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100 Questões Discursivas - Processo Penal

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Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
Freitas Da Silva Oliveira - CPF: 016.146.971-08 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.questoesdiscursivas.com.br 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
3 
 
 
 
AUTORES: 
 
FELIPE BORBA 
Delegado de Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul. Especialista 
em Direito Público pela FMP. Mestre em Direito pela UniRitter. 
Professor universitário e de cursos preparatórios para concursos. 
Coordenador da disciplina de Direito Constitucional da Academia de 
Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Membro da banca do último 
concurso para Agentes da Polícia Civil do RS. Aprovado em diversos 
concursos públicos, tendo exercido os cargos de Analista do 
Ministério Público de Minas Gerais, Advogado do CREA/RS (aprovado 
em 1º lugar), Assessor do Ministério Público do Rio Grande do Sul 
(aprovado em 1º lugar) e advogado do CREMERS (aprovado em 2º 
lugar). 
GUILHERME DE SÁ MENEGHINI 
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais 
desde 2011, exercendo as funções como titular da 2ª Promotoria de 
Justiça da Comarca de Mariana/MG. Já atuou nas Promotorias de 
Justiça das Comarcas de Minas Novas, Diamantina, Ipanema, 
Manhumirim, Itabira e Ferros. Já foi Oficial Judicial (Tribunal de 
Justiça de Minas Gerais/TJMG - Ouro Preto/MG - 2006- 2007), 
Advogado (OAB/MG - 2007) e Delegado de Polícia Civil (PCMG - 
2008/2011). Foi professor de Direito Penal e Processo Penal no 
Centro de Ensino Superior de Itabira (CENSI - 2009), na Faculdade de 
Direito e Ciências Sociais do Leste de Minas (FADILESTE - 2012-2013) 
e na Universidade Presidente Antônio Carlos Unidade Mariana 
(FUPAC/UNIPAC - 2016). Pós-graduado em Ciências Criminais pela 
Universidade Cândido Mendes (2010). Mestre em Direito Penal pela 
Universidade Federal de Minas Gerais, com a dissertação 'Concurso 
de pessoas nos crimes de peculato e corrupção passiva: um estudo 
sobre a teoria do domínio de organização' (UFMG - 2014-2016). 
Integrante da Força-Tarefa 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
4 
 
 
 
constituída pelo Ministério Público de Minas Gerais para apurar as 
consequências do rompimento da barragem de Fundão, da Samarco 
Mineração S/A, em Mariana. É palestrante, abordando assuntos 
como desastres socioambientais, direitos humanos, ações coletivas e 
combate ao crime organizado. Tem experiência na área de Direito, 
com ênfase em Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito 
Administrativo, Direito Constitucional e Direitos Humanos." 
RAFAEL FARIA 
Delegado de Polícia Civil do Estado de São Paulo. Especialista em 
Direito Penal e Processo Penal com Capacitação para Docência no 
Ensino Superior pela Faculdade de Direito Damásio de Jesus/SP. 
Professor de Direito Penal da Graduação em Direito do Centro 
Universitário Unifafibe, em Bebedouro/SP. 
RODRIGO DUARTE 
Advogado da União. Ex-Oficial de Justiça e Avaliador Federal no TRF 
da 2ª Região; Ex-Técnico Administrativo do Ministério Público da 
União (MPU) e Ex-Técnico de Atividade Judiciária no Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Aprovado e nomeado no concurso de 
Analista Processual do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPE/RJ). 
MIGUEL BLAJCHMAN (Organizador) 
Advogado. Fundador do site Questões Discursivas. Ex-Analista de 
Planejamento e Orçamento da Secretaria Municipal da Fazenda do 
Rio de Janeiro (SMF/RJ). Aprovado nos seguintes concursos: Analista 
de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de 
Janeiro (TCE/RJ). Analista e Técnico do Ministério Público do Estado 
do Rio de Janeiro (MPE/RJ) e Advogado da Dataprev. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
5 
 
 
 
SUMÁRIO 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 
 ANALISTA JUDICIÁRIO - STM – 2010 - CESPE 
 PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR – 2016 – BANCA PRÓPRIA 
 PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR – 2016 – BANCA PRÓPRIA 
 ESTAGIÁRIO – DPU – 2014 – BANCA PRÓPRIA 
CITAÇÃO 
 OFICIAL DE JUSTIÇA - TJAL - 2018 – FGV 
 ANALISTA JUDICIÁRIO - TJRJ - FGV - 2014 
COMPETÊNCIA 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/BA - CESPE - 2013 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJAL – 2008 - CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCAP - 2010 – FGV 
AÇÃO PENAL 
 POLÍCIA MILITAR - PMDF – IADES - 2017 
 ANALISTA DO MP - MPE/RS - FCC - 2010 
 ANALISTA DO MP - MPE/RS - FCC - 2010 
 ANALISTA JUDICIÁRIO - TJGO – 2013 – BANCA PRÓPRIA 
 MAGISTRATURA ESTADUAL - TJPR - 2017 - CESPE 
 PROCURADOR FEDERAL – AGU - CESPE - 2007 
APREENSÃO DE MENOR 
 POLICIAL CIVIL - PCRN - CESPE - 2008 
EXECUÇÃO PENAL 
 OFICIAL DE JUSTIÇA - TRF4 - FCC - 2014 
 ANALISTA DO MP - MPE/RS – 2014 – BANCA PRÓPRIA 
 DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – 2018 – CESPE 
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL 
 PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL – 2012 - CESPE 
INVESTIGAÇÃO POLICIAL 
 POLICIAL CIVIL - PCSP – 2010 - ACADEPOL 
INQUÉRITO POLICIAL 
 POLICIAL CIVIL - PCGO - CESPE - 2016 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
6 
 
 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCSP -ACADEPOL - 2011 
 ANALISTA JUDICIÁRIO – STM – 2018 – CESPE 
 DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL - 2018 - CESPE 
 ESTAGIÁRIO – DPU – 2014 – BANCA PRÓPRIA 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCAP - 2010 – FGV 
 PROCURADOR DO BANCO CENTRAL - CESPE - 2013 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCSP – 2018 – VUNESP 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 – UFG 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCRS – 2018 – FUNDATEC 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCMG – 2018 – ACADEPOL 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCGO –2017 – CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCGO –2017 – CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCSE - 2018 – CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCGO –2017 – CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCMT - 2017 – CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 – UFG 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCBA – 2018 – VUNESP 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCRN - 2008 – CESPE 
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS 
 ANALISTA JUDICIÁRIO - CNJ – CESPE - 2013 
 POLICIAL CIVIL - PCGO - CESPE - 2016 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCSP - ACADEPOL - 2014 
 PROCURADOR FEDERAL – AGU - CESPE - 2013 
 PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RJ – 2018 – BANCA PRÓPRIA 
PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 ANALISTA DO MP - MPU - CESPE - 2013 
 ANALISTA DO MP - MPE-SP - 2013 - IBFC 
 PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/BA – 2015 – BANCA PRÓPRIA 
 ANALISTA DO MP – 2014 -MPE/BA – AOCP 
PRISÃO 
 MAGISTRATURA FEDERAL – TRF5 – 2018 – CESPE 
 OFICIAL DE JUSTIÇA - TRF3 - 2014 - FCC 
 ESCRIVÃO - PCBA - CESPE - 2013 
 POLÍCIA DO SENADO FEDERAL - FGV - 2008 
 POLICIAL CIVIL - PCES - CESPE - 2010 
 DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AM – FCC - 2018 
 PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RJ – 2018 – BANCA PRÓPRIA 
 MAGISTRATURA FEDERAL – TRF2 – 2011 - CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 – UFG 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 – UFG 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
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 DELEGADO DE POLÍCIA - PCMT - 2017 – CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCGO –2017 – CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCBA - 2013 - CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCES - 2006 - CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCSP – 2014 – VUNESP 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCPR – 2013 – COPS UEL 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCMA – 2012 – FGV 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCMG – 2011 – FUMARC 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCRS – 2009 – IBDH 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2008 – UEG 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCSP – 2008 – ACADEPOL 
 DELEGADO DE POLÍCIA– PCDF – 2009 – FUNIVERSA 
PROCESSO E PROCEDIMENTO 
 ANALISTA JUDICIÁRIO - TRF2 – CONSULPLAN - 2017 
 ANALISTA DO MP - MPE/SP - VUNESP - 2010 
 PROCURADOR DO MUNICÍPIO - PGM-BOA VISTA/RR - 2010 - CESPE 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/BA - 2014 - CESPE 
 MAGISTRATURA FEDERAL – TRF2 – 2011 - CESPE 
PROVAS 
 DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL - 2018 - CESPE 
 POLICIAL CIVIL - PCBA - CESPE - 2013 
 POLICIAL CIVIL - PCBA - CESPE - 2013 
 JUIZ LEIGO - TJAC - 2013 – BANCA PRÓPRIA 
 DEFENSOR PÚBLICO – DPU – 2018 - CESPE 
 MAGISTRATURA ESTADUAL - TJPR - 2017 - CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - 2018 - CESPE 
 PROCURADOR - PGM-BELO HORIZONTE/MG - 2017 - CESPE 
 PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PB – FCC - 2018 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCAP - 2010 – FGV 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJES – 2011 - CESPE 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJAM – 2016 - CESPE 
 PROCURADOR DO BANCO CENTRAL - CESPE - 2013 
 MAGISTRATURA FEDERAL – TRF4 – 2007 – BANCA PRÓPRIA 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCRS – 2018 – FUNDATEC 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCMT - 2017 - CESPE 
SENTENÇA 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJDFT – 2014 - CESPE 
RECURSOS 
 ANALISTA JUDICIÁRIO - TJAL - CESPE - 2012 
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 ANALISTA DO MP - MPE/RS – 2014 – BANCA PRÓPRIA 
 DEFENSOR PÚBLICO - DPE/MT - UFMT - 2016 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJDFT – 2016 - CESPE 
REVISÃO CRIMINAL 
 ANALISTA DO MP - MPE/SP - VUNESP - 2015 
 DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL - DPE-MS - 2014 - VUNESP 
 ESTAGIÁRIO – DPU – 2013 
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 PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 
ANALISTA JUDICIÁRIO - STM – 2010 - CESPE 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A publicidade da atuação dos órgãos públicos e dos feitos judiciais é uma 
importante exigência da Democracia, pois permite que a população compreenda 
as decisões e realize o controle dos seus representantes, eleitos ou não. Assim, a 
publicidade é um controle democrático dos atos judiciais. 
A Constituição e o ordenamento jurídico preveem que a regra dos 
processos judiciais é a publicidade. Na seara penal e processual penal ela é 
importante, pois permite que o réu tenha pleno acesso e ciência aos dados do 
processo e, com isso, possa exercer condignamente o direito ao contraditório e à 
ampla defesa. 
A Constituição, nos arts. 5º, LX; e 93, estatui que a regra é a publicidade. 
Porém, ela poderá ser restringida quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem. Além disso, o julgamento poderá ser limitado às partes e aos 
advogados para preservar a intimidade. 
A persecução penal, especialmente na fase de inquérito, possui uma 
publicidade bem mitigada, haja vista a dinâmica das investigações exigir um 
relativo sigilo para a adequada investigação. Porém, o sigilo não é absoluto e não 
pode ser oposto ao defensor do acusado, especialmente depois da edição da 
Súmula Vinculante nº 14. Na fase de inquérito policial, os elementos de prova já 
documentados devem ser disponibilizados ao advogado por conta do princípio da 
publicidade. Porém, elementos que ainda estejam em andamento não devem ser 
divulgados. 
Caso um analista judiciário torne pública informação sigilosa, ele sofrerá 
responsabilização nas três esferas: civil, administrativa e penal, com base no art. 
121 da Lei 8.112/90. Na área penal, o delito será o tipificado no art. 325 do 
Código Penal: violação de sigilo funcional. 
 
