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Os anos 1980 foram chamados pelos economistas de década perdida devido à estagnação no desenvolvimento econômico vivido tanto no Brasil como em países da América Latina. Essa estagnação na produção industrial provocou uma das maiores crises econômicas representada pela inflação alta, desemprego e, consequentemente, impactou no aumento (histórico) da desigualdade social. A década de 1980 é chamada tanto no Brasil como na América Latina como a “década perdida”, especialmente no âmbito da economi a. A queda da produção industrial que levou à estagnação de grande parte da indústria, consequentemente, levou ao desemprego, até então nunca visto na história brasileira. Paralelo a tudo isso, ainda tinha a questão política. O crescimento do Produto Interno Bruto – PIB – caiu expressivamente comparando a década de 1970, que foi de 7%, e de 1980, que foi de 2%. Além disso, as taxas de juros da dívida externa, que já vinha aumentando no período da ditadura militar, fizeram crescer ainda mais a dívida do Br asil com instituições financeiras americanas. A área social foi vítima diretamente das consequências da economia nacional e para piorar a situação da população, acrescente -se a herança das desigualdades sociais provocadas pelo “milagre econômico brasileiro” de 1968 a 1973. Milagre Econômico foi o nome dado a um período de crescimento econômico durante o período da ditadura militar no Brasil. Apes ar da economia ter crescido consideravelmente, este mesmo período não registrou melhora alguma nas condições de vida da população, aliás, registra -se aumento nas desigualdades sociais com a concentração de renda para a população mais rica. A dívida social na década de 1980 é a soma da forma como a condução da política econômica, em detrimento da política social, foi conduzida nas últimas décadas. O aumento do desemprego, como consequência da estagnação da indústria e da alta da inflação, influenciou ainda mais a dramáti ca situação em que vivia a população, repercutindo nas carências sociais. Entre as piores situações encontravam-se a desnutrição, o aumento da mortalidade infantil nas áreas mais pobres, das doenças endêmicas, da favelização urbana, e a baixa taxa de escolarização. O aumento das demandas sociais era dinâmico e a oferta de bens e serviços públicos estava muito aquém da necessidade apresent ada. Para agravar ainda mais o quadro, o governo federal recuou na política de investimentos sociais e em infraestrutura, e adotou medidas de controle auste ro do orçamento público. O orçamento da política de educação teve seu orçamento limitado e percentual fixo, isso fez com que logo perdesse a capacidad e de investimento e abortasse as metas de médio e longo prazo que foram anteriormente planejadas para o sistema educacional. A restrição financeira também atingiu outras áreas sociais, como o sistema previdenciário, que diante das restrições financei ras impostas pela política econômica, redimensionou as porcentagens de arrecadação e limitou os benefícios pagos, justificando que seria a forma para manter o equi líbrio orçamentário. Para o governo, a forma para a retomada das condições econômicas necessitaria da determinação de um contingenciamento no cons umo da população, pois isso levaria à geração de poupança interna que seria capaz de disparar os níveis de produção da economia nacional. A estratégia er a clara. Sequer era anunciado alguma proposta de combate à pobreza, bem como para melhorar as condições de acesso da população pobre, vítima das políticas econômi cas e das políticas públicas. As situações que mais provocaram a instabilidade na sociedade foram o crescimento do endividamento da Brasil frente às instit uições financeiras americanas, a queda do PIB e o arrocho salarial, pois derrubavam por terra o discurso de desenvolvimento dos governos militares e cada vez mais a população aumentava sua insatisfação com relação ao governo. Essas insatisfações somadas a outros fatores levaram vários setores da sociedade a expressar -se nas ruas e em espaços públicos. Assim ressurgiram os movimentos sociais contestando as políticas do governo e do regime. O processo de construção de um Estado Democrático perpassa vários fatores que contribuem e impulsionam. O movimento pelas “Di retas Já” constitui um destes devido à sua grande relevância para a política contemporânea brasileira. Este processo fez parte da abertura política, da participaç ão e mobilização popular e da construção do sentimento de pertencimento e nacionalismo que se mobilizou em torno das eleições diretas para presidente da República. Este movimento marcou a história do Brasil. Milhões de brasileiros foram para as ruas, em todos os estados brasileiros, movid os pelo desejo de eleger o presidente depois de mais de duas décadas de regime ditatorial, em que este direito foi cerceado. Bazaga (2013) relata que muitos comícios fora m realizados em todo país. O que teve a maior concentração de pessoas foi na Praça da Sé, em São Paulo, em 1984, com a presença de 1.500.000 pessoas. Este evento tev e a participação de operários, estudantes, intelectuais, artistas, políticos que reforçaram a importância da mudança. As mobilizações e pressões populares movidas em torno das eleições diretas provocavam o então presidente, o Sr. João Figueire do, a tomar medidas de repressão contra essas manifestações, principalmente nos grandes centros, já que eram neles que mais se concentrava a organização popular. As medidas do governo consistiam na força policial, inclusive com as forças armadas controlando todos os espaços, o exército nas ruas e a aeronáutica no espaço aéreo. No dia 25 de abril de 1984 foi a votação da emenda Dante de Oliveira, que previa a alteração da Constituição Federal de 1969 para o restabelecimento das eleições diretas, ou seja, direito de a população eleger o presidente da República. Neste dia faltaram 22 votos para a aprovação desta emenda. Foram 298 votos a favor, 65 contrários, 113 deputados não compareceram para votar e 3 se abstiveram. Por tratar de uma emenda constitucional eram necessá rios dois terços dos votos, ou seja, 320 votos. Este dia foi de grande confronto entre governo e movimentos sociais. O Presidente João Figueiredo manteve a capital, Brasília , em estado de sítio, a sede da Ordem dos Advogados do Brasil foi fechada pelo exército e a cidade de Goiânia e outras nos arredores foram alvo de medidas semelhantes. A derrota da ementa provocou importante debate para a transição política no Brasil no que se refere à democracia, pois de um lado destacou o regime militar que estava desmontando devido ao desgoverno e a desarticulação da sua base política no congresso, e por outro, o movimento de oposição a este governo e regime que se encontravam em uma situação privilegiada devido à mobilização da população que clamava por avanços no campo social. Além diss o, era necessário buscar uma solução para as crises de forma negociada, correndo o risco de trair a confiança e vontade popular e continuar a reproduzir as concil iações que beneficiavam a elite como fora historicamente. Em 1985, aconteceu a eleição indireta para presidente. O eleito pelo Congresso Nacional, em janeiro de 1985, foi Tancredo Nev es, entretanto, ele não chegou a governar, devido ao seu falecimento em 21 de abril de 1985. Quem assumiu, então, foi o vice, José Sarney, que, durante o seu mandato (1 985-1990), manteve aproximação com as Forças Armadas para ter respaldo político (NOZABIELLI, 2008).O início do processo de transição democrática foi complicado, po is o presidente que tomou posse tinha uma história de aproximação com o regime que a oposição se esforçou por anos para acabar. O governo Sarney foi dinâmico no que se refere às tentativas de estabilização da economia. Em março de 1986 apresenta uma ref orma radical trocando a moeda do país que até então era Cruzeiro, passando-a para Cruzado, além disso congelou os preços e salários o que atingiu o sistema de cálculo da inflação. Esta era a grande me ta. Foi neste governoque se elaborou e aprovou a Constituição Federal de 1988. Nesta nova Constituição foi atendido o grande ape lo político dos movimentos sociais: eleições diretas para presidente da República. Definiu-se que a partir da próxima eleição a população elegeria o novo presidente. O direito à participação que temos nos dias de hoje é resultado do processo que foi se construindo desde meados da década de 1970, quando surgem os novos movimentos sociais. Foi com a Constituição Federal de 1988 que consagrou a relevância da sociedade intervir na gestão ‘das coisas públicas’ a partir da instituição de vários