · vácuo (cinza) · sistema elétrico diferenciado · gerador de emergência (mínimo 1 hora) · tomadas 110 e 220 volts · sistema de aterramento COMPOSIÇÃO DA SALA DE CIRURGIA · parede e pisos: utilizar materiais adequados para o revestimento de paredes, pisos e tetos de ambientes de áreas críticas e semicríticas, pois devem ser resistentes a lavagem e ao uso de desinfetantes · portas: largas para facilitar a passagem de macas e equipamentos e com área de vidro · cor: neutra, suave e fosca para evitar reflexos e fadiga visual · janelas: vidros duplos, amplas, com boa luminosidade porém ter telas e fechadas · iluminação: luz do teto e foco · nas áreas restritas e semi-restritas, não deve haver tubulações aparentes nas paredes e nos tetos · a junção entre o rodapé e o piso precisa ser feita de forma a permitir a completa limpeza do canto formado · o CC deve possuir sistema de emergência com gerador próprio, capaz de assumir automaticamente o suprimento de energia em, no máximo, meio segundo e mantê-lo por , no mínimo, uma hora EQUIPAMENTOS DA SALA CIRÚRGICA · FIXOS: · foco central · negatoscópio · painel de gases medicinais · monitor multiparamétrico · MÓVEIS : · carro de anestesia · carro de material · bisturi elétrico · foco auxiliar · bancos giratórios · mesa de instrumental · mesa de mayo · baldes inox · suportes de soro · suporte de hamper OUTROS EQUIPAMENTOS DA SALA DE CIRURGIA · videocirurgia, microscópio, raio X intensificador de imagens (arco c) SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIO - SAEP SAEP · tem como base o atendimento das necessidades humanas básicas e o processo de enfermagem estruturado do Wanda Horta · desde JAN/ 2000 o COFEN normatiza que toda instituição de saúde utilize a sistematização da assistência de enfermagem OBJETIVOS DA ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA · eficiência administrativa e de cuidados · manter a unidade com equipamentos e materiais · segurança para clientes e profissionais · capacitação técnica da equipe DIVIDIDA EM ETAPAS : · pré operatório imediato · transoperatório · recuperação pós anestésica · pos operatorio imediato e mediato PERÍODOS- SAEP · PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO- compreende a véspera da cirurgia até o transporte do paciente ao CC · PERÍODO TRANSOPERATÓRIO - compreende desde a entrada do paciente no CC até o momento em que é encaminhado para a RPA · PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO E MEDIATO - inicia na admissão do paciente na RPA e se estende até as primeiras 48 horas após a cirurgia (mediato) FLUXO OPERACIONAL - SÃO 1. PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO : “histórico de enfermagem” e “diagnóstico de enfermagem” 2. PERÍODO TRANSOPERATÓRIO : “planejamento da assistência” e “implementação assistência “ 3. PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO : “implementação da assistência” e “reavaliação da assistência ” PRÉ- OPERATÓRIO IMEDIATO · finalidades da visita pré-operatória de enfermagem: · entrevista · exame físico · checagem dos exames pré-operatórios · conferir documentos e formulários · orientações específicas · entrevista com o paciente e família durante visita pré operatória · consulta da ficha pré-operatória de enfermagem da unidade de internação contida no prontuário do paciente · informações verbais do enfermeiro da unidade de internação CONTINUIDADE DA ASSISTÊNCIA ENTRE UNIDADE DE INTERNAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO · listagem dos problemas percebidos na visita pré-operatório e no momento de recebimento do paciente no CC · deverão ser considerados no transoperatório · a análise dos problemas identificados · elaboração da prescrição de enfermagem para o TRANSOPERATÓRIO DETERMINA : · as ações a serem desenvolvidas e suas prioridades · como efetuá-las · a quem compete desempenhá-las · quando serão realizadas VISITA PRÉ-OPERATÓRIA DE ENFERMAGEM: HISTÓRICO · minimizar dúvidas e diminuir ansiedade do paciente e familiares · conhecer e levantar problemas que possam interferir no transoperatório e pós-operatórias · tornar o paciente colaborativo e participante do seu tratamento · promover alívio do medo: da