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A INFANCIA E SUAS LINGUAGENS PAPER

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1 Nome dos acadêmicos 
2 Nome do Professor tutor externo 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Pedagogia (PED1778) – Prática Interdisciplinar IV – 
28/11/18 
 
 
 
Clair Rocha Ferraz¹ 
Claudinéia Ap. da Rocha dos Santos¹ 
Tatiane Dacoregio Nogueira¹ 
Vanessa Ferreira Candido¹ 
Prof. Simone Rodrigues² 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem o propósito de abordar as diversas linguagens da infância, passando, 
anteriormente por uma breve contextualização da abordagem de Reggio Emilia e posteriormente 
pela trajetória da educação infantil no Brasil. A partir de pesquisas em livros e artigos on-line, 
apresentará a definição das linguagens da infância e de que maneiras elas podem ser abordadas na 
educação infantil. Após, descreverá dois tipos de atividades, que foram acompanhados de perto com 
o objetivo de compará-los com os pensamentos dos autores que serviram de base para a construção 
deste. As atividades em questão foram registradas com fotos. Ao final da realização das atividades 
foi possível reafirmar os argumentos apresentados durante todo o andamento do artigo, concluindo 
a grande importância da valorização e estimulação das linguagens da infância, tendo como 
consequência, a formação de adultos realizados, conscientes, independentes. 
Palavras-chave: Linguagem, infância, criança. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Tendo em vista que a educação está em constante mudança, pois precisa acompanhar os 
acontecimentos históricos e culturais, discutiremos, neste trabalho, sobre um tema que vem causando 
grandes mudanças na educação infantil, as linguagens da infância. 
Para iniciar nosso trajeto, iniciaremos falando sobre a abordagem de Reggio Emilia, que 
tornou-se conhecida, segundo Pianezzer e Steuck (2013, p. 201) “(...) por ter um dos melhores 
sistemas de educação do mundo para a primeira infância”. A escola que foi criada por pais e 
moradores de uma pequena província no Norte da Itália, trabalha com a criança como o centro da 
aprendizagem, a criança é estimulada constantemente de várias maneiras diferentes, e o professor 
deve estar disposto a aprender continuamente, observar seus alunos e suas expressões, e organizar e 
aplicar conteúdos que os ajude a superar seus obstáculos, respeitando sempre sua bagagem cultural. 
Após, passaremos pela trajetória da educação infantil no Brasil, onde veremos que as creches 
foram criadas após a Proclamação da República, momento em que as mulheres começaram a ingressar 
no mercado de trabalho. Porém, essas creches prestavam apenas os cuidados básicos, como 
alimentação e troca de fraldas. As coisas começaram a mudar quando o número de crianças começou 
a crescer dentro dessas creches, e consequentemente foi necessária a criação de mais estabelecimentos 
e a contratação de mais profissionais. Então aos poucos, a educação infantil foi ganhando espaço e 
adquirindo direitos. 
Nossa pesquisa tem como objetivo, destacar e definir as várias linguagens da infância, 
resumindo cada uma de maneira que destaque-se os benefícios que cada uma causa no 
desenvolvimento da criança. Depois, falaremos individualmente de diferentes formas de trabalho, 
que auxiliam no desenvolvimento das linguagens da infância, como por exemplo a pintura e o 
A INFÂNCIA E SUAS LIGUAGENS 
2 
 
 
 
desenho, que podem ser aplicados de formas diferente, utilizando matérias primas diversificadas e 
auxiliam no desenvolvimento motor, melhoram a concentração, criatividade entre outros benefícios. 
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi, em um primeiro momento a 
pesquisa de artigos on-line, vídeos, a leitura de livros e a discussão em grupo. Foi realizado também 
o acompanhamento de contações de histórias na creche CEIM Vera Lúcia Dreschler Kitzberger, e 
realizado o registro fotográfico do momento. Em seguida, foi realizada a comparação dos resultados 
encontrados durante a contação de histórias com argumentos de autores citados no presente trabalho, 
sendo confirmada sua linha de pensamento. 
Foi realizada também, com um pequeno grupo de crianças com idades entre 1 e 7 anos, uma 
atividade com pintura, onde foram disponibilizadas tintas, papéis e pincéis, e as crianças ficaram à 
vontade para criar a arte a sua maneira. Concluímos com a finalização da atividade, que a pintura não 
desenvolve apenas a linguagem artística, ela desenvolve também a linguagem corporal, concentração, 
sentido de visão, e criatividade. Estas conclusões também se alinharam com a visão de Piaget quanto 
às etapas de desenvolvimento da educação infantil. 
E por fim, concluímos que a estimulação das linguagens da infância são muito importantes 
para que exista uma rica construção de conhecimento, e é o dever de nós adultos, enquanto pais, 
professores, família, comunidade em geral, que nossas crianças sejam continuamente estimuladas das 
mais diversas formas. Deste modo estaremos garantindo para o nosso futuro, seres humanos, 
capacitados, confiantes, preparados e independentes. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 REGGIO EMILIA 
 