 
PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR – 2016 – BANCA PRÓPRIA 
 
Redija um texto dissertativo acerca do princípio da publicidade no processo 
penal brasileiro. Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes 
aspectos: 1- regramento constitucional do princípio da publicidade e exceções 
previstas; 2- aplicabilidade do princípio da publicidade durante toda a 
persecução penal; 3- consequência(s) para o analista judiciário que torna pública 
informação de processo que tramita sob segredo de justiça. 
Discorra sobre o princípio da presunção da inocência, à vista da (a) regra 
probatória e da (b) regra de tratamento dele derivadas. 
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SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O princípio da presunção da inocência (ou presunção de não- 
culpabilidade) atua como regra de tratamento e como regra probatória (ou de 
julgamento). 
Na primeira dimensão, ou seja, como regra de tratamento, deve o 
imputado ser tratado como inocente, vedandose prisões processuais automáticas 
ou obrigatórias e a execução provisória ou antecipada da sanção penal. 
Recente orientação do STF admitindo a prisão provisória do acórdão 
condenatório proferido em condenação pelo tribunal de apelação (HC 126.292) 
destoaria desse entendimento. 
Considerado sob o aspecto de regra probatória, o princípio da inocência 
age como regra de distribuição do ônus da prova, impondo à acusação a 
incumbência de demonstrar a culpabilidade do acusado além de qualquer dúvida 
razoável, e como regra de julgamento, valendo-se do in dubio pro reo nas 
hipóteses de dúvida na valoração da prova sobre fato relevante para a decisão 
do processo. 
 
 
PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR – 2016 – BANCA PRÓPRIA 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O princípio da correlação entre acusação e sentença é compreendido 
como aquele visa resguardar que o magistrado não julgue ultra petita (além), 
extra petita (fora) ou citra petita (aquém), ou seja, que a prestação jurisdicional 
contida na sentença penal guarde coerência com o que foi delimitado na 
denúncia. 
Sua importância para o processo penal está diretamente relacionada aos 
princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art.5º, LV, da CF), 
bem como ao próprio sistema acusatório. 
A preocupação que a sentença seja exarada com observância da 
correlação justifica a previsão legal das regras contidas nos artigos 383 e 384, do 
CPP. 
Não há ofensa ao princípio da correlação quando há reconhecimento da 
reincidência na sentença, pois esta agravante não modifica a figura penal objeto 
da persecução e assim não precisa estar narrada na denúncia. O seu 
Defina o princípio da correlação entre a denúncia e a sentença. Há ofensa a este 
princípio quando o juiz, em procedimento comum ordinário e em crime de alçada 
pública, reconhece, na sentença, a agravante da reincidência que não tenha sido 
descrita na exordial acusatória? Justifique. 
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11 
 
 
 
reconhecimento nada mais é do que o exercício de jurisdição, não violando o 
direito de defesa ou o contraditório. Além disso, há previsão legal expressa, 
contida no art. 385, do Código de Processo Penal. 
 
 
ESTAGIÁRIO – DPU – 2014 – BANCA PRÓPRIA 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O princípio da presunção de inocência é um direito e garantia 
fundamental do cidadão, insculpido no art.5º da CF/88, que garante que 
“ninguém será considerado culpado ate o transito em julgado de sentença penal 
condenatória”. 
O referido princípio não é absoluto, sofre abrandamentos legais, como é 
o caso da previsão de prisão preventiva, dentro dos parâmetros para sua 
decretação. 
Responda, em forma de dissertação, em no mínimo 15 e, no máximo, 30 linhas: 
a Constituição Federal de 1988 inscreveu, no inciso LVII do art.5º, o princípio da 
presunção de inocência. Sobre a presunção de inocência, responda: 1- Disserte 
sobre o princípio da presunção de inocência, abordando o conceito. 2- Este 
princípio é absoluto ou sofre algum abrandamento legal?; 3- Cite um exemplo de 
um abrandamento legal ao princípio da presunção de inocência. 
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 CITAÇÃO 
OFICIAL DE JUSTIÇA - TJAL - 2018 –FGV 
No curso de investigação penal pela suposta prática de crimes contra a ordem 
tributária, a autoridade judiciária, atendendo a requerimento do Ministério 
Público, decretou a prisão preventiva do sócio-administrador da sociedade 
empresária investigada, Paulo Manoel, bem como determinou a busca e 
apreensão no endereço do escritório da sociedade empresária, expedindo os 
respectivos mandados de busca e apreensão e prisão. Em cumprimento da 
ordem respectiva, o Oficial de Justiça Avaliador, Júlio César, se dirigiu ao 
endereço constante no mandado, na parte da tarde, e, lá chegando, encontrou 
anúncio de que a empresa mudou de endereço. Informado pelo porteiro do 
prédio acerca do novo endereço, em cumprimento da ordem judicial, Júlio César 
localizou então o prédio onde agora funciona a sociedade e chegou ao local por 
volta das 20h. Na frente do prédio, se deparou com o sócio Paulo Manoel saindo 
e, diante disso, efetuou a prisão preventiva pendente de cumprimento. Em 
seguida, ingressou no novo escritório da sociedade empresária e apreendeu 
computadores e documentos, conforme constante do mandado, lavrando o 
termo respectivo. Alguns dias após, o Ministério Público ofereceu denúncia em 
face de Paulo Manoel e também em face de outro administrador da sociedade, 
José Carlos. Paulo Manoel foi pessoalmente citado, já que preso, enquanto a 
citação de José Carlos foi por edital, pois, após diversas tentativas de localização, 
foi certificado que estava em local incerto e não sabido. José Carlos, após o prazo 
do edital, não compareceu e nem constituiu advogado, determinando o 
magistrado a suspensão do processo e do curso do prazo prescricional, o que 
gerou preocupação do Ministério Público, tendo em vista que a única 
testemunha do fato era idosa e estava internada em unidade hospitalar, com 
doença cardíaca em estado avançado. Considerando apenas as informações 
narradas, responda justificadamente: a) O cumprimento do mandado de prisão 
preventiva foi válido? b) A busca e apreensão realizada no escritório da 
sociedade empresária foi válida? c) Com a suspensão do processo em razão da 
citação por edital, poderia o magistrado adotar alguma medida para resguardar 
a prova a ser produzida? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O cumprimento do mandado de prisão preventiva em desfavor de Paulo 
Manoel foi válido, já que a prisão poderia se dar a qualquer momento, desde que 
dentro do prazo de validade fixado no respectivo mandado de prisão, conforme 
disposto no art. 283, §2º, do CPP. Ademais, a prisão foi realizada em via pública, 
o que assegura que não houve violação de domicílio. 
Não gozou de validade, por outro lado, a execução de busca e apreensão 
promovida no escritório da sociedade empresária, uma vez que o respectivo 
mandado judicial se destinava ao endereço empresarial anterior, nos moldes 
exigidos pelo art. 243, I, do CPP, não podendo o oficial de justiça, ao tomar 
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ciência da mudança de endereço, cumprir qualquer busca sem antes certificar o 
fato e comunicar à autoridade judiciária, que, então, poderia expedir novo 
mandado de busca. Além disso, a busca violou a previsão do art. 245 do CPP, na 
medida em que se deu no período noturno, o que, ademais, a própria Constituição 
Federal inibe, ao disciplinar a inviolabilidade domiciliar, no inciso XI do seu art. 
5º. 
Por fim, a suspensão do processo e do prazo prescricional, decretada em 
virtude da citação do réu José Carlos pela via editalícia, não impede que o juiz 
proceda à antecipação de provas consideradas urgentes – como no caso narrado, 
em que a única testemunha corria iminente risco de morte -, com fulcro no art. 
366 do CPP, que é expresso no que tange à autorização para medidas dessa 
natureza. 
 
