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CAPITULO 2

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CURSO DE QUALIFICAÇÃO 
GESTÃO ESCOLAR 
 
 
 
 
MÓDULO 1 
CURSO DE QUALIFICAÇÃO 
GESTÃO ESCOLAR 
Escola Práxis - Centro de Qualificação Profissional 
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução. 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
CONCEPÇÕES DE 
GESTÃO/ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR 
 
Neste capítulo, você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 
 
 Descrever os conceitos contemporâneos da administração escolar no 
Brasil. 
 Apontar, em seu contexto de atuação, alguns princípios da 
administração escolar. 
 Distinguir, nas situações do cotidiano escolar, os princípios da 
administração escolar contemporânea. 
 
 
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CURSO DE QUALIFICAÇÃO 
GESTÃO ESCOLAR 
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SUMÁRIO – CAPÍTULO 2 
 
 
Conceitos de Administração e Gestão Escolar.........................................4 
Gestão Escolar e Direção.........................................................................5 
Conceitos Contemporâneos Gestão Escolar............................................7 
A configuração do Trabalho Coletivo na Gestão Escolar.........................8 
Algumas Considerações.........................................................................11 
Referências............................................................................................13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO DE QUALIFICAÇÃO 
GESTÃO ESCOLAR 
Escola Práxis - Centro de Qualificação Profissional 
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CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO 
ESCOLAR 
 
Organização, administração e gestão são termos aplicados aos processos organizacionais, 
com significados muito parecidos. Organizar significa dispor de forma ordenada, articular as partes de 
um todo, prover as condições necessárias para realizar uma ação; administrar é o ato de governar, de 
pôr em prática um conjunto de normas e funções; gerir é administrar, gerenciar, dirigir. No campo da 
educação, a expressão organização escolar é frequentemente identificada com administração 
escolar, termo que tradicionalmente caracteriza os princípios e procedimentos referentes à ação de 
planejar o trabalho da escola, racionalizar o uso de recursos (materiais, financeiros, intelectuais), 
coordenar e controlar o trabalho das pessoas. Alguns autores utilizam essas duas expressões 
indistintamente, outros atribuem maior amplitude a uma ou a outra. 
O mesmo acontece com os termos gestão e direção, ora tomados como sinônimos, ora o 
primeiro praticamente se confundindo com administração e o segundo como um aspecto do 
processo administrativo. 
A maioria dos autores que estudam as tarefas de administrar, gerir, organizar, dirigir, tomar 
decisões as reúne todas no conceito de administração, configurando-se assim uma ciência da 
administração ou uma teoria da administração. Tais tarefas remetidas à escola configuram a 
administração escolar (ou educacional, conforme o âmbito de análise), sendo a ação de organizar 
uma parte dela. Nesse sentido, são bem explícitas as seguintes definições: 
A administração escolar tem como objetivos essenciais planejar, organizar, dirigir e 
controlar os serviços necessários à educação. Ela inclui, portanto, no seu âmbito de 
ação, a organização escolar. (SANTOS, 1996) 
 
Em seu sentido geral, podemos afirmar que a administração é a utilização racional de 
recursos para a realização de fins determinados. Os recursos envolvem, por um lado, 
os elementos materiais e conceptuais que o homem coloca entre si e a natureza para 
dominá-la em seu proveito; por outro, os esforços despendidos pelos homens e que 
precisam ser coordenados com vistas a um propósito comum. A administração pode 
ser vista, assim, tanto na teoria como na prática, como dois amplos campos que se 
interpenetram: a “racionalização do trabalho” e a “coordenação do esforço humano 
coletivo”. (PARO, 1986) 
 
