Buscar

Teorias do desenvolvimento

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Desenvolvimento psicossexual
Psicanálise
CONTRIBUIÇÕES DE FREUD - SEXUALIDADE E LIBIDO
A libido é uma energia e, como tal, necessita localizar-se em uma região do corpo, pela qual consegue obter satisfação. 
Fase oral 
Quando a sexualidade é vivenciada na relação que a criança estabelece, por intermédio da boca, com o mundo que a cerca.
Estrutura e Dinâmica da Personalidade
Todo desejo se liga a um objeto. 
Será o objeto de desejo. 
Porém nem todos os objetos estão disponíveis para a satisfação.
Nesses casos (que são maioria) o objeto deve ser substituído por outro. É o objeto substituto.
A relação entre objetos de desejo e objetos disponíveis é mediada pelo Princípio de Realidade.
1.ª TÓPICA DE FREUD
CONSCIENTE
Pequena parte da mente que inclui tudo o que estamos cientes num dado momento.
PRÉ-CONSCIENTE
É uma parte do inconsciente que pode se tornar consciente com facilidade.
Vasta área de lembranças que o consciente precisa para desempenhar suas funções.
INCONSCIENTE
Instintos ou pulsões.
Material excluído do consciente.
Origem de pensamentos e sentimentos.
Atemporal e Simbólico.
CONSCIENTE
PRÉ-CONSCIENTE
INCONSCIENTE
MEIO-AMBIENTE OU REALIDADE EXTERNA
objeto
objeto
pulsão de morte
pulsão de vida
libido
Inconsciente
O ponto nuclear dessa teoria é o postulado da existência do inconsciente como:
a) um receptáculo de lembranças traumáticas reprimidas; 
b) um reservatório de impulsos que constituem fonte de ansiedade, por serem socialmente ou eticamente inaceitáveis para o indivíduo. 
AS 4 MANIFESTAÇÕES INCONSCIENTES
SONHOS
Realização de desejos reprimidos ou atos socialmente reprováveis.
LAPSOS
De memória ou linguagem que têm representação inconsciente.
ATOS FALHOS
Ato em que o resultado explicitamente visado não é atingido. Fracassos que o indivíduo atribui ao acaso ou distração.
CHISTES
Piadas ou brincadeiras que tornam possível a satisfação de uma pulsão libidinal ou hostil.
RESISTÊNCIA E REPRESSÃO
O evento traumático pode ser tão intenso que torna-se insuportável vivenciar sua dor.
Então ele é levado ao inconsciente por uma força chamada RESISTÊNCIA. 
Para que fique lá, uma outra força entra em atividade, a REPRESSÃO.
CONSCIENTE
PRÉ-CONSCIENTE
INCONSCIENTE
RESISTÊNCIA
REPRESSÃO
2.ª TÓPICA DE FREUD
O APARELHO PSÍQUICO
ID
90% inconsciente.
Processos primários.
Princípio de prazer.
É simbólico e atemporal.
EGO (EU)
Consciente e inconsciente.
Princípio de realidade.
Processo secundário (linguagem).
Mecanismos de defesa (inconscientes).
SUPEREGO
Na sua maior parte consciente.
Responsável por normas e valores.
Estágio Oral: do nascimento ao 1º ano
O primeiro contato do bebê com o mundo é através da boca e aí ele tem grande sensibilidade.
11
Estágio Anal: de 1 a 3 anos
Processo de maturação da parte inferior do tronco 
O bebê torna-se cada vez mais sensível na região anal 
Começa a conseguir prazer nos movimentos dos intestinos.
Estágio Fálico: 3 a 5 anos
3 ou 4 anos de idade 
A criança começa a ter sensações de prazer com a estimulação da área genital
Começam a se masturbar nesta idade. 
De acordo com Freud, o evento mais importante durante o estágio é o denominado conflito edipiano.
Modalidade desta fase: Fantasia fálica. 
A menina não tem pênis porque perdeu e o menino pode vir a perder. 
No menino esta ameaça de perda de seu objeto fálico origina um temor: o temor de castração. 
OBS: o que faz o menino sair do complexo de Édipo é o temor da castração; o que faz a menina entrar é complexo de castração. 
 
Estágio da Latência: 6 a 12 anos
Período de descanso antes da ocorrência de uma nova etapa de desenvolvimento sexual. 
A criança tinha, presumivelmente, atingido uma resolução preliminar da crise edipiana e depois havia um tipo de calmaria após a tempestade.
Estágio Genital: 12 a 18 anos
Redesperta a energia sexual, e durante esse período surge uma forma mais madura de ligação sexual. 
