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2011
Contabilidade avançada
Prof. Fabio Darci Kowalski
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof. Fabio Darci Kowalski
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
657.046
K884 c Kovalski, Fabio Darci
 Contabilidade avançada / Fabio Darci Kowalski.
 Indaial : Uniasselvi, 2011. 
 227 p. il.
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-449-2
 1. Contabilidade avançada I. Centro Universitário
Leonardo da Vinci
III
apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Iniciamos os estudos de Contabilidade Avançada. Vamos mergulhar 
num universo mágico, onde as tecnologias da informação nos permitem 
a utilização de técnicas da aprendizagem de maneira a trilhar com mais 
eficiência os caminhos do saber fazer. É você quem deve controlar o seu 
processo de aprendizagem. Deverá seguir caminhos que, em parte, estão 
estabelecidos, tais como os encontros presenciais, os encontros midiáticos, 
o período de autoestudo, a realização de autoatividades e caminhos de 
aprendizagem traçados por você, que terão convergências momentâneas 
com os caminhos de outros aprendizes, momentos em que as interações 
serão necessárias, possíveis e, certamente, intensas. Você deverá vivenciar 
situações nas quais os Sistemas de Informação serão usados como recursos 
educacionais.
A Contabilidade Avançada abrange determinados temas que 
auxiliam diariamente o contador na tomada de decisão. Por se tratar de 
um assunto mais técnico, a contabilidade avançada somente é apresentada 
nas disciplinas finais dos cursos de graduação em Ciências Contábeis, uma 
vez que o acadêmico, nesta fase, já possui uma visão mais ampla sobre a 
sistemática contábil. A contabilidade avançada permite ao contador se 
diferenciar no mercado de trabalho, pois abrange temas que podem gerar 
grande economia para as empresas. 
O Caderno de Estudos da disciplina de Contabilidade Avançada foi 
construído com esta intenção. Apresentamos, na sua Unidade 1, o custo de 
oportunidade e o método de avaliação de empresas. Na Unidade 2, os juros 
sobre capital próprio e a avaliação de investimentos e sociedades controladoras, 
controladas e coligadas. E, por fim, na Unidade 3, apresentamos a consolidação 
das demonstrações financeiras e a contabilidade de matriz e filial.
Então, mãos à obra!
Prof. Fabio Darci Kowalski
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1: CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO 
DE EMPRESAS ........................................................................................................... 1
TÓPICO 1: CUSTO DE OPORTUNIDADE ................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 3
2 A EVOLUÇÃO E CONCEITOS DO CUSTO DE OPORTUNIDADE .................................... 3
3 ENFOQUE ECONÔMICO E CONTÁBIL ................................................................................. 9
4 TAXA DE OPORTUNIDADE ......................................................................................................... 11
5 PROCESSO DECISÓRIO ................................................................................................................ 11
6 A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE CUSTO DE OPORTUNIDADE ................................... 12
7 MODELOS DE APLICAÇÃO DO CONCEITO DE CUSTO DE OPORTUNIDADE ......... 12
8 A TEORIA DA UTILIDADE E OS CUSTOS DE OPORTUNIDADE .................................... 14
9 APLICABILIDADE DO CONCEITO DE CUSTO DE OPORTUNIDADE ........................... 16
10 PREÇO DE TRANSFERÊNCIA E CUSTO DE OPORTUNIDADE ...................................... 17
11 CUSTO DE OPORTUNIDADE NOS ESTOQUES .................................................................. 20
12 APLICAÇÃO DO CUSTO DE OPORTUNIDADE ÀS DECISÕES DE PREÇO ................ 21
13 A NATUREZA ECONÔMICA DOS CUSTOS .......................................................................... 22
13.1 CUSTOS SOCIAIS ................................................................................................................... 22
13.2 CUSTOS EXPLÍCITOS ........................................................................................................... 22
13.3 CUSTOS IMPLÍCITOS OU DE OPORTUNIDADE ........................................................... 23
13.4 CUSTO DO CAPITAL ............................................................................................................ 23
14 CONTROVÉRSIAS DO CUSTO DE OPORTUNIDADE ....................................................... 23
15 EVA – ECONOMIC VALUE ADDED ............................................................................................ 24
16 EXEMPLOS DIVERSOS ................................................................................................................ 26
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 34
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 35
TÓPICO 2: MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS ........................................................... 41
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 41
2 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS ........................................................................................................ 41
3 MÉDODO DO VALOR CONTÁBIL COMO BASE PARA A AVALIAÇÃO ........................ 42