dor, da anestesia e do desconhecido , da morte, de deformidades, do prognóstico ruim ou da incapacidade futura · orientar sobre preocupações financeiras como atestados, auxílio doença, licença médica etc.. · uso de drogas ilícitas- verificar tipo, quantidade e frequência · álcool- quantidade e frequência. O delírio por abstinência previsto para 72 horas após cirurgia · tabaco - quantidade e frequência · terapia medicamentosa- qual medicação, dose e frequência de uso VISITA PRÉ-OPERATÓRIA DE ENFERMAGEM: EXAME FÍSICO · fonte importante de comparação entre ANTES e DEPOIS do ato cirúrgico, principalmente relacionado a: · sistema neurológico · auscultas cardíaca e pulmonar · lesões de pele · úlceras por pressão edemas · observar estado nutricional e hidratação : · as deficiências nutricionais desfavorecem a boa cicatrização · a desidratação causa desequilíbrio hidroeletrolítico e consequente arritmias · os tecidos gordurosos são suscetíveis a infecção e favorecem problemas com deiscência da ferida · IDENTIFICAR FATORES DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES: · extremos de faixa etária · alterações endócrinas · infecção · anormalidades imunológicas · alterações pulmonares · doença renal · doença hepática · tratamento psiquiátrico · checar: · hemograma completo · coagulograma · tipagem sanguínea · glicemia em jejum · rx de tórax · ecg VISITA PRÉ-OPERATÓRIA DE ENFERMAGEM: TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO · documento legal e obrigatório em TODA internação hospitalar · direito do cliente e dever do médico · deve ser dado voluntariamente-sem coerção · deve ser escrito contendo explanação de todos os procedimentos a que o cliente será submetido, seus riscos, bem como a descrição dos seus benefícios · deve ser escrito em uma linguagem compreensível, sem jargõesou terminologias científicas · o cliente deve ser maior de idade, capaz e preservada suas faculdades mentais · se cliente incapaz, menores, não autônomos ou que não podem dar ou manter o consentimento, mentalmente incapacitados, mentalmente doentes ou comatosos: devem ter um familiar de primeiro grau ou um responsável jurídico nomeado pelo Estado para realizar tal ação VISITA PRÉ-OPERATÓRIA DE ENFERMAGEM · checar antes de encaminhar o paciente para o CC · identificação do paciente com pulseira- protocolo internacional de segurança do cliente cirúrgico · confirmação do tempo de jejum · preparo do intestinal (s/n) · preparo da pele: banho com antisséptico, tricotomia · cabelos: artificiais, molhados , tranças, grampos · retirada de próteses - oral, auditiva, ocular · retirada de jóias e adereços metálicos (piercings) · retirada de absorventes internos e externos · administração de pré-anestésico · conferência da documentação - prontuário/ exames DIFICULDADES PARA REALIZAÇÃO DA VISITA PRÉ-OPERATÓRIA · reduzido número de enfermeiros disponíveis · filosofia institucional · falta de interesse dos profissionais · falta de conhecimento desta sistemática SAEP - TRANS-OPERATÓRIO FINALIDADE DAS AÇÕES DO ENFERMEIRO ASSISTENCIAL: · certifica os dados de identificação do paciente (nome, idade, tipo de cirurgia, lateralidade e outros) · realizar breve exame físico, quando possível, com inclusão da avaliação das condições emocionais · faz a leitura dos principais dados registrados na ficha pré-operatória · verifica se o prontuário está completo · verifica o registro de intercorrências e alterações importantes · verifica a remoção de próteses e lentes · checar o preparo da sala cirúrgica · auxílio no posicionamento cirúrgico · proteção de pele e anexos · prevenção de iatrogenias e complicações no pós-operatório · execução das prescrições estabelecidas no pré-operatório · auxílio na indução anestésica e reversão · registro e documentação da assistência S/N RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA · objetivos da RPA: proporcionar a recuperação dos pacientes e prevenir e detectar complicações relacionadas ao procedimento anestésico-cirúrgico SAEP - POS -OPERATORIO IMEDIATO · enfermagem: · assistir o paciente até que ele tenha se recuperado dos efeitos anestésicos, apresentando normalidade dos sinais vitais e das funções motoras