Os objetos sexuais do individuo são as outras pessoas.
Freud coloca certa ênfase no fato de que nem todos atravessam esse período até atingir um ponto de amor maduro.
Mecanismos de Defesa
Recalque:
Repressão:
São ideias, sentimentos e desejos que se encontram no inconsciente de uma pessoa, mas não se percebe sua interferência em sua vida psíquica, causando-lhe transtorno do comportamento.
é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e frustrações demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou lembrados, reprimindo-os e recalcando-os para o inconsciente; o que é desagradável é, assim, esquecido. 
Mecanismos de Defesa
Formação reativa:
Projeção:
consiste em ostentar um procedimento e externar sentimentos opostos aos impulsos verdadeiros, indesejados. 
consiste em atribuir a outros as idéias e tendências que o sujeito não pode admitir como suas. 
Mecanismos de Defesa
Regressão:
Fixação:
consiste em a pessoa retornar a comportamentos imaturos, característicos de fase de desenvolvimento que a pessoa já passou.
é um congelamento no desenvolvimento, que é impedido de continuar. Uma parte da libido permanece ligada a um determinado estágio do desenvolvimento e não permite que a criança passe completamente para o próximo estádio. 
Mecanismos de Defesa
Deslocamento:
Identificação:
é o processo pelo qual agressões ou outros impulsos indesejáveis, não podendo ser direcionados à(s) pessoa(s) a que se referem, são direcionadas a terceiros. 
é o processo pelo qual um indivíduo assimila um aspecto, uma característica de outro. Uma forma especial de identificação é a identificação com o agressor. 
Mecanismos de Defesa
Sublimação:
Os mecanismos de defesa são essenciais para o bom funcionamento da vida psíquica. 
é a satisfação de um impulso inaceitável através de um comportamento socialmente aceito. 
Eles iniciam sua trajetória na infância, diante dos dilemas da sexualidade infantil.
Desenvolvimento Psicossocial 
Erik Erikson
Erik Erikson
Psicologia do Ego
Estuda os problemas da identidade e das crises do ego, tendo como base o contexto sociocultural
A psicanálise deslocava o foco do ID para o EGO (século XX) – berço da Psicologia do EGO
Ser que vive em grupo e é influenciado constantemente pelo meio social em que vive
Trabalha o ciclo vital total 
Ideia central
Sua ideia central é que a primeira fase influenciará em todas as demais
Desviou o foco da sexualidade para o social
Propôs 8 estágios de busca de domínio do EGO
O que é construído na infância pode ser modificado nos demais estágios
A cada estágio o indivíduo cresce a partir das:
Exigências internas do seu ego;
Exigências do meio em que vive.
Características Centrais da Teoria
Em cada estágio o ego passa por uma crise;
Esta crise pode levar a um desfecho:
Positivo (ritualização)
Negativo (ritualismo)
Da solução positiva surge um ego mais rico e forte
Da solução negativa surge um ego mais fragilizado
A cada crise a personalidade vai se reestruturando de acordo com as experiências vividas,
 enquanto o ego vai se adaptando a seus sucessos e fracassos
Oito Estágios Psicossociais
	Estágio	Crise Psicossocial	Raio de Relações	Força básica	Patologia central
	Período de bebê
	Confiança básica X desconfiança básica	Figura materna	Esperança	Retraimento
	Infância Inicial	Autonomia X vergonha e dúvida	Pessoas parentais	Vontade	Compulsão
	Idade do brincar	Iniciativa X Culpa	Família maior	Propósito	Inibição
	Idade Escolar	Diligência X Inferioridade	Vizinhança e escola	Competência	Inércia
	Adolescência 	Identidade X Confusão de identidade	Grupos de iguais e outros grupos	Fidelidade	Repúdio
	Idade Adulta Jovem	Intimidade X Isolamento	Parceiros de amizade, sexo, competição	Amor	Exclusividade
	Idade Adulta	Generatividade X Estagnação	Colegas de trabalho, amigos e família	Cuidado	Rejeição
	Velhice	Integridade
X Desespero	Gênero humano	Sabedoria	Desdém
Crise Psicossocial
Confiança básica X desconfiança básica
Corresponde a fase oral de Freud
Mãe/cuidador prover os cuidados para a sobrevivência do bebê
Pode a mãe lhe dar ou não garantias de que ele não está abandonado a própria sorte 
A mãe é a primeira relação social para o bebê
Quando o bebê se dá conta que a mãe não está ou está demorando a voltar cria-se a ESPERANÇA (força básica) de sua volta. 