mecanismos que possibilitaram a participação e o controle social. Anos 80: da década perdida à Constituição Federal de 1988 quinta-feira, 24 de setembro de 2020 10:12 Página 1 de Politicas Setoriais possibilitaram a participação e o controle social. A história política do Brasil é recheada de manifestações populares particulares. Com o golpe militar de 1964 e os 21 anos de ditadura militar, a conjuntura política e social foi radicalmente alterada. Até o final da década de 1950 e os primeiros anos da década de 1960, as lutas populares multiplicavam-se. Destacam-se, neste período, os movimentos urbanos pela casa própria, pela redução da tarifa do transporte coletivo, por serviços públicos e, no meio rural, o movimento pela reforma agrária (ROCHA, 2008). Até a década de 1960 a participação nas políticas sociais limitava a “cidadania regulada”, sendo que os símbolos das políticas sociais eram a carteira de trabalho e a previdência social, pois apenas o trabalhador era reconhecido como cidadão. Entretanto, não eram todos os trabalhadores, havia a especificidade. A profissão deste trabalhador deveria ser reconhecida e ter um sindicato e este deveria ser reconhecido pelo Estado para poder atuar. Além disso, outro indicador para ser cidadão era necessariamente ser contribuinte do sistema previdenciário. Durante o regime militar, a estratégia de atuação das políticas sociais foi no sentido de ampliar a intervenção do Estado, alargando a capacidade da gestão governamental que favorecia as classes sociais mais altas em detrimento das classes mais baixas, situação que acentuou enormemente a desigualdade social na segunda metade do século XX. O período da ditadura militar foi de apropriação do espaço público. Os interesses de alguns setores da sociedade, como os políticos e empresários, tinham acesso privilegiado às decisões das políticas sociais centralizadas. Essa dinâmica de funcionamento das políticas sociais distanciava-se do objetivo do combate à miséria (ROCHA, 2008). O marco mais expressivo de participação popular brasileira originou no seio da resistência contra o regime a partir dos anos de 1970 e durante os anos de 1980. Neste contexto surgem novos movimentos populares que se reorganizam em torno das demandas urbanas, sendo que estes foram iniciados antes do golpe militar e fortalecidos na década de 1980 com a crise política, econômica e social. As maiores reivindicações eram em torno de direitos sociais básicos, como educação, saúde, moradia, saneamento básico e condição de deslocamento, ou seja, transporte. Na história contemporânea do Brasil estão registrados mais de 20 anos vividos sob o regime autoritário da ditadura militar. Nesta ocasião, a participação em espaços políticos era totalmente limitada, em caso de discordar com o regime era impossível contar com espaços disponíveis e autorizados, entretanto, essas situações não impediram a exploração de espaços para além dos oficiais e controlados. A partir disso, uma multiplicidade de experiências participativas surgiu no seio da sociedade. O regime militar reprimia todas as organizações e expressões políticas contrárias ao regime, controlava e restringia a liberdade de expressão e das formas de organização de indivíduos e grupos. Por isso, inicialmente, as lutas eram às escondidas, especialmente nos primeiros 10 anos. Mesmo com as perseguições ainda havia espaços de mobilização e debate sobre a sociedade brasileira e seus contextos. Esses espaços foram ocupados por milhares de organizações em pouco tempo, tanto no campo formal como informal. Ao final da década de 1970 apontam novas expressões de mobilizações a partir das comunidades eclesiais de base, o Movimento Operário do ABC e Movimento Estudantil. É com o espírito de resistência e luta que em 1979 acontece a retomada da União Nacional dos Estudantes – UNE – e no início dos anos de 1980 surgem a Central Única dos Trabalhadores – CUT – e o Movimento dos Sem Terra – MST. Esse período é marcado pela ascensão dos movimentos populares no Brasil devido às suas lutas. Esses movimentos, além de reivindicarem condições dignas de vida, também reivindicavam o direito de participar nos processos decisórios e na gestão das políticas sociais. Isso se dava a partir da compreensão de que a população desejava, podia e devia contribuir para o debate frente aos problemas sociais e indicar propostas para o enfrentamento do déficit social da população, especialmente a excluída da proteção social estatal. A institucionalização da democracia no Brasil passou a fazer parte da pauta dos movimentos sociais da década de 1980. O amadurecimento deste processo levou à participação da sociedade em outro importante momento da história brasileira, o processo da nova Constituinte, ou seja, os mais diferentes movimentos sociais participaram do processo de elaboração da nova Constituição Federal que iniciou em novembro de 1986 (ALBUQUERQUE, 2006). Os movimentos sociais apresentaram um manifesto com mais de quatrocentas mil assinaturas a partir da iniciativa popular, reivindicando à Assembleia Nacional Constituinte o direito de participar do processo de elaboração da Constituição Federal. Com a apresentação do referido documento e ainda a organização e mobilização, foi aceita a participação junto às comissões de elaboração de emendas populares orientadas pelo Regimento Interno da Assembleia Constituinte. Este processo foi pioneiro no Brasil no que refere à participação ativa da sociedade no campo da elaboração de propostas para a nova Carta Magna. Para mobilizar, motivar e possibilitar a participação da população e tornar o mais público possível esta agenda, o movimento “Participação Popular na Constituinte” mobilizou para a aprovação das emendas populares, entre elas encontram-se as emendas sobre os direitos da criança e do adolescente como prioridade absoluta e sobre meio ambiente, que ao final do trabalho dos atores envolvidos resultou nos artigos 225 e 227 da Constituição Federal, sendo: Artigo 225: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. [...] Artigo 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) (BRASIL, 2015). O período da Constituinte ficou marcado pelo envolvimento da sociedade na luta pela democracia, dos direitos sociais e políticos na perspectiva da operacionalização dos direitos pela via da implantação e implementação de políticas públicas, ampliando a responsabilização do Estado na proteção social. A Constituição Federal brasileira, promulgada em 5 de outubro de 1988, foi a sétima versão da Constituição desde o período do Império, em 1924. Características que se destacaram nos diferentes anos de atualização da Constituição Brasileira: 1824: A Constituição Imperial – a primeira brasileira. 1891: A Constituição Republicana – inaugurou a República.1934: A Revolução Constitucionalista de São Paulo – pôs fim à República Velha. 1937: Era Getúlio Vargas – início do Estado Novo. 1946: Constituição Democrática – redemocratizou o país. 1967: Ditadura Militar – emendada pela EC Nº 1/69. 1988: Constituição Cidadã – trouxe de volta o Estado Democrático. Para saber mais sobre a história da Constituição Brasileira, sugerimos o material didático História Constitucional do Brasil. Foi expressiva a participação da sociedade no processo Constituinte, resultado que levou o nome de Constituição Cidadã, não apenas pelos avanços na área social, mas também pela participação dos movimentos sociais. A partir de 1988 os temas referentes à participação da população nos espaços públicos ocupam novos contornos e dimensões nas esferas públicas (RAICHELIS, 2006). Esses espaços foram conquistados a partir da mobilização que antecedeu ao fim da ditadura militar e a garantia de espaços participativos foi consagrada na Constituição Federal de 1988 e reafirmada nas legislações específicas de cada política pública. Diversas políticas públicas foram consagradas na Constituição como direitos sociais, por exemplo, saúde, previdência e assistência social que compuseram a seguridade social. Além de garantir o direito de o cidadão acessar os serviços, programas, projetos e benefícios das políticas, ainda foi definido nas diretrizes destas mesmas políticas públicas que a participação na gestão também é um direito. Destaca-se também nesta Constituição o art. 3º que trata dos objetivos fundamentais da República, em especial o que tem como finalidade de construir uma sociedade livre, justa e solidária, promovendo o bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (BRASIL, 2015). Entretanto, sem dúvida, o maior avanço no campo do capítulo da ordem social é o que consagra a seguridade social, no art. 194, definindo um conjunto