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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA - UNI 2

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Prévia do material em texto

Metodologia da
Pesquisa Científica
Autoria
Luciana Rodrigues Ramos Duarte
METODOLOGIA DA 
PESQUISA CIENTÍFICA
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquer mé-
todos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor 
da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, 
deverão ser dirigidos à Reitoria.
FICHA CATALOGRÁFICA
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA CENTRO UNIVERSITÁRIO ATENEU
DUARTE, Luciana Rodrigues Ramos. Metodologia da Pesquisa Científica. / Luciana Rodrigues 
Ramos Duarte p – Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2018. 
128 p.
ISBN: 978-85-64026-20-9
1. Ciência 2. Pesquisa Científica 3. Pesquisa. 4. Trabalhos acadêmicos. Centro Universitário 
Ateneu.
REITOR:
PROF. CLÁUDIO FERREIRA BASTOS
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO FINANCEIRO:
PROF. RAFAEL RABELO BASTOS
PRÓ-REITOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS:
PROF. CLÁUDIO RABELO BASTOS
PRÓ-REITOR ACADÊMICO:
PROF. VALDIR ALVES DE GODOY
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA:
PROFA. MARIA ALICE DUARTE G. SOARES 
COORDENAÇÃO NEAD:
PROFA. LUCIANA R. RAMOS DUARTE
EXPEDIENTE
FICHA TÉCNICA
AUTORIA: 
LUCIANA RODRIGUES RAMOS DUARTE
SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO NEAD:
FRANCISCO CLEUSON DO NASCIMENTO ALVES
DESIGN INSTRUCIONAL: 
EQUIPE NEAD
PROJETO GRÁFICO E CAPA:
FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: 
FRANCISCO CLEUSON DO NASCIMENTO ALVES
FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES
REVISÃO TEXTUAL: 
EQUIPE NEAD
Caro estudante, é com grande satisfação que apresento o material di-
dático da nossa disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Ao ler e estudar 
por este material, você terá condições de responder as atividades no Ambiente 
Virtual de Aprendizagem.
Este livro está dividido em quatro unidades de acordo com a ementa 
da disciplina. Iniciaremos com os primeiros passos que tratam sobre o que é 
conhecimento e ciência, posteriormente, trabalharemos os tipos de métodos, 
as técnicas de leituras, a estrutura e as regras de formatação de diferentes 
trabalhos acadêmicos. 
Não é nosso objetivo esgotar todo o assunto, ao contrário, você deverá 
procurar outras fontes além deste livro para aprofundar seu conhecimento e es-
tar sempre atualizado sobre os temas estudados aqui.
A partir da leitura deste livro, você estará apto a corresponder às exigên-
cias solicitadas nos trabalhos acadêmicos e poderá ensaiar o seu projeto de 
pesquisa e monografia.
Bons estudos!
Seja bem-vindo!
Luciana Rodrigues Ramos Duarte
Sumário
UNIDADE 01: PRIMEIROS PASSOS PARA CONHECER O QUE É CIÊNCIA .................9
1. Os tipos de conhecimentos ........................................................................................10
1.1. Conhecimento popular .......................................................................................10
1.2.	 Conhecimento	filosófico	 .....................................................................................12
1.3. Conhecimento teológico ou religioso .................................................................15
1.4.	 Conhecimento	científico	 .....................................................................................17
2. Conceito de Ciência ...................................................................................................18
2.1.	Classificação ........................................................................................................19
2.2. O que é pesquisa? ...............................................................................................20
3.		O	rigor	do	método	científico .........................................................................................21
4. Ética: princípios que norteiam uma pesquisa ..............................................................22
Referências .................................................................................................................24
UNIDADE 02: MÉTODO: A SUA IMPORTÂNCIA PARA AS PESQUISAS CIENTÍFICAS 27
1. Método e metodologia .................................................................................................28
1.1. Tipos de métodos ...............................................................................................29
 1.1.1. Método dedutivo ......................................................................................29
 1.1.2. Método indutivo .........................................................................................30
 1.1.3. Método dialético ........................................................................................30
2. Conceitos para entender a prática ..............................................................................31
3. Pesquisa qualitativa e quantitativa ..............................................................................33
4. Os métodos quanto aos procedimentos ......................................................................34
4.1.	Pesquisa	bibliográfica ..........................................................................................34
4.2. Pesquisa experimental .........................................................................................35
O pensamento positivista ............................................................................................36
4.3. Estudo de caso ....................................................................................................37
4.4.	Método	etnográfico ...............................................................................................38
4.5. Pesquisa-ação .....................................................................................................40
4.6. Pesquisa documental ...........................................................................................41
4.7. Pesquisa participante ...........................................................................................42
5. Teoria, fatos e leis .......................................................................................................44
6. Hipóteses ....................................................................................................................45
 Referências .................................................................................................................47
UNIDADE 03: CONHECENDO AS TÉCNICAS DE APOIO À PESQUISA .......................49
1. As técnicas de leitura e sua aplicação ........................................................................50
2.	 Os	tipos	de	técnicas	para	elaboração	de	fichamento	e	resumos	 ...............................52
2.1. A arte de sublinhar ..............................................................................................52
2.2. Elaboração de resumos ......................................................................................53
2.3. Fichamento .........................................................................................................54
3. Apresentação de seminários ......................................................................................55
