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INTRODUÇÃO • A cirurgia parendodontica é um procedimento que visa resolver complicações decorrentes de um tratamento endodôntico ou insucesso dele. Bebert et al 1974. • Quando o clínico é incapaz de atingir a área da lesão e remover os agentes causadores da doença através do canal radicular. ” Ingle 1985 • Objetivo de tratamento de lesões localizadas no ápice radicular. Lesão ou sintomatologia persistente após técnica endodôntica satisfatória realizada. • Método considerado conservador pois é a última opção antes da condenação do elemento em questão. CONCEITO A cirurgia do periápice está basicamente dividida em três: Apicectomia – cirurgia com remoção da porção apical da raiz do dente Curetagem apical – procedimento cirúrgico no qual haverá apenas a curetagem do ápice radicular. Retro obturação – método de selamento apical após o preparo do conduto endodôntico do ápice radicular; INDICAÇÕES A cirurgia do periápice está indicada para todos os dentes sendo que os dente posteriores (molares) devido a sua posição anatômica, tem sua indicação muito restrita, visto o grau de dificuldade para realizar o procedimento. Lesões refratárias ao tratamento endodôntico Anormalidades anatômicas severas- Obstruções mecânicas intra-canal; Canais severamente curvos Deltas apicais Calcificação intra câmara Impedimento de Instrumentação e Obturação Dentes com lesão e obstrução no canal Rizogênese Incompleta -sem resposta positiva ao fechamento Sustar processos de reabsorção apical; Perfurações radiculares; Fragmentos de instrumentos no terço apical; Economia de tempo; evitar retratamento endodôntico Fraturas no terço apical; Deltas e dilacerações apicais; Presença de cistos. Corpos estranhos localizados no periápice Fratura de instrumentos CIRURGIA PARENDODONTICA Obturação inadequada: Sobre-obturação do conduto; ou obturação insufuciente sem condic'ões de retratamento Núcleo metálico com obturação deficiente Coroa bem adaptada, com obturação deficiente Fraturas horizontais radiculares no terço apical Reabsorção radicular Necessidade de cirurgia exploratória Defeitos radiculares Exploração para diagnóstico Histopatológico Alívio da dor DIDATICAMENTE PODEMOS TER AS SEGUINTES INDICAÇÕES PARA CIRURGIA PERIAPICAL Quando o tratamento endodôntico fracassou Quando o retratamento endodôntico fracassou ou não é possível de ser realizado ( por exemplo, dentes com núcleos fundidos ou não muito longos) Quando há alteração patológica no ápice ou próximo do ápice que esteja indicada a biopsia. FATORES COMPLICADORES • Relativos à anatomia regional • Relativos a anatomia radicular • Relativos ao ato cirúrgico • Dificuldade de acesso • Dificuldade de visualização • Extensão do processo patológico • Instrumental adequado Tratamento endodôntico convencional é geralmente um procedimento bem-sucedido 10-15% dos casos – falhas ocorrendo fístula, dor a mastigação, radiolucidez aumentando Podem ocorrer até 1 ano após tratamento, dente possivelmente já restaurado. FRACASSO DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO Retratamento Reincidência Cirurgia do periápice. CONTRA-INDICAÇÕES Gerais Contraindicações a qualquer ato cirúrgico (ASA III, IV) ASA III: paciente com doença sistêmica grave que resulta em dano funcional. Exemplo: DM com complicações vasculares, IAM anterior, HAS não controlada. ASA IV: paciente com doença sistêmica grave que é uma ameaça constante a vida. Exemplos: ICC, angina instável. FATOR LOCAL Processo infeccioso agudo; Perda óssea extensa; Oclusão traumática; Ápice inacessível; Reabsorção apical muito extensa; Proximidade com acidentes anatômico EXAME CLINICO E RADIOGRÁFICO • Oportunidade de obturação do conduto radicular • Avaliação da oclusão • Fistulograma • Medicação pré-operatória • Processo periapical • Raiz • Periodonto • Qualidade da endodontia DIVIDIREMOS DIDATICAMENTE A TÉCNICA CIRÚRGICA PARA O PERIAPICE EM: Acesso cirúrgico – relativos aos tecidos moles e relativo aos tecidos duros. Condutas na região do periápice – curetagem, apicectomia e retrobturação. ACESSO CIRÚRGICO Relativo aos tecidos moles O planejamento adequado da escolha da incisão para realização do retalho deverá considerar a necessidade de uma visualização adequada da região a ser operada, bem como proporcionar um retalho com quantidade de tecido suficiente para que este seja manipulado de forma que retalho não seja traumatizado tanto no afastamento como nas manobras de acesso ao ápice dental. Conveniente profissional sondar com uma sonda periodontal todo sulco gengival da área a ser confeccionada o retalho. Transcrever para ficha clinica a situação periodontal (sangramento e bolsas periodontais) para que esse dado tenha melhor planejamento e consiga orientar o paciente melhor a respeito de possíveis retrações decorrentes de uma cirurgia de retalho mucoperiosteias na área. RETALHO MUCOPERIOSTAL TOTAL Envolvimento desde a gengiva marginal e papilas interdentais até o periósteo da mucosa bucal. Incisões descritas para este retalho são Triangular Trapezoidal Retalho palatino As vantagens são: proporcionar um ótimo campo de visão e acesso cirúrgico produzir um dano mínimo no suporte vascular do retalho facilita seu reposicionamento e favorece a cicatrização da ferida cirúrgica por primeira intenção. Desvantagens são: perdas de altura e inserção dos tecidos da gengiva marginal e da altura da crista óssea alveolar. A técnica consiste em realizar a incisão horizontal com bisturi com laminas 15, no sulco gengival englobando as papilas interdentais e incisões verticais relaxantes que partirão da incisão horizontal. Observa se que no caso