4 MÉTODO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO CORRENTE COMO BASE PARA 
 A AVALIAÇÃO .................................................................................................................................. 45
5 MÉTODO DE CAPITALIZAÇÃO DE LUCROS COMO BASE PARA AVALIAÇÃO ........ 47
5.1 CUSTO MÉDIO PONDERADO DO CAPITAL ...................................................................... 50
5.2 HORIZONTE E PREVISÃO DO LUCRO PROJETADO ........................................................ 56
5.3 CUSTO DEOPORTUNIDADE E O PATRIMÔNIO LÍQUIDO INICIAL ........................... 57
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 66
UNIDADE 2: JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO E AVALIAÇÃO DE 
INVESTIMENTOS E SOCIEDADES CONTROLADORAS, 
CONTROLADAS E COLIGADAS ......................................................................... 71
sumário
VIII
TÓPICO 1: JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO .......................................................................... 73
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 73
2 CONCEITUALIZAÇÃO DOS JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO .................................... 73
3 TRATAMENTO LEGAL .................................................................................................................. 76
3.1 IMPOSTO DE RENDA ................................................................................................................ 77
3.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO ..................................................... 80
4 REGISTRO COMO DESPESA FINANCEIRA ............................................................................ 81
5 RESERVA DE REAVALIAÇÃO E AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL ................... 82
6 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE .............................................................................................. 85
7 JUROS SOBRE JUROS .................................................................................................................... 85
8 REFLEXOS NAS INVESTIDORAS ............................................................................................... 88
8.1 INVESTIDORES DIVERSOS E SUA FORMA DE TRIBUTAÇãO ........................................ 91
8.2 CONVENIÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO DO PONTO DE VISTA DO ÔNUS 
TRIBUTÁRIO ..................................................................................................................................... 92
9 CÁLCULO DOS JUROS PRO RATA ............................................................................................ 95
10 IMPUTAÇÃO DOS JUROS AOS DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS .................................. 98
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 100
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 101
TÓPICO 2: AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS E SOCIEDADES CONTROLADORAS, 
CONTROLADAS E COLIGADAS ................................................................................................... 107
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 107
2 MÉTODO DE CUSTO ..................................................................................................................... 107
2.1 PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS EMPRESAS .......................................................................... 109
2.2 NOTAS EXPLICATIVAS ............................................................................................................. 110
2.3 DIVIDENDOS OU LUCROS RECEBIDOS .............................................................................. 111
3 MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL ..................................................................... 112
3.1 ASPECTOS LEGAIS .................................................................................................................... 116
3.2 MÉTODO DO CUSTO X MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA ................................................. 116
3.3 QUEM DEVE APLICAR A EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL ........................................... 118
3.3.1 Coligadas ............................................................................................................................ 119
3.3.2 Equiparadas às coligadas ................................................................................................. 119
3.3.3 Controladas ........................................................................................................................ 120
3.3.4 Variações no patrimônio líquido da investida .............................................................. 120
3.4 AQUISIÇÃO DE INVESTIMENTOS COM ÁGIO OU DESÁGIO ...................................... 121
3.4.1 Fundamento econômico do ágio e do deságio .............................................................. 124
3.4.2 Amortização do ágio e deságio ....................................................................................... 125
3.5 LUCRO OU PREJUÍZO NÃO REALIZADO .......................................................................... 127