Quando a mãe volta ele compreende que é possível ter esperança e torna-se CONFIANTE
Confiança básica X desconfiança básica
Com a confiança a criança tem a sensação de que o mundo é bom, que é possível confiar nas pessoas.
Do contrário surge a desconfiança, o sentimento de que o mundo não corresponde, não é confiável, pois não foi possível confiar na mãe. 
Com o desfecho positivo desta 1ª fase: 
A criança passa a confiar em si, na mãe e consequentemente no mundo.
Aqui a criança pode ser tornar agressiva e desconfiada.
Autonomia X vergonha e dúvida 
Corresponde a fase anal de Freud
Surgem as experiências exploratórias e a conquista da autonomia
Criança passa a entender que apesar de querer autonomia precisa das regras sociais
Controle = aprendizagem
Aprendendo as regras surge a capacidade de julgamento da criança sobre o certo/errado
Autonomia X vergonha e dúvida
O que pode criar vergonha
Ao expor a criança a vergonha o adulto pode gerar na criança o sentimento de vergonha e dúvida em relação as suas capacidades.
Vergonha = raiva dirigida a si mesma.
Se o desfecho é adequado surge boa vontade e orgulho.
quando os cuidadores usam a autoridade para deixar a criança envergonhada diante do controle esfincteriano. 
Força Básica
Autonomia X vergonha e dúvida 
Vontade:
Se surge vergonha e dúvida: a criança começa a temer a punição e achar que a merece
Manifesta-se na livre escolha da criança como na manipulação de objetos, verbalização, locomoção, tudo que possibilite a atividade exploratória mais autônoma.
Iniciativa X Culpa
Corresponde a fase fálica de Freud
Aqui se tudo correu bem:
A criança já conseguiu a confiança através da relação com a mãe
A autonomia com a expansão motora e o controle
Agora a confiança e a autonomia precisa ser somada a iniciativa pela expnsão intelectual
Iniciativa X Culpa
Com a alfabetização surge o crescimento intelectual necessário para que a criança tenha planejamento e realização.
Com estes 2 itens acima a criança passa a ter um propósito
Geralmente as metas que se estabelecem dentro de um modelo freudiano são impossíveis “Complexo de Édipo”
Na vida adulta
Não resolver a conflitiva edípica pode levar:
Patologias sexuais (impotência, repressão)
Doenças psicossomática
Sensação de culpa e fracasso
Resolução positiva da fase
Propósito e a iniciativa são destinados a formação da responsabilidade
Responsabilidade ligada a ansiedade de aprender
Diligência (busca/pesquisa) X Inferioridade
Corresponde a fase da latência freudiana
Adormecimento sexual (libido canalizada para aprendizagem)
Tarefa: controle da atividade física e intelectual – principal contato social: escola
A criança sentirá que adquiriu competência quando consegue concluir uma tarefa
O prazer de realizar e se sentir competente dá forças ao EGO
A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO DE JEAN PIAGET
Este autor divide os períodos do desenvolvimento humano de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento, o que por sua vez, interfere no desenvolvimento global.
1º período: sensório-motor (0 a 2 anos)
2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos)
3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante)
Piaget
 Segundo Piaget, cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo consegue fazer nessas faixas etárias. 
Todos os indivíduos passam por todas essas fases ou períodos, nessa sequência, porém o início e o término de cada uma delas dependem das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais, sociais. 
Portanto, a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida.
 
PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR
O recém-nascido e o lactente - 0 a 2 anos
Neste período, a criança conquista, através da percepção e dos movimentos, todo o universo que a cerca.
No recém-nascido, a vida mental reduz-se ao exercício dos aparelhos reflexos, de fundo hereditário, como a sucção. Esses reflexos melhoram com o treino. Por exemplo, o bebê mama melhor no 10º dia de vida do que no 2º dia. Por volta dos cindo meses, a criança consegue coordenar os movimentos das mãos e olhos e pegar objetos, aumentando sua capacidade de adquirir hábitos novos.
 No final do período, a criança é capaz de usar um instrumento como meio para atingir um objeto. 
Por exemplo, descobre que, se puxar a toalha, a lata de bolacha ficará mais perto dela. 
Neste caso, ela utiliza a inteligência prática ou sensório-motora, que envolve as percepções e os movimentos.
Neste período, fica evidente que o desenvolvimento físico acelerado é o suporte para o aparecimento de novas habilidades.
Isto é, o desenvolvimento ósseo, muscular e neurológico permite a emergência de novos comportamentos, como sentar-se, andar, o que propiciará um domínio maior do ambiente.