Segundo Sá (2010), Reggio Emilia é uma província localizada na região Norte da Itália, não 
é uma grande cidade, porém dispõe de destaque quanto à moda, gastronomia, arquitetura, 
investimentos financeiros, diversidade de cultura e também significativa quantidade de fábricas. Após 
a Segunda Guerra Mundial, toda a comunidade, principalmente os pais, moveram-se para erguer uma 
escola para suas crianças a partir da venda de um tanque de guerra, seis cavalos e três caminhões. 
É perceptível que após ter passado pela destruição causada pela Guerra, a construção de uma 
escola veio com a vontade de remodelação, renovação, fazer uma educação diferente, para que o 
futuro fosse diferente, melhor. “Então, desde sua origem, Reggio Emilia é uma escola diferente, 
enraizada na vontade das famílias de construir um mundo melhor por meio da educação.” (SÁ, 2010) 
E qual a melhor maneira que melhorar o nosso futuro que não seja a educação? 
Esses pais, essa comunidade em geral atingiram o ponto exato do desenvolvimento do ser 
humano, a infância. 
Sá (2010), salienta que o que tornou essa escola tão inovadora foi o fato de as crianças 
aprenderem a trabalhar em coletivo, e também porque os pais, professores e alunos organizam os 
eventos juntos, constituindo uma continuidade dor lar. 
Com a participação integral da família na escola, existe uma educação equilibrada, onde pais, 
professores e sociedade em geral trabalham em equipe para que formem-se cidadãos preparados para 
a vida. 
Sá (2010), destaca que Loris Malaguzzi encantado pelo projeto educativo seguiu para o 
vilarejo Vila Cella, onde foi construída a escola, e permaneceu lá por sete anos. A partir daí, foram 
construídas novas escolas com a mesma abordagem de Reggio Emilia. Nesta época, eram as escolas 
católicas que formavam os professores, onde o foco estava em aprender ensinando, de modo que o 
professor deveria observar o processo de aprendizagem da criança, captar os sinais da mesma, para 
3 
 
 
 
que enfim o educador pudesse pensar em maneiras diferentes e acessíveis de ensinar de modo a ajudar 
o educando a superar seus obstáculos. 
Percebemos aqui, finalmente, a importância de entender e saber trabalhar com as mais diversas 
linguagens da criança, pois seguindo a abordagem de Reggio Emilia, em que o centro da educação é 
a própria criança, e sabendo que cada criança tem muitas maneiras diferentes de se expressar, fica 
claro que nós enquanto pais e professores, devemos estimular o máximo possível dessas linguagens 
para podermos enxergar onde estão as dificuldades e também para enriquecer o conhecimento das 
mesmas. 
Reggio Emilia é uma escola em contínua mudança, que se propõe a repensar-se e 
reconstruir-se constantemente; que considera fundamental a interação entre sistema de 
escolarização e o mundo da família, de modo integrado e participativo; que ressalta a 
centralidade da criança noprocesso educativo, mas também a integração com os professores 
e as famílias. Por natureza, é uma escola inovadora, na qual criança, professor e família se 
relacionam de modo integrado e coletivo. (SÁ, 2010) 
 
A constante mudança, conforme preciso, é o que destaca a escola Reggio Emilia das demais, 
pois a mesma entende que escola tem que interagir integralmente em parceria com pais e sociedade, 
decidindo de modo coletivo quais rumos deverão ser tomados para que haja uma educação de 
qualidade. 
 
2.2 A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL 
 
As primeiras creches do Brasil surgiram após a Proclamação da República, momento em que 
as mulheres passaram a fazer parte do mercado de trabalho e precisavam de um local assistencialista 
para deixar seus filhos. Segundo Martins (2013), com o passar do tempo, o número de crianças nas 
creches aumentou significativamente, e a partir daí, o trabalho nessas constituições era concentrado 
nas crianças mais pobres, com o intuito de prepara-las para superar as condições em que viviam. 
Acreditava-se, naquela época, que as creches eram apenas casas de amparo para os momentos 
em que a mãe estivesse trabalhando e não tinha com quem deixar os filhos. Portanto, nesses locais, 
eram prestados apenas os trabalhos básicos, como alimentação e higiene. 
Martins (2013), destaca que a educação foi reconhecida como um direito de todas as crianças 
após a promulgação da constituição federal em 1988. Acontecimento que causou uma melhoria na 
formação dos profissionais. Outro acontecimento que beneficiou a educação infantil foi a 
promulgação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) na década de 90, onde os direitos das 
crianças foram concretizados. 
Com o passar do tempo, os olhares foram se abrindo para além de apenas as mais pobres, e 
aos poucos percebia-se que as demais crianças também precisariam de mais atenção, não somente os 
cuidados básicos, percebia-se que as crianças eram seres pensantes e questionadores e que portanto 
poderiam ser moldados e preparados, não somente contra as dificuldades que supostamente viriam a 
enfrentar no futuro, e sim para estar capacitado, qualificado e consciente para viver e transformar 
constantemente a sociedade em que vive sempre para melhor. 
 
