Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO A ergonomia procura reduzir o que chamamos de custos humanos, concentrando seus estudos na solução dos problemas e sugerindo melhorias. Atualmente, muitas das atividades profissionais requisitam intenso processamento mental. Assim, a ergonomia deve ser aplicada naquilo que de fato promove um resultado positivo exigindo menor investimento de energia e atenção da nossa parte, naquilo que não agrega valor à atividade em si. Portanto, a ergonomia pode ser aplicada a qualquer ambiente. → são situações previamente conhecidas, servem para auxiliar os estudos e discutem aspectos específicos, que em geral são encontrados nas empresas. São em si mesmas resultados já sistematizados, permitindo uma compreensão mais imediata das possíveis situações a serem enfrentadas durante as ações ergonômicas. Abordagem Ergonômica – Ação Ergonômica → As demandas são os estágios iniciais para se iniciar uma ação ergonômica. Podem ser percebidas pelos próprios atores envolvidos na atividade, pelo setor de higiene e segurança do trabalho ou pela própria equipe de ergonomia se houver. A partir do reconhecimento dos motivos que levaram a demanda, o ergonomista elabora uma proposta. Ele poderá ouvir dos próprios empregados a confirmação de algo inadequado. A isenção é a melhor estratégia, além de estabelecer um diálogo orientado para que possa conduzir a origem do problema. Deve se observar um sistema global, assim toda as atividades que de alguma forma interagem com o setor ou estação estudada deverá ser considerada. Dimensão da Ação Ergonômica A delimitação campo de estudo é fundamental, uma vez que o ponto focal se altera em função das relações impostas no sistema, por exemplo, se o estudo considera o taxista como alvo do estudo ou o próprio passageiro. Análise da Atividade→ A Análise da Atividade prevê uma abordagem sistêmica, isto quer dizer global, permitindo que sejam compreendidas não somente as questões quantitativas, mas especialmente as qualitativas. psicologia do trabalho ou industrial → desenvolveram, a partir de experiências em laboratórios, modelos de testes que permitem avaliar o perfil e as aptidões dos candidatos. psicologia diferencial das populações, abordagem aplicada de forma mais ampla → busca conhecer os comportamentos populacionais (visão geral). As motivações que movem as populações podem influenciar o comportamento dos empregados de uma empresa. Discuta a afirmação: um posto de trabalho, que não possuir a presença humana estará dispensado da Ação Ergonômica → Errado. A atividade humana poderá ser requisitada para a manutenção ou mesmo por motivos relacionados de reiniciação de um sistema, paradas emergenciais, etc. A dinâmica do mercado exige ajustes constantes dos postos, seja pela mudança das máquinas e ferramentas e inclusive no ajuste da produção. Parâmetros ou variáveis da atividade de pesquisa da Ergonomia: Interfaciais (layout)→ Alcances; Dimensões; Falhas na distância oferecida entre os manípulos e o operador etc. Instrumentais→ Incongruência na configuração de painéis de informação, mostradores e comandos; Conformação, arranjo físico e topologia. Informacionais / Visuais → Visibilidade; Legibilidade; Componentes sígnicos - caracteres alfanuméricos e símbolos iconográficos; Da ciência na detecção, discriminação e identificação das informações nos: mostradores, painéis, telas e sinalizações de segurança. Acionais→ Configuração; Conformação; Apreensibilidade; Dimensões; Movimentação e resistência de comandos manuais, pediosos e acabamentos inadequados à manipulação; Empunhaduras inadequadas, ângulos e movimentos impróprios. Comunicacionais → Articulação e padronização de mensagens verbais por alto-falantes; microfones e telefonia. Cognitivos → Compreensibilidade; Consistência da Lógica – codificações e representações; Compatibilização de repertórios; Significação das mensagens; Processamento das informações. Movimentacionais → Limites de peso (considerando altura da carga em relação ao solo – movimento vertical e deslocamento horizontal; Qualidade da pega; Frequência de manipulação da carga. Espaciais / Arquiteturais → Iluminação, Ruído; Temperatura; Vibração; Radiação; Pressão, dentro dos limites da higiene e segurança do trabalho. Químicos-ambientais → Toxicidade; Vapores e aerodispersóides; Agentes biológicos. Securitários → Controle de riscos e acidentes; supervisão