e sensitivas · realizar cuidados através da SAEP · o enfermeiro que atua na RPA deve saber identificar complicações para que, se necessário, o paciente retorne imediatamente para a SO · na avaliação inicial realizar as etapas do exame físico para detecção de eventos adversos · concomitantemente monitoriza-lo e realizar os sinais vitais · em seguida colher informações do transoperatório para direcionar os cuidados · avaliar a presença de drenos, cateteres curativos e seus respectivos débitos · avaliá-lo repetidamente até certificar se que ele poderá ser encaminhado ao quarto SAEPE - PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO (NÃO ESTAMOS FALANDO DA RPA) · avaliar o grau de satisfação do paciente/família · avaliar a assistência prestada no perioperatório · coleta de dados sobre a evolução operatória · pesquisar presença de infecção cirúrgica, lesões articulares e/ou musculares, fixação de drenos e cateteres, sinais de queimadura quimica ou eletrica · ATÉ 48HRS APÓS A CIRURGIA VANTAGENS DO SAEP · assistência individualizada ao paciente · valorização do profissional de enfermagem · melhor programação da cirurgia · prevenir complicações cirúrgicas · melhor interação enfermeiro paciente DESVANTAGENS DO SAEP · falta de conhecimento da necessidade de sistematizar a assistência perioperatória · horário de internação do paciente TEMPOS CIRÚRGICOS TEMPOS CIRÚRGICOS OU OPERATÓRIOS · praticamente, todas as intervenções cirúrgicas são realizadas em 4 fases ou TEMPOS básicos · DIÉRESE · HEMOSTASIA · CIRURGIA · SÍNTESE DIÉRESE · toda manobra que visa criar descontinuidade ou rompimento dos tecidos por meio de instrumentos · via de acesso para o ato cirúrgico · separação dos planos anatômicos ou tecidos · possibilitar a abordagem de um órgão ou região cavitária ou superfície PODE SER CLASSIFICADO EM : · mecânica: instrumentos · física: recursos especiais DIREÇÃO MECÂNICA · PUNÇÃO - drena coleções de líquidos ou coletar fragmentos de tecidos com uso de instrumentos perfuro-cortantes (agulhas, trocartes) · SECÇÃO- dividir ou cortar tecidos com uso de material cortante (bisturi, tesouras, laminas) · DIVULSÃO- afastamento dos tecidos nos planos anatômico sem cortá-los (afastadores, tesouras com ponta romba) · CURETAGEM : raspagem da superfície do órgão (cureta) · DILATAÇÃO - processo para aumentar o diâmetro de canais e orifícios (dilatadores específicos) · SERRAÇÃO- realizado por meio de serra em cirurgias ortopédicas · TÉRMICA- realizada com uso do calor, cuja fonte é a energia elétrica (bisturi elétrico) DIÉRESE FÍSICA · CRIOTERAPIA - resfriamento brusco e intenso da área- foco (nitrogênio líquido) · LASER- realiza-se por meio de um feixe de ondas luminosas de raios infravermelhos concentrados e de alta potência NA ESCOLHA DA VIA DE ACESSO O CIRURGIÃO CONSIDERA: · via que confere boa visibilidade do campo, sem a realização de incisões extensas · deve ter bordas nítidas · atravessar tecidos respeitando anatomia regional, um plano de cada vez · acompanhar, de preferência, as linhas de força da pele HEMOSTASIA · toda manobra realizada pelo cirurgião para prevenir , deter ou coibir o extravasamento sanguíneo no intra operatório · tem por finalidade manter limpo o campo operatório e evitar a formação de coleções e coágulos · é necessária, pois favorece a evolução normal da ferida no pós operatório , evitando infecções e deiscência CLASSIFICAÇÃO DA HEMOSTASIA : · hemostasia espontânea (natural): fechamento espontâneo de dezenas de pequenos vasos seccionados em uma incisão cirúrgica · hemostasia temporária: feita durante a intervenção cirúrgica para deter ou impedir temporariamente o fluxo de sangue no local da cirurgia. · pode ser realizada por pinçamento, garroteamento, ação farmacológica ou oclusão endovascular · hemostasia definitiva: obliteração do vaso sanguíneo em caráter permanente, através de ligadura, cauterização, sutura, obturação ou tamponamento CIRURGIA PROPRIAMENTE DITA OU EXÉRESE · momento em que o cirurgião realiza a intervenção cirúrgica no órgão ou tecido desejado, visando : · o diagnóstico · o controle · a resolução da intercorrência · reconstituindo a área, procurando deixá-la da forma mais