Ao longo deste período, irá ocorrer na criança uma diferençiação progressiva entre o seu eu e o mundo exterior. 
Isso permite que a criança, por volta de 1 ano, admita que um objeto continue a existir mesmo quando ela não o percebe, isto é, o objeto não está presente no seu campo visual, mas ela continua a procurar ou a pedir o brinquedo que perdeu, porque sabe que ele continua a existir.
PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO
(A 1ª infância – 2 a anos)
Neste período, o que de mais importante acontece é o aparecimento da linguagem, que irá acarretar modificações nos aspectos intelectual, afetivo e social da criança.
A interação e a comunicação entre os indivíduos são, sem dúvida, as conseqüências mais evidentes da linguagem. 
Com a palavra, há possibilidade de exteriorização da vida interior e, portanto, a possibilidade de corrigir ações futuras. A criança já antecipa o que vai fazer.
Como decorrência do aparecimento da linguagem, o desenvolvimento do pensamento se acelera. 
É um pensamento mais adaptado ao outro e ao real.
É importante ter claro que grande parte do seu repertório verbal é usada de forma imitativa, sem que ela domine o significado das palavras; 
Por ainda estar centrada em si mesma, ocorre uma primazia do próprio ponto de vista, o que torna impossível o trabalho em grupo. 
Esta dificuldade mantém-se ao longo do período, na medida em que a criança não consegue colocar-se do ponto de vista do outro.
PERÍODO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS
a infância propriamente dita – 7 a 11 ou 12 anos
O desenvolvimento mental, caracterizado no período anterior pelo egocentrismo intelectual e social, é superado neste período pelo início da construção lógica, isto é, a capacidade da criança de estabelecer relações que permitam a coordenação de pontos de vista diferentes. 
Estes pontos de vista podem referir-se a pessoas diferentes ou à própria criança, que “vê” um objeto ou situação com aspectos diferentes e, mesmo, conflitantes. Ela consegue coordenar estes pontos de vista e integrá-los de modo lógico e coerente.
O que possibilitará isto, no plano intelectual, é o surgimento de uma nova capacidade mental da criança: as operações, isto é, ela consegue realizar uma ação física ou mental dirigida para um fim (objetivo) e revertê-la para o seu início. 
Em nível de pensamento, a criança consegue:
estabelecer corretamente as relações de causa e efeito e de meio e fim;
sequenciar ideias ou eventos;
trabalhar com ideias sob dois pontos de vista, simultaneamente;
formar o conceito de número (no início do período, sua noção de número está vinculada
a uma correspondência com o objeto concreto).
A noção de conservação da substância do objeto (comprimento e quantidade) surge no início do período; por volta dos 9 anos, surge a noção de conservação de peso; e, ao final do período, a noção de conservação do volume.
Nesse sentido, o sentimento de pertencer ao grupo de colegas torna-se cada vez mais forte. As crianças escolhem seus amigos, indistintamente, entre meninos e meninas, sendo que, no final do período, a grupalização com o sexo oposto diminui.
Este fortalecimento do grupo traz a seguinte implicação: a criança, que no início do período ainda considerava bastante as opiniões e idéias dos adultos, no final passa a “enfrentá-los”.
PERÍODO DAS OPERAÇÕES FORMAIS
(a adolescência – 11 ou 12 anos em diante)
Neste período, ocorre a passagem do pensamento concreto para o pensamento formal, abstrato, isto é, o adolescente realiza as operações no plano das ideias, sem necessitar de manipulação ou referências concretas, como no período anterior. 
O livre exercício da reflexão permite ao adolescente, inicialmente, “submeter” o mundo real aos sistemas e teorias que o seu pensamento é capaz de criar. 
Isto vai-se atenuando de forma crescente, através da reconciliação do pensamento com a realidade, até ficar claro que a função da reflexão não é contradizer, mas se adiantar e interpretar a experiência.
Do ponto de vista de suas relações sociais, também ocorre o processo de caracterizar-se, inicialmente, por uma fase de interiorização, em que, aparentemente, é anti-social.
No aspecto afetivo o adolescente vive conflitos. 
Deseja libertar-se do adulto, mas ainda depende dele. 
Deseja ser aceito pelos amigos e pelos adultos.
O grupo de amigos é um importante referencial para o jovem, determinando o vocabulário, as vestimentas e outros aspectos de seu comportamento.
Começa a estabelecer sua moral individual, que é referenciada à moral do grupo.
Os interesses do adolescente são diversos e mutáveis, sendo que a estabilidade chega com a proximidade da idade adulta.