4. Coletas de dados .......................................................................................................56
4.1. As técnicas indiretas e diretas de coleta de dados .............................................57
 4.1.1. Indiretas ..................................................................................................57
 4.1.2. Diretas ....................................................................................................59
Referências .................................................................................................................64
UNIDADE 04: ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS: 
ARTIGO, PROJETO DE PESQUISA E MONOGRAFIA ...................................................65
1.	 Classificação	dos	trabalhos	científicos ........................................................................662.	 A	estrutura	de	um	projeto	de	pesquisa,	trabalho	monográfico	e	artigo .......................67
2.1. Projeto de pesquisa ............................................................................................67
 2.1.1. Elementos pré-textuais ..........................................................................68 
 2.1.1.1. Capa ...........................................................................................68
 2.1.1.2. Folha de rosto ............................................................................68
 2.1.1.3. Sumário ......................................................................................69
 2.1.1.4. Introdução ..................................................................................69
 2.1.1.5. Problemática e problema da pesquisa .......................................70
	 	 2.1.1.6.	Justificativa	do	projeto ................................................................71
 2.1.1.7. Objetivos do projeto ...................................................................72
 2.1.1.8. A metodologia de um projeto .....................................................73
 2.1.1.9. Orçamento .................................................................................75
 2.1.1.10. Cronograma de um projeto ......................................................75
 2.1.1.11. As referências ..........................................................................76
 2.1.1.12. Os anexos ................................................................................76
2.2. Artigos .................................................................................................................77
2.3.	 Monografia ..........................................................................................................78
 2.3.1. Elementos pré-textuais ...........................................................................81
 2.3.2. Elementos textuais ..................................................................................85
 2.3.2.1. Introdução ..................................................................................86
 2.3.2.2. Referencial teórico ....................................................................89
 2.3.2.3. Metodologia ................................................................................89 
 2.3.2.4. Resultados e discussão .............................................................90
 2.3.2.5. Conclusões ...............................................................................91
 2.3.3. Elementos pós-textuais ...........................................................................91
 2.3.3.1. Referências ................................................................................91
 2.3.3.2. Apêndices (optativo) ..................................................................92
 2.3.3.3. Anexos (optativo) .......................................................................92
 2.3.3.4. Glossário (optativo) ....................................................................92
3. Regras de formatação ................................................................................................93
4. Tipos de citações e elaboração ..................................................................................97
5. Elaboração de referências ................................................................................................... 103
6.	 Recomendações	para	redação	científica ..................................................................108
Referências .....................................................................................................................109
Material complementar....................................................................................................119
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 27
MÉTODO: A SUA IMPORTÂNCIA PARA AS PESQUISAS CIENTÍFICAS
Apresentação 
Convido você, neste momento, para estudarmos esta nova unidade, conti-
nuando o percurso do nosso caminho. Após o seu amadurecimento sobre assun-
tos-chave da metodologia da pesquisa científica, adentraremos em outros assun-
tos ligados ao método. Com a expansão da ciência, cada vez mais, são criadas 
técnicas e metodologias diferenciadas para chegar a dados mais conclusivos e 
acessíveis à população.
Nesta unidade, você conhecerá os tipos de métodos que norteiam as pes-
quisas, como o dedutivo e o dialético e, a partir deles, você estudará outros pontos 
que norteiam a pesquisa, que são: os métodos de procedimento, por exemplo, o 
estudo de caso e a pesquisa-ação. A escolha dessas técnicas é muito importante 
porque determina as formas de coleta e tratamento dos dados da pesquisa.
Você já se perguntou o que são leis, teorias e hipóteses? Estes serão os 
assuntos abordados no final desta unidade.
• Conhecer os diferentes métodos científicos;
• Identificar os tipos de método de acordo com o procedimento técnico;
• Compreender os princípios da elaboração de teorias, leis, teses e hipóteses.
Objetivos de aprendizagem
Uni
28 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
1. MÉTODO E METODOLOGIA
A palavra método deriva de duas palavras do grego: metas e hôdos. A pala-
vra meta significa alcançar os objetivos. Já a palavra hôdos significa caminho. Etimo-
logicamente, a palavra método significa “caminho para alcançar os objetivos”.
Método é a ordenação de um conjunto de etapas a serem cumpridas no 
estudo de uma ciência, na busca de uma verdade ou para se chegar a um determi-
nado conhecimento pela investigação.
Vejamos como Marconi e Lakatos (2010) definem: “método é o conjunto 
das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, 
permitem chegar aos objetivos – conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o 
caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões dos cientistas”.
O Método serve para auxiliar você no seu dia a dia, como organizar o ambiente de 
estudos e dividir o horário por atividade a ser desempenhada. Organizar um método de estudo 
irá ajudar a alcançar seu objetivo como estudante e a organizar sua vida acadêmica diária.
Não existe uma “receita mágica” de método científico, pois a humanidade 
vem aperfeiçoando a maneira de fazer ciência ao longo dos tempos. Basicamente, 
o método compõe-se de etapas dispostas de forma sistemática, ou seja, seguin-
do uma racionalidade, obedecendo à forma sequencial, não importa a filosofia do 
método, as etapas existem necessariamente para que haja uma organização do 
processo de elaboração das ações. 