“E, finalmente, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB de 1986, a 
educação infantil é reconhecida como etapa inicial da educação básica. A educação infantil 
passa a ser vista por um novo ângulo, valorizando-se a criança e a sua cultura, considerando-
a ativa e capaz de construir o seu próprio conhecimento.” (MARTINS, 2013) 
 
Nesta etapa, em que a educação infantil é reconhecida como fase inicial da educação básica, 
a criança ganha ainda mais reconhecimento de sua capacidade de aprendizagem. Novamente, 
podemos reafirmar a importância da valorização das diversas linguagens da infância, pois nessa nova 
visão em que respeita-se a cultura de cada criança, deve-se entender que para que realmente exista 
esse respeito, pais, professores, comunidade em geral devem utilizar o que a criança já sabe como 
ponto de partida para a construção do conhecimento. E cada criança vai representar suas sabedorias 
de uma maneira diferente. 
4 
 
 
 
 Conforme a visão de Martins (2013), professor e família trabalham juntos, respeitando o que 
a criança já sabe e trazendo novas aprendizagens de maneira lúdica, sempre levando em conta que a 
infância é dividida em fases. 
Em resumo, as escolas de educação infantil deixam de ser um local de cuidados básicos e 
passam a ser preparadoras, formadoras de cidadãos conscientes, e o professor, torna-se um mediador, 
ele não vai ensinar o conteúdo que simplesmente julgar necessário, este novo educador deverá ser 
também um aluno, pois será necessário observar seus educandos, entender suas linguagens, e então 
buscar, preparar, organizar, e aplicar conteúdos que venham para auxiliar o aluno a progredir em suas 
dificuldades, tanto quanto engrandecer seu grau de conhecimento. 
 
2.3 AS VÁRIAS LINGUAGENS DA INFANCIA 
 
Foi importante, tanto para nós as autoras deste trabalho quanto para os leitores do mesmo, a 
passagem breve pelas trajetórias de Reggio Emilia e também da educação no Brasil, para entendermos 
que este estudo, que aborda as linguagens da infância, não surgiu do nada, e muito pelo contrário, 
este tema tem um histórico, que com o passar dos anos foi ganhando mais destaque devido aos 
resultados positivos claramente visíveis quanto à educação infantil. 
Na educação infantil a criança pensa, age, elabora a informação para transformar em 
conhecimentos de uma forma diferente do adulto, ela vai utilizar as mais variadas formas de 
linguagem, seja quando ela brinca, desenha, conta, fala escreve, representa, enfim, a criança fará uso 
de todas as formas possíveis para expressar tanto seus questionamentos quanto suas opiniões. 
Barbosa (2010), salienta que quando nascemos, a necessidade de se comunicar e se relacionar 
vem como uma questão de sobrevivência, enquanto bebês, nos comunicamos de diversas maneiras, 
o choro, o olhar, o sorriso, o gesto, o toque, linguagens que antecedem a fala. 
Quando falamos nessas diversas manifestações, entendemos que cada criança lê o mundo de 
uma forma particular e de diferentes formas ela vai se manifestar, se expressar. Para que isso 
aconteça, nós adultos, precisamos proporcionar as condições necessárias, quanto à escola, cabe ao 
professor buscar e organizar propostas dentro de um espaço que proporcione vários tipos de 
momentos e vivências para a criança, dentre eles, música, desenho, escrita, teatro, jogos, leitura, e 
outras infinitas formas de despertar o interesse e consequentemente enriquecer o aprendizado. 
Barbosa (2010) destaca que “ao adulto cumpre estar presente, observar, procurar dar sentido 
ás linguagens da criança e responder adequadamente (...)”. As crianças, dês de o nascimento, nos 
demonstram uma grande capacidade imaginatória, junto com essa imaginação tão farta, vem os 
questionamentos, e cabe a nós adultos fornecer-lhes o máximo de informação possível, respeitando, 
é claro, cada fase do seu desenvolvimento, cabe a nós também, enquanto família e escola estimular, 
de maneira lúdica, o máximo de linguagens possíveis. 
Pianezzer e Steuck (2013, p.205), destacam a importância da preparação do ambiente para 
que aconteça a aprendizagem da criança, pois “o ambiente lhe possibilitará todos os recursos 
necessários às primeiras descobertas, cheiros gostos e sensações”. Quando o a criança recebe as 
condições necessárias dentro de um ambiente adequado, o restante acontece de maneira espontânea, 
natural. 
À escola, cabe formar profissionais ouvintes, observadores, dispostos a aprender além de 
ensinar, que vão proporcionar práticas e experiências enriquecedoras de acordo com a necessidade e 
carga cultural individual de cada aluno. 
 