Desenvolvimento Motor e Psicomotricidade
Henri Wallon
53
Henri Wallon
Nasceu em 15 de junho de 1879.
Morreu no dia 1.º de dezembro de 1962 
54
Introdução à obra de Wallon
A atividade da criança começa por ser elementar e é essencialmente caracterizada por um conjunto de gestos com significados filogenéticos de sobrevivência.
Entre o indivíduo e o meio há uma unidade indivisível.
A sociedade é para o homem uma “necessidade orgânica” que determina o seu desenvolvimento e por tanto a sua inteligência.
Antes da aquisição da linguagem, a motricidade, é pois, a característica existencial e essencial da criança
55
A função da motricidade
A motricidade ocupa lugar especial na teoria de Wallon.
É a resposta preferencial e prioritária às suas necessidades básicas e aos seus estados e básicos e aos seus estados emocionais e relacionais.
A motricidade na criança é, por isso, já nesta fase tão precoce, a expressão do seu psiquismo prospectivo.
A motricidade é simultaneamente e seqüencialmente, a primeira estrutura de relação e corelação com o meio, com os outros prioritariamente, e com os objetos posteriormente.
56
A função da motricidade – continuação.
É a primeira forma de expressão emocional do comportamento
Pela motricidade, a criança exprime as suas necessidades neurovegetativas de bem estar ou mal estar, que contem em si uma dimensão afetiva e interativa que se traduz em uma comunicação somática não-verbal.
A motricidade contem uma dimensão psíquica, e é um deslocamento no espaço de uma totalidade motora, afetiva e cognitiva.
57
Deslocamentos passivos ou exógenos
Absoluta dependência social.
Dependência de fatores externos.
Simbiose fisiológica é compensada por uma simbiose afetiva segura. 
A evolução motora é importante para conquista tanto do mundo externo quanto do mundo interior.
58
Deslocamentos ativos ou autógenos
São as reações próprias do corpo ao mundo exterior. 
Integração e produção de posturas e movimentos do corpo no espaço, incluindo a interação com o mundo dos outros e dos objetos.
Motricidade é incoerente e pouco integrada emerge para uma motricidade mais coerente, produzindo sistemas mais fluentes e adaptados.
59
Deslocamentos práxicos
Concretizam as aquisições dos primeiros hábitos sociais e que permitem as funções construtivas e criadoras e das aprendizagens psicomotoras.
A integração sensorial agora se projeta na exploração e no conhecimento do mundo exterior e não no mundo interior do eu corporal. 
O movimento de relação e de interação afetiva com o mundo exterior, que projeta a criança no contexto social.
60
Desenvolvimento Psicomotor
Wallon - 1962
61
62
Evolução da Psicomotricidade
Wallon propõe uma série de estágios do desenvolvimento cognitivo. Porém ele não acredita que os estágios de desenvolvimento formem uma sequência linear e fixa, ou que um estágio suprima o outro. Para Wallon, o estágio posterior amplia e reforma os anteriores..
63
Estágio impulsivo-emocional 
(Recém nascido)
É um estágio predominantemente afetivo, onde as emoções são o principal instrumento de interação com o meio. A relação com o ambiente desenvolve, na criança, sentimentos intraceptivos e fatores afetivos.
64
Estágio tônico-emocional
(6 meses aos 12 meses)
O movimento, como campo funcional, ainda não está desenvolvido, a criança não possui perícia motora. 
Os movimentos infantis são um tanto quanto desorientados, mas a contínua resposta do ambiente ao movimento infantil permite que a criança passe da desordem gestual às emoções diferenciadas.
65
Estágio sensório-motor
(12 meses aos 24 meses)
Dos três meses de idade até aproximadamente o terceiro ano de vida. 
É uma fase onde a inteligência predomina e o mundo externo prevalece nos fenômenos cognitivos. 
A inteligência, nesse período, é tradicionalmente particionada entre inteligência prática, obtida pela interação de objetos com o próprio corpo, e inteligência discursiva, adquirida pela imitação e apropriação da linguagem. 
66
Estágio Projetivo
(2 aos 3 anos)
Os pensamentos, muito comumente se projetam em atos motores.
Surge quando o movimento deixa de se relacionar exclusivamente com a percepção e manipulação de objetos. 
A expressão gestual e oral é caracterizada pelo pensamento como representação das imagens mentais por meio de ações, cedendo lugar à representação, que independe do movimento. 
A atividade projetiva produz representação e se opõe a ela, permitindo que a criança avance em relação ao pensamento presente e imediato. 