fisiológica possível SÍNTESE · aproximar as bordas de uma lesão ou ferida operatória · tem por finalidade estabelecer a contiguidade do processo de cicatrização · é a união dos tecidos por planos CONDIÇÕES NECESSÁRIAS: · antissepsia local · vascularização perfeita das bordas da incisão · bordas nítidas · ausência de hematomas ou coleções · coaptação sem compressão dos tecidos · ausência de corpos estranhos e tecidos necrosados · escolha de fios apropriados · execução da técnica correta SÍNTESE CIRÚRGICA · Realizada por meio de sutura manual com fios cirúrgicos , ou sutura mecânica com grampos · é o ponto ou conjunto de pontos aplicados no tecido, com o objetivo de união, fixação e sustentação deste, para promover o processo de cicatrização AGULHAS · curvas ou retas · traumáticas e atraumáticas · cilindricas ou triangulares · seleção depende da acessibilidade e do tipo de tecido para produzir mínima lesão tecidual PORTA AGULHAS · oferece melhor condução da agulha curva : · mayo-hegar · mathieu · olsen-hegar (porta-agulhas e tesoura) FIOS DE SUTURA · podem ser: · monofilamentares · trançados 1. ABSORVIDOS : serão absorvidos pelo organismo · CATEGUTE SIMPLES E CROMATO- biológico - absorção por fagocitose- usado em suturas gastrointestinais, vasos , tecido subcutâneo, cirurgias ginecológicas, etc · POLIGLACTINA (VICRYL*)- sintético - absorção por hidrólise - cirurgias gastrointestinais, fáscia aponeurótica, cápsulas articulares,etc 2. INABSORVÍVEIS-serão encapsulados pelo organismo · BIODEGRADÁVEIS: · MONONAILON- sintético- degradado enzimaticamente ao longo de 2- 5 anos. Usado na vascular, plástica, gastroenterologia, etc · SEDA- biológico - absorção por fagocitose em torno de dois anos. Pode ser usado na oftalmologia, plástica, gastroenterologia, etc · LINHO- biológico - absorção por fagocitose em menos de 1 ano · NÃO BIODEGRADÁVEIS: · POLIPROPILENO - sintético- fica encapsulado - cardiovascular, plástica, oftalmologia, etc · POLIESTER- sintético -cirurgia cardiovascular, gastrointestinal, etc · AÇO INOX- origem mineral - fica encapsulado - indicado em bucomaxilofacial e fechamento de esterno FATORES A CONSIDERAR NA ESCOLHA DO FIO · baixo custo · adequada resistência tênsil · maleabilidade · mínima reação tecidual · tipo de tecido a ser suturado TIPOS DE SUTURA · pontos simples : mais seguro por interromper menos a irrigação dos tecidos. Indicado para diversos tipos de suturas, desde de sutura de pele (mais comum) e suturas internas · pontos Donati: quando é necessário uma aproximação mais intensa das bordas · pontos contínuos : utilizados para sutura da aponeurose, peritônio, pele etc · pontos intradérmicos: cirurgias plásticas · pontos em U: utilizados em hemostasia · grampos RESUMO : TEMPOS CIRÚRGICOS 1. DIÉRESE: é o momento de rompimento dos tecidos por meio de instrumentos cortantes, como bisturis e tesouras 2. HEMOSTASIA: é o processo através do qual se detém o sangramento ocasionado pela diurese. (compressas, pinças, bisturi elétrico) 3. OPERAÇÃO PROPRIAMENTE DITA: é o tempo cirúrgico principal voltado para o objetivo principal do procedimento 4. SÍNTESE: é a união dos tecidos (agulhas, porta-agulhas e fios ) CLASSIFICAÇÃO DO TRATAMENTO CIRÚRGICO · o tratamento cirúrgico pode ser classificado de acordo : · momento operatório · finalidade da cirurgica · risco cardiológico · duração da cirurgia · potencial de contaminação · nesta classificação, a determinação do MOMENTO propício a realização do tratamento cirúrgico depende da evolução do quadro clínico, bem como da avaliação acerca das vantagens e desvantagens da espera, consideradas as condições do paciente · PODEM SER : · emergência · urgência · eletiva CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DETERMINAÇÃO DO MOMENTO OPERATÓRIO : · CIRURGIA DE EMERGÊNCIA : · tratamento em que exige atuação imediata, rápida, por tratar-se de uma situação crítica · pela gravidade do quadro apresentado pelo paciente, exige intervenção cirúrgica imediata - “salvar a vida “ · ex: perfuração de vísceras por trauma, ferimentos por PAF ou FAB, lesões hemorrágicas em órgãos vitais · CIRURGIA DE URGÊNCIA : · nesta, a intervenção cirúrgica é imediata, podendo