O aprendizado transcende os espaços de uma escola, de uma sala de aula com horários 
preestabelecidos de aprendizagem ou rotina. Ele está em todo lugar e em qualquer tempo, 
fazendo-nos companhia do primeiro ao último dia de nossas vidas. (PIANEZZER; 
STEUCK, 2013, p. 206) 
 
São diversas as formas de engrandecer e progredir a aprendizagem infantil, quanto mais 
lúdicas e diversificadas as aulas melhor será o resultado, o professor pode trabalhar com contação 
de histórias, música, teatro, artes visuais, passeios, jogos, brincadeiras, novas experiências, como 
5 
 
 
 
cozinhar ou plantar uma árvore, cuidar da hortinha da escola, entre milhares de outras 
possibilidades. 
Pianezzer e Steuck (20013, p. 207) deixam claro, ainda, que para que o professor atinja suas 
metas educativas, deve conhecer e trabalhar as múltiplas linguagens. Ele deve trabalhar todas as 
perspectivas possíveis para que haja a atração do aluno. 
 
2.4 COMO AS LINGUAGENS PODEM SER TRABALHADAS NA INFÂNCIA 
 
A partir desta etapa, apresentaremos algumas formasde trabalho e desenvolvimento das 
linguagens da infância que podem ser aplicadas tanto nas escolas quanto em casa, é importante 
lembrar que as linguagens infantis devem ser exploradas e estimuladas ao máximo, pois crianças 
são seres moldáveis, quanto mais experiências vividas e quanto mais estimulada sua criatividade, 
estaremos formando cidadãos felizes, confiantes, e independentes, preparados para conviver em 
sociedades, respeitando as diversas culturas da mesma. 
 
2.4.1 Brincadeiras 
É de grande importância neste momento do dia que o professor, deixando as crianças a 
vontade, intermediando se necessário, observe-as, pois é nessa hora, que poderá enxergar qual o 
nível cultural de cada uma, o grau de maturidade, em que etapa do desenvolvimento ela se encontra, 
o professor consegue ainda captar quais as dificuldades, interação social por exemplo, e preparar 
posteriormente conteúdos que venham para nivelar, e até mesmo ultrapassar os obstáculos 
encontrados em cada criança. Importante lembrar também, que cada criança é única e deve ser 
analisada individualmente. 
 
Entender as brincadeiras das crianças é fundamental para possibilitar-lhes que representem 
os papéis que escolherem para brincar: brincar de casinha, sendo mãe, pai e filhos; brincar 
com panelinhas ou de boneca; jogar futebol, saltar, correr, pular; brincar de herói ou 
bandido, recriando os heróis que fazem parte do seu cotidiano, de sua sociedade. 
(PIANEZZER; STEUCK, 2013, p. 208) 
 
O momento de brincar, é a oportunidade que a criança tem de representar o personagem que 
ela desejar, onde ela vai desenvolver sua criatividade, sua linguagem corporal, concentração, vai ter 
que interagir socialmente e resolver problemas em equipe. E também, consequentemente, a criança 
vai viver diferentes experiências, amadurecendo seus sentimentos, sejam eles de frustração ou de 
alegria. 
 
2.4.2 Linguagem corporal 
A linguagem corporal, acontece em todas as etapas da vida da criança, seja brincando, 
representando, fazendo pirraça ou até mesmo ouvindo uma história contada de forma dinâmica, 
momento em que provavelmente haverá a imitação. 
Para Pianezzer e Steuck (2013, p. 209) “é com o próprio corpo que ela experimenta as mais 
diversas sensações”. Crianças são curiosas, querem tocar, provar tudo o que, para ela, é novidade. 
Portanto, para desenvolver esta linguagem, podemos trabalhar com texturas, objetos de 
diferentes tamanho, peso e cor, produtos líquidos, sólidos, gelatinosos, estimulando-a a sentir. Outra 
maneira de estimular a linguagem corporal, é através da dança, teatro, faz de conta e imitação. 
 
2.4.3 Linguagem musical 
Músicas trazem à tona, conforme sua letra ou ritmo, emoções, algumas mais melosas nos 
fazem chorar, outras tem um ritmo contagiante que nos empolga. Por este motivo torna-se tão 
importante durante a educação infantil, dês de pequeninos, precisamos lidar com nossas emoções, e 
a música nos ajuda seja na hora de extravasar quanto na hora de relaxar. 
E além disso, segundo Pianezzer e Steuck (2013, p.210), através da música pode-se desfrutar 
de laços afetivos, culturais e sociais. 
6 
 
 
 
Podemos acrescentar ainda, que trabalhar com esta linguagem na infância, vai muito além de 
apenas cantar cantigas para as crianças, pode-se envolver neste trabalho, a dança, a interpretação, a 
representação, a memória, pode-se aguçar os sentidos da audição, e ainda, dependendo da faze de 
desenvolvimento da turma, pode-se trabalhar a letra, que implicará no desenvolvimento da 
linguagem oral e escrita. 
 