 
ANALISTA JUDICIÁRIO - TJRJ - FGV - 2014 
 
No dia 13 de novembro de 2014, Eduardo, Matheus e Francisco, unidos em ações 
e desígnios, praticaram um crime de roubo na cidade de Niterói. Dirigiram-se, 
então, a São Gonçalo, onde praticaram dois furtos qualificados, fato este 
presenciado por policiais militares, que conseguiram deter apenas Eduardo, com 
os demais agentes empreendendo fuga. A prisão em flagrante de Eduardo foi 
devidamente convertida em preventiva. O Ministério Público apresentou 
denúncia, perante o Juízo competente, pela prática em conexão dos crimes dos 
artigos 157, §2º, inciso II (pena: 04 a 10 anos de reclusão, aumentada de 1/3 a 
1/2 e multa); e 155, §4º, inciso IV – 2 vezes - (pena: 02 a 08 anos de reclusão e 
multa), todos do Código Penal. Recebida a denúncia, determinou o magistrado 
que fossem os réus citados para apresentação de resposta à acusação, 
designando, desde já, data para audiência. Compareceu o Executor de Mandados 
no dia 24 de novembro aos endereços indicados nos autos como sendo os de 
Matheus e Francisco e, como os denunciados não foram encontrados naquela 
oportunidade, certificou que estavam em local incerto e não sabido. Diante 
disso, foi realizada a citação destes dois réus por edital. Passado o prazo fixado 
no edital publicado sem comparecimento dos denunciados ou constituição de 
advogado, o juiz suspendeu o processo e o curso do prazo prescricional em 
relação a estes dois acusados, inclusive determinando a produção antecipada de 
provas. Dois meses após esta decisão, o processo voltou a correr normalmente 
em face de Matheus, pois foi descoberto que desde o dia 16 de novembro de 
2014 ele estava preso no Estado do Rio de Janeiro pela prática de novo crime de 
roubo. Por sua vez, o acusado Eduardo foi requisitado para o dia da audiência 
designada, somente sendo citado, porém, no início deste ato da instrução, com 
apresentação de resposta à acusação oral pela Defensoria. Em alegações finais, 
a Defensoria Pública alegou a nulidade absoluta da citação de Eduardo, pois 
realizada no dia de seu interrogatório. Sobre essa situação hipotética, responda 
(máximo 20 linhas): (a) Qual o juízo territorialmente competente para julgar os 
crimes 
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14 
 
 
 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
‘egra geral, nos termos do art. 70 “caput” do CPP, a competência será 
determinada pelo lugar em que se consumar a infração penal, adotando o 
legislador a teoria do resultado como critério de fixação. No caso em apreço, 
verifica-se a existência de três infrações penais praticadas em localidades 
diferentes, restando caracterizada a conexão intersubjetiva, prevista no art. 76, 
I, do CPP. Nos termos do art. 78 do CPP, concorrendo jurisdições de mesma 
categoria, a competência será determinada, em um primeiro momento, pelo 
local onde foi praticado o crime mais grave: Niterói. 
Quanto ao ato pelo qual se dá conhecimento ao acusado da existência de 
uma acusação contra ele, o CPP prevê três espécies de citação. A citação pessoal 
(real), prevista nos arts. 351 e 352 do CPP, é a regra, sendo tal ato realizado por 
mandado judicial cumprido pelo oficial de justiça e também por carta precatória, 
nos casos em que acusado residir em comarca diversa do juízo processante; por 
carta de ordem, determinada pelos Tribunais nos processos de competência 
originária; ou por carta rogatória, que ocorrerá nos casos em que o acusado 
residir em outro país. 
Outra espécie de citação é a ficta ou presumida que, por sua vez, trabalha 
com uma presunção legal da ciência do acusado e divide-se em duas outras 
espécies: citação por edital e citação por hora certa. 
Nos termos do art. 363, § 1°, do CPP, dar-se-á a citação por edital quando 
o acusado não for encontrado, devendo o edital ser publicado em jornal de 
grande circulação, na imprensa oficial ou afixado no átrio do fórum com prazo de 
15 dias. Por sua vez, a citação por hora certa, prevista no art. 362do CPP, deve 
ser analisada à luz do art. 252 do novo CPC, tendo por objetivo efetivar a citação 
nos casos em que o acusado se oculta ou foge dela. 
No tocante às citações dos acusados Mateus e Francisco, temos que, em 
um primeiro momento, nenhum deles foi localizado nos endereços constantes 
nos registros, tendo sido descoberto que Mateus fora preso antes do 
cumprimento do mandado de citação pelo oficial de justiça. A citação do réu 
preso tem previsão no art. 360 do CPP, estando estabelecido que ela deverá ser 
pessoal, não bastando sua simples requisição. Logo, nos termos da Sumula nº 
351 do STF, Mateus não poderia ter sido citado por edital, já que estava preso na 
mesma unidade da federação em que o juiz exerce sua jurisdição. Com efeito, a 
citação de Mateus é nula, já que deveria ter sido citado pessoalmente. 
Francisco, por sua vez, não foi localizado pelo executor de mandados, o 
que não necessariamente possibilita sua citação por edital, já que o oficial de 
praticados em conexão pelos réus? Justifique a resposta (10 pontos). (b) Quais 
as principais espécies de citação previstas no Código de Processo Penal? 
Justifique a resposta (10 pontos). (c) Os atos citatórios de Matheus, Francisco e 
Eduardo foram válidos? Justifique a resposta (30 pontos). 
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15 
 
 
 
justiça apenas diligenciou em seu endereço. Tratando-se de hipótese de citação 
presumida, é evidente que a citação por edital é medida de ultima ratio, que só 
deve ser adotada quando esgotados todos os meios de localização do acusado. 
Por tal motivo, nula também é a citação deste acusado. 
Por fim, verifica-se que Eduardo não foi citado com antecedência, sendo 
cientificado da acusação apenas no dia da audiência de instrução. A Defensoria 
Pública, por sua vez, não requereu o adiamento do ato e ofereceu a resposta à 
acusação oralmente, não havendo que se falar em nulidade de seu 
interrogatório, conforme já decidido pelo STF. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal: volume único. 4° 
edição. Salvador. Ed. Juspodivm. 2016. 
JURISPRUDÊNCIA APLICADA: 
Súmula 351 do STF - É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade 
da Federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. 
Habeas corpus. Interrogatório. Falta de citação prévia. Nulidade. Inexistência. 
Cientificação da imputação na data da audiência. Nomeação de defensor público 
ao réu que com ele se entrevistou previamente e não requereu o adiamento 
do ato. Negação da prática do crime pelo paciente. Inexistência de prejuízo a 
sua defesa. Audiência de instrução. Nulidade. Ocorrência. Ausência de 
intimação pessoal da defensoria pública para o ato. Prova acusatória, colhida na 
audiência, utilizada para a condenação. Prejuízo demonstrado. Violação dos 
princípios do contraditório e da ampla defesa. Ordem parcialmente concedida. 
1. A falta de citação não anula o interrogatório quando o réu, ao início do ato, 
é cientificado da acusação, entrevista-se, prévia e reservadamente, com a 
defensora pública nomeada para defendê-lo 
- que não postula o adiamento do ato -, e nega, ao ser interrogado, a 
imputação. Ausência, na espécie, de qualquer prejuízo à defesa. 2. É nula, por 
violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa, a audiência de 
instrução realizada sem a presença da Defensoria Pública, não intimada 
pessoalmente para o ato, máxime quando a prova acusatória nela colhida tiver 
embasado a condenação do paciente. 3. A atuação da Defensoria Pública, 
instituição essencial à função jurisdicional do Estado (art. 134, CF), não pode ser 
considerada fungível com a desempenhada por qualquer defensor ad hoc, sendo 
mister zelar pelo respeito a suas prerrogativas institucionais. 4 – Ordem 
parcialmente concedida, para anular a condenação do paciente. (STF - HC: 
121682 MG, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 30/09/2014, 
Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-225 DIVULG 14-11-2014 PUBLIC 17- 11-
2014). 
GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
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16 
 
 
 
Gabarito: Juízo Competente indicado corretamente – Vara Criminal de Niterói. - 
Justificativa para indicação do juízo competente, mencionado que o crime de 
roubo é o mais grave dos praticados em conexão – art. 78, inciso II, a , CPP. - 
Menção às principais modalidades de citação previstas no CPP, dentre as quais 
se destacam a citação pessoal ( requisição, mandado, carta precatória, etc.), a 
citação por hora certa e a citação por edital. - Apresentação de classificação de 
citação entre real e ficta, além de dar breves explicações sobre hipóteses de 
cabimento (ex. citação por hora certa – quando o oficial verificar que o réu se 
oculta para não ser citado.) – Citação de Matheus – Súmula 351, STF – discorrer 
sobre a validade da citação por edital do réu preso. - Citação de Francisco - 
discorrer sobre a necessidade de esgotar as diligências para localização do réu 
antes da citação por edital. - Citação de Eduardo – discorrer sobre a controvérsia 
existente quanto à possibilidade da citação ser realizada na audiência em que se 
realiza o interrogatório, destacando que o STJ não considera que isto, por si só, 
cause nulidade. 
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17 
 