Severino (2000, p.18) define Metodologia como:
[...] um instrumental extremamente útil e seguro para a gestação de 
uma postura amadurecida frente aos problemas científicos, políti-
cos e filosóficos que nossa educação universitária enfrenta. [...] São 
instrumentos operacionais, sejam eles técnicos ou lógicos, median-
te os quais os estudantes podem conseguir maior aprofundamento 
na ciência, nas artes ou na filosofia, o que, afinal, é o objetivo intrín-
seco do ensino e da aprendizagem universitária.
É essencial entendermos a importância da metodologia para a formação 
do cientista, já que ela é condição fundamental para o amadurecimento de uma 
personalidade científica. Quanto melhor desenhada a proposta metodológica, maior 
será o rigor da pesquisa. Quando o cientista segue um método específico, promove 
o espírito crítico, capaz de realizar a autoconsciência.
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 29
Fique atento
Metodologia é o conjunto de métodos e técnicas utilizados para a realização de uma 
pesquisa. Este pode ser compreendido como o caminho a ser percorrido na pesquisa. Pode ser 
utilizado como item em: projeto de pesquisas, TCC, monografias, artigos, dissertações, teses, 
relatórios, etc.
1.1. Tipos de métodos
Apresentaremos, neste momento, alguns exemplos de métodos aplicados a 
ciências sociais que são: método dedutivo, indutivo e dialético.
1.1.1. Método dedutivo
O método dedutivo ou dedução foi desenvolvidona Grécia, tendo sido estru-
turado por Aristóteles e levado ao extremo, na Idade Média, pelos escolásticos que, 
partindo de premissas consideradas provadas, chegaram a conclusões audaciosas ou 
absurdas, que foram desmentidas mais tarde pelo progresso científico. O método de 
Aristóteles consistia nas formas indutiva e dedutiva de raciocinar. 
Segundo Alyrio (2011, p. 55), “o método dedutivo é aquele que procede do ge-
ral para o particular, através de uma lógica, parte-se de duas primícias, de onde se 
retira a terceira, chamada conclusão”.
Vamos ver um exemplo:
Premissa 01: todo ser humano é mortal (geral);
Premissa 02: Adriano é humano (particular);
Premissa 03: Adriano é mortal (conclusão).
Premissa: é a ideia de onde se parte para elaborar um raciocínio.
Para René Descartes, o método dedutivo é considerado adequado para se 
chegar à verdade. Seu modelo abstrato está fundamentado nestas concepções;
30 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
I. Evidência:	receber	criteriosamente	as	informações,	verifi	cando	sua	racionalidade	e	
sua	justifi	cação.	É	necessário	verifi	car	a	veracidade	e	a	qualidade	das	informações	
sobre aquilo que se pesquisa, aprovando-se os dados que sejam incontestáveis;
II. Análise: examinar e dividir o tema em tantas partes quanto possível e necessário;
III. Síntese: construir progressivamente resultados abrangentes e ordenados, a partir 
de aspectos mais simples e fáceis até os mais complexos;
IV. Enumeração: enumerar e revisar detalhadamente os resultados, garantindo que 
nada seja omitido e que a coerência geral exista. ALYRIO (2011, p. 104).
1.1.2. Método indutivo
O método indutivo é de procedimento inverso ao do dedutivo, isto é, parte 
do particular para o geral. De modo que, no raciocínio indutivo, a generalização não 
deve ser buscada como ponto de partida, mas constatada a partir da observação de um 
número de casos concretos e confirmados na realidade (ALYRIO, 2011).
Fique atento
A pesquisa eleitoral é um exemplo da aplicação da indução. Realiza-se a pesquisa eleitoral 
com intuito de encontrar o percentual de votos de cada um dos candidatos a partir da sondagem 
da amostragem de eleitores. Os primeiros colocados nas pesquisas têm grande probabilidade 
de serem eleitos.
1.1.3. Método dialético
De acordo com Alyrio (2011), na Grécia, a dialética era a arte do diálogo, pas-
sou a ser a arte de demonstrar uma ideia através da argumentação e conduz a ques-
tões de natureza ideológica.
Hegel (1770 – 1831) define a dialética como a conciliação dos contrários. 
Segundo Hegel, a dialética comporta três momentos: a tese, antítese e síntese.
Vejamos o histórico de um dos grandes pensadores (Karl Marx), que utilizou 
conceitos da dialética em suas teorias:
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 31
Karl Marx
Economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier em 1818 e morreu 
em Londres a 14 de Março de 1883. Adepto a filosofia hegeliana, estudou em Berlim. Em 1842, 
assumiu a chefia da redação do Jornal Renano. Em 1843, mudou-se para Paris, editando em 
1844 os Anais Germânico-Franceses.
Foi em Paris que conheceu Friedrich Engels. Este foi um começo de uma grande ami-
zade que duraria a vida toda. No ano de 1848, Marx foi expulso da França, ao mesmo tempo em 
que estourou a revolução. Juntos, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, 
primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada teoria marxista. Exemplo 
da teoria marxista, o materialismo histórico e a luta de classes ficaram tão famosos que lhe foi 
atribuída a construção da “dialética marxista”. Em 1867, Marx publicou o primeiro volume da sua 
obra principal, O Capital, conhecido mundialmente.
Adaptado da internet.