Outros autores, entretanto, reconhecendo a especificidade das instituições educacionais, 
preferem atribuir ao termo organização maior abrangência, entendendo que a administração realiza-
se no contexto de uma organização. Além disso, sendo a instituição escolar eminentemente um 
sistema de relações, com fortes características interativas, que a diferencia das empresas 
convencionais, seria mais adequado o uso do termo organização. Nesse caso, é aceitável a posição de 
Chiavenato (1989) distinguindo dois significados de organização: como unidade social e como função 
administrativa. As seguintes definições permitem atribuir a abrangência maior ao termo organização. 
4 
CURSO DE QUALIFICAÇÃO 
GESTÃO ESCOLAR 
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A organização são unidades sociais (e, portanto, constituídas de pessoas que trabalham 
juntas) que existem para alcançar determinados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as 
transações comerciais, o ensino, a prestação de serviços públicos, etc. Nossas vidas estão 
intimamente ligadas às organizações, porque tudo o que fazemos é feito dentro de organizações. 
(CHIAVENATO, 1989) 
A organização escolar é o conjunto de disposições, fatores e meios de ação que regulam a 
obra da educação ou um aspecto ou grau da mesma. Esses meios ou fatores são de duas classes: 
administrativos e pedagógicos. (AGUAYO apud SANTOS, 1966) 
Organizar é bem dispor elementos (coisas e pessoas) dentro de condições operativas (modos 
de fazer), que conduzem a fins determinados. Administrar é regular tudo isso, demarcando esferas 
de responsabilidade e níveis de autoridade nas pessoas congregadas, a fim de que não se perca a 
coesão do trabalho e sua eficiência geral. (LOURENÇO FILHO, 1976) 
Seguindo de perto essas definições, adotamos o sentido amplo de organização, ou seja, 
unidade social que reúne pessoas que interagem entre si e que opera por meio de estruturas e 
processos organizativos próprios, a fim de alcançar os objetivos da instituição. Para que as 
organizações funcionem e, assim, realizem seus objetivos, requer-se a tomada de decisões e a 
direção e controle dessas decisões. É esse processo que denominamos gestão. Utilizamos, pois, a 
expressão organização e gestão da escola, considerando que esses termos, colocados juntos, podem 
ser mais abrangentes que administração. Em síntese, a gestão escolar visa: 
a) Prover as condições, os meios e todos os recursos necessários ao ótimo funcionamento da 
escola e do trabalho em sala de aula; 
b) Promover o envolvimento das pessoas no trabalho por meio da participação e fazer o 
acompanhamento e a avaliação dessa participação, tendo como referência os objetivos de 
aprendizagem; 
c) Garantir a realização da aprendizagem de todos os alunos. 
 