 
 
 COMPETÊNCIA 
PROCURADOR DO ESTADO - PGE/BA - CESPE - 2013 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Em relação ao item 1, o foro competente é o da Justiça Federal da Seção 
Judiciária de Salvador/BA, com fundamento no art. 109, V, da CRFB. Isso ocorre 
por se tratar do local do resultado do crime, considerando que as mercadorias 
(videogames falsificados) foram adquiridas no Paraguai, introduzidas 
ilicitamente no território nacional por José e tiveram como destino a cidade de 
Salvador, onde então se obteve o proveito do crime não apenas de contrabando, 
como também de lavagem de dinheiro, ou seja, ambos sujeitam- se à 
competência jurisdicional federal, conforme a Súmula nº 151 do STJ. Foro 
competente é aquele do local onde o crime se consumou, o que compreende o 
órgão jurisdicional específico e legalmente atribuído para tanto. 
No que tange ao item 2, José praticou o crime de contrabando porque sua 
conduta incorre no art. 334 do Código Penal. Ele importou de um Estado 
estrangeiro mercadoria proibida (videogame falsificado), produto que não 
poderia ingressar no território nacional justamente pela sua falsidade, tendo nele 
ingressado clandestinamente, isto é, sem qualquer anuência dos órgãos de 
fiscalização. 
José também praticou crime de lavagem de dinheiro ou lavagem de 
capital, previsto no art. 1º da Lei nº 9.613/98, pois dissimulou a natureza de 
valores provenientes diretamente da prática do crime de contrabando que o 
antecedeu, também da competência federal. Note-se que prevalece, no Direito 
Penal, o princípio da especialidade, de modo que não há como reconhecer outros 
tipos penais aplicáveis à descrição fática das condutas, conforme expostas na 
questão. 
José, logo após ter iniciado um empreendimento comercial de venda de 
eletrônicos em Salvador–BA, adquiriu e conseguiu fazer que entrassem no Brasil 
cerca de mil consoles falsificados de videogame, oriundos do Paraguai. Em pouco 
mais de uma semana, todos os aparelhos foram vendidos e o dinheiro resultante 
das vendas foi utilizado para a aquisição de ações da Caixa Econômica Federal. 
Passados alguns meses, José realizou contrato em que trocou as referidas ações 
por um apartamento em Salvador, registrando-o em nome de seu filho Pedro, 
maior de idade e plenamente capaz. Mediante denúncia anônima, seguida de 
extensa investigação policial, o esquema foi desvendado, e José, preso. A partir 
dessa situação hipotética, redija um texto dissertativoque atenda, 
necessariamente, ao que se pede a seguir. 1- Informe o foro competente para 
ajuizar a ação penal contra José. [valor: 6,00 pontos] 2- Indique o(s) delito(s) 
cometido(s) por José. [valor: 6,00 pontos] 3- Descreva a conduta a ser tomada 
em relação ao(s) tipo(s) penal(is), explicitando as razões do enquadramento. 
[valor: 7,00 pontos] 
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Acerca do item 3, a conduta que se exige para ser tomada, com base no 
enquadramento típico do crime de lavagem de dinheiro, pela autoridade policial, 
o Ministério Público ou o juiz, consiste em assegurar, nos termos do art. 4º da Lei 
nº 9.613/98, o sequestro do imóvel adquirido com o proveito da venda das ações 
da Caixa Econômica Federal que, por sua vez, decorre da alienação das 
mercadorias contrabandeadas (art. 125 do CPP). 
A partir da descrição do fato da alienação das ações e a aquisição de 
imóvel em nome de terceiro, o interesse precípuo é garantir a perda do objeto do 
crime em favor da União, de forma que as medidas assecuratórias alcançam o 
imóvel registrado em nome de terceiro, além da propositura de ação penal 
pública incondicionada para o fato típico. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
PENAL. PROCESSO PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE 
DESCAMINHO. MERCADORIAS APREENDIDAS. CONSUMAÇÃO. ART. 70 DO CPP. 
SÚMULA 151 DO STJ. INCIDÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL DE 
PERNAMBUCO. 1. "A competência para o processo e julgamento por crime de 
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do 
lugar da apreensão dos bens" (STJ, Súmula n. 151) 2. Conflito conhecido para 
declarar a competência do Juízo Federal da 13ª Vara da Seção Judiciária do 
Estado de Pernambuco, ora suscitado. STJ - CC 126609 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – Volumes 1, 2, 3 e 4. 18ª. ed. Saraiva. 
2016. 
 
 
MAGISTRATURA ESTADUAL – TJAL – 2008 - CESPE 
 
De posse do inquérito X, já devidamente relatado, o membro do Ministério 
Público do estado do Ceará, em vez de oferecer a denúncia, requereu ao juiz de 
direito da comarca de Fortaleza a remessa dos autos do inquérito ao estado de 
álagoas, porque entendeu ser da competência do Ministério Público daquele 
estado oferecer a respectiva denúncia. O citado juiz, sem qualquer manifestação 
formal, remeteu, de imediato, os autos do inquérito para o juízo competente do 
estado do álagoas, o qual, incontinente e sem qualquer decisão, encaminhou-os 
ao Ministério Público do estado de álagoas. áo analisar o inquérito, em vez de 
oferecer a denúncia, o promotor de justiça da comarca de Maceió fez extenso 
parecer acerca da competência do Ministério Público do estado do Ceará. 
“olicitou, portanto, ao juiz de direito da comarca de Maceió o retorno dos autos 
do inquérito para a justiça comum do estado do Ceará. Com referência à situação 
hipotética apresentada acima, responda, de forma fundamentada em conflito de 
competência e de atribuições, ao seguinte questionamento: o que deve fazer o 
juiz? 
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SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 
á situação do enunciado versa sobre um conflito de jurisdição, que é 
uma forma de viabilizar o controle de competência em relação ao juiz e às partes, 
nos termos dos arts. 113 e 115, do CPP. Isso é impactante para o processo, 
notadamente o penal, já que as infringências às normas de competência podem 
gerar nulidades (art. 564, I, do CPP). 
 
O art. 114, do CPP, demonstra as situações de conflito de jurisdição 
(positivo ou negativo), sendo que pode ocorrer também o conflito de atribuições, 
isto é, a tormentosidade envolvendo entre os órgãos do Judiciário e órgãos de 
outros poderes ou entre os órgãos de poderes sem cunho jurisdicional. Pelo que 
foi narrado no enunciado, há a existência de um conflito de atribuições entre 
Ministérios Públicos estaduais (Ceará e álagoas). Isso é verificável pela 
conflituosidade na atribuição para ofertar a denúncia, que precede a própria 
instauração de uma relação processual penal. 
 
Os magistrados não aceitarem a manifestação dos parquets 
estaduais, atrairia a incidência da atribuição do “TJ para dirimir o conflito, nos 
termos do art. 105, I, d, da C‘FB. Porém, a presente situação não encontra 
previsão constitucional e, portanto, diante do entendimento do “TF, esses 
conflitos devem ser solucionados na esfera administrativa do Ministério Público. 
Para o “TF, a interpretação extensiva do art. 102, I, f, da C‘FB, somente 
ocorreria se o conflito for idôneo a comprometer o próprio pacto federativo. 
 
DELEGADO DE POLÍCIA - PCAP - 2010 – FGV 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Em relação ao item 1, João de Souza realizou três crimes de furto 
(Oiapoque, Macapá e Tartarugalzinho) e um crime de estelionato mediante a 
falsificação da assinatura no cheque (art. 171, caput, do CP), uma vez que, 
segundo entendimento sumulado do STJ, quando o falso se exaure no estelionato, 
sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. 
João de Souza comete crime de furto na comarca de Oiapoque. Alguns dias 
depois, comete novo furto em Macapá, com o mesmo modus procedendi. Uma 
semana depois, comete novo furto, nas mesmas condições dos anteriores, mas 
dessa vez na comarca de Tartarugalzinho. Um dos objetos furtados em Macapá 
foi um talão de cheque, com o qual João emitiu um cheque, falsificando a 
assinatura, para adquirir uma televisão LCD de 42 polegadas em uma loja de 
eletrodomésticos situada na comarca de Ferreira Gomes. Qual ou quais os foros 
competentes para julgar os crimes cometidos por João? Fundamente as suas 
respostas demonstrando conhecimento acerca dos institutos jurídicos aplicáveis 
ao caso e indicando os dispositivos legais pertinentes. 
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No que tange aos delitos de furto praticados em Oiapoque e em 
Tartarugalzinho, estas comarcas são competentes para julgar os referidos delitos 
praticados em seu solo, aplicando-se a regra geral constante no art. 70 do CPP. 
Esta regra aduz que será competente o local em que se consumar a infração. 
Contudo, em relação ao crime de furto praticado em Macapá e ao crime 
de estelionato, cometido em Ferreira Gomes, apresenta-se um caso de conexão, 
ao teor do art. 76, III do CPP (conexão instrumental ou probatória). Este tipo de 
conexão aduz que quando a prova de um crime influenciar na prova do outro, 
deve ocorrer a reunião dos processos para o julgamento na Comarca de Ferreira 
Gomes, haja vista ter sido cometido o crime mais grave (estelionato). 
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21 
 
 
 
 AÇÃO PENAL 
POLÍCIA MILITAR - PMDF – IADES - 2017 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Em relação ao item “a”, o art. 299 do Código Penal Militar prevê o 
desacato ao militar em exercício na função ou em razão dela, cominando pena 
de detenção de seis meses a dois anos, caso o fato não configure outro crime. 
Depreende-se que o ato praticado pelo civil constitui o crime do art. 299 do CPM. 
Em relação ao item “b”, a pena cabível em abstrato, consoante o art. 299 
do CPM, é de detenção de seis meses a dois anos, caso o fato não configure outro 
crime. 
Em relação ao item “c”, a modalidade de ação penal cabível é a pública 
incondicionada. 
Em relação ao item “d”, a instituição responsável pelo oferecimento da 
ação penal é o Ministério Público Militar, nos termos do art. 29 do Código de 
Processo Penal Militar. 
Em relação ao item “e”, com base no art. 125, §3º, da C‘FB, a 
competência é da Justiça Militar, cuja competência é das Auditorias Militares ou 
Conselhos de Justiça ou juízes deDireito, onde não houver esses órgãos. 
Por fim, em relação ao item “f”, o art. 90-A da Lei nº 9.099/95 veda a 
aplicação dos institutos despenalizadores dos juizados especiais criminais no 
âmbito da Justiça Militar. 
 