interligado de ações de responsabilidade tanto dos poderes públicos como também de organizações da sociedade, propostas para afiançar os direitos garantidos nas áreas da saúde, previdência, e assistência social. Esse conjunto de ações passou a fazer parte do novo sistema de proteção social brasileiro para além do trabalhador inserido no mundo do trabalho, mas estendido a todos os cidadãos brasileiros. Para o financiamento, não apenas do SUS, como de todas as políticas da seguridade social, a Carta Magna determina também um sistema de financiamento a partir de tributos e das contribuições sociais, ou seja, cabia ao Estado a responsabilidade de garantir os recursos para o financiamento das políticas sociais. Os direitos sociais foram introduzidos no Brasil nas décadas de 1930 e 1940, especificamente no governo do Presidente Getúlio Vargas e durante o período da ditadura militar, após o golpe de 1964. Nestes dois momentos, tanto no período Vargas como durante a ditadura militar, o Estado cumpriu um papel fundamental na implantação dos direitos sociais, sobretudo para os trabalhadores. O maior destaque que não podemos deixar de citar foi a elaboração da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT – em 1943. Outro importante destaque foi a inclusão social dos trabalhadores rurais, que apenas em 1971 foram atendidos no sistema previdenciário através do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural –FUNRURAL. Página 2 de Politicas Setoriais inclusão social dos trabalhadores rurais, que apenas em 1971 foram atendidos no sistema previdenciário através do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural –FUNRURAL. Por um lado, o Estado concedeu direitos sociais, por outro, restringia a população à participação, informação e expressão de ideias. Durante a ditadura militar que perdurou por longos 21 anos foram ordenados Atos Institucionais, conhecidos como AIs, sendo estes a manifestação máxima da suspensão dos direitos civis e políticos. Carvalho (2002) relembra que o AI nº 1 suspendeu por dez anos o exercício dos direitos políticos de operários, intelectuais, sindicalistas, parlamentares e as organizações políticas como sindicatos foram fechadas ou ainda vítimas de intervenções. O AI nº 2 revogou o direito às eleições diretas para presidente da República, o presidente eleito indiretamente apenas por dois partidos teve seu poder ampliado e a opinião pública restringida. O Ato Institucional que mais provocou indignação foi o AI nº 5, pois este fechou o Congresso Nacional, suspendeu o habeas corpus para atos contra a segurança nacional e deliberou que todos os atos praticados pelo Estado decorrentes do Ainº 5 não seriam analisados judicialmente (CARVALHO, 2002). O Brasil definiu-se como um Estado de Direito Democrático na sua última Constituição Federal, deixando claro logo em seu primeiro artigo em que direciona como fundamentos da República a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político e ainda no único parágrafo estabelece que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (BRASIL, 2015, p. 7). Desta forma, para concretizar a democracia e a cidadania do seu povo, faz-se necessário medidas que viabilizem condições para o exercício destes. No que refere à política de saúde, o art. 198 que trata das ações e dos serviços, enquanto a diretriz geral é sobre a participação da comunidade. No caso específico da política de assistência social, em seu art. 204 inciso II da Constituição Federal, orienta que a participação é “por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis” (BRASIL, 2015). A participação requer que o sujeito se expresse e se envolva efetivamente nas atividades, ações e serviços das políticas públicas nas quais está envolvido. Bravo (2007) reafirma que a participação social envolve a gestão de todo processo nas políticas, desde o planejamento até a fiscalização em momento da operacionalização realizada pela sociedade civil organizada. Oliveira (1999) afirma que o controle é exercido sobre o campo público, e que se compreende que todos os cidadãos brasileiros são detentores deste poder de controlar, entretanto, para o exercício desta importante função se faz necessário apropriar-se de conhecimento e informação, especialmente sobre os seus direitos. Depois de muito tempo de ditadura militar, foi conquistado o direito de o cidadão expressar a sua opinião, além disso, de participar de decisões políticas, praticando sua cidadania, mas é necessário que a construção da cidadania seja contínua e para tal é essencial que tenha estímulo e condições apropriadas para o exercício do direito à participação social. Um dos espaços mais utilizados para a execução da participação são os conselhos municipais de políticas públicas, mas estes não são os únicos garantidos constitucionalmente. Além disso, a questão da qualidade da participação dos e nos conselhos é um tanto quanto desalentadora, como apresenta Carvalho (2017), pois há fragilidades na representatividade dos conselheiros no que refere à competência de deliberar e exigir suas decisões frente aos representantes do governo. Tatagiba (2003) destaca outra grave situação que é a resistência dos governos em respeitar e operacionalizar as decisões destes espaços, necessitando abrir mão do diálogo, do debate e utilizando estratégias de negociação para ter alguns poucos avanços. A mesma autora, Tatagiba (2003, p. 98), aponta outra fragilidade observada no processo: “os conselhos apresentam, no cenário atual, uma baixa capacidade propositiva, executando um reduzido poder de influência sobre o processo de definição das políticas públicas”. Página 3 de Politicas Setoriais A educação é um direito social, conforme preconiza a Constituição Federal de 1988 acerca desse direito. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988, p. 81 ) . Ainda conforme a lei magna, o ensino deve seguir oito princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamen te por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído p ela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (BRASIL, 1988, p. 81). Como podemos perceber a Constituição Federal – CF – de 1988 evidencia a educação como um direito a ser estendido a todos, devendo o Estado e a família garantirem o seu acesso e permanência. A principal função da educação é promover a plena realização humana, inserindo o sujeito no contexto do Estado democrático de direito e qualificando-o para o trabalho. A educação também se tornou um mecanismo de desenvolvimento pessoal e social, com vistas à própria cidadania. Ainda no âmbito legal, vamos abordar direitos voltados à educação básica e ensino superior. De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96 –, o ensino educacional brasileiro apresenta a seguinte divisão: A saúde também foi instituída pela CF/88 como um direito social, conforme Art. 196 “A saúde é direito de todos e dever do Est ado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e ig ualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Para conceituar saúde, emprestamos a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011 p. 100) que define como “[...] estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”. Sendo assim, considera-se que ter saúde vai além de não ser ou estar doente, trata-se de um conjunto de atitudes, hábitos e condições que proporcionam o bem-estar humano e aprimoram a qualidade de vida. Como pode ser observado, a OMS buscou definir saúde da maneira mais ampla e positiva, incluindo fatores como alimentação, exercícios, acesso da população ao sistema de saúde, aspectos como o ambiente social, econômico, o físico e as características e comportamentos individuais das pessoas, que também são determinantes para uma vida saudável. [...] compreender a determinação social da saúde, portanto, não consiste em compreender apenas que a saúde depende do acesso aos objetos humanos, mas que as possibilidades de realização do humano, e o acesso aos produtos necessários para tal, dependem do grau de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção estabelecidas em cada formação social. A ideia dominante, de identificação d os determinantes, é, portanto, insuficiente para direcionar ações de saúde que contribuam efetivamente para a máxima realização do humano. Para ta l, seria necessário alterar o modo de produção (ALBUQUERQUE; SILVA, 2014, p. 962). No que tange às políticas públicas de saúde, Rocha (2008, p. 1) afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS) “[...] vem ampliand o as responsabilidades municipais na garantia de acesso aos serviços de saúde com base na sua descentralização (regionalização) e reorganização