 
GESTÃO ESCOLAR E DIREÇÃO 
 
 
Alguns autores afirmam que o centro da organização e do processo administrativo é a tomada 
de decisões. Todas as demais funções da organização (o planejamento, a estrutura organizacional, a 
direção, a avaliação) estão referidas ao processo eficaz de tomada de decisão (GRIFFITHS, 1974). Os 
processos intencionais e sistemáticos de se chegar a uma decisão e de fazer a decisão funcionar 
caracterizam a ação que denominamos gestão. Em outras palavras, a gestão é a atividade pela qual 
são mobilizados meios e procedimentos para se atingir os objetivos da organização, envolvendo, 
basicamente, os aspectos gerenciais e técnico-administrativos. Nesse sentido, é sinônimo de 
administração. 
A direção é um princípio e atributo da gestão, mediante a qual é canalizado o trabalho 
conjunto das pessoas, orientando-as e integrando-as no rumo dos objetivos. Basicamente, a direção 
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GESTÃO ESCOLAR 
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põe em ação o processo de tomada de decisões na organização, e coordena os trabalhos, de modo 
que sejam executados da melhor maneira possível. 
A organização e os processos de gestão,incluindo a direção, assumem diferentes significados 
conforme a concepção que se tenha dos objetivos da educação em relação à sociedade e à formação 
dos alunos. A direção pode, assim, estar centrada no indivíduo ou no coletivo, sendo possível uma 
direção individualizada ou uma direção coletiva ou participativa. 
Neste curso, será assumida a concepção da gestão participativa ou democrático-
participativa, conforme detalharemos adiante. 
Apresentaremos alguns aspectos que consideramos relevantes da administração escolar na 
contemporaneidade. Entendemos que cada pessoa é resultado de um processo único e singular, bem 
como que esse processo é histórico e se dá num determinado tempo e contexto, permeado por 
conflitos de interesses hegemônicos vigentes na sociedade. 
Exitem, nos processos de organização e administração escolar, duas concepções bastante 
distintas e contraditórias no que se refere às finalidades sociais e políticas da educação. Em uma, 
prevalece uma visão mais técnica e burocrática da administração escolar, sendo a escola considerada 
um espaço neutro e estático e que deve ter uma organização planejada e controlada para que os 
objetivos estabelecidos alcancem os melhores resultados (eficácia e eficiência). A estrutura 
organizacional define rigorosamente a estrutura dos cargos e estabelece as funções numa hierarquia 
de poder com normas e regulamentos rígidos. A direção é centralizada, e normalmente o 
planejamento é feito com a participação do grupo de especialistas e técnicos. 
A versão conhecida mais recente da administração é o modelo da Qualidade Total, com 
métodos e técnicas de gerenciamento. Alguns pontos relevantes desta concepção são apontados por 
Libâneo (2004): 
 Funções e tarefas delimitadas, acentuando-se a divisão técnica do trabalho escolar; 
 O poder é centralizado no diretor, destacando-se uma hierarquia de poder; 
 Rígido sistema de normas e regras e controle das atividades escolares, quase sempre 
sem levar em consideração a especificidade da escola; 
 As normas e ordens são ditadas de ‘cima para baixo’, sem discussão com o coletivo; 
 É dada mais importância à realização das tarefas do que as interações sociais do grupo. 
A outra concepção de administração da escola considera os alunos, os professores, os 
funcionários e a comunidade como sujeitos do processo educativo, e não como meros objetos. 
Agrega as pessoas em torno de ações intencionais considerando as interações sociais, com os seus 
conflitos e disputas. A gestão da escola é democrática com a participação e a contribuição dos 
envolvidos. 
Evidenciamos, para melhor entendimento desta concepção, alguns pontos sinalizados por 
Libâneo (2004): 
 Funções e tarefas são definidas com o grupo possibilitando o exercício da gestão 
participativa; 
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GESTÃO ESCOLAR 
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 As decisões são coletivas por meio de discussões dos grupos, em reuniões e 
assembleias; 
 Alternância no exercício de funções (eleição). Ênfase na organização no coletivo; 
 As normas e ordens são discutidas; ‘a responsabilidade é do coletivo; 
 Destaque para as inter-relações entre as pessoas, mais do que à execução das tarefas. 
 
 
 
A partir destas considerações iniciais, a seguir apresentaremos alguns conceitos 
contemporâneos, substantivos e essenciais de administração escolar, enfatizando o 
compartilhamento das decisões, o respeito e a responsabilidade nas ações, bem como o exercício da 
liderança organizacional, ações coordenadas pelo administrador escolar. 
 
CONCEITOS CONTEMPORÂNEOS DE GESTÃO 
ESCOLAR 
 
A escola, de acordo com uma concepção contemporânea, é um espaço social que visa à 
formação humana, considerando a apropriação, de forma sistemática e organizada, do saber 
historicamente produzido pela humanidade. 
A ação pedagógica é, portanto, uma intervenção inteligente na formação de pessoas. Para 
que isso aconteça, é preciso que haja uma proposta pedagógica com base no contexto histórico da 
comunidade escolar, viabilizando uma aprendizagem significativa e uma organização que possibilite a 
integração de todas as ações planejadas no coletivo. 
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A organização, a orientação, a viabilização e o acompanhamento do conjunto das práticas 
educativas partem, portanto, da Administração Escolar. 
Conforme alguns autores, como Lima (2008), Libâneo (2004) e Nóvoa (1999), as concepções 
de administração escolar refletem os diferentes momentos históricos, mas também os diferentes 
entendimentos relacionados ao papel da escola e da formação humana. Essas concepções têm 
especificidade própria que possibilitam a reflexão e a análise da estrutura e da organização escolar. 
Vale ressaltar que, quase sempre, as características não se apresentam na forma completa. 
Características de uma concepção podem ser encontradas em outras perspectivas, mas é possível 
determinar, por meio da análise de uma organização escolar, qual a concepção dominante na ação 
pedagógica, pois, muitas vezes, o discurso é um e a prática é outra. 
Cada uma das concepções da administração escolar deve ser confrontada com as outras e 
todas devem ser confrontadas entre si, não no sentido de uma definição para substituir ou dispensar 
uma ou outra. Igualmente nem podemos ter a pretensão de ter uma visão definitiva e completa 
considerando apenas as perspectivas de administração escolar apresentadas. 
Evidenciamos que a especificidade da prática da educação escolar exige fundamentos 
próprios para a sua administração. Embora alguns autores, como Ramos (1993) e Martins (2008) 
apontem semelhanças entre a administração empresarial e a administração da escola, nas funções de 
consecução de objetivos, de organização do financeiro, de organização do pessoal e de relações entre 
pessoas, ambas se diferenciam num ponto essencial que é a função social. Enquanto a administração 
da empresa tem por objetivo o lucro, por meio da exploração do trabalho humano, a administração 
da escola tem como finalidade a formação humana no exercício da cidadania e democracia. 
O diferencial está no uso das pessoas para atingirem os objetivos: na gestão empresarial, as 
pessoas são recursos humanos; na educação, o ser humano é o fim em si mesmo. A escola é 
administrada para possibilitar a formação do humano. Arroyo (2005) enfatiza que não nascemos 
humanos e que nos tornamos humanos na presença de outros humanos. 
 