2.4.4 Linguagem afetiva 
Considerada por Pianezzer e Steuck (2013, p.210) “(...) uma das mais significativas quando 
o assunto é Educação Infantil (...)”, a linguagem afetiva tem grande importância, não somente na 
infância e sim durante toda a vida, pois é através de demonstrações de afeto, carinho, medo, raiva, 
emoções em geral, que revelamos nossa personalidade. 
Demonstrações de afeto para com as crianças, tanto quanto ajudá-la a lidar com situações de 
frustração, implicarão em um ser humano confiante, seguro, realizado e otimista. 
 
2.4.5 Pintura 
A pintura é um excelente meio para desenvolver a criatividade da criança, trabalhar com 
variadas cores auxilia também no aprimoramento da visão, utilizar o pincel ou trabalhar com as mão 
mesmo aprimoram o desenvolvimento motor, o ato de pintar desenvolve também a concentração, 
imaginação e criatividade. 
Silveira (2012, p. 117) salienta que é importante que os materiais oferecidos para as crianças 
sejam diversificados, a pintura pode ser realizada em papelão, EVA, madeira, objetos como caixas 
de diferentes tamanhos e formatos, as tintas também podem ser diversificadas, além da guache, 
podem ser produzidas em sala com ajuda dos próprios alunos. 
É importante constar que a pintura pode ser trabalhada também com bebês, com o objetivo 
principal de exploração do tato, texturas e cores, o bebê, tateando a tinta de várias cores com as 
mãos, estará desenvolvendo a concentração, motricidade, e também aprimorando seus sentidos de 
visão. 
 
2.4.6 Desenho 
Se o trabalho com tinta já nos proporciona várias técnicas e possibilidades diferentes, o 
desenho não fica para traz. Quanto à matéria prima, pode-se utilizar giz de cera, lápis de cor, 
canetinhas, carvão, cartolinas, papelão, madeira, e vários outros tipos de papel. Quanto à técnica, 
podemos trabalhar com figuras geométricas, pontilhismo, linhas, colagem, aquarela, releituras, entre 
outras. 
Silveira (2012, p. 121) propõe que trabalhemos em sala de aula com revistas, ou fotos, de 
forma lúdica, a reprodução do corpo humano, para que a criança inicie seu conhecimento referente 
às proporções do corpo. 
Outra maneira lúdica de trabalhar o corpo humano a partir do desenho é instruir as crianças 
a se dividirem em duplas e posteriormente, uma delas deitará sobre uma folha de papel craft para 
que seu coleguinha possa “contorna-lo” com um lápis ou giz. E depois de todos os corpos 
desenhados, as crianças podem se divertir pintando o desenho da maneira que desejarem com o 
material e técnica que preferirem. 
 
2.4.7 Dança 
A dança é uma ótima opção para trabalhar o desenvolvimento motor na infância, além de 
impulsionar a criança para a integração social, convivência em grupo e afins. 
 
A função da dança na escola não é a de criar coreografias para apresentações e sim um 
trabalho planejado de acordo com as possibilidades motoras e de criação individual e 
coletiva da própria criança. (SILVEIRA, 2012, p. 131) 
 
7 
 
 
 
Devemos salientar também que a dança é uma manifestação muito antiga, portanto carrega 
consigo uma grande bagagem cultural, e é importante que a criança saiba reconhecer e respeitar 
essas culturas. 
 
2.4.8 Teatro 
Esta linguagem é ótima para ser trabalhada na educação infantil pois tem conexão com 
vários estágios do desenvolvimento da criança, como a criatividade, imaginação, desenvolvimento 
motor, a linguagem afetiva, linguagem corporal, linguagem musical, traz à tona o faz de conta, a 
fantasia. 
Nas palavras de Silveira (2012, p.133): 
O teatro trabalha diretamente com a expressão, com o sentimento, com a relação entre o 
jogo espontâneo e o jogo de regras; tem como fundamento o sentimento, o conhecimento e 
as ideias. Vai muito além de apresentações para datas comemorativas, como normalmente é 
valorizado dentro dos espaços educacionais. 
Podemos frisar também, que com o teatro, além da dramatização, é possível trabalhar a diferença de 
gêneros, a diversidade de culturas, questões sociais, questões históricas, questões ambientais e 
valores humanos. 
 
2.4.9 A contação de histórias 
Considerada uma das práticas mais antigas que existe, a cotação de histórias compõe 
habilidades humanas que antecedem a escrita. (MATEUS et al. 2013). 
E esta é uma das práticas mais enriquecedoras de conhecimento e criatividade que pode ser 
aplicada de muitas formas possíveis,para não ficar na mesmice de um grupo de crianças reunidas 
em círculo enquanto o professor conta a história apenas falando, pode-se utilizar fantoches, músicas 
durante o processo, objetos coloridos, figuras, pode-se também interagir com as crianças fazendo 
com que elas se sintam parte do conto. 
 