funcional”. Foi criado com a incumbência de promover justiça e diminuir as desigualdades sociais. Neste contexto, está o Prog rama Saúde da Família (PSF) que, de acordo com o autor, possibilitou maior visibilidade às novas formas de se produzir saúde, particularmente, na a tenção básica. Além do PSF, há outras políticas de Estado, a saber: 1- Programa Crack, 2- Programa Mais Médicos, 3- Saúde Conte com a Gente (saúde mental), 4- Saúde da Mulher, 5- Saúde da População Negra, 6- Saúde Mais perto de Você (atenção básica), 7- Saúde não Tem Preço (assistência farmacêutica), 8- Saúde Toda Hora (atenção às urgências) e, 9- Viver sem Limite. Ainda há ações votadas ao combate a Aids, malária e outras doenças, melhorias para a saúde da gestante e redução da mortalidade infantil. Vale apresentar ainda o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) que foi criado em 2008 para apoiar a consolidação da atençã o básica no Brasil e ampliar ofertas de saúde na rede de serviços. O trabalho das equipes multiprofissionais se dá de modo integrado com as equi pes de saúde da família (eSF), as equipes de atenção básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais) e com o Programa Academia da Saúde. Esta atuação integrada permite realizar discussões de casos clínicos, possibilita o atendimento compartilhado entre profissio nais tanto na unidade de saúde como nas visitas domiciliares e permite a construção conjunta de projetos terapêuticos de forma que amplia e qualifica as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. Essas ações de saúde também podem ser intersetoriais, com foco prioritário nas ações de prevenção e promoção da saúde. Com a publicação da Portaria nº 3.124, de 28 de dezembro de 2012, o Ministério da Saúde criou uma terceira modalidade de conf ormação de equipe: o NASF 3, abrindo a possibilidade de qualquer município do Brasil faça implantação de equipes NASF, desde que tenha ao menos uma equipe de Saúde da Família (BRASIL, 2017). Embora haja esforços para melhorar a qualidade dos serviços públicos oferecidos em saúde, há que se trilhar um longo caminho até que se conquiste a equidade, conforme afirmam Bossi e Afonso (2008, p. 364): [...] A despeito dos avanços obtidos no plano legal, a realidade dos serviços oferecidos à população em muito se distancia da garantia do direito à saúde, tão almejada em nosso país. Para tanto, há que se considerar o papel dos usuários em sua relação com os profissionais e serviços, diante do desafio de construção de uma consciência sanitária. No Brasil, as políticas públicas de saúde orientam-se conforme CF/1988, pelos princípios de universalidade e equidade no acesso às ações e serviços e pelas diretrizes de descentralização da gestão, de integralidade do atendimento e de participação da comunidade, na organiz ação de um sistema único de saúde no território nacional. Políticas Sociais quinta-feira, 24 de setembro de 2020 11:24 Página 4 de Politicas Setoriais O artigo 7º da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) faz referência aos principais direitos para os trabalhadores que a tuam sob a lei brasileira, bem como à Consolidação das Leis de Trabalho. São considerados direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que vi sem à melhoria de sua condição social: [...] I- relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos (a entrar em vigor); II- seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário (a entrar em vigor); III- fundo de garantia do tempo de serviço (a entrar em vigor); IV- salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe pr eservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V- piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI- irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII-garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII- décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX- remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (a entrar em vigor); X- proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI- participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII- salário-família para os seus dependentes; XII- salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei (a entrar em vigor);XIII- duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, media nte acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943) XIV- jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV- repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI- remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII- gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII- licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX- licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX- proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI- aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII- redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII- adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV- aposentadoria (BRASIL, 1988, [s.p.]). No país, há diversos tipos de trabalho, os mais conhecidos são o formal, no qual o funcionário tem sua carteira de trabalho a ssinada, e informal em que temos uma ampla gama de trabalhadores informais ou autônomos, ou seja, que não possuem relação com um empregador. A seguir apresentamos algumas ações e programas voltados à geração de trabalho, emprego e renda realizadas pelo Ministério do Trabalho. Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) – principal documento do trabalhador, com a CTPS ele pode trabalhar nas áreas urbanas e rural na formalidade e assim assegurar seus direitos, tais como seguro-desemprego, FGTS e benefícios previdenciários. Seguro-desemprego – é um benefício previsto pela seguridade social que garante por um determinado tempo uma assistência financeira temporária ao trabalhador dispensado involuntariamente. Abono salarial – assegura o valor de um salário mínimo anual aos trabalhadores brasileiros que recebem em média até dois salários mínimos de r emuneração mensal de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP). Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – foi criado em 1967 pelo governo federal para proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de contas vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro depósito. O sald o da conta vinculada é formado pelos depósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalentes a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de atualização monetária e juros. Economia solidária – é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Enquanto na economia convencional exis te a separação entre os donos do negócio e os empregados, na economia solidária os próprios trabalhadores também são donos, pois s ão eles quem tomam as decisões de como tocar o negócio, dividir o trabalho e repartir os resultados. Vejamos alguns princípios que regem a economia solidária. São eles: Além disso, a LDB9394/96 preconiza que a educação tem por finalidade “[...] desenvolver o educando, assegurar -lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (BRASIL, 1996). Essa lei introduziu mecanismos de avaliação do ensino básico que divulgam os resultados do trabalho desenvolvido pelos educadores: os mais conhecidos são o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o Censo Escolar. Cabe ressaltar, que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 contou e ainda conta com o auxílio do Plano Nacional da Educação – 2014 – (PNE) que apresenta 14 artigos e um documento em que são apresentadas 20 metas e estratégias que devem ser aplicadas com vistas à: I - erradicação do analfabetismo; II – universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discrimi nação; IV - melhoria da qualidade da educação; V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto – PIB –, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - valorização dos(as) profissionais da educação; X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental (BRASIL, 2014). Página 5 de Politicas Setoriais 1. Cooperação: ao invés de competir, todos devem trabalhar de forma colaborativa, buscando os interesses e objetivos em comum, a união dos esforços e capacidades, a propriedade coletiva e a partilha dos resultados. 2. Autogestão: as decisões nos empreendimentos são tomadas de forma coletiva, privilegiando as contribuições do grupo ao invés de ficarem concentradas em um indivíduo. Todos devem ter voz e voto. Os apoios externos não devem substituir nem impedir o papel dos verdadeiros sujeitos da ação, aqueles que formam os empreendimentos. 