constante dos dutos, alarmes e da planta industrial em geral. Operacionais → Programação da tarefa; Interações formais e informais; Ritmo; Repetitividade; Autonomia; Pausas. Organizacional → Isolamento; Participação; Gestão; Avaliação; Jornada; Horários, turnos e escala de trabalho. Instrucional → Programas de treinamento; Procedimentos. Urbanos → Sinalização urbana e de transporte, terminais rodoviários, ferroviários e metroviários; Áreas de circulação e integração. Psicossociais → Conflitos entre indivíduos e grupos sociais; Dificuldades de comunicações e interações sociais interpessoais. Domínios da Ergonomia: Ergonomia Física → trata do aspecto anatômico, antropométrico, psicológico e biomecânico. Incluem-se estudos posturais, materiais e cargas manuseadas, movimentos repetitivos, desordens musculoesqueletais. Ergonomia Cognitiva → trata do processamento mental (percepção, memória, razão, coordenação motora), interação entre humanos e outros elementos do sistema, sobrecarga mental, tomada de decisão, interação humano-computador, stress profissional e treinamento. Ergonomia Organizacional → trata da otimização do sistema sócio técnico (estruturas organizacionais, políticas e processos, estudos sobre comunicação, gestão das equipes, planejamento do trabalho, planejamento dos horários de trabalho, times de trabalho, etc) Campos da ergonomia: Ergonomia das Posturas de Trabalho → Relaciona-se aos estudos antropométricos, explorados nas dimensões dos produtos e dos postos de trabalho. Ergonomia da Atividade Muscular → A fisiologia e a biomecânica interferem no arranjo físico colaborando para a prevenção de doenças ocupacionais. Ergonomia dos Ambientes → Aspectos como: pressão sonora, comunicação visual (excesso e ausência de informação), temperatura, etc. Ergonomia da Reabilitação → Diferentes especialidades da biologia (biomecânica, neurofisiologia, fisiologia sensorial) podem colaborar nas ações de reeducação, reabilitação e adequação do ambiente. Ergonomia dos Equipamentos de apoio ao Trabalho → pesquisas e ações ergonômicas na área de robótica, manipulação à distância, representação do espaço de trabalho. Ergonomia e Avaliação do Custo da Atividade → Avaliação das medidas da fadiga da carga de trabalho, do estresse (medidas do consumo de energia, oxigênio, frequência cardíaca etc.) O ergonomista deverá ser capaz de analisar a diversidade existente resultante da complexidade quando se pretende avaliar todas as possíveis relações sistêmicas em um determinado ambiente profissional. Diversidade pode ser compreendida como diferença e diferença é um tipo de informação, logo se um sistema possui diferenças é um sistema informacional, assim “Informação é diferença que faz diferença”. A empatia na ergonomia → é uma forma de se buscar as informações, é ir além daquilo que se aprende na teoria, experimentar o que outro vive (as condições vivenciadas permitem que os ergonomistas sintam mais próximos de si mesmos algumas das variáveis que podem interferir nas atividades desempenhadas pelos trabalhadores, como temperatura, sanitários distantes, excessos de deambulações, etc.). O ergonomista assim pode colaborar para uma análise muito mais realista e sistêmica do que simplesmente ver um vídeo as atividades desenvolvidas, calcular o número de movimentos, posturas assumidas etc. Mapa da Empatia8 (ME) → prevê 4 áreas principais nas quais o interlocutor poderá registrar as percepções durante a experiência e contato com o entrevistado. O que foi dito;o que foi feito; o que foi pensado e o que foi sentido. Considerar os sistemas complexos, mesmo aqueles que parecem simples pode ser uma estratégia quando se elabora os modos operatórios de um determinado setor, a partir disso, explique em detalhes os motivos da afirmativa. Considere, ainda, explicar a abordagem que se deseja realizar junto ao trabalhador para se conhecer as reais necessidades do mesmo. → Considerando a hipótese de que a realidade é toda feita de sistemas, ter o raciocínio sistêmico é muito importante, pois permite o ergonomista considerar que o problema de um posto de trabalho poderá ter sua origem em um setor diferente do local estudado. Com isso busca-se identificar a origem do problema por meio do custo que ele produziu no sistema, em especial sobre o humano, só que nem sempre há relação direta entre o desempenho do operador e o custo desse desempenho. Para se obter informações sobre o estado do sistema pode se empregar diversas técnicas dentre elas a empatia que exige do investigador uma abordagem intensa de se colocar no lugar do operador, ou o mais próximo possível. O investigador deverá conseguir interpretar as emoções daquelas que representam os aspectos ergonômicos funcionais e normativos complementando com outras ferramentas quantitativas e analíticas, até que possa elaborar um diagnóstico. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Inicialmente a preocupação foi atender a média da população, pois entendeu-se que por meio da média os indivíduos seriam atendidos plenamente. Cada indivíduo possui características físicas e estas deverão fazer parte dos estudos, de tal maneira que os objetivos sejam atender a sociedade reduzindo-se a ocorrência de que algumas pessoas não sejam contempladas. Não há limites para as composições e características humanas, existe a questão do sexo que possuem aspectos dimensionais particulares, a origem da pessoa humana, a etnia oferece características próprias etc. Todas essas questões devem ser pensadas de tal forma que cada pessoa possa exercer suas atividades sem constrangimentos. As ausências de dados antropométricos, de conhecimento de como usá-los ou a inadequação das dimensões tendem a levar prejuízos aos projetos, tornando-os ineficientes, e assim onerando todo sistema. A antropometria por meio dos percentis propõe uma abordagem capaz de solucionar questões como estas. DEFINIÇÃO DOS PERCENTIS → Divide-se a população por 100 categorias percentuais, da maior para a menor ou vice-versa, em relação a alguma medida corporal específica. Exemplo: considerando o primeiro percentil (1%) em relação a largura do quadril, considerando apenas as mulheres, entende-se que todos os outros percentis femininos serão maiores (99% restantes). Os percentis (1%, 50% e 99%; 2,5%, 50% e 97,5%; 5%, 50% e 95%) são provenientes de uma coleção dimensional e não apenas de um único representante do universo estudado. Distribuição normal → apoia-se numa coleção de medidas normalmente distribuídas e de acordo com a frequência com que aparecem as dimensões humanas. Assim, define-se a escolha pela medida de maior incidência, o que faria com que as medidas limítrofes a média sofresse bastante par se adaptarem. Desse modo, ao projetarmos uma estação de trabalho ou equipamento devemos considerar os limites mínimos e máximos da maioria populacional atendida pelo projeto e não a média para que a maioria das pessoas sejam melhor atendidas. No caso da porta → os limites percentuais máximos encontrados em boa parte das tabelas antropométricas indicam entre as pessoas mais altas para os percentis 95%, 97,5% ou 99% as dimensões entre 188 cm e 192 cm. 210 cm é uma medida de tolerância, permitindo que os mais altos utilizem as portas sem constrangimentos. O Brasil ainda não possui uma coleção de dados antropométricos que garanta amplitude e quantidade de informações suficientes para se dimensionar os sistemas. As regiões brasileiras se distinguem pelo perfil antropométrico, pois foram influenciadas pelas populações, mais presentes, durante a época da colonização. Então devem ser considerads as diferentes regiões. Biomecânica → estudo dos sistemas mecânicos que permitem ao corpo humano funcionar em relação a uma determinada necessidade ou estímulo. Tipos de alavancas: interfixas: o apoio está entre a força e a resistência. Produz maior velocidade e pouca força; interpotente: a força está entre o ponto de apoio e a resistência. Ex.: levantar carga com o antebraço e braço; inter-resistente: a resistência está entre o ponto de apoio e força. Ex.: carrinho de mão ou movimento de ficar na ponta dos pés. Além dos aspectos biomecânicos e físicos, os movimentos podem alcançar mais ou menos amplitude em relação a flexibilidade de cada indivíduo. Por isso, em muitos casos a Ginástica Laboral (GL) é aplicada por muitas empresas para evitar que o operário inicie suas atividades sem que haja o mínimo de alongamento dos músculos, protegendo-os de lesões e desconfortos ao longo do dia. GL pode ser: Preparatória - tem como objetivo preparar o organismo para o trabalho físico, melhora a oxigenação tecidual, aumento de frequência cardíaca, entre outros. Compensatória – realizada durante a jornada de trabalho, buscando o alívio de qualquer tensão muscular decorrente do uso da estrutura por má postura ou pelo esforço