Curiosidade
As leis fundamentais da Dialética Marxista são (LAKATOS; MARCONI, 1997):
a) A lei da transformação da quantidade em qualidade: as mudanças quanti-
tativas graduais geram mudanças qualitativas. A dialética explica que o desen-
volvimento se dá pelas mudanças aparentemente radicais e bruscas.
b) Lei da negação da negação: o desenvolvimento ocorre mediante a negação do 
velho pelo novo, do inferior pelo superior, ao mesmo tempo, o desenvolvimento 
prossegue em espiral, repetindo os ciclos.
c) Lei da interpretação dos contrários: Os objetos e fenômenos da natureza su-
põem contradições internas, porque tudo tem um lado negativo e um lado positivo, 
em constante luta entre si. A luta dos opostos constitui a fonte do desenvolvimento 
da realidade.
2. CONCEITOS PARA ENTENDER A PRÁTICA
De acordo com Malheiros (2011), as pesquisas possuem diversas clas-
sificações, dentre elas, a classificação quanto ao procedimento técnico adotado. 
Há vários tipos de procedimentos técnicos para a condução de um trabalho que 
precisam ser conhecidos e escolhidos por quem vai realizar uma pesquisa.
32 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
Os procedimentos técnicos que serão vistos nesta unidade relacionam-se 
diretamente com a forma com a qual os dados serão coletados. A escolha do mo-
delo de coleta, bem como a definição do local e das circunstâncias nas quais tal 
coleta ocorrerá, é parte inicial do método. A forma como os dados serão coletados 
serão vistas à frente.
A definição de um método adequado de coleta dos dados evita mudanças 
de trajetória ou escolhas malsucedidas, fato frequente quando se trata de pesqui-
sadores em início de vida acadêmico-científica. Isso acontece, porque muitas vezes 
se deseja pesquisar algo para o qual não se sabe como será a coleta dos dados.
Fique atento
Método e técnicas são a mesma coisa?
Não. Método é uma orientação geral constituída por um conjunto de fases, ordenadamente 
colocadas de certo modo a serem superadas na investigação da verdade, para chegar a um fim.
Técnica é uma forma de realizar uma atividade de forma mais segura, ou seja, é a forma 
mais adequada de se alcançar o método. Por isso, dizem que o método equivale à estratégia 
enquanto a técnica equivale à tática. 
Cabe ao pesquisador escolher o seu método e a melhor técnica para chegar aos resultados 
na pesquisa. As principais técnicas serão apresentadas na unidade III.
Existem diversos procedimentos técnicos para a estruturação da coleta 
de dados, vamos abordar alguns:
• Pesquisa bibliográfica; Pesquisa experimental;
• Pesquisa documental; Etnografia;
• Pesquisa de levantamento; Pesquisa de corte;
• Pesquisa narrativa; Pesquisa ex-post facto;
• Pesquisa de caso; Pesquisa-ação;
• Pesquisa de campo; Pesquisa participante.
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 33
@
CO
NE
CT
E-S
E
• Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tira-dúvidas.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
3. PESQUISA QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Uma decisão inicial importante é escolher a abordagem da pesquisa. Exis-
tem duas abordagens principais: a quantitativa e a qualitativa.
Pesquisa quantitativa – Traduz em números as informações para serem 
classificadas e analisadas; utilizam-se técnicas estatísticas de abordagem. 
Pesquisa qualitativa – É descritiva; as informações obtidas não podem ser 
quantificáveis; os dados obtidos são analisados e interpretados através dos fenô-
menos observados. A interpretação dos dados se dá com o auxílio da subjetividade 
humana. (MALHEIROS, 2011).
Por exemplo, se o estudante for realizar uma pesquisa que necessite do uso 
de gráficos, dados estatísticos, taxas, com aplicação de questionários, ele deve 
optar pela pesquisa quantitativa;porém, se a pesquisa for trabalhar com dados 
subjetivos como comparações, obtenção de dados em profundidade acerca do 
comportamento humano, com aplicação de entrevista, optar pela pesquisa qua-
litativa. Há possibilidade de uma mesma pesquisa ser as duas ao mesmo tempo, 
qualiquanti.
34 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
@
CO
NE
CT
E-S
E
• Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tira-dúvidas.
_________________________________________________________________________
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4. OS MÉTODOS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS
4.1. Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é fundamentada nos conhecimentos da biblioteco-
nomia e documentação, sua finalidade é colocar o pesquisador em contato com as 
fontes de autores que produziram conteúdo sobre o tema de pesquisa. 
De acordo com Malheiros (2011), a finalidade da pesquisa bibliográfica é identi-
ficar, na literatura disponível, as contribuições científicas sobre um tema específico. 
Ela consiste em localizar o que já foi pesquisado em diversas fontes e seus principais 
resultados, levando a um amadurecimento sobre o assunto. Uma pesquisa bibliográfica 
busca essencialmente comparar as ideias de alguns autores, procurando pontos de 
similaridade e pontos de divergência.
Como a pesquisa bibliográfica não exige que se vá a campo levantar os da-
dos, é comum que alguns estudantes elejam esta abordagem para realizar seu trabalho 
na medida que, à primeira vista, parece mais simples. Na verdade, esta é uma aborda-
gem trabalhosa que exige esforço, muitas leituras e poder de síntese.
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 35
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de textos já elaborados, constituída 
principalmente de livros e artigos científicos. Identifique os procedimentos para a realização de 
uma pesquisa bibliográfica e converse com seu tutor(a) sobre o assunto.
