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Medicina Legal - Traumatologia Forense Parte 2

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Thaynara Cabreira - 003 
Traumatologia forense 
 
 
Artigo 129 
Apenas relembrando o que já foi tratado anteriormente, ao 
falar de traumatologia e lesão corporal, o artigo 129 define 
os quesitos a serem respondidos no laudo. Ele apresenta um 
texto introdutório que define lesão corporal e basicamente 
dois parágrafos que tipificam os tipos de, sendo o primeiro 
responsável pela caracterização de lesão grave e o segundo 
pela caracterização de lesão gravíssima. 
É importante ter em mente que conforme o texto, a lesão 
corporal pode ser encontrada dentre 4 tipos, sendo as 
opções: 
❖ Não há lesão 
❖ Lesão leve (há lesão, contudo não se encaixa nos 
quesitos de grave nem de gravíssima) 
❖ Grave (apresenta ao menos uma característica do 
primeiro parágrafo e nenhuma do segundo) 
❖ Gravíssima (apresenta ao menos uma 
característica do segundo parágrafo) 
Lesão Corporal 
Art. 129: Ofender a integridade 
corporal ou a saúde de outrem. 
Pena: detenção de três meses a um 
ano 
Lesão corporal de natureza grave: 
§ 1º se resulta: 
I – incapacidade para as ocupações 
habituais por mais de 30 dias 
II – perigo de vida 
III – debilidade permanente de 
membro, sentido ou função 
Pena: reclusão, de um a cinco anos. 
Lesão corporal gravíssima: 
§ 2º se resulta: 
I – incapacidade permanente para o 
trabalho 
II – enfermidade incurável 
III – perda ou inutilização do 
membro, sentido ou função 
IV – deformidade permanente 
V- aborto 
 
Ação contundente 
Nesse caso, a ação contundente ocasiona ferinas por 
causar uma solução de continuidade da pele. 
Obs.: A ruptura da pele surge pelo rompimento das fibras 
elásticas cutâneas que por corte, compressão, perfuração, 
explosão 
Ao falar de ação contundente, sabe-se que é utilizado 
instrumento com massa e que mesma, tal qual a gravidade e 
a velocidade, importam no mecanismo de lesão. A ruptura da 
pele, nesse caso, ocorre pelo rompimento de fibras por 
compressão, esmagamento (ferida surge pela pressão do 
peso no tecido – fibra não suporta e se rompe) 
Parte 2 
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Thaynara Cabreira - 003 
Trata-se, então, de lesão aberta gerada porque a ação 
contundente foi capaz de vencer a resistência e elasticidade 
dos planos moles (por pressão, compressão, 
percussão, arrastamento, explosão ou 
tração) 
 
 
Nota-se pelo esquema acima que ao bater com a massa na 
pele houve a formação de ferida. É interessante dizer que 
pode ter junto à solução de continuidade, uma escoriação 
(arrancar a epiderme) associada → ou seja, uma ação 
contundente pode ter mais de um dos seus resultados de 
forma combinada. A ferida, neste caso, surge por 
compressão de uma superfície romba. Nesse trauma, pode 
ter ruptura de vaso, contudo, ao mesmo tempo em que este é 
rompido, ele também é esmagado → “fecha”. Isso resulta em 
uma ferida com bordos irregulares, porém com pouco 
sangramento e pode ter profundidade em vários níveis (não é 
regular, afinal). Ademais, pode ter traves no meio da ferida 
– isso porque pode ter áreas com diferentes resistências – 
vence uma e não vence a outra..Resumindo, a ruptura da pele 
por ação contundente apresenta: 
❖ Grande incidência 
❖ Forma irregular 
❖ Fundo irregular 
❖ Superficial (não tende a apresentar profundidade) 
❖ Hemorragia discreta (rompe e amassa o vaso ao 
mesmo tempo) 
❖ Presença de pontes de tecido íntegro 
 
 
 
Nota-se nas imagens anteriores exemplos de feridas por 
ação contundente. Quando há abaixo da ferida uma 
superfície óssea, como notado, muda contexto da lesão – pele 
sem espaço para aprofundar na elasticidade por se deparar 
com superfície óssea → repercussão maior. Observa-se 
que as bordas não são regulares 
 