excessivo. Relaxamento - realizada ao final da jornada de trabalho, tem como principal objetivo o alívio de tensões e diminuição do estresse. As mãos sofrem fortemente com as atividades técnico-profissionais, uma vez que a modificação dos sistemas se dá pela relação e aplicação direta desta parte do corpo. alguns dos movimentos mais comuns: Desvio Cubital – movimento inverso, ou seja, a rotação acontece no sentido do dedo mínimo. Desvio Radial – movimento de rotação da mão no sentido do polegar, ou seja, da porção externa em direção ao dedo opositor (polegar). Algumas áreas profissionais sugeriram que as demandas dos postos de trabalho pudessem ser avaliadas segundo um determinado comportamento de ordem psicológica. Neste sentido a psicologia do trabalho ou industrial, como é conhecida nos Estados Unidos, desenvolveram, a partir de experiências em laboratórios, modelos de testes que permitem avaliar o perfil e as aptidões dos candidatos. Psicologia diferencial das populações abordagem aplicada de forma mais ampla, busca conhecer os comportamentos populacionais (uma visão geral). As motivações que movem as populações podem influenciar o comportamento dos empregados de uma empresa. Stanton et al. (2004) apontou algumas categorias metodológicas, de abordagens específicas: Método de enfoque na análise Física → depara-se como principal fator de pesquisa aquilo que se relaciona as posturas assumidas pelo trabalhador durante suas atividades. Um princípio básico refere-se ao corpo humano sair de seu alinhamento natural. Para atingir os objetivos previstos o trabalhador se coloca em condição de risco físico por meio de posturas de elevado risco. Método de enfoque na análise Psicofisiológica → tem sido alvo da ergonomia em suas buscas pela redução dos impactos das atividades sobre os trabalhadores. “O estresse é uma divergência entre o que é demandado ao trabalhador e sua capacidade para realizá-lo.”, mas em uma certa dose, é algo positivo, pois ajuda o empregado a motivar-se frente aos desafios, O ostracismo e a insatisfação tenderão a surgir e os prejuízos são difíceis de serem compreendidos. A análise ergonômica precisa considerar informações oriundas de outros estudos sobre os riscos que recaem sobre o trabalhador. Método de enfoque na ergonomia Comportamental e Cognitiva → o constructo carga mental se divide em quatro classes: subjetiva, fisiológica, comportamental e analítica as três primeiras classes classificam-se como empíricas, enquanto que a classe analítica é vista como preditiva, sendo aplicada noinício do projeto, evitando-se sobre ou subcarga futura.” Por fim, indica que a carga mental experimentada pelo trabalhador é uma função complexa relacionando-se as próprias condições do profissional e as tarefas demandadas. Método de Enfoque no Time → permite que o investigador possa avaliar o desempenho global do time e também observa as penosidades que se inserem sobre os diferentes atores envolvidos. Método de Enfoque na Ergonomia Ambiental → estuda o ambiente físico da tarefa, além de características humanas (na relação espacial e o homem) no processo de realização de suas atividades e as tarefas realizadas. Desta forma, entende-se que o espaço pode interferir no desempenho do trabalhador, impondo certos constrangimentos. Todo o processo se dá por meio dos sentidos, sejam os cinco sentidos mais conhecidos: tato, visão, audição, olfato e paladar), mas também pelo Próprio-receptores relativos aos sentidos: do movimento, vestibular (equilíbrio e gravitacional), cinestésico e da dor. Incluem-se na categoria dos sentidos os Intero-receptores relacionados ao subconsciente, tais como: sentido da nutrição (fome), da hidratação (sede), do hormônio (sexo), da oxigenação (respiração) e orgânico (sentido da vitalidade). Método de Enfoque Macro ergonômico → combina modelos analíticos desenvolvidos empiricamente dos três maiores elementos sistêmicos de um estudo socio técnico, são eles: o subsistema tecnológico, o subsistema interpessoal, e o ambiente externo. O quarto principal elemento é a organização e a estrutura do sistema. Pode ser determinado o projeto básico para a estrutura efetiva de funcionamento do sistema. Os resultados do modelo AEM (Análise da Estrutura Macro ergonômica), não somente permite encontrar discrepâncias, bem com, provê uma orientação para aquilo que precisa ser corrigido para um ótimo funcionamento do sistema.
Compartilhar