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 129
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 133
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 134
UNIDADE 3: CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E 
CONTABILIDADE DE MATRIZ E FILIAL .......................................................... 143
TÓPICO 1: CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .......................... 145
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 145
2 CONCEITUALIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
CONSOLIDADAS ........................................................................................................................... 145
3 TRATAMENTO LEGAL .................................................................................................................. 147
4 O QUE SÃO DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS ................................... 147
IX
5 EMPRESAS OBRIGADAS A ELABORAR AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
CONSOLIDADAS ........................................................................................................................... 149
6 DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS E EM SEPARADO (INDIVIDUAL) 
 CONFORME A RESOLUÇÃO 1.262/2009 DO CFC ................................................................... 151
7 PROCESSO DE ELABORAÇÃO ................................................................................................... 152
8 NOTAS EXPLICATIVAS ................................................................................................................. 157
9 EXEMPLOS DE CONSOLIDAÇÃO .............................................................................................. 157
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 172
TÓPICO 2: CONTABILIDADE DE MATRIZ E FILIAL ............................................................... 187
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 187
2 CONCEITUALIZAÇÃO DE MATRIZ .......................................................................................... 187
3 CONCEITUALIZAÇÃO DE FILIAIS, SUCURSAIS E AGÊNCIAS....................................... 188
4 FORMAS DE CONTABILIZAÇÃO ENTRE MATRIZ E FILIAL ............................................ 189
5 APURAÇÃO FISCAL E TRIBUTÁRIA ......................................................................................... 190
6 EXEMPLOS ........................................................................................................................................ 194
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 207
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 211
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 212
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 222
X
1
UNIDADE 1
CUSTO DE OPORTUNIDADE E 
MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE 
EMPRESAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade você será capaz de:
• interpretar o custo de oportunidade em relação a investimentos;
• conhecer algumas das principais formas de avaliação de empresas.
Esta unidade de estudo está dividida em dois tópicos. Neles, você encontrará 
a definição e interpretação do custo de oportunidade, bem como uma 
abordagem acerca dos métodos contábeis de se avaliar uma empresa, além 
de vários exemplos práticos e exercícios de fixação, que serão desenvolvidos 
no decorrer dos estudos de cada tópico.
TÓPICO 1 – CUSTO DE OPORTUNIDADE
TÓPICO 2 – MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CUSTO DE OPORTUNIDADE
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico, identificaremos e interpretaremos o custo de 
oportunidade.
Veremos os principais conceitos do custo de oportunidade, sua 
aplicabilidade no mercado por meio de exemplos práticos em investimentos 
diversos e a diferenciação entre seu enfoque econômico e contábil.
Constataremos que para todo e qualquer investimento, faz-se necessário 
um estudo prévio, uma comparação entre o custo benefício, financeiro e/ou 
econômico, além da consideração do fator risco.
2 A EVOLUÇÃO E CONCEITOS DO CUSTO DE 
OPORTUNIDADE
Sabe-se que a Contabilidade, em geral, tem a função de controlar a 
movimentação patrimonial, em que se registram as alterações dos valores de 
bens, direitos e obrigações e demonstrar a posição financeira da empresa. Estas 
informações são direcionadas aos usuários externos, como, por exemplo, acionistas, 
credores e autoridades governamentais. Os dados analisados são passados, ou 
seja, fatos que já ocorreram, sem deixar qualquer argumento ou ferramenta para 
uma tomada de decisão errônea, executada pelos administradores. 
Neste contexto, a Contabilidade pode ser visualizada como um sistema 
a fim de fornecer informações financeiras e operacionais direcionadas para os 
usuários internos – administradores, funcionários etc. – melhorando, então, a 
tomada de decisão.
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
4
NOTA
O custo de oportunidade é um método utilizado pelos gestores. Sua finalidade 
é analisar as diversas formas de maximizar seus resultados. Estas análises podem verificar se 
o retorno sobre o capital investido é positivo ou não, pois se verifica o custo benefício de 
determinadas mudanças ou acontecimentos existentes na empresa.