Wallon dá grande importância ao simulacro e á imitação que considera imprescindíveis para novas aprendizagens.
A partir deste estágio a criança é capaz de dar significado ao símbolo e ao signo.
67
Estágio do personalismo
(3 aos 4 anos)
Ao estágio sensório-motor e projetivo sucede um momento com predominância afetiva sobre o indivíduo: o estágio do personalismo. 
Este estágio, que se estende aproximadamente dos três aos seis anos de idade, é um período crucial para a formação da personalidade do indivíduo e da auto-consciência. 
Uma consequência do caráter auto-afirmativo deste estágio é a crise negativista: a criança opõe-se sistematicamente ao adulto. Por outro lado, também se verifica uma fase de imitação motora e social.
68
Estágio categorial
(6 aos 11 anos)
O estágio do personalismo é sucedido por um período de acentuada predominância da inteligência sobre as emoções. 
Neste estágio, a criança começa a desenvolver as capacidades de memória e atenção voluntárias. 
Este estágio geralmente manifesta-se entre os seis e os onze anos de idade.
Se formam as categorias mentais: conceitos abstratos que abarcam vários conceitos concretos sem se prender a nenhum deles. 
No estágio categorial, o poder de abstração da criança é consideravelmente amplificado. 
Provavelmente por isto mesmo, é nesse estágio que o raciocínio simbólico se
consolida como ferramenta cognitiva.
69
Estágio da adolescência
(a partir dos 11 anos) 
A criança começa a passar pelas transformações físicas e psicológicas da adolescência. 
É um estágio caracterizadamente afetivo, onde passa por uma série de conflitos internos e externos. 
Os grandes marcos desse estágio são a busca de autoafirmação e o desenvolvimento da sexualidade.
Os estágios de desenvolvimento não se encerram com a adolescência, o processo de aprendizagem sempre implica na passagem por um novo estágio. 
O indivíduo, ante algo em relação ao qual tem imperícia, sofre manifestações afetivas que levarão a um processo de adaptação. 
O resultado será a aquisição de perícia pelo indivíduo. 
O processo dialético de desenvolvimento jamais se encerra.
70
71
72
Princípios básicos de Wallon
O organismo como condição primeira do pensamento, afinal toda função psíquica supõe um equipamento orgânico
O homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito, portanto, a uma dupla história, suas disposições internas e situações externas
Estudo integrado do desenvolvimento: afetividade, motricidade e inteligência – um ser geneticamente social
A psicogênese da pessoa completa
Princípios básicos de Wallon
A patologia – torna o sujeito mais lento ou fixando-o em determinado nível, torna mais evidente processos menos percebidos em indivíduos normais pelo excesso de ritmo
Estudou síndromes psicomotoras – evidenciou assim as relações entre movimento e psiquismo, bem como o papel fundamental do social
	Na dependência do outro, dirige suas ações para as pessoas as quais depende, criando um vínculo que age sobre suas próprias ações (imagine na criança ‘sem patologias’)
Procedimento metodológico eleito
Observação
Permite o acesso à atividade da criança em seus contextos, condição para que se compreenda o real significado de cada uma de suas manifestações: só podemos entender as atitudes das crianças se entendermos a trama do ambiente no qual está inserida
Sem a prévia censura da lógica adulta
 
Cada idade estabelece um tipo particular de interação entre sujeito e meio ambiente
Aspectos físicos do espaço, pessoas próximas, linguagem e conhecimentos prévios – contexto de desenvolvimento
Características do sujeito (criança)
Conforme competências próprias e necessidades
Aplica suas condutas
O meio transforma junto com a criança
O desenvolvimento tem dinâmica e ritmo próprios
(princípios funcionais)
Princípios funcionais
Fatores orgânicos
- Responsáveis pelas sequências fixas do desenvolvimento (influenciados pelo social)
Ritmo do desenvolvimento
O desenvolvimento é pontuado por conflitos
Origem exógena – desencontros entre as ações das crianças e o ambiente exterior estruturado pelos adultos e pela cultura (contradições)
Origem endógena – efeitos da maturação nervosa
 
Psicogenética walloniana
Estágio Impulsivo-emocional (primeiro ano)
Afetividade orienta primeiras reações (inaptidões)
Estágio sensório-motor e projetivo (até os 3 anos)
Exploração do mundo físico (marcha e preensão)
Desenvolvimento da função simbólica e linguagem
O pensamento precisa dos gestos para se expressar
Inteligência prática e simbólica (relações cognitivas)
Psicogenética walloniana
Estágio do personalismo (3 – 6 anos)
Formação da personalidade
Consciência de si nas interações sociais
Orienta o interesse pelas pessoas (relações afetivas)
Estágio categorial
Consolidação da função simbólica e da personalidade (iniciada na fase anterior)
Interesse da criança pelo conhecimento e conquista do mundo exterior, imprimindo importância à cognição nas relações com o meio
Estágio da adolescência
Rompe a “tranquilidade” afetiva do estágio anterior com a chegada da puberdade
A personalidade sofre uma nova definição em função das modificações corporais influenciadas pelas ações hormonais
Surgem questionamentos a respeito de aspectos pessoais, morais e existenciais com predominância da afetividade, que retorna.