A CONFIGURAÇÃO DO TRABALHO COLETIVO NA 
GESTÃO ESCOLAR 
 
Caro(a) aluno(a), passaremos, agora, a apresentar alguns elementos fundamentais que 
ajudarão você, como líder, a desempenhar sua função com competência. Como coloca Lima (2008), a 
escola como instituição social está sempre em construção, e “um modelo de gestão escolar só tem 
existência empírica na e pela ação e, neste sentido, encontra-se sempre em processo de criação e de 
recriação, em estruturação”. Por isso, é preciso que você se prepare para poder tomar medidas 
concretas no dia-a-dia como administrador(a) da sua escola. 
Iniciaremos a discussão assinalando uma questão essencial: a administração escolar numa 
perspectiva democrática e compartilhada implica em uma atividade coletiva, coordenada e avaliada e 
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que necessariamente requer a participação da comunidade escolar considerando-se os objetivos 
comuns e, portanto, a capacidade de comprometimento individual. 
Administrar é uma atividade coletiva à medida que, partindo da realidade sócio-histórica da 
comunidade escolar, todos decidem quais as prioridades (objetivos comuns) e que ações são 
necessárias para o alcance dos objetivos. A partir do levantamento de prioridades, são 
definidas/escolhidastarefas e compartilhadas as responsabilidades. A atividade coletiva precisa ser 
acompanhada, coordenada e avaliada. Orquestrar as ações organizacionais, sociais e pedagógicas, 
conforme nos coloca Wittmann (2006), é a função do administrador escolar. Vai além de conseguir 
mobilizar as pessoas para a realização eficaz das atividades, pois implica na intencionalidade, na 
definição de um norte, se posicionando frente à função sociopolítica da educação escolar. 
A função social da escola é determinante na formação humana. O caráter pedagógico definido 
na intencionalidade do ato educativo (objetivos) e viabilizado na organização metodológica (seleção 
dos conteúdos, metodologias, organização do trabalho escolar) necessita da administração escolar. 
O trabalho da administração escolar tem alguns princípios básicos e requer conhecimentos 
específicos. Alguns já apresentamos neste caderno e outros especificaremos a seguir. 
 
O EXERCÍCIO DA DEMOCRACIA 
 
A democracia pressupõe a possibilidade de convivência e o diálogo entre pessoas que pensam 
de formas diferentes e têm objetivos distintos. A escola, ao permitir a construção de conhecimentos, 
atitudes e valores num aprendizado democrático, forma alunos críticos, participativos, éticos e 
solidários. Para que isso aconteça, é necessário socializar, de maneira crítica, o saber historicamente 
acumulado pela sociedade, interligando esse saber ao conhecimento que os alunos trazem da 
comunidade onde estão inseridos (saber popular). A apropriação e a interligação desses saberes é um 
dos elementos decisivos para o processo de democratização da sociedade, que vem sendo construído 
ao longo dos anos. 
Essa contribuição significativa da escola para o processo de democratização da sociedade 
acontece quando o espaço escolar é um exercício de democracia participativa, ou seja, quando 
buscamos o diálogo e a mobilização de todos. E isso acontece por meio da gestão democrática. 
A forma de escolha do administrador escolar, a maneira de organização dos conselhos 
escolares e a participação da comunidade escolar nas discussões e decisões da escola é um exercício 
de democracia participativa. 
 
