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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE HISTÓRIA 1º Ano Disciplina: HISTÓRIA DA ANTIGUIDADE ESUROPEIA E ASIÁTICA Código: Total Horas/1o Semestre: 125 Créditos (SNATCA): 5 Número de Temas: 06 INSTITUTO SUPER INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral i Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Direcção Académica Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa Beira - Moçambique Telefone: +258 23 323501 Cel: +258 82 3055839 Fax: 23323501 E-mail: isced@isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral ii Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Pela Coordenação Pelo design Direção Académica do ISCED Direção de Qualidade e Avaliação do ISCED Financiamento e Logística Pela Revisão Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) Elaborado Por: José Francisco Bambo Sumburane (Mestrado em História) ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral iii Índice Visão geral 1 Benvindo ao Módulo de História da Antiguidade Europeia E Asiática ……………………Error! Bookmark not defined. Objectivos da Disciolina/Módulo ...................................................................................... 1 Quem deveria estudar este módulo? ............................................................................... 1 Como está estruturado este módulo? .............................................................................. 2 Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3 Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6 Avaliação ........................................................................................................................... 7 TEMA I: CONSIDERAÇÕES GERAIS 9 Unidade 1.1. INTRODUÇÃO - A Civilização Egípcia. ................................................................... 9 Unidade 1.2. O Egipto Antigo ..................................................................................................... 8 TEMA II: A Mesopotâmia Unidade 2.1. Introdução. Mesopotâmia ..................................... Error! Bookmark not defined. TEMA III: O Império Persa Error! Bookmark not defined. Unidade 3.1. Introdução. Noção, partes constitutintes, requisitos essenciais e representação gráfica .......................................................................................... Error! Bookmark not defined. Unidade 3.2. Classificação e caracterização das contas ............. Error! Bookmark not defined. Unidade 3.3. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema .......................................... 33 TEMA IV: Os Hebreus Error! Bookmark not defined. Unidade 4.1 Introdução. Os Hebreus………………………………………………………………………………….Error! Bookmark not defined. TEMA V: A Grécia Antiga Error! Bookmark not defined. Unidade 5.1. Introdução. Grécia ................................................. Error! Bookmark not defined. Unidade 5.2. Origem da Grécia ................................................... Error! Bookmark not defined. TEMA VI: O Império Romano 57 Unidade 6.1. Introdução. Roma .................................................. Error! Bookmark not defined. Unidade 6.2.Origem de Roma ................................................... Error! Bookmark not defined.2 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral iv ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 1 Visão geral História da Antiguidade Europeia e Asiática Objectivos do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo de História da Antiguidade Europeia e Asiática deverá ser capaz de: Comprender a origem e desenvolvimento das civilizações antigas. Objectivos Específicos Identificar os condicionalismos que contribuíram para a emergência destas civilizações. Caracterizar as civilizações antigas políticas, social, económica e culturalmente. Descrever o legado destas civilizações para os nossos tempos Analisar os factores que contribuíram tanto para o seu desenvolvimento e apogeu bem como a sua destruturação. Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em História da Antiguidade Europeia e Asiática do ISCED e outros como Gestão de Rcursos Humanos, Administração, etc. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 2 Como está estruturado este módulo Este módulo de Contabilidade Geral, para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Contabilidade e Auditoria, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias Um índice completo. Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades práticas algunas incluido estudo de caso. Outros recursos A equipa dos académicoa e pedagogos do ISCED, pensando em si, num cantinho, recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursosdidácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para elém deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 3 Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico- Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em goso de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 4 Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existirem. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama- se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 5 intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalhjo intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 6 sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância,é muita importância, na medida em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficar a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 7 O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e concistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de avaliação. Os trabalhos de campo por si realizaos, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame). Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 9 TEMA – I: CONSIDERAÇÕES GERAIS. UNIDADE Temática 1.1. Introdução UNIDADE Temática 1.1. Introdução, Egipto Antigo. Introução A origem das civilizações Os factores que determinantes da origem e desenvolvimento das civilizações são os geográficos, o relevo, os recursos económicos, as fontes alimentares, o contacto com civilizações. A mais importante destas está ligada ao âmbito da geografia, gozando de maior preeminência o clima, pois nenhuma nação, antiga ou moderna, alcançou o mais alto nível cultural a não ser sob a influência de um estímulo climático. Associado ao clima temos a humidade devendo variar em torno de 75%. A variação do clima é importante para purificar de quando em quando a atmosfera e produzir variações de temperatura que parecem ser necessárias para estimular e revitalizar o homem. A topografia da superfície do globo também é um elemento condicionador, pois a forma e a configuração dos continentes são de grande importância quando oferecem vantagens para o desenvolvimento cultural. Os continentes que possuem uma costa irregular e condições geográficas diversificadas proporcionam os únicos meios favoráveis ao progresso das nações. Quanto mais compacto e homogéneo for um continente, mais atrasados serão os seus habitantes. Os povos que vivem em continentes como a Europa, com a sua costa fortemente recortada e sua variedade de condições geográficas, desfrutam importantes vantagens. Sua terra é acessível pela água até bem no interior. O declínio da cultura neolítica marcou o fim do que chamamos período pré-literário na história do homem. Este foi substituído por padrões mais complexos de cultura, baseados no conhecimento da escrita, mas a invenção da escrita não foi a única feição distintiva dessa nova ordem. Os instrumentos de pedra foram quase inteiramente suplantados por utensílios de bronze e outros metais. Além disso, calendários foram inventados; a religião, o estado e outras instituições desenvolveram-se em mais alto grau; a arte tornou-se mais refinada e houve avanços consideráveis na ciência e, por fim, no comércio e na indústria. Os progressos em tal terreno parecem ter sido muito rápidos no Egipto; não somente isso, senão que também as realizações dos egípcios lançaram os alicerces de grande parte do trabalho de outros povos. ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 10 Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos Descrever o contexto da emergência da civilização egípcia; Explicar a evolução da civilização egípcia; Analisar a evolução política, económica, social e cultural da civilização egípcia. 1. Civilização egípcia 1.1. Formação A Civilização egípcia data do ano de 4.000 a.C. Até então, o conhecimento sobre o Egipto era obtido através de historiadores da Antiguidade greco- romana. Ela situa-se a Nordeste sendo limitado ao norte pelo mar Mediterrâneo, ao Sul pela Núbia, a este pelo mar Vermelho e a oeste pelo deserto Líbio. Os elementos dominantes das populações que primitivamente habitaram o norte de África foram os povos hamíticos no Egipto, berbere na Argélia, Tunísia e Líbia, tuaregues na Tunísia e almóada no Marrocos. Com o evoluir da sua história vários outros povos fixaram-se na zona, como os gregos que dominaram a Líbia e se instalaram na Alexandria, no Egipto, os romanos que ocuparam o Egipto e todo o Magreb entre outros. O Egipto é uma dádiva do Nilo, disse Heródoto, historiador grego. A dependência que esta civilização apresenta em relação ao Nilo é absoluta, pois seu vale abrange mais de 1500 Km. Este grande rio tem como acção natural as cheias e vazantes que depositam húmus ao longo de seu leito favorecendo a agricultura. A interacção entre a acção humana e o meio ambiente é evidente na história da civilização egípcia, pois graças à abundância de suas águas era possível irrigar as margens durante o período das cheias. A necessidade da construção de canais para irrigação e de barragens para armazenar água próximo às plantações foi responsável pelo aparecimento do Estado centralizado. 1.2. Política ISCEDCURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 11 A história política do Egipto Antigo é tradicionalmente dividida em duas épocas: Pré-Dinástica (até 3200 a.C.) Esta época caracteriza-se pela ausência de centralização política pois a população estava organizada em nomos (comunidades primitivas) independentes da autoridade central que era chefiada pelos monarcas. O Nilo favoreceu a sedentarização dos grupos humanos. O volume e a perenidade de suas águas facilitaram a abertura de canais de irrigação, ampliando as áreas cultiváveis. As comunidades primitivas (nomos), agrupamento de famílias, possuíam um chefe (nomarca) que organizava e administrava o trabalho colectivo. Dois reinos Alto Egipto (sul) e Baixo Egipto (norte) surgiram por volta de 3500 a.C. em consequência da necessidade de se unir esforços para a construção de obras hidráulicas. Dinástica Esta época é caracterizada pela forte centralização política. Menés, rei do Alto Egipto, subjugou em 3200 a.C. o Baixo Egipto. Promoveu a unificação política das duas terras sob uma monarquia centralizada na imagem do faraó, dando início ao Antigo Império, Menés tornou-se o primeiro faraó. Os nomarcas passaram a ser “governadores” subordinados à autoridade faraónica. Iniciava-se a administração unificada do Egipto antigo, cuja história pode ser dividida em três grandes períodos: Antigo Império, Médio Império e Novo Império, com fases intermediárias. A forma do governo desenvolvida pelos faraós é denominada como Monarquia teocrática. O governante (faraó) era soberano hereditário, absoluto e considerado um encarnação divina. Era auxiliado pela burocracia estatal nos negócios de Estado. O governo era proprietário das terras e cobrava impostos das comunidades camponesas (servidão colectiva). Os impostos podiam ser pagos via trabalho gratuito nas obras públicas ou com parte da produção. Antigo Império (3 200 a 2 000 a.C.) Tinha como capital a cidade de Ménfis. O rei deus (teocracia) era supremo e todos os outros eram seus servos. Foi aproximadamente entre 2 700 e 2 600 a.C. que construíram as grandes pirâmides em Gisé (Quéops, Quéfren e Miquerinos). Depois dessas monumentais construções, os gastos para sua manutenção tornaram-se insustentáveis. Os nobres ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 12 apoiaram o poder do faraó até o momento em que lhes garantiu uma posição social. Mas, quando se sentiram suficientemente seguros e fortes, passaram a disputar o poder, ocorrendo um período de anarquia, que pôs fim ao Antigo Império. Médio Império (2 000 a 1 580 a.C.) O faraó recupera o poder, Tebas é a nova capital (Vale dos Reis) e os faraós da XII dinastia ampliaram as obras de irrigação devolvendo a prosperidade ao Egipto. Apesar dessa prosperidade, os Hicsos, oriundos da Ásia menor, com toda sua superioridade bélica invadem o Egipto e reinam no delta por quase dois séculos, mantendo os faraós isolados em Tebas. Nessa época também houve a invasão dos hebreus (semitas) O Egipto tornava-se o celeiro do Oriente Médio, rompendo seu isolamento tradicional. O comércio, interno e externo, se tornava bastante activo, quer na bacia do Nilo, quer no Mediterrâneo. Novo Império (1 580 a 1 100 a.C.) Após a expulsão dos hicsos em 1580 a.C. por Amosis I, houve o despertar de um sentimento nacionalista e militarista que submeteu os hebreus à escravidão até 1250 a.C. no episódio conhecido como Êxodo. Foi o apogeu do Egipto como maior império do mundo, Tutmés III (1 480 a 1 448 a.C.) deu ao império a maior expansão territorial, até o Eufrates e Ramsés II (1 292 a 1 225 a.C.) derrotou os hititas na batalha do Kadesh, assegurando o domínio territorial sobre a Palestina e a Síria. As novas riquezas obtidas possibilitaram a construção de magníficos templos em Luxor e Karnak, conhecido como a morada dos deuses. A economia assumia um carácter dinâmico, com a animação do comércio urbano no delta do Nilo e intensas relações com a Fenícia e a Mesopotâmia. Foi durante o novo império que houve a reforma religiosa monoteísta (1350 a.C.), realizada por Amenófis IV (1 377 a 1 358 a.C.), que mudou seu nome para Akhenaton. Baixo-império (1 100 à 525 a.C.): Após 1 100 a.C. ocorreu um longo período de decadência com conquista de diversos povos, inclusive os Assírios em 622 a.C sob Assurbanipal. Psamético I, governante da cidade de Saís, liberta o país dos assírios, conhecido como Renascimento Saíta, dando início ao último período de independência do Egipto que posteriormente (525 a.C.) foi conquistado pelos persas sob Cambises virando uma mera província desses. 1.3. Economia O sistema económico dos egípcios repousava principalmente numa base agrária. A agricultura era variada e grandemente desenvolvida, e o solo produzia excelentes colheitas de trigo, cevada, painço, legumes, frutas, ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 13 linho e algodão. Teoricamente, a terra constituía propriedade do rei, mas em períodos remotos este doara grande parte delas aos seus súbditos e, por isso, na prática muitos indivíduos eram proprietários. O comércio não teve grande papel até 2.000 a.C., mas depois dessa data subiu rapidamente a uma importância de primeira plana. Estabeleceu-se um comércio florescente com a ilha de Creta, a Fenícia, a Palestina e a Síria. Os principais artigos de exportação consistiam em trigo, tecidos de linho e cerâmica fina. A importação limitava-se dum modo geral ao ouro, prata, marfim e madeira. A manufactura constituía um ramo da vida económica de não menor significado que o comércio. Já em 3.000 a.C., grande número de pessoas eram ocupadas em actividades industriais, na maior parte em ofícios especializados. Em épocas posteriores, estabeleceram-se oficinas que empregavam vinte ou mais pessoas, sob o mesmo tecto e com certo grau de divisão