aguardar algumas horas, nas quais o paciente é mantido sob avaliação clínica, laboratorial e sob observação constantes · deverá ser realizado dentro de 24 a 48 hr, de preferência · ex: obstrução intestinal , abdome agudo inflamatório · CIRURGIA ELETIVA : · é o tratamento cirúrgico que, mesmo indicado para tratar a condição clínica do paciente, pode ser realizado com data prefixada · ex: hérnia simples, varizes dos membros inferiores, etc · dependendo da FINALIDADE a que se destina, o tratamento cirúrgico pode ser: · PALIATIVO · RADICAL · PLÁSTICO (ESTÉTICO) · DIAGNÓSTICA CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FINALIDADE DE TRATAMENTO CIRÚRGICO : · PALIATIVO: · tratamento cirúrgico que visa compensar os distúrbios para melhorar as condições clínicas do paciente e/ou aliviar a sua dor, contribuindo para a melhoria de sua qualidade de vida · ex: colostomia por obstrução tumoral · RADICAL: · ato cirúrgico através do qual se faz a remoção parcial ou total de um órgão ou total de um órgão ou segmento corporal · ex: gastrectomia parcial, amputação de reto, mastectomia · PLÁSTICA: · procedimento realizado com finalidade estética ou corretiva · ex: blefaroplastia · DIAGNÓSTICA : · caracteriza-se pela extração de fragmentos de tecidos para exames macro ou microscópico com finalidade diagnóstica CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO RISCO CARDIOLÓGICO : · diante do risco que o paciente tem de PERDER FLUIDOS E SANGUE durante a cirurgia, e em consequência disso apresentar complicações cardiovasculares, os procedimentos cirúrgicos são classificados quanto ao risco: · CIRURGIAS DE PEQUENO PORTE · CIRURGIAS DE MÉDIO PORTE · CIRURGIAS DE GRANDE PORTE · CIRURGIAS DE PEQUENO PORTE: pouco risco de perder fluidos e sangue · ex: cirurgias oftálmicas e otorrinolaringológicas · CIRURGIAS DE MÉDIO PORTE : risco mediano de perder fluidos e sangue · ex: correções de fraturas, histerectomias · CIRURGIAS DE GRANDE PORTE : grande risco de perda de fluidos e sangue · ex: correção de aneurisma, transplantes DE ACORDO COM A DURAÇÃO DO ATO CIRÚRGICO, AS CIRURGIAS SÃO CLASSIFICADAS : · PORTE I · PORTE II · PORTE III · PORTE IV · geralmente, quanto maior a duração do procedimento, maior o porte da cirurgia e maior o risco do paciente apresentar complicações no período pós-operatório DE ACORDO COM A DURAÇÃO DO ATO CIRÚRGICO · CIRURGIAS DE PORTE I :tem até 2 horas de duração · ex: amigdalectomia · CIRURGIAS DE PORTE II: duram em média de 2-4 horas · ex: prostatectomia · CIRURGIAS DE PORTE III: duração de 4-6 horas · ex: revascularização do miocárdio, craniotomias · CIRURGIAS DE PORTE IV: ultrapassam 6 horas de duração · ex : transplantes SEGUNDO O POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO, OU SEJA, O RISCO DE INFECÇÃO AO QUAL O PACIENTE É EXPOSTO, AS CIRURGIAS PODEM SER CLASSIFICADAS: · CIRURGIAS LIMPAS · CIRURGIAS POTENCIALMENTE CONTAMINADAS · CIRURGIAS CONTAMINADAS · CIRURGIAS INFECTADAS CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO · CIRURGIAS LIMPAS · são aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação · na ausência de processo infeccioso e inflamatório local, cirurgias eletivas atraumáticas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem · cirurgias de SNC, vasculares, ortopédicas · Ex: neurocirurgias, artroplastia de quadril · CIRURGIAS POTENCIALMENTE CONTAMINADAS · são aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana residente pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação · na ausência do processo infeccioso · ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa · ex: gastrectomia, lobectomia · CIRURGIAS CONTAMINADAS · são aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente ou abertos · colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou impossível · presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção · ex: hemicolectomia, cirurgias dentárias, apendicectomia · CIRURGIAS INFECTADAS · são todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso, tecido necrótico, corpos estranhos e feridas de origem suja · ex: abdome agudo perfurativo, debridamento de escaras ·
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