As empresas que disponibilizam recursos financeiros para determinados 
investimentos, ficam de frente com diversas alternativas e possibilidades de sua 
aplicação. Sabe-se que estes recursos para investimento são bastante escassos e, 
por esta razão, os gestores devem analisar a melhor alternativa de investimento, 
utilizando-se das ferramentas existentes para tal tomada de decisão. 
Quando a empresa tem mais de uma alternativa para tomada de decisão, 
pode estar diante do conceito de custos de oportunidade. Neste contexto, verifica-
se a importância da análise antes da tomada de decisão, pois, caso esta decisão seja 
errada, a empresa arcará com seus reflexos, que na maioria das vezes resultam 
em prejuízos capazes de comprometer o equilíbrio financeiro.
UNI
Na busca de informações sobre o resultado das organizações, sentimos ser 
necessário abordar também o EVA (Economic Value Added), pois seria uma alternativa 
de operacionalizar este conceito e avaliar o resultado esperado pelos acionistas. A 
conceitualização do EVA será analisada no decorrer deste tópico.
As empresas estão diante da necessidade da informação. Muitas vezes, 
a contabilidade financeira não consegue satisfazer a necessidade de seus 
usuários sob a ótica da informação gerencial, ou seja, da informação voltada à 
maximização dos resultados. Pode-se ainda dizer que a tradicional contabilidade 
prepara informações para os usuários externos, que têm objetivos bem diferentes 
dos usuários internos. As decisões dos gestores estão relacionadas às alternativas 
existentes para a aplicação de recursos. Neste sentido, ressalta-se a necessidade 
da análise das alternativas antes da tomada de decisões. Desta forma, diminuem 
as possibilidades de investimento em alternativas com menos rentabilidade.
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
5
NOTA
Pode-se entender então que o custo de oportunidade ocorre quando existirem 
no mínimo duas alternativas possíveis para a tomada de decisão.
Na concepção de Beuren (1993, p. 2), “um aspecto relevante é que a opção 
de uma alternativa implica o abandono ou sacrifício da(s) não escolhida(s). 
Assim, o custo de oportunidade da alternativa escolhida é o custo da alternativa 
abandonada que lhe proporcionaria maior satisfação”.
Então, este custo equivale ao valor de um recurso e à sua melhor 
utilização, ou seja, é o custo de escolher a melhor alternativa, com condições 
de obter um maior benefício. Neste sentido, percebe-se que as empresas estão 
utilizando o conceito do custo de oportunidade em todos os momentos, pois os 
gestores estão optando por determinadas alternativas no seu dia a dia. O custo de 
oportunidade não está relacionado apenas às alternativas de investimento, mas, 
sim, em qualquer decisão que o gestor tenha que optar podendo ser em compras, 
vendas, estoques etc.
O custo de oportunidade é um tema relativamente antigo, tendo seu 
desenvolvimento na teoria econômica. Atualmente existem vários conceitos 
sobre o tema, principalmente na área contábil, onde tem sido muito discutidos, 
principalmente, no meio acadêmico.
Segundo Nascimento (1998, p. 34),
A trajetória de estudo dos custos de oportunidade tem sua origem no 
resultado das observações dos pensadores da Teoria Econômica. Não 
obstante o assunto ter se tornado um tema relativamente discutido 
pelas Teorias Contábil, de Administração e Econômica, foi na 
Economia Clássica, a partir das discussões acerca da Teoria do Valor, 
que o assunto teve seu berço e uma de suas fases mais importantes.
Para que as decisões da empresa sejam cuidadosamente analisadas e que 
resultem em resultado positivo, faz-se necessário entender o conceito de custo de 
oportunidade. 
Representa o custo de oportunidade o quanto a empresa sacrificou 
em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa 
alternativa ao invés de em outra, implicando a sua apuração na 
comparação entre os resultados de diferentes alternativas de aplicação 
de recursos. (MARTINS, 1998, p. 250).