Dimensões do Movimento: o ato motor
Estabilidade postural e equilíbrio
Na imobilidade, situação em que inexiste atividade cinética, a atividade postural é intensa. Dela depende a sustentação do corpo numa dada posição. Garante estabilidade das relações entre as forças corporais e as forças do mundo exterior, entre os movimentos e os objetos
Origens motoras da atividade cognitiva
A função postural está ligada também a atividade intelectual
As variações tônicas refletem o curso do pensamento
Ex: ao pensarmos mudamos nossas expressões e postura
Dimensões do Movimento: o ato motor
Ação sobre o mundo físico
Os progressos da atividade cognitiva fazem com que o movimento se integre à inteligência
A criança torna-se capaz de prever mentalmente a sequência e as etapas de atos motores cada vez mais complexos
O desenvolvimento da dimensão cognitiva do movimento torna a criança mais autônoma para agir sobre a realidade externa
Controle do movimento (6 ou 7 anos)
As disciplinas mentais = controle voluntário sobre o ato motor
Capacidade ligada ao amadurecimento dos centros de inibição e discriminação situados no córtex cerebral
Pensamento, linguagem e conhecimento
A linguagem é o instrumento e o suporte indispensável aos progressos do pensamento
A linguagem exprime o pensamento, ao mesmo tempo que é estruturadora do mesmo
A linguagem, ao substituir o objeto, oferece à representação mental o meio de evocar objetos ausentes e de confrontá-los entre si. Os objetos e situações concretos passam a ter equivalentes em imagens e símbolos, podendo, assim, ser operados no plano mental de forma cada vez mais desvinculada da experiência pessoal e imediata
A concepção do desenvolvimento de Lev S. Vygotsky
83
Lev Semenovich Vygotsky 
(1896-1934): 
Nasceu em Orsha. Viveu na Rússia. Morreu de tuberculose aos 37 anos. Casou-se e teve duas filhas.
Família propiciou uma ambiente favorável aos estudos. 
Desde cedo mostrou ser um estudante dedicado e ávido por informações (Literatura, Artes). Domínio de várias línguas. 
Piaget x Vygotsky
Diferentemente de Piaget, que supõe a equilibração como um princípio básico para explicar o desenvolvimento cognitivo, Vygotsky parte da premissa de que esse desenvolvimento deve ser entendido com referência ao contexto social e cultural (microescala) no qual ocorre.
A teoria de Lev S. Vygotsky
O desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico.
Ênfase no papel da linguagem e da aprendizagem.
Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
86
87
Desenvolvimento da criança
A preocupação principal de Vygotsky não era a de elaborar uma teoria do desenvolvimento infantil. 
As ideias básicas na teoria psicológica de Vygotsky é o caráter histórico e social dos processos psicológicos superiores (específico dos seres humanos).
As funções psicológicas superiores do homem, como percepção, memória, pensamento, atenção, desenvolvem-se na sua relação com o meio sociocultural, sendo essa relação mediada por signos.
88
O desenvolvimento cognitivo se dá pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultural.
Por meio da interação social, o sujeito entrará em contato com elementos mediadores e também fará uso deles, surgindo assim os processos mentais.
89
Para Vygotsky os signos (significante + significado, por ex.: mesa, mapa, livro) e sistemas de signos (a linguagem, a escrita, o sistema de núme­ros) não têm um caráter individual, mas são compartilhados por uma sociedade.
Sua origem é social e foram elaborados ao longo da história social e cultural desta sociedade.
INTRUMENTOS E SIGNOS
Signo é algo que significa alguma coisa. Os significados de palavras e gestos são construídos socialmente.
Exemplos: “mesa” = o que há de regularidade em uma variedade infinita de um tipo de objeto
“pesquisa”
= em português se aplica a atividade científica, em espanhol se aplica a investigação policial.
