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Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp No miométrio temos: leiomioma, leiomiossarcoma, sarcoma do estroma endometrial, tumores mullerianos ou mistos. No endométrio: alterações funcionais do endométrio, endometrites, endometriose, hiperplasia endometrial, adenocarcinoma. 1. MIOMÉTRIO • LEIOMIOMA É o tumor benigno mais comum no útero. Ocorre em 25% das mulheres com mais de 30 anos. Constituído de células musculares lisas e colágeno. As células musculares lisas respondem ao estimulo estrogênico, por tanto, cresce durante a menacme e regride na menopausa. Cresce muito na gestação. Podem ser assintomáticos ou causar hemorragia, dor pélvica, poliúria (compressão da bexiga), sensação de peso. Os miomas em gestantes aumentam a frequência de abortos espontâneos, má apresentação fetal, inércia uterina (incapacidade de contração com força suficiente) e hemorragia pós-parto. A transformação maligna para leiomiossarcoma, se ocorrer, é extremamente rara. A maioria está localizado no corpo uterino, mas pode estar no colo uterino também (5%, raro). Leiomioma submucoso Leiomioma intramural Leiomioma subseroso Na microscopia, as células do leiomioma são muito semelhantes às do miométrio adjacente. Os limites são compressivos, mas sem capsula verdadeira. Tem feixes em diferentes direções. Macroscopicamente o nódulo é mais esbranquiçado (fibras colágenas), geralmente múltiplos, bem delimitados. Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp • LEIOMIOSSARCOMA Tumor raro, ocorre em 1% das neoplasias malignas do útero. Em mulheres mais velhas > 50 anos. É mais maligno que os leiomiomas. Macroscopicamente é um nódulo único, com limite impreciso, áreas de necrose e hemorragia (variações na cor), amolecido, esbranquiçado. Lembra “carne de peixe”. Microscopicamente, há atipias celulares, necrose, alto índice mitótico. Hipercelularidade (muitos núcleos). Aberrações nucleares. Os leiomiossarcomas ocorrem tanto antes como após a menopausa, com uma incidência máxima entre 40 e 60 anos de idade. Esses tumores geralmente recorrem após a cirurgia, e mais da metade acaba metastatizando pela corrente sanguínea até órgãos distantes, como pulmões, ossos e cérebro. Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp • SARCOMA DO ESTROMA ENDOMETRIAL Pouco comum, menos de 1% dos tumores malignos do útero. Ocorre em mulheres mais jovens, > 40 anos. Causa aumento do volume uterino, podendo ser assintomático ou causar sangramentos. Tem alta capacidade infiltrativa e 1/3 ao diagnóstico apresenta extensão além do útero. Pode ser um pólipo na cavidade endometrial ou nódulo (limites infiltrativos), cor amarelada e invasão vascular. Muito comum a invasão vascular franca! Limite infiltrativo, invadindo endométrio. Microscopicamente, células lembram estroma do endométrio na fase proliferativa. Pode ter atipias leves (baixo grau) ou acentuadas (alto grau). O de baixo grau é o mais frequente. Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp • TUMOR MÜLLERIANO MISTO A origem é no mesoderma Mulleriano do útero. As células tem capacidade de se diferenciar em epitélio ou tecidos mesenquimatosos (tumores mistos, tecidos variados). Variantes desses tumores conforme constituição: Adenofibroma: quando tem 2 componentes benignos Adenossarcoma: epitélio benigno + sarcoma Carcinossarcoma ou Tumor Mülleriano Misto Maligno (TMMM): dois componentes malignos. Muito agressivo, subdividido em 2 categorias: Homólogo: tecidos semelhantes ao útero, como dos leiomiossarcomas, fibrossarcomas etc. Heterólogo: tecidos diferentes, como cartilaginoso, musculo esquelético, osso. Os tumores müllerianos mistos malignos (TMMMs), também denominados carcinossarcomas, são adenocarcinomas endometriais com um componente mesenquimal maligno. O componente mesenquimal pode assumir várias formas. Alguns contêm células tumorais que lembram elementos mesenquimais uterinos (sarcoma estromal, leiomiossarcoma), enquanto outros contêm tipos celulares malignos heterólogos (rabdomiossarcoma, condrossarcoma). Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp Os TMMMs ocorrem em mulheres na pós-menopausa e se apresentam acompanhados de sangramento. Os tumores müllerianos mistos malignos (TMMMs) são carcinomas que lembram geneticamente o carcinoma endometrial, e têm resultados ruins com as terapias atuais. 2. ENDOMÉTRIO É o órgão alvo da ação hormonal, se modificando diariamente na menacme. Conforme a morfologia da mucosa endometrial podemos fazer datações do ciclo menstrual (alterações das glândulas e do estroma). Na gestação as glândulas tem características muito importantes, com supersecreção. Tem o fenômeno de Arias-Stella, que são atipias focais decorrentes da gestação. Também há decidualização do estroma. Na menopausa, essa mucosa sofre atrofia. Na primeira parte do ciclo menstrual temos o endométrio proliferativo (estrógeno) e na segunda metade temos endométrio secretor (progesterona). Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp Durante a ovulação as glândulas adquirem vacúolos secretores e ficam com aspecto de “teclado de piano”. No final da fase secretora o estroma se transforma em células deciduais. Fenômeno de Arias-Stella: encontramos das glândulas da fase secretora se houver fertilização. Apresentam núcleos atípicos, com atipias focais. Indica que está com estímulo gestacional. http://anatpat.unicamp.br/lamgin7.html - Alterações funcionais da mucosa endometrial: Um dos principais sintomas é o sangramento anormal ou disfuncional: não relacionado às infecções, gravidez ou neoplasias. Geralmente ocorrem perto da menopausa, onde tem mais ciclos irregulares. É mais comum em ciclos anovulatórios e menos comumente associados a corpo lúteo deficiente. A causa mais frequente de sangramento disfuncional é a anovulação (falha na ovulação). Os ciclos anovulatórios são resultado de desequilíbrios hormonais sutis, e são mais comuns na menarca e no período perimenopausa. Menos comumente, a anovulação é resultado de: • Distúrbios endócrinos, como a doença da tireoide, a doença da adrenal ou os tumores da hipófise. • Lesões ovarianas, como o tumor funcional dos ovários (tumores das células da granulosa) ou ovários policísticos. • Distúrbios metabólicos generalizados, como obesidade, desnutrição, ou outras doenças sistêmicas crônicas. http://anatpat.unicamp.br/lamgin7.html Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp A falha na ovulação resulta em uma estimulação endometrial excessiva pelos estrogênios, que não é contraposta pela progesterona. • ENDOMETRITES Processo inflamatório na mucosa endometrial. São bem mais raras que cervicites, pois o colo uterino atua como barreira às infecções ascendentes. Para que aconteçam tem que ter fatores predisponentes, como: período menstrual (colo aberto), gravidez (retenção de produtos), corpo estranho (DIU, leiomiomas, pólipos na cavidade). Podemos subdividir em agudas e crônicas. ENDOMETRITES AGUDAS Estão relacionadas ao pós-aborto ou pós-parto. Quadros Inflamatórios infecciosos muito graves. Ocorrem no útero aumentado de volume que tem vascularização intensa, um local propício para proliferação de agentes patogênicos. No pós-parto chamamos de endometrite puerperal. A mulher apresenta febre, loquiação purulenta, falta de involução uterina, exsudato, pseudo-membrana, propagação ao miométrio, flebite, trombos e embolos sépticos. As principais complicações são abcesso pulmonar, sepsis e óbito. Pode causar endocardites das valvas do coração (por embolos sépticos). Tratamento: antibioticoterapia, histerectomia. Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp ENDOMETRITES CRÔNICAS Geralmente tem clinica mais leve. Podem ser inespecíficasou específicas. Inespecíficas: pós-aborto, DIU, mioma, DIP. Infiltrado inflamatório crônico linfoplasmocitário. O diagnóstico da endometrite crônica se baseia na identificação de plasmócitos no estroma, que não são vistos no endométrio normal. Específicas: granulomatosa. Ex.: tuberculose (salpingite, foco pulmonar, intestinal), paracoco, esquistossomose, estrongilóides. Quando vemos granulomas no útero ou tubas precisamos pensar primeiro em endometrite tuberculosa, por ser mais frequente no nosso meio. • ENDOMETRIOSE É a presença de glândulas e estroma