de trabalho. As indústrias principais eram a cantaria, a construção de navios e a manufactura de cerâmica, vidro e tecidos. Desde épocas remotas os egípcios tinham feito progressos no aperfeiçoamento das técnicas de comércio. Conheciam elementos de contabilidade e de escrituração. Seus mercadores emitiam pedidos e recibos de mercadorias. Inventaram a escritura de propriedade, o contrato escrito e o testamento. Apesar de não possuírem nenhum sistema de cunhagem, chegaram a ter, não obstante, um padrão monetário. Argolas de cobre e de ouro, de moeda-argola egípcia o mais antigo sistema de circulação na história das civilizações. Provavelmente só era usado para as transacções maiores. Os negócios simples dos camponeses e dos citadinos mais pobres continuaram, sem dúvida, a se fazer na base da troca directa. O sistema económico egípcio sempre foi colectivista. Desde os mais remotos tempos as energias do povo foram dirigidas dentro de normas socialistas. Concebiam-se como idênticos os interesses do indivíduo e os da sociedade. As actividades produtivas da nação inteira giravam em torno das imensas empresas do estado e o governo por muito tempo continuou sendo o maior dos empregadores. Deve-se notar, contudo, que durante o Antigo e o Médio Império esse colectivismo não foi completo, deixando largo campo à iniciativa particular. Os mercadores dirigiam pessoalmente seus negócios; muitos artífices tinham lojas próprias e, com o correr dos tempos, um número cada vez maior de camponeses elevaram-se à condição de lavradores independentes. O governo continuava a tomar conta das pedreiras e das minas, a construir pirâmides e templos e a lavrar as propriedades reais. O mais alto desenvolvimento do controle estatal se deu com a fundação do Novo Império. A extensão que tomava oabsolutismo militar e a crescente frequência das guerras de conquista aumentaram a necessidade de maiores rendas e de uma produção ilimitada de mercadorias. A fim de ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 14 atender a essa necessidade, o governo estendeu seu controle sobre todos os departamentos da vida económica. A totalidade das terras cultiváveis tornou-se propriedade do faraó, tanto em teoria como na prática. Ainda que vastos territórios fossem concedidos aos favoritos do rei, grande parte do solo era trabalhada por servos e escravos reais. A antiga classe média independente desapareceu quase por completo. Os serviços dos artífices eram reclamados para o levantamento dos magníficos templos e para a manufactura dos apetrechos de guerra, enquanto o comércio exterior se tornava monopólio do estado. À medida que o Império marchava para a ruína o governo absorvia cada vez mais as actividades económicas do povo. Excepto no reinado de Ikhnáton, sempre existiu uma aliança aviltante entre os faraós do Novo Império e os sacerdotes. Levados pela cobiça do poder e dos proveitos materiais, os membros da hierarquia eclesiástica apoiavam os imperadores em suas ambições de domínio despótico. Como recompensa era-lhes concedida isenção de tributos e uma grande parcela da riqueza nacional. Prisioneiros de guerra Ilhes eram entregues em tal número que chegaram a ser donos de dois por cento da população do país como escravos do templo. Além disso, recebiam dos seus generosos patronos uma sétima parte da terra arável, centenas de milhares de cabeças de gado e aproximadamente uma centena de navios. Empregavam grande número de artífices na manufactura de amuletos e de objectos funerários, que vendiam com enorme lucro aos devotos iludidos. É indubitável que essas empresas clericais significavam um sério desvio dos recursos nacionais e, por esse motivo, contribuíram para a decadência económica e social. Uma parte desproporcionada da riqueza do Egipto estava sendo desperdiçada em propósitos estéreis da igreja e do estado, em preparativos para o além-túmulo e na conquista de um império. A agricultura de regadio foi a principal actividade económica no Antigo Egipto. É chamada assim por estar directamente relacionada às obras hidráulicas. O Estado (Faraó) comandava as actividades produtivas uma vez que era detentor das terras. Não havia especializações produtivas regionais e o território era auto-suficiente com relação às matérias-primas básicas. O Estado não se monetarizou e os objectos eram trocados por objectos. Os artesãos trabalhavam apenas para enfeitar os palácios e adornos pessoais. 1.3. Sociedade No Egipto Antigo observamos uma estrutura bastante rígida, na qual a possibilidade de ascensão era mínima entre seus integrantes, sendo as profissões cargos e funções transmitidas por hereditariedade. A sociedade se dividia entre os que se apossaram das terras e aqueles que tinham apenas a força de trabalho. As melhores terras ficaram nas mãos ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 15 dos mais fortes militarmente (nobreza) que, sob a protecção dos sacerdotes e dos deuses, controlavam os trabalhadores. A sociedade estava assim dividida: Faraó: governante máximo do Estado e adorado como uma divindade viva descendente de Amon-Rá. A função política- religiosa por ele ocupada imprimia uma natureza teocrática ao governo egípcio. Sacerdotes: Responsáveis pelo equilíbrio das actividades religiosas, tomavam a tarefa de administrar todos os bens a serem ofertados pelos deuses. Membros da nobreza ou família real: eram originários da família do Faraó, dos líderes do Exército e dos altos funcionários do governo. Escribas- formavam um sector intermediário da sociedade egípcia, e era pessoas escolarizadas e por via disso participavam no desenvolvimento comercial. Comerciante - Graças à sua acção, era possível o acesso a uma série de produtos, como a madeira, utilizada na construção de embarcações e sarcófagos; o cobre e o estanho, metais úteis na fabricação de armamentos militares; e ervas, geralmente empregadas na medicina e nos processos de mumificação. Soldados e artesãos: Compunham uma parcela menos privilegiada da sociedade egípcia. Os soldados viviam dos produtos recebidos em troca dos serviços por eles prestados e os artesãos tinham uma vida bastante simples e trabalhavam nas construções e oficinas existentes no país. Felás, escravos e camponeses: faziam parte de segmentos inferiores da sociedade egípcia. Em geral, estes escravos eram obtidos por meio das conquistas militares. 1.5. Artesanato e cultura O artesanato era muito importante. Utilizaram o linho e o couro de animais, confeccionavam cerâmicas e durante largo tempo não houve separação entre agricultores e artesãos: como o ciclo agrícola era de seis meses (plantio e colheita), o restante do tempo era aproveitado nas actividades artesanais e na conservação dos canais de irrigação e dos reservatórios. O papiro era abundante às margens do Nilo. As fibras da planta foram usadas para fazer embarcações, redes e cordas, mas acabou tendo enorme importância quando utilizado como matéria-prima para fazer papel. De acordo com o historiador J. Yoyotte, o “cultivo intensivo do papiro provavelmente contribuiu para o desaparecimento dos pântanos, refúgio dos pássaros, crocodilos e hipopótamos, que, na opinião dos próprios ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 16 antigos, davam brilho à paisagem egípcia”. No geral o topo da pirâmide social era ocupado pelo faraó e sua família. Considerado inicialmente descendente dos deuses, chegou a ser um deles, identificado, ao longo do tempo, ora com Hórus, ora com Amon-Rá e, até mesmo, com Osíris, deus considerado o fundador do Egipto. Os sacerdotes fortaleciam o poder do faraó, ocupando, assim, uma posição privilegiada com a nobreza fundiária. Os funcionários, como os escribas, “os que sabiam ler e escrever”, demarcavam as propriedades, conferiam a produção e o armazenamento dos cereais (trigo e cevada), controlavam os rebanhos