3. Ação econômica: sem abrir mão dos outros princípios, a economia solidária é formada por iniciativas com motivação econômic a, como a produção, a comercialização, a prestação de serviços, as trocas, o crédito e o consumo. 4. Solidariedade: a preocupação com o outro está presente de várias formas na economia solidária, como na distribuição justa dos resultados alcançados, na preocupação com o bem-estar de todos os envolvidos, nas relações com a comunidade, na atuação em movimentos sociais e populares, na busca de um mei o ambiente saudável e de um desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2015). As áreas ilegais são definidas por um estudo realizado pelo Instituto Pólis, que as estruturou devido às suas diversas formas encontradas no Brasil, em: a) Áreas loteadas e ainda não ocupadas: ocupações realizadas em espaços anteriormente destinados a outros fins, como construção de ruas, áreas verdes e equipamentos comunitários ou, ainda, casas construídas sem respeitar a divisa dos lotes; b) Áreas alagadas: áreas localizadas em aterramentos de manguezal ou charco; geralmente são terrenos de marinha ou da União e m áreas litorâneas: c) Áreas de preservação ambiental: construções realizadas em margens de rios, mananciais ou em serras, restingas, dunas e mangues; d) Áreas de risco: moradias construídas em terrenos de alta declividade, sob redes de alta tensão, faixas de domínio de rodov ias, gasodutos e troncos de distribuição de água ou coleta de esgotos. Dentre os programas e ações do Ministério das Cidades estão em vigor atualmente: PAC – Urbanização de Assentamentos Precários. Programa Minha Casa, Minha Vida. Plano Local de Habitação de Interesse Social – PLHIS Simplificado. Programa Moradia Digna (apoio à melhoria das condições de habitabilidadede assentamentos precários; apoio à provisão habitac ional de interesse social). Programa Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários. Habitação de Interesse Social – HIS. Ação Provisão Habitacional de Interesse Social. Ação Provisão Habitacional de Interesse Social – modalidade: assistência técnica. Ação Apoio à Elaboração de Planos Habitacionais de Interesse Social – PLHIS. Ação de Apoio à Produção Social da Moradia. OGU. Programa Moradia Digna (apoio à urbanização de assentamentos precários).Habitar Brasil BID – HBB. Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H. Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social – PSH. Projetos Prioritários de Investimentos – PPI (intervenções em favelas).Programa de Atendimento Habitacional Através do Poder Público – Pró-Moradia. Programa de Apoio à Produção de Habitações. Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – Pró-cotista. Programa de Financiamento de Material de Construção – FIMAC. Política Socioambiental do FGTS. Programa de Arrendamento Residencial – PAR. Programa Crédito Solidário. PMI – Projetos Multissetoriais Integrados. É notório que o consumo de álcool e outras drogas é um grave problema de saúde pública, ou seja, é um problema social. Dados de pesquisa realizada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que uma ampla gama de adolescentes já teve acesso a bebidas alcoólicas e a drogas ilícitas. Conforme pode ser verificado na tabela a seguir, cerca de 1,44 milhão de adolescentes entre 13 a 15 anos, relataram já ter ingerido ao menos uma dose de bebida alcoólica, muito embora, um em cada cinco jovens apresentaram pelo menos um episódio de embriaguez. Os estados da região sul estão entre os que registraram maior índice de consumo de álcool nos 30 dias anteriores à pesquisa - Rio Grande do Sul, 34%, e Santa Catarina, 33,8%, seguidos de Mato Grosso do Sul (31,2%) e Paraná (30,2%), apenas no que tange ao uso de bebidas, veja a tabela a seguir. Página 6 de Politicas Setoriais Implantada em 2003, essa política está abarcada na esfera da saúde, porém perpassou por diferentes entendimentos e definições até a concretude do cenário atual: Historicamente, a questão do uso abusivo e/ou dependência de álcool e outras drogas têm sido abordada por uma ótica predominantemente psiquiátrica ou médica. As implicações sociais, psicológicas, econômicas e políticas são evidentes, e devem ser consideradas na compreensão global do problema. Cabe ainda destacar que o tema vem sendo associado à criminalidade e práticas antissociais e à oferta de “tratamentos” inspirados em modelos de exclusão/separação dos usuários do convívio social. Constatamos assim que, neste vácuo de propostas e de estabelecimento de uma clara política de saúde por parte do Ministério da Saúde, constituíram-se “alternativas de atenção” de caráter total, fechado e tendo como principal objetivo a ser alcançado a abstinência. A percepção distorcida da realidade do uso de álcool e outras drogas promove a disseminação de uma cultura de combate a substâncias que são inertes por natureza, fazendo com que o indivíduo e o seu meio de convívio fiquem aparentemente relegados a um plano menos importante. Isto por vezes é confirmado pela multiplicidade de propostas e abordagens preventivas / terapêuticas consideravelmente ineficazes, por vezes reforçadoras da própria situação de uso abusivo e/ou dependência (BRASIL, 2003, p. 7). O próprio Ministério da Saúde reconhece que ainda há limitações no que tange à política de saúde integral destinada ao consumidor de álcool e outras drogas: [...] podem ser percebidos a partir do impacto econômico e social que tem recaído para o Sistema Único de Saúde – SUS —, seja por seus custos diretos, seja pela impossibilidade de resposta de outras pastas governamentais voltadas para um efeito positivo sobre a redução do consumo de drogas; isto também ocorre no que se refere ao resgate do usuário do ponto de vista da saúde (e não tão somente moralista ou legalista), e em estratégias de comunicação que reforçam o senso comum de que todo consumidor é marginal e perigoso para a sociedade. Internamente à saúde, ressalta-se a elaboração pregressa de políticas fragmentadas, sem capilaridade local e de pouca abrangência, além do desenvolvimento de ações de redução de danos adstritas ao controle da epidemia de AIDS, não explorando as suas possibilidades para a prevenção e a assistência (BRASIL, 2003, p. 7). Em 2002, foram criados serviços para intermediar a relação entre o usuário e sua família, comunidade e trabalho, de modo que estes não sejam retirados do seu meio, são os chamados Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), distribuídos de acordo com o porte: CAPS-I, CAPS-II, CAPS-III (funcionando 24 horas), CAPS-AD (álcool e outras drogas) e CAPS-I (crianças e adolescentes). No que concerne à prevenção, há uma Rede de atenção psicossocial com os seguintes objetivos [...] I - Promover cuidados em saúde especialmente grupos mais vulneráveis (criança, adolescente, jovens, pessoas em situação de rua e populações indígenas); II - Prevenir o consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas; III - Reduzir danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras drogas; IV - Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária; V - Promover mecanismos de formação permanente aos profissionais de saúde; VI - Desenvolver ações intersetoriais de prevenção e redução de danos em parceria com organizações governamentais e da sociedade civil; VII - Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e cuidado e os serviços disponíveis na rede; VIII - Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Atenção Psicossocial; e IX - Monitorar e avaliar a qualidade dos serviços através de indicadores de efetividade e resolutividade da atenção (BRASIL, 2011, p, 12). Há instituído também a Rede a Atenção Básica a Saúde (RAS), que dispõe de unidade básica de saúde, entendida como: [...] Serviço de saúde constituído por equipe multiprofissional responsável por um conjunto de ações de saúde, de âmbito individual e coletivo, que abrange promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver a atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. A Unidade Básica de Saúde como ponto de atenção da Rede de Atenção Psicossocial tem a responsabilidade de desenvolver ações de promoção de saúde mental, prevenção e cuidado dos transtornos mentais, ações de redução de danos e cuidado para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, compartilhadas, sempre que necessário, com os demais pontos da rede (BRASIL, 2011, p. 12). Veja na sequência as funções da Atenção Básica nas redes de atenção à saúde: I - Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de descentralização e capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre necessária; II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais; III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção responsabilizando-sepelo