AUTONOMIA 
 
O conceito de autonomia é complexo, com várias interpretações e significados. No contexto 
educacional, autonomia é entendida como a ampliação do espaço de decisões referentes ao processo 
escolar para a melhoria da qualidade de ensino. Assim, a autonomia 
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[...] é a característica de um processo de gestão que se expressa, quando se assume, 
com competência, a responsabilidade social de promover a formação de crianças, 
jovens e adultos, adequadas às demandas de vida em uma sociedade em 
desenvolvimento, mediante aprendizagens significativas, a partir de decisões 
consistentes e coerentes, pelos agentes (LÜCK, 2006, p. 91). 
 
Portanto, no entendimento apresentado, autonomia não se refere apenas às questões 
financeiras, mas também envolve, de maneira interligada, outras dimensões, como as dimensões 
sociopolítica, administrativa e pedagógica, que necessitam da competência do administrador escolar 
para conduzir este processo, compartilhando o poder de decisão. 
A relevância do exercício da autonomia está na tomada de decisões, levando em conta as 
discussões coletivas sobre as necessidades da realidade escolar. Isto significa conhecer e respeitar as 
diferentes concepções e ideias, sendo necessário, muitas vezes, negociar, sensibilizar e convencer os 
diferentes segmentos e instâncias dos quais a escola faz parte. Assim, o processo de construção da 
autonomia na escola se dá na organização do trabalho coletivo, com ações compartilhadas e decisões 
coletivas. Esse processo é permanente e cotidiano e está diretamente ligado à implementação de 
mudanças para garantir a aprendizagem dos alunos. 
A proposta educativa, quando resultado da construção do coletivo da escola, é um exercício 
da democracia e promove maior autonomia administrativa, pedagógica e financeira, conforme 
estipulado nos artigos 12 e 15 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional vigente. Possibilitar 
o exercício da autonomia, conforme nos diz Lück (2006), 
 
permite ampliarmos o poder de decisão sobre o trabalho pedagógico. A exemplo 
disso, citamos as entidades de Gestão Escolar: os Conselhos Escolares, Associação de 
Pais e Professores, Grêmio Estudantil, entre outros, onde se envolvem, além dos 
profissionais da escola, os pais, os alunos e a comunidade na discussão dos 
problemas e nas ações a serem realizadas para buscar possíveis soluções. 
 
É, portanto, um processo social construído de forma compartilhada envolvendo interesses e 
diferentes concepções que resultam, algumas vezes, em conflito. É um processo contraditório que 
requer do administrador habilidades para dar encaminhamentos e resolver com competência as 
situações de enfrentamento. 
 
LIDERANÇA ORGANIZACIONAL 
 
Uma administração escolar legitimada e não imposta promove estratégias de atuação e 
estimula a participação individual e coletiva na realização dos projetos da escola. Compete à 
administração escolar, como princípio, a liderança organizacional no sentido de viabilizar essa 
participação. Este princípio leva à coesão do coletivo na escola, buscando, num processo de 
aprendizagem mútua, a autonomia pedagógica da unidade escolar. É importante a compreensão de 
que o conflito de ideias faz parte do movimento da escola. O administrador escolar, como líder, 
deve contribuir para canalizar os conflitos, colocando-os no “centro do palco”, e não os ignorando. 
 
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GESTÃO ESCOLAR 
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Caro(a) aluno(a): Quando falamos do coletivo na escola, estamos nos referindo aos 
profissionais da educação, aos pais, aos alunos e à comunidade na qual a escola está inserida. 
A liderança organizacional possibilita que o administrador escolar coordene a elaboração do 
Projeto Político-Pedagógico, documento planejado, discutido, revisto e aprovado pelo coletivo. Em 
seguida, 
 
 [...] entram em ação as funções do processo organizacional em que o diretor 
coordena, mobiliza, motiva, lidera, delega as responsabilidades decorrentes das 
decisões aos membros da equipe escolar conforme suas atribuições específicas, 
presta contas e submete à avaliação da equipe o desenvolvimento das decisões 
tomadas (LIBÂNEO, 2004, p. 143). 
 
