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SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 REVISÃO EM GINICOLOGIA Caso clínico: Profissional do sexo • Diagnóstico diferenciais de secreção vaginal • Anamnese e exame físico • Tratamento Identificação: RXR, 24 anos, natural da Mooca – SP, procedente de Itaquaquecetuba – SP, profissional do sexo, casada, católica. Queixa e duração: secreção vaginal há 1 mês História da moléstia atual: Paciente refere há 1 mês saída de secreção vaginal em moderada quantidade, de odor fétido, associado a muito prurido desencadeada especialmente após as relações sexuais. O prurido é tão intenso que tem a sensação que tem “pimenta na vagina” Associado apresenta sinusorragia, durante os dias que atende muitos clientes. Paciente é casada e seu marido não sabe da sua prática profissional. Ela tem medo que durante suas atividades possa engravidar e, por isso, procura atendimento médico, pois deseja escolher o melhor método contraceptivo. Reforça que usa preservativos em todas as suas relações sexuais. No entanto, nos últimos meses alguns clientes estavam pagando um valor extra para ter prática sem barreira. Nestas situações, usava pílula do dia seguinte e coito interrompido. Procura o serviço médico para orientações da secreção vaginal e anticoncepção. Antecedentes pessoais: Nega diabetes e hipertensão arterial crônica. Nega doença crônica. Antecedentes ginecológicos e obstétricos: Menarca: 10 anos Coitarca: 11 anos Número de parceiros sexuais: não sabe quantificar, mas estima 15 parceiros/mês GI PI: 1 filho: 10 anos, nasceu de parto normal, 32 semanas de gestação, 1900 gramas, sem intercorrências no parto. Data da última menstruação: não sabe informar, pois está sem controle do ciclo menstrual Método anticoncepcional: sem método Ao Exame físico: Bom estado geral, corada, ativa, Peso 62 Kg, Altura 1,70 m Abdome: normotenso, discretamente doloroso a palpação superficial especialmente em região epigástrica, descompressão brusca dolorosa negativa; Ruídos hidroaéreos normais; Giordano negativo Inspeção vulvar: Hiperemia vulvar, sem hematomas ou lacerações. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Especular: Secreção bolhosa em moderada quantidade, coloração acinzentada, fluída. Visualiza- se secreção amarelada proveniente do orifício externo do colo do útero. Colo do útero totalmente avermelhado, com aspecto de “framboesa”. Toque vaginal: útero fibroelástico, aproximadamente 7 cm, intrapélvico, discretamente doloroso a mobilização do colo do útero. Identifique características importantes da anamnese da paciente. Considere o fator epidemiológico, características da secreção (Odor, prurido) • 22 anos • Profissional do sexo • Secreção vaginal: Odor fétido, muito prurido: “pimenta na vagina”, após relação sexual. • Sinusorragia em dias que atende muitos clientes • Usa preservativos irregularmente • Coito interrompido • DUM: desconhecida Qual etapa do exame físico foi imprescindível para sua hipótese diagnóstica? • Sintomas do caso clínico: Secreção vaginal, sangramento genital (sinusorragia) • Inspeção da vulva, inspeção do colo do útero e da vagina, palpação (toque vaginal) Qual a sua principal hipótese diagnóstica? • Tricomoníase Quais achados no exame físico favorecem ao seu diagnóstico? • Candidíase: “nata de leite” • Tricomoníase: “pimenta na vagina” • Vaginose: “Odor de peixe podre” Resumindo: • Candidíase: o Processo inflamatório. o Não se sabe a transição da fase saprófita para o estado infeccioso. o Fungos: 90% Cândida albicans, 10% Cândida não albicans (glabatra, tropicalis) o Não é DST o Manifestação clínica: Prurido, corrimento mais intenso no período pré menstrual, disúria e dispareunia o Exame físico: ▪ Hiperemia vulvar, edema e eventual escoriações. ▪ Especular: conteúdo vaginal esbranquiçado, em quantidade variável, espesso, aderido às paredes vaginais, aspecto de “nata de leite ou leito coalhado” o pH: <4,5 o Pesquisa: ▪ Exame a fresco do conteúdo vaginal com hidróxido de potássio (KOH) a 10% ou soro fisiológico: toda estrutura celular se rompe, exceto leveduras. ▪ Bacterioscopia com coloração pelo método de Gram. ▪ ultura em meios específicos. o Etiologia: SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 ▪ Processo inflamatório. Não se sabe a transição da fase saprófita para o estado infeccioso. ▪ Fungos: 90% Cândida albicans 10% Cândida não albicans (glabatra, tropicalis) o Tratamento: ▪ Fenticonazol (creme na concentração de 0,02 g/g, um aplicador ao deitar-se, durante sete dias, ou óvulo com 600 mg em dose única ▪ Clotrimazol (creme 10 mg/g por sete dias, ou comprimido vaginal 500 mg em dose única), miconazol (creme 20 mg/g por 14 dias) • Tricomoníase: o Parasita flagelado que fagocita fungos, bactérias e vírus e tem capacidade de transportar para o trato genital superior. o Adere fortemente as células e se torna um parasita de nutrientes do meio ambiente fagocitando bactérias, fundos e células do hospedeiro. o Trichomonas vaginalis o É uma DST o Manifestação Clínica: Ardor genital (“sensação de pimenta”). Disúria e dispareunia. Corrimento em grande quantidade amarelado ou amarelo esverdeado. o Exame físico: ▪ Inspeção vulvar: Hiperemia. ▪ Especular: conteúdo vaginal amarelo-esverdeado, bolhoso, paredes vaginais e colo uterino hiperemiado. Colo do útero com aspecto de “morango” (colpite macularis) - sufusões hemorrágicas. o pH: >4,5 o Pesquisa: ▪ Teste das aminas (whiffi test) - KOH 10%: pode ser positivo por ter Vaginose associado. ▪ Bacterioscopia a fresco: parasita com movimentos pendulares; Bacteriosocopia Gram: parasita imóvel. ▪ Cultura (Meio de Diamond). o Etiologia: ▪ Parasita flagelado que fagocita fungos, bactérias e vírus e tem capacidade de transportar para o trato genital superior. Adere fortemente as células e se torna um parasita de nutrientes do meio ambiente fagocitando bacteérias, fundos e células do hospedeiro. ▪ Trichomonas vaginalis o Tratamento: ▪ Metronidazol 2g por VO em dose única ▪ Tinidazol 2g por VO em dose única • Vaginose: o Desequilíbrio da flora vaginal: Diminui lactobacilos o Anaeróbios: Gardnerella, Atopobium, Prevotella, Megasphaera, Leptotrichia, Sneatia, Bi dobacterium, Dialister, Clostridium e Mycoplasmas o Não é uma DST o Manifestação Clínica: Corrimento odor fétido “peixe podre” ou amoniacal, que piora após intercurso sexual e durante a menstruação. Não cursa com prurido. o Exame físico: ▪ Inspeção vulvar: normal. ▪ Especular: conteúdo vaginal de aspecto homogéneo, em quantidade variável, com coloraçâo esbranquiçada, branco-acinzentada ou amarelada. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 o pH: >4,5 o Pesquisa: ▪ Critérios de Amsel: (3/4): • Corrimento vaginal brancoacinzentado homogêneo aderente às paredes vaginais; • Medida do pH vaginal maior do que 4,5; • Teste das aminas (whiffi test) positivo • Presença de “clue cells”. ▪ O escore de Nugent: • Bacterioscopia o Etiologia: ▪ Desequilíbrio da flora vaginal: Diminui lactobacilos ▪ Anaeróbios: Gardnerella o Tratamento: ▪ Metronidazol 500 mg por via oral (VO) duas vezes ao dia durante sete dias; ▪ Metronidazol gel 0,75% – 5g (um aplicador) intravaginal ao deitar-se durante cinco dias; ▪ Clindamicina creme 2% – 5g (um aplicador) intravaginal ao deitar-se Quais orientações você daria à paciente em relação a método contraceptivo? • Preservativo • Implanon • ACO combinado Você indicaria laqueadura tubária para essa paciente? Qual respaldo legal para essa escolha? • Lei 9263, 12 de janeiro de 1996 o > 25 anos de idade OU dois filhos vivos, com período de 60 dias de prazo entre a manifestação de vontade e o ato cirúrgico o Registro de expressa manifestação de vontade e firmado após informação sobre os riscos cirúrgicos o Vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos do parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade por sucessivascesarianas anteriores o A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será executada através da laqueadura tubária, vasectomia ou outro método cientificamente aceito, sendo vedada através da histerectomia ou ooforectomia Dor epigástrica e queixa de secreção vaginal? • Síndrome de Fitz-HuggCurtis • Peri - Hepatite Gonocócica Para revisar a anamnese ginecológica defina: Amenorréia, sinusorragia e dispareunia. • Amenorréia: ausência de menstruação o Primária: ausência de menstruação após 16 anos ou ausência dos caracteres sexuais secundários após 14 anos o Secundária: ausência de menstruação ▪ 6 meses em mulheres com ciclos irregulares ▪ 3 meses em mulheres com ciclos regulares • Sinusorragia: sangramento durante as relações sexuais SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • Dispareunia: dor à penetração vaginal o Penetração o Profundidade Para a prova: • Vaginose bacteriana • Candidíase vaginal • Tricomoníase • Casos clínico com diagnostico diferencial de Leucorréia • Ler para conhecimento geral: Citolítica, Aeróbica • Referencia bibliográfia: Leucorréias (manual febrasgo) SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Anamnese e exame físico obstétrico Consulta pré-natal O ministério considera gestante de alto risco menor de 17 e maior de 35. Porém nem sempre ela vai ser tratada como alto risco. Considera também mulheres com atividade laborativa de alto esforço físico, carga horaria, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos, biológicos e estresse. Altura < 1,45 m. Peso <45 kg e > 75kg. Dependentes de drogas. Pacientes com