As histórias são uma maneira mais significativa que a humanidade encontrou para 
expressar experiências que, nas narrativas realistas, não acontecem. A contação de histórias, 
além de pertencer ao campo da educação e a área das ciências humanas, é uma atividade 
comunicativa. (MATEUS et al. 2013). 
 
Por ser uma atividade comunicativa, a contação de histórias além de desenvolver e 
enriquecer a criatividade e a imaginação, aprimora também as linguagens oral e escrita, além de 
incentivar a leitura. 
Para Mateus et al. (2013), “Além de as histórias divertirem, elas atingem outros objetivos, 
como educar, instruir, socializar, desenvolver a inteligência e a sensibilidade”. 
O contador de histórias pode discretamente induzir seus ouvintes para um rumo que tenha 
sido previamente planejado, embutindo no conto, temas com problemáticas sociais, ambientais, 
culturais, entre outros. 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizamos de pesquisas de artigos on-line, e também 
de livros e vídeos. 
Realizamos o acompanhamento de duas contações de histórias, realizadas no mesmo dia, na 
creche CEIM Vera Lúcia Dreschler Kitzberger, no dia 01 de novembro de 2018, o registro feito com 
fotos. 
Realizamos também, uma atividade com nossos filhos, que tem entre 1 a 7 anos, a atividade 
consistia em oferecer-lhes tinta e papel e deixá-los a vontade, para que pintassem sem interferência. 
Utilizamos tinta à base d’água, papel, pincéis e registros fotográficos. 
 
8 
 
 
 
 
 
Nesta primeira imagem, temos o registro fotográfico da contação de história realizada no dia 
01 de novembro de 2018, pela professora Maria e sua turma Maternal, alunos da creche CEIM Vera 
Lúcia Dreschler Kitzberger, cujo as crianças tem cerca de 3 a 4 anos de idade. 
A história, chamada “Brincadeira de Bruxa” foi contada por meio de música, onde a 
professora representou a bruxa que transformava seu alunos em vários animais. Maria jogava papel 
picado nas crianças na hora do “feitiço” ser lançado. 
Esta contação de história nos chamou atenção devido ao fato de as crianças não terem 
precisado decorar e nem treinar nada, pois a música as conduzia e cada uma representava os animais 
do seu jeito. E pelo fato de elas poderem participar da história com facilidade, os alunos de outras 
turmas, inclusive dos Berçários, bebês com 1 ano de idade em média, também saiam pilando como 
sapinhos, ou qualquer que fosse o animal. 
Uma contação de história tão simples e rápida, acabou encantando todas as crianças da creche, 
e a nós também! 
Mateus et al. (2013), reforça a ideia de que quando a criança participa ativamente da contação, 
atinge-se o objetivo educacional, “(...)a aprendizagem significativa” com êxito, e além disso o aluno 
é instigado a ler e consequentemente expandem seu universo cultural e imaginário. 
9 
 
 
 
 
Na segunda imagem, vemos outra turma de Maternal, da mesma instituição, também com a 
idade entre 3 a 4 anos, estes, conduzidos por sua professora Andrea, seguiram a mesma linha de 
contação de história da primeira turma, porém, nos contaram a história do “Jacaré”. Os alunos 
também desenvolveram a atividade com facilidade devido o auxílio da música, que praticamente dizia 
o que eles deveriam fazer. Outro aspecto interessante, foi o fato de eles próprios terem produzido suas 
fantasias, claro que com o auxílio da professora Andrea e da Atendente Educativa Aline. 
Agora vamos pensar em quanto foi enriquecido o nível de criatividade e conhecimento dessas 
crianças, confeccionando a própria fantasia, desenvolveu-se a capacidade motora, os sentidos visuais, 
a concentração e o trabalho em equipe. Já a contação de história feita por eles mesmos, acrescentou 
no seu desenvolvimento da linguagem corporal, trabalho em equipe, concentração, imaginação, 
fantasia, e além de tudo, a satisfação psicológica quando ouviram as palmas e as professoras 
parabenizando-os pelo seu trabalho. A felicidade e o brilho nos olhos dessas crianças era claramente 
perceptível. 
 
10 
 
 
 