 
ANALISTA DO MP - MPE/RS - FCC - 2010 
 
Leia, com atenção, a situação hipotética a seguir. Durante uma ação de suporte 
a uma força de pacificação, um civil, sem razão aparente, proferiu palavras de 
baixo calão e jogou cerveja no uniforme de um cabo do Exército Brasileiro. 
Considerando a situação hipotética apresentada e segundo a lei e o 
entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal Militar, redija um texto 
dissertativo e (ou) descritivo acerca da conduta do civil que aborde, 
necessariamente, os seguintes tópicos: a) crime cometido pelo civil; b) pena 
cabível em abstrato; c) modalidade de ação penal cabível; d) instituição 
responsável para o oferecimento da ação penal; e) justiça competente; f) juízo 
competente para julgamento; e, g) indicação e justificativa se são cabíveis ou não 
os institutos despenalizadores da lei dos juizados especiais criminais (Lei no 
9.099/1995). 
“á fim de que ocorra legitimamente o recebimento da denúncia ou da queixa, 
é imprescindível a análise das condições da ação, verificando-se a presença dos 
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SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Condições da ação penal são requisitos exigidos para o regular exercício 
da ação penal, funcionando como verdadeiro filtro processual. Analisada a 
presença de tais condições, fará o magistrado a análise do mérito sobre a 
procedência ou não do pedido. No âmbito processual penal, as condições da ação 
se dividem em genéricas (aquelas que deverão estar presentes em toda e 
qualquer ação penal) e específicas (aquelas exigidas para uma modalidade 
específica de ação penal). 
Antes da vigência do novo Código de Processo Civil, a doutrina elencava a 
possibilidade jurídica do pedido, o interesse processual e a legitimidade para a 
causa como condições da ação penal, sendo que alguns autores acresciam a justa 
causa como uma quarta categoria de condição. No entanto, com a vigência do 
novo CPC e à luz de uma teoria geral do processo, a possibilidade jurídica do 
pedido não mais figura no rol das condições da ação, já que saber se o pedido 
formulado é juridicamente impossível confunde-se com o próprio mérito a ser 
julgado. 
Nesta toada, sob a ótica do novo CPC, temos apenas a legitimidade para 
a causa, o interesse de agir e a justa causa como condições da ação penal, as 
quais, se não atendidas, gerarão a rejeição da denúncia ou queixa (art. 395 do 
CPP). 
A legitimidade ad causam nada mais é do que a possibilidade conferida 
pela lei para que alguém integre um dos polos da relação jurídica processual, ou 
seja, no polo ativo estará o Ministério Público ou o querelante. Já no polo passivo 
estará a pessoal natural ou jurídica cuja conduta típica está sendo imputada. 
Já a justa causa consubstancia-se no lastro probatório mínimo existente 
para embasar a acusação, estando presente na prova da materialidade e nos 
indícios de autoria ou participação. Como já mencionado, não há consenso na 
doutrina quanto à natureza jurídica da justa causa, mas ausente sua presença, 
inadmissível será a peça acusatória (art. 395, III do CPP). 
Por fim, e não menos importante condição genérica da ação penal, há o 
interesse de agir, constituído pelo trinômio necessidade, adequação e utilidade. 
A necessidade diz respeito à aplicação de uma sanção penal àquele que, em tese, 
desobedeceu ao ordenamento jurídico. A adequação exige que o órgão de 
acusação promova a ação penal nos moldes do procedimento estabelecido pela 
legislação, a fim de que seja alcançada a satisfação da pretensão punitiva. Já a 
utilidade liga-se à aptidão da ação penal em concretizar a imposição de uma 
sanção penal ao acusado, motivo pelo qual não se tem interesse de agir em 
requisitos mínimos indispensáveis para a formação da relação processual.” 
Diante dessa assertiva, indique e explique as denominadas condições genéricas 
para o exercício da ação penal. 
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fatos prescritos, não sendo admitido pela jurisprudência a tese da prescrição 
virtual. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal: volume único. 4° edição. 
Salvador. Ed. Juspodivm. 2016. 
TAVORA, Nestor e outro. Código de Processo Penal para Concursos. 7ª edição. 
Salvador. Ed. Juspodivm. 2016. 
 
 
ANALISTA DO MP - MPE/RS - FCC - 2010 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A legislação processual penal prevê dois tipos de ação penal: a de 
natureza pública, cujo titular é o Ministério Público; e a de natureza privada, cuja 
titularidade é da própria vítima. Por seu turno, a ação penal pública divide- se em 
condicionada à representação e condicionada à requisição do Ministro da Justiça. 
A ação penal privada divide-se em exclusiva (ou propriamente dita), subsidiária 
da pública ou personalíssima. 
A regra no direito processual penal brasileiro é de que a ação penal para 
infrações penais seja pública incondicionada, fazendo menção expressa o 
legislador para os casos em que a ação penal dependerá de 
representação/requisição do Ministro da Justiça ou para os casos em que será de 
natureza privada. 
A ação penal de natureza pública é aquela cujo titular é o Ministério 
Público e, para seu início, não há qualquer condição específica de procedibilidade, 
bastando, tão somente, interesse de agir, legitimidade ad causam e justa causa. 
Por sua vez, a ação penal pública condicionada necessita de condição específica 
de procedibilidade, qual seja, a representação do ofendido ou requisição do 
Ministro da Justiça. 
Ao seu turno, a ação penal de natureza privada é aquela titularizada pelo 
próprio ofendido ou por seu representante legal na forma de substituto 
processual (regra geral no direito processual), denominando-se de ação penal 
privada propriamente dita. A ação penal privada também pode ser 
personalíssima, que é aquela cujo direito de queixa somente pode ser exercido 
pelo ofendido, não podendo nem mesmo o representante legal ajuizar a queixa 
em seu lugar. Só há um caso de ação penal privada personalíssima no 
Discorra, fundamentadamente, sobre os tipos de ação penal previstos pela 
legislação processual penal brasileira e sobre a legitimidade para exercê-las, 
esclarecendo se existe no Brasil a ação penal popular. 
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24 
 
 
 
ordenamento jurídico brasileiro, tendo previsão no art. 236 do Código Penal 
(induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao casamento). 
Outra modalidade de ação penal privada é a subsidiária da pública. Neste 
caso, originariamente, há um crime que se procede mediante ação penal pública, 
mas o titular da ação permanece inerte quanto ao oferecimento da denúncia, 
não a oferecendo no prazo legal (art. 46, “caput” do CPP). Desta feita, o ofendido 
pode ajuizar queixa-crime em juízo como legitimado extraordinário dentro do 
prazo decadencial de 6 meses (art. 38 do CPP), contados do dia em que esgotar 
o prazo legal para o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público. 
De ressaltar, ainda, que há previsão no art. 2°, §2°, da Lei nº 1.079/50, 
que trata dos crimes de responsabilidade, da possibilidade de qualquer do povo 
oferecer denúncia em face do Presidente da República, Ministros de Estado, 
Ministros do STF, Procurador-Geral da República, Governadores de Estado e seus 
secretários. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
TAVORA, Nestor e outro. Código de Processo Penal para Concursos. 7ª edição. 
Salvador. Ed. Juspodivm. 2016. 
 