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
6
Neste sentido, o custo de oportunidade não representa saída de dinheiro 
do caixa, como, por exemplo, os demais custos existentes na empresa. Para melhor 
interpretação compara-se com o custo de mão de obra, sendo que neste sim ocorre 
um efetivo desembolso, ou seja,uma saída de dinheiro. O custo de oportunidade 
poderia ser a diferença ao menor preço que se obtém em decidir investir em 
determinada alternativa ao invés de optar por uma segunda possibilidade de 
investimento. 
Imagine que determinada empresa efetuará um investimento na primeira 
alternativa existente em seu contexto, e que este resulte em um lucro $ 10. Caso 
esta mesma empresa invista a mesma expressão monetária na segunda alternativa 
teria um lucro $ 15. Sendo assim, a alternativa que será deixada para trás seria o 
custo de oportunidade. 
Pode-se concluir neste simples exemplo que se a empresa optar pela 
primeira alternativa o custo de oportunidade será $ 15, pois este é o valor que se 
está desprezando, porém, se a empresa optar pela segunda alternativa, o custo de 
oportunidade será $ 10, pois este é o valor que se está desprezando.
Beuren (1993, p. 1) faz algumas considerações sobre custo de oportunidade, 
entre elas a seguinte:
Um ponto que deve ser ressaltado é que a contabilização do custo de 
oportunidade não se limita apenas à sua importância na apuração 
do resultado econômico da empresa. A aplicação efetiva do conceito 
de custo de oportunidade na Contabilidade está, também, voltada a 
fornecer subsídios importantes para a avaliação de desempenho dos 
gestores, taxa de retorno nas decisões sobre investimentos, decisões 
do tipo comprar x fabricar, formação e acompanhamento do cálculo 
do preço de venda etc.
Nos dias atuais, os recursos para investimento são cada vez mais escassos. 
As empresas, os investidores etc. devem ter todas as ferramentas possíveis para 
avaliar o desempenho do capital investido, eliminando, assim, as possibilidades 
ou as alternativas que resultem em prejuízos. Por esta razão os gestores devem 
não só conhecer o conceito do custo de oportunidade, como, também, utilizá-lo 
no processo decisório.
Para Pereira e Oliveira (apud CATELLI, 2001, p. 389), “O custo de 
oportunidade corresponde ao valor de um determinado recurso em seu melhor 
uso alternativo. Representa o custo da escolha de uma alternativa em detrimento 
de outra capaz de proporcionar um maior benefício, ou seja, é o custo da melhor 
oportunidade a que se renuncia quando da escolha de uma alternativa”.
Nascimento (1998, p. 110) cita diversas definições de custos de 
oportunidade por outros autores:
Glautier e Underdown: Pode ser medido como o valor da próxima 
melhor alternativa abandonada, ou o recebimento líquido de caixa 
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
7
perdido como resultado da escolha de uma alternativa em vez da 
melhor seguinte.
Dopuch e Birnberg: O custo de oportunidade de qualquer ativo é 
o valor que pode ser recebido se o ativo for usado em sua próxima 
melhor alternativa.
Shillinglaw: Custo diferencial mensurado pela entrada líquida de caixa, 
que se perderá se este for desviado de seu melhor uso alternativo. Esse 
custo diferencial é conhecido como o custo de oportunidade.
Matz e Frank: Custo de oportunidade é o valor mensurável de uma 
oportunidade secundária pela rejeição de um uso alternativo de 
recurso.
Benke e Edwards: É a medida de sacrifício feito no sentido de seguir 
um curso particular de ação.
Entretanto, segundo Nascimento (1998), com relação ao atributo que deve 
ser imputado ao custo de oportunidade – lucro abandonado, o recebimento que 
poderia ter sido obtido, o valor da melhor alternativa abandonada etc. – converge 
na essência do conceito, ou seja, a decisão por um curso de ação implica a renúncia 
de outras alternativas e dos benefícios delas decorrentes.
Dessa forma, o custo de oportunidade representa a escolha da melhor 
alternativa dentre duas ou mais possíveis, é o comparativo do benefício da 
alternativa escolhida com o benefício possível das demais.