da incisão triangular haverá apenas um relaxante vertical e no caso do envelope não haverá incisões verticais. Após feitas as incisões o retalho deverá ser cuidadosamente deslocado a partir das relaxantes apoiando os descoladores de periósteo firmemente contra o osso na região da incisão e com movimento firme e cauteloso provocar o destacamento do periósteo juntamente com a camada do tecido conjuntivo e epitelial em um só conjunto. RETALHO MUCOPERIOSTAL PARCIAL A preservação da gengiva marginal e das papilas interdentais e a incisão será iniciada a partir do limite da gengiva inserida com a mucosa alveolar. Incisões descritos para este retalho são: Submarginal curva (incisão semilunar ou de partsch) Submarginal trapezoidal (incisão de wasmund) Vantagens são: preservação dos tecidos gengivais marginais e manutenção da altura da gengiva marginal e da crista óssea alveolar. Desvantagens são: ruptura do suporte vascular da poção superior da gengiva que não será descolada, retalho mais difícil de afastar, de reposicionar e suturar. Técnica consiste em: realizar uma incisão horizontal ou semilunar diretamente na mucosa alveolar que será descolada com um descolador de periósteo da mesma forma como descrevermos para descolamentos de retalhos mucoperiostais totais. Relativo aos tecidos duros A remoção do tecido ósseo para acesso ao periápice deverá ser bem planejada para economizar tecidos ósseo e proporcionar uma janela óssea que possibilite ao profissional realizar o tratamento planejado (apicectomia, curetagem ou retrobturação); A técnica consiste em: em marcar a área aproximada do ápice dental, utilizando réguas metálicas ou sonda periodontal ou mesmo limas endodônticascomo referência para transferir a posição aproximada do ápice dental da radiografia de diagnostico para marcar uma área no rebordo alveolar onde iniciara a criação da janela óssea. Remoção óssea é feita com brocas cirúrgicas de alta e baixa rotação; Utilizando sempre irrigação estéril Caso haja o abaulamento ou mesmo frenestação da tábua óssea sera mais fácil determinar a área de remoção do tecido ósseo, que devera ser feita de forma a produzir uma janela expulsiva que possibilite uma boa visualização e uma boa área de trabalho para o cirurgião. As bordas da janela óssea não deverão possuir bordas cortantes e para que sejam bem arredondas pode se lançar mao de limas cirúrgicas para este fim. CONDUTAS NA REGIÃO DO PERIÁPICE APICECTOMIA É a amputação da porção (terço) apical do dente, seguida da curetagem de todo o tecido patológico periapical. Indicação: • Quando o tratamento endodôntico radiograficamente apresenta-se inadequado, com obturação aquém ou sobreobturação • Inserção baixa da lesão • Reabsorção apical Faremos primeiramente a odontosecção cortando o terço apical da raiz( apicectomia) curetando toda a lesão. Existem duas técnicas para o corte do ápice radicular 1- Corte em bisel de 45 graus. Com o chanfro para vestibular: - Vantagens: Facilidade de visualização Acesso direto Desvantagens: Aumento do número de túbulos dentinários seccionados e expostos (aumenta chance de microinfiltração apical); Requer maior profundidade da cavidade retrógrada. 2- Nova tendência : 90graus - até o selameto apical - Vantagens: Redução da microinfiltração apical; Remoção de menor quantidade de tecido dentário; - Desvantagem: Dificuldade de acesso e visualização do conduto radicular. CURETAGEM Consiste na remoção cirúrgica de tecidos da região periapical sem reduzir o comprimento da raiz. Indicação: Quando o tratamento endodôntico radiograficamente apresenta-se adequado, mas existe persistência da fístula Inserção alta da lesão - é possivel remover toda a lesão sem ter que remover o apice. Incisão descolamento mucoperiostal acesso ósseo/ostectomia curetagem irrigação sutura RETROBTURAÇÃO Consiste no fechamento do extremo radicular por via apical. É a amputação da porção apical do dente, seguida da curetagem de todo o tecido patológico periapical. Indicação: • Quando o tratamento endodôntico radiograficamente apresenta-se inadequado, com obturação aquém ou sobreobturação • Inserção baixa da lesão • Reabsorção apical • Todos quando a apicectomia não pode atingir o limite da obturação, pois esta está muito aquém do terço apical Como identificar insucesso da terapia cirúrgica periapical? Para identificar o insucesso na terapia cirúrgica periapical devemos considerar: Fatores clínicos Sintomatologia subjetiva persistente Edema recorrente Desconforto a percussão ou palpação Evidencia de fratura dental Grande mobilidade periodontal com comprometimento periodontal progressivo Impossibilidade de mastigar sobre o dente. Fatores radiográficos Imagem radiográfica de aumento do espaço entre o ligamento periodontal e a lamina dura. Imagem radiográfica de rarefação óssea circular Imagem radiográfica de rarefação óssea simétrica com bordas com aspecto de funil. Imagem radiográfica de um trabeculado ósseo rarefeito. Imagem radiográfica de evidencia de reabsorção radicular. Observamos que o controle radiográfico deverá ser pelo menos de 4 anos. Há situações intermediárias nas quais o paciente pode ter sintomatologia mas não apresenta imagem radiográfica alterada ou o inverso, imagem radiográfica alterada mas sem sintomatologia logo teremos que ponderar os aspectos clínicos e radiográficos e pesar o grau de alteração para podemos afirmar que houve insucesso do tratamento cirúrgico levara a extração dental. Leonardo de souza lima Resumo do livro Ronaldo de Freitas – Tratado de cirurgia bucomaxilofacial Pág. – 185 capitulo 11 Siga me nas redes sociais Lslreal
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