 
ANALISTA JUDICIÁRIO -TJGO – 2013 – BANCA PRÓPRIA 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A peça acusatória em crime de ação penal pública denomina-se denúncia, 
enquanto a peça inicial acusatória nos crimes de ação penal privada denomina-
se queixa-crime. Ambas são apresentadas por meio de petição, que deve estar 
escrita no vernáculo pátrio. 
Estabelece o art. 41 do Código de Processo Penal os requisitos de toda 
peça acusatória: a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; 
a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo; 
a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. De ressaltar 
que o art. 44 do mesmo diploma legal estabelece que a queixa somente poderá 
ser ajuizada por meio de procurador com poderes especiais, devendo constar da 
procuração o nome do querelante e a menção ao fato criminoso. 
Outra diferença existente entre a denúncia e a queixa está no prazo 
quanto ao oferecimento de cada peça acusatória. Enquanto o prazo para o 
Discorra apontando as principais diferenças entre as peças de denúncia e queixa, 
bem como sobre os princípios da indivisibilidade e divisibilidade da ação penal. 
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oferecimento da denúncia (art. 46 do CPP) é de cinco dias no caso de o acusado 
se encontrar preso, e de quinze dias caso se encontre solto; o prazo para o 
oferecimento da queixa crime está sujeito ao prazo decadencial de 6 meses, que 
tem início, em regra, no dia em que o ofendido ou seu representante legal tiver 
conhecimento da autoria do autor da infração penal. 
Quanto aos princípios da indivisibilidade e da divisibilidade atribuídos à 
ação penal, temos que o primeiro é adstrito aos crimes cuja ação penal é de 
natureza privada. Já o segundo, aos crimes cuja ação penal é de natureza pública. 
Assim sendo, o princípio da divisibilidade, ligado à denúncia, prevê que, 
em caso de concurso de agentes, o Ministério Público pode oferecer denúncia 
apenas contra um ou alguns dos investigados, e não contra todos, desde que não 
haja justa causa para tal oferecimento. 
Por sua vez, o princípio da indivisibilidade, ligado à queixa, prevê que em 
caso de concurso de agentes, sendo eles conhecidos, o ofendido deverá ajuizar a 
demanda em face de todos os autores, não possuindo a faculdade de escolha 
(art. 48 do CPP). Caso o ofendido não obedeça a indivisibilidade, a omissão de um 
dos agentes conhecidos implica renúncia tácita ao direto de queixa que, 
obrigatoriamente, será ampliada aos demais autores do delito, havendo a 
extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, V, do CP. 
O princípio da indivisibilidade trata-se de feição subjetiva do princípio da 
obrigatoriedade, ou seja, havendo justa causa, a denúncia deve imputar os fatos 
a todos aqueles que foram investigados na fase pré-processual da persecução 
penal, sob pena do reconhecimento do arquivamento implícito dos autos de 
investigação. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
TAVORA, Nestor e outro. Código de Processo Penal para Concursos. 7ª edição. 
Salvador. Ed. Juspodivm. 2016. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
“á Turma, ao prosseguir o julgamento, concedeu a ordem de habeas corpus para 
trancar a ação penal em razão da atipicidade da conduta, sendo seus efeitos 
estendidos aos corréus em situação análoga, conforme o art. 580 do CPP. O 
paciente foi denunciado juntamente com mais onze corréus pela prática de crime 
de gestão temerária (art. 4º, parágrafo único, da Lei n. 7.492/1986) na qualidade 
de representante de instituição financeira. Segundo a denúncia, o conselho de 
administração concedeu carta de fiança considerada irregular devido a seu valor 
elevado em favor de empresa de capital baixo, o que contrariava as normas da 
instituição financeira, além de colocar em risco tanto seu patrimônio como o 
próprio sistema financeiro nacional. Sucede que o chefe do paciente, com 
prerrogativa de foro, já obteve o arquivamento da denúncia 
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26 
 
 
 
pela atipicidade da conduta descrita na acusação, visto que não houve o tipo 
penal que o caso exige: finalidade de agir (interesse), ou seja, dolo específico, e 
também não teria conduta contra disposição expressa em lei. Assim, para a Min. 
Relatora, diante do arquivamento pela Procuradoria Geral da República ao 
acolher parecer no qual se reconheceu a atipicidade do fato, seria inviável agora 
a responsabilização somente daqueles que seriam partícipes, visto que essa 
manifestação estender-se-ia aos demais denunciados. Destaca a Min. Relatora 
não desconhecer precedentes deste Superior Tribunal que afastam a incidência 
do princípio da indivisibilidade em relação à ação penal de iniciativa pública. 
Explica, contudo, que, em hipóteses como a dos autos, em que o parquet já se 
pronunciou pela atipicidade da conduta, a seu ver, incide o princípio da 
indivisibilidade em relação à ação penal de iniciativa pública, uma vez que não é 
dado ao MP escolher, entre supostos autores de ilícitos penais, apenas alguns 
para responder criminalmente, sob pena de infringir o princípio da 
obrigatoriedade da ação penal. Por outro lado, anota também que a denúncia, 
enquanto faz acusação de delito doloso, narra condutas culposas, revelando 
assim carência de justa causa. O Min. Og Fernandes, em voto vista, ressalta 
também que, como se trata de tipo punido somente na modalidade dolosa, não 
seria viável o prosseguimento da persecução penal quando a peça acusatória 
narra condutas culposas. Precedentes citados: HC 82.589-MS, DJ 19/11/2007; HC 
95.344-RJ, DJe 15/12/2009; HC 92.952-RN, DJe 8/9/2008; RHC 
6.368-SP, DJ 22/9/1997, e RHC 7.982-RJ, DJ 29/11/1999”. (HC 101.570-RJ, Rel. 
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 21/9/2010). 
 
 
MAGISTRATURA ESTADUAL - TJPR - 2017 - CESPE 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 
O CPC consagrou de forma expressa a Concepção Eclética sobre o 
direito de ação, ou seja, o direito ao julgamento do mérito da causa, sendo 
irrelevante se favorável ou desfavorável. Contudo, isso fica condicionado ao 
preenchimento de certas condições aferíveis à luz da relação jurídica material 
deduzida em juízo (condição da ação). ássim, o direito de ação não depende da 
existência do direito material, mas do preenchimento de certos requisitos formais 
chamados de condições da ação, que não se confundem com o mérito. 
 
Quando ausentes as condições da ação, geram uma sentença 
terminativa de carência da ação (art. 485, VI, do CPC), sem a formação de coisa 
julgada material, o que, em tese, permite que nova demanda seja renovada, em 
havendo correção do vício que deu ensejo à sentença sem resolução do mérito 
Diferencie as condições da ação penal sob a ótica da concepção eclética e sob a 
teoria da asserção, considerando a justa causa como espécie de condição da 
ação, discorrendo sobre os efeitos da absolvição sumária bem como da rejeição 
da peça acusatória. 
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27 
 
 
 
(art. 486, § 1º, do CPC). Tratando-se de matéria de ordem pública, não há 
preclusão, concluindo os defensores desta teoria que, a qualquer momento do 
processo e com qualquer grau de cognição, o juiz deve extinguir o processo sem 
resolução de mérito por carência da ação (se entender ausente uma das 
condições da ação). 
 
á teoria da ásserção aduz que a presença das condições da ação deve 
ser analisada pelo juiz com base nos elementos fornecidos pelo próprio autor em 
sua inicial, os quais devem ser tomados como verdadeiros, sem nenhum 
desenvolvimento cognitivo, ou seja, o exame deverá ser feito in statu assertionis. 
 
“e o juiz constatar a ausência de uma condição da ação mediante 
cognição sumária, deve extinguiro processo sem resolução do mérito por 
carência de ação (art. 485, VI, do CPC). Quando houver necessidade de cognição 
mais aprofundada para análise da presença das condições da ação, a carência de 
ação passa a ser analisada como mérito, gerando uma sentença de rejeição do 
pedido do autor com formação de coisa julgada formal e material. 
 
No tocante à justa causa para a ação penal, o art. 395, do CPP, prevê 
expressamente que a denúncia ou queixa será rejeitada quando faltar justa causa 
para o exercício da ação penal (inciso III). Exige-se da acusação lastro probatório 
mínimo de existência material de um fato penalmente punível e indícios 
suficientes de autoria para invocar a tutela jurisdicional, normalmente colhidos 
no inquérito policial ou de outras peças de informação. 
 
“ob a ótica da concepção eclética, evidenciada ausência de justa 
causa para ação penal, deverá o juiz rejeitá-la, fazendo a decisão apenas coisa 
julgada formal. Iniciada a ação penal, por se tratar de matéria de ordem pública, 
não haverá preclusão e a decisão não fará coisa julgada material. 
 
No âmbito do processo penal, sob a perspectiva da teoria da 
asserção, ainda que se analise as condições da ação, com base no que foi narrado 
na denúncia ou queixa, deverá o juiz aferir se há justa causa, apreciada em 
cognição superficial, evitando-se denúncia ou queixa infundada. Para os que 
consideram a justa causa como espécie de condição da ação penal, verificando a 
sua ausência por ocasião do juízo de admissibilidade da peça acusatória, deve o 
magistrado rejeitá-la, nos termos do art. 395, III, do CPP, fazendo a decisão 
apenas coisa julgada formal. 
 
á ausência de justa causa após apresentação da resposta do acusado, 
mediante cognição profunda, implicará na absolvição sumária com base no art. 
397, III, do CPP, com julgamento de mérito, fazendo coisa julgada formal e 
material. 
 