e colectavam os impostos dos camponeses. Os camponeses formavam a grande camada popular, encarregados de arar a terra, semear, cuidar da plantação, colher, abrir canais, construir reservatórios. Na época de menor necessidade de mão-de-obra na lavoura, boa parte dela era empregada na construção de monumentos. Os escravos eram pouco numerosos, pois as guerras eram raras, pelo menos até o Novo Império. Cultura A origem da religião egípcia se iniciou no período pré-dinástico quando havia uma série de cultos dedicados aos totens. Cada nomo tinha seu deus protector. À medida que os nomos se agrupavam, o número de deuses crescia. Deuses animais (zoomórficos), com forma meio humana e meio animal (antropozoomórficos), e forma humana (antropomórficos), ocupavam o imaginário religioso egípcio antigo, como Anúbis, com cabeça de chacal sobre o corpo humano; Hórus, o falcão protector do faraó; Ápis, o boi; Hator, a vaca; além dos elementos da natureza, como Set (o vento), Osíris (o Nilo), Rá (o Sol). A religião egípcia mandava que se conservassem os corpos dos grandes (mumificação). Já os do povo, não era possível passarem pelo mesmo processo. Eram as múmias parte do Culto dos Mortos, tão acentuado na vida desse povo. Seguiam-se à morte as cerimónias fúnebres, que terminavam com a colocação das múmias em sarcófagos. Era um complicado processo de embalsamamento do corpo, uma preparação do invólucro terreno da alma, visando conservá-lo à sua espera. A mumificação propiciou, por outro lado, um grande conhecimento deanatomia, até hoje admirado. Arte egípcia A arquitectura egípcia era a principal manifestação artística dos egípcios, fortemente influenciada pela religião. As principais edificações, monumentais em suas dimensões, foram os túmulos (pirâmides e hipogeus), templos e palácios. Os templos eram considerados moradias pessoais dos deuses. Obras imponentes, sustentadas por enormes ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 17 colunas e ornamentadas com estátuas colossais de divindades e faraós. Entre os túmulos, destacavam-se as pirâmides, cujas técnicas de construção ainda hoje intrigam os engenheiros e historiadores, e Os templos eram considerados moradias pessoais dos deuses. Obras imponentes, sustentadas por enormes colunas e ornamentadas com estátuas colossais de divindades e faraós. Entre os túmulos, destacavam-se as pirâmides, cujas técnicas de construção ainda hoje intrigam os engenheiros e historiadores, e continuam sendo objectos de estudo. Outro tipo de construção tumular eram os hipogeus, escavados directamente nas rochas. Para dificultar a acção de bandidos, os túmulos tinham passagens secretas, verdadeiros labirintos, muitas estátuas de deuses e salas pintadas, visando protecção e garantia de sobrevivência ao corpo embalsamado. Tudo em vão. Os saques aconteceram desde a Antiguidade. Quando a estátua representava um faraó, um sacerdote, um nobre, ela substituía o risco da destruição física causada pela morte. Esculpiam também sarcófagos de vários materiais, como madeira e granito. A pintura egípcia, além dos temas do cotidiano, retractava cenas religiosas e temas funerários, geralmente acompanhadas de descrições hieroglíficas, normalmente encontradas nas câmaras mortuárias. A escrita A escrita egípcia, chamada pelos gregos de hieróglifos (escrita sagrada), surgiu antes de 3000 a.C. Durante muito tempo ousou desafiar os estudiosos interessados em sua decifração. Coube ao francês Champollion, nas primeiras décadas do século XIX, o grande mérito, comparando um texto em grego clássico, em demótico (escrita egípcia popular, mais simplificada) e em hieróglifo, existentes na Pedra de Roseta, um achado arqueológico da campanha de Napoleão no Egipto, decifrou a escrita egípcia, dando início à Egiptologia. Com isso, abriu-se um largo campo para resgatar o passado dessa civilização. Com mais de 600 símbolos gráficos, os hieróglifos, escritos e pintados principalmente em papiro, eram vinculados à função religiosa. Sumário Nesta Unidade temática estudamos e discutimos a origem do Egipto Antigo até a sua unificação em 3200 a.C.. Nisto, procuramos ver a sua evolução política, o desenvolvimento económico, social e cultural. ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 18 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 1. O Egipto é uma dádiva do Egipto? Argumenta 2. Caracterize o período pré-dinástico do Egipto. 3.Caracterize o períododinástico. 4.Identifique a forma do governo vigente no Egipto antigo. 5.Localize no tempo a construção das pirâmides e de exemplos. 6. Que impacto teve a invasão do Hicsos no Egipto. 7. Refira-se as consequências da expulsão dos Hicsos em 1580 ac. 8. Caracterize o baixo-império. 9. Comente: A sociedade egípcia era rígida. Encontramos Faraó, Sacerdotes, Membros da família real, escribas, comerciantes, soldados, artesãos, felás, escravos e camponeses. Respostas: 1. O Egipto é uma dádiva do Nilo devido a dependência que esta civilização apresenta em relação ao Nilo. 2. P período pré dinástico caracteriza-se pela ausência de centralização política. 3. O período dinástico se caracterizada pela forte centralização política. 4. Monarquia teocrática. 5. As pirâmides foram construídas aproximadamente entre 2 700 e 2 600 a.C. Entre as grandes pirâmides destacam-se a de Quéops, Quéfren e Miquerinos. 6. O Egipto tornava-se o celeiro do Oriente Médio; O comércio, interno e externo, se tornava bastante activo. 7. O despertar de um sentimento nacionalista e militarista que submeteu os hebreus à escravidão até 1250 a.C. no episódio conhecido como Êxodo. 8. Decadência após a conquista de diversos povos, inclusive os Assírios em 622 a.c. 9. A sociedade egípcia era bastante rígida uma vez que a possibilidade de ascensão era mínima entre seus integrantes, sendo as profissões cargos e funções transmitidas por hereditariedade. ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 19 TEMA – I: Mesopotâmia UNIDADE Temática 1.1. Introdução UNIDADE Temática 1.2. A evolução e o papel da Contabilidade como instrumento de gestão. UNIDADE Temática 1.3. Divisões da Contabilidade UNIDADE Temática 1.4. EXERCÍCIOS deste tema UNIDADE Temática 1.1. Introdução, Considerações Gerais à Disciplina: natureza, objectivos e Princípios. Introução A origem das civilizações Os factores que determinantes da origem e desenvolvimento das civilizações são os geográficos, o relevo, os recursos económicos, as fontes alimentares, o contacto com civilizações. A mais importante destas está ligada ao âmbito da geografia, gozando de maior preeminência o clima, pois nenhuma nação, antiga ou moderna, alcançou o mais alto nível cultural a não ser sob a influência de um estímulo climático. Associado ao clima temos a humidade devendo variar em torno de 75%. A variação do clima é importante para purificar de quando em quando a atmosfera e produzir variações de temperatura que parecem ser necessárias para estimular e revitalizar o homem. A topografia da superfície do globo também é um elemento condicionador, pois a forma e a configuração dos continentes são de grande importância quando oferecem vantagens para o desenvolvimento cultural. Os continentes que possuem uma costa irregular e condições geográficas diversificadas proporcionam os únicos meios favoráveis ao progresso das nações. Quanto mais compacto e homogéneo for um continente, mais atrasados serão os seus habitantes. Os povos que vivem em continentes como a Europa, com a sua costa fortemente recortada e sua variedade de condições ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 20 geográficas, desfrutam importantes vantagens. Sua terra é acessível pela água até bem no interior. O declínio da cultura neolítica marcou o fim do que chamamos período pré-literário na história do homem. Este foi substituído por padrões mais complexos de cultura, baseados no conhecimento da escrita, mas a invenção da escrita não foi a única feição distintiva dessa nova ordem. Os instrumentos de pedra foram quase inteiramente suplantados por utensílios de bronze e outros metais. Além disso, calendários foram inventados; a religião, o estado e outras instituições desenvolveram-se em mais alto grau; a arte tornou-se mais refinada e houve avanços consideráveis na ciência e, por fim, no comércio e na indústria. Os progressos em tal terreno parecem ter sido muito rápidos no Egipto; não somente isso, senão que também as realizações dos egípcios lançaram os alicerces de grande parte do trabalho de outros povos. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos Descrever o contexto da emergência das civilizações da Mesopotâmia; Explicar a evolução das civilizações da Mesopotâmia; Analisar a evolução política, económica, social e cultural das civilizações da Mesopotâmia; 1. Mesopotâmia 2.1. Formação A Mesopotâmia nasce nas terras entre os rios tigre eEufrates, a civilização logo se espalhou por todo o fértil crescente, a área de terras produtivas em forma de ferradura que se estende no rumo norte da Babilónia, em direcção ao planalto do Eufrates, e depois se curva no rumo sul, outra vez, passando pela Síria e pela Palestina. Gradualmente, a civilização ainda mais se difundiu: na direcção leste para a terra dos Medos e dos Persas; na do oeste pela Ásia Menor, até as ilhas e península da Grécia e da Itália, até as costas distantes do mediterrâneo. A civilização mesopotâmica era completamente diferente da egípcia. Sua política, assinalada por interrupções bruscas; sua composição racial era ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 21 menos homogénea e sua estrutura social e económica oferecia campo longo à iniciativa individual. 2.3. Política A exploração da terra na Mesopotâmia baseava-se em um complexo sistema de propriedade, segundo a qual a posse privada ainda não era exercida na plenitude. De modo geral a propriedade da maioria das terras era dos templos e do Estado que as distribuíram para rendeiros, colonos e funcionários públicos. Para realizar todas as tarefas, exigiu esforços de todos e o tempo sentiu-se a necessidade de um poder centralizado que dirigisse essa sociedade. Desse processo surgiu o Estado. O poder do Estado justificava-se inicialmente porque um governo centralizado poderia coordenar melhor o trabalho da população na construção de grandes obras de interesses comum. Houve, no entanto, um desvio de funções que se esperava do Estado. O grupo de pessoas que controlavam o governo passou a usar poder que detinham para explorar o restante da sociedade. Os governantes aumentavam suas riquezas e privilégios. A maioria do povo era vítima da pobreza e da exploração, desta forma acentuam-se a distância entre governantes e governados. Assim o nascimento da civilização na Mesopotâmia foi marcada, não só pela formação do Estado, mas também pelo início da desigualdade e da exploração social entre homens, que passaram de uma sociedade comunitária para uma sociedade dividida em classes. O controlo político era exercido por uma elite que obrigatoriamente também era o chefe religioso (patesi) e responsável pelo templo (zigurate). Diferente do Egipto, onde o chefe do Estado era visto como um deus, na Mesopotâmia ele era apenas um dos representantes dos deuses na Terra. Ele mantinha um grupo de sacerdotes para ajudá-lo a administrar as cidades. Estabeleceu assim uma íntima relação, muito presente e forte nesse período da história entre o poder político e o religioso; onde um não existia sem o outro. 2.4. Economia A agricultura era o principal interesse económico da maior parte dos cidadãos, sendo os sumerianos óptimos lavradores. Devido ao seu conhecimento de irrigação, conseguiam fartas colheitas de cereais e de frutos subtropicais. A terra era dividida em grandes propriedades que se achavam nas mãos dos governantes, dos padres e dos oficiais do exército, o cidadão rural médio ou era um rendeiro ou um servo. No comércio estava a segunda fonte da riqueza nacional. Um activo intercâmbio se estabelecera com todos os países vizinhos, girando em torno da troca de metais e de madeiras, procedentes do norte e do oeste, por produtos agrícolas e mercadorias manufacturadas das regiões inferiores do vale. ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 22 Quase todas as técnicas usuais de negócios tinham grande desenvolvimento; usavam-se habitualmente facturas, recibos, notas promissórias e cartas de crédito. O costume requeria que as transacções fossem confirmadas em contrato escrito, assinado por testemunhas. Os mercadores empregavam vendedores que viajavam até regiões distantes e vendiam mercadorias em comissão. Em todas as transacções maiores serviam como dinheiro barras ou lingotes de ouro e de prata, sendo a unidade-padrão de troca um siclo de prata, do valor aproximado de dois dólares ao câmbio moderno. Na Mesopotâmia as terras cultiváveis pertenciam aos deuses; por isso a maior parte delas era propriedade dos templos e dos governantes. Essas terras eram entregue aos camponeses para o cultivo de cevada, trigo, legumes, árvores frutíferas como a macieira, o pessegueiro, a ameixeira, a pereira e, principalmente, a tamareira. Pelo direito de cultivar o solo os camponeses eram obrigados a entregar aos sacerdotes parte do que produziam. Como grandes proprietários e grandes exploradores do trabalho dos camponeses, artesãos e escravos, os sacerdotes acumulavam grandes fortunas. Além de serem explorados em sua mão-de-obra pela elite latifundiária, os camponeses e os escravos eram obrigados a trabalhar colectivamente na construção de obras hidráulicas e de obras públicas. 2.2. Sociedade Na civilização Mesopotâmica cada grupo social tem uma posição e uma função definida. A posição social é determinada pela hereditariedade. A estrutura é estática (não há mobilidade social) e hierárquica, sendo vinculada às actividades económicas. A maior parcela da comunidade trabalhava sob um regime de servidão colectiva. As Comunidades camponesas produziam excedentes agrícolas entregues ao Estado sob a forma de impostos. Os camponeses não eram escravos já que viviam em comunidades, produziam seus próprios alimentos e construíam suas moradias. A sociedade estava assim hierarquizada: Soberano e aristocracia (nobres e sacerdotes); Intermediários (burocratas, militares, mercadores e artesãos); Camponeses; Escravos utilizados na construção de obras públicas (obras de irrigação, templos, palácios e outros). ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 23 Pode-se perceber no entanto, que a organização da sociedade mesopotâmica dividida de forma geral entre os chefes religiosos e sacerdotes (no comando), os ricos comerciantes e proprietários, a população livre e os escravos. Escravos e homens de condições humildes levavam o mesmo tipo de vida. A alimentação era muito simples: pão de cevada, um punhado de tâmara e um pouco de cerveja leve. Isso era essencial no cardápio diário. Às vezes comiam legumes, lentilhas, feijão, pepinos ou ainda algum peixe pescado nos rios ou nos canais; a carne era um alimento muito raro. Na habitação era a mesma simplicidade. Às vezes a casa era um simples cubo de tijolos crus revestidos de barro. O telhado era plano e feito com troncos de palmeiras e argila comprimida. Esse tipo de telhado tinha a desvantagem de deixar passar a água nas chuvas mais torrenciais, mas em tempos secos eram usados como terraços. As casas não tinham janelas e à noite eram iluminadas por lampiões de óleo de gergelim. Os insectos eram abundantes nessas moradias. Embora os ricos se alimentassem melhor, e morassem em casas mais confortáveis que os pobres, suas condições de higiene não eram mais adequadas. Quando as epidemias se abatiam sobre as cidades a mortalidade era a mesma em todos as classes. 