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Nutrição Materno Infantil Avaliação Nutricional da Gestante Diagnóstico nutricional Importância da avaliação do estado nutricional → O estado PRÉ-GESTACIONAL é o determinante do ganho de peso – peso e estatura devem ser monitorados → Sobrepeso pré-gestacional associa- se a ganho ponderal excessivo na gestação → Gestantes com sobrepeso tiveram probabilidade quatro vezes maior de ganho ponderal gestacional excessivo, quando comparadas com eutróficas (odds ratio [OR] 4, 6, IC95% 2, 1–9, 9) → Inversamente, grávidas com baixo peso pré-gestacional tiveram nove vezes mais chance de ganho insuficiente, quando comparadas com eutróficas (OR 9, 3, IC95% 2, 5–33, 8) → E ganho de peso excessivo na gestação é fator de risco para o excesso de peso em mulheres 7 → A prevalência de excesso de peso 12 meses após o parto foi superior ao excesso de peso no período pré gestacional (52,9 versus 36,7%; p <0,001) → 50% das mulheres com sobrepeso ou obesidade apresentaram ganho de peso gestacional superior ao recomendado → > 70% retiveram peso 12 meses após o parto – sendo que 30% retiveram 10kg ou mais, aumentando assim a prevalência de mulheres com excesso de peso após a gestação → Os fatores associados à retenção de peso foram IMC pré gestacional, ganho de peso gestacional e idade Avaliação nutricional da gestante → Avaliação nutricional pré gestacional →Avaliação do ganho de peso gestacional → Avaliação nutricional na gestação → MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ↳ Indicadores indispensáveis para o diagnóstico nutricional da gestante: ⦁ Peso (kg) ⦁ Altura (m) ⦁ Circunferência braquial – CB (cm) ⦁ Circunferência muscular do braço – CMB (cm) ⦁ Dobra cutânea triciptal – DCT (mm) ⦁ Dobra cutânea subescapular – DCSUB (mm) ↳ CMB, DCT, DCSUB – durante a gestação não existe parâmetro para comparar – faz apenas para verificar se houve ganho de peso ou não ↳ Altura – não dá para medir sempre, pois com o passar das semanas, a gestante tem inclinação devido ao peso da barriga → Outras medidas: ↳ Circunferência da panturrilha (CP) – é um parâmetro isolado para avaliar a presença de edema → OMS preconiza: toda gestante deve ter seu estado nutricional avaliado durante a gestação, como rotina do pré-natal ↳ Estado Nutricional – permite subsidiar previsão de ganho de peso até o final da gestação → Acompanhamento pré-natal ↳ Periodicidade da consulta: ⦁ 1x mês = 1-34 semanas de gestação ⦁ 2x mês = 34-38 semanas de gestação ⦁ 1x/semana = 38 semanas – até o parto Avaliação do EN – Pré gestacional → PRÉ GESTACIONAL – deve acontecer no mínimo até 2 meses antes; usa tabela de IOM ⦁ Avaliação antropométrica ⦁ Cálculo da IG ⦁ Cálculo do IMC pré-gestacional ⦁ DUM (data da última menstruação) ⦁ DPP (data provável do parto) – regra de Naegele ⦁ IG (idade gestacional – duração da gestação a partir do primeiro dia da DUM até a data atual da consulta ⦁ Peso (kg) anterior à gravidez – informado pela própria gestante ⦁ Peso atual (g) ⦁ Altura atual (m) ⦁ CB, CMB, DCT, DCSUB → 1°: CALCULAR A DPP ↳ Para as gestantes que tiveram a DUM até janeiro, fevereiro e março acrescenta-se 7 dias e 9 meses ⦁ Se a soma do dia ultrapassar 30 ou 31 dependendo do mês, deve-se considerar o mês seguinte ⦁ Considera o mês de dezembro 31 dias ↳ 37 – 31 = 6 → 06/01/2011 → Para as gestantes que tiveram a DUM até abril e dezembro, acrescenta- se 7 dias, desconta 3 meses e acrescenta 1 ano ⦁ Se o dia ultrapassar 30 ou 31 dependendo do mês (ex: fevereiro), considera-se o mês seguinte ⦁ Considerando que o mês de fevereiro neste ano durou 28 dias ↳ 37 – 28 = 9 → 09/03/2011 → 2°: CALCULAR A IDADE GESTACIONAL (IG) EM SEMANAS ↳ A Idade Gestacional corresponde à duração da gestação, isto é, o tempo em semanas completas