Pratique
Características dos pesquisadores bibliográficos:
I. Requer conhecimento de termos técnicos;
II.		 Registrar	e	organizar	os	dados	bibliográfi	cos	referentes	aos	documentos	obtidos	
e	empregados	na	pesquisa	científi	ca;
III. Desvendar, recolher e analisar ao extremo as principais contribuições sobre um 
determinado fato, assunto ou ideia.
Fique atento
Os estudos exploratórios podem ser definidos como de pesquisas bibliográficas.
Uma das fases da pesquisa bibliográfica é a escolha de fontes. Esta deve ter algumas 
características para ser aceita em trabalhos científicos, apresente algumas destas características.
4.2. Pesquisa experimental
Diferente das pesquisas bibliográficas que utilizam dados armazenados 
para a condução de seus projetos, a pesquisa experimental precisa criar e con-
trolar a situação que trará seus dados para trabalho através de variáveis e de 
equipamentos. A experimentação, como consequência dos pressupostos positi-
vistas que orientaram a ciência até meados do século XX, é uma técnica que tem 
alcançado notáveis resultados, reconhecidos pelas sociedades, principalmente 
nas ciências exatas e naturais.
Esse modelo de pesquisa consiste em se criar uma situação na qual algu-
mas variáveis possam ser controladas pelo pesquisador, bem como o ambiente. 
36 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
Em seguida, é avaliado como as outras variáveis (normalmente independentes 
e, às vezes, antagônicas) se comportam. Com isso, através da experimentação, 
espera-se que chegue às causas e consequências de determinadas questões
(MALHEIROS, 2011).
Nas ciências humanas e sociais, o método da experimentação é extre-
mamente polêmico. Como submeter o homem à experimentação? E mais: como 
experimentar fenômenos coletivos controlando as variáveis externas, se tais va-
riáveis são o fenômeno que se quer pesquisar? Este procedimento técnico, em 
ciências humanas e sociais, exatamente por conta nas necessidades inerentes 
de seu objeto de estudo, exige muito mais rigor do que as outras técnicas quanto 
à condução do trabalho. Na verdade, será constante a busca do distanciamento 
como premissa básica para condução do trabalho. (MALHEIROS, 2011).
O pensamento positivista
O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do século 
XIX. Os principais idealizadores foram Augusto Comte e John Stuart Mill. Esta escola filo-
sófica ganhou força na Europa na segunda metade do século XIX, período em que chegou 
ao Brasil.
O positivismo defende a ideia de que a ciência é a única forma de conhecimen-
to verdadeiro, pois é um conhecimento oriundo de métodos científicos com a ausência da 
subjetividade humana. Para eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos 
avanços científicos.
Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados às crenças, dogmas reli-
giosos ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente.
A condução de uma pesquisa experimental é feita ao:
a.	 Selecionar	o	problema	e	verifi	car	se	a	experimentação	é	capaz	de	dar	uma	
resposta a sua problematização;
b. Estabelecer os instrumentos que serão utilizados para a construção da expe-
rimentação. Experimentos são geralmente feitos por amostragem–conjunto 
signifi	cativo	que	compõe	a	amostra;
c.	 Defi	nir	como	serão	controladas	as	variáveis	e	o	ambiente	da	pesquisa;
d. Planejar o ambiente da experimentação, a forma, o tempo da observação e 
como seu registro será feito;
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 37
e. Realizar a experimentação e registrar as observações;
f. Analisar a observações;
g.	 Redigir	o	relatório	fi	nal;
h. Os resultados válidos para uma amostra, por indução, são válidos também para 
o universo. (MALHEIROS, 2011).
Pratique
Amostra corresponde a uma porcentagem representativa do universo, ou seja, uma parte 
sobre o todo. Pesquise sobre diferentes tipos de amostragens.
4.3. Estudo de caso 
Segundo Malheiros (2011), o estudo de caso é um tipo de pesquisa que 
tem se tornado cada vez mais popular em ciências sociais, sendo muito utilizado 
por administradores. Foi citado pela primeira vez na década de 1920 e surgiu 
como um método de ensino no qual os estudantes eram convidados a, com base 
em um problema (real ou hipotético), chegar a uma conclusão. 
A clara necessidade pelos estudos de caso surge do desejo de se com-
preender fenômenos sociais complexos que ocorram nas empresas ou não. 
São classificados tanto estudos de caso único, quanto de casos múltiplos (YIN, 
2001). Se o estudo de caso for um caso particular, o caso escolhido para a pesqui-
sa deve ser significativo e bem representativo; deve levar em consideração se é 
adequado para: explorar situações da vida real; descrever a situação do contexto 
em que está sendo feita determinada investigação; explicar as variáveis causais de 
determinado fenômeno em situações muito complexas.
Passos para a construção de um estudo de caso (YIN, 2001, p. 40-47):
a. A escolha do referencial teórico sobre o qual se pretende trabalhar; a seleção 
dos casos e o desenvolvimento de protocolos para a coleta de dados; 
b. A condução do estudo de caso, com a coleta e análise de dados, culminando 
com o relatório do caso; 
c. A análise dos dados obtidos à luz da teoria selecionada, interpretando os resultados.
38 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
Como declara Malheiros (2011), o estudo de caso é, muitas vezes, a opção 
metodológica dos pesquisadores iniciantes. Isso acontece porque ao delimitar 
com firmeza o espaço e o tempo da investigação evita-se incorrer em erros fre-
quentes, como falta de clareza na definição do problema, na seleçãoda amostra, 
na metodologia da pesquisa, dentre outros. 