Acima é retratada uma ferida contusa que não apresentava 
superfície óssea logo abaixo – é superficial, de formato 
irregular, sem sangramento importante mesmo sendo numa 
área bem vascularizada. 
Ação cortante 
Nessa, o instrumento não é caracterizado pela presença de 
massa e sim por apresentar uma ou mais superfícies 
cortantes. Nesta há deslizamento para causar ferida (junto 
a pressão – pressão e deslocamento) → “tal qual cortar 
carne” para ficar mais desenhado. 
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Thaynara Cabreira - 003 
Obs.: podem ter ponta fina ou ponta romba. 
O peso pouco difere na formação da ferida, tal qual a 
velocidade. O que mais difere na gravidade é o tempo de 
deslizamento, oportunidade que teve para deslizar. 
Obs.: a velocidade pode diferir na pressão se a ponta do 
instrumento for usada para cortar e perfurar – pérfuro-
cortante – ação combinada que será tratada mais para 
frente. 
Faca entra (pode ou não atingir ponto mais profundo) e 
desliza. 
As feridas caracterizadas como cortantes geralmente 
apresentam profundidade irregular - início mais profundo e 
finalizam de maneira mais superficial inclusive apresentando 
a cauda de escoriação – arrancamento superficial da pele 
já que a medida que passa o instrumento cortante geralmente 
o vai retirando. Esse formato com a cauda é chamada de 
“ferida em casa de botão” 
Obs.: reação da vítima de se afastar do indivíduo corrobora 
também nessa finalização mais superficial. 
➔ Características supracitadas ajuda a compreender 
o sentido do corte, a direção – descrever bem 
descrito, fotografar ou desenhar – isso colabora 
inclusive a identificar a mão dominante do agressor 
A ferida, então, surge pelo deslizamento de uma superfície 
cortante e apresenta bordas regulares, muito sangramento 
(corte do vaso que fica aberto) e profundidade decrescente 
na direção da saída (e forma ao fim cauda de escoriação), 
sendo que o comprimento costuma ser maior que a 
profundidade como notado na esquematização a seguir: 
 
Os agentes cortantes atuam por pressão e deslizamento, 
com gume afiado, atingindo a superfície em ângulos 
diferentes produzindo feridas cortantes ou incisas. 
Ex de instrumentos cortantes: faca, navalha, cutelo, bisturi, 
lâminas metálicas afiladas, papel, guilhotina, estilhaço de 
vidro, capim-navalha, etc. 
Em medicina legal, ferida incisa é diferente de cortante. 
De maneira geral, a incisão difere do corte poque a incisão 
apresenta técnica – ferida incisa, logo, é feita por alguém 
com técnica, como por exemplo cirurgião. 
As feridas incisas são mais regulares – em cirurgia, por 
exemplo, entra-se com o bisturi a 90 graus, desliza o 
mesmo a 45 graus e sai a 90 graus → não difere em 
profundidade (é regular) e nem gera cauda de escoriação. 
O fundo também é regular, as bordas são coaptáveis, de 
parede regular → permite boa aproximação com 
cicatrização ideal. 
Obs.: Se encontrar numa necrópsia, por exemplo, num exame 
de corpo de delito, no qual o mesmo é o ser humano, uma 
ferida incisa, desconfiar que o agente foi um técnico. 
❖ Regularidade e nitidez de margens e bordas 
❖ Hemorragia quase sempre abundante 
❖ Predomínio do comprimento sobre a profundidade 
❖ Afastamento das bordas das feridas (mais 
acentuada nas lesões post-mortem) – isso ocorre 
por conta da tração das fibras de colágeno e 
musculares superficiais. 
❖ Esgorjamento 
 
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Thaynara Cabreira - 003 
 
Na imagem acima, é claramente perceptível que há região 
bem mais profunda (até com cavidade) que vai se tornando 
superficial e finaliza com pequeno arranhão (deslizou da 
direita para esquerda) 
 
Na imagem acima nota-se, principalmente no corte mais a 
direita, um entalhe – isso pode demonstrar ou a dinâmica do 
ato ou maldade do agente – vítima ou agente mudou de 
posição durante a realização do corte. 
 
Acima nota-se algo que é importante – antebraço → 
representa lesão de defesa com corte e escoriação. Isso é 
notado quando há feridas em extremidades (mãos, 
antebraço, braço e membros inferiores) com anteparo para 
se proteger da agressão. Pode ao laudo descrever que há 
“lesão com característica de lesão de defesa” 
Esgorjamento 
Ferida cortante na parte anterior do pescoço – geralmente 
pessoa morrepor hemorragia externa por ocorrer secção 
da artéria carótida e da veia jugular. 
 
Degolamento 
Quando a lesão ocorre na parte posterior do pescoço com 
secção quase total do mesmo. 
 