e dias completos ⦁ Precisa da DUM e da data da consulta – soma os dias da DUM até a DC ↳ Exemplo: Gestação em curso com ⦁ DUM = 15/06/2010 ⦁ DC = 18/10/2010 ↳ DUM = 15/06 – Junho tem 30 dias, portanto faltam 15 dias para terminar o mês ⦁ Junho = 15 dias ⦁ Julho = 31 dias ⦁ Agosto = 31 dias ⦁ Setembro = 30 dias ⦁ Outubro = já transcorreram 18 dias → DIAS = 15 + 31 + 31 + 30 + 18 = 125 dias → SEMANAS = 125 dias ÷ 7 dias = 17,8 ↳ 18 semanas e 1 dia → 2° trimestre → MÊSES = 18 ÷ 4 = 4,5 ↳ 4 meses e 2 semanas → IDADE GESTACIONAL EM MESES → 3°: CALCULAR O IMC PRÉ GESTACIONAL ↳ O ganho de peso deve ocorrer a partir do 2° e 3° trimestre, e não no 1° (não é relevante) → 4°: DETERMINAÇÃO DO GANHO DE PESO GESTACIONAL RECOMENDADO ATÉ A 40ª SEMANA GESTACIONAL → DISTRIBUIÇÃO DO GANHO DE PESO MATERNO → GESTAÇÃO GEMELAR – GANHO DE PESO ⦁ Ganho de peso 15,75 e 20,2kg ou 680g por semana – 2° e 3º trimestre (Luke & Leurgans, 1996; McGanity, 1999) ⦁ Luke e colaboradores (2003) definiram para cada estado nutricional e para cada semana gestacional a faixa de ganho de peso Avaliação do EN – Gestação → 1°: AVALIAR O EN DURANTE A GESTAÇÃO ⦁ Utilização de curvas que considerem a idade gestacional , o peso e a altura ⦁ Curvas que avaliem somente o estado nutricional anterior não são indicadas ⦁ Curva de Rosso e Normograma não são mais usadas ↳ Parâmetro recomendado – curva de IMC ou tabela – reproduzida pelo Ministério da Saúde e está sendo utilizada no material do SISVAN (curva de Atalah) → Avaliação do estado nutricional da gestante segundo o índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional (ATALAH, 1997) → Avaliação do estado nutricional da gestante segundo o índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional (ATALAH, 1997) - TABELA → 2°: AVALIAR O GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO ↳ 1° TRIMESTRE (fase da embriogênese) – ganho de peso da gestante não é muito relevante ↳ 2° e 3° TRIMESTRE – ganho de peso adequado vai depender de como a gestante iniciou a gestação → 3°: AVALIAR MEDIDAS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL ⦁ CB (cm) ⦁ CMB (cm) ⦁ CP (cm) ⦁ DCT (mm) ⦁ DCSUB (mm) → Medidas úteis – avaliar modificações que ocorrem durante o período gestacional → Indicação – parâmetros de comparação entre medidas identificadas anteriormente → Observação: ⦁ CB: aumenta do início até o final da gestação ⦁ DCT: pode estar diminuído ↳ Resultado pode ser comparado com os padrões de referência para mulheres (antes da gestação) ou pode- se fazer uma comparação entre os valores iniciais e finais (durante a gestação) → CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES ↳ Diagnóstico de baixo peso ou desnutrição tem que ser estabelecido com cautela: ⦁ Magreza de origem constitucional (quando a gestante sempre foi magra, genética) e sem riscos de desnutrição materna. – neste caso, trabalha como eutrófica e não como desnutrida ⦁ Abordagem bioquímica, dietética e clínica → diagnóstico nutricional → Caso seja confirmado, pelo contexto global (bioquímico, dietético e clínico) que a gestante não é desnutrida, a recomendação de ganho de peso será a mesma da gestante considerada eutrófica nos níveis de parâmetros antropométricos. → Gestante eutróficas porém limítrofes para sobrepeso e com história familiar que confirme o risco para o excesso de peso devem receber os cuidados necessários para se prevenir a mudança de estado nutricional durante a gestação. → INQUÉRITOS ALIMENTARES ↳ Identificar erros alimentares que possam prejudicar a saúde materna e do feto ⦁ Alimentação diária habitual (indicado na primeira consulta) ⦁ Inquérito de recordatório de 24hrs (nos retornos) ⦁ Inquérito de frequência alimentar (qualitativo) ⦁ Inquérito por registro alimentar (3 a 4 dias) → AVALIAÇÃO