2.5. Religião e cultura A religião mesopotâmica era politeísta e antropomórfica. Cada cidade tinha seu deus, cultuando como todo-poderoso e imortal. Os principais deuses eram: Anu, deus do céu; Shamash, deus do Sol e da justiça; Ishtar, deusa do amor; e Marduk, criador do céu, da Terra, dos rios e dos homens. Além de politeístas, os mesopotâmicos acreditavam e génios, demónios, adivinhações e magias. Procuravam viver intensamente, pois achavam que os mortos permaneciam num mundo subterrâneo e sem esperanças de uma nova vida. Para eles a vida cotidiana e o futuro das pessoas podiam ser determinados pela posição dos astros no céu. Os sacerdotes se aproveitaram dascrendices para divulgar a astrologia, elaborar os horóscopos e monopolizar as previsões diárias através da leitura dos astros. A Escrita A invenção da escrita é atribuída aos sumérios. Eles escreviam na argila mole com o auxílio de pontas de vime. O traço deixado por essas pontas tem a forma de cunha (V), daí o nome de Escrita cuneiforme. Com cilindros de barro, os mesopotâmicos faziam seus contractos, enquanto no Egipto se usava o papiro. Em 1986, foi descoberta por arqueólogos, perto de Bagdá, capital do Iraque, uma das mais antigas ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 24 bibliotecas do mundo, datada do século X a.C. A biblioteca continha cerca de 150.000 tijolos de argila com inscrições sumerianas. A literatura caracterizava-se pelos poemas religiosos e de aventura. A arquitectura O edifício característico da arquitectura suméria é o zigurate, depois muito copiado pelos povos que se sucederam na região. Era uma construção em forma de torre, composta de sucessivos terraços e encimada por um pequeno templo. Nas obras arquitectónicas os mesopotâmicos usavam tijolos cozidos (pois a pedra era muito cara) e ladrilhos esmaltados. Preferiam construir palácios. As habitações de escravos e homens de condições mais humildes eram, às vezes, simples cubos de tijolos crus, revestidos de barro. O telhado era plano e feito com troncos de palmeira e argila comprimida. As casas simples não tinham janelas e à noite eram iluminadas por lampiões de óleo de gergelim. 2. OS SUMÉRIOS Formação Os Sumérios formaram-se entre os rios Eufrates e o Tigre. Fundaram cidades como Ur, Nippur, Lagash, cada uma constituindo um pequeno estado, regido por um chefe religioso e civil chamado de patesi. Política Através da maior parte de sua história os sumerianos viveram numa frouxa confederação de cidades-estados, unidas unicamente para fins militares. À frente de cada uma estava um patesi, que acumulava as funções de primeiro sacerdote, comandante do exército e superintendente do sistema de irrigação. Ocasionalmente um desses governadores mais ambiciosos teria estendido seu poder sobre certo número de cidades a assumindo o título de rei. No entanto foi só na época de Dungi, mais ou menos 2300 a.C., que todos os sumerianos se uniram sob a autoridade única de um chefe de sua nacionalidade. Dungi que, em longo reinado de cinquenta e oito anos sabiamente dirigiu o trabalho de restabelecer a vida civilizada na Suméria e na Acádia. Infelizmente depois viu-se envolvido em guerras estrangeiras em que desgastaram as forças do império. Este por fim foi destroçado pelos amoritas do norte e os elamitas do leste e a capital Ur sofreu total destruição. O enfraquecimento político dos sumerianos, decorrentes da desunião, permitiu que povos semitas vindos do norte da cidade de Acad, invadissem a região. Economia A terra não era propriedade do rei, nem a actividade comercial, nem industrial era monopólio governamental. As massas populares não tinham ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 25 quase nenhum património como também propriedades. A escravidão não era uma instituição importante, muitos dos que eram considerados escravos não passavam na realidade de servos que haviam hipotecado sua pessoa por dívida. Os sumérios tinham rebanhos bovinos, ovinos e praticavam agricultura para a qual haviam idealizado um arado e uma semeadora puxada por bois. Em seu novo lar apreenderam como aumentar a produtividade natural do vale fluvial construindo canais de irrigação. A agricultura era o principal interesse económico da maior parte da população, sendo os sumerianos excelentes lavradores. Devido ao seu conhecimento de irrigação, conseguiram farta colheita de flutues e também de cereais. A terra estava dividida em grandes latifúndios que achavam nas mãos dois governadores, dos padres e dos oficiais do exército, o cidadão médio ou era rendeiro ou um servo. No comércio estava a segunda parte da riqueza sumeriana. Em todas as transacções comerciais maiores, serviam como dinheiro, barras ou lingote de ouro e de prata, sendo a unidade-padrão de trocas um círculo de prata de valor de aproximadamente dois dólares ao câmbio moderno. Sociedade Os sumerianos aprenderam a construir suas aldeias em outeiros naturais ou artificiais, de modo a ficarem a salvo das águas de enchentes e terem maior segurança contra ataques. Para edificar suas moradias tiveram que recorrer ao tijolo, material cujas possibilidades souberam aproveitar ao máximo e que deu uma fisionomia singular à arquitectura mesopotâmica; a pedra, porém costumavam a utilizá-la para esculpir estátuas de deuses e de reis, dos quais algumas eram de notável expressão. Religião e cultura Os sumerianos eram muito religiosos consideravam o culto a seus deuses a principal função a desempenhar na vida. Quando interrompiam as orações, deixavam estatuetas de pedras que os representavam diante dos altares para rezarem em seu nome. Dentro dos templos havia oficinas para artesãos, cujos produtos contribuíram para a prosperidade da Suméria. Os sumerianos acreditavam num dado número de deuses, tendo cada um deles uma personalidade distinta com atributos humanos. Podemos citar alguns deuses: ISTAR, a deusa do princípio feminino da natureza, SHAMASH, era o deus do sol, dava o calor, luz em benefício do homem, mas também podia mandar seus raios abrasadores para secar o solo e as plantas. O dualismo religioso, envolvendo a crença em divindades inteiramente separadas do bem e do mal, só aparece na civilização muito depois. Os sumerianos destinavam suas religiões exclusivamente a este mundo e não ofereciam qualquer esperança à ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 26 outra vida, não partejavam a mumificação e nem construíram túmulos complicados. Os mortos eram enterrados sob o piso da casa sem caixão. Escrita Os sumérios desenvolveram um sistema de escrita que inicialmente se destinava ao registro da contabilidade dos templos. Os registros escritos eram necessários para a administração do rico património acumulado pelos templos através de oferendas religiosas, como escravos, rebanhos, terras. Os antigos agricultores sumérios enfrentaram muitas dificuldades. A principal delas era a escassez de chuvas. Para obter água, abriram canais de irrigação. Na matemática, descobriram o processo de multiplicação e divisão a até a raiz quadrada e cúbica. Seu sistema de numeração, pesos e medidas, era duodecimal, com o número sessenta como unidade mais comum. A astronomia era pouco mais que astrologia e a medicina, um curioso misto de ervaria e magia. O receituário dos médicos consistia principalmente em feitiços para exorcizar os epítetos maus e acreditavam serem causas das doenças. A escrita sumeriana foi desenvolvendo com o tempo e, por volta de 3000 a.C., passou a ser utilizada também no registo de textos religiosos, literários e de algumas normas jurídicas. Originalmente, essa escrita é feita na argila mole, com um estilete em "forma de cunha", o que determinou o formato dos sinais. Por isso a escrita sumeriana ficou conhecida como "cuneiforme" (em forma