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Língua Portuguesa, variedades linguísticas e o papel docente

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Língua portuguesa, 
variedades linguísticas e o 
papel docente1 
 
Mônica Florice Albuquerque Alencar2 
 
O português deve ser compreendido enquanto língua com diferentes funcionalidades 
em suas versões escrita e oral, onde a versão escrita é a que mais se aproxima da norma culta 
padronizada. 
Fonte: http://varaldasletras.com.br/variacao-linguistica-2/ 
Na oralidade, a língua portuguesa é expressa em diversas variantes ou “falares” 
habitualmente desprovidos de prestígio social, porquanto são distantes da linguagem oficial. 
Interessante notar que a variante oficial possa ser utilizada como veículo de ascensão social, 
pois, sabidamente, a norma-padrão confere a quem a domina a batuta da “sabedoria”, 
consagrada pela cultura popular. Contudo, haverá momentos ideais para uso da linguagem 
coloquial e da linguagem oficial, onde poderemos optar pela linguagem mais adequada ao 
 
1 Texto produzido em 25/09/2020, a partir de reflexões sobre o significado/sentido da Língua Portuguesa 
para a formação humana e do professor. 
2 Graduanda em Letras, Mestre em Educação, monicaflorice@gmail.com 
ambiente social, à situação, à faixa etária, ao sexo, enfim, ao contexto em que nos 
encontramos. 
A variante padrão, por ser mais rígida, padronizada, enclausurada em suas regras, 
apresenta evolução lenta; já a variante coloquial, mais informal, de uso cotidiano, revela uma 
estrutura gramatical mais dinâmica e constantemente mutável. Todavia, uma vez capazes de 
transmitir a mensagem, garantindo, assim, que se efetive a comunicação, aqueles “falares” 
precisam ser considerados enquanto fenômenos comunicativos produzidos, neste caso, pela 
língua portuguesa. 
Em algumas situações, a comunicação ficará restrita a determinados grupos que 
dominem aquela linguagem. A linguagem usada nas redes sociais, embora escrita, é informal, 
despreocupada com a norma padrão, devido à sua finalidade, que é casual. Por esta razão, 
muitas vezes, a compreensão sobre o que está sendo dito não ocorre, em função de gírias, 
abreviações, "memes" próprios daquele ambiente (redes sociais). 
Fonte: http://blog.pat.educacao.ba.gov.br/blog/2013/01/o-internetes-e-a-lingua-portuguesa-2/ 
O mesmo acontece com as linguagens profissionais: a linguagem adotada por 
advogados, juízes, magistrados é bem restrita à área jurídica e, por vezes, incompreensível a 
muitos de nós. E o que dizer da linguagem médica, com suas terminologias técnicas, 
expressões e siglas? 
Tanto a linguagem das redes sociais quanto as linguagens profissionais são restritas aos 
seus contextos, mas capazes de expressar ideias entre seus pares. Portanto, não podemos 
graduá-las como melhores ou piores, corretas ou incorretas, mas como variantes da língua. 
O mesmo raciocínio se aplica aos regionalismos. 
Em se tratando de regionalismos, a variedade de linguagens precisa ser enxergada sob 
o prisma da riqueza cultural, pois os nossos muitos “brasis” representam a oportunidade de 
experienciar modos de vida diferentes dos nossos, e isso é salutar para o desenvolvimento 
do repertório linguístico. Além disso, a diversidade cultural contribui para a valorização das 
variedades linguísticas como igualmente importantes - não apenas a norma padrão - por 
serem dotadas da função primeira da língua, que é a capacidade de comunicar. 
Fonte: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/quiz-voce-conhece-estes-regionalismos-brasileiros/ 
Na escola, objetiva-se ensinar o domínio da variante padrão, uma vez que os alunos 
trazem consigo uma bagagem linguística repleta da gramática informal, com a capacidade 
intrínseca da formação de frases e sentenças dotadas de estrutura e significados próprios, 
decodificáveis e reconhecíveis, por ele, como pertencentes a uma língua – a língua natural do 
aluno. Um dos desafios que se apresenta aos professores é o ensino da gramática a esses 
alunos, se a partir das normas ou se a partir do uso da língua em situações e experiências 
práticas contextualizadas. 
Em um processo de ensino-aprendizagem não estéril, o professor precisa considerar a 
exposição prévia do aluno a dados, compreendidos aqui como as condições ambientais que 
conformaram e continuam conformando o seu repertório linguístico natural, a fim de 
adequar a sua didática pedagógica a partir do público-alvo ao qual seu destina. 
 
REFERÊNCIA 
MEDEIROS, A. D. A. Língua Portuguesa I. Batatais, SP: Claretiano, 2013. p. 9-16.

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