doenças clínicas também são consideradas de alto risco. • Cardiopatias • Pneumopatias • Nefropatias • Endocrinopatias • Hipertensão arterial • Epilepsia • Doença infecciosas • Doenças auto-imunes Uma gravidez pode ter de 40 a 42 semanas, e quando passa dos 40 é chamado de pós data. A paciente de alto risco não pode chegar no pós data. História reprodutiva anterior: morte perinatal, recém-nascido com crescimento retardado, pré-termo ou má formação, abortamento habitual, cirurgias uterinas (ruptura, má fixação de placenta). Como suspeitar de gravidez? • Sintomas presuntivos (subjetivos – a paciente conta): náuseas, vômitos, aumento do volume do abdômen, movimentos fetais... • Sinais de probabilidade: BHCG, amolecimento do colo do útero (Godel) • Sinais de certeza: BCF (batimento cardíaco fetal), USG Nomenclatura: Antecedentes obstétricos: GIPIIAIEO (gravidez (1), partos (2), aborto (1), ectópica (0)) *números romanos Como calcular a idade gestacional – pela DUM (regra de nagele) - PROVA Data da última menstruação: 10/12/2019 Fazer uma tabela: Quantos dias faltam pra fechar o mês da menstruação – ex. 21 e soma os dias até o dia atual ... pega o valor final e divide pro 7 para transformar em semanas. Ex. 10/12/2019 – 27/02/2020 Dezembro 21 dias / janeiro 31 dias / fevereiro 27 dias – soma 79 divide por 7 – 11 semanas e 2 dias Se a paciente tiver com sangramento porem gravida, faz o ultrassom e mede o feto do crâneo até a nadega pra saber quanto tempo tem (olha na tabela) e depois soma igual o de cima. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Exame físico: Inspeção: • Marcha anserina. Alargamento da base e hiperlordose lombar • Face: hiperpigmentação de pele (cloasma, pilificação (pelugem alba)) • Mama: tubérculos de Montgomery, sinal de Hunter (hiperpigmentação da aureola primaria) e sinal de Haller (plexo venoso da mama fica aparente) • Abdome: estrias, linha Nigra (hiperpigmentação), sinal de Piskasek (assimetria no útero e no abdome em decorrência ao local onde a placenta se insere) • Vagina e colo do útero: sinal de Jacquemier- Chadwick (coloração de rosada torna-se violáceoa ou azulada – colo, vagina) e sinal de Kludge (muda a cor da vulva) Palpação: • Mensurar a altura uterina: Crescer em média 1 CM por semana (até 35 semanas), na altura do umbigo é aproximado 20 semanas. Sinfise púbica 10 semansas. A termo cm a menos que a idade gestacional. Se a altura uterina não estiver compatível (maior) com os meses pode indicar uma gravidez gemelar, pode ser mioma, macrostomia fetal ou (menor) restrição de crescimento fetal, oligohidramico, ..... o Como fazer: paciente deitada com as pernas estendidas, mede da margem superior da sínfise ao fundo uterino e depois compara no gráfico. • A (atitude) S (situação) A (apresentação) P (posição) PROVA o A: Relação das diversas partes do feto entre si: ▪ Flexão generalizada, cabeça fletida, mento no esterno, braços e antebraços sobre tórax, coxa fletida sobre a bacia, pernas fletidas sobre a coxa. Ultrassom que revela isso. o S: A relação do maior eixo longitudinal do feto com o eixo longitudinal da mãe. Os dois estão verticais (longitudinal), o bebê esta horizontal (transversal), o bebê está na diagonal (obliquo) ... o A: É a região do feto que ocupa a área do estreito superior da pelve e que irá nela se insinuar. Cefálica (cabeça), Pélvica (nádegas), transversa ou córmica (ombro) o P: É a relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo da mãe. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • Manobra de Leopold-Zweifel • Toque vaginal: sinal de Noblile Budin, Sinal de Godel (amolecimento), Sinal de Hegar (amolecimento do istmo e do corpo do útero) e Sinal de Osiander (pulsação da artéria vaginal) Ausculta de batimentos fetais: • Pinard • Sonar (12 semanas) • USG (5 semanas) Tipos de partos: • Cesária • Normal • Com fórceps SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Saúde reprodutiva e planejamento familiar Planejamento familiar é não engravidar. Lei 9263 de 12/01/1996 • Planejamento familiar é definido como “conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, homem ou pelo casal • É dar a oportunidade para o casal decidir quantos filhos deseja ter e qual o melhor momento de tê-los! Índice de Pearl (OMS): número de mulheres que engravidaram usando certo método. Qual o melhor método para se escolher? O que o paciente mais se adapta dentro da classificação Categorias: • Categoria 1 – sem restrições • Categoria 2 – benefícios > riscos • Categoria 3 – benefícios < riscos • Categoria 4 – não usar Tipos de métodos: • Comportamento: o Tabelinha (Ogino-Knaus): conhecer os seis últimos ciclos, do ciclo mais longo tira 11 dias do ciclo mais curto 18 dias o Temperatura corpórea basal: todo dia de manhã se mede a temperatura, um aumento de 0,3 a 0,8 graus vai indicar ovulação. Abstinência até 3 dias do aumento da temperatura SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 o Método de Billings: avalia a filiança do muco ao longo do ciclo. Pode alterar tmb por leucorréias ou contato com o sêmem. o Sintotérmico: junção dos dois de cima o Ejaculação extravaginal: Leva a ato sexul incompleto e ansiedade. Liquido de lubrificação uretral pode já conter espermatozoides • Barreira o Preservativo masculino o Preservativo feminino o Diafragma o Geléia espermicida • Dispositivos intrauterinos: Evita que tenha a fixação do embrião alterando o endométrio e muda a motilidade da trompa o DIU de cobre (multiload): Tem na rede pública, não tem hormônios, dura até 10 anos o DIU levonorgestrel (mirena): Progesterona, dura 5 anos. Além da ação do outro faz com que o endométrio se afinem. o Em quem não usar? Paciente que sangra e não sei a causa; má formação e deformação anatômica uterina; câncer (mama, ovário, endométrio, colo do útero); infeção (puerperal, aborto infectado, DST ativa ou 3 meses) o DIU e gravidez: Não retira o DIU o DIU e gravidez ectópica: baixo número de gestação, aumenta risco relativo de gravidez ectópica. Devido aalteração da motilidade o DIU e DIPA: depende da literatura. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 *Ciclo menstrual: Ocorre simultaneamente no ovário e endométrio: Ovário: SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Endométrio: • Hormonal o Combinado (estrogênio e progesterona) oral ▪ Estrogênio: Etinilestradiol • Valerato de estradiol (Qlaira) • Estradiol (Stezza) ▪ Progesterona: Levonorgestrel, dinorgestrel, linestrenol, ciproterona, gestodeno, desogestrel, clormadinoma, noretindrona, drospirenona… o Combinado Injetável: toma no primeiro dia da menstruação e se repete todo mês subconsequente no mesmo dia ▪ Enantato de estradiol 10 mg + valerato de estrdiol 5mg ou acetato de medroxiprogesterona + cipionato estradiol 5mg o Progesterona via oral: ▪ Minipílulas • Norestirenona- puerpério • Desogestrel 75 mcg – uso continuo o Progesterona Injetável: trimestral, tem na rede pública, único que possui comprovação de aumento de peso, causam espinhas e falta de libido o Transdérmico: ▪ Adesivo transdérmico • Etinil estradiol 20 mcg/d + norelgestromin 150 mcg/d • Inicia no 1o dia do ciclo e deixa cada adesivo por 1 semana. • Após 3 semanas fazer pausa de 7 dias e reiniciar o processo o Subdérmico: ▪ Implante subdérmico • Etonorgestrel 20mcg/d • Inserido entre o biceps e o triceps • Duração de 3 anos o O estrogênio: grande vilão dos riscos tromboembólicos o Contracepção de emergência: ▪ Regime de YUZPE: (100 µg de EE + 500 µg LNG em duas doses com intervalo de 12 horas) SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 ▪ Levonorgestrel: 750 µg em duas doses com intervalo de 12 horas (POSTINOR®, POZATTO®) o Contraindicações: estrogênio (riso tromboembólico, risco cardiovascular, risco de AVC, risco de câncer de mama) • Cirúrgico o Lei número 9263/96: mais de 25 anos e /ou com 2 filhos, com autorização do marido, entre o desejo e a execução 60 dias, não pode fazer no parto exceto em 2 cirurgias previas uterinas, pode-se fazer se tiver risco a mãe (assinado por dois médicos) o Art. 10. Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações: ▪ I - em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce; ▪ II - risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos. o 1º É condição para que se realize a esterilização o registro de expressa manifestação da vontade em documento escrito e firmado, após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes. o 2º É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores. o 3º Não será considerada a manifestação de vontade, na forma do § 1º, expressa durante ocorrência de alterações na capacidade de discernimento SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente. o 4º A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será executada através da laqueadura tubária, vasectomia ou de outro método cientificamente aceito, sendo vedada através da histerectomia e ooforectomia. o 5º Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges. o 6º A esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes somente poderá ocorrer mediante autorização judicial, regulamentada na forma da Lei. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Pré-natal Conceito: o que procede o nascimento, assistência prestada a gestante durante os 9 meses de gravidez, que visa evitar problemas para a mãe e a criança nesse período e no momento do parto. Inclui a assistência desde o momento em que a mulher deseja engravidar Fator de risco diferente de pré-natal de alto risco • Fator: A mulher que tem um fator para dar errado, ela precisa de um cuidado diferenciado. Ex. paciente jovem, fumante... • Alto risco: A mulher tem uma doença que acaba influenciando na gravidez. Ex. paciente com epilepsia, nefropata... Pré-natal de alto risco só o médico faz, em pré-natais normais podem ser feitos pelo enfermeiro Periodicidade das consultas: • O número de consultas preconizado pela OMS para uma boa assistência pré-natal: Maior ou igual a seis semanas • 1º trimestre: 1 consulta • 2º trimestre: 2 consultas • 3º trimestre: 3 consultas (>36 semanas: semanal) IDADE GESTACIONAL • 20 semanas: Feto – Se tem ocorrência é abortamento SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 *acima de 24 semanas o feto se torna viável – de 20 a 24 não tem uma definição muito correta. • 20 semanas e 1 dia até 36 semanas e 6 dias: pré-termo – Se nascer é prematuro, não é mais aborto. • 37 semanas até 39 semanas e 6 dias: A termo - O bebê está pronto para nascer • 40 semanas até 42 semanas: Pós-data Anamnese e exame físico: • Completar o caderno do SUS Até 20 semanas (22 semanas): • Incompetência istmo cervical • Hemorragias da metade da gestação: o Mola hidatiforme: em vez de desenvolver o bebe o corpo desenvolve vesículas – não evolui a gravidez e pode virar um câncer de placenta. o Gestação ectópica o Abortamento Mais de 20 semanas (22): • Rotura prematura de membranas ovulares – rompimento de bolsa precoce • Parto prematuro • RCIU – bebê que não cresce • Pós datismo • Pré eclampsia • Diabete gestacional • Hemorragias da 2ª metade da gestação o Placenta previa o Descolamento prematuro de placenta – 20% faz sangramento oculto (aumenta o fator de coagulação para essa área e a mãe entra em um quadro de falta de fator e começa a ter hemorragias no resto do corpo) a hipertensão não controlada pode causar isso. o Rotura uterina Exame físico geral: • Pressão arterial • Controle do peso materno: tem que fazer a conta e fazer o quanto ela pode engordar. Pacientes com sobre peso pode desenvolver doenças. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • Inspeção: Linha nigra, tubérculos de montegomer, plexo venoso de harley, aurelola secundaria, marcha anserina • Palpação: mensuração da altura uterina (acompanhar na curva) o Manobra de Leopold-Zweufel o Toque vaginal o Curva de altura uterina/ idade gestacional: No meio: seguimento com o pré- natal; Em cima: erro da data, polidrâmnio, macrossomia, miomatose (importante solicitar ultrassonografia). Em baixo: Erro de data, feto morto, oligodrâmnio, restrição de crescimento fetal (solicitar ultrassonografia) SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • Ausculta: com 5 semanas já tem batimento no ultrassom • Cálculo da idade gestacional: pela DUM • Cálculo da data provável do parto: regra de Naegele (quando da 40 semanas). Pega a data da ultima menstruação e soma 7 no dia e subtrai 3 no mês. DUM: 01/12/2019 data do parto 08/09/2020. Propedêutica complementar: • Coombs indireto – eritroblastose fetal • Hemograma – para ver se tem infecção, se tem anemia (na gravidez tem anemia, leucocitose e plaquetose fisiológica) • Glicemia de jejum – para controlar a diabetes gestacional • Colpocitologia ancotica – recomenda não colher no primeiro trimestre (pois as grávidaspodem dizer que tem relação com abortamento – mesmo não tendo) SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • TSH- hipotiroidismo subclínico tem que tratar nas gravidas HIV- teste rápido: • Aconselhamento pré-teste (tem que informar a paciente a dizer para o parceiro se ela não contar você tem que contar) • Possíveis diagnósticos: negativo (negativo ou não convertido – faz um no final da gravidez), positivo (faz duas vezes e exame confirmatório), indeterminado (quando vem um falso positivo (vacina pra gripe pode dar isso), trata-se como se fosse positivo) Urina e urocultura: • Obrigatoriamente tem que tratar independente de exames. • Gravidas não podem usar: cipro e norflaxacina (pq faz fechamento precoce das epifeses do bebê) • Usa-se cefalexina 500mg de 6/6 horas por 7 dias e nitrofurantoína 100mg de 6/6 horas por 7 dias • Se for assintomático com > 100000 UFC/ml trata. Pesquisa de estreptococo B (exame do cotonete) • Sepse neonatal (o bebê nasce bem e evolui para sepse em menos de 24 horas, não influencia no parto vaginal porem tem que usar antibiótico antes): mucosa vaginal e anal Suplementação: • Suplementação de sulfato ferroso e ácido fólico • Para anemia fisiológica: Parâmetro para saber se é fisiológica ou não: 11g/dL fisiológico, 8g/dL patológico * • A gravida tem o aumento de 40-50% de volemia o que faz com que aumente o bombeamento do coração e ocorre uma diminuição de resistência periférica • Aumento de eritrócitos (não é proporcional com aumento da volemia) • Período de parto e puerpério demanda 1/3 do ferro do organismo. Começa a ter depleção após o 1º trimestre e diminui a absorção do folato • Perfil do ferro: Aumento do ferro sérico, da ferritina e da sat transferrina e diminuição do TIBC (capacidade de ligação da transferrina) SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Vacinação: • Gravida não toma vacina de vírus vivos • Vacinas recomendadas: Tétano, Difteria, Coqueluche, influenza, Hepatite B • Tétano: (dT – vacina normal) (dTpa – com uma coisa a mais), mesmo com o esquema completo tem que tomar • Hepatite B • Influenza (H1n1) para gravidas é muito grave. A vacina está recomendada nos meses da sazonalidade do vírus, mesmo no primeiro trimestre de gestação. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Pré-Natal II Propedêutica Complementar: • Tipagem ABO/RH e Coombs indireto • Sífilis • Toxoplasmose aguda • Hepatite B • Glicemia de jejum Tipagem sanguínea ABO/RH coombs indireto: ERITROBLASTOSE FETAL No pré-natal o que nos preocupa é o RH. Quando a mãe é negativa e o primeiro bebê é positivo, pode fazer com que a mãe gere anticorpos contra o sangue do segundo bebê, pois ela entra em contato com o antígeno do primeiro. O que faz produzir o anticorpo? Ter contato com o antígeno Como ter contato com antígeno? Sangramentos na gestação, transfusão de sangue Na eritroblastose fetal ocorre: • Destruição das hemácias • Estimula produção de mais hemácias • Hepatomegalia • Esplenomegalia • Mais hemólise • Compromete a oxigenação fetal • Óbito fetal Como evitar? • Da imunoglobulina anti-antígeno D para a mãe. • Mãe Rh negativo/ Rh positivo o Imunoglobulina anti-D ▪ Destrói as células Rh positiva na circulação materna para não desenvolver anticorpos anti-D ▪ Na gestação: Imunoglobulina anti – D 28 – 34 semanas ▪ No pós parto: Imunoglobulina até 72 horas após o parto • Há benefícios de administração até 13 dias após o parto Coombs indireto: • Avalia no plasma materno se há anticorpo anti- D. Tem que fazer sempre. Como seguir: • Tem que fazer a tipagem sanguínea da mãe. • Mães Rh negativos e pai Rh positivo: o Coombs indireto a partir de 28 semanas o No caso de gestante sensibilizada, devem-se determinar os títulos de anticorpo anti-D a cada quatro semanas e, após 28 semanas, a cada duas semanas SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 o Quando atingem valores ≥1:16 em técnica de diluição em tubo, há risco aumentado de anemia fetal Sífilis: A sífilis primária é simples (lesão única, indolor, bordas limpas, fundo limpo), o que preocupa é quando começa a piorar vai para secundaria (lesão erimatosa em palmas de mão e peles/ sintomas inespecíficos como febre, mal estar, gânglios) ou terciária (neuro sífilis). Diagnostico: VDRL e FTA-Abs ou TTPA Tratamento: Penicilina benzatina para todos o que muda é a dose. Primário 2400000UI, Secundário 4800000 UI 2 doses com intervalo de sete dias, Terciário 7200000 UI 3 doses com intervalo de 7 dias. • Penicilina benzatina é a única droga que tem capacidade de alcançar o feto e trata-lo de maneira adequada; • Pacientes alérgicas devem ser desensibilizadas • Qualquer outro tratamento na mãe é considerado como INADEQUADO para o feto; • Obrigatório: TRATAMENTO DO PARCEIRO Toxoplasmose: Agente etiológico: Protozoário Toxoplasma gondi Transmissão: Água e alimentos (carne contaminada), fezes e saliva de felinos, congênita pela gravidez Manifestação clínica: oligossintomático/ sintomas inespecíficos; toxoplasmose ocular e auditiva; prematuridade, retardo de crescimento fetal, surdez, crise convulsiva. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Diagnóstico: IGg e IGm Tratamento de infecção aguda: Hepatite B: • HBsAg (Antígeno de superfície do vírus): Vacina / vírus • Antígeno do core: vírus • HBeAg (fase de replicação viral): Fase replicação / vírus SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Glicemia de jejum: Por que pedimos? • Rastreamento de diabetes desenvolvidos na gestação • Conceito: É A INTOLERÂNCIA AOS CARBOIDRATOS, de graus variados de intensidade, diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto Fatores de risco: • Macrossomico • Óbito fetal • Polidrâmnio • Hipertensão arterial • Ganho de peso Tratamento: Se a glicemia de jejum for > 92 diabetes gestacional e > ou igual a 126 diabetes prévia a gestação a indicação é de tratamento TTOG (Teste de tolerância oral a glicose): para menor ou igual a 92, com fator de risco imediato e sem fator de risco de 24-28 semanas. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Intercorrências frequentes na gravidez APS Caso clínico: Janaína, 37 anos, natural de Barueri-SP, procedente do Brás - SP, costureira, casada. A senhora Janaína procura atendimento na unidade básica de saúde, pois apresenta náuseas e vômitos incoercíveis (4 episódios/dia), especialmente após ingesta de alimentos. Não consegue identificar qual o tipo de alimento que piora o sintoma, mas ressalta piora quando sente odor de perfume. Janaína está grávida da sua terceira gravidez. Ainda não fez ultrassonografia, mas sua última menstruação foi no dia 10/11/2019. Refere que seu ciclo é regular e tem certeza desta data. • Antecedentes Clínicos e Cirúrgicos: o Hipertensão arterial crônica em uso de captopril 25 mg de 8/8 horas o Apendicectomia há 5 anos • Antecedentes Obstétricos: o Seu primeiro filho, João, 17 anos, nasceu de parto vaginal, de 29 semanas, pesou 2000 gramas. Refere que não deu tempo de chegar no hospital, começou a ter contrações no trajeto e a bolsa rompeu espontaneamente 1 km antes de chegar no hospital. João nasceu no carro com a ajuda da vizinha que a acompanhava. o Seu segundo filho, Mario, 10 anos, nasceu de parto cesáreo, de 32 semanas, pesou 4759 gramas. Não sabe relatar muito bem o motivo do parto de emergência, mas lembra que estava internada para tomar insulina. • Hábitos e vícios: o Tabagista de 5 cigarros/dia o Ingesta de cerveja aos fins de semana Primeira consulta: 07.01.2020 Riscos atuais e progressos da paciente: • 37 anos • Hipertensão arterial crônica • Primeiro filho com 29 semanas e 2kg – prato pré maturo • Segundo filho com 32 semanas e quase 5 kg – tomava insulina • Tabagista • Cervejaaos fins de semana Calcular a idade gestacional: • Hoje: 07.01.2020 • DUM: 10.11.2019 • Como faz? SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Calcular a data provável do parto: • DUM: 10.11.2019 • Soma sete no dia • Subtrai 3 no mês • Data provável 17.08.2020 Qual a queixa principal da paciente e como conduzir? • Vômitos e náuseas • Quando isso ocorre com muita frequência pode ser necessário a internação da paciente para reposição de eletrólitos • Pode alterar a motilidade do intestino: gerando constipação e plenitude • Alimentação solida em pequenas quantidades ajuda a melhorar • Consumo de alimentos ácidos também ajuda Quais exames devem ser solicitados: • ABO/RH • Coombs indireto • Hemograma • HIV • Sífilis • Hepatite B • Toxoplasmose • Glicemia de Jejum • Urina 1 e Urocultura • Colpocitologia Oncótica • USG obstétrico Indicação de suplementação na gravidez: • Ácido fólico: 0,4 mg sem defeito do tubo neural ou 4 mg com defeito do tubo neuronal • Sulfato ferroso: 300 mg 2X ao dia Verificar carteira vacinal: paciente não trouxe SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Segunda consulta: 07.02.2020 Paciente queixa - se de disúria, poliúria, dor em região hipogástrio há 2 dias. São sintomas frequentes no atendimento de gestantes e a principal hipótese diagnóstica é INFECÇÃO URINÁRIA. Conduta: Tratar imediatamente Infecção urinaria: Terceira consulta: 14.02.2020 Hoje - IG: 13 semanas e 5 dias Chega em consulta de encaixe, pois apresentou sangramento vaginal tipo “borra de café”, espontâneo. Hipótese diagnostica: Sangramento de primeiro trimestre • Abortamento – mais comum • Gestação ectópica • Gestação Molar – super raro – a placenta fica cheia de vesículas de água Abortamento: Por definição: qualquer perda gestacional com menos de 20 semanas ou feto que pesa menos de 500g ou menos de 25 cm Classificação: • Precoce: <12 semanas • Tardio: > 12 semanas Causas: 80% alterações cromossômicas SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Ameaça de abortamento: 50% aborta e 50% evolui normal • Sangramento: tipo borra de café • Dor: presente • Febre: Não tem • Toque Vaginal: Fechado e sem dor • Ultrassonografia: normal • Orientação: Repouso Abortamento incompleto ou incurso: • Sangramento: maior e mais avermelhado • Dor: sim • Febre: não • Toque Vaginal: Aberto • Ultrassonografia: já mostra se o embrião foi eliminado ou não • Orientação: curetagem uterina ou AMIU (aspiração manual intra-uterina) – se tiver osso tem que tomar remédio antes (cytotec) Abortamento infectado: • Sangramento: com odor fétido • Dor: presente • Febre: presente • Toque Vaginal: aberto • Ultrassonografia: pode apresentar restos ou até mesmo o feto • Orientação: antibiótico e curetagem após 24 horas Abortamento retido: • Sangramento: não • Dor: não • Febre: não • Toque Vaginal: normal • Ultrassonografia: feto em óbito • Orientação: aguarda por 4 semanas para evoluir para o aborto completo SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Quarta consulta: Hoje: IG 20 semanas e 2 dias Paciente trouxe a carteira de vacinação para atualização. Tem 3 doses de hepatite B, nenhuma de difteria, tétano ou influenza. Atualizar: Hepatite B: • 05.01.2018 • 05.02.2018 • 05.06.2018 • O esquema dela tá completo Difteria e tétano: • Tem que dar as 3 doses sendo que a última deve ser dTpa Influenza: • Gestante é grupo de risco para as complicações da infecção pelo vírus influenza • A vacina está recomendada nos meses da sazonalidade do vírus, mesmo no primeiro trimestre de gestação. Quinta consulta: Hoje: IG 28 semanas e 3 dias Paciente retorna com queixa de leucorréia. Hiperemia vulvar, edema e escoriações SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Especular: conteúdo vaginal esbranquiçado, espessa, aderido às paredes vaginais, aspecto de “leite coalhado” HD: candidíase. Trico.. oral não pode Lembrando: Candidíase: “nata de leite”. Tricomoníase: “pimenta na vagina”. Vaginose: “odor de peixe podre”. Exame obstétrico: Altura uterina: 28 cm Manobras: Sexta consulta: Hoje: IG 32 semanas e 3 dias Chegaram os resultados dos exames. Hemograma: • Hb: 11 g/dl • Paciente viu que o valor de referência de normalidade é de 12,5 g/dl e está muito preocupada. • Orienta-la que esse valor é fisiológico em gravidas Toxoplasmose: • IG G positivo • IG M positivo • Devemos avaliar o teste de Avidez o Entenda: Avidez por IG G o Alto IG G – infecção crônica o Baixo IG M – infecção aguda SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Hepatite B: • Somente AntiHBs positivo o resto negativo então indica imunização Tipagem sanguínea: • Mãe: A negativo. Coombs indireto negativo • Pai: B positivo. • Com isso considera o bebê positivo, a mãe deve tomar imunoglobulina. • O coombs negativo indica que ela não tem anti antígeno D. Glicemia de jejum: • 80g/dl – normal • Como ela tem fator de risco a gente pede o TTOG A próxima consulta terá a decisão compartilhada da via de parto SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Tomada de decisão compartilhada: Parto vaginal ou cirúrgico? A tomada de decisão depende de duas pessoas, a gravida e o profissional que acompanha. Essa decisão deve ser compartilhada pois a paciente tem uma expectativa e o profissional sabe das opções e das contraindicações. Tipos de parto: • Natural vaginal: Sem nenhuma intervenção, é 100 % natural • Normal vaginal: Com ajuda profissional, pode ser anestesia ou epífise ... • Fórcipe: Em situações como mulheres cardiopatas que não podem fazer grandes esforços; quando o bebê começa a entrar em sofrimento fetal... • Vácuo: Também pode ser indicado • Cesárea: cirúrgico A taxa de partos cesáreos no mundo: de 10 a 15% é a taxa recomendada, porém pouquíssimos países conseguem isso A OMS preconiza que o total de partos cesáreos em relação ao número total de partos realizados em um serviço de saúde seja de 15%. De 2009 até hoje a quantidade de partos cesáreos é muito maior que o vaginal. O que mudou ao longo do tempo que causou aumento das taxas de partos cesáreos? • Custo do parto no pais • Facilidade do paciente • Dor desnecessária • Disponibilidade da equipe médica • Ilusão de segurança • Escolher a data do nascimento De quem é a decisão? Toda mulher deve ter acesso à escolha informada de todo e qualquer procedimento e a explicação clara sobre seus riscos e benefícios para sua saúde Desumanização do parto e violência obstétrica: Para evitar isso precisa-se saber como a paciente traçou o plano e se ele é possível, explicando para a paciente todas as formas e riscos. Deve ser analisado toda denúncia O prontuário deve estar completo e sempre justificado todos os passos Exemplos de violência: • Avisei que a anestesia não pegou. Mesmo assim, fizeram a cesárea. • Falaram: “não grita que vai assustar as outras mães” • Falaram: “cale a boca! Quem manda no procedimento sou eu” • Colocaram meu bebê, que nasceu morto aos 5 meses, numa luva cirúrgica • Não me deram um copo de água • O pai foi despachado • Agressões verbais: Na hora de fazer não gritou .... SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 * Alterações no tipo de parto com justificativa médica não pode ser considerado violência Humanização do parto: Tem que acontecer em todos os tipos de parto, não só no natural. Toda paciente deve ter sua vontade ouvida e discutida sobre as possibilidades dentro de seu caso A parte técnica deve ser muito bem feita, porém a parte humana deve estar junto. O parto de uma mulher é uma hora onde ela está vulnerável e precisa de total atenção. A mulher deve ter todas as informações possíveis, não só do parto, mas dopré, pós, dos cuidados com o bebê e tudo mais. Rodas de gestantes, planos de partos, pré-natal. Plano de parto: é um plano que a mulher começa a fazer no pré natal onde ela tira suas dúvidas e conta como ela deseja que o parto dela seja. Via de parto, remédio, cortes, música, exercícios, local. Lembrando que nem sempre acontece 100%, porém