de cunha). Os Acádios Formação Os Acádios se estabeleceram ao norte dos sumérios, fundando algumas cidades, vindo ACADÉ a ser a mais importante. Ali reinaram, pouco depois, o rei Sargão, e seu neto Naram-sin, conquistaram um vasto império englobando todos os povos da Caldeia, O Elã - no extremo ocidental da meseta do Irã - seria a Alta Mesopotâmia, até chegar à Ásia Menor. Comandados por Sargão I, os acadianos conquistaram e unificaram as cidades sumerianas,fundaram o primeiro império mesopotâmico que expandiu desde o Golfo Pérsico até as regiões de Amorru e da Assíria. A unidade do Império Acádio durou pouco. Revoltas interferiram nos planos de Sargão I e seus sucessores não foram capazes de manter o império. Política O sistema político acadiano era centralista na pessoa do rei, a ponto de tornar-se divinizado. Com a morte de Sargão seguiu uma nova dinastia que ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 27 se estabeleceu na cidade de UR, unificando acádios e sumérios. Nesta época - 2050 a l950 a.C. a região começou a sofrer as invasões e apesar dos sistemas de fortificações construídos ao longo do rio Eufrates, não foi possível evitar a penetração dos cananeus e o desmembramento do Império Acádio, isso ao redor de 2100 a.C., permitindo breve reerguimento de algumas das cidades estados sumerianas, como UR. A antiga Mesopotâmia sempre foi alvo da disputa entre povos que se sucederam no controle da região, e o principal motivo da luta era a importante riqueza para aqueles que descobriram a agricultura: a água dos rios Tigre e Eufrates. Passados mais de 5 mil anos, a região continua sendo palco de guerras; na actualidade a invasão do Iraque e o foco do conflito sem dúvida é outra riqueza natural: o petróleo, tão valioso para as sociedades industrializadas quanto a água para as teocracias de regadio. OS CASSITAS Os Cassitas eram bárbaros e não demonstraram nenhum interesse pelas realizações culturais de seus predecessores. A sua única contribuição foi a introdução do cavalo no Vale do Tigre e do Eufrates. O certo é que, pouco depois do reinado de Hamurabi, os cassitas - unidos talvez aos hititas - apareceram na Mesopotâmia e a percorreram em rápidas conquistas. Muitos deles permaneceram ali, tais como soldados mercenários; mas por volta de 1769 a.C., um grupo de cassitas se apoderou do poder e fundou uma dinastia que se radicou na Babilónia e dominou a região durante quase dois séculos. Os cassitas quando viam algo que desejavam não hesitavam em lutar por isso. Assim esses viris montanheses tornaram-se os novos senhores da Babilónia. Os cassitas assimilaram prontamente a civilização babilónica e não introduziram nela alterações importantes, motivos por que o aspecto do país pouco mudou durante o tempo de sua dominação. Não foi uma brilhante era, mas o comércio continuou a ter importância e são conhecidos as relações que a Babilónia teve naquela altura com todos os estados da época. Finalmente, ante a violência da agressão dos assírios, a Mesopotâmia Meridional caiu em poder deste povo que estava destinado a impor sua hegemonia sobre uma vasta extensão do Mundo Antigo. Governaram a Babilónia por quase seis séculos, mas nunca seu domínio foi tão grande como os anteriores de Sargão e Hamurabi. A Babilónia Formação Os Amorritas também conhecidos como babilónicos formaram-se por volta de 2000 a.C., chegaram a Mesopotâmia e estabeleceram-se na Babilónia. Por isso os Amoritas ficaram conhecidos como babilónicos. Dali ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 28 governaram um vasto império que ultrapassou os limites do que tinham logrado formar Sargão e Naran-sin: organizaram com prudência e firmeza. As características mais importantes dos dominadores da Babilónia, consistiu em saberem assimilar prontamente a civilização cujas bases tinham sido lançadas pelos sumérios. Sua técnica arquitectónica, suas invenções para o controle das inundações, sua escrita, suas indústrias, tudo foi aproveitado pelos babilónios e desenvolvidos até em grau notável de progresso. A cidade cuja, divindade protectora chamava-se MARDUC, e possuía notáveis templos, cobriu-se de construções belíssimas e se tornou centro importante de actividades de toda a sorte. Ali reinou entre 2133 a 2081 a.C., um rei chamado Hamurabi que passou a história como um dos grandes codificadores da Antiguidade. Hamurabi decidiu ampliar seus poderes políticos e económicos na região e chefiando os amoritas, venceu os povos vizinhos e expandiu os domínios babilónicos por toda a Mesopotâmia, desde o Golfo Pérsico até o norte da Assíria. Com efeito, Hamurabi mandou recopilar os diversos dispositivos que regiam a vida civil e ordenou que fossem gravados em pedra para que todos os povos submetidos a sua autoridade os conhecessem. Esses dispositivos foram, na realidade, os primeiros códigos jurídicos, com leis escritas que se conhecem: O CÓDIGO DE HAMURABI. Esse Código, que continha 282 artigos e 3600 linhas de texto, legislava sobre questões penais e dividia a sociedade em três classes: homens livres, subalternos e escravos. O Código de Hamurabi foi encontrado por arqueólogos em 1901, na cidade de Susa e encontra-se actualmente no Museu do Louvre em Paris. Política Entre as mudanças significativas que os antigos babilónios introduziram na sua herança cultural podem ser mencionadas a renovação política e a do direito. Como conquistadores militares, mantendo em sujeição numerosas nações vencidas, julgaram necessário estabelecer um estado consolidado. Os vestígios do antigo sistema de autonomia local foram varridos e a autoridade do rei de Babilónia tornou-se suprema. Adoptou-se um sistema de tributação régia, bem como o serviço militar obrigatório. O sistema de leis também foi transformado de acordo com as novas condições. Cresceu a lista de crimes contra o estado e os funcionários do rei desempenharam um papel mais activo na apreensão e punição dos infractores, ainda que fosse impossível ser qualquer criminoso perdoado sem o consentimento da vítima ou de sua família. Aumentou consideravelmente a severidade das penas, em especial contra os crimes que envolvessem sinais de traição ou sedição. Infracções aparentemente triviais como "vadiagem" e "desordem numa taberna" ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 29 tornavam-se puníveis de morte, sem dúvida pela crença de que poderiam alimentar actividades desleais ao rei. Em alguns particulares o novo sistema legal revelou certo progresso. As mulheres e crianças vendidas por dívida não podiam ser conservadas sob escravidão por mais de quatro anos, enquanto a escrava que tivesse um filho do amo absolutamente não podia ser vendida. Sociedade Um exemplo de expansão e unificação política da Mesopotâmia ocorreu por volta de 1763 a.C., sob o governo de Hamurabi, rei babilónico que consolidou seu poder tomando medidas marcantes em diferentes aspectos sociais. Impôs o deus babilónio Marduk aos povos vencidos e repartiu a propriedade da terra entre o Estado, templos e os particulares. Consagrou a divisão da sociedade em três grandes categorias: Os awilum-homens livres de elevada posição (sacerdotes, grandes proprietários, ricos comerciantes) a quem as normas jurídicas conferiam tratamento privilegiado; Os mushkenum-homens livres de média posição que trabalhavam como servidores dos palácios, artesãos ou pequenos comerciantes; Os escravos-prisioneiros de guerra ou homens livres que não conseguiam pagar suas dívidas e se tornavam propriedade do credor. Normalmente, a escravidão por dívida durava certo período, estipulado pelo juiz da questão. Hamurabi exorta o juiz a ser imparcial. O falso testemunho era severamente castigado. Quando se acusava alguém de homicídio ou de magia, o acusado deveria dar provas de sua inocência submetendo-se a experiência da água (nesta prova o