Fischer (1971, p. 25) comenta que “um processo de escolha racional 
não pode levar em consideração apenas a comparação dos benefícios com seus 
custos, num sentido restrito. O verdadeiro resultado da escolha aparecerá com o 
julgamento do resultado de alternativas de decisões rejeitadas”.
NOTA
De fato, os custos de oportunidade existem em razão da consequência 
comparativa de diversas alternativas, e que estas, por sua vez, possuem características 
distintas, o que poderá elevar o grau de dificuldade na sua escolha.
Deste modo, Nascimento (1998, p. 105) entende que
A questão da diferenciação dos riscos existentes em cada alternativa de 
aplicação de recursos é um fator de dificuldade para a implementação 
plena do conceito de custos de oportunidade. Essa reconhecida 
limitação tem levado os estudiosos das áreas financeira e contábil a 
buscarem meios alternativos que permitam a aplicação prática do 
conceito.
Os riscos existentes nas alternativas são subjetivos, pois o retorno pode 
ser positivo como também negativo. Esses riscos devem ser julgados diante de 
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
8
várias alternativas, como, por exemplo, uma aplicação segura, como no caso da 
poupança que limita o rendimento à correção atual, ou uma aplicação na bolsa de 
valores, na qual os rendimentos podem ser bem superiores à poupança, o que faz 
o risco aumentar consideravelmente. 
Martins (1998, p. 255) também faz uma reflexão sobre os riscos, pois diz 
que “normalmente esse tipo de comparação tende a ser um pouco difícil, em 
função, principalmente, do problema do risco”. 
Vamos considerar a definição de Pindyck e Rubinfeld (1994) citado por 
Santos (1995, p. 9), para que depois possamos exemplificar os riscos existentes 
nas alternativas.
[...] considere uma empresa que possua um edifício, portanto que não 
paga aluguel pelo espaço ocupado por seus escritórios. Será que isto 
estaria significando que o custo do espaço ocupado pelos escritórios 
é zero para a empresa? [...] um economista observaria que a empresa 
poderia ter recebido aluguéis por tal espaço, caso o tivesse alugado a 
uma outra companhia. Este aluguel não realizado corresponde ao custo 
de oportunidade de utilização do espaço dos escritórios, devendo ser 
inserido como parte dos custos econômicos das atividades da empresa.
Considerando esta definição poderíamos dar o seguinte exemplo: uma 
empresa vai utilizar seus recursos na compra de um prédio para alugar. O valor 
que ela ganharia de aluguel é uma boa maneira de medir o custo de oportunidade 
em comparativo, por exemplo, com o investimento numa outra fábrica de ramo 
diferente ou até mesmo igual ao que já atua. O grau de risco de um e outro 
empreendimento é bastante diferente. Por isso a comparação entre os retornos é 
também sem muito sentido. 
Segundo Pereira e Oliveira (apud CATELLI, 2001, p. 390),
Os pontos abordados a seguir estão implícitos ao conceito de custo de 
oportunidade:
a) o custo de oportunidade de um fator representa, economicamente, 
o seu verdadeiro valor;
b) o problema da decisão consiste na escolha de duas ou mais 
alternativas viáveis de uso dos recursos;
c) usos alternativos dos mesmos recursos podem propiciar diferentes 
resultados; e
d) o que é sacrificado quando da opção por uma alternativa é 
a possibilidade de obtenção de melhores resultados em outras 
oportunidades.
Esses pontos sustentam algumas definições do Modelo de Gestão 
Econômica relativamente à adoção do conceito:
a) as alternativas consideradas devem ser viáveis e possíveis diante da 
estrutura operacional do negócio;
b) a diferença entre o custo de oportunidade dos recursos consumidos 
no processo de obtenção de produtos/serviços e o custo efetivamente 
incorrido espelha o valor adicionado pela atividade (resultado 
econômico);
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
9
c) as alternativas devem considerar a natureza, o estado atual e futuro 
da situação em avaliação;
d) para avaliação de desempenhos das áreas, devem ser consideradas 
as alternativas que estão dentro dos limites de autoridadee 
responsabilidade dos seus respectivos gestores; e
e) o mercado desempenha importante papel na determinação do custo 
de oportunidade.