PROCURADOR FEDERAL – AGU - CESPE - 2007 
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SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O primeiro ponto a ser abordado é que esse delito é um crime funcional e, 
por isso, aplica-se o rito especial dos arts. 513 a 518 do CPP. O art. 513 do CPP 
demanda que a denúncia seja instruída com documentos ou justificação que 
façam presumir a existência do delito. Logo, exige-se nitidamente um lastro 
probatório mínimo para dar início à ação penal. Pela questão, também ficou 
configurada a falta de justa causa. Diante desses dois fatores, o magistrado 
deverá rejeitar parcialmente a denúncia, de modo a excluir a qualificadora do art. 
325, §2º, do CP. 
Com a rejeição parcial da denúncia e não havendo recurso do Ministério 
Público, ocorrerá a formação da coisa julgada formal no que tange à 
qualificadora. Logicamente, caso haja o surgimento de novas provas, a denúncia 
poderá ser aditada. Além disso, com a rejeição, o crime torna-se de menor 
potencial ofensivo, cabendo a transação penal e a composição do dano. 
O recurso cabível da decisão que rejeita a denúncia, ainda que 
parcialmente, é o recurso em sentido estrito, com base em interpretação 
extensiva do art. 581, I, do CPP. 
Marcelo foi denunciado pelo Ministério Público por ter revelado fato que devia 
permanecer em segredo e que tinha ciência em razão do cargo que ocupa. A ação 
praticada por Marcelo resultou em dano à administração pública, e o Ministério 
Público requereu a condenação do denunciado nas penas do art. 325, §2º do 
Código Penal (Revelar fato que tem a ciência em razão do cargo e que deva 
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação). Por ocasião do 
recebimento da denúncia, o juiz verificou que não havia qualquer prova, ou 
sequer indício, no inquérito ou nos autos, a respeito da qualificadora. Com base 
na situação descrita acima, redija um texto dissertativo que, aborde, 
necessariamente e de modo fundamentado, os seguintes aspectos: 1- correta 
conduta a ser seguida pelo juiz; 2- possíveis efeitos da decisão do juiz; 3- recurso 
cabível. 
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 APREENSÃO DE MENOR 
POLICIAL CIVIL - PCRN - CESPE - 2008 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O Estatuto da Criança e Adolescente, consubstanciado na Lei nº 8.069/90, 
disciplina legalmente os direitos e deveres infanto-juvenis, materializando a 
proteção prevista no artigo 227 da Constituição Federal. 
É sabido que crianças e adolescentes não praticam crime. Em verdade, o 
menor de dezoito anos é inimputável e está sujeito ao Estatuto da Criança e do 
Adolescente. Assim, diz-se que crianças e adolescentes praticam ato infracional 
equiparado a crime ou contravenção, nos termos do art. 103 da Lei nº 8.069/90. 
Para entendimento do tema, é de se destacar que a legislação em análise 
estabelece, em seu art. 2º, uma importante divisão de conceitos entre criança e 
adolescente. Para o Estatuto, criança é a pessoa com até doze anos incompletos, 
ou seja, aquele que ainda não completou seus doze anos. De outro lado, 
adolescente é aquele que possui entre doze anos completos e dezoito anos 
incompletos. 
A diferença tem importância prática, na medida em que à criança que 
praticar ato infracional somente podem ser aplicadas as medidas de proteção do 
art. 105 do ECA, enquanto ao adolescente são aplicadas também medidas 
socioeducativas. 
Na hipótese de o adolescente ser flagrado por policiais cometendo ato 
infracional, este, ao ser capturado, não poderá ser conduzido ou transportado em 
compartimento fechado de veículo policial em condições atentatórias à sua 
dignidade ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de 
responsabilidade, como estabelece o art. 178 do ECA. 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão. Brasil. Constituição Federal de 1988, art. 227, caput. Considerando que 
o preceito constitucional acima transcrito tem caráter unicamente motivador, 
redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: ASPECTOS CRIMINAIS DO 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - Ao elaborar o 
texto, esclareça, necessariamente, as seguintes indagações. 1- Qual a distinção 
entre criança e adolescente? 2- O adolescente apreendido em flagrante de ato 
infracional poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado 
de veículo policial? 3- Em regra, comparecendo ao distrito policial qualquer dos 
pais ou responsável, o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional 
deverá ser liberado pela autoridade policial? 
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Em seguida, apresentado à autoridade policial e comparecendo à 
Delegacia qualquer dos pais ou responsável pelo adolescente, o art. 174 do ECA 
estatui como regra que este será prontamente liberado pela autoridade policial, 
sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao 
representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no 
primeiro dia útil imediato. Contudo, isso não ocorrerá quando, pela gravidade do 
ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob 
internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem 
pública. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
BARROS, Guilherme Freire de Melo. Direito da Criança e do Adolescente – 
volume 36 – Coleção Sinopses para Concursos. Salvador, Juspodivm, 2014 
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 EXECUÇÃO PENAL 
OFICIALDE JUSTIÇA - TRF4 - FCC - 2014 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A alegação do advogado fundamenta-se no entendimento das turmas 
criminais do STJ no sentido de que a execução forçada da pena de multa, em 
infrações comuns, cabe ao Juízo competente para a execução fiscal, sendo da 
Fazenda Pública, e não do Ministério Público, a legitimidade ativa para tal 
intento. Referida visão encontra guarida na Súmula nº 521 do STJ. 
Contudo, o STJ vem se mostrando refratário à admissão do habeas corpus 
em substituição ao recurso processual próprio. No caso, inversamente ao recurso 
especial, alega o advogado ter sido bem sucedido em habeas corpus diretamente, 
o que, à vista do entendimento reiterado STJ, colide com o que a referida Corte 
vem ordinariamente sedimentando. Aduza-se que o STF trilha o mesmo 
entendimento. 
Consoante a Súmula nº 693 do STF e o entendimento do STJ, a 
jurisprudência ressalta o não cabimento de habeas corpus para o debate 
exclusivo da multa penal, já que nele não se expõe a liberdade de locomoção do 
paciente em perigo. 
Por fim, o STJ pacificou o entendimento de que, com a remessa da 
execução da multa ao juízo fiscal, e não havendo outra pena a ser executada, 
tem-se a extinção imediata do processo de execução penal, independentemente 
Cumprindo o mandado judicial, regularmente expedido pela Vara Federal das 
Execuções Criminais, nos autos de determinado processo de execução penal, o 
Oficial de Justiça dirigiu-se à residência do sentenciado para proceder à avaliação 
de um bem móvel, antes penhorado na execução da pena de multa, única sanção 
remanescente, eis que já cumprida a pena de reclusão de três anos aplicada, 
concomitantemente, por esse único crime em execução. Ali chegando, o Oficial 
de Justiça encontra o Advogado do sentenciado pedindo- lhes que suspenda o 
cumprimento do mandado. O causídico alega oralmente que, com seus 
argumentos antes rejeitados em sede de agravo em execução pelo Tribunal 
Regional Federal respectivo, acaba, porém, de obter decisão final favorável em 
habeas corpus impetrado perante o Superior Tribunal de Justiça, para o fim 
exclusivo de ser determinada a incompetência do Juízo da execução criminal 
para executar aquela pena de multa, em favor da competência do Juízo da 
Execução Fiscal, devendo o processo de execução penal aguardar suspenso a 
solução do débito perante este último. Estritamente, à luz da jurisprudência hoje 
consolidada do Superior Tribunal de Justiça, comente a verossimilhança, os 
fundamentos e a adequação técnica de cada uma das alegações apresentadas 
pelo Advogado para, afinal, justificadamente, dispor sua decisão final, na 
condição de Oficial de Justiça, sobre o pedido formulado pelo causídico. Não 
acresça novos dados factuais não contemplados na questão. 
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32 
 
 
 
da extinção da multa. Logo, não estaria alinhada a esse entendimento a 
concessão da ordem para que o processo de execução penal, no caso, aguardasse 
suspenso a solução do débito. 
Ademais, além da inverossimilhança da alegação do advogado, a mera 
avaliação sequer acresce qualquer gravame ao sentenciado, sendo que a decisão 
final do oficial de justiça deve ser a de dar cumprimento à diligência de avaliação 
constante do mandado judicial que tem em mãos. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
HABEAS CORPUS – JULGAMENTO POR TRIBUNAL SUPERIOR – IMPUGNAÇÃO. A 
teor do disposto no artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, 
contra decisão, proferida em processo revelador de habeas corpus, a implicar a 
não concessão da ordem, cabível é o recurso ordinário. Evolução quanto à 
admissibilidade do substitutivo do habeas corpus. PROCESSO-CRIME – 
DILIGÊNCIAS – INADEQUAÇÃO. Uma vez inexistente base para o implemento de 
diligências, cumpre ao Juízo, na condução do processo, indeferi-las. (STF - HC: 
109956 PR, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 07/08/2012, 
Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-178 DIVULG 10-09-2012 PUBLIC 11- 09-
2012) 
Súmula 693 do STF - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena 
de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena 
pecuniária seja a única cominada. 
Súmula 521 do STJ - A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de 
pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da 
Fazenda Pública. 
Execução penal. Agravo regimental no habeas corpus. Crimes financeiros –arts. 
4º e 22 da Lei n. 7.492/86. Pena privativa de liberdade cumulada com pena de 
multa. Indulto da primeira e inscrição da segunda na dívida ativa da União. Juízo 
da execução penal incompetente para analisar o pedido de indulto da multa. 
Competência da autoridade Fiscal. Impetração de HHCC no TJ/SP e no STJ. Não 
conhecimento. Ausência de ameaça ao direito de locomoção. Objeto único da 
tutela em HC (CF, art. 5º, inc. LXVIII). Impossibilidade da reconversão da multa 
em pena privativa de liberdade. Fundamento não atacado. Insistência nos temas 
de fundo (competência do Juízo da Execução Penal e prescrição da pena de 
multa). Art. 51 do Código Penal: Pena multa convertida em dívida de valor. 
Regência pela legislação atinente à Fazenda Pública. Dupla supressão de 
instância. Inviabilidade do writ. 1. O habeas corpus é cabível “sempre que alguém 
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder” (CF, art. 5º, inc. LXIX), por isso 
não tem cabimento quando não estiver em jogo o objeto específico de sua tutela. 
2. In casu, o paciente foi condenado à pena privativa de liberdade, cumulada com 
pena de multa, pela prática dos crimes descritos nos arts. 4º e 22, da Lei n. 
7.492/86, e, após o trânsito em julgado da sentença, 
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33 
 