CLÍNICA ↳ Investigar sinais e sintomas digestivos: ⦁ Náuseas e vômitos ⦁ Azia (pirose) ⦁ Sialorréia (salivação excessiva) ⦁ Doresabdominais e cólicas ⦁ Flatulência e obstipação ⦁ Hemorróidas ⦁ Sangramento nas gengivas ↳ Investigar outros sinais mais comuns: ⦁ Tonturas ⦁ Fraqueza e desmaio ⦁ Queixas urinárias ⦁ Corrimento vaginal ⦁ Falta de ar e dificuldade para respirar ⦁ Dor nas mamas ⦁ Dor lombar e câimbras ⦁ Cefaléia ⦁ Varizes ou estrias → PARÂMETROS LABORATORIAIS ↳ Diferem dos de mulheres adultas ⦁ É obrigatório o acompanhamento médico durante esse período ⦁ Gestante de risco ou com fatores de risco para complicações clínicas é rotineiramente monitorada quanto aos seus parâmetros bioquímicos ⦁ Nutricionista deve analisar os resultados de exames para planejar a orientação dietética → AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA DA GESTANTE ↳ Hemograma completo ⦁ PROVA DE COOMBS: Avalia se a mãe, que tem Rh negativo, produz anticorpos contra o sangue do bebê. Caso confirmado e, dependendo da quantidade de sangue do feto destruído durante a gravidez, faz-se uma transfusão intra-útero ou logo que ele nasce. É indispensável sempre que a mulher tem Rh negativo e o futuro pai, positivo. ⦁ GLICEMIA DE JEJUM: Controla a presença de DMG – a doença pode provocar hipoglicemia no bebê (baixa perigosa das taxas de glicose) logo após o parto, ou promove MACROSSOMIA. Solicitado na primeira consulta, verificando fatores causais. Entre a 24ª e a 28ª semana, o obstetra costuma pedir um outro exame, o Teste de Tolerância à Glicose (TTG), para fazer duas dosagens: a primeira, em jejum e outra, uma hora depois de uma sobrecarga de açúcar ⦁ URINA – TIPO EAS: Detecta uma possível infecção urinária. Se não for tratada, pode desencadear anemia, ruptura prematura da bolsa amniótica e parto prematuro. Se faz praticamente durante toda a gravidez, em intervalos de um a dois meses. E sempre que houver queixas como ardor ao urinar acompanhado ou não de febre ⦁ URINA – CULTURA: Identifica a bactéria que causa a infecção. Pode-se, também, pesquisar a que tipo de antibiótico ela se mostra sensível. Se faz quando a grávida apresenta sintomas de infecção urinária ou se o exame de urina mostrou alteração. O resultado demora de 3 a 7 dias ⦁ PARASITOLÓGICO DE FEZES: Verifica se existem vermes roubando sangue e nutrientes da gestante, o que ocasiona anemia. Se faz logo na primeira consulta. Analisa em conjunto com o resultado de eosinófilos do hemograma. E avalia a necessidade de se repetir o exame ⦁ SOROLOGIA PARA TOXOPLASMOSE: Provocada pelo protozoário Toxoplasmagondii, sendo responsável por mal formações fetais. Transmissão: contato das fezes de animais como gatos, cachorros e pombos (portadores do parasita), além de carne de boi contaminada e mal cozida. Resultado negativo: acompanhar a grávida mais de perto. Resultado positivo: médico deve pedir um exame específico para definir se a toxoplasmose se encontra ou não em atividade. Tratamento deve ser precoce. Em casos de resultado negativo, repete-se a cada três meses. ⦁ SOROLOGIA PARA RUBÉOLA: A doença afeta gravemente o bebê, sobretudo nos primeiros meses. Até a 12ª semana da gestação, esta possibilidade ultrapassa 80%. Se o exame revelar uma titulagem superior a 1:16, significa imunidade da mãe, riscos estão afastados. Caso não sejam encontrados anticorpos contra a rubéola (ou um número muito baixo deles), o sinal é de alerta – como a mulher está suscetível a contrair a doença, precisa fazer uma vigilância especial. O ideal é prevenir antes de engravidar, quando ainda é possível tomar a vacina. Ou logo no começo da gestação, se não houve este cuidado prévio. Existindo qualquer suspeita de contaminação, o exame será repetido em 15 dias e comparado ao anterior. ⦁ SOROLOGIA