endometriais fora da cavidade uterina (ectópico). Temos 2 tipos de endometriose: adenomiose (dentro do corpo uterino) e endometriose externa (ou verdadeira). Adenomiose: Encontramos mucosa endometrial na espessura do miométrio, entre as fibras musculares lisas encontramos estroma e glândulas endometriais. Ocorre mais em mulheres entre 40-50 anos, multíparas. O útero fica aumentado de volume e há dismenorreia, dor pélvica crônica, dispareunia. A patogênese está relacionada ao estimulo estrogênico que causa hiperplasia da camada basal, adentrando no miométrio. A adenomiose permanece em continuidade com o endométrio, supostamente significando crescimento para baixo do tecido endometrial na direção, e entre, dos fascículos de músculo liso do miométrio. Na microscopia vemos as glândulas na espessura do miométrio. Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp http://anatpat.unicamp.br/lamgin11.html Endometriose Externa (VERDADEIRA) Ocorre nos ovários, ligamentos uterinos, septo reto-vaginal, peritônio pélvico, cicatrizes, umbigo, vagina, vulva. O quadro clinico é diferente, ocorre em mulheres mais jovens, na menacme (20-40 anos). Tem dor pélvica importante, dismenorreia, infertilidade e disúria. Macroscopicamente pode ser nódulos ou cistos hemorrágicos, pode ter aderências. Na microscopia vemos glândulas e estroma endometrial ao lado de macrófagos com hemossiderina (houve sangramento nos ciclos menstruais). - Teorias sobre a patogênese da endometriose: 1. Regurgitação e implante: acredita-se que numa menstruação normal um pouco de mucosa endometrial é regurgitada para as tubas e peritônio pélvico, aí podem sofrer implantação (fluxo retrógrado do endométrio menstrual). 2. Metaplasia do peritônio pélvico: possível origem mulleriana que sofrem metaplasia para mucosa endometrial. 3. Disseminação linfática ou hematogênica: durante o período menstrual poderia disseminar pequenos fragmentos da mucosa endometrial, não só para região pélvica, mas à distancia também. Aumento na produção de estrogênio pelas células estromais endometrióticas, devido em grande parte aos altos níveis da enzima-chave esteroidogênica, a aromatase, ausente no estroma endometrial normal. O estrogênio aumenta a sobrevida e a persistência do tecido endometriótico, e os inibidores da aromatase são benéficos no tratamento de endometriose. Uma ligação entre a inflamação e a produção de estrogênio é sugerida pela capacidade de estimulação da síntese local de estrogênios pela prostaglandina E2. http://anatpat.unicamp.br/lamgin11.html Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp http://anatpat.unicamp.br/lamgin12.html • HIPERPLASIA ENDOMETRIAL A hiperplasia endometrial é uma causa importante de sangramento anormal, e uma precursora frequente dos tipos mais comuns de carcinoma endometrial. É definida como um aumento da proliferação das glândulas endometriais relativas ao estroma, resultando em maior proporção de glândulas para estroma em comparação ao endométrio proliferativo normal. Hiperplasia é a proliferação alterada da mucosa endometrial, relacionada a estimulo estrogênico persistente, sem oposição da progesterona. A hiperplasia endometrial está associada à estimulação estrogênica prolongada do endométrio, que pode ser decorrente de anovulação, aumento da produção de estrogênio a partir de fontes endógenas, ou devido a estrogênio exógeno. As condições associadas incluem: • Obesidade (conversão periférica de androgênios em estrogênios). • Menopausa. • Síndrome do ovário policístico. • Tumores de células granulosas funcionais do ovário. • Função cortical ovariana excessiva (hiperplasia estromal cortical). • Administração prolongada de substâncias estrogênicas (terapia de substituição de estrogênio). http://anatpat.unicamp.br/lamgin12.html Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp Essas são as mesmas influências postuladas como sendo patogeneticamente significativas em alguns carcinomas do endométrio. A inativação do gene supressor de tumores PTEN é uma alteração genética comum tanto nas hiperplasias endometriais quanto nos carcinomas endometriais. Quando a função do PTEN é perdida, a