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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS COMARCA DE JUIZ DE FORA 6ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora Rua Marechal Deodoro, 662, Centro, JUIZ DE FORA - MG - CEP: PROCESSO Nº 5002627-12.2017.8.13.0145 CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7) ASSUNTO: [Indenização por Dano Moral, Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes] AUTOR: SAMUEL CARLOS DE LIMA RÉU: TIM CELULAR S.A. Vistos, etc. Trata-se de ação declaratória de inexistência de débito c/c reparação de dano moral c/c pedido de tutela de urgência, aforada por Samuel Carlos de Lima em face de TIM Celular S/A, ambos qualificados nos autos, na qual pugna, para que seu nome seja excluído dos cadastros dos órgãos de proteção ao crédito, ao argumento não existir relação jurídica entre as partes. É o relato do necessário. DECIDO. Para a concessão parcial ou total dos efeitos da tutela pretendida no pedido inicial é necessário a existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, conforme estipula o art. 300 Código de Processo Civil. Tendo em vista que o autor alega não ter realizado qualquer negócio jurídico com o réu, é impossível a comprovação, pelo mesmo, de que não realizou a obrigação, fato que por si só justificaria o deferimento dos pedidos supramencionados. De fato, em se pretendendo a declaração da não constituição de relação jurídica, é Num. 23977082 - Pág. 1Assinado eletronicamente por: FRANCISCO JOSE DA SILVA - 02/06/2017 10:56:52 https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17060210565176800000023056828 Número do documento: 17060210565176800000023056828 fática e juridicamente impossível que se imponha ao autor o ônus processual consistente na comprovação da verossimilhança do direito por ele alegado (prova negativa). Nestes casos, a inversão do ônus probatório é naturalmente incidente, posto que, do contrário, dar-se-ia lugar às tão repudiadas provas diabólicas. Nesse sentido, confira-se decisão do egrégio TJMG: EMENTA: AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA E RESSARCIMENTO POR DANOS MORAIS - TUTELA ANTECIPADA - NOME INSCRITO NOS CADASTROS DE INADIMPLENTES - RETIRADA. Na ação Declaratória de Inexistência de Dívida cumulada com ressarcimento por danos morais, ao fundamento de inexistência de relação jurídica com o réu, é de se deferir o pedido liminar, requerido em forma de tutela antecipada, a fim de se determinar a exclusão do nome do possível devedor de cadastros restritivos do crédito. Recurso parcialmente provido. (AGRAVO DE INSTRUMENTO CÍVEL N° 1.0024.10.156773-3/001 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - AGRAVANTE(S): HIPERCARD BANCO MÚLTIPLO S/A - AGRAVADO(A)(S): ROBERTO TEIXEIRA DOS SANTOS - RELATOR: EXMO. SR. DES. PEREIRA DA SILVA). Em atenção ao disposto no art. 300, §3º do CPC, ressalto, que tal medida poderá ser revogada a qualquer momento, por tratar-se de medida absolutamente reversível. Desse modo, defiro a tutela antecipada pleiteada na exordial, para determinar a exclusão do nome do autor dos órgãos de proteção ao crédito, quais sejam, SPC e SERASA, no que concerne os débitos em questão. Quanto aos demais órgãos, consigno que deverá restar comprovada a devida inscrição, o que não se percebe dos autos. Assim, oficiem-se ao SPC e SERASA, em caráter de urgência. Deixo de designar neste momento audiência de conciliação prevista no artigo 334 do CPC e o faço em razão da pauta de audiências neste juízo já se encontrar sem datas próximas Num. 23977082 - Pág. 2Assinado eletronicamente por: FRANCISCO JOSE DA SILVA - 02/06/2017 10:56:52 https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17060210565176800000023056828 Número do documento: 17060210565176800000023056828 para designação, o que vai de encontro ao princípio da celeridade processual. Ademais, essas audiências têm se revelado infrutíferas, com índice perto de zero de êxito, o que se explica pelo fato de não haver conhecimento pelo conciliador de quais serão os argumentos usados pelo requerido, que por vezes, demonstrando desinteresse apresenta contestação antes ou durante a audiência. Observo que há Estados, como São Paulo, que exige prazo mínimo de 90 dias para cumprimento de carta precatória citatória, o que leva este juízo a designar audiência com prazo de 150 dias, pelo menos, tornando prejudicial aos interesses das partes. Por conseguinte, em atenção ao princípio constitucional da razoável duração do processo, a audiência prevista no art. 334 do CPC poderá ser marcada futuramente, caso as partes manifestem interesse em conciliar, ressaltando que nada impede que o Juízo designe sessão conciliatória no curso do processo, conforme disposto no art. 139, V do CPC, ou que realize no momento de organização e saneamento do processo, art. 357,§3° do CPC. Assim, citem-se os réus pessoalmente para oferecerem resposta que quiserem e puderem no prazo legal, de acordo com art. 335 do CPC. Int. FRANCISCO JOSÉ DA SILVA Juiz de Direito JUIZ DE FORA, 2 de junho de 2017 Num. 23977082 - Pág. 3Assinado eletronicamente por: FRANCISCO JOSE DA SILVA - 02/06/2017 10:56:52 https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17060210565176800000023056828 Número do documento: 17060210565176800000023056828 Decisão | NUM: 23977082 | 02/06/2017 10:55
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