4.4. Método etnográfico
A etnografia é uma técnica de pesquisa aplicada essencialmente às ciên-
cias humanas e sociais, iniciada pelos antropólogos. Seu nome surge da junção 
dos termos etnia e grafia, ambos de origem grega, significando descrever a nação.
A etnografia foi utilizada principalmente por antropólogos para aprofundar o conhecimento 
acerca de sociedades específicas, como tribos indígenas e grupos isolados das comunidades já 
conhecidas. Para realizar suas pesquisas, estes pesquisadores passavam longos tempos e até 
anos para entender as características culturais de uma tribo? 
Memorize
Temos que considerar que a etnografia ainda sofre preconceitos quanto à 
validade dos resultados obtidos, na medida em que as respostas que traz po-
dem se confundir com a percepção daquele que observa, pois a convivência foi 
fundamental para conseguir os resultados. Isso se deve ao fato de o observador
passar a fazer parte do evento observado (MALHEIROS, 2011).
Apesar da etimologia da palavra referir à questão da nação, os grupos
escolhidos para a condução de um projeto são os mais variados, vão desde pe-
quenos, com duas ou três pessoas, até comunidades inteiras, com centenas de 
participantes e instituições. Contudo, apesar de possível, esse tipo de trabalho 
não costuma se focar em grupos muito pequenos, provavelmente pela própria 
relevância do resultado final da pesquisa. Segundo Caliman e Costa (2008), ve-
rifica-se significativo aumento do uso de pesquisa etnográfica pelas áreas de 
marketing e estudos organizacionais.
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 39
Os procedimentos para a realização de uma pesquisa etnográfica são:
a.	 Defi	nir	o	problema,	no	sentido	de	garantir	que	essa	técnica	de	pesquisa	seja	
capaz de responder à pergunta que foi formulada;
b. Selecionar o grupo que será estudado, com prévia autorização deste para a 
condução da pesquisa;
c. Introduzir o pesquisador à realidade do grupo no intuito de “fazer parte” daquela 
comunidade.	Neste	momento,	o	pesquisador	deve	ser	aceito	e	passar	confi	ança	
aos participantes;
d. Realizar anotações sobre os fatos ocorridos, utilizando-se de alguma das se-
guintes	técnicas:	entrevista,	observação	ou	fotografi	a;
e. Analisar os dados coletados;
f.	 Desenvolver	o	texto	fi	nal.	(MALHEIROS,	2011).
Fique atento
A pesquisa etnográfica visa compreender a cultura de um grupo de pessoas com o objetivo 
de perceber os motivos de determinado tipo de comportamento, entender, por exemplo, a cultura 
organizacional de uma empresa, como os colaboradores respondem a determinadas situações e 
decisões que lhes são impostas. Envolve a imersão, a convivência, a observação e a entrevista 
como métodos e instrumentos de pesquisa. O papel do cientista / investigador/ pesquisador na 
pesquisa etnográfica é de intérprete da realidade estudada.
A etnografia utilizada pelos antropólogos e, agora, também, por adminis-
tradores ajuda a compreender a lógica e os significados pelos quais as pessoas
organizam sua vida. A realidade social é composta por dois pontos distintos, um 
relacionado ao mundo material e o outro vinculado aos valores simbólicos pelos 
quais as pessoas tomam conhecimento e organizam o mundo material.
Ainda, segundo esses autores, seguem os principais pontos negativos no 
uso da etnografia em pesquisas na área de Administração, em ordem de impor-
tância:
40 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
• Custo elevado;
• Longos períodos;
• Falta de pesquisadores experientes;
•	 Difi	culdade	na	análise	e	interpretação	dos	dados;
• Interferência do pesquisador no comportamento estudado; 
• Amostra reduzida; 
• Não pode ser generalizado, pois é uma realidade única.
Em contrapartida, existem aspectos positivos, que apresentamos agora 
também em ordem de importância:
• Observar o comportamento no seu ambiente;
• Maior profundidade do estudo; 
• Profundidade na observação;
• Analisar qualitativamente os resultados.
4.5. Pesquisa-ação 
De acordo com Malheiros (2011), a pesquisa-ação tem como premissa a inter-
venção no fenômeno estudado, daí o seu nome. 
Da mesma forma, existe a possibilidade de se confundir a pesquisa-ação com 
pesquisa experimental. Neste ponto, é possível encontrar similaridades a partir do 
momento em que, na primeira, podemos intervir com a pesquisa experimental e o pes-
quisador não intervém no objeto.
Pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e 
realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, 
no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou problema estão 
envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1986, p.14).
Segundo Malheiros (2011), os passos para construção de uma pesquisa-a-
ção pretendem:
a.	 Identifi	car	o	problema	da	pesquisa:	o	que	realmente	precisa	ser	resolvido;
b. Realizar o diagnóstico para compreender a essência do problema, servindo de 
subsídio para intervenções;
c. Construir um referencial teórico com base no diagnóstico traçado;
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 41
d. Estruturar o modelo de intervenção, delimitando o período, espaço, sujeitos 
envolvidos e formas de avaliação;
e.	 Identifi	car	por	meio	de	instrumentos	próprios	os	resultados	após	a	intervenção;
f. Realizar a análise dos dados e chegar às suas conclusões;
g. Elaborar relatório.
Este procedimento é indicado quando há interesse coletivo na resolução de 
um problema-chave, no qual há necessidade de resolvê-lo, ou seja, há necessidade 
de cooperação e divisão de tarefas. O pesquisador, junto aos envolvidos, chega aos 
resultados esperados do diagnóstico e do planejamento.
Pratique
A pesquisa-ação tem como premissa a intervenção do fenômeno estudado, daí o nome. 
De acordo com os procedimentos técnicos, descreva as principais diferenças entre pesquisa-ação 
e pesquisa participante.
4.6. Pesquisa documental
Como relata Malheiros (2011), a pesquisa documental é similar à pesquisa bi-
bliográfica. Sua grande diferença reside na fonte dos dados, a pesquisa documental 
tem seus dados extraídos exclusivamente de documentos (escritos ou não) que não 
foram tratados cientificamente, ou seja, não foram publicados.
A palavra “documento” deriva do latim documentum, que significa “demonstração”.
Curiosidade
Documentos que não receberam tratamento científico são chamados de dados 
primários. Os procedimentos para condução da pesquisa documental, de acordo com 
Malheiros (2011), são:
42 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
a.	 Defi	nir	o	problema,	para	ter	clareza	de	que	a	pesquisa	documental	atende	ao	
problema que foi proposto. É importante reforçar que a pesquisa documental 
só responderá a questões que necessitem de análise de documentos;
b.	 Identifi	car	os	documentos	que	devem	ser	capazes	de	 responder	à	pergunta	
formulada.	Os	documentos	podem	ser	identifi	cados	em	diversos	lugares,	como	
bibliotecas, centros de pesquisa, legislação, constituição, na internet e na institui-
ção. Só escolha documentos que estejam relacionados com a pergunta-problema 
do	trabalho	científi	co;
c. Analisar os documentos, relacionando o problema que precisa ser respondido 
com as considerações trazidas pelos documentos: que informações eles me 
trazem?;
d.	 Redigir	o	relatório	fi	nal,	após	ter	efetuado	a	análise	dos	documentos	e	ter	clareza	da	
resposta que vai ser dada, que é a conclusão do trabalho de pesquisa. 
Fique atento
Os principais documentos que são utilizados em pesquisas são: documentos oficiais 
(leis, relatórios etc.), publicações governamentais (relatórios, projetos etc.), documentos jurídicos 
(registros de nascimento, óbito, escrituras, testamentos), fontes estatísticas (censo, pesquisas 
domiciliares etc.), relatórios de empresas, registros de igrejas, fotografias, objetivos, canções 
folclóricas, filmes e correspondências. Incluem impressos, manuscritos, imagens, registros 
audiovisuais e sonoros.
4.7. Pesquisa participante
De acordo com Malheiros(2011), a pesquisa participante é similar à pesqui-
sa-ação. Consiste na introdução dos membros que compõem o objeto de estudo
como responsáveis pelo andamento e pela análise dos dados coletados. Isso leva 
esta técnica de pesquisa a confundir com o sujeito do trabalho científico. 
Qual a diferença de pesquisa participante para pesquisa-ação?
Por ambas terem um foco intervencionista, é comum que exista confusão entre 
pesquisa-ação e pesquisa participante. A grande diferença entre as duas consiste no 
cerne do método. No caso da pesquisa participante, o sujeito pesquisado é que de-
senvolve o andamento e os objetivos do estudo.
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 43
Segundo Malheiros (2011), os passos para construção de uma pesquisa 
participante são: 
a.	 Defi	nir	o	problema	da	pesquisa;
b. Construir a fundamentação teórica para o problema encontrado;
c.	 Identifi	car	o	grupo	com	o	qual	a	pesquisa	será	apresentada;	
d.	 Apresentar	ao	grupo	identifi	cado	o	problema	em	questão	e	motivá-lo	a	buscar	
uma solução (cabe aqui dividir as tarefas de cada sujeito);
e. Coletar os dados por meio de instrumentos;
f. Analisar os dados;
g. Construir o relatório da pesquisa.
Fique atento
As principais limitações do uso da pesquisa participante se referem à escolha do grupo 
no qual se vai trabalhar. “Espera-se que o grupo tenha forte relação com o problema da pesquisa”.
@
CO
NE
CT
E-S
E
• Que características você daria para uma pessoa que quer se tornar um pesquisador?
• Faça uma descrição e leve suas considerações para serem discutidas com seu professor(a) 
no AVA.
• Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tira-dúvidas.
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44 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
5. TEORIA, FATOS E LEIS
A palavra teoria, segundo Selltiz (1967) apud Gil (2002), pode ser enten-
dida de várias maneiras. Na linguagem popular, é identificada como especulação, 
porém na ciência é bastante distinta. É uma verdade, um conjunto de hipóteses 
preconcebidas que formam um sistema dedutivo, ou seja, é um conjunto de hipó-
teses que estão ligadas umas às outras de forma lógica e racional, sendo aceitas 
na comunidade científica.
Podemos conceituar teoria como “um meio para interpretar, criticar e unifi-
car leis estabelecidas, modificando-as para se adequarem a dados não previstos 
quando de sua formulação e para orientar a tarefa de descobrir generalizações 
novas e mais amplas” (KAPLAN, 1975 apud MARCONI; LAKATOS, 2010, p 104).
O senso comum tende a considerar o fato como realidade, pois ele real-
mente aconteceu, é verdadeiro, definitivo e irrevogável. Da mesma forma, imagina 
que a teoria como especulação, ou seja, ideias não comprovadas, mas conside-
radas que uma vez submetidas à verificação se revelam verdadeiras, passam por 
fatos e até leis universais.
Sob os aspectos científicos, entretanto, se fato é considerado uma observação 
empiricamente verificada, a teoria se refere a relações entre fatos ou em outras palavras, à 
ordenação significativa desses fatos, consistindo em conceitos, classificações, correlações, 
generalizações, princípios, leis, regras etc. (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 99).
Ao analisarmos teorias e fatos, deixamos de fato uma etapa intermediária 
constituída por leis. Estas, assim como as teorias, surgem da necessidade que se 
tem de controlar explicações para os fenômenos (fatos) da realidade, generalizan-
do suas aplicações. Duas principais funções de uma lei específica:
I. Resumir grande quantidade de fatos similares;
II. Permitir e prever novos fatos, pois se um fato ou fenômeno “se enquadra em 
uma aplicação da lei, ele se comportará conforme o estabelecido pela lei em 
um sistema dedutivo”. (MARCONI; LAKATOS, 2010).
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 45
Por sua vez, a teoria é mais ampla que a lei, surgindo, segundo Hempel 
(1974), quando um estudo prévio de uma classe de fenômenos revelou um sistema 
de uniformidades estabelecidas que podem ser expressas em forma de leis empíri-
cas mais amplas. Em outras palavras, se a lei declara a existência de um padrão es-
tável em eventos experimentais, a teoria assinala o mecanismo responsável por este 
padrão estável de eventos. Exemplo: a teoria da gravitação de Newton é mais ampla 
e abrangente do que e as leis de Kepler, pois refere-se a trajetórias planetárias. A 
teoria de Newton explica também a lei de Galileu, ao postular uma força gravitacional.
• Explique esta frase: “leis, assim como as teorias, surgem da necessidade de encontrar expli-
cações para os fenômenos da realidade”.
 Caso necessite, busque discutir esta(s) questão(ões) com seu(sua) tutor(a) e colega, na sala virtual. 
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Pratique
6. HIPÓTESES
Uma hipótese, segundo Alyrio (2011), é uma resposta provisória para um 
problema em busca de solução. Quando testada durante a pesquisa, pode ser 
aprovada ou refutada. Em qualquer caso, as hipóteses podem ser úteis à teoria 
presente, possibilitando a formulação de outras novas hipóteses e de descobertas 
que nem estavam planejadas. 
Hipótese é sinônimo de suposição, de previsão. 
Na prática, a hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição), que 
tenta responder ao problema levantado pelo tema escolhido para pesquisa. É uma 
pré-solução para o problema levantado. 
46 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou su-
posição) levantada. A hipótese é testada a partir do trabalho de campo ou na expe-
rimentação: procurar evidências que permitam a confirmação ou não da hipótese.
Exemplo:
Problema: A mulher é tratada com submissão pela sociedade? 
A mulher sofre descriminação por conta da sua submissão.
Hipóteses: A sociedade patriarcal, representada pela força masculina, ex-
clui as mulheres dos processos decisórios.
São três as principais dificuldades na formulação de hipóteses:
I – A fala de uma representação de referência teórica inteligível;
II – A inabilidade para usar de maneira rigorosa um método teórico;
III – O não conhecimento das técnicas de pesquisas atuais para ser apto a expressar 
a ideia em perfeita conformidade com a hipótese.
Critérios para julgar as hipóteses, segundo Alyrio (2011):
I – A hipótese deve ser conceitualmente clara e de fácil interpretação;
II – Aplicável, não pode conter julgamentos morais preconceituosos;
III – Devem ser relacionadas às técnicas e às teorias a serem utilizadas na pesquisa;
IV	–	Deve	ser	específi	ca	e	direcionada.
Relembre
Ao concluir esta unidade, foi possível entender como são construídas as leis, as 
teorias e as hipóteses, sinônimos de suposição que poderão nortear os rumos de uma 
pesquisa científica.
O método é peça importante para a pesquisa científica. Através do método escolhido 
e do procedimento, podemos chegar a resultados mais próximos da verdade. Nesta unidade, 
você conheceu a aplicabilidade do método, que é o caminho a ser percorrido; pôde conhecer 
alguns métodos aplicados a ciências sociais, comoo indutivo, o dedutivo e o dialético, além 
dos principais métodos de procedimento, como estudo de caso, pesquisa participante, docu-
mental, etnografia, pesquisa-ação e bibliográfica.
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 47
REFERÊNCIAS
ALYRIO, Rovigati Danilo. Métodos e técnicas de pesquisa em Administração. 2 
ed. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2011.
CALIMAN, N.; COSTA, R. Os Desafios da Pesquisa Etnográfica na Administra-
ção: uma Análise a partir de Artigos Publicados de 1998 a 2007. In: ENANPAD. Rio 
de Janeiro, Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2008.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de meto-
dologia científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1997. 270 p.
MALHEIROS, Bruno Taranto. Metodologia da pesquisa em Educação. Rio de 
Janeiro: LCTC, 2011.
Marconi e Lakatos (2010) MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. 
Fundamentos de Metodologia Científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia científica: teoria da ciência e prática 
da pesquisa. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa ação. São Paulo: Cortez Editora, 1986.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2001.
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