via PI3K/AKT se torna excessivamente ativa. a sinalização PI3K/AKT melhora a capacidade do receptor de estrogênio de ativar a expressão de seus genes-alvo. Assim, a perda da função do PTEN pode estimular a expressão de genes dependentes de estrogênio, levando ao crescimento excessivo de tipos celulares que dependem do estrogênio para receber sinais tróficos, como as células epiteliais endometriais e mamárias. Sintomas: hemorragia abundante, ciclos irregulares, hemorragia pós-menopausa. Pode ser focal (pólipo hiperplásico) ou difusa. O que é mais importante é a presença ou não de atipia celular e grau de complexidade delas. Podemos ter áreas de glândulas mais císticas e áreas de glândulas menores. É importante detectar a nível celular as atipias. A hiperplasia típica tem uma grande variedade de aparências, mas a característica primordial é o aumento relação glândula-estroma. As glândulas mostram variação em tamanho e forma, e podem estar dilatadas. Embora focalmente possa haver glândulas justapostas (back-to-back), uma certa quantidade de estroma persiste. Essas lesões refletem uma resposta do endométrio à estimulação persistente do estrogênio, e raramente evoluem para adenocarcinoma. Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp A hiperplasia atípica (neoplasia intraepitelial endometrial) é composta por padrões complexos de proliferação glandular exibindo atipia nuclear. As glândulas estão comumente justapostas e frequentemente têm contornos complexos devido às estruturas ramificantes. As células se tornam arredondadas e perdem a sua normal orientação perpendicular em relação à membrana basal. As características da hiperplasia atípica sobrepõem-se àquelas do adenocarcinoma endometrioide bem diferenciado. Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp http://anatpat.unicamp.br/lamgin9.html http://anatpat.unicamp.br/lamgin10.html • CARCINOMA DO ENDOMÉTRIO Se caracteriza clinicamente por sangramento pós-menopausa (câncer de mulheres mais velhas). Macroscopicamente pode ser nódulo ou difuso. Histologicamente, apresentam aspectos diferentes relacionados a diferentes vias de patogênese (adenocarcinoma endometrióide e adenocarcinoma não endometrióide). Adenocarcinoma Endometrióide (Tipo 1) É o mais comum (também chamado tipo 1), 85% dos casos. Ocorre nas mulheres peri- menopausa. Relacionado à hiperplasia endometrial, ao hiperestrogenismo e mutação do PTEN. Crescimento é mais lento, prognóstico mais favorável. Histologicamente pode ser bem diferenciado (grau 1), moderadamente diferenciado (grau 2 – endometrioides de baixo grau), indiferenciado (grau 3 – alto grau). 20% deles apresentam áreas de diferenciação escamosa. http://anatpat.unicamp.br/lamgin9.html http://anatpat.unicamp.br/lamgin10.html Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp A incidência de câncer de endométrio é alta, sendo maior nos EUA e outros países do hemisfério norte. A expectativa de vida maior pode estar associada ao aumento da incidência desse câncer. No Brasil, é o 2º câncer ginecológico mais frequente(após câncer de colo de útero). Há fatores de risco importantíssimos para o câncer de endométrio: obesidade, diabetes e hipertensão arterial. Outros fatores também importam, como raça, fatores imunológicos etc. São muito relacionados com o hábito de vida ocidental. O principal fator de risco é a maior exposição aos estrógenos sem contrabalanço pela progesterona. Isso ocorre principalmente pelo aumento do tecido adiposo (estrona). Além disso, a terapia de estrógeno sem progesterona associada na menopausa aumentou muito os casos de câncer de endométrio. Mulheres com sindrome metabólica e com IMC > 25 tem 2x mais risco de desenvolver esse cancer, aumentando mais ainda em IMC > 30. Aumenta mais ainda o risco quando tem antecedente familiar de 1º grau com cancer de endometrio, historia de cancer de mama pessoal e sindrome hereditária (cancer de colon não polipoides). O aumento do estrógeno sem contrabalanço da progesterona causa hiperplasia do endométrio, que pode ser tipica, mas depois adquire atipias e leva ao cancer. Isso demora 10 a 15 anos, então por volta dos 65 anos há incidencia expressiva desse cancer. Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp Fatores que protegem: amamentação, atividade fisica, DIU progestágeno, reposição de progesterona na menopausa. Inclusive, as fumantes tem menor incidencia desse tipo de cancer (mas aumento de outros tipos). O uso de tamoxifeno (estrógeno fraco para substituir o estrógeno no cancer de mama e impede a estimulaçao) aumenta os riscos porque no receptor do estrogeno do utero ele aumenta estimulo. Brancas e negras tem maiores incidencias também. ACO: o uso por mais de 5 anos de contraceptivo oral COMBINADO pode diminuir o risco para cancer do endometrio em 55%. Sintomas: geralmente tem bom prognóstico porque as mulheres apresentam sintomas que alarmam. O principal é o sangramento genital, seguido por dor pélvica e, por vezes, assintomáticas (1,4%). Mulheres que apresentam sangramento pós-menopausa devem ser investigadas quanto a câncer de endométrio. 80% confinado ao útero no diagnóstico. Quando investigar carcinoma de endométrio? Sangramento uterino após menopausa; Células endometriais ou células glandulares atípicas no exame colpocitológico após a menopausa; Sangramento uterino em mulheres usando tamoxifen; Sangramento uterino em mulheres fazendo TRH (terapia de reposição hormonal) com estrógeno; Piométria: infecção do endométrio com coleção de pus na cavidade uterina; Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp Mulheres na pré-menopausa com HUA; O câncer de endométrio é a causa mais grave de sangramento pós menopausa, mas não é a principal. A maioria dos sangramentos pós menopausa ocorre por uso de estrógeno exógeno ou atrofias. Contudo, sempre investigar câncer de endométrio! Perfil da paciente: menopausa tardia, sem filhos, não amamentaram, menarca precoce, obesa, diabética, hipertensa, sangramento pós-menopausa. Mulheres ~ 60 anos, obesidade Estrógeno-dependentes (RE e RP +) Lesões precursoras: hiperplasias endometriais Bom prognóstico (diagnosticado cedo) Mutação dos genes K-Ras e PTEN http://anatpat.unicamp.br/lamgin13.html Adenocarcinoma não endometrióide (Seroso – Tipo 2) Ou tipo 2, bem menos comum (10% dos carcinomas do endométrio). Associados a mau prognóstico, ocorre mais em mulheres mais velhas (70 anos, senilidade). Geralmente está em estágio mais avançado ao diagnóstico. O carcinoma seroso ocorre mais frequentemente em mulheres afrodescendentes. Sem relação com hiperplasia endometrial ou estrógeno. Se associa à atrofia da mucosa e mutação do p53. A lesão precursora é o carcinoma seroso intraepitelial (aparece na superfície desses pólipos). Tem dois tipos histológicos distintos: adenocarcinoma seroso e de células claras. http://anatpat.unicamp.br/lamgin13.html Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp Mulheres > 70 anos, não são obesas Não tem dependência hormonal (RE e RP -) Endométrio atrófico Lesão precursora: carcinoma intraepitelial Mutação p53 e HER-2 Muito agressivos Semelhantes ao câncer de ovário - Metástases: as metástases dos carcinomas do endométrio podem se disseminar por via linfática, transtubária (contaminando cavidade peritoneal) ou hematogênica. - Investigação do câncer de endométrio: Boa anamnese ginecológica, exame ginecológico completo, toque sob analgesia, ultrassonografia e, se alterado, biópsia. Mulheres menopausadas tem uma linha endometrial bem fina, menor que 5mm. Nesses canceres há espessamento da linha endometrial. O método mais simples para biópsia de endométrio é o Pipelle. Outro seria a curetagem (com uso de anestesia). Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp O melhor seria a histeroscopia, para melhor direcionamento da biópsia e conseguir amostragem correta. O câncer de endométrio não tem rastreamento pois as mulheres tem sintomas precoces e já podemos trata-las. - Estadiamento: Exames de rotina: rx de tórax, US abdominal, US pélvico/vaginal Exames opcionais: cistoscopia, retossigmoidoscopia, urografia excretora, CT (tórax, abdmone) etc. A maioria dos canceres de endométrio estão no estádio I ou II. Eles respondem muito bem ao tratamento cirúrgico.
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