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APS - DIREITO ADMINISTRATIVO BENS PÚBLICOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
MATÉRIA: DIREITO ADMINISTRATIVO – BENS PÚBLICOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Leitura e interpretação de precedentes jurisprudenciais sobre a matéria do Direito 
Administrativo, especificamente sobre os princípios que norteiam a destinação dos bens 
públicos e os contratos administrativos, que serão devidamente indicados pelo 
professor em sala de aula. A familiarização com o julgado será realizada em horário não 
presencial pelos alunos, seguido da elaboração pelo aluno de texto descritivo que será 
postado no ambiente virtual. 
A definição de bens públicos provém do artigo 98 do Código Civil, que estabelece o seguinte: ‘são 
públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; 
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.” 
Inicialmente, houve a classificação de bens públicos entre os de domínico nacional, os mais 
suscetíveis de apropriação privada, e os de domínio público, que são utilização na prestação de 
serviços públicos. Estes últimos gozam da inalienabilidade, imprescritibilidade e indisponibilidade 
da servidão. 
Assim, é correto dizer que bens de domínio público é uma expressa ampla e pode abranger o 
conjunto de bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, como os entes 
federativos, territórios e autarquias; os bens afetados ao fim público, aqueles bens de uso comum 
do povo e de uso especial; e, em sentido estrio, bens de domínio público de uso comum do povo 
que não pertencem ao poder público e sim ao povo. 
Cabe salientar que há uma classificação dos bens de uso comum do povo, bens de uso especial e 
bens dominicais, sendo o primeiro e segundo, regidos pelo regime de direito público enquanto o 
terceiro pelo regime de direito privado, por sua natureza. 
Quanto ao bem de uso comum do povo e a supremacia do poder Público, cabe dizer que esses 
referidos bens são de pleno uso, logo, não poderão sofrer nenhum tipo de limitação em face de 
interesse particular. A principal implicância jurídica desta afirmação encontra-se no seguinte: 
“sendo tais bens destinados ao uso coletivo, poderá a Adminsitração Pública exercitar do seu 
poder-dever ao exercício do poder de polícia para manutenção desta qualidade do bem. De forma 
elucidatativa, cita-se o julgamento pela 2ª turma do STJ do REsp 1103923 SC: 
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. 
INDÍGENAS. ESTATUTO DO ÍNDIO (LEI 6.001/73). 
COMERCIALIZAÇÃO DE ARTESANATO NAS 
CALÇADAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS. DEVER-
PODER DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONTROLE E 
FISCALIZAÇÃO DO SOLO E DOS BENS DE USO 
COMUM DO POVO. LOCAL PRÓPRIO 
DISPONIBILIZADO. 1. Ação Mandamental proposta pelo 
Ministério Público Federal para permitir que os índios 
Kaingang comercializem, no Município de Balneário 
Camboriú/SC, seus produtos artesanais nas calçadas e 
logradouros públicos, sem a interferência da 
Administração Pública Municipal. 2. Com efeito, o 
Estatuto do Índio (Lei 6.001/1973) e a Constituição 
Federal de 1988 concedem aos indígenas tratamento 
diferenciado, visando à proteção e respeito da sua 
cultura e modo de viver. 3. No Direito brasileiro, não é 
livre o direito de comercializar produtos e serviços, 
submetendo-se a requisitos formais e materiais. 4. Os 
benefícios outorgados a qualquer grupo étnico ou social 
não constituem direitos absolutos, sendo, 
excepcionalmente, relativizados quando colidirem com o 
interesse público das presentes e futuras gerações, 
admitindo-se que o Administrador e o Juiz, por um 
processo de ponderação, busquem a harmonização dos 
valores e objetivos legais em conflito, sobretudo pelo 
oferecimento de alternativas adequadas às práticas que 
se pretende disciplinar ou limitar. 5. A Constituição da 
República (art. 30, I e VIII) concede ao Município a 
competência para regular e controlar o solo urbano e o 
tráfego de pessoas a fim de realizar adequado 
ordenamento territorial. 6. É vedado ao Poder Público 
utilizar-se de mecanismos de controle urbanístico-
ambiental para, pela porta dos fundos, inviabilizar o 
comércio de artesanato pelos indígenas, atividade que, 
além de legalmente salvaguardada, deve ser estimulada 
e amparada pelo Estado, como forma de preservar a 
ameaçada cultura dos índios e garantir-lhes emprego e 
renda. 7. In casu, a Prefeitura de Balneário de 
Camboriú/SC ofereceu à comunidade indígena local 
específico para o comércio de suas atividades, qual seja 
a Praça Higino Pio, no centro da cidade, intitulada "Praça 
da Cultura". 8. Desse modo, não há falar em desrespeito 
aos direitos dos indígenas, tendo em vista que a 
Prefeitura agiu no âmbito de sua competência urbanística 
e apresentou alternativa para a realização do ato de 
comércio objeto da demanda. 9. Recurso Especial não 
provido. 
Aqui, quanto ao questionamento do uso de calçadas e logradouros públicos para prática de 
comércio, entendeu que benefícios outorgados a qualquer grupo étnico ou social, e levando em 
consideração o tratamento especial aos indígenas constitucionalmente garantido, não constitui 
direito público absoluto e são relativizados quando colidem com interesses públicos, decidindo 
então pelo não provimento do recurso. 
No que tange a figura da afetação, cabe dizer que trata-se de instrumento jurídico pelo qual se grava 
no bem a sua destinação a satisfação de necessidades coletivas ou da própria Administração 
Pública, direta ou indiretamente, acarretando na inalienabilidade do mesmo. 
Os bens de uso especial carregam consigo essa característica de forma nítida, no entanto há 
atuação direta no Estado no uso dos bens públicos para prestação de serviços públicos. 
O principal efeito da afetação é a inalienabilidade do bem enquanto estiver afetado, e isso significa 
que a Administração Pública não poderá ceder um bem público afetado para a satisfação de 
interesses privados enquanto reger a afetação. Contudo, é incorreto afirmar que bens públicos são 
inalienáveis pois aos sofrer processo de desafetação, tornam-se um bem dominical, podendo ser 
cedido a título oneroso ou gratuito a particulares, e passando a ser regido pelo regime jurídico de 
direito privado. 
 
 
Bibliografia 
➢ MEIRELLES, H. L.; DÉLCIO, B. A; FILHO, J. E. B.; Direito Administrativo 
Brasileiro. – 41ª edição, atualizada até a Emenda Constitucional 84, de 2.12.2014. 
São Paulo: Malheiros, 2015

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