INTRUMENTOS E SIGNOS
Há três tipos de signos:
indicadores – são aqueles que têm uma relação de causa e efeito com aquilo que significam (ex. fumaça indica fogo)
icônicos – são imagens ou desenhos daquilo que significam
simbólicos – têm uma relação abstrata com o que significam – p. ex. signos matemáticos
92
 Internalização 
Mecanismo que intervém no desenvolvimento das funções psicológicas complexas. 
Esta é reconstrução interna de uma operação externa e tem como base a linguagem. 
O plano interno, para Vigotsky, não preexiste, mas é constituído pelo processo de internalização, fundado nas ações, nas interações sociais e na linguagem.
Mediação
É o processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação: a relação deixa de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento. 
93
Linguagem
No processo de apropriação cultural, o papel mediador da linguagem é fundamental. 
A linguagem tem papel importante na formação do pensamento - compreendida na relação de síntese entre organismo e ambiente.
Temos que a formação do pensamento e o desenvolvimento intelectual se dão de fora para dentro, num processo de internalização, não ocorrendo de forma passiva a recepção do conhecimento pelo sujeito.
94
Aprendizagem
A mediação dos signos e dos instrumentos é o que na teoria de Vygotsky propiciará a aprendizagem.
A aprendizagem é produto da ação dos adultos que fazem a mediação no processo de aprendizagem das crianças.
Zona de desenvolvimento 
proximal (ZDP)
(...) a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.
 (VYGOTSKY, 1984, p. 97). 
96
APRENDIZAGEM
“Parceiro mais capaz”
A aprendizagem de signos ocorre com a participação em situações de interação social com pessoas mais competentes no uso desses sistemas de símbolos.
Desta forma, o desenvolvimento passa por uma fase externa. 
Lei da Dupla Formação de Vygotsky
No desenvolvimento toda função aparece duas vezes – primeiro em nível social, e, depois, em nível individual.
Primeiro entre pessoas (interpessoal) e depois no interior do próprio interior da pessoa (intrapessoal).
Desta forma, Vygostky enfoca a interação social; enquanto que Piaget enfoca o indivíduo como unidade de análise. 
APRENDIZAGEM
Diferentemente de Piaget, para Vygotsky não é preciso esperar determinadas estruturas mentais se formarem para que a aprendizagem de um conceito seja possível.
É o ensino que desencadeia a formação de estruturas mentais necessárias à aprendizagem. 
É preciso, no entanto, não ultrapassar a capacidade cognitiva do aprendiz quando se busca criar novas estruturas mentais. Ou seja, respeitar a ZDP.
ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL
O Modelo Bioecológico
O Modelo Bioecológico
Origem:
Urie Bronfenbrenner – influência do pai e do ambiente da infância;
Influência: Dilthey, George Mead e Kurt Lewin;
Principais Construtos
Desenvolvimento
Processo
Pessoa
Contexto
Tempo
Principais Construtos
Processo: 
Construto fundamental ;
Destaque: processos proximais;
Para que o desenvolvimento ocorra é necessário que a pessoa esteja engajada em uma atividade;
Para ser efetiva, a interação deve acontecer em uma base relativamente regular, através de períodos prolongados de tempo;
Principais Construtos
Pessoa:
Características biopsicológicas;
Características que foram construídas na interação com o ambiente;
Estabilidade e mudança das características durante o ciclo vital.
Pessoa
Pessoa
Curiosidade
Deficiências físicas
Aparência física
Idade
Apatia
Gênero
Etnia
Principais Construtos
Contexto:
Macrossistema
Exossistema
Mesossistema
Microssistema
Contexto
O microssistema é definido como um contexto social e relacional experienciados (a maneira como a pessoa percebe e significa o que vem do ambiente) face-a-face pelo sujeito em desenvolvimento, e é onde operam os processos proximais;
o mesosistema é caracterizado pelo “conjunto de microssistemas que uma pessoa freqüenta e nas inter-relações estabelecidas por elas (BRONFENBRENNER, 1995); 
o exosistema envolve ambientes que a pessoa não frequenta diretamente, mas que desempenham uma influencia indireta sobre seu desenvolvimento, conceituado por Bronfenbrenner (1994); 
o macrossistema é o maior de todos, composto pelo conjunto de ideologias, valores e crenças, formas de governo, culturas e subculturas presentes no cotidiano das pessoas capazes de influenciar no seu desenvolvimento humano, conforme Bronfenbrenner (1989).
Principais Construtos
Tempo:
Transições:
Normativas;
Não-normativas.
Microtempo
Mesotempo
Macrotempo
Referências
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos; DAVIS, Claudia. Psicologia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 10 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
110

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais