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APOSTILA DE GO - SMC - TATIANA VALENTE 2020

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SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
REVISÃO EM GINICOLOGIA 
Caso clínico: Profissional do sexo 
• Diagnóstico diferenciais de secreção vaginal 
• Anamnese e exame físico 
• Tratamento 
Identificação: RXR, 24 anos, natural da Mooca – SP, procedente de 
Itaquaquecetuba – SP, profissional do sexo, casada, católica. 
Queixa e duração: secreção vaginal há 1 mês 
História da moléstia atual: 
Paciente refere há 1 mês saída de secreção vaginal em moderada quantidade, de odor fétido, 
associado a muito prurido desencadeada especialmente após as relações sexuais. O prurido é 
tão intenso que tem a sensação que tem “pimenta na vagina” Associado apresenta sinusorragia, 
durante os dias que atende muitos clientes. Paciente é casada e seu marido não sabe da sua 
prática profissional. 
Ela tem medo que durante suas atividades possa engravidar e, por isso, procura atendimento 
médico, pois deseja escolher o melhor método contraceptivo. Reforça que usa preservativos em 
todas as suas relações sexuais. No entanto, nos últimos meses alguns clientes estavam pagando 
um valor extra para ter prática sem barreira. Nestas situações, usava pílula do dia seguinte e 
coito interrompido. Procura o serviço médico para orientações da secreção vaginal e 
anticoncepção. 
Antecedentes pessoais: 
Nega diabetes e hipertensão arterial crônica. Nega doença crônica. 
Antecedentes ginecológicos e obstétricos: 
Menarca: 10 anos 
Coitarca: 11 anos 
Número de parceiros sexuais: não sabe quantificar, mas estima 15 parceiros/mês 
GI PI: 1 filho: 10 anos, nasceu de parto normal, 32 semanas de gestação, 1900 gramas, sem 
intercorrências no parto. 
Data da última menstruação: não sabe informar, pois está sem controle do ciclo menstrual 
Método anticoncepcional: sem método 
Ao Exame físico: 
Bom estado geral, corada, ativa, Peso 62 Kg, Altura 1,70 m 
Abdome: normotenso, discretamente doloroso a palpação superficial especialmente em região 
epigástrica, descompressão brusca dolorosa negativa; 
Ruídos hidroaéreos normais; Giordano negativo 
Inspeção vulvar: Hiperemia vulvar, sem hematomas ou lacerações. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Especular: Secreção bolhosa em moderada quantidade, coloração acinzentada, fluída. Visualiza-
se secreção amarelada proveniente do orifício externo do colo do útero. Colo do útero 
totalmente avermelhado, com aspecto de “framboesa”. 
Toque vaginal: útero fibroelástico, aproximadamente 7 cm, intrapélvico, discretamente 
doloroso a mobilização do colo do útero. 
Identifique características importantes da anamnese da paciente. Considere o fator 
epidemiológico, características da secreção (Odor, prurido) 
• 22 anos 
• Profissional do sexo 
• Secreção vaginal: Odor fétido, muito prurido: “pimenta na vagina”, após relação sexual. 
• Sinusorragia em dias que atende muitos clientes 
• Usa preservativos irregularmente 
• Coito interrompido 
• DUM: desconhecida 
Qual etapa do exame físico foi imprescindível para sua hipótese diagnóstica? 
• Sintomas do caso clínico: Secreção vaginal, sangramento genital (sinusorragia) 
• Inspeção da vulva, inspeção do colo do útero e da vagina, palpação (toque vaginal) 
Qual a sua principal hipótese diagnóstica? 
• Tricomoníase 
Quais achados no exame físico favorecem ao seu diagnóstico? 
• Candidíase: “nata de leite” 
• Tricomoníase: “pimenta na vagina” 
• Vaginose: “Odor de peixe podre” 
Resumindo: 
• Candidíase: 
o Processo inflamatório. 
o Não se sabe a transição da fase saprófita para o estado infeccioso. 
o Fungos: 90% Cândida albicans, 10% Cândida não albicans (glabatra, tropicalis) 
o Não é DST 
o Manifestação clínica: Prurido, corrimento mais intenso no período pré 
menstrual, disúria e dispareunia 
o Exame físico: 
▪ Hiperemia vulvar, edema e eventual escoriações. 
▪ Especular: conteúdo vaginal esbranquiçado, em quantidade variável, 
espesso, aderido às paredes vaginais, aspecto de “nata de leite ou leito 
coalhado” 
o pH: <4,5 
o Pesquisa: 
▪ Exame a fresco do conteúdo vaginal com hidróxido de potássio (KOH) a 
10% ou soro fisiológico: toda estrutura celular se rompe, exceto 
leveduras. 
▪ Bacterioscopia com coloração pelo método de Gram. 
▪ ultura em meios específicos. 
o Etiologia: 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
▪ Processo inflamatório. Não se sabe a transição da fase saprófita para o 
estado infeccioso. 
▪ Fungos: 90% Cândida albicans 10% Cândida não albicans (glabatra, 
tropicalis) 
o Tratamento: 
▪ Fenticonazol (creme na concentração de 0,02 g/g, um aplicador ao 
deitar-se, durante sete dias, ou óvulo com 600 mg em dose única 
▪ Clotrimazol (creme 10 mg/g por sete dias, ou comprimido vaginal 500 
mg em dose única), miconazol (creme 20 mg/g por 14 dias) 
• Tricomoníase: 
o Parasita flagelado que fagocita fungos, bactérias e vírus e tem capacidade de 
transportar para o trato genital superior. 
o Adere fortemente as células e se torna um parasita de nutrientes do meio 
ambiente fagocitando bactérias, fundos e células do hospedeiro. 
o Trichomonas vaginalis 
o É uma DST 
o Manifestação Clínica: Ardor genital (“sensação de pimenta”). Disúria e 
dispareunia. Corrimento em grande quantidade amarelado ou amarelo 
esverdeado. 
o Exame físico: 
▪ Inspeção vulvar: Hiperemia. 
▪ Especular: conteúdo vaginal amarelo-esverdeado, bolhoso, paredes 
vaginais e colo uterino hiperemiado. Colo do útero com aspecto de 
“morango” (colpite macularis) - sufusões hemorrágicas. 
o pH: >4,5 
o Pesquisa: 
▪ Teste das aminas (whiffi test) - KOH 10%: pode ser positivo por ter 
Vaginose associado. 
▪ Bacterioscopia a fresco: parasita com movimentos pendulares; 
Bacteriosocopia Gram: parasita imóvel. 
▪ Cultura (Meio de Diamond). 
o Etiologia: 
▪ Parasita flagelado que fagocita fungos, bactérias e vírus e tem 
capacidade de transportar para o trato genital superior. Adere 
fortemente as células e se torna um parasita de nutrientes do meio 
ambiente fagocitando bacteérias, fundos e células do hospedeiro. 
▪ Trichomonas vaginalis 
o Tratamento: 
▪ Metronidazol 2g por VO em dose única 
▪ Tinidazol 2g por VO em dose única 
• Vaginose: 
o Desequilíbrio da flora vaginal: Diminui lactobacilos 
o Anaeróbios: Gardnerella, Atopobium, Prevotella, Megasphaera, Leptotrichia, 
Sneatia, Bi dobacterium, Dialister, Clostridium e Mycoplasmas 
o Não é uma DST 
o Manifestação Clínica: Corrimento odor fétido “peixe podre” ou amoniacal, que 
piora após intercurso sexual e durante a menstruação. Não cursa com prurido. 
o Exame físico: 
▪ Inspeção vulvar: normal. 
▪ Especular: conteúdo vaginal de aspecto homogéneo, em quantidade 
variável, com coloraçâo esbranquiçada, branco-acinzentada ou 
amarelada. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
o pH: >4,5 
o Pesquisa: 
▪ Critérios de Amsel: (3/4): 
• Corrimento vaginal brancoacinzentado homogêneo aderente 
às paredes vaginais; 
• Medida do pH vaginal maior do que 4,5; 
• Teste das aminas (whiffi test) positivo 
• Presença de “clue cells”. 
▪ O escore de Nugent: 
• Bacterioscopia 
o Etiologia: 
▪ Desequilíbrio da flora vaginal: Diminui lactobacilos 
▪ Anaeróbios: Gardnerella 
o Tratamento: 
▪ Metronidazol 500 mg por via oral (VO) duas vezes ao dia durante sete 
dias; 
▪ Metronidazol gel 0,75% – 5g (um aplicador) intravaginal ao deitar-se 
durante cinco dias; 
▪ Clindamicina creme 2% – 5g (um aplicador) intravaginal ao deitar-se 
Quais orientações você daria à paciente em relação a método contraceptivo? 
• Preservativo 
• Implanon 
• ACO combinado 
Você indicaria laqueadura tubária para essa paciente? Qual respaldo legal para essa escolha? 
• Lei 9263, 12 de janeiro de 1996 
o > 25 anos de idade OU dois filhos vivos, com período de 60 dias de prazo entre 
a manifestação de vontade e o ato cirúrgico 
o Registro de expressa manifestação de vontade e firmado após informação 
sobre os riscos cirúrgicos 
o Vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos do parto ou 
aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade por sucessivascesarianas 
anteriores 
o A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será executada 
através da laqueadura tubária, vasectomia ou outro método cientificamente 
aceito, sendo vedada através da histerectomia ou ooforectomia 
Dor epigástrica e queixa de secreção vaginal? 
• Síndrome de Fitz-HuggCurtis 
• Peri - Hepatite Gonocócica 
Para revisar a anamnese ginecológica defina: Amenorréia, sinusorragia e dispareunia. 
• Amenorréia: ausência de menstruação 
o Primária: ausência de menstruação após 16 anos ou ausência dos caracteres 
sexuais secundários após 14 anos 
o Secundária: ausência de menstruação 
▪ 6 meses em mulheres com ciclos irregulares 
▪ 3 meses em mulheres com ciclos regulares 
• Sinusorragia: sangramento durante as relações sexuais 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• Dispareunia: dor à penetração vaginal 
o Penetração 
o Profundidade 
Para a prova: 
• Vaginose bacteriana 
• Candidíase vaginal 
• Tricomoníase 
• Casos clínico com diagnostico diferencial de Leucorréia 
• Ler para conhecimento geral: Citolítica, Aeróbica 
• Referencia bibliográfia: Leucorréias (manual febrasgo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Anamnese e exame físico obstétrico 
Consulta pré-natal 
O ministério considera gestante de alto risco menor de 17 e maior de 35. Porém nem sempre 
ela vai ser tratada como alto risco. Considera também mulheres com atividade laborativa de 
alto esforço físico, carga horaria, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos, 
biológicos e estresse. Altura < 1,45 m. Peso <45 kg e > 75kg. Dependentes de drogas. 
Pacientes com doenças clínicas também são consideradas de alto risco. 
• Cardiopatias 
• Pneumopatias 
• Nefropatias 
• Endocrinopatias 
• Hipertensão arterial 
• Epilepsia 
• Doença infecciosas 
• Doenças auto-imunes 
Uma gravidez pode ter de 40 a 42 semanas, e quando passa dos 40 é chamado de pós data. A 
paciente de alto risco não pode chegar no pós data. 
História reprodutiva anterior: morte perinatal, recém-nascido com crescimento retardado, 
pré-termo ou má formação, abortamento habitual, cirurgias uterinas (ruptura, má fixação de 
placenta). 
Como suspeitar de gravidez? 
• Sintomas presuntivos (subjetivos – a paciente conta): náuseas, vômitos, aumento do 
volume do abdômen, movimentos fetais... 
• Sinais de probabilidade: BHCG, amolecimento do colo do útero (Godel) 
• Sinais de certeza: BCF (batimento cardíaco fetal), USG 
Nomenclatura: 
Antecedentes obstétricos: GIPIIAIEO (gravidez (1), partos (2), aborto (1), ectópica (0)) 
*números romanos 
Como calcular a idade gestacional – pela DUM (regra de nagele) - PROVA 
Data da última menstruação: 10/12/2019 
Fazer uma tabela: Quantos dias faltam pra fechar o mês da menstruação – ex. 21 e soma os 
dias até o dia atual ... pega o valor final e divide pro 7 para transformar em semanas. 
Ex. 10/12/2019 – 27/02/2020 
Dezembro 21 dias / janeiro 31 dias / fevereiro 27 dias – soma 79 divide por 7 – 11 semanas e 2 
dias 
Se a paciente tiver com sangramento porem gravida, faz o ultrassom e mede o feto do crâneo 
até a nadega pra saber quanto tempo tem (olha na tabela) e depois soma igual o de cima. 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Exame físico: 
Inspeção: 
• Marcha anserina. Alargamento da base e hiperlordose lombar 
• Face: hiperpigmentação de pele (cloasma, pilificação (pelugem alba)) 
• Mama: tubérculos de Montgomery, sinal de Hunter (hiperpigmentação da aureola 
primaria) e sinal de Haller (plexo venoso da mama fica aparente) 
• Abdome: estrias, linha Nigra (hiperpigmentação), sinal de Piskasek (assimetria no 
útero e no abdome em decorrência ao local onde a placenta se insere) 
• Vagina e colo do útero: sinal de Jacquemier- Chadwick (coloração de rosada torna-se 
violáceoa ou azulada – colo, vagina) e sinal de Kludge (muda a cor da vulva) 
Palpação: 
• Mensurar a altura uterina: Crescer em média 1 CM por semana (até 35 semanas), na 
altura do umbigo é aproximado 20 semanas. Sinfise púbica 10 semansas. A termo cm a 
menos que a idade gestacional. Se a altura uterina não estiver compatível (maior) com 
os meses pode indicar uma gravidez gemelar, pode ser mioma, macrostomia fetal ou 
(menor) restrição de crescimento fetal, oligohidramico, ..... 
o Como fazer: paciente deitada com as pernas estendidas, mede da margem 
superior da sínfise ao fundo uterino e depois compara no gráfico. 
 
• A (atitude) S (situação) A (apresentação) P (posição) PROVA 
o A: Relação das diversas partes do feto entre si: 
▪ Flexão generalizada, cabeça fletida, mento no esterno, braços e 
antebraços sobre tórax, coxa fletida sobre a bacia, pernas fletidas 
sobre a coxa. Ultrassom que revela isso. 
o S: A relação do maior eixo longitudinal do feto com o eixo longitudinal da mãe. 
Os dois estão verticais (longitudinal), o bebê esta horizontal (transversal), o 
bebê está na diagonal (obliquo) ... 
o A: É a região do feto que ocupa a área do estreito superior da pelve e que irá 
nela se insinuar. Cefálica (cabeça), Pélvica (nádegas), transversa ou córmica 
(ombro) 
o P: É a relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo da mãe. 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• Manobra de Leopold-Zweifel 
 
• Toque vaginal: sinal de Noblile Budin, Sinal de Godel (amolecimento), Sinal de Hegar 
(amolecimento do istmo e do corpo do útero) e Sinal de Osiander (pulsação da artéria 
vaginal) 
Ausculta de batimentos fetais: 
• Pinard 
• Sonar (12 semanas) 
• USG (5 semanas) 
Tipos de partos: 
• Cesária 
• Normal 
• Com fórceps 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Saúde reprodutiva e planejamento familiar 
Planejamento familiar é não engravidar. 
Lei 9263 de 12/01/1996 
• Planejamento familiar é definido como “conjunto de ações de regulação da 
fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da 
prole pela mulher, homem ou pelo casal 
• É dar a oportunidade para o casal decidir quantos filhos deseja ter e qual o melhor 
momento de tê-los! 
Índice de Pearl (OMS): número de mulheres que engravidaram usando certo método. 
 
Qual o melhor método para se escolher? O que o paciente mais se adapta dentro da 
classificação 
Categorias: 
• Categoria 1 – sem restrições 
• Categoria 2 – benefícios > riscos 
• Categoria 3 – benefícios < riscos 
• Categoria 4 – não usar 
Tipos de métodos: 
• Comportamento: 
o Tabelinha (Ogino-Knaus): conhecer os seis últimos ciclos, do ciclo mais longo 
tira 11 dias do ciclo mais curto 18 dias 
o Temperatura corpórea basal: todo dia de manhã se mede a temperatura, um 
aumento de 0,3 a 0,8 graus vai indicar ovulação. Abstinência até 3 dias do 
aumento da temperatura 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
o Método de Billings: avalia a filiança do muco ao longo do ciclo. Pode alterar 
tmb por leucorréias ou contato com o sêmem. 
o Sintotérmico: junção dos dois de cima 
o Ejaculação extravaginal: Leva a ato sexul incompleto e ansiedade. Liquido de 
lubrificação uretral pode já conter espermatozoides 
• Barreira 
o Preservativo masculino 
o Preservativo feminino 
o Diafragma 
o Geléia espermicida 
 
• Dispositivos intrauterinos: Evita que tenha a fixação do embrião alterando o 
endométrio e muda a motilidade da trompa 
o DIU de cobre (multiload): Tem na rede pública, não tem hormônios, dura até 
10 anos 
o DIU levonorgestrel (mirena): Progesterona, dura 5 anos. Além da ação do 
outro faz com que o endométrio se afinem. 
o Em quem não usar? Paciente que sangra e não sei a causa; má formação e 
deformação anatômica uterina; câncer (mama, ovário, endométrio, colo do 
útero); infeção (puerperal, aborto infectado, DST ativa ou 3 meses) 
o DIU e gravidez: Não retira o DIU 
o DIU e gravidez ectópica: baixo número de gestação, aumenta risco relativo de 
gravidez ectópica. Devido aalteração da motilidade 
o DIU e DIPA: depende da literatura. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
 
*Ciclo menstrual: 
Ocorre simultaneamente no ovário e endométrio: 
 
Ovário: 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Endométrio: 
 
• Hormonal 
o Combinado (estrogênio e progesterona) oral 
▪ Estrogênio: Etinilestradiol 
• Valerato de estradiol (Qlaira) 
• Estradiol (Stezza) 
▪ Progesterona: Levonorgestrel, dinorgestrel, linestrenol, ciproterona, 
gestodeno, desogestrel, clormadinoma, noretindrona, drospirenona… 
o Combinado Injetável: toma no primeiro dia da menstruação e se repete todo 
mês subconsequente no mesmo dia 
▪ Enantato de estradiol 10 mg + valerato de estrdiol 5mg ou acetato de 
medroxiprogesterona + cipionato estradiol 5mg 
o Progesterona via oral: 
▪ Minipílulas 
• Norestirenona- puerpério 
• Desogestrel 75 mcg – uso continuo 
o Progesterona Injetável: trimestral, tem na rede pública, único que possui 
comprovação de aumento de peso, causam espinhas e falta de libido 
o Transdérmico: 
▪ Adesivo transdérmico 
• Etinil estradiol 20 mcg/d + norelgestromin 150 mcg/d 
• Inicia no 1o dia do ciclo e deixa cada adesivo por 1 semana. 
• Após 3 semanas fazer pausa de 7 dias e reiniciar o processo 
o Subdérmico: 
▪ Implante subdérmico 
• Etonorgestrel 20mcg/d 
• Inserido entre o biceps e o triceps 
• Duração de 3 anos 
o O estrogênio: grande vilão dos riscos tromboembólicos 
o Contracepção de emergência: 
▪ Regime de YUZPE: (100 µg de EE + 500 µg LNG em duas doses com 
intervalo de 12 horas) 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
▪ Levonorgestrel: 750 µg em duas doses com intervalo de 12 horas 
(POSTINOR®, POZATTO®) 
o Contraindicações: estrogênio (riso tromboembólico, risco cardiovascular, risco 
de AVC, risco de câncer de mama) 
 
• Cirúrgico 
o Lei número 9263/96: mais de 25 anos e /ou com 2 filhos, com autorização do 
marido, entre o desejo e a execução 60 dias, não pode fazer no parto exceto 
em 2 cirurgias previas uterinas, pode-se fazer se tiver risco a mãe (assinado 
por dois médicos) 
o Art. 10. Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes 
situações: 
▪ I - em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 
vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, 
desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a 
manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será 
propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da 
fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, 
visando desencorajar a esterilização precoce; 
▪ II - risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, 
testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos. 
o 1º É condição para que se realize a esterilização o registro de expressa 
manifestação da vontade em documento escrito e firmado, após a informação 
a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de 
sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes. 
o 2º É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto 
ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas 
sucessivas anteriores. 
o 3º Não será considerada a manifestação de vontade, na forma do § 1º, 
expressa durante ocorrência de alterações na capacidade de discernimento 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou incapacidade 
mental temporária ou permanente. 
o 4º A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será 
executada através da laqueadura tubária, vasectomia ou de outro método 
cientificamente aceito, sendo vedada através da histerectomia e 
ooforectomia. 
o 5º Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do 
consentimento expresso de ambos os cônjuges. 
o 6º A esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes somente 
poderá ocorrer mediante autorização judicial, regulamentada na forma da Lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Pré-natal 
Conceito: o que procede o nascimento, assistência prestada a gestante durante os 9 meses de 
gravidez, que visa evitar problemas para a mãe e a criança nesse período e no momento do 
parto. Inclui a assistência desde o momento em que a mulher deseja engravidar 
Fator de risco diferente de pré-natal de alto risco 
• Fator: A mulher que tem um fator para dar errado, ela precisa de um cuidado 
diferenciado. Ex. paciente jovem, fumante... 
• Alto risco: A mulher tem uma doença que acaba influenciando na gravidez. Ex. paciente 
com epilepsia, nefropata... 
Pré-natal de alto risco só o médico faz, em pré-natais normais podem ser feitos pelo enfermeiro 
 
Periodicidade das consultas: 
• O número de consultas preconizado pela OMS para uma boa assistência pré-natal: 
Maior ou igual a seis semanas 
• 1º trimestre: 1 consulta 
• 2º trimestre: 2 consultas 
• 3º trimestre: 3 consultas (>36 semanas: semanal) 
IDADE GESTACIONAL 
• 20 semanas: Feto – Se tem ocorrência é abortamento 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
*acima de 24 semanas o feto se torna viável – de 20 a 24 não tem uma definição muito 
correta. 
• 20 semanas e 1 dia até 36 semanas e 6 dias: pré-termo – Se nascer é prematuro, não é 
mais aborto. 
• 37 semanas até 39 semanas e 6 dias: A termo - O bebê está pronto para nascer 
• 40 semanas até 42 semanas: Pós-data 
Anamnese e exame físico: 
• Completar o caderno do SUS 
Até 20 semanas (22 semanas): 
• Incompetência istmo cervical 
• Hemorragias da metade da gestação: 
o Mola hidatiforme: em vez de desenvolver o bebe o corpo desenvolve vesículas 
– não evolui a gravidez e pode virar um câncer de placenta. 
o Gestação ectópica 
o Abortamento 
Mais de 20 semanas (22): 
• Rotura prematura de membranas ovulares – rompimento de bolsa precoce 
• Parto prematuro 
• RCIU – bebê que não cresce 
• Pós datismo 
• Pré eclampsia 
• Diabete gestacional 
• Hemorragias da 2ª metade da gestação 
o Placenta previa 
o Descolamento prematuro de placenta – 20% faz sangramento oculto 
(aumenta o fator de coagulação para essa área e a mãe entra em um quadro 
de falta de fator e começa a ter hemorragias no resto do corpo) a 
hipertensão não controlada pode causar isso. 
o Rotura uterina 
Exame físico geral: 
• Pressão arterial 
• Controle do peso materno: tem que fazer a conta e fazer o quanto ela pode engordar. 
Pacientes com sobre peso pode desenvolver doenças. 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• Inspeção: Linha nigra, tubérculos de montegomer, plexo venoso de harley, aurelola 
secundaria, marcha anserina 
• Palpação: mensuração da altura uterina (acompanhar na curva) 
o Manobra de Leopold-Zweufel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Toque vaginal 
 
o Curva de altura uterina/ idade gestacional: No meio: seguimento com o pré-
natal; Em cima: erro da data, polidrâmnio, macrossomia, miomatose 
(importante solicitar ultrassonografia). Em baixo: Erro de data, feto morto, 
oligodrâmnio, restrição de crescimento fetal (solicitar ultrassonografia) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• Ausculta: com 5 semanas já tem batimento no ultrassom 
• Cálculo da idade gestacional: pela DUM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Cálculo da data provável do parto: regra de Naegele (quando da 40 semanas). Pega a 
data da ultima menstruação e soma 7 no dia e subtrai 3 no mês. DUM: 01/12/2019 
data do parto 08/09/2020. 
Propedêutica complementar: 
 
• Coombs indireto – eritroblastose fetal 
• Hemograma – para ver se tem infecção, se tem anemia (na gravidez tem anemia, 
leucocitose e plaquetose fisiológica) 
• Glicemia de jejum – para controlar a diabetes gestacional 
• Colpocitologia ancotica – recomenda não colher no primeiro trimestre (pois as 
grávidaspodem dizer que tem relação com abortamento – mesmo não tendo) 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• TSH- hipotiroidismo subclínico tem que tratar nas gravidas 
HIV- teste rápido: 
• Aconselhamento pré-teste (tem que informar a paciente a dizer para o parceiro se ela 
não contar você tem que contar) 
• Possíveis diagnósticos: negativo (negativo ou não convertido – faz um no final da 
gravidez), positivo (faz duas vezes e exame confirmatório), indeterminado (quando 
vem um falso positivo (vacina pra gripe pode dar isso), trata-se como se fosse positivo) 
Urina e urocultura: 
• Obrigatoriamente tem que tratar independente de exames. 
• Gravidas não podem usar: cipro e norflaxacina (pq faz fechamento precoce das 
epifeses do bebê) 
• Usa-se cefalexina 500mg de 6/6 horas por 7 dias e nitrofurantoína 100mg de 6/6 horas 
por 7 dias 
• Se for assintomático com > 100000 UFC/ml trata. 
Pesquisa de estreptococo B (exame do cotonete) 
• Sepse neonatal (o bebê nasce bem e evolui para sepse em menos de 24 horas, não 
influencia no parto vaginal porem tem que usar antibiótico antes): mucosa vaginal e 
anal 
 
Suplementação: 
• Suplementação de sulfato ferroso e ácido fólico 
• Para anemia fisiológica: Parâmetro para saber se é fisiológica ou não: 11g/dL 
fisiológico, 8g/dL patológico * 
• A gravida tem o aumento de 40-50% de volemia o que faz com que aumente o 
bombeamento do coração e ocorre uma diminuição de resistência periférica 
• Aumento de eritrócitos (não é proporcional com aumento da volemia) 
• Período de parto e puerpério demanda 1/3 do ferro do organismo. Começa a ter 
depleção após o 1º trimestre e diminui a absorção do folato 
• Perfil do ferro: Aumento do ferro sérico, da ferritina e da sat transferrina e diminuição 
do TIBC (capacidade de ligação da transferrina) 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Vacinação: 
• Gravida não toma vacina de vírus vivos 
• Vacinas recomendadas: Tétano, Difteria, Coqueluche, influenza, Hepatite B 
• Tétano: (dT – vacina normal) (dTpa – com uma coisa a mais), mesmo com o esquema 
completo tem que tomar 
 
• Hepatite B 
 
• Influenza (H1n1) para gravidas é muito grave. A vacina está recomendada nos meses 
da sazonalidade do vírus, mesmo no primeiro trimestre de gestação. 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Pré-Natal II 
Propedêutica Complementar: 
• Tipagem ABO/RH e Coombs indireto 
• Sífilis 
• Toxoplasmose aguda 
• Hepatite B 
• Glicemia de jejum 
Tipagem sanguínea ABO/RH coombs indireto: ERITROBLASTOSE FETAL 
No pré-natal o que nos preocupa é o RH. Quando a mãe é negativa e o primeiro bebê é positivo, 
pode fazer com que a mãe gere anticorpos contra o sangue do segundo bebê, pois ela entra em 
contato com o antígeno do primeiro. 
O que faz produzir o anticorpo? Ter contato com o antígeno 
Como ter contato com antígeno? Sangramentos na gestação, transfusão de sangue 
Na eritroblastose fetal ocorre: 
• Destruição das hemácias 
• Estimula produção de mais hemácias 
• Hepatomegalia 
• Esplenomegalia 
• Mais hemólise 
• Compromete a oxigenação fetal 
• Óbito fetal 
Como evitar? 
• Da imunoglobulina anti-antígeno D para a mãe. 
• Mãe Rh negativo/ Rh positivo 
o Imunoglobulina anti-D 
▪ Destrói as células Rh positiva na circulação materna para não 
desenvolver anticorpos anti-D 
▪ Na gestação: Imunoglobulina anti – D 28 – 34 semanas 
▪ No pós parto: Imunoglobulina até 72 horas após o parto 
• Há benefícios de administração até 13 dias após o parto 
Coombs indireto: 
• Avalia no plasma materno se há anticorpo anti- D. Tem que fazer sempre. 
Como seguir: 
• Tem que fazer a tipagem sanguínea da mãe. 
• Mães Rh negativos e pai Rh positivo: 
o Coombs indireto a partir de 28 semanas 
o No caso de gestante sensibilizada, devem-se determinar os títulos de anticorpo 
anti-D a cada quatro semanas e, após 28 semanas, a cada duas semanas 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
o Quando atingem valores ≥1:16 em técnica de diluição em tubo, há risco 
aumentado de anemia fetal 
Sífilis: 
A sífilis primária é simples (lesão única, indolor, bordas limpas, fundo limpo), o que preocupa é 
quando começa a piorar vai para secundaria (lesão erimatosa em palmas de mão e peles/ 
sintomas inespecíficos como febre, mal estar, gânglios) ou terciária (neuro sífilis). 
Diagnostico: VDRL e FTA-Abs ou TTPA 
 
Tratamento: Penicilina benzatina para todos o que muda é a dose. Primário 2400000UI, 
Secundário 4800000 UI 2 doses com intervalo de sete dias, Terciário 7200000 UI 3 doses com 
intervalo de 7 dias. 
• Penicilina benzatina é a única droga que tem capacidade de alcançar o feto e trata-lo de 
maneira adequada; 
• Pacientes alérgicas devem ser desensibilizadas 
• Qualquer outro tratamento na mãe é considerado como INADEQUADO para o feto; 
• Obrigatório: TRATAMENTO DO PARCEIRO 
Toxoplasmose: 
Agente etiológico: Protozoário Toxoplasma gondi 
Transmissão: Água e alimentos (carne contaminada), fezes e saliva de felinos, congênita pela 
gravidez 
Manifestação clínica: oligossintomático/ sintomas inespecíficos; toxoplasmose ocular e auditiva; 
prematuridade, retardo de crescimento fetal, surdez, crise convulsiva. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Diagnóstico: IGg e IGm 
 
Tratamento de infecção aguda: 
 
Hepatite B: 
• HBsAg (Antígeno de superfície do vírus): Vacina / vírus 
• Antígeno do core: vírus 
• HBeAg (fase de replicação viral): Fase replicação / vírus 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
 
Glicemia de jejum: 
Por que pedimos? 
• Rastreamento de diabetes desenvolvidos na gestação 
• Conceito: É A INTOLERÂNCIA AOS CARBOIDRATOS, de graus variados de intensidade, 
diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, podendo ou não persistir após o 
parto 
Fatores de risco: 
• Macrossomico 
• Óbito fetal 
• Polidrâmnio 
• Hipertensão arterial 
• Ganho de peso 
Tratamento: Se a glicemia de jejum for > 92 diabetes gestacional e > ou igual a 126 diabetes 
prévia a gestação a indicação é de tratamento 
TTOG (Teste de tolerância oral a glicose): para menor ou igual a 92, com fator de risco imediato 
e sem fator de risco de 24-28 semanas. 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Intercorrências frequentes na gravidez APS 
Caso clínico: 
Janaína, 37 anos, natural de Barueri-SP, procedente do Brás - SP, costureira, casada. 
A senhora Janaína procura atendimento na unidade básica de saúde, pois apresenta náuseas e 
vômitos incoercíveis (4 episódios/dia), especialmente após ingesta de alimentos. Não 
consegue identificar qual o tipo de alimento que piora o sintoma, mas ressalta piora quando 
sente odor de perfume. Janaína está grávida da sua terceira gravidez. Ainda não fez 
ultrassonografia, mas sua última menstruação foi no dia 10/11/2019. Refere que seu ciclo é 
regular e tem certeza desta data. 
• Antecedentes Clínicos e Cirúrgicos: 
o Hipertensão arterial crônica em uso de captopril 25 mg de 8/8 horas 
o Apendicectomia há 5 anos 
• Antecedentes Obstétricos: 
o Seu primeiro filho, João, 17 anos, nasceu de parto vaginal, de 29 semanas, 
pesou 2000 gramas. Refere que não deu tempo de chegar no hospital, 
começou a ter contrações no trajeto e a bolsa rompeu espontaneamente 1 km 
antes de chegar no hospital. João nasceu no carro com a ajuda da vizinha que 
a acompanhava. 
o Seu segundo filho, Mario, 10 anos, nasceu de parto cesáreo, de 32 semanas, 
pesou 4759 gramas. Não sabe relatar muito bem o motivo do parto de 
emergência, mas lembra que estava internada para tomar insulina. 
• Hábitos e vícios: 
o Tabagista de 5 cigarros/dia 
o Ingesta de cerveja aos fins de semana 
Primeira consulta: 07.01.2020 
Riscos atuais e progressos da paciente: 
• 37 anos 
• Hipertensão arterial crônica 
• Primeiro filho com 29 semanas e 2kg – prato pré maturo 
• Segundo filho com 32 semanas e quase 5 kg – tomava insulina 
• Tabagista 
• Cervejaaos fins de semana 
Calcular a idade gestacional: 
• Hoje: 07.01.2020 
• DUM: 10.11.2019 
• Como faz? 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Calcular a data provável do parto: 
• DUM: 10.11.2019 
• Soma sete no dia 
• Subtrai 3 no mês 
• Data provável 17.08.2020 
Qual a queixa principal da paciente e como conduzir? 
• Vômitos e náuseas 
 
• Quando isso ocorre com muita frequência pode ser necessário a internação da 
paciente para reposição de eletrólitos 
• Pode alterar a motilidade do intestino: gerando constipação e plenitude 
• Alimentação solida em pequenas quantidades ajuda a melhorar 
• Consumo de alimentos ácidos também ajuda 
Quais exames devem ser solicitados: 
• ABO/RH 
• Coombs indireto 
• Hemograma 
• HIV 
• Sífilis 
• Hepatite B 
• Toxoplasmose 
• Glicemia de Jejum 
• Urina 1 e Urocultura 
• Colpocitologia Oncótica 
• USG obstétrico 
Indicação de suplementação na gravidez: 
• Ácido fólico: 0,4 mg sem defeito do tubo neural ou 4 mg com defeito do tubo neuronal 
• Sulfato ferroso: 300 mg 2X ao dia 
Verificar carteira vacinal: paciente não trouxe 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Segunda consulta: 07.02.2020 
Paciente queixa - se de disúria, poliúria, dor em região hipogástrio há 2 dias. São sintomas 
frequentes no atendimento de gestantes e a principal hipótese diagnóstica é INFECÇÃO 
URINÁRIA. 
Conduta: Tratar imediatamente 
Infecção urinaria: 
 
Terceira consulta: 14.02.2020 
Hoje - IG: 13 semanas e 5 dias 
Chega em consulta de encaixe, pois apresentou sangramento vaginal tipo “borra de café”, 
espontâneo. 
Hipótese diagnostica: Sangramento de primeiro trimestre 
• Abortamento – mais comum 
• Gestação ectópica 
• Gestação Molar – super raro – a placenta fica cheia de vesículas de água 
Abortamento: 
Por definição: qualquer perda gestacional com menos de 20 semanas ou feto que pesa menos 
de 500g ou menos de 25 cm 
Classificação: 
• Precoce: <12 semanas 
• Tardio: > 12 semanas 
Causas: 80% alterações cromossômicas 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Ameaça de abortamento: 50% aborta e 50% evolui normal 
• Sangramento: tipo borra de café 
• Dor: presente 
• Febre: Não tem 
• Toque Vaginal: Fechado e sem dor 
• Ultrassonografia: normal 
• Orientação: Repouso 
Abortamento incompleto ou incurso: 
• Sangramento: maior e mais avermelhado 
• Dor: sim 
• Febre: não 
• Toque Vaginal: Aberto 
• Ultrassonografia: já mostra se o embrião foi eliminado ou não 
• Orientação: curetagem uterina ou AMIU (aspiração manual intra-uterina) – se tiver 
osso tem que tomar remédio antes (cytotec) 
Abortamento infectado: 
• Sangramento: com odor fétido 
• Dor: presente 
• Febre: presente 
• Toque Vaginal: aberto 
• Ultrassonografia: pode apresentar restos ou até mesmo o feto 
• Orientação: antibiótico e curetagem após 24 horas 
Abortamento retido: 
• Sangramento: não 
• Dor: não 
• Febre: não 
• Toque Vaginal: normal 
• Ultrassonografia: feto em óbito 
• Orientação: aguarda por 4 semanas para evoluir para o aborto completo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Quarta consulta: 
Hoje: IG 20 semanas e 2 dias 
Paciente trouxe a carteira de vacinação para atualização. Tem 3 doses de hepatite B, nenhuma 
de difteria, tétano ou influenza. 
Atualizar: 
Hepatite B: 
• 05.01.2018 
• 05.02.2018 
• 05.06.2018 
• O esquema dela tá completo 
Difteria e tétano: 
• Tem que dar as 3 doses sendo que a última deve ser dTpa 
 
Influenza: 
• Gestante é grupo de risco para as complicações da infecção pelo vírus influenza 
• A vacina está recomendada nos meses da sazonalidade do vírus, mesmo no primeiro 
trimestre de gestação. 
Quinta consulta: 
Hoje: IG 28 semanas e 3 dias 
Paciente retorna com queixa de leucorréia. 
Hiperemia vulvar, edema e escoriações 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Especular: conteúdo vaginal esbranquiçado, espessa, aderido às paredes vaginais, aspecto de 
“leite coalhado” 
HD: candidíase. Trico.. oral não pode 
Lembrando: Candidíase: “nata de leite”. Tricomoníase: “pimenta na vagina”. Vaginose: “odor 
de peixe podre”. 
Exame obstétrico: 
Altura uterina: 28 cm 
Manobras: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sexta consulta: 
Hoje: IG 32 semanas e 3 dias 
Chegaram os resultados dos exames. 
Hemograma: 
• Hb: 11 g/dl 
• Paciente viu que o valor de referência de normalidade é de 12,5 g/dl e está muito 
preocupada. 
• Orienta-la que esse valor é fisiológico em gravidas 
Toxoplasmose: 
• IG G positivo 
• IG M positivo 
• Devemos avaliar o teste de Avidez 
o Entenda: Avidez por IG G 
o Alto IG G – infecção crônica 
o Baixo IG M – infecção aguda 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Hepatite B: 
• Somente AntiHBs positivo o resto negativo então indica imunização 
Tipagem sanguínea: 
• Mãe: A negativo. Coombs indireto negativo 
• Pai: B positivo. 
• Com isso considera o bebê positivo, a mãe deve tomar imunoglobulina. 
• O coombs negativo indica que ela não tem anti antígeno D. 
Glicemia de jejum: 
• 80g/dl – normal 
• Como ela tem fator de risco a gente pede o TTOG 
 
A próxima consulta terá a decisão compartilhada da via de parto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Tomada de decisão compartilhada: Parto vaginal ou cirúrgico? 
A tomada de decisão depende de duas pessoas, a gravida e o profissional que acompanha. Essa 
decisão deve ser compartilhada pois a paciente tem uma expectativa e o profissional sabe das 
opções e das contraindicações. 
Tipos de parto: 
• Natural vaginal: Sem nenhuma intervenção, é 100 % natural 
• Normal vaginal: Com ajuda profissional, pode ser anestesia ou epífise ... 
• Fórcipe: Em situações como mulheres cardiopatas que não podem fazer grandes 
esforços; quando o bebê começa a entrar em sofrimento fetal... 
• Vácuo: Também pode ser indicado 
• Cesárea: cirúrgico 
A taxa de partos cesáreos no mundo: de 10 a 15% é a taxa recomendada, porém pouquíssimos 
países conseguem isso 
A OMS preconiza que o total de partos cesáreos em relação ao número total de partos 
realizados em um serviço de saúde seja de 15%. 
De 2009 até hoje a quantidade de partos cesáreos é muito maior que o vaginal. 
O que mudou ao longo do tempo que causou aumento das taxas de partos cesáreos? 
• Custo do parto no pais 
• Facilidade do paciente 
• Dor desnecessária 
• Disponibilidade da equipe médica 
• Ilusão de segurança 
• Escolher a data do nascimento 
De quem é a decisão? Toda mulher deve ter acesso à escolha informada de todo e qualquer 
procedimento e a explicação clara sobre seus riscos e benefícios para sua saúde 
Desumanização do parto e violência obstétrica: 
Para evitar isso precisa-se saber como a paciente traçou o plano e se ele é possível, explicando 
para a paciente todas as formas e riscos. 
Deve ser analisado toda denúncia 
O prontuário deve estar completo e sempre justificado todos os passos 
Exemplos de violência: 
• Avisei que a anestesia não pegou. Mesmo assim, fizeram a cesárea. 
• Falaram: “não grita que vai assustar as outras mães” 
• Falaram: “cale a boca! Quem manda no procedimento sou eu” 
• Colocaram meu bebê, que nasceu morto aos 5 meses, numa luva cirúrgica 
• Não me deram um copo de água 
• O pai foi despachado 
• Agressões verbais: Na hora de fazer não gritou .... 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
* Alterações no tipo de parto com justificativa médica não pode ser considerado violência 
Humanização do parto: 
Tem que acontecer em todos os tipos de parto, não só no natural. 
Toda paciente deve ter sua vontade ouvida e discutida sobre as possibilidades dentro de seu 
caso 
A parte técnica deve ser muito bem feita, porém a parte humana deve estar junto. O parto de 
uma mulher é uma hora onde ela está vulnerável e precisa de total atenção. 
A mulher deve ter todas as informações possíveis, não só do parto, mas dopré, pós, dos 
cuidados com o bebê e tudo mais. Rodas de gestantes, planos de partos, pré-natal. 
Plano de parto: é um plano que a mulher começa a fazer no pré natal onde ela tira suas dúvidas 
e conta como ela deseja que o parto dela seja. Via de parto, remédio, cortes, música, exercícios, 
local. Lembrando que nem sempre acontece 100%, porém deve se respeitar o máximo isso. 
Local do parto: o parto domiciliar não é recomendado, existem salas no hospital que são 
adaptadas com banheiras e locais mais semelhantes a casa. 
Direito ao acompanhante: É lei. Os serviços de saúde são obrigados a permitir a presença, junto 
à parturiente, de 1 acompanhante (escolhido por ela) durante o trabalho de parto, o parto e 
pós-parto imediato. * Em época de COVID isso não está sendo usado. 
Durante o trabalho de parto: A paciente pode assumir a posição que se sentir mais confortável. 
A bola de pilates ajuda muito, água morna, acompanhamento de doula, exercícios, danças... 
Posições do parto: A melhor posição é sempre a que a paciente se sentir mais confortável 
• Banqueta de parto 
• Banheira 
• Com auxílio de arco 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Coisas não recomendadas: 
• Tricotomia: retirada de pelo 
• Enema: lavagem intestinal 
• Jejum 
• Manobra de Kristeller: quando empurra a barriga para o bebê descer. É uma manobra 
proscrita. 
• Episiotomia: é considerado violência quando feita sem indicação. Tem a função de 
ampliar a cavidade vaginal, mas só deve ser feita de maneira pontual. Só é indicado 
quando se tem suspeita de bebê macrossomio ou chance de ruptura da epífise. 
• Ocitocina: não deve ser utilizado como método para acelerar o parto. Porém se tiver 
indicação pode ser utilizado, como por exemplo em contrações sem ritmo, e após a 
expulsão do bebe para retração do útero 
Coisas que fazemos hoje que melhoram o parto: 
• Clampeamento tardio do cordão: De 1-3 minutos, isso favorece o bebe em diversas 
coisas como: menor anemia fetal, menor transfusão, reduz hemorragias, menor sepse, 
menor enterocolite necrotizante 
• Contato pele a pele: o bebê vai direto para o colo da mãe. Esse contato é preconizado 
que tenha o maior tempo possível, isso facilita a amamentação, dimumui o estresse 
materno, reduz infecção (a flora da pele da mãe ajuda o bebê a desenvolver a 
dele),acalma o bebê 
• Amamentação na primeira hora de vida: Que aumenta o laço afetivo, libera ocitocina 
que auxilia na contração do útero pós parto, melhora a descida do leite 
O parto cesáreo também deve ser humanizado com todos os passos preconizados para os 
outros tipos de parto. 
• A paciente não precisa ter os braços presos na maca 
• A luz pode ser diminuída para acolher o bebê 
• Pode ter o contato pele a pele 
• Pode ter amamentação 
• Pode ter tudo que o normal tem 
Falsas indicações: 
• Cordão enrolado no pescoço 
• Bacia pequena 
• Muito gorda 
• Falta de dilatação 
• Não entrou em trabalho de parto 
• Bebê grande 
• Pouco líquido 
• Muito baixa 
• Cessaria anterior 
• Muito magra 
• Placenta envelhecida 
• Parto seco 
• Muito velha 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Indicações absolutas de parto cesáreo: 
• Placenta prévia: quando a placenta se encontra no colo do útero, local onde ocorre a 
dilatação. 
• Apresentação córmica: situação transversa durante o trabalho de parto. Bebê mal 
posicionado 
• Prolapso de cordão: quando o cordão umbilical sai pelo canal cervical podendo ser 
pressionado pela cabeça do bebê 
• Ruptura de vasa praevia: quando os vasos sanguíneos do cordão estão desprotegidos e 
rompem-se, causando sangramento intenso antes ou durante o trabalho de parto 
• Descolamento prematuro de placenta fora do período expulsivo: quando a placenta se 
solta do útero, não recebendo mais o fluxo sanguíneo necessário para suprir o bebê. 
O melhor parto é quando o bebê e a mãe vão para a casa logo após o período de pós parto 
com saúde e se começa uma família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Puerpério normal na APS 
Puerpério: 
 Período que se inicia após dequitação (quando solta a placenta) e se estende até 6 
semanas após o parto, no qual o organismo materno voltar ao seu estado pré 
gravídico. 
 Período cronologicamente variável, impreciso, ocorre manifestações involutivas de 
recuperação da genitália materna 
Períodos do puerpério: 
 Imediato: 1º ao 11º dia (hemorragia pós-parto) 
 Tardio: 11º ao 45º dia (infecções puerperais) 
 Remoto: > 45º dia 
Alterações fisiológicas: 
Mudanças fisiológicas na gestação: 
 Alteração da cor da vagina e do útero de violáceo para rosado (alterações dos sinais de 
jacquemier chadwick e ....) 
 Alteração da marcha, sai da anserina para normal 
 Some a hiperpigmentação da face 
 Anemia ludicional volta ai normal 
 Corpo do útero: 
 Imediatamente após expulsão do feto e da placenta 
 Contrações das fibras musculares do útero 
 Globo de segurança de Pinard 
 Trombo tamponamento 
 Plaquetas e fibrinogênio 
 Miotrombotamponamento: o corpo faz trombos para evitar o sangramento 
 Assume forma globosa, dura, palpável ao nível da cicatriz umbilical, 
lateralizada logo após o parto, mantendo o globo de segurança de Pinard 
(nome do útero nesse momento) 
 A altura uterina no pós-parto: 20 cm (cicatriz umbilical) – diminui 1 cm a cada 
24 horas 
 Uma semana após o parto: fundo do útero se encontra-se na pelve 
 Se o útero não volta pro tamanho pode indicar falta de contração ou 
problemas de coagulação 
 A consistência do útero volta ao normal 
 Lóquios: descamação da área de onde saiu a placenta 
 Tem células inflamatórias, células mortas, muco, exsudato que se descamam 
para reconstituir o endométrio 
 Produto da descamação desigual (endométrio) com leucócitos, hemoglobina, 
células apoptóticas e muco 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
 Tipos: 
 Rubra – vermelho vivo. De 1 a 4 dias 
 Fusca – vermelho acastanhado. 10 dias 
 Flava – quase amarelada. 21 dias 
 Alba – branca. Após 22 dias 
 Isso serve para verificar se não tem nenhum processo infecioso no útero. 
Aparece secreção purulenta. 
 Sobre menstruação e gravidez: 
 Mulheres em amamentação exclusiva é considerado amenorreia por não 
ovulação 
 Não lactantes: menstruação retoma cerca de 2 semanas após o parto. 
Ovulação entre 25-75 dias 
 Lactantes: menstruação retorna após 12 semanas do parto juntamente com a 
ovulação em 25% 
 Anticoncepcionais nesse período são indicados métodos de barreira e só de 
progesterona (estrogênio pode passar na lactação e pode causar embolia 
devido o aumento fisiológico de fator troboembolico) 
 
 Colo do útero: 
 Imediatamente após o parto: consistência amolecida, hematomas, edema 
 A partir do 20 dia pós-parto: redução de seu tamanho, permanece ainda 
edemaciada, fina e frágil por vários dias 
 Parto por via vaginal deixa o orifício em fenda 
 Gradativamente torna-se mais firme, até a consistência original não gravídica 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
 Orifício cervical interno involui gradualmente, enquanto que o externo 
permanece levemente aberto 
 Vulva/ vagina e períneo 
 Sofrem crise genital, vão se epitelizar 
 Tem que verificar hematomas e se teve episitomia 
 Vulva: edema, fissuras, laceração, congestão nos pequenos lábios e nas 
carúnculas himenais (multiformes) 
 Vagina: recuperação da forma anatômica em 3 semanas - 6 meses para 
recuperar o tônus anterior à gestação 
 Períneo: depende dos eventos do parto – Episiotomia 
 Anus: botões hemorroidários 
 Alterações sistêmicas 
 Temperatura: aumento, aproximadamente 38ºnas primeiras 24 horas. Evento 
auto-limitado. Sem significado clinico infecioso. É recomendado a medição por 
via oral. 
 Cardiovascular: Redistribuição líquido “Anemia Dilucional”. Eritrócitos caem 
14%. Leucócitos, plaquetas e Fibrinogênio permanecem elevados nasprimeiras semanas 
 Parede abdominal: 
 Até 14 dias a parede abdominal mantem-se relaxada, com regressão 
significativa em torno de seis semanas 
 O tônus anterior pode não retornar, dependendo das condições antes da 
gestação (quantidade de tecido adiposo, parede muscular e volume X 
velocidade da expansão útero- abdominal) 
 Diástase do reto abdominal: separação dos gomos do musculo devido a 
distensão. Pode não voltar ao normal. Quando maior de 3 cm já é indicação 
cirurgia. 
 Mamas: 
 Demora muito para voltar 
 72 horas após o parto: queda do estrogênio, progesterona e hormônio 
lactogênio placentário. Prolactina (produção de leite) e Ocitocina – TP – 
Sucção – amamentação (descida do leite) 
 Apojadura láctea: é o preparo da mama para a produção de leite que, 
geralmente, acontece até cinco dias após o parto. Neste período, as mamas 
ficam maiores e bem cheias, por igual, e alguns vezes quentes, é normal haver 
um pequeno fluxo de leite, começando a descer em forma de gotinhas, que é 
suficiente para o bebê ficar satisfeito. 
Alterações patológicas: 
 Hemorragia puerperal: Vai ter aula só disso 
 Infecção puerperal (endometrite) * 
 Infecção do útero 
 Pode se estender ao endométrio e tornar-se sepse: as bactérias migram da 
vagina, colo, anus 
 Bactérias aeróbicas e anaeróbicas, principalmente por estreptococos A e 
Escherichia coli. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
 Fator de risco: excesso de toques vaginais durante o trabalho de parto, ruptura 
precoce de membranas, lacerações do canal de parto, episiorrafia, partos 
cirúrgicos e instrumentalizados 
 Manifestação Clínica: febre acima 38°C (exceto nas primeiras 24h), dor 
abdominal/pélvica, loquiação fétida, purulenta, com fluxo ausente ou 
aumentado, útero doloroso à palpação, subinvoluido e hipoetônico, incisão 
cirúrgica com saída de secreção purulenta. 
 Puerpério tardio 
 Clínica: febre, dor, colo aberto, corrimento, disparemia, 
 Parto normal tem menor chance (1-3%), cesariana eletiva (5-15%), cesariana 
em trabalho de parto (30-35%) 
 Começa com antibiótico e se não tem melhora clínica retira o útero 
 Mastite: Vai ter aula só disso 
 Complicações tromboembloicas * 
 Puerpério tem aumento de plaquetas e fatores de coagulação (fibrinogênio) 
 É agravado pela não-deambulação no pós-parto, o que causa estase sanguínea 
 Fatores de risco: deambulação tardia, história anterior, varizes, obesidade, 
idade materna acima de 35 anos, diabetes, partos cirúrgicos. 
 Manifestações clínicas: edema unilateral, hiperemia e dor do membro afetado 
 Sinais 
 Importante para avaliação de TVP: 
 Sinal de Homans: dor na panturrilha durante a dorsiflexão do pé sobre 
a perna (dorsiflexão do pé e o paciente sente dor na panturrilha) 
 Sinal da bandeira: ao mobilizar as duas panturrilhas, a acometida 
apresenta menor mobilidade (balança a panturrilha e ela balança. A 
paciente com trombose tem sinal negativo, não balança) 
 Sinal de Bancroft: dor na musculatura da panturrilha à palpação 
(palpação com dor da panturrilha) 
 O trompo pode cair na ilíaca, indo até a cava e passando para o coração, 
podendo sair pela artéria pulmonar e parar no pulmão causando embolia 
pulmonar o que gera insuficiência respiratória. Pode também ir para o SNC e 
causar um derrame cerebral. 
 Complicações mentais * 
 Baby Blues 
 50 – 70 % 
 Mulher que fica deprimida por causa das primeiras experiencias com o 
bebê. Tristeza auto limitada. 
 Humor depressivo 
 Fadiga 
 Insônia 
 Ansiedade 
 3-6 dia do nascimento 
 Média de 1 semana 
 Depressão pós-parto 
 10 – 15 % 
 Sensação de incapacidade 
 Sentimento de culpa 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
 Transtorno do sono 
 Tristeza 
 Primeiros 2 meses 
 Variável 
 Tem associação com depressão previa 
 Pacientes que já tem doenças psiquiátricas devem ser bem avaliadas 
durante a gravidez, é indicado acompanhamento psiquiátrico 
 Psicose puerperal 
 3% 
 Os sintomas de baby blues e depressão pós parto juntos 
 Delírios e alucinações 
 Sentimento de “matar o bebê” 
 Geralmente na primeira semana 
 Variável 
 A paciente não consegue ver o que está acontecendo 
 Deve ser internada junto com o bebê (com acompanhamento 24 
horas) para tentar gerar um vínculo 
 A família precisa de informações pois é muito difícil aceitar 
 Pacientes que já tem doenças psiquiátricas devem ser bem avaliadas 
durante a gravidez, é indicado acompanhamento psiquiátrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Definição: 
Qualquer perda de sangue pelo trato genital capaz de causar instabilidade hemodinâmica, ou, 
perda sanguínea acima de 500mL pelo trato genital nas primeiras 24 horas após parto vaginal 
ou acima de 1000mL após parto cesariana. 
Parâmetro de perda sanguínea: 
• Pega as compressas e pesa depois do uso e compara com o peso antes do uso. Estima-
se 1 grama igual a 1 mL de sangue. Valor aproximado. 
• Estimativa da circunferência da poça de sangue 
• É mais visual, se tem uma estimativa. 
• Saco coletor, utilizado no parto vaginal 
 
Classificação: 
• Primária: acontece nas primeiras 24 horas do parto. Mais frequentes. 4Ts (1. Tônus, 2. 
Trauma, 3. Tecido, 4 Trombina) 
• Secundária: depois das 24 horas até 6/12 semanas. Infecção. Restos placentários 
Caso clínico: 
• Grávida de 27 anos, seis gestações, quatro partos vaginais, um abortamento 
espontâneo no primeiro trimestre com resolução médica, foi internada na Maternidade 
Anhembi Morumbi por trabalho de parto ativo, com 40 semanas e quatro dias de idade 
gestacional. A gravidez transcorreu sem intercorrências, tendo acompanhamento pré-
natal adequado, com nove consultas nos centros de atenção básica de saúde, exames 
laboratoriais e ultrassonografias normais, sem antecedentes médicos ou cirúrgicos 
relevantes. O trabalho de parto transcorreu sem intercorrências, com evolução, em 
duas horas, para parto vaginal, com recém nascido vivo, masculino, com 2.570 g, 
APGAR 8/10 e 9/10 ao 1o e 5o minutos, respectivamente. A dequitação placentária 
realizou-se sem intercorrências. Após 30 minutos do parto paciente apresentou 
sangramento vaginal importante em grande quantidade associado a sudorese intensa, 
PA 80 x 40 mmHg e FC 140 bpm. Sat O2 em ar ambiente de 93%. 
• Caso de sangramento puerperal primário 
• Identifique fatores de risco para sangramento vaginal que devem ser questionados na 
anamnsese? 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• Alto número de gravidezes. Multiparidade. 
• Coagulopatia 
• Globo de segurança de pinard 
• Obesidade 
• Doença hepática 
• Miotrombotamponamento 
• Cessaria, cortes seguidos. O tecido cicatricial perde a capacidade de 
contratilidade. 
• Macrossomia 
 
• Quais as possíveis causas de sangramento pós parto? 
• É fundamental identificar a causa do sangramento para realizar o tratamento 
• Os 4Ts 
 
• Inversão uterina (quando puxa a placenta pode inverter, o fundo do útero “sai” 
junto com a placenta) acontece quando a placenta ta muito presa no útero. 
• Monte um cenário de como seria a manifestação clínica e exame físico para cada causa. 
• 1T: sangramento vaginal, útero com mais de 20cm, palpação de abdômen com 
útero amolecido, ausência do globo de segurança de Pinard 
 
 
 
• 2T: hematomas acompanhados de edema, sangramento, inversão uterina 
(sente no toque, você não consegue sentir o colo), rotura (no toque não se 
sente o bebê, para a dor da contração) 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• 3T: hemorragia, na hora de revisar a placenta se percebe que falta algo 
• 4T: hemorragia, tem que rever todos os Ts (o útero vai contrair, não vai 
apresentar traumas, a placenta vai estar inteira), apresenta manifestação de 
outros focos de sangramento, como epistaxe, sangramento de gengiva, 
hematomas. Pacientes com problemas de trombose é indicadoparto vaginal e 
a suspensão de remédios antes do parto 
 
• Medidas de prevenção de hemorragia pós parto 
• Em qual paciente fazer? TODAS 
• Como fazer? 
• Ocitocina: 10 unidades. Intramuscular. Imediatamente após 
desprendimento das espáduas fetais ou do nascimento 
• Tração controlado do cordão umbilical ou manobra de Brandt-
Andrews: manter tração gentil do cordão umibilical para evitar a rotura 
do cordão e a inversão uterina 
• Qual a conduta para cada causa de sangramento vaginal pós parto? Considerar a mais 
frequente. 
• Identificou, trata imediatamente. Não fica esperando exame. Tem que agir 
rápido, quanto mais demora para agir mais decai a sobrevida da paciente. Hora 
de ouro. 
Identificar a hemorragia pós parto e considerar o controle do sangramento 
puerperal, sempre que possível, dentro da primeira hora a partir do seu 
diagnóstico. “A HPP é uma emergência obstétrica e não uma situação de 
desespero obstétrico” 
 
• Pedir ajuda (ninguém atende sozinho – enfermeira, técnico, outro médico), 
pedir tipagem (se precisar transfundir) e exames (hemograma, coagulograma, 
plaquetas), ter um acesso venoso calibroso (se possível dois), precisa infundir 
volume, oxigênio terapia. Garantir a vida. 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• T1 
• Massagem uterina após dequitação. Manobra de Hamilton: a 
massagem uterina deve ser realizada após dequitação e repetida a cada 
15 minutos (até aproximadamente 1 hora) garantindo a evolução o 
globo de segurança de pinard. Se o parto for cesáreo não precisa 
introduzir a mão na vagina pode fazer pelo abdômen. 
 
• Entra com as drogas: Ocitocina (regra dos 3... pode repetir até 3 vezes 
endovenosa) se não der certo passa para a Metilergometrina 
(regostrate) (cuidao pois pode fazer vaso constrição sistêmica) se não 
der certo , ácido tranexâmico (transamin) (é muito usado para outras 
hemorragias, mas também serve aqui, se não der certo passa para o 
misoprostol (citotec) feito por via retal devido a rapidez da absorção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Balão de tamponamento intrauterino, Balão de Barki: introduz no útero 
e vai insuflando com soro. Pode ficar pouco tempo, se quando for tirar 
ainda estiver sangrando tem que operar. Ele da um tempo para 
estabilizar a paciente antes da cirurgia. 
• Aplicação de pressão hidrostática contra a parede uterina, 
resultando em redução do sangramento capilar e venoso do 
endométrio. 
• A retirada deve ser realizada em ambiente que tenha 
possibilidade de tratamento definitivo 
• Caso ocorra sangramento enquanto se retira o balão: Encher 
novamente o balão e se preparar para intervenção cirúrgica. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• Procedimento cirúrgico: 
• Ligadura das artérias uterinas: dá um ponto na parte inferior da 
artéria uterina. É feito com pacientes que nunca tiveram filhos, 
ou estão na primeira gestação para preservar o útero 
• Técnica de B-Lynch: são dados pontos no útero com fim 
absorvível a fim de apertar o útero. 
• Histerectomia puerperal: retirada do útero quando não tem 
como salvar. 
• T2 
• Útero invertido: manobra de Taxe, tem que levar pro centro cirúrgico e 
anestesiar. Tem que acompanhar para verificar possível infecção. 
 
• No hematoma: tem que drenar 
• Nas lacerações/ epífise: tem que suturar 
• T3 
• Curetagem uterina 
• Histerectomia 
• T4 
• Verificar sempre antes se não é 1,2 ou 3. 
• Hemocomponentes 
• Plaquetas 
• Plasma 
• Crioprecipitado 
• Traje anti-choque não pneumático: 
• Ferramenta auxiliar e temporária no manejo da HPP, especialmente 
nas situações em que se necessita de tempo para realizar o 
tratamento definitivo 
• Baixo custo por uso; 
• Curto tempo de treinamento para o seu manuseio; 
• Pode determinar redução da velocidade de sangramento; 
• Pode permitir tempo extra para tratamento definitivo 
(transferência, transfusões, etc.); 
• Pode facilitar a obtenção de acesso venoso na parte superior do 
corpo 
• Pode facilitar a reversão do choque 
• Pode reduzir a necessidade de transfusão; 
• Pode reduzir necessidade de intervenção cirúrgica; 
• Pode ser utilizado junto ao balão de tamponamento intrauterino; 
• Permite realizar procedimentos obstétricos necessários no manejo 
da hemorragia. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Mapa mental para estudo: 
 
Para estudar: 
Discussão do Caso Clínico usado acima: 
1. Identifique fatores de risco para sangramento vaginal que devem ser questionados na 
anamnese? 
2. Quais possíveis causas de sangramento vaginal após parto? 
3. Quais achados do exame físico são encontrados para cada causa de sangramento vaginal 
identificado na questão 2? Monte um cenário de como seria a manifestação clínica e exame 
físico para cada caso; 
4. Qual a conduta para cada causa de sangramento vaginal? (Considere as causas mais 
frequentes) 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Outro caso: 
Foi atendida, pelo Serviço de Urgência da Maternidade do Hospital das Clínicas de SP, paciente 
de 18 anos de idade, tabagista 10 anos-maço, baixa condição socioeconômica, grávida na 
vigésima sétima semana. Relatava Dor abdominal intensa, iniciada há três horas, sem 
sangramento vaginal e, desde então, sem perceber movimentação fetal. Comparecera a apenas 
uma consulta de pré-natal. Não realizara nenhum dos exames laboratoriais básicos solicitados. 
Relato de G4Pn2c1A0, parto pré-termo na segunda e terceira gestações, a última realizada por 
cesárea devido a Descolamento prematuro de membranas na 28ª semana de gestação. 
Apresentava pressão arterial sistêmica de 90/60 mmHg, hipertonia uterina, batimento cardíaco 
fetal inaudível, ausência de sangramento vaginal, colo uterino com 8,0 centímetros de dilatação 
e saída de grande quantidade de sangue vermelho vivo. Após 30 minutos evolui para parto 
normal, peso 2000 g, Apgar 0 e 0. Após o parto apresentou sangramento vaginal importante em 
grande quantidade associado a sudorese intensa, PA 80 x 40 mmHg e FC 140 bpm. Sat O2 em ar 
ambiente de 93%. 
1. Identifique fatores de risco para sangramento vaginal que devem ser questionados na 
anamnese? 
2. O caso clínico engloba doenças que se manifestam com sangramento da 2º metade da 
gestação. As principais doenças são: Descolamento prematuro de placenta, Placenta Prévia e 
Ruptura Uterina. Leia sobre essas doenças e tente entender as diferenças clínicas de cada uma 
delas. 
3. Qual principal evolução desse caso clínico que ocasionou sangramento uterino pós-parto? 
Esse sangramento corresponde a 70% dos sangramentos pós-parto. Desenhe um fluxograma 
explicando as medidas adotadas para controle do sangramento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Caso clínico: 
MRO, sexo feminino, negra, 33 anos, casada, recepcionista, natural e procedente de Salvador. 
Paciente refere que há cerca de 2 anos seu fluxo menstrual mudou. Desde a menarca seus 
ciclos são regulares subsequentes de 28 dias, com 4 dias de fluxo menstrual ++/4, sem 
dismenorréia. 
Há 3 meses refere que o fluxo menstrual está mais intenso, durante cerca de 9 dias com 
dismenorreia 7/10 de intensidade, que começa cerca de 2 dias antes da menstruação, 
finalizando no 3° dia de fluxo menstrual. Hoje iniciou quadro de dor abdominal difusa, mais 
intensa em região hipogástrica, tipo cólica, intensidade de 7/10, associado a febre 
termometrada de 37,9 C. 
Fez uso de Escopolamina sem melhora. 
Nega disúria, polaciúria, poliúria, incontinência urinária. Nega náuseas, vômitos ou mudança 
no ritmo intestinal. 
Antecedentes Ginecológicos: 
• G2 P2N 
• Menarca: 13 anos 
• DUM: 14/04/2020 
• MAC: Preservativo 
O que usar para pensar? Dor abdominal, mudança no fluxo e febre 
Exame físico: 
PA: 120X80 mmHg, IMC 27,6 FC 82 bpm. 
Bom estado geral, ativa, lúcida e orientada AAA, hidratada 
Abdome simétrico, plano, flácido, ruídos hidroaéreos normais, leve desconforto a palpaçãoprofunda da fossa ilíaca direita, nota-se tumor pélvico em região hipogástrica móvel, 
fibroelástica de difícil delimitação à palpação abdominal devido adiposidade, Giordano 
negativo. 
Inspeção vulvar: Distribuição de pelos esperado para idade; sem lesões evidentes. 
Especular: sangramento proveniente do orifício externo do colo do útero, vermelho vivo, em 
pequena quantidade; não identifico lesões macroscópicas na vagina. Discreta leucorréia de 
odor fétido, difícil identificação da coloração, pois está misturado com sangue menstrual. 
Ausência de lesões em paredes vaginais. 
Toque vaginal: útero fibroelástico, bocelado, com abaulamento em parede vaginal anterior, 
aumentado para aproximadamente 400 cc (normal 80 - 100 cc), com mobilidade preservada, 
mas dolorosa. Ovários não palpáveis. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Bocelado (irregular) 
Diagnostico diferencial: 
• Pólipo endometrial – carne esponjosa do útero 
• Sangramento uterino disfuncional 
• Atrofia endometrial 
• Leiomiossarcoma 
• Adenomiose – a glândula do endométrio que se encontra no miométrio 
• Carcinoma de endométrio 
• Coagulopatias 
• Lacerações 
• Doença inflamatória pélvica 
• Mioma – uniclonal 
Qual a principal hipótese diagnóstica? 
Adenomiose, mioma do útero 
Atenção na classificação do mioma prova 
Resultado dos exames: 
Hb: 10 g/dl 
Ht: 30 
Leucócitos: 14.500 cél/mm3 
Plaquetas: 258.000 cél/mm3 
USG transvaginal: A vagina estava acusticamente normal. O útero em anteversão, centrado, de 
contornos irregulares e limites imprecisos, medindo: 1,20 X 2,10 X 1,30 cm e volume de 1,70 
cm³, miométrio de textura acústica homogênea. Canal endocervical fechado. Eco endometrial 
presente, bem delimitado, regular, linear e fino. Espessura do eco endometrial: 1,20 mm. 
• Presença de 2 miomas com as seguintes características: 
• 1º mioma: tipo 4 (intramural) medindo 1,2 x 2,1 x 1,2 cm. 
• 2º mioma: tipo 7 (Subseroso, pediculado) medindo 1,2 x 3,2 x 1,2 cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
 
Discussão: 
O que é mioma uterino? 
O Leiomioma uterino é a neoplasia benigna de células musculares lisas do miométrio, 
responsiva aos hormônios ovarianos. 
Receptores de Estrogênio e Progesterona aumentados em relação ao miométrio e endométrio 
normal. 
Origem em um único clone de células musculares lisas - origem uniclonal. 
Epidemiologia da doença: 
• Tumor benigno mais frequente no sexo feminino 
• Negros > Brancos = Asiáticos 
• História Familiar 
• Menarca precoce 
• Paridade: mais filhos, menor risco 
• Infertilidade 
• IMC: aumenta risco 
• Dieta: ingesta de carne vermelha aumenta risco 
• ACO: diminui fluxo sanguíneo, mas pode aumentar o volume do tumor 
• TRH 
Quadro clínico: 
80% é assintomático 
20% sintomático: 
• Excesso menstrual neovascularização aumento da superfície 
• Tumor pélvico 
• Dor pélvica 
• Infertilidade dependente da localização > Submucosos 
• Sintomas urinários: Polaciúria, Retenção urinária, Hidronefrose 
• Sintomas Retais: Tenesmo, Hemorróidas 
• Sintomas sistêmicos: Febre (Necrose do Leiomioma), Mal estar 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Classificação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico: 
• Ultrassonografia pélvica 
• Histerossalpingografia 
• Ressonância nuclear magnética 
Tratamento: 
• Medicamentoso 
• Anti-inflamatórios não esteróides 
• Progestágenos 
• Acetato de medroxiprogesterona 150 mg 3/3 meses 
• Análagos do GnRH 
• Amenorréia 
• 6 meses 
• Efeitos colaterais 
• Cirúrgico 
• Miomectomia 
• Histerectomia total abdominal 
• Histerectomia sub-total abdominal 
• Miomectomia 
Diagnóstico do caso: 
• Sangramento vaginal 
• Exame físico compatível com mioma uterino 
• Ultrassonografia compatível com mioma uterino 
• Febre 
Mioma pediculado subseroso necrosado 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Abordagem sindrômica das infecções sexualmente 
transmissíveis. 
No atendimento de emergência a gente começa a tratar pelo diagnóstico clínico, não espera 
exames. 
Diagnósticos: 
• Sindrômico: Sinais e sintomas. Ex. úlceras genitais 
• Topográfico/ anatômico: Presume-se o aparelho/ órgão acometido. Ex. Aparelho 
genital, vulva, vagina, colo, pênis 
• Etiológico: Causa da doença. Ex. as da aula 
Diagnósticos etiológicos: 
• Sífilis primária 
• Herpes genital 
• Cancro mole 
• Linfogranuloma venéreo 
• Donovanose 
Sífilis primária (Cancro duro): 
Treponema Pallidum. 
Espiroquetas (bactéria) 
Período de incubação de 3 semanas 
Capaz de penetrar pele e mucosas determinando no local as manifestações da sua fase 
primária 
Involução é rápida 
A úlcera genital aparece e some muito rápido, por isso dificilmente pega ela na sua fase 
primária. 
Manifestação clínica: 
• Limpa 
• Única 
• Indolor 
• Grandes bordas endurecidas 
• Imperceptíveis, pois não tem dor. 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Diagnostico por VDRL 
Tratamento com Penicilina benzatina 2400000UI (1200000 em cada nádega) dose única. 
Cancro mole: 
Bactéria Haemophilus ducrey. 
Período de incubação 2 – 5 dias. 
Manifestação clínica: Inverso da sífilis. 
• Lesões cancróides atingem tecidos mais profundos 
• Pápulas que evoluem para pústulas e úlceras 
• Lesões “sujas” 
• Fundo irregular recoberto por tecido necrótico 
• Múltiplas 
• Dolorosas 
• Acometimento de linfonodos inguino-crurais 
 
Diagnostico com citologia com gram. 
Tratamento: com Azitromicina 1g, dose única ou Ceftriaxone 250mg, IM, dose única. 
A sífilis e o cancro mole são doenças opostas. Quando se tem dúvida se trata os dois. 
COMPARATIVO DE FOTOS 
Linfogranuloma venéreo: 
Bactéria Chlamydia trachomatis L1, L2, L3. 
Período de incubação de 6 – 12 semanas 
Manifestação clínica: 
• Úlcera fugaz e indolor no local da inoculação (muito rápida, o paciente normalmente 
não percebe), indolor. 
• Linfonodos inguinais tornam-se grandes, dolorosos, endurecidos e podendo supurar 
em vários orifícios. Normalmente na região inguinal. Dolorosa com pus 
• Podem deixar coo sequelas: fistulas, cicatrizes hipertróficas e obstrução de drenagem 
linfática (elefantíase genital – semelhante à da perna). 
Tem que tomar cuidado pois pode ser linfoma, pode ser muitas coisas por isso é um 
diagnóstico diferencial. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnostico por dosagem sorológica (>1/64) 
Tratamento por Doxacilina 100mg, VO, 12/12 horas por 3 semanas ou até curar clínica + 
aspiração dos linfonodos com flutuação. 
Donovanose: 
Bacteria Klebsiella granulomatis 
Período de incubação de até 6 meses 
*Atenção pode ter mais de uma doença então vai tratando conforme elas vão aparecendo 
Manifestação clínica: 
• Úlcera bem delimitada, indolor, base plana ou hipertrófica, fundo granuloso, 
sangramento fácil. 
• Progressão da úlcera é lenta e pode dar origem a vegetações (cicatrizes hipertróficas) 
• Lesões múltiplas com preferência por áreas de dobras 
• Ausência de acometimento linfonodal – pseudo bubões 
 
Diagnóstico por citologia do raspado profundo com coloração de Giemsa. 
Tratamento igual ao de linfogranuloma mas sem drenagem. Doxacilina 100mg, VO, 12/12 
horas por 3 semanas ou até curar. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Herpes genital: 
Herpes vírus tipo 2 (DNA vírus), não tem cura tratamento sintomático. Sempre que tiver baixa 
de imunidade ele vai aparecer. 
Período de incubação de 2 – 7 dias. 
Semelhante a herpes bucal. 
Manifestação clínica: 
• Vesículas que se rompem e forma uma úlcera 
• Úlceras irregulares 
• Múltiplas e em espelho (onde ela encosta ela tem na região contralateral) 
• Limpas 
• Dolorosas e com ardência. Muito 
 
Diagnostico por PCR 
Tratamento sintomático com antiviral Aciclovir 
Raciocínio: 
Vesícula: 
• Herpes Genital 
Úlcera dolorosa: 
• Cancro mole 
Úlcera indolor: 
• Sífilis primária 
• Herpesgenital 
• Linfogranuloma venéreo 
• Donovanose 
Linfonodomegalia (Bulbão): 
• Linfogranuloma venéreo – típico 
• Donovasone – Pseudo 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Casos: 
1. MSF, sexo masculino, 62 nos, queixa-se de ulceração em região genital há 
aproximadamente 4 meses. Refere que trocou de parceira sexual há 6 meses. Ao 
exame físico a lesão é bem delimitada, indolor, base plana, fundo granuloso. Acomete 
preferencialmente área de dobras. Ausência de acometimento de linfonodos. 
 
Diagnósticos: 
• Sindrômico: Úlceras genitais 
• Anatômico / Topográfico: Região perineal 
• Etiológico: Donovanose (extensa, bem delimitada, indolor, acomete bordas) 
 
2. Paciente de 21 anos, sexo masculino. Procurou Unidade de Pronto Atendimento após 
notar o aparecimento de uma lesão no pênis, próximo à glande a aproximadamente 15 
dias. 
Segundo ele, a lesão teve início como um pequeno caroço (sic) na pele, que depois de 
4 dias progrediu com características de uma úlcera com bordas endurecidas não 
dolorosa, negou a presença de qualquer outro sintoma. 
O paciente afirma ter vida sexual ativa e relacionamento estável, mas revelou ter 
mantido relações sexuais desprotegidas com outra pessoa enquanto a parceira estava 
em uma viagem de intercambio. Busca o auxílio médico pois sua namorada está 
retornando de viagem e ele teme que ela descubra a traição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Diagnósticos: 
• Sindrômico: Úlcera genital 
• Anatômico / Topográfico: Região peniana 
• Etiológico: Sífilis primária (única, indolor, bordas endurecidas) 
 
3. Paciente feminino, 33 anos, com queixa de ardência na vulva há 4 dias. Notou o 
surgimento de pequenas bolhas confluentes com lesão em espelho nos grandes lábios 
(lesão simétrica bilateralmente) 
 
Diagnósticos: 
• Sindrômico: Úlcera genital 
• Anatômico / Topográfico: Região vulvar 
• Etiológico: Herpes genital (lesão vesicular, lesão em espelho, dolorosa) 
Para estudo completar a tabela abaixo: 
 
* Período: rápido / lento 
* Manifestação IPC 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Rastreamento de câncer de mama e útero 
Partes com são importantes 
Rastreamento de câncer de mama: 
O objetivo é evitar que a paciente chegue a um estado avançado do câncer. Detecção precoce. 
Homem também pode ter, é raro, cerca de 1%. 
É feito pela mamografia 
O que é rastrear? 
Realização de testes relativamente simples em pessoas sadias com o intuito de identificar a 
doença em fase pré-clínica (assintomática). O teste deve ser comprovadamente eficaz na 
diminuição da mortalidade pela doença rastreada. 
O melhor exame tem que ser o que tenha mais benéficos do que maleficio. 
No rastreamento é preciso equilibrar benefícios e riscos. 
Benefícios: 
• Tratamento menos agressivo 
• Maior potencial de cura pela detecção precoce 
Malefícios/ riscos: 
• Alta radiação 
• Efeitos colaterais 
• Resultados incorretos: 
• Falsos positivos: Ansiedade/ excesso de exames. 
• Falsos negativos: Falsa segurança 
Diagnóstico precoce: Três pilares 
• Mulher informada 
• Profissionais de saúde capacitados para avaliação dos casos suspeitos 
• Garantia de confirmação diagnóstica oportuna, com integralidade da assistência em 
toda a linha de cuidado 
Mastalgia: Doenças benignas da mama 
Dor na mama, é o que leva a mulher ao médico 
Epidemiologia: 
 
 
 
 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
 
• Fibroadenoma: tumor benigno – entre 10 e 25 anos (pico aos 20) 
• Cisto de mama: Ao longo da vida aparece, e quando tem características benignas pode 
só acompanhar por ultrassom – entre 30 e 55 (pico aos 45) 
• Câncer: dos 30 aos 70 
Mastalgia e nódulo na mama é câncer? 
Nem sempre, pois a maioria das doenças de mama são benignas 
 
 
 
 
 Mastalgia sem relação com câncer: < 5 – 8% casos câncer associam-se a dor 
Etiologia desconhecida. Mastalgia cíclica 
 
Conduta: 
Orientação verbal: Melhora de até 85% dos casos 
Medidas benéficas: 
• Soutien apertado 
• Exercício físico 
• Dieta pobre em gorduras 
• Compressas de gelo ou água fria 
• Analgésicos em geral 
Sem evidência comprovada: 
• Progestágenos (oral ou tópico) 
• Diuréticos 
• Supressão de xantinas 
• Vitaminas 
• Óleo de prímula 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• Acido gamalinoleico 
Fibroadenoma: 
• Nódulo lobulado, fibroelástico, indolor e móvel 
• Geralmente unilateral: Lesões múltiplas ocorrem em 20% dos casos 
• Tamanho médio de cerca de 2-3 cm 
• Crescimento lento depois estabiliza-se 
Cisto de mama: 
• Presente em cerca de 7% das mulheres 
• Baixa relação com câncer de mama (<0,1%) 
• Alteração na involução do lóbulo 
• Desaparecimento precoce do estroma 
• Ácino epitelial que resta forma o cisto 
• Excessiva secreção do epitélio apócrino 
 
Ultrassom: 
• Branco mostra que é solido 
• Preto mostra conteúdo líquido 
Câncer de mama: 
É o tipo mais comum de câncer entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de 
pele não melanoma 
Homens (1% do total de casos da doença) 
Principal causa de morte por câncer feminino no brasil 
Incidência de 56,09/100.000 mulheres em 2015 
Rastreamento: Como? Quem? Quando? 
COMO? 
Mamografia é o exame que é usado. 
O auto exame não é o mais importante e não se mostrou benéfico trazendo uma falsa 
segurança para a mulher. 
Sobre a mamografia: 
Método padrão para detecção precoce do câncer de mama 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
Rastreamento X Diagnostico: 
Tem limites. Deve ser realizado com adequado controle de qualidade. É menos sensível (erra 
mais) em mulheres antes da menopausa (mamas mais densas) 
Autoexame das mamas: 
Serve para o reconhecimento do corpo mas NÃO é exame de rastreamento 
Não provou ser benéfico para a detecção precoce de tumores e por trazer falsa segurança, 
dúvida e excesso de exames invasivos. 
Não deve ser orientado para o reconhecimento de lesões 
Recomendado para que a mulher tenha conhecimento de seu próprio corpo 
Ultrassonografia e ressonância nuclear magnética: 
O MS não recomenda ultrassom e/ou ressonância seja isolado ou com a mamografia 
associada. Os danos superam os benefícios. 
O ÚNICO EXAME DE RASTREAMENTO É A MAMOGRAFIA 
Quando e quem fazer? 
A mamografia de rastreamento é recomendada para: Mulheres com idade entre 50 e 69 anos 
(a cada dois anos). OMS e pais com rastreamento organizado. 
A sociedade de mastologia ainda não concorda com isso, pois não é tão fácil conseguir no Br. 
Obs: A mamografia para avaliar uma alteração suspeita na mama (mamografia diagnostica) 
poderá ser feita em qualquer idade 
Na literatura a partir dos 50 anos anualmente. 
Quais os riscos de fazer mamografia fora da idade recomendada quando a mulher não tem 
sintoma? 
Mulheres com menos de 50 anos: O exame é limitado para identificar as alterações, gerando 
muitos resultados incorretos, falso alarme e necessidade de mais exames 
Mulheres com 70 anos ou mais: Nessa faixa etária é maior o risco de revelar um tipo de câncer 
de mama que não causaria prejuízos á mulher e que seria tratado desnecessariamente 
E quando a mulher tem risco elevado para câncer de mama? 
Risco elevado (alteração genética): Mulheres com história de vários casos de câncer de mama 
(incluindo o masculino) ou de ovário em parentes consanguíneos sobretudo em idade jovem. 
É recomendado que conversem com o médico para avaliação do risco e a conduta a ser 
seguida 
De 5 a 10% dos casos de câncer de mama são hereditários 
População de risco elevado: 
• De pelo menos um parente de 1º grau com diagnóstico de câncer de mama abaixo de 
50 anos de idade. 
SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 
• De pelo menos um parente de 1º grau com diagnóstico de câncer de mama bilateral 
ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária. 
• De câncer de mama masculino e mulher com diagnóstico histopatológico de lesão 
mamária profiferativa com atipia ou neoplasia

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