PARA SÍFILIS: Trata-se de uma DST que gera mal formações. Um tratamento precoce, até o 4º, 5º mês, à base de penicilina, afasta o risco. Se faz no 1° trimestre. O futuro pai também faz o exame, para que não venha a contaminar a companheira ⦁ SOROLOGIA PARA HEPATITE B: Se ficar comprovado que a mãe tem o vírus, há possibilidade de a criança ser infectada no momento do parto. Como prevenção, faz-se uma vacina, no bebê, com os anticorpos para hepatite. Se faz antes da gravidez, como prevenção ou logo nos primeiros meses. O resultado sai em um dia. ⦁ ELISA – ANTI-HIV: O HIV é uma DST. Ou seja, a mulher portadora do vírus pode passá-lo ao filho durante a gravidez ou no parto. Se faz a partir de uma amostra do sangue materno. O resultado sai no dia seguinte. Em caso positivo, o MS recomenda que se repita o teste para uma pesquisa ainda mais detalhada, confirmando ou não o diagnóstico. Se faz no começo da gravidez. Muitos médicos ainda não o solicitam, mas deveriam. ⦁ AMNIOCENTESE: Detecta doenças cromossômicas. Se faz através de uma punção abdominal. Risco de interrupção da gravidez de até 1%. Se faz entre a 14ª e a 17ª semana. Gestantes que não se submeteram à biópsia do vilo-corial devem fazer. Também se houver histórico de doença familiar para ela ou o marido. ⦁ SECREÇÃO VAGINAL: Pesquisa a bactéria Streptococcus beta hemolítico, com alto poder de contaminação. Pode causar, inclusive, infecção generalizada no bebê, na hora do parto. Se faz através de amostra da secreção vaginal. Se faz entre a 35ª e a 37ª semana. Todas as gestantes devem fazer. Avaliação do EN – Gestante adolescente → > 2 anos da menarca: avaliá-la como adulta → < 2 anos de menarca: avaliação apontará baixo peso → Altura deve ser mensurada em todas as consultas – fase de crescimento (usar curva de crescimento – E/I) → Mais importante: acompanhamento do traçado da curva que deve ser ascendente (ganho de peso e estatura) → Sempre tratar como risco nutricional ⦁ Interrupção do crescimento linear das adolescentes durante a gestação ⦁ Interpretação da estatura deve ser feita cuidadosamente ⦁ Indicador a medida da altura do joelho para avaliação do crescimento de adolescentes (comparar nas consultas) ⦁ Paciente dobre o joelho e o tornozelo de uma perna a um ângulo de 90° graus. ⦁ Colocar a fita fixa do calibrador de joelho sob o calcanhar do pé alinhado com o osso do tornozelo. ⦁ Colocar a fita fixa do calibrador na superfície anterior da coxa, cerca de 3,0cm acima da patela. ⦁ Assegurar-se de que a haste do calibrador está alinhada e paralela com o osso longo da parte inferior da perna (tíbia) e sobre o osso do calcanhar (maléolo) lateral. ⦁ Aplicar pressão para comprimir o tecido. ⦁ Registrar a medição com aproximação de 0,1cm. → PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DA GESTANTE 1 - Dados pessoais: Nome, sexo, data de nascimento, data de atendimento, endereço e contatos, estado civil, naturalidade, ocupação , renda familiar mensal, nº paridade. 2 - Data da última menstruação 3 - Gestação Atual: Idade gestacional em semanas 4 - História do paciente: ⦁ Motivo da consulta ⦁ Antecedentes obstétricos ⦁ Sintomas ⦁ Cirurgias realizadas ⦁ Medicamentos/vitaminas ⦁ Hábito intestinal ⦁ Tabagismo ⦁ Bebida alcoólica ⦁ Prática de Atividade física ⦁ Antecedentes médicos e familiares ⦁ Aspectos psicológicos 5 - Anamnese Alimentar ⦁ Ingestão de água ⦁ Alergia alimentar ⦁ Intolerância ⦁ Preferências ⦁ Local das refeições 6 - Perda de peso e motivo 7 - Recordatório de 24 horas e Questionário de Frequência Alimentar 8 - Avaliação Antropométrica – Consulta e retornos 9 - Avaliação física e clínica 10 - Exames bioquímicos → Diagnóstico Nutricional e ficha de evolução do paciente (seguimento)
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