Considera-se então, que não basta apenas analisar duas ou mais 
alternativas. Para que se possa verificar o custo de oportunidade é preciso que 
essas alternativas tenham certa afinidade, que propiciem um horizonte de tempo 
de retorno de investimento parecido e que não haja excessiva diferenciação de 
mercado, como, por exemplo, produto, ponto comercial, carteira de clientes 
fatores macroeconômicos etc. 
Simplificando, pode-se dizer que analisar o custo de oportunidade 
em se investir numa fábrica de sorvete ou numa metalurgia pode dificultar e 
até neutralizar a eficácia do resultado desse custo de oportunidade, seja pela 
diferenciação operacional ou pelos demais fatores que poderiam ser relacionados 
às duas alternativas propostas.
3 ENFOQUE ECONÔMICO E CONTÁBIL
O custo de oportunidade pode ter dois enfoques, ou seja, o enfoque 
econômico e o contábil. Pode-se verificar que o enfoque econômico é muito mais 
utilizado, enquanto que o contábil fica um pouco de lado em razão de não ter 
uma forma específica de ser contabilizado na contabilidade financeira, sendo, 
principalmente, utilizado na contabilidade de custos e gerencial. 
Sob o enfoque econômico o custo de oportunidade, ou custo alternativo, 
surge quando o decisor opta por uma determinada alternativa de ação 
em detrimento de outras viáveis e mutuamente exclusivas, sendo 
assim representa o benefício que foi desprezado ao se escolher uma 
determinada alternativa em função de outras.
Sob o enfoque contábil, diversos pesquisadores contábeis procuraram 
operacionalizar o conceito de custo de oportunidade, sob diversos 
ângulos, dentre os quais a aplicação do conceito de custo de 
oportunidade como uma informação relevante no processo decisório, 
por meio de sua incorporação nos modelos de decisão dos gestores, de 
forma paralela ao sistema formal de informação contábil, notadamente 
na Contabilidade de Custos e na Contabilidade Gerencial. (SANTOS, 
1995, p. 2).
Assim, o enfoque econômico no custo de oportunidade é direcionado 
a opção que foi aceita num comparativo daquilo que se deixou para trás, seus 
possíveis benefícios. O enfoque contábil, por sua vez, representa as informações 
contábeis geradas, capazes de proporcionar ao tomador da decisão uma visão 
mais ampla de sua gestão.
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
10
Segundo Santos (1995 p. 5), para melhor esclarecimento do conceito de 
custo de oportunidade, sob o ponto de vista econômico, apresentam-se em ordem 
cronológica, algumas definições expressas por diversos economistas sobre o tema:
WIESER (1860): Renda líquida gerada pelo uso de um bem ou serviço 
no seu
melhor uso alternativo;
MEYERS (1942, p.194): Custo de produção de qualquer unidade de 
mercadoria é o valor dos fatores de produção empregados na obtenção 
desta unidade – o qual se mede pelo melhor uso alternativo que se 
poderia dar aos fatores se aquela unidade não tivesse sido produzida;
BILAS (1967, p.168): Os custos dos fatores para uma empresa é igual 
aos valores destes mesmos fatores em seus melhores usos alternativos;
LIPSEY E STEINER (1969, p. 215): O custo de se utilizar alguma coisa 
num empreendimento específico é o benefício sacrificado (ou custo de 
oportunidade) por não utilizá-lo no seu melhor uso alternativo;
LEFTWICH (1970, p. 123): O custo de uma unidade de qualquer recurso 
usado por uma firma é o seu valor em seu melhor uso alternativo.