 
A partir daqui, descreveremos a atividade realizada por nós, autoras deste artigo, com nossos 
filhos, cuja intenção é apontar a diferença no desenvolvimento das linguagens conforme cada etapa 
do crescimentos seguindo uma linha de raciocínio de Piaget, que classificou as fases do 
desenvolvimentos por etapas. 
A atividade proposta por nós, realizada no dia 04 de novembro de 2018, consistia em oferecer 
ás crianças, tinta e papel, e deixá-los se divertirem, com o intuito de trabalhar a linguagem artística 
através da pintura, tanto quando a linguagem corporal. 
Na primeira imagem, vemos Kauan, o mais novo do grupo com 1 ano de idade, que 
inicialmente apenas espalhou a tinta pelo papel com as mãos, após alguns minutos já estava com todo 
o corpo pintado. E além disso, o bebê também levou a tinta à boca. 
Segundo Pianezzer e Steuck (2013, p. 69), Piaget concretizou que esta etapa, 0 a 2 anos, 
antecede a linguagem, período em que a criança começa a perceber a si mesma e os objetos que estão 
ao seu redor. Ela precisa sentir os objetos, pegando-os, levando-os à boca, e com este comportamento, 
aos poucos a criança vai conhecendo e aprendendo a diferenciar texturas, tamanhos, pesos, espaços, 
sabores etc. 
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Davi, de 3 anos, já demonstra certa maturidade para se sentar à mesa, ainda realiza o desenho 
com as mãos, porém ultrapassa muito pouco do limite da folha, comprovando ter certa noção de 
espaço. 
Seguindo a linha de raciocínio de Piaget apresentada por Pianezzer e Steuck (2013, p.69), 
Davi está iniciando a fase do surgimento da linguagem, onde a criança começa a criar imagens 
mentais, o chamado faz de conta. 
 
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Yasmin, de 5 anos, apresenta maior noção de espaço, utiliza pincéis, e percebe-se que seu 
desenho foi feito com um objetivo, a partir de uma imagem previamente visualizada em sua 
imaginação. 
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Henry, 7 anos, apresenta um desenho mais colorido, com proporções corretas. 
De acordo com Pianezzer e Steuck (2013, p.69), Piaget afirma que nesta fase, a partir dos 4 
anos, tanto Yasmin quanto Henry já conseguem diferenciar a fantasia do real e “(...) em relação à 
linguagem, já consegue adequar suas respostas às dos seus colegas”. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Ao finalizar nossas atividades práticas, percebemos o quão visível é o desenvolvimento das 
linguagens da infância. Na primeira etapa, em que acompanhamos as duas contações de histórias 
realizadas pelas turmas de Maternal no CEIM Vera Lúcia, pudemos assemelhar o que vimos 
durante a contação, momento em que as crianças nos surpreenderam com sua capacidade de 
imaginação ao interpretar os animais, sua concentração no momento em que a “bruxa” falava e 
também nos momentos exatos de voltar ao seu lugar após imitar algum bicnhinho, sua 
espontaneidade e criatividade, sua linguagem corporal, enfim, comparada à nossa pesquisa teórica, 
podemos confirmar a linha de pensamentos dos autores, como por exemplo, Pianezzer e Steuck 
(20013, p. 207) que afirmam que é dever do professor conhecer e trabalhar as múltiplas linguagens 
da infância de todos os ângulos possíveis. Ou Barbosa (2010) que, em outras palavras, destaca que é 
dever do adulto, observar, compreender e dar sentido às linguagens da criança. 
E é exatamente isso que vemos acontecer com as suas turmas do CEIM Vera Lúcia, que 
estão sendo norteadas, no caso, por suas professoras, que estão constantemente buscando diferentes 
maneiras de abordar e trabalhar suas linguagens. 
Já na segunda atividade, aquela realizada com tinta e com crianças de diferentesidades, 
percebe-se que foi abordada uma linguagem mais artística, porém devemos levar em conta que 
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trabalhar com tinta aborda também a linguagem corporal, principalmente com as crianças mais 
novas, as de 1 e 3 anos, pois as mesmas demonstraram uma certa necessidade, pode-se chamar de 
curiosidade, em sentir a textura da tinta nas mãos. Pois, segundo Silveira (2012, p. 117) “a pintura 
trabalha com elementos visuais como a cor, as formas, as linhas, o ponto e a textura.” 
Trabalhar com pintura, assim como desenho, desenvolve a criatividade, aprimora a visão, 
melhora a concentração, e no caso de crianças pequenas, que vão tatear a tinta, desenvolve também 
a motricidade. 
 