 
 
foi iniciada a execução da pena privativa de liberdade, sendo a pena de multa 
convertida em dívida de valor e encaminhada à Fazenda Pública para execução, 
ex vi do art. 51 do Código Penal. Posteriormente beneficiado com o indulto da 
pena privativa de liberdade, o paciente requereu o indulto da pena de multa, 
tendo o Juízo da Execução Penal se declarado incompetente para julgar o feito 
em face da conversão daquela em dívida de valor, ante o deslocamento da 
competência para a autoridade fiscal. 2.1. Daí a impetração sucessiva de habeas 
corpus no TJ/SP e STJ sustentando a competência do Juízo da Execução Penal, 
fundada em que a conversão da pena de multa em dívida de valor não lhe retira 
a natureza penal; inovando, ademais, com a ocorrência da prescrição. 
2.2. Ambos os Tribunais não conheceram das impetrações, sob o fundamento da 
inexistência de ameaça atual ou iminente ao status libertatis em decorrência de 
abuso de poder ou ilegalidade, sendo certo que o inadimplemento da pena de 
multa convertida em dívida ativa não resultará em cerceio da liberdade; aliás, em 
consonância com o entendimento firmado pelo Pleno desta Corte no HC (AgR) n. 
82.880/SP, Pleno, DJ de 16/05/2003, verbis: “CON“TITUCIONáL. PROCESSUAL 
PENAL. HABEAS CORPUS: CABIMENTO. C.F., art. 5º, LXVIII. I. - O habeas corpus 
visa a proteger a liberdade de locomoção – liberdade de ir, vir e ficar – por 
ilegalidade ou abuso de poder, não podendo ser utilizado para proteção de 
direitos outros. C.F., art. 5º LXVIII. II. - H.C. Indeferido, liminarmente. ágravo não 
provido”, valendo conferir ainda o recente julgado da 2ª Turma desta Corte no 
HC n. 105.903, Rel. Min. Rosa Weber, no qual, em situação que se assemelha à 
do caso sub examine, assentou que “Tratando-se de condenação criminal 
somente à pena de multa e não sendo ela passível de conversão em prisão, não 
se encontra em risco a liberdade de locomoção do paciente, não sendo, por este 
motivo e conformeconsubstanciado na Súmula 693 deste Supremo Tribunal 
Federal, cabível o habeas corpus, instrumento destinado à garantia da liberdade 
de locomoção”. 3. á insistência no conhecimento de questões sobre as quais as 
instâncias antecedentes não se manifestaram encontra resistência na pacífica 
jurisprudência desta Corte, no sentido de repudiar o conhecimento, per saltum, 
de habeas corpus, sendo certo que, in casu, há dupla supressão de instância. 4. 
Não obstante a higidez do fundamento do ato impugnado, e apenas ad 
argumentandum tantum, é consensual que a pena de multa pode ser alcançada 
pela prescrição da pretensão punitiva, nos termos do art. 114, I e II, do Código 
Penal, tanto a pena cominada in abstracto quanto a concretamente fixada na 
sentença ainda não transitada em julgado, ao passo que a prescrição da 
pretensão executória da pena de multa, vale dizer, da pena resultante de 
sentença transitada em julgado, há de ser questionada junto à autoridade fiscal 
à luz do Código Tributário Nacional, por expressa disposição do art. 51 do Código 
Penal. 5. Ainda a título argumentativo, não há falar em competência do Juízo da 
Execução Penal para decidir a respeito da pena de multa convertida em dívida de 
valor. Destarte, independentemente da origem penal da sanção, a multa restou 
convolada em obrigação de natureza fiscal e, por essa razão, a competência para 
passou a ser da autoridade fiscal, por força da Lei n. 9.268/96, que deu nova 
redação ao art. 51 do Código Penal. 6. Agravo 
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regimental desprovido.(STF - HC: 115405 SP, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de 
Julgamento: 13/11/2012,Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-246 DIVULG 
14-12-2012 PUBLIC 17-12-2012) 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 18ª. ed. Saraiva. 2016. 
 
 
ANALISTA DO MP - MPE/RS – 2014 – BANCA PRÓPRIA 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Nos termos do art. 50, II, da lei de execução penal, comete falta grave o 
condenado à pena privativa de liberdade que fugir, independentemente do 
regime que lhe fora imposto, sendo o fato apurado por meio de procedimento 
administrativo presidido pela autoridade administrativa que, regra geral, é o 
diretor do presídio. Poderá, ainda, o diretor do presídio, nos termos do art. 54 da 
LEP, aplicar as sanções previstas no art. 53, I a IV, que vão da advertência ao 
isolamento, não podendo aplicar a sanção de inclusão do preso em regime 
disciplinar diferenciado, ato este que atende a clausula de reserva jurisdicional, 
sendo sempre assegurada a ampla defesa. 
A prática de falta definida como grave ou de crime doloso durante a 
execução da pena, nos termos do art. 118 da LEP, acarreta a regressão de regime 
prisional, devendo, para tanto, ser o condenado ouvido previamente pelo juízo 
em audiência de justificação, assegurando, novamente, o contraditório e a ampla 
defesa, já que a ele poderá ser imposto regime mais grave ao que está 
cumprindo, no caso, o regime fechado. De ressaltar que somente o magistrado 
poderá determinar a regressão do regime, podendo, também, manter o 
condenado no regime em que se encontra, homologando a sanção imposta pelo 
diretor do presídio. 
Outro desdobramento da fuga do preso ocorre com relação à alteração 
da data base para a concessão de novos benefícios, prazo este que será 
computado a partir da data de sua recaptura. No entanto, alguns benefícios 
poderão ser concedidos ainda que diante do cometimento de falta grave (fuga), 
tais como o livramento condicional (Súmula 441 do STJ) e comutação de pena ou 
indulto (Súmula 535 do STJ). 
Quanto à perda dos dias remidos, efeito relacionado à prática de falta 
grave, não mais haverá sua perda total, podendo o magistrado revogar até 1/3 
do tempo (art. 127 da LEP – alterado pela Lei nº 12.433/11). No tocante ao 
benefício da saída temporária, em caso de punição por falta grave, estabelece a 
Disserte sobre as diversas implicações decorrentes da fuga de detento do regime 
semiaberto, levando em conta os procedimentos e consequências atuais e 
futuros na vida do detento. 
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35 
 
 
 
LEP que será o benefício automaticamente revogado, podendo o condenado 
recuperar tal direito se absolvido no processo penal (no caso da prática de crime 
doloso), ou caso haja o cancelamento da punição disciplinar ou demonstração de 
merecimento. 
Em se tratando do tema “prescrição”, nos termos do art. 113 do Código 
Penal, o cômputo será regulado pelo tempo que restar da pena do condenado 
fugitivo, sendo o prazo interrompido no dia de sua recaptura. 
Por fim, de todas as decisões preferidas pelo juiz em sede de execução 
penal, caberá agravo em execução sem efeito suspensivo (art. 197 da LEP), exceto 
no caso de desinternação ou liberação de pessoa sujeita à medida de segurança, 
aplicando-se, quanto ao rito, as disposições do recurso em sentido estrito. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 8ª 
edição. Volume 2. Rio de Janeiro. Forense 2014. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS. FUGA DO APENADO. FALTA 
GRAVE.CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS PRISIONAIS. INTERRUPÇÃO DO 
PRAZO.LEGALIDADE. RESSALVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL, INDULTO E 
COMUTAÇÃODE PENA. DATA-BASE. DIA DA RECAPTURA. PROGRESSÃO DE 
REGIMEPRISIONAL. 1/6 DA PENA NO REGIME ANTERIOR. REQUISITO OBJETIVO 
NÃOPREENCHIDO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. ORDEM 
DENEGADA.I. No julgamento do EREsp 1.176.486/SP, a Eg. Terceira Seção desta 
Corte, em sessão realizada em 28 de março próximo passado, uniformizou 
entendimento no sentido de que a prática de falta disciplinar de natureza grave 
interrompe a contagem do lapso temporal para a concessão de benefícios que 
dependam de lapso de tempo no desconto de pena, salvo o livramento 
condicional e a comutação de pena. II. A data-base para a contagem do novo 
período aquisitivo – nos casos de fuga do estabelecimento prisional - por se tratar 
de infração disciplinar de natureza permanente, é o dia da recaptura do preso 
evadido, consoante a disciplina do art. 111, inciso III, do Código Penal. III. 
Apenado que registrava histórico carcerário conturbado, apresentando 
regressões e reincidência delitiva quando usufruía do benefício da liberdade 
condicional e, além de ter o seu regime prisional regredido em face de uma fuga 
cometida, quando teria ficado foragido quase dois meses. IV. Hipótese em que 
não se vislumbra o apontado constrangimento ilegal, pois à época do julgamento 
do Agravo em Execução n.º 70035353531 (28.04.2010) ainda não havia 
transcorrido 01 ano e 04meses - um sexto da pena no regime anterior -, contados 
da recapturado apenado, no dia 07.04.2009, não preenchendo ele qualquer dos 
requisitos legais - objetivo ou subjetivo - para que lhe fosse deferido o benefício 
almejado. V. Ordem denegada. (STJ - HC: 172059 RS 
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2010/0084380-7, Relator: Ministro GILSON DIPP, Data de Julgamento: 
03/05/2012, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/05/2012) 
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. 
INADEQUAÇÃO. FALTA GRAVE. ALTERAÇÃO DA DATA-BASE PARA NOVOS 
BENEFÍCIOS. SÚMULAS 535 E 534 DESTA CORTE. RECURSO REPETITIVO (RESP N. 
1.364.192/RS). AUSÊNCIA DE MANIFESTA ILEGALIDADE. ORDEM NÃO 
CONHECIDA. 1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação 
no sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do recurso legalmente 
previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo 
quando constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial 
impugnado.

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