Da mesma forma, mas sob o enfoque contábil, Santos (1995) apresenta em 
ordem cronológica uma resenha de várias definições expressas nesta área:
MORSE (1978, p. 32): É o recebimento líquido de caixa esperado, que 
poderia ser obtido se o recurso fosse usado na outra ação alternativa 
mais desejável;
KAPLAN (1982, p. 28): O Custo de oportunidade de um ativo é o seu 
valor quando o mesmo é utilizado na próxima melhor alternativa;
BACKER E JACOBSEN (1984, p. 10): É o custo resultante de uma 
alternativa a qual se tenha renunciado;
HORNGREN (1986, p. 528): É o sacrifício mensurável da rejeição de 
uma alternativa; é o lucro máximo que poderia ter sido obtido se o 
bem, serviço ou capacidade produtivos tivessem sido aplicados a 
outro uso operacional;
GLAUTIER E UNDERDOWN (1986, p. 638): Pode ser medido como 
o valor da próxima melhor alternativa abandonada, ou o recebimento 
líquido de caixa perdido como resultado de preferir uma alternativa 
ao invés da melhor seguinte;
MARTINS (1990, p. 208): O quanto a empresa sacrificou em termos de 
remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés 
de em outra.
Ainda na visão de Santos (1995), a análise dos dois enfoques apresenta os 
seguintes pontos em comum:
a) O conceito de custo de oportunidade pressupõe, pelo menos, a existência de 
duas ou mais alternativas viáveis e mutuamente exclusivas para o decisor.
b) O custo de oportunidade refere-se a algum atributo específico do objeto de 
mensuração ou avaliação.
c) O custo de oportunidade está associado ao valor dos bens e serviços utilizados.
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
11
4 TAXA DE OPORTUNIDADE
Para análise desta taxa devem-se levar em consideração as atividades de 
uma forma abrangente, ou seja, todas as atividades são capazes de gerar resultados 
econômicos e financeiros para a empresa. Neste sentido, é necessário definir quais 
as taxas de oportunidade, que servirão de padrão de comparação com as operações 
reais da empresa, podendo ser na remuneração dos recursos financeiros contidos no 
ativo e no passivo da empresa, decorrente dos investimentos dos sócios e acionistas.
Esta comparação, através de seu resultado, é de grande importância para 
verificar se a empresa ganhou ou perdeu quando tomou determinada decisão. 
Também é possível avaliar se o gestor está agindo de maneira correta ou não.
Sobre este entendimento, Guerreiro (1989, p. 15) diz que
O custo de oportunidade do acionista sobre os ativos é calculado 
com base em taxa de juro real de captação no mercado financeiro, 
a responsabilidade do acionista sobre os passivos operacionais 
(fornecedores de bens e serviços) é calculada com base em taxa de 
juro real de aplicação no mercado financeiro, e a responsabilidade 
dos acionistas sobre os passivos exigíveis (empréstimos bancários) é 
calculada com base no juro real de captação do mercado financeiro.
NOTA
Quando o gestor tem que tomar determinadas decisões com relação a finanças 
em determinada área de atividade, ele deve considerar o custo de oportunidade e as 
variações na captação ou aplicação de recursos da empresa, em relação a esse custo, que 
poderá proporcionar receita ou despesa financeira da atividade de finanças, podendo ser 
uma atuação interna da empresa.
5 PROCESSO DECISÓRIO
Com um mercado cada vez mais globalizado, faz-se necessário oferecer 
produtos e serviços com diferenciais (benefícios), que possam atrair um maior 
número de clientes possível. Cabe à empresa tomar decisões que influenciarão 
em seu futuro econômico. Dessa forma, escolher a opção mais vantajosa é questão 
de sucesso ou fracasso nas organizações.
Segundo Nascimento (1998), em uma organização as decisões ocorrem de 
forma sistematizada. Do planejamento empresarial, formal ou não, até as fases 
de execução e controle, os passos mais comuns observados, em síntese, são: (I) a 
identificação do problema a ser solucionado; (II) o estudo das diversas alternativas 
de solução; (III) a opção pela melhor alternativa.
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
12
Ainda, segundo Nascimento (1998),
Na empresa, toda vez que existirem problemas de escolha entre 
várias alternativas de ação, estará presente o conceito de custos de 
oportunidade. Quando