cuidado dos usuários em qualquer Página 7 de Politicas Setoriais de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. Para isso, é necessário incorporar ferramentas e dispositivos de gestão do cuidado, tais como: gestão das listas de espera (encaminhamentos para consultas especializadas, procedimentos e exames), prontuário eletrônico em rede, protocolos de atenção organizados sob a lógica de linhas de cuidado, discussão e análise de casos traçadores, eventos-sentinela e incidentes críticos, dentre outros. As práticas de regulação realizadas na atenção básica devem ser articuladas com os processos regulatórios realizados em outros espaços da rede, de modo a permitir, ao mesmo tempo, a qualidade da micro regulação realizada pelos profissionais da atenção básica e o acesso a outros pontos de atenção nas condições e no tempo adequado, com equidade; IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários (BRASIL, 2011). Em suma, para a política setorial de álcool e drogas, o uso de drogas abarca o tráfico, para o qual medidas de repressão são necessárias, e o consumo de drogas, em que medidas assistenciais devem ser implementadas. Reconhece ainda que os usuários podem não ter o mesmo padrão de envolvimento com as substâncias, uma vez que existem diferentes padrões de uso, não somente a dependência. Sendo assim, é preciso agir com foco na prevenção, no tratamento e na reinserção social. No que tange ao consumo do álcool, é preciso a realização de campanhas de conscientização quanto aos danos causados pelo álcool, redução da demanda de álcool por populações vulneráveis, como crianças e adolescentes, prevenir os acidentes de trânsito correlacionados com o uso de bebidas alcoólicas e incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização de bebidas alcoólicas. Página 8 de Politicas Setoriais Após a Constituição Federal de 1988 (CF/88), a família passou a ser concebida como possuidora de direitos e responsabilidades, teve reconhecidos direitos no que se refere ao reconhecimento dos direitos da mulher, das crianças/adolescentes, foi re(conceituada) no tocante aos diferentes tipos de famílias, porém ainda colocada como um dos pilares sociais (GENOFRE, 1995). No art. 226/CF-88 são evidenciados os cuidados protetivos que cabem ao Estado. [...] 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações (BRASIL, 1988). [...] Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, odireito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá- los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988). A família está presente nas políticas sendo considerada uma rede primária de proteção, conforme preconiza Fontenele (2012, p.160) “[...] é pensada como espaço de proteção social, como parceira na ‘luta’ contra a pobreza, tendo como parâmetro de (des)proteção a proposta dos mínimos sociais, estruturado a partir do acesso a uma renda mínima e a serviços básicos voltados para os pobres, saúde e educação - articulados a uma perspectiva de privatização e assistencialização da proteção e da justiça social”. Em outras palavras, a família pobre, é solicitada a lutar contra a pobreza, em um passado próximo isso significaria tentar diminuir o número de filhos, mas na atualidade essa luta perpassa desde a administração da vida dos filhos, por exemplo, levar à escola, ao posto de saúde, não expor ao trabalho precoce, degradante e perigoso e gerenciar o benefício monetário destinado pelo governopara suprir as necessidades mínimas da família. “[...] A ideologia da luta contra a pobreza é perpassada pela divisão de responsabilidades entre governo/sociedade e pelo controle da família e da pobreza” (FONTENELE, 2007, p. 161). Pode ser observado que a família é convocada a cooperar na construção da ordem, da paz e da proteção social. Entre os principais programas e benefícios do governo está o Bolsa Família que é um programa de transferência direta de renda, voltado às famílias em situação de vulnerabilidade e extrema pobreza, tem por objetivo garantir o direito à alimentação, o acesso à educação e à saúde. Estima-se que em todo o país mais de 13 milhões de famílias receberam o valor de R$ 179,00 mês (janeiro a agosto de 2017), essas famílias devem possuir renda mensal de até R$ 170,00 por pessoa, na sua configuração devem constar membros, como gestantes, crianças ou adolescentes (entre 0 e 17 anos). Para participar desse e de outros programas Sociais do governo federal, é preciso realizar o Cadastro Único, meio pelo qual ogoverno conhece as reais necessidades das famílias. Segundo dados do Ministério Social e Agrário, em julho de 2017 havia 27.976.018 famílias inscritasno Cadastro Único para programas sociais, cerca de 80.771.343 pessoas cadastradas com a seguinte renda per capita mensal: • 12.756.097 com renda per capita familiar de até R$ 85,00. • 3.888.891 com renda per capita familiar entre R$ 85,01 e R$ 170,00. • 6.806.031 com renda per capita familiar entre R$ 170,01 e meio salário mínimo. • 4.524.999 com renda per capita acima de meio salário mínimo. Para Teixeira (2008, p. 64-65) existem nove tipos de composição familiar: [...] 1) Família nuclear: é a família formada por pai, mãe e filhos biológicos, ou seja, é a família formada por apenas duas gerações; 2) Famílias extensas: são as famílias formadas por pai, mãe, filhos, avós e netos ou outros parentes, isto é, a família formada por três ou quatro gerações; 3) Famílias adotivas temporárias: são famílias (nuclear, extensa ou qualquer outra) que adquirem uma característica nova ao acolher um novo membro, mas temporariamente; 4) Famílias adotivas: são as famílias formadas por pessoas que, por diversos motivos, acolhem novos membros, geralmente crianças, que podem ser multiculturais ou birraciais; 5) Famílias de casais: são as famílias formadas apenas pelo casal, sem filhos; 6) Famílias monoparentais: são as famílias chefiadas só pelo pai ou só pela mãe; 7) Famílias de casais homossexuais com ou sem criança: são as famílias formadas por pessoas do mesmo sexo, vivendo maritalmente, possuindo ou não crianças; 8) Famílias reconstruídas após o divórcio: são famílias formadas por pessoas (apenas um ou o casal) queforam casadas, que podem ou não ter crianças do outro casamento; 9) Famílias de várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mútuo: são famílias formadas por pessoas que moram juntas e que, mesmo sem ter a consanguinidade, são ligadas fortemente por laços afetivos Analisando a relação dialética de mudanças da família, de acordo com Álvares (2008, p. 17), ela está em constante transformação e dinamicidade, “sofrendo influências internas que lhe sucedem como: nascimento, casamento, morte de seus membros e por fatores externos: sociais, econômicos, culturais, entre outros”. Ainda conforme, Álvares (2008), além dessas mudanças, outras transformações na família contemporânea ocorreram, taiscomo: maior participação das mulheres no mercado de trabalho e nas universidades, com exceção das classes mais pobres; casamentos consentidos por fatores afetivos e emocionais com base no amor romântico; esposa e filhos da tradicional família nuclear inserindo-se no mercado de trabalho e alterando relações de poder tanto nos aspectos econômicos, quanto políticos; a diminuição do número de filhos; a redução de número de matrimônios realizados legalmente (casamento civil); o aumento de separações e divórcios; o aumento de número de famílias chefiadas por mulheres e das unidadesunipessoais, entre outros. Objetivando combater a fome e promover a segurança nutricional; combater a pobreza e outras formas de privação das famílias; promover o acesso à rede de serviços públicos (saúde, educação, segurança alimentar e assistência socia l), o governo federal por meio da Caixa Econômica Federal dispõe às famílias mais pobres diferentes tipos de benefícios: • Benefício básico: concedido às famílias em situação de extrema pobreza (com renda mensal de até R$ 85,00 por pessoa). O auxílio é de R$ 85,00 mensais. • Benefício variável: para famílias pobres e extremamente pobres, que tenham em sua composição gestantes, nutrizes (mães que amamentam), crianças e adolescentes de 0 a 16 anos incompletos. O valor de cada benefício é de R$ 39,00 e cada família pode acumular até 5 benefícios por mês, chegando a R$ 195,00. • Benefício variável de 0 a 15 anos: destinado a famílias que tenham em sua composição, crianças e adolescentes de 0 a 15 anos de idade. O valor do benefício é de R$ 39,00. • Benefício variável à gestante: destinado às famílias que tenham em sua composição gestante. Podem ser pagas até nove parcelas consecutivas a contar da data do início do pagamento do