Decapitação 
Quando há a separação total da cabeça do restante do corpo 
 
Evisceração (haraquiri) 
É quando, por lesão cortante há exteriorização de vísceras, 
considerando a pressão interna da cavidade corporal 
(torácica, abdominal) maior do que a pressão externa 
 
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Thaynara Cabreira - 003 
Lesão de defesa 
Geralmente em extremidades por reação da vítima à 
agressão conforme previamente descrito. 
 
A imagem acima demonstra que pessoa segurou a faca. Pode 
ser notado tipo de lesão em casos com arma de fogo também. 
Feridas Estigmatizantes 
Geralmente não são feitas para matar e sim para deixar 
marcado, traumatizado. 
“Essa feridas podem ainda ser produzidas como forma de 
estigmatizar a vítima, viva ou após a morte, para enfeiá-la 
ou deixar a marca de seus executores ou de facções 
 
Acima é um cadáver -tiro na região de glabela com escrita 
– pode ser marca do executor, por exemplo. 
Castração 
Lesão produzida por ação cortante e na maioria das vezes 
tem a finalidade de vingança. 
 
Nota-se na imagem anterior a castração e ainda outras 
feridas cortantes 
Feridas incisa ou incisão 
É aquela ferida cortante praticada com precisão, como já foi 
descrito. Obtêm bordas regulares que facilitam a 
cicatrização 
 
 
Observa-se a precisão da técnica, a regularidade, ferida 
limpa que permite boa aproximação e sutura adequada. 
 
Ação perfurante 
Instrumento não apresenta massa importante e nem superfície 
de corte e sim uma ponta fina que por percussão apresenta 
capacidade de afastar as traves do tecido, permitindo 
aprofundamento do instrumento. Um exemplo clássico é a 
agulha e dependendo da pressão realizada, difere em 
profundidade. 
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Thaynara Cabreira - 003 
ex.: pressão feita para colheta de sangue superficial difere 
quando quer acesso profundo. Importante lembrar nesse 
quesito que há diferença na resistência entre veias e artérias 
– ao acessar veia deve-se puxar o embolo por não ter 
pressão, na artéria a própria pressão desta empurra embolo 
da seringa. 
 
Surge pela compressão de ponta afinada sobre o tecido, 
tendo aspecto puntiforme. Contudo, em áreas de maior tração 
muscular, pode ter aspecto fusiforme (tração das fibras 
musculares deforma a ferida – pode deixar semelhante 
externamente a ferida cortante – casa de botão. O que ajuda 
a diferir é o corte lateral – características gerais de 
profundidade e deslizamento diferem, na cortante tem cauda 
que não tem nessa). A produndidade é maior que a largura. 
Obs.: lei de Filhós – sobre tração da pele. 
O sangramento é pequeno – não corta o vaso e sim fura – fica 
“pingando” 
 
Características 
❖ Tem ponta 
❖ É fino – pequeno diâmetro ou largura 
❖ É comprido – profundidade no sentido vertical é bem 
maior que no horizontal, mais profundo que largo 
❖ Ex.: agulha, espinho, arame, alfinete 
Modo de ação 
Pressão ou percussão da ponta em um ponto do corpo 
humano 
A ferida punctória ou puntiforme em geral apresenta as 
seguintes características: 
❖ Forma de ponto 
❖ Diâmetro menor que do instrumento 
❖ Bordas invertidas – por empurrar bordas do tecido 
para dentro com ele. Obs.: projetil de arma de foco 
também faz isso – é pérfuro-contundente. 
❖ Hemorragia ausente ou insignificante, na superfície 
do corpo 
❖ Produnda – pode alcançar órgãos vitais 
 
 
 
 
Obs.: ponta-fina da flecha – flechada em si ainda tem massa 
e velocidade – teria ação tal qual de arma de fogo. Porém, 
se for apenas enfiada como na terceira imagem, é perfurante. 
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Thaynara Cabreira - 003 
As feridas punctórias ou puntiformes sofrem ação de linhas 
de tração da pele, podendo tomar a forma de botoeira, em 
ponta de seta e ter a forma bizarra conforme a confluência 
das linhas de tração.. 
 
Nas regiões com alta tração muscular tira forma puntiforme 
e gera lesão fusiforme que lembra botoeira – análise correta 
para não errar instrumento e prejudicar investigação. 
Se olhar por dentro não teria 
alteração de profundidade e sim 
seria um túnel, por fora sem cauda 
de escoriação.

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