5. CONCLUSÃO 
A criança vai realizar seu contato com o mundo externo, a sua relação com as pessoas, a 
interação, o entendimento de tudo que acontece ao seu redor de uma forma diferente do adulto, 
então quando a criança tem contato com as informações, com os acontecimentos com as coisas, 
com as pessoas, a mesma vai lançar mão de recursos, para entender, compreender, construir, os 
sentidos e significados de tudo que está a sua volta, e também vai acabar resignificando estas 
informações e acontecimentos. 
Para que entendamos melhor sobre as diversas linguagens da infância, é necessário que 
busquemos uma breve contextualização sobre a abordagem de Reggio Emilia, por ter sido um 
modelo norteador para a educação, onde pais professores trabalham lado a lado para que as crianças 
tenham uma educação de qualidade, formada de vivências, experiências, com um foco voltado para 
a reconstrução, trabalho em equipe, e valorização da família. As escolas de Reggio Emilia, tem a 
criança como o centro, e os professores devem estar dispostos a estar em constante aprendizagem, 
para que possam observar e decifrar as linguagens da infância. 
Após, precisamos entender como foi a trajetória da educação infantil no Brasil, onde após a 
Proclamação da República, as mães passaram a fazer parte do mercado de trabalho, 
consequentemente oi necessária a criação de um local que abrigasse essas crianças, as creches, onde 
inicialmente eram prestados apenas os cuidados básicos, como alimentação e troca de fraldas. Com 
o passar dos anos e o aumento significativo de crianças nas creches, o país começa a enxergar a 
necessidade de preparar melhor os profissionais da educação infantil, e aos poucos foi se notando 
que as crianças eram seres pensantes, carregando muita criatividade, que poderiam ser moldados 
para que viessem a ser adultos capacitados, responsáveis, conscientes e independentes para conviver 
em sociedade. 
A partir daí, começamos a entender a grande importância da estimulação das linguagens da 
infância, pois as crianças são o nosso futuro, e por muito tempo essas linguagens foram sendo 
abafadas, pela sociedade, e também pela educação engessada onde o professor ensinava o que 
julgava ser necessário e os alunos se viam obrigados a ser adeptos da “decoreba”. 
Tendo Reggio Emilia como modelo, precisamos entender que a criança precisa ser 
constantemente estimulada, professores devem estar dispostos a aprendizagem contínua, devem 
enxergar cada aluno como um ser único, cada um tem um modo diferente de pensar e de se 
expressar, cabe à escola e parceria com os pais e comunidade em geral observar, e buscar entender 
cada forma de expressão, e então propiciar ambientes adequados para que aconteça um aprendizado 
de qualidade, rico em conhecimentos e criatividade. 
São várias as maneiras que podemos trabalhar em sala para desenvolver as linguagens da 
infância, entre elas, a brincadeira onde a criança vai representar, e muitas vezes viver experiências 
do cotidiano, durante as brincadeiras é interessante que o professor observe as crianças, pois ele 
poderá perceber as dificuldades de seus alunos, como por exemplo de interação social, e a partir daí 
poderá desenvolver e aplicar conteúdos específicos para seus alunos. 
Temos também, o teatro, a música e a dança, ambos trabalham o desenvolvimento motor, 
linguagem afetiva, e as emoções. 
A pintura e o desenho, que podem ser aplicados com várias técnicas diferentes e variadas 
matérias primas, que trabalham a criatividade, o sentido da visão, memória, concentração, e 
desenvolvimento motor. 
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E ainda, não menos importante, a contação de histórias que abrange muitas áreas das 
linguagens da infância, como a fantasia, criatividade, concentração, curiosidade, linguagem oral e 
escrita pois estimula a prática de leitura. 
Para finalizar, ressaltamos o quanto é importante que nós adultos observemos, todas as 
formas de expressões da criança, é nosso dever enquanto família escola e comunidade estimular 
essas linguagens de todas as forma possíveis. Recursos é o que não nos falta. 
Devemos levar em consideração que crianças são seres questionadores, sonhadores, e que 
um dia serão responsáveis pelo futuro da nossa comunidade, cidade, país. Portanto, vamos fazer o 
possível para que essas crianças cresçam felizes e realizadas enquanto seres humanos. 
Salientamos ainda que a contação de histórias é um grande aliado na área da educação infantil, 
devido ao seu grande poder de estímulo de criatividade, fantasia, representação etc. Então, vamos 
fazer uso deste ótimo recurso para enriquecer o aprendizado de nossas crianças! 
REFERÊNCIAS 
BARBOSA, Maria Carmen Silveira; RICHTER, Sandra Regina Simonis. Os bebês interrogam o 
currículo: as múltiplas linguagens na creche, 2010. Disponível em: 
<https://periódicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1605/900>. Acesso em: 06 out. 2018. 
MARTINS, Sandra Mara Cardoso. A trajetória da educação infantil no Brasil, 2013. Disponível 
em:< https://pedagogiaaopedaletra.com/a-trajetoria-da-educacao-infantil-no-brasil/>. Acesso em: 03 
out. 2018. 
MATEUS, Ana do Nascimento Biluca et al. A importância da contação de história como prática 
educativa na educação infantil, 2013. Disponível 
em:<200.229.32.55/index.php/pedagodiacao/article/view/8477/7227>. Acesso em: 10 out. 2018. 
PIANEZZER, Lúcia Cristiane Moratelli; STEUCK, Cristina Danna. Pedagogia da educação 
infantil. Indaial: Uniasselvi, 2013. 
SÁ, Alessandra Latalisa de. Um olhar sobre a abordagem educacional de Reggio Emilia. Belo 
Horizonte, 2010. Disponível em: < http://www.fumec.br/revistas/paideia/article/view/1281>. Acesso 
em: 03 out. 2018. 
SILVEIRA, Tatiana dos Santos da. Metodologia do Ensino da Arte. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci – Indaial: Uniasselvi, 2012. 
https://periódicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1605/900
https://pedagogiaaopedaletra.com/a-trajetoria-da-educacao-infantil-no-brasil/
http://www.fumec.br/revistas/paideia/article/view/1281

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