benefício, desde que a gestação tenha sido identificada até o nono mês. O valor do benefício éde R$ 39,00. Políticas Setoriais quinta-feira, 24 de setembro de 2020 15:26 Página 9 de Politicas Setoriais data do início do pagamento do benefício, desde que a gestação tenha sido identificada até o nono mês. O valor do benefício éde R$ 39,00. • Benefício variável nutriz: destinado às famílias que tenham em sua composição crianças com idade entre 0 e 6 meses. Podem ser pagas até seis parcelas mensais consecutivas a contar da data do início do pagamento do benefício, desde que a criança tenha sido identificada no Cadastro Único até o sexto mês de vida. O valor do benefício é de R$ 39,00. • Benefício variável jovem: destinado às famílias que se encontrem em situação de pobreza ou extrema pobreza e que tenham em sua composição adolescentes entre 16 e 17 anos. O valor do benefício é de R$ 46,00 por mês e cada família pode acumular até dois benefícios, ou seja, R$ 92,00. • Benefício para superação da extrema pobreza: destinado às famílias que se encontrem em situação de extrema pobreza. Cada família pode receber um benefício por mês. O valor do benefício varia em razão do cálculo realizado a partir da renda por pessoa da família e do benefício já recebido no Programa Bolsa Família. • Observação: As famílias em situação de extrema pobreza podem acumular o benefício básico, o variável e o variável jovem, até o máximo de R$ 372,00 por mês. Como também, podem acumular um benefício para superação da extrema pobreza. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – Lei nº 8.069/90 (BRASIL, 1990), em nosso país, a divisão etária é estabelecida da seguinte maneira: crianças: 0 a 12 anos; adolescente: 12 a 18 anos; jovens: 18 a 29 anos. Existe uma Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes orientada a partir valores universais e permanentes que foram incorporados socialmente. Tais princípios, inegociáveis, ancoram a base da política, uma vez que refletem as premissas da Convenção sobre os Direitos da Criança e de outros acordos internacionais das Nações Unidas, da Constituição Federal e do ECA. Os oito princípios da Política Nacional da Criança e do Adolescente são apresentados a seguir. [...] Universalidade dos direitos com equidade e justiça social. Todos os seres humanos são portadores da mesma condição de humanidade; sua igualdade é a base da universalidade dos direitos. Associar à noção de universalidade as de equidade e justiça social significa reconhecer que a universalização de direitos em um contexto de desigualdades sociais e regionais implica foco especial nos grupos mais vulneráveis. Igualdade e direito à diversidade. Todo ser humano tem direito a ser respeitado e valorizado, sem sofrer discriminação de qualquer espécie. Associar a igualdade ao direito à diversidade significa reconhecer e afirmar a heterogeneidade cultural, religiosa, de gênero e orientação sexual, físico-individual, étnico-racial e de nacionalidade, entre outras. Proteção integral para a criança e ao adolescente. A proteção integral compreende o conjunto de direitos assegurados exclusivamente a crianças e adolescentes, em função de sua condição peculiar de pessoas em desenvolvimento. São direitos específicos que visam assegurar a esses grupos etários plenas condições para o seu desenvolvimento integral .Prioridade absoluta para a criança e ao adolescente. A garantia de prioridade absoluta assegurada a crianças e adolescentes implica a sua primazia em receber socorro, proteção e cuidados, bem como a sua precedência no atendimento e preferência na formulação e execução de políticas e ainda na destinação de recursos públicos. Reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos. O reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos significa compreendê-los como detentores de todos os direitos da pessoa humana, embora o exercício de alguns seja postergado. A titularidade desses direitos é plenamente compatível com a proteção integral, esta sim devida apenas a eles. Descentralização político-administrativo. A Constituição Federal de 1988 elevou os municípios à condição de entes federados e estabeleceu novo pacto federativo, com base na descentralização político-administrativa e na corresponsabilidade entre as três esferas de governo para a gestão e o financiamento das ações. Participação e controle social. A participação popular organizada na formulação e no controle das políticas públicas de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente está prevista na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente; seus espaços preferenciais de atuação são os conselhos dos direitos e o processo de conferências. Intersetorialidade e trabalho em rede. A organização das políticas públicas por setores ou segmentos impõe a adoção da ótica intersetorial e de trabalho em rede para compreensão e atuação sobre os problemas, o que está previsto no ECA ao estabelecer que a política será implementada por meio de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais no âmbito da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. (BRASIL, 1990, p. 27-28). As políticas setoriais voltadas à criança e ao adolescente têm por missão promover políticas públicas voltadas à promoção dosdireitos da criança e do adolescente. As ações são executadas pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNPDCA): [...] Coordenar as açõese medidas governamentais referentes à criança e ao adolescente; Coordenar a produção, a sistematização e a difusão das informações relativas à criança e ao adolescente ;Coordenar ações de fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos (SGD) de crianças e adolescentes; Coordenar a política nacional de convivência familiar e comunitária; Coordenar a política do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase);Coordenar o Programa de Proteção de Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM);Coordenar o enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes ;Exercer a secretaria-executiva do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)” (BRASIL, 2017). De acordo com a CF/88, um dos direitos da criança e do adolescente é a convivência familiar, enquanto parte das condições para a garantia do seu bem- estar: [...] Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988, p. 81). Já ao Estado cabe: [...] 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente, admitida a participação deentidades não governamentais e obedecendo aos seguintes preceitos:§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil; II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola; III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica; V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado; Página 10 de Politicas Setoriais criança ou adolescente órfão ou abandonado; VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins. VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condiçõesde sua efetivação por parte de estrangeiros.§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se-á em consideração o disposto no art. 204.§ 8º A lei estabelecerá - O estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; II - O plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas. Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (BRASIL, 1988, p. 81). Ainda conforme o ECA (BRASIL, 1990), é condenado todo e qualquer atentado aos direitos fundamentais, embora, passados 27 anosda promulgação, tais violações sejam recorrentes, casos mais comuns perpassam a violência doméstica e institucional, a violência sexual, a situação de rua, o trabalho infantil, a negação do direito à convivência familiar e a morbimortalidade por violência. [...] para o enfrentamento dessas situações, construídas ao longo dos séculos, há que se destacar o papel dos Conselhos Tutelares como instância formal de atendimento à violação ou ameaça de violação de direitos. Os Conselhos Tutelares (CT) encontram-se instalados em 98,3% dos municípios brasileiros, num total de 5.472 Conselhos, com 27.360 conselheiros tutelares (IBGE, 2009a). Dos 92 municípios que não possuem CT 52% se concentram em três estados: Maranhão, Bahia e Minas Gerais. Ao considerarmos que há 10 anos estavam presentes em 71,9% dos municípios, verifica-se que estão praticamente universalizados” (BRASIL, 1990, p. 13). Esse órgão, de acordo com o artigo 136 do ECA, tem por atribuições: [...] atender às crianças e adolescentes nas hipóteses em que seus direitos forem violados, seja por ação ou omissão da sociedade ou do Estado, por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável, ou em caso de ato infracional. O Conselho Tutelar pode aplicar