réu era atirado ao rio) e, se não sobrevivesse, estaria cumprida a sentença. Na Babilónia existia um exército regular cujos guerreiros recebiam como pagamento pequenos lotes de terras. Nasépocas das guerras os camponeses eram obrigados a prestar o serviço militar, o que os afastava da produção de alimentos. Essa circunstância acabava por arruiná-los, levando-os muitas vezes, a contrair empréstimos, que não podiam pagar, tornando-se então muitas famílias devedores escravizados, cujo número aumentava sempre. Os sucessores de Hamurábi lutaram contra vários povos asiáticos (cassitas e hurritas). Em 1513 a.C., a Babilónia foi tomada pelos hititas, terminando assim o 1º Império Babilónico. Até 1137 a.C a Babilónia foi dominada por vários povos, mas conseguiu sua independência sob a liderança de Nabucodonosor. Após sua morte a Babilónia caiu sob o domínio dos Assírio. Religião e cultura ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 30 A religião sofreu nas mãos dos antigos babilónios numerosas mudanças, tanto superficiais como profundas. Divindades veneradas pelos sumerianos, foram esquecidas e outras erigidas em substituição. MARDUC, primitivamente deus local da cidade de Babilónia, foi elevado à mais alta hierarquia. ISTAR continuou sendo a deusa principal. TAMUZ, seu irmão e amante, que não tivera significado especial na religião suméria, tornou-se nessa época a terceira das divindades mais importantes. Sua morte no outono e ressurreição na primavera simbolizavam a morte e a revivescência da vegetação. Mas a morte e a ressurreição do deus tinha mais do que um significado simbólico; ao menos vagamente, eram concebidas como as causas reais dos próprios processos da natureza. Não continham, no entanto, qualquer significado espiritual, não prometendo a ressurreição dos mortos ou a imortalidade da alma. Os antigos babilónios não desprezavam o mundo do além menos que os sumerianos. Além disso, houve um incremento na adoração dos demónios. Nergal, o deus da peste, chegou a ser considerado como um monstro terrível que buscava todas as oportunidades para abater suas vítimas. Hordas de outros demónios e espíritos malévolos escondiam-se na escuridão e cruzavam os ares, espalhando no seu caminho o terror e a destruição. Não havia defesa contra eles, excepto os sacrifícios e os sortilégios mágicos. Se o antigo babilónio não inventou a feitiçaria, foi pelo menos o primeiro povo "civilizado" a dar-lhe um lugar de grande importância. As leis prescreviam a pena de morte contra ela e há provas de ter sido bastante temido o poder dos feiticeiros. Se o desenvolvimento da demonologia e da feitiçaria se deveu a um aumento de insalubridade do clima do vale dos dois rios ou se à própria mentalidade sombria do povo, é questão sem resposta, mas é provável que a primeira seja a melhor explicação. Os Hititas Origem Os hititas eram de origem indo-europeia e haviam chegado à Ásia Ocidental no princípio do segundo milénio. Percorreram durante algum tempo extensas regiões, estabelecendo transitoriamente na Mesopotâmia; mas acabaram preferindo radicar-se no centro da meseta da Anatólia, no país que depois chamou Capadócia. Ali fundaram sua capital HATI, onde começaram a se estender em diversos sentidos; não tardou que se chocassem com os egípcios, iniciando-se uma série de lutas em que estes últimos levaram a melhor, devido a sua aliança com os mitanianos, os assírios, e os babilónicos. Ao que parece os hititas alcançaram grande poderio militar já nos princípios do segundo milénio a.C.. Já ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 31 haviam feito conquistas no norte da Síria antes de destruírem Babilónia por volta de 1600 a.C., e deixaram os destroços aos cassitas porque lhes era impossível manter o domínio a tão longa distância. Só porém depois do século XV Hati tornou-se uma grande nação imperial. Como seus predecessores, os hititas davam muita importância à religião. Seus governantes eram um rei-sacerdote e o clero tinha grande influência. O deus principal era TESHUB o deus da tempestade, às vezes montado num touro. Outra divindade principal era a deusa-mãe a que se associava um jovem deus masculino. Seu emblema era o leão sobre o qual divindades representando regiões favorecidas e forças da natureza, e uma das poucas conhecidas da literatura hitita são as orações no templo da peste, dirigida por Mursilis II ao deus-tempo. O domínio hitita trouxe consigo duas invenções de importância fundamental para o progresso da humanidade: a utilização do ferro e o uso do cavalo. Esse animal era muito ágil para o transporte veloz de carros de guerra, construídos não mais com rodas cheias já conhecidas pelos sumérios, mas rodas com raios mais leves e de fácil manejo. Por diversos meios os hititas deixaram sua marca imprensa nos registros da história: pelos trabalhos pioneiros no uso do ferro; por seu grande império, que tão fortemente influenciou o curso da história no segundo milénio a.C., por sua adaptação e transmissão das realizações de outros povos asiáticos e por originais contribuições nas artes. Política O rei hitita era chefe do exército, juiz supremo e sacerdote. As rainhas dispunham de certo poder. Apesar da decadência, o Império Hitita durou em torno de 1200 a.C., certos elementos do mundo hitita sobreviveram três séculos nos pequenos reinos situados no sudeste da Anatólia e no norte da Síria. A importância desta civilização reside no facto de ter sido ela que nos legou os mais antigos documentos escritos numa língua indo-europeia (língua que deu origem a maior parte das línguas faladas na Europa) até hoje descobertos. A maior parte dos textos que tratavam de história, de política, de legislação, de literatura e de religião, eram gravados em cuneiforme sobre tabelinhas de argila. Economia Talvez isso seja verdade do ponto de vista material, pois os hititas tiveram sem dúvida alguma um conhecimento extensivo da agricultura e uma vida económica em geral altamente desenvolvida. Extraíam grande quantidade de prata, cobre e chumbo, que vendiam às nações circunvizinhas. Descobriram a mineração e o uso do ferro, tornando utilizável esse material para o resto do mundo civilizado. O comércio foi também uma de suas principais actividades económicas. Parece, com efeito, que, na ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: Contabilidade Geral 32 expansão de seu império, dependeram quase tanto da penetração comercial quanto da guerra. Religião e cultura Pouco se sabe a respeito da religião hitita além do facto de que possuía uma mitologia complicada, inúmeras divindades e formas de culto de origem mesopotâmica. O nome da divindade masculina principal parece ter sido Addu, um deus da tempestade constantemente representado com um feixe de raios saindo da mão. O posto principal da hierarquia era dado, contudo, à deusa mãe da fertilidade, cujo nome se desconhece. Adoravam também um deus do sol e uma multidão de divindades, algumas das quais, aparentemente, não tinham nenhuma função particular. Os hititas parecem ter acolhido no seu panteão quase todos os deuses dos povos que conquistaram e até das nações que deles compravam mercadorias. As práticas religiosas incluíam a adivinhação, o sacrifício, as cerimónias de purificação e as orações. Literatura A literatura dos hititas consistia mormente mitologia, inclusive adaptações da epopeia de Gilgamesh e das lendas da Criação e do Dilúvio dos antigos babilónios. Nada tinha que mereça o nome de filosofia, nem há indícios duma originalidade científica fora das artes metalúrgicas. Evidentemente possuíam certo dom para o aperfeiçoamento da escrita, pois, além de uma escrita cuneiforme modificada que derivaram da mesopotâmica, desenvolveram também um sistema hieroglífico de carácter parcialmente fonético.
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