Esta é uma característica essencial da atualidade e uma das competências básicas do 
administrador escolar, para que a proposta e os objetivos da unidade escolar se concretizem. 
 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
 
A especificidade da ação educativa escolar exige fundamentos e princípios próprios para a sua 
administração, como foi discutido neste capítulo. Contudo, é importante dizer que, dentre todas as 
funções do administrador escolar, a “orquestração do conjunto”, onde a função pedagógica, é 
essencial. Como na orquestra, cada participante é único, cada ação pedagógica tem a sua 
especificidade e deve haver unidade na diversidade, e não uma uniformidade (WITTMANN, 2006). 
Não é uma tarefa fácil a do administrador escolar. Como citamos no decorrer do capítulo, há 
uma diversidade de orientações externas ao sistema escolar, bem como existem as mais variadas 
concepções no espaço escolar, necessidades e anseios da comunidade, os quais, segundo Lima (2008, 
p. 7), “não conseguimos muitas vezes definir, em face à complexidade que a envolve”. Trabalhar com 
procedimentos adequados para convencer, sensibilizar e negociar nas divergências é um processo 
que exige paciência, respeito e disponibilidade do administrador escolar. 
Portanto, o compartilhamento das decisões, o respeito e a responsabilidade nas ações, com 
também o exercício da liderança organizacional são ações coordenadas pelo administrador escolar.Apresentamos, neste capítulo, alguns conceitos contemporâneos que definem importantes questões 
para uma administração escolar com gestão compartilhada, pois há necessidade de refletirmos sobre 
a prática existente em nossas unidades escolares. Entendemos que somente uma base teórica 
fundamenta uma prática comprometida com a qualidade social da educação. 
E não é mais possível que o administrador escolar 
 
enfrente suas responsabilidades baseado em ‘ensaio e erro’ sobre como planejar e 
promover a implantação do projeto político-pedagógico da escola, monitorar 
processos e avaliar resultados, desenvolver trabalho em equipe, promover a 
integração escola-comunidade, criar novas alternativas de gestão, realizar 
negociações, mobilizar e manter mobilizados atores na realização das ações 
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educativas, manter um processo de comunicação e diálogo aberto, planejar e 
coordenar reuniões eficazes, atuar de modo a articular interesses diferentes, 
estabelecer unidade na diversidade, resolver conflitos e atuar convenientemente em 
situações de tensão, dentre outras responsabilidades (LÜCK, 2006, p. 14). 
 
Para subsidiar os seus estudos, apresentaremos, no CAPÍTULO 4 deste curso, as competências 
dos gestores escolares nos aspectos indispensáveis e indissociáveis: a competência na função 
sociopolítica, na função técnico-administrativa e o compromisso político com a ação pedagógica – a 
função pedagógica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ARROYO, M. G. Ofício de mestre: imagens e auto-imagens. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005. 
 
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2004. 
 
LIMA, Licínio C. Construindo modelos de gestão escolar. Cadernos de Organização e Gestão 
Curricular, Lisboa: Instituto de Inovação Educacional. Disponível em: <http://www.dgidc.min-
edu.pt/inovbasic/biblioteca/ccoge04/ caderno4>. Acesso em: 11 nov. 2008. 
 
LÜCK, Heloisa. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Série: Cadernos de 
Gestão. Petrópolis/RJ: Vozes, 2006, p. 89-128. 
 
MARTINS, José do Prado. Gestão educacional: uma abordagem crítica do processo administrativo em 
educação. 3. ed., Rio de Janeiro: Wak, 2008. 
 
NÓVOA, Antonio. Para uma análise das instituições escolares. In. NÓVOA, Antonio (Coord.) As 
organizações escolares em análise. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1999, p.13-43. 
 
RAMOS, Cosete. Excelência na educação: a escola de qualidade total. Rio de Janeiro: Qualitymark, 
1993. 
 
WITTMANN, Lauro Carlos. Pedagogia da gestão. 2006. no prelo. 
 
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