medidas como encaminhamento da criança ou do adolescente aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade, orientação, apoio e acompanhamento temporários, matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino fundamental, inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente e requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial, dentre outros (BRASIL, 1990, p. 33). Conforme o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741,de 1º de outubro de 2003, pessoa idosa é aquela com 60 anos ou mais. Essa população cresce abruptamente no Brasil, conforme dados de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há neste período, 23 milhões idosos, totalizando 11,8% da população total do país (IBGE, 2010). A expectativa de vida, para ambos os sexos, aumentou para 74 anos, sendo 77,7 anos para a mulher e 70,6 para o homem. Esse crescimento representa uma importante conquista social e resulta da melhoria das condições de vida, com ampliação do acesso aserviços médicos preventivos e curativos, avanço da tecnologia médica, ampliação da cobertura de saneamento básico, aumento da escolaridade e da renda, entre outros determinantes, assim afirma a Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa – MINISTÉRIO DA SAÚDE-COSAPI/DAET/SAS (2017). Alguns dos principais dispositivos legais que ancoram a proteção e os direitos da pessoa idosa são: 1) Lei Federal nº 10.741, de 2003: dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências; 2) Lei Federal nº 8.842, de 1994: dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências; 3) Decreto Federal nº 1.948, de 1996: regulamenta a Lei nº 8.842, de 4 de 1994, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, e dá outras providências; 4) Portaria nº 2.528, de 2006 (Ministério da Saúde): aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; 5) Decreto nº 5.934, de 2006: estabelece mecanismos e critériosa serem adotados na aplicação do disposto no art. 40 da Lei nº 10.741, 2003 (Estatuto do Idoso); exercício do direito no sistema de transporte coletivo interestadual, nos modais rodoviário, ferroviário e aquaviárioe, 6) Resolução nº 303, de 2008 (CONTRAN): dispõe sobre as vagas de estacionamento de veículos destinadas exclusivamente às pessoas idosas. Dentre as principais instituições de defesa e garantia dos direitos da pessoa idosa estão: • Portal do Envelhecimento: formado por membros associados do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE), profissionais de diversas áreas, pesquisadores e professores, mestres e doutores, todos estudiosos do processo de envelhecimento na perspectiva do ser que envelhece e não unicamente que adoece. • Portal da 3ª Idade: realizado pela Associação Cultural Cidadão Brasil, é voltado para a terceira idade e atualizado diariamente com notícias, cursos, eventos e dicas culturais. • Pastoral da Pessoa Idosa: tem por objetivo assegurar a dignidade e a valorização integral das pessoas idosas, por meio da promoção humana e espiritual, respeitando seus direitos, num processo educativo de formação continuada destas, de suas famílias e de suas comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político, para que as famílias e as comunidades possam conviver respeitosamente com as pessoas idosas, protagonistas de sua autorrealização, por meio de diversas atividades. Em conformidade com a Internacional classification of impairments, disabilities, and handicaps: a manual of classification relating to the consequences of disease (ICIDH), traduzido por Classificação internacional de deficiências, incapacidades e desvantagens: um manual de classificação das consequências das doenças, o Brasil utiliza o quadro a seguir para classificar as deficiências. Ela “[…] tem sido utilizada na determinação da prevalência das incapacidades, aplicada à área de seguro social, saúde ocupacional, concessões de benefícios e, em nível comunitário, em cuidados pessoais de saúde ou como forma de avaliar pacientes em reabilitação” (AMIRALLIAN, 2000, p. 98). Página 11 de Politicas Setoriais pacientes em reabilitação” (AMIRALLIAN, 2000, p. 98). A história da humanidade comprova que em todos os momentos as pessoas com deficiência foram alvos de comportamentos de diversas reações, ora acolhedoras/integradoras, ora excludentes/contraditórias. Esses comportamentos mudaram de acordo com os avanços sociais, culturais, científicos e tecnológicos que acometiam a sociedade. No Quadro 3.2 pode-se verificar importantes acontecimentos referindo-se às pessoas com deficiência. Antiga até os primórdios do século XIX as pessoas com deficiências foram alvo de discriminação. A humanidade não sabia lidar com o diferente, recorrendo muitas vezes aos mitos para explicar e justificar a deficiência física ou mental, esse rótulo evidenciava-se principalmente quando a deficiência tinha origem antes do nascimento, atribuídas a castigos divinos e/ou possessão diabólica. Após a dominação do capitalismo na maior parte do mundo, verifica-se que a busca de explicações científicas significou uma iniciativa em superar os mitos e preconceitos. Com o surgimento e avanço da ciência(século XX), as causas genéticas das deficiências ou deformações foram descobertas, mas o preconceito não foi totalmente superado e, infelizmente perdura até os dias atuais. No âmbito educacional, o Brasil, foi o precursor na legitimação da inclusão. No artigo 208 da CF/88 é previsto o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, sendo considerados educandos com necessidades educacionais especiais aqueles que apresentarem no processo de aprendizagem dificuldades acentuadas ou limitações para acompanhar as atividades curriculares; condições de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos (BRASIL, 1988). Além disso, foram estabelecidas diretrizes para tratar a educaçãoespecial como modalidade da educação e ainda dispõe como princípio educacional a criação de programas de atendimento especializado para os portadores de deficiência física, mental, sensorial, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência. No artigo 58 da Lei de Diretrizes e Bases daEducação (LDB/96), a educação especial é definida, como uma modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com necessidades especiais (BRASIL, 1996). Nos parágrafos do artigo 58 observam-se orientações importantes [...] § 1º - Haverá, quando necessário, serviços de apoio especificado, na escola regular para atender às peculiaridades da clientela especial. § 2º - O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º- A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, educação infantil (BRASIL, 1996, p. 54). Página 12 de Politicas Setoriais anos, educação infantil (BRASIL, 1996, p. 54). No artigo 59 destacam-se: organização de currículos, métodos, técnicas, recursos para atender às necessidades; terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração nas classes comuns; educação especial para o trabalho, visando à sua integração na vida social, acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular (BRASIL, 1996). Finalizando os artigos da LDB, prioriza-se o parágrafo único, No artigo 59 destacam-se: organização de currículos, métodos, técnicas, recursos para atender às necessidades; terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração nas classes comuns; educação especial para o trabalho, visando à sua integração na vida social, acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular (BRASIL, 1996). Finalizando os artigos da LDB, prioriza-se o parágrafo único, O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo” (BRASIL, 1996, p. 57). Na esfera trabalhista há aparatos legais que visam garantir à pessoa com deficiência vaga no mercado de trabalho pela via da empregabilidade (Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991), reservando um percentual de cotas proporcionalmente ao número de funcionários de uma empresa. Apesar disso, Da Rosa (2005, p. 76) alerta que “[...] o que se constata é uma imensa dificuldade da sociedade para efetivar suas propositas, verificando-se a necessidade de uma constante revisão de suas práticas inclusivas, por vezes excludentes e discriminatórias”. O Brasil possui ainda a Lei Brasileira de Inclusão (LBI/2015), conhecida também como Estatuto da Pessoa com Deficiência, conhecida como inovadora e ousada, é resultado de uma construção coletiva e avançou, entre outros pontos, ao ampliar a punição para quem desrespeita os direitos desse segmento da população, ao mudar a avaliação de pessoas com deficiência que reivindicam benefícios e direitos sociais e ao proibir atos
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