deve se respeitar o máximo isso. Local do parto: o parto domiciliar não é recomendado, existem salas no hospital que são adaptadas com banheiras e locais mais semelhantes a casa. Direito ao acompanhante: É lei. Os serviços de saúde são obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 acompanhante (escolhido por ela) durante o trabalho de parto, o parto e pós-parto imediato. * Em época de COVID isso não está sendo usado. Durante o trabalho de parto: A paciente pode assumir a posição que se sentir mais confortável. A bola de pilates ajuda muito, água morna, acompanhamento de doula, exercícios, danças... Posições do parto: A melhor posição é sempre a que a paciente se sentir mais confortável • Banqueta de parto • Banheira • Com auxílio de arco SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Coisas não recomendadas: • Tricotomia: retirada de pelo • Enema: lavagem intestinal • Jejum • Manobra de Kristeller: quando empurra a barriga para o bebê descer. É uma manobra proscrita. • Episiotomia: é considerado violência quando feita sem indicação. Tem a função de ampliar a cavidade vaginal, mas só deve ser feita de maneira pontual. Só é indicado quando se tem suspeita de bebê macrossomio ou chance de ruptura da epífise. • Ocitocina: não deve ser utilizado como método para acelerar o parto. Porém se tiver indicação pode ser utilizado, como por exemplo em contrações sem ritmo, e após a expulsão do bebe para retração do útero Coisas que fazemos hoje que melhoram o parto: • Clampeamento tardio do cordão: De 1-3 minutos, isso favorece o bebe em diversas coisas como: menor anemia fetal, menor transfusão, reduz hemorragias, menor sepse, menor enterocolite necrotizante • Contato pele a pele: o bebê vai direto para o colo da mãe. Esse contato é preconizado que tenha o maior tempo possível, isso facilita a amamentação, dimumui o estresse materno, reduz infecção (a flora da pele da mãe ajuda o bebê a desenvolver a dele),acalma o bebê • Amamentação na primeira hora de vida: Que aumenta o laço afetivo, libera ocitocina que auxilia na contração do útero pós parto, melhora a descida do leite O parto cesáreo também deve ser humanizado com todos os passos preconizados para os outros tipos de parto. • A paciente não precisa ter os braços presos na maca • A luz pode ser diminuída para acolher o bebê • Pode ter o contato pele a pele • Pode ter amamentação • Pode ter tudo que o normal tem Falsas indicações: • Cordão enrolado no pescoço • Bacia pequena • Muito gorda • Falta de dilatação • Não entrou em trabalho de parto • Bebê grande • Pouco líquido • Muito baixa • Cessaria anterior • Muito magra • Placenta envelhecida • Parto seco • Muito velha SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Indicações absolutas de parto cesáreo: • Placenta prévia: quando a placenta se encontra no colo do útero, local onde ocorre a dilatação. • Apresentação córmica: situação transversa durante o trabalho de parto. Bebê mal posicionado • Prolapso de cordão: quando o cordão umbilical sai pelo canal cervical podendo ser pressionado pela cabeça do bebê • Ruptura de vasa praevia: quando os vasos sanguíneos do cordão estão desprotegidos e rompem-se, causando sangramento intenso antes ou durante o trabalho de parto • Descolamento prematuro de placenta fora do período expulsivo: quando a placenta se solta do útero, não recebendo mais o fluxo sanguíneo necessário para suprir o bebê. O melhor parto é quando o bebê e a mãe vão para a casa logo após o período de pós parto com saúde e se começa uma família. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Puerpério normal na APS Puerpério: Período que se inicia após dequitação (quando solta a placenta) e se estende até 6 semanas após o parto, no qual o organismo materno voltar ao seu estado pré gravídico. Período cronologicamente variável, impreciso, ocorre manifestações involutivas de recuperação da genitália materna Períodos do puerpério: Imediato: 1º ao 11º dia (hemorragia pós-parto) Tardio: 11º ao 45º dia (infecções puerperais) Remoto: > 45º dia Alterações fisiológicas: Mudanças fisiológicas na gestação: Alteração da cor da vagina e do útero de violáceo para rosado (alterações dos sinais de jacquemier chadwick e ....) Alteração da marcha, sai da anserina para normal Some a hiperpigmentação da face Anemia ludicional volta ai normal Corpo do útero: Imediatamente após expulsão do feto e da placenta Contrações das fibras musculares do útero Globo de segurança de Pinard Trombo tamponamento Plaquetas e fibrinogênio Miotrombotamponamento: o corpo faz trombos para evitar o sangramento Assume forma globosa, dura, palpável ao nível da cicatriz umbilical, lateralizada logo após o parto, mantendo o globo de segurança de Pinard (nome do útero nesse momento) A altura uterina no pós-parto: 20 cm (cicatriz umbilical) – diminui 1 cm a cada 24 horas Uma semana após o parto: fundo do útero se encontra-se na pelve Se o útero não volta pro tamanho pode indicar falta de contração ou problemas de coagulação A consistência do útero volta ao normal Lóquios: descamação da área de onde saiu a placenta Tem células inflamatórias, células mortas, muco, exsudato que se descamam para reconstituir o endométrio Produto da descamação desigual (endométrio) com leucócitos, hemoglobina, células apoptóticas e muco SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Tipos: Rubra – vermelho vivo. De 1 a 4 dias Fusca – vermelho acastanhado. 10 dias Flava – quase amarelada. 21 dias Alba – branca. Após 22 dias Isso serve para verificar se não tem nenhum processo infecioso no útero. Aparece secreção purulenta. Sobre menstruação e gravidez: Mulheres em amamentação exclusiva é considerado amenorreia por não ovulação Não lactantes: menstruação retoma cerca de 2 semanas após o parto. Ovulação entre 25-75 dias Lactantes: menstruação retorna após 12 semanas do parto juntamente com a ovulação em 25% Anticoncepcionais nesse período são indicados métodos de barreira e só de progesterona (estrogênio pode passar na lactação e pode causar embolia devido o aumento fisiológico de fator troboembolico) Colo do útero: Imediatamente após o parto: consistência amolecida, hematomas, edema A partir do 20 dia pós-parto: redução de seu tamanho, permanece ainda edemaciada, fina e frágil por vários dias Parto por via vaginal deixa o orifício em fenda Gradativamente torna-se mais firme, até a consistência original não gravídica SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Orifício cervical interno involui gradualmente, enquanto que o externo permanece levemente aberto Vulva/ vagina e períneo Sofrem crise genital, vão se epitelizar Tem que verificar hematomas e se teve episitomia Vulva: edema, fissuras, laceração, congestão nos pequenos lábios e nas carúnculas himenais (multiformes) Vagina: recuperação da forma anatômica em 3 semanas - 6 meses para recuperar o tônus anterior à gestação Períneo: depende dos eventos do parto – Episiotomia Anus: botões hemorroidários Alterações sistêmicas Temperatura: aumento, aproximadamente 38ºnas primeiras 24 horas. Evento auto-limitado. Sem significado clinico infecioso. É recomendado a medição por via oral. Cardiovascular: Redistribuição líquido “Anemia Dilucional”. Eritrócitos caem 14%. Leucócitos, plaquetas e Fibrinogênio permanecem elevados nasprimeiras semanas Parede abdominal: Até 14 dias a parede abdominal mantem-se relaxada, com regressão significativa em torno de seis semanas O tônus anterior pode não retornar, dependendo das condições antes da gestação (quantidade de tecido adiposo, parede muscular e volume X velocidade da expansão útero- abdominal) Diástase do reto abdominal: separação dos gomos do musculo devido a distensão. Pode não voltar ao normal. Quando maior de 3 cm já é indicação cirurgia. Mamas: Demora muito para voltar 72 horas após o parto: queda do estrogênio, progesterona e hormônio lactogênio placentário. Prolactina (produção de leite) e Ocitocina – TP – Sucção – amamentação (descida do leite) Apojadura láctea: é o preparo da mama para a produção de leite que, geralmente, acontece até cinco dias após o parto. Neste período, as mamas ficam maiores e bem cheias, por igual, e alguns vezes quentes, é normal haver um pequeno fluxo de leite, começando a descer em forma de gotinhas, que é suficiente para o bebê ficar satisfeito. Alterações patológicas: Hemorragia puerperal: Vai ter aula só disso Infecção puerperal (endometrite) * Infecção do útero Pode se estender ao endométrio e tornar-se sepse: as bactérias migram da vagina, colo, anus Bactérias aeróbicas e anaeróbicas, principalmente por estreptococos A e Escherichia coli. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Fator de risco: excesso de toques vaginais durante o trabalho de parto, ruptura precoce de membranas, lacerações do canal de parto, episiorrafia, partos cirúrgicos e instrumentalizados Manifestação Clínica: febre acima 38°C (exceto nas primeiras 24h), dor abdominal/pélvica, loquiação fétida, purulenta, com fluxo ausente ou aumentado, útero doloroso à palpação, subinvoluido e hipoetônico, incisão cirúrgica com saída de secreção purulenta. Puerpério tardio Clínica: febre, dor, colo aberto, corrimento, disparemia, Parto normal tem menor chance (1-3%), cesariana eletiva (5-15%), cesariana em trabalho de parto (30-35%) Começa com antibiótico e se não tem melhora clínica retira o útero Mastite: Vai ter aula só disso Complicações tromboembloicas * Puerpério tem aumento de plaquetas e fatores de coagulação (fibrinogênio) É agravado pela não-deambulação no pós-parto, o que causa estase sanguínea Fatores de risco: deambulação tardia, história anterior, varizes, obesidade, idade materna acima de 35 anos, diabetes, partos cirúrgicos. Manifestações clínicas: edema unilateral, hiperemia e dor do membro afetado Sinais Importante para avaliação de TVP: Sinal de Homans: dor na panturrilha durante a dorsiflexão do pé sobre a perna (dorsiflexão do pé e o paciente sente dor na panturrilha) Sinal da bandeira: ao mobilizar as duas panturrilhas, a acometida apresenta menor mobilidade (balança a panturrilha e ela balança. A paciente com trombose tem sinal negativo, não balança) Sinal de Bancroft: dor na musculatura da panturrilha à palpação (palpação com dor da panturrilha) O trompo pode cair na ilíaca, indo até a cava e passando para o coração, podendo sair pela artéria pulmonar e parar no pulmão causando embolia pulmonar o que gera insuficiência respiratória. Pode também ir para o SNC e causar um derrame cerebral. Complicações mentais * Baby Blues 50 – 70 % Mulher que fica deprimida por causa das primeiras experiencias com o bebê. Tristeza auto limitada. Humor depressivo Fadiga Insônia Ansiedade 3-6 dia do nascimento Média de 1 semana Depressão pós-parto 10 – 15 % Sensação de incapacidade Sentimento de culpa SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Transtorno do sono Tristeza Primeiros 2 meses Variável Tem associação com depressão previa Pacientes que já tem doenças psiquiátricas devem ser bem avaliadas durante a gravidez, é indicado acompanhamento psiquiátrico Psicose puerperal 3% Os sintomas de baby blues e depressão pós parto juntos Delírios e alucinações Sentimento de “matar o bebê” Geralmente na primeira semana Variável A paciente não consegue ver o que está acontecendo Deve ser internada junto com o bebê (com acompanhamento 24 horas) para tentar gerar um vínculo A família precisa de informações pois é muito difícil aceitar Pacientes que já tem doenças psiquiátricas devem ser bem avaliadas durante a gravidez, é indicado acompanhamento psiquiátrico SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Definição: Qualquer perda de sangue pelo trato genital capaz de causar instabilidade hemodinâmica, ou, perda sanguínea acima de 500mL pelo trato genital nas primeiras 24 horas após parto vaginal ou acima de 1000mL após parto cesariana. Parâmetro de perda sanguínea: • Pega as compressas e pesa depois do uso e compara com o peso antes do uso. Estima- se 1 grama igual a 1 mL de sangue. Valor aproximado. • Estimativa da circunferência da poça de sangue • É mais visual, se tem uma estimativa. • Saco coletor, utilizado no parto vaginal Classificação: • Primária: acontece nas primeiras 24 horas do parto. Mais frequentes. 4Ts (1. Tônus, 2. Trauma, 3. Tecido, 4 Trombina) • Secundária: depois das 24 horas até 6/12 semanas. Infecção. Restos placentários Caso clínico: • Grávida de 27 anos, seis gestações, quatro partos vaginais, um abortamento espontâneo no primeiro trimestre com resolução médica, foi internada na Maternidade Anhembi Morumbi por trabalho de parto ativo, com 40 semanas e quatro dias de idade gestacional. A gravidez transcorreu sem intercorrências, tendo acompanhamento pré- natal adequado, com nove consultas nos centros de atenção básica de saúde, exames laboratoriais e ultrassonografias normais, sem antecedentes médicos ou cirúrgicos relevantes. O trabalho de parto transcorreu sem intercorrências, com evolução, em duas horas, para parto vaginal, com recém nascido vivo, masculino, com 2.570 g, APGAR 8/10 e 9/10 ao 1o e 5o minutos, respectivamente. A dequitação placentária realizou-se sem intercorrências. Após 30 minutos do parto paciente apresentou sangramento vaginal importante em grande quantidade associado a sudorese intensa, PA 80 x 40 mmHg e FC 140 bpm. Sat O2 em ar ambiente de 93%. • Caso de sangramento puerperal primário • Identifique fatores de risco para sangramento vaginal que devem ser questionados na anamnsese? SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • Alto número de gravidezes. Multiparidade. • Coagulopatia • Globo de segurança de pinard • Obesidade • Doença hepática • Miotrombotamponamento • Cessaria, cortes seguidos. O tecido cicatricial perde a capacidade de contratilidade. • Macrossomia • Quais as possíveis causas de sangramento pós parto? • É fundamental identificar a causa do sangramento para realizar o tratamento • Os 4Ts • Inversão uterina (quando puxa a placenta pode inverter, o fundo do útero “sai” junto com a placenta) acontece quando a placenta ta muito presa no útero. • Monte um cenário de como seria a manifestação clínica e exame físico para cada causa. • 1T: sangramento vaginal, útero com mais de 20cm, palpação de abdômen com útero amolecido, ausência do globo de segurança de Pinard • 2T: hematomas acompanhados de edema, sangramento, inversão uterina (sente no toque, você não consegue sentir o colo), rotura (no toque não se sente o bebê, para a dor da contração) SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • 3T: hemorragia, na hora de revisar a placenta se percebe que falta algo • 4T: hemorragia, tem que rever todos os Ts (o útero vai contrair, não vai apresentar traumas, a placenta vai estar inteira), apresenta manifestação de outros focos de sangramento, como epistaxe, sangramento de gengiva, hematomas. Pacientes com problemas de trombose é indicadoparto vaginal e a suspensão de remédios antes do parto • Medidas de prevenção de hemorragia pós parto • Em qual paciente fazer? TODAS • Como fazer? • Ocitocina: 10 unidades. Intramuscular. Imediatamente após desprendimento das espáduas fetais ou do nascimento • Tração controlado do cordão umbilical ou manobra de Brandt- Andrews: manter tração gentil do cordão umibilical para evitar a rotura do cordão e a inversão uterina • Qual a conduta para cada causa de sangramento vaginal pós parto? Considerar a mais frequente. • Identificou, trata imediatamente. Não fica esperando exame. Tem que agir rápido, quanto mais demora para agir mais decai a sobrevida da paciente. Hora de ouro. Identificar a hemorragia pós parto e considerar o controle do sangramento puerperal, sempre que possível, dentro da primeira hora a partir do seu diagnóstico. “A HPP é uma emergência obstétrica e não uma situação de desespero obstétrico” • Pedir ajuda (ninguém atende sozinho – enfermeira, técnico, outro médico), pedir tipagem (se precisar transfundir) e exames (hemograma, coagulograma, plaquetas), ter um acesso venoso calibroso (se possível dois), precisa infundir volume, oxigênio terapia. Garantir a vida. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • T1 • Massagem uterina após dequitação. Manobra de Hamilton: a massagem uterina deve ser realizada após dequitação e repetida a cada 15 minutos (até aproximadamente 1 hora) garantindo a evolução o globo de segurança de pinard. Se o parto for cesáreo não precisa introduzir a mão na vagina pode fazer pelo abdômen. • Entra com as drogas: Ocitocina (regra dos 3... pode repetir até 3 vezes endovenosa) se não der certo passa para a Metilergometrina (regostrate) (cuidao pois pode fazer vaso constrição sistêmica) se não der certo , ácido tranexâmico (transamin) (é muito usado para outras hemorragias, mas também serve aqui, se não der certo passa para o misoprostol (citotec) feito por via retal devido a rapidez da absorção. • Balão de tamponamento intrauterino, Balão de Barki: introduz no útero e vai insuflando com soro. Pode ficar pouco tempo, se quando for tirar ainda estiver sangrando tem que operar. Ele da um tempo para estabilizar a paciente antes da cirurgia. • Aplicação de pressão hidrostática contra a parede uterina, resultando em redução do sangramento capilar e venoso do endométrio. • A retirada deve ser realizada em ambiente que tenha possibilidade de tratamento definitivo • Caso ocorra sangramento enquanto se retira o balão: Encher novamente o balão e se preparar para intervenção cirúrgica. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • Procedimento cirúrgico: • Ligadura das artérias uterinas: dá um ponto na parte inferior da artéria uterina. É feito com pacientes que nunca tiveram filhos, ou estão na primeira gestação para preservar o útero • Técnica de B-Lynch: são dados pontos no útero com fim absorvível a fim de apertar o útero. • Histerectomia puerperal: retirada do útero quando não tem como salvar. • T2 • Útero invertido: manobra de Taxe, tem que levar pro centro cirúrgico e anestesiar. Tem que acompanhar para verificar possível infecção. • No hematoma: tem que drenar • Nas lacerações/ epífise: tem que suturar • T3 • Curetagem uterina • Histerectomia • T4 • Verificar sempre antes se não é 1,2 ou 3. • Hemocomponentes • Plaquetas • Plasma • Crioprecipitado • Traje anti-choque não pneumático: • Ferramenta auxiliar e temporária no manejo da HPP, especialmente nas situações em que se necessita de tempo para realizar o tratamento definitivo • Baixo custo por uso; • Curto tempo de treinamento para o seu manuseio; • Pode determinar redução da velocidade de sangramento; • Pode permitir tempo extra para tratamento definitivo (transferência, transfusões, etc.); • Pode facilitar a obtenção de acesso venoso na parte superior do corpo • Pode facilitar a reversão do choque • Pode reduzir a necessidade de transfusão; • Pode reduzir necessidade de intervenção cirúrgica; • Pode ser utilizado junto ao balão de tamponamento intrauterino; • Permite realizar procedimentos obstétricos necessários no manejo da hemorragia. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Mapa mental para estudo: Para estudar: Discussão do Caso Clínico usado acima: 1. Identifique fatores de risco para sangramento vaginal que devem ser questionados na anamnese? 2. Quais possíveis causas de sangramento vaginal após parto? 3. Quais achados do exame físico são encontrados para cada causa de sangramento vaginal identificado na questão 2? Monte um cenário de como seria a manifestação clínica e exame físico para cada caso; 4. Qual a conduta para cada causa de sangramento vaginal? (Considere as causas mais frequentes) SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Outro caso: Foi atendida, pelo Serviço de Urgência da Maternidade do Hospital das Clínicas de SP, paciente de 18 anos de idade, tabagista 10 anos-maço, baixa condição socioeconômica, grávida na vigésima sétima semana. Relatava Dor abdominal intensa, iniciada há três horas, sem sangramento vaginal e, desde então, sem perceber movimentação fetal. Comparecera a apenas uma consulta de pré-natal. Não realizara nenhum dos exames laboratoriais básicos solicitados. Relato de G4Pn2c1A0, parto pré-termo na segunda e terceira gestações, a última realizada por cesárea devido a Descolamento prematuro de membranas na 28ª semana de gestação. Apresentava pressão arterial sistêmica de 90/60 mmHg, hipertonia uterina, batimento cardíaco fetal inaudível, ausência de sangramento vaginal, colo uterino com 8,0 centímetros de dilatação e saída de grande quantidade de sangue vermelho vivo. Após 30 minutos evolui para parto normal, peso 2000 g, Apgar 0 e 0. Após o parto apresentou sangramento vaginal importante em grande quantidade associado a sudorese intensa, PA 80 x 40 mmHg e FC 140 bpm. Sat O2 em ar ambiente de 93%. 1. Identifique fatores de risco para sangramento vaginal que devem ser questionados na anamnese? 2. O caso clínico engloba doenças que se manifestam com sangramento da 2º metade da gestação. As principais doenças são: Descolamento prematuro de placenta, Placenta Prévia e Ruptura Uterina. Leia sobre essas doenças e tente entender as diferenças clínicas de cada uma delas. 3. Qual principal evolução desse caso clínico que ocasionou sangramento uterino pós-parto? Esse sangramento corresponde a 70% dos sangramentos pós-parto. Desenhe um fluxograma explicando as medidas adotadas para controle do sangramento. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Caso clínico: MRO, sexo feminino, negra, 33 anos, casada, recepcionista, natural e procedente de Salvador. Paciente refere que há cerca de 2 anos seu fluxo menstrual mudou. Desde a menarca seus ciclos são regulares subsequentes de 28 dias, com 4 dias de fluxo menstrual ++/4, sem dismenorréia. Há 3 meses refere que o fluxo menstrual está mais intenso, durante cerca de 9 dias com dismenorreia 7/10 de intensidade, que começa cerca de 2 dias antes da menstruação, finalizando no 3° dia de fluxo menstrual. Hoje iniciou quadro de dor abdominal difusa, mais intensa em região hipogástrica, tipo cólica, intensidade de 7/10, associado a febre termometrada de 37,9 C. Fez uso de Escopolamina sem melhora. Nega disúria, polaciúria, poliúria, incontinência urinária. Nega náuseas, vômitos ou mudança no ritmo intestinal. Antecedentes Ginecológicos: • G2 P2N • Menarca: 13 anos • DUM: 14/04/2020 • MAC: Preservativo O que usar para pensar? Dor abdominal, mudança no fluxo e febre Exame físico: PA: 120X80 mmHg, IMC 27,6 FC 82 bpm. Bom estado geral, ativa, lúcida e orientada AAA, hidratada Abdome simétrico, plano, flácido, ruídos hidroaéreos normais, leve desconforto a palpaçãoprofunda da fossa ilíaca direita, nota-se tumor pélvico em região hipogástrica móvel, fibroelástica de difícil delimitação à palpação abdominal devido adiposidade, Giordano negativo. Inspeção vulvar: Distribuição de pelos esperado para idade; sem lesões evidentes. Especular: sangramento proveniente do orifício externo do colo do útero, vermelho vivo, em pequena quantidade; não identifico lesões macroscópicas na vagina. Discreta leucorréia de odor fétido, difícil identificação da coloração, pois está misturado com sangue menstrual. Ausência de lesões em paredes vaginais. Toque vaginal: útero fibroelástico, bocelado, com abaulamento em parede vaginal anterior, aumentado para aproximadamente 400 cc (normal 80 - 100 cc), com mobilidade preservada, mas dolorosa. Ovários não palpáveis. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Bocelado (irregular) Diagnostico diferencial: • Pólipo endometrial – carne esponjosa do útero • Sangramento uterino disfuncional • Atrofia endometrial • Leiomiossarcoma • Adenomiose – a glândula do endométrio que se encontra no miométrio • Carcinoma de endométrio • Coagulopatias • Lacerações • Doença inflamatória pélvica • Mioma – uniclonal Qual a principal hipótese diagnóstica? Adenomiose, mioma do útero Atenção na classificação do mioma prova Resultado dos exames: Hb: 10 g/dl Ht: 30 Leucócitos: 14.500 cél/mm3 Plaquetas: 258.000 cél/mm3 USG transvaginal: A vagina estava acusticamente normal. O útero em anteversão, centrado, de contornos irregulares e limites imprecisos, medindo: 1,20 X 2,10 X 1,30 cm e volume de 1,70 cm³, miométrio de textura acústica homogênea. Canal endocervical fechado. Eco endometrial presente, bem delimitado, regular, linear e fino. Espessura do eco endometrial: 1,20 mm. • Presença de 2 miomas com as seguintes características: • 1º mioma: tipo 4 (intramural) medindo 1,2 x 2,1 x 1,2 cm. • 2º mioma: tipo 7 (Subseroso, pediculado) medindo 1,2 x 3,2 x 1,2 cm. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Discussão: O que é mioma uterino? O Leiomioma uterino é a neoplasia benigna de células musculares lisas do miométrio, responsiva aos hormônios ovarianos. Receptores de Estrogênio e Progesterona aumentados em relação ao miométrio e endométrio normal. Origem em um único clone de células musculares lisas - origem uniclonal. Epidemiologia da doença: • Tumor benigno mais frequente no sexo feminino • Negros > Brancos = Asiáticos • História Familiar • Menarca precoce • Paridade: mais filhos, menor risco • Infertilidade • IMC: aumenta risco • Dieta: ingesta de carne vermelha aumenta risco • ACO: diminui fluxo sanguíneo, mas pode aumentar o volume do tumor • TRH Quadro clínico: 80% é assintomático 20% sintomático: • Excesso menstrual neovascularização aumento da superfície • Tumor pélvico • Dor pélvica • Infertilidade dependente da localização > Submucosos • Sintomas urinários: Polaciúria, Retenção urinária, Hidronefrose • Sintomas Retais: Tenesmo, Hemorróidas • Sintomas sistêmicos: Febre (Necrose do Leiomioma), Mal estar SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Classificação: Diagnóstico: • Ultrassonografia pélvica • Histerossalpingografia • Ressonância nuclear magnética Tratamento: • Medicamentoso • Anti-inflamatórios não esteróides • Progestágenos • Acetato de medroxiprogesterona 150 mg 3/3 meses • Análagos do GnRH • Amenorréia • 6 meses • Efeitos colaterais • Cirúrgico • Miomectomia • Histerectomia total abdominal • Histerectomia sub-total abdominal • Miomectomia Diagnóstico do caso: • Sangramento vaginal • Exame físico compatível com mioma uterino • Ultrassonografia compatível com mioma uterino • Febre Mioma pediculado subseroso necrosado SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Abordagem sindrômica das infecções sexualmente transmissíveis. No atendimento de emergência a gente começa a tratar pelo diagnóstico clínico, não espera exames. Diagnósticos: • Sindrômico: Sinais e sintomas. Ex. úlceras genitais • Topográfico/ anatômico: Presume-se o aparelho/ órgão acometido. Ex. Aparelho genital, vulva, vagina, colo, pênis • Etiológico: Causa da doença. Ex. as da aula Diagnósticos etiológicos: • Sífilis primária • Herpes genital • Cancro mole • Linfogranuloma venéreo • Donovanose Sífilis primária (Cancro duro): Treponema Pallidum. Espiroquetas (bactéria) Período de incubação de 3 semanas Capaz de penetrar pele e mucosas determinando no local as manifestações da sua fase primária Involução é rápida A úlcera genital aparece e some muito rápido, por isso dificilmente pega ela na sua fase primária. Manifestação clínica: • Limpa • Única • Indolor • Grandes bordas endurecidas • Imperceptíveis, pois não tem dor. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Diagnostico por VDRL Tratamento com Penicilina benzatina 2400000UI (1200000 em cada nádega) dose única. Cancro mole: Bactéria Haemophilus ducrey. Período de incubação 2 – 5 dias. Manifestação clínica: Inverso da sífilis. • Lesões cancróides atingem tecidos mais profundos • Pápulas que evoluem para pústulas e úlceras • Lesões “sujas” • Fundo irregular recoberto por tecido necrótico • Múltiplas • Dolorosas • Acometimento de linfonodos inguino-crurais Diagnostico com citologia com gram. Tratamento: com Azitromicina 1g, dose única ou Ceftriaxone 250mg, IM, dose única. A sífilis e o cancro mole são doenças opostas. Quando se tem dúvida se trata os dois. COMPARATIVO DE FOTOS Linfogranuloma venéreo: Bactéria Chlamydia trachomatis L1, L2, L3. Período de incubação de 6 – 12 semanas Manifestação clínica: • Úlcera fugaz e indolor no local da inoculação (muito rápida, o paciente normalmente não percebe), indolor. • Linfonodos inguinais tornam-se grandes, dolorosos, endurecidos e podendo supurar em vários orifícios. Normalmente na região inguinal. Dolorosa com pus • Podem deixar coo sequelas: fistulas, cicatrizes hipertróficas e obstrução de drenagem linfática (elefantíase genital – semelhante à da perna). Tem que tomar cuidado pois pode ser linfoma, pode ser muitas coisas por isso é um diagnóstico diferencial. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Diagnostico por dosagem sorológica (>1/64) Tratamento por Doxacilina 100mg, VO, 12/12 horas por 3 semanas ou até curar clínica + aspiração dos linfonodos com flutuação. Donovanose: Bacteria Klebsiella granulomatis Período de incubação de até 6 meses *Atenção pode ter mais de uma doença então vai tratando conforme elas vão aparecendo Manifestação clínica: • Úlcera bem delimitada, indolor, base plana ou hipertrófica, fundo granuloso, sangramento fácil. • Progressão da úlcera é lenta e pode dar origem a vegetações (cicatrizes hipertróficas) • Lesões múltiplas com preferência por áreas de dobras • Ausência de acometimento linfonodal – pseudo bubões Diagnóstico por citologia do raspado profundo com coloração de Giemsa. Tratamento igual ao de linfogranuloma mas sem drenagem. Doxacilina 100mg, VO, 12/12 horas por 3 semanas ou até curar. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Herpes genital: Herpes vírus tipo 2 (DNA vírus), não tem cura tratamento sintomático. Sempre que tiver baixa de imunidade ele vai aparecer. Período de incubação de 2 – 7 dias. Semelhante a herpes bucal. Manifestação clínica: • Vesículas que se rompem e forma uma úlcera • Úlceras irregulares • Múltiplas e em espelho (onde ela encosta ela tem na região contralateral) • Limpas • Dolorosas e com ardência. Muito Diagnostico por PCR Tratamento sintomático com antiviral Aciclovir Raciocínio: Vesícula: • Herpes Genital Úlcera dolorosa: • Cancro mole Úlcera indolor: • Sífilis primária • Herpesgenital • Linfogranuloma venéreo • Donovanose Linfonodomegalia (Bulbão): • Linfogranuloma venéreo – típico • Donovasone – Pseudo SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Casos: 1. MSF, sexo masculino, 62 nos, queixa-se de ulceração em região genital há aproximadamente 4 meses. Refere que trocou de parceira sexual há 6 meses. Ao exame físico a lesão é bem delimitada, indolor, base plana, fundo granuloso. Acomete preferencialmente área de dobras. Ausência de acometimento de linfonodos. Diagnósticos: • Sindrômico: Úlceras genitais • Anatômico / Topográfico: Região perineal • Etiológico: Donovanose (extensa, bem delimitada, indolor, acomete bordas) 2. Paciente de 21 anos, sexo masculino. Procurou Unidade de Pronto Atendimento após notar o aparecimento de uma lesão no pênis, próximo à glande a aproximadamente 15 dias. Segundo ele, a lesão teve início como um pequeno caroço (sic) na pele, que depois de 4 dias progrediu com características de uma úlcera com bordas endurecidas não dolorosa, negou a presença de qualquer outro sintoma. O paciente afirma ter vida sexual ativa e relacionamento estável, mas revelou ter mantido relações sexuais desprotegidas com outra pessoa enquanto a parceira estava em uma viagem de intercambio. Busca o auxílio médico pois sua namorada está retornando de viagem e ele teme que ela descubra a traição. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Diagnósticos: • Sindrômico: Úlcera genital • Anatômico / Topográfico: Região peniana • Etiológico: Sífilis primária (única, indolor, bordas endurecidas) 3. Paciente feminino, 33 anos, com queixa de ardência na vulva há 4 dias. Notou o surgimento de pequenas bolhas confluentes com lesão em espelho nos grandes lábios (lesão simétrica bilateralmente) Diagnósticos: • Sindrômico: Úlcera genital • Anatômico / Topográfico: Região vulvar • Etiológico: Herpes genital (lesão vesicular, lesão em espelho, dolorosa) Para estudo completar a tabela abaixo: * Período: rápido / lento * Manifestação IPC SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Rastreamento de câncer de mama e útero Partes com são importantes Rastreamento de câncer de mama: O objetivo é evitar que a paciente chegue a um estado avançado do câncer. Detecção precoce. Homem também pode ter, é raro, cerca de 1%. É feito pela mamografia O que é rastrear? Realização de testes relativamente simples em pessoas sadias com o intuito de identificar a doença em fase pré-clínica (assintomática). O teste deve ser comprovadamente eficaz na diminuição da mortalidade pela doença rastreada. O melhor exame tem que ser o que tenha mais benéficos do que maleficio. No rastreamento é preciso equilibrar benefícios e riscos. Benefícios: • Tratamento menos agressivo • Maior potencial de cura pela detecção precoce Malefícios/ riscos: • Alta radiação • Efeitos colaterais • Resultados incorretos: • Falsos positivos: Ansiedade/ excesso de exames. • Falsos negativos: Falsa segurança Diagnóstico precoce: Três pilares • Mulher informada • Profissionais de saúde capacitados para avaliação dos casos suspeitos • Garantia de confirmação diagnóstica oportuna, com integralidade da assistência em toda a linha de cuidado Mastalgia: Doenças benignas da mama Dor na mama, é o que leva a mulher ao médico Epidemiologia: SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • Fibroadenoma: tumor benigno – entre 10 e 25 anos (pico aos 20) • Cisto de mama: Ao longo da vida aparece, e quando tem características benignas pode só acompanhar por ultrassom – entre 30 e 55 (pico aos 45) • Câncer: dos 30 aos 70 Mastalgia e nódulo na mama é câncer? Nem sempre, pois a maioria das doenças de mama são benignas Mastalgia sem relação com câncer: < 5 – 8% casos câncer associam-se a dor Etiologia desconhecida. Mastalgia cíclica Conduta: Orientação verbal: Melhora de até 85% dos casos Medidas benéficas: • Soutien apertado • Exercício físico • Dieta pobre em gorduras • Compressas de gelo ou água fria • Analgésicos em geral Sem evidência comprovada: • Progestágenos (oral ou tópico) • Diuréticos • Supressão de xantinas • Vitaminas • Óleo de prímula SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • Acido gamalinoleico Fibroadenoma: • Nódulo lobulado, fibroelástico, indolor e móvel • Geralmente unilateral: Lesões múltiplas ocorrem em 20% dos casos • Tamanho médio de cerca de 2-3 cm • Crescimento lento depois estabiliza-se Cisto de mama: • Presente em cerca de 7% das mulheres • Baixa relação com câncer de mama (<0,1%) • Alteração na involução do lóbulo • Desaparecimento precoce do estroma • Ácino epitelial que resta forma o cisto • Excessiva secreção do epitélio apócrino Ultrassom: • Branco mostra que é solido • Preto mostra conteúdo líquido Câncer de mama: É o tipo mais comum de câncer entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma Homens (1% do total de casos da doença) Principal causa de morte por câncer feminino no brasil Incidência de 56,09/100.000 mulheres em 2015 Rastreamento: Como? Quem? Quando? COMO? Mamografia é o exame que é usado. O auto exame não é o mais importante e não se mostrou benéfico trazendo uma falsa segurança para a mulher. Sobre a mamografia: Método padrão para detecção precoce do câncer de mama SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 Rastreamento X Diagnostico: Tem limites. Deve ser realizado com adequado controle de qualidade. É menos sensível (erra mais) em mulheres antes da menopausa (mamas mais densas) Autoexame das mamas: Serve para o reconhecimento do corpo mas NÃO é exame de rastreamento Não provou ser benéfico para a detecção precoce de tumores e por trazer falsa segurança, dúvida e excesso de exames invasivos. Não deve ser orientado para o reconhecimento de lesões Recomendado para que a mulher tenha conhecimento de seu próprio corpo Ultrassonografia e ressonância nuclear magnética: O MS não recomenda ultrassom e/ou ressonância seja isolado ou com a mamografia associada. Os danos superam os benefícios. O ÚNICO EXAME DE RASTREAMENTO É A MAMOGRAFIA Quando e quem fazer? A mamografia de rastreamento é recomendada para: Mulheres com idade entre 50 e 69 anos (a cada dois anos). OMS e pais com rastreamento organizado. A sociedade de mastologia ainda não concorda com isso, pois não é tão fácil conseguir no Br. Obs: A mamografia para avaliar uma alteração suspeita na mama (mamografia diagnostica) poderá ser feita em qualquer idade Na literatura a partir dos 50 anos anualmente. Quais os riscos de fazer mamografia fora da idade recomendada quando a mulher não tem sintoma? Mulheres com menos de 50 anos: O exame é limitado para identificar as alterações, gerando muitos resultados incorretos, falso alarme e necessidade de mais exames Mulheres com 70 anos ou mais: Nessa faixa etária é maior o risco de revelar um tipo de câncer de mama que não causaria prejuízos á mulher e que seria tratado desnecessariamente E quando a mulher tem risco elevado para câncer de mama? Risco elevado (alteração genética): Mulheres com história de vários casos de câncer de mama (incluindo o masculino) ou de ovário em parentes consanguíneos sobretudo em idade jovem. É recomendado que conversem com o médico para avaliação do risco e a conduta a ser seguida De 5 a 10% dos casos de câncer de mama são hereditários População de risco elevado: • De pelo menos um parente de 1º grau com diagnóstico de câncer de mama abaixo de 50 anos de idade. SCM – Marcia Tatiana Valente 2020 • De pelo menos um parente de 1º grau com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária. • De câncer de mama masculino e mulher com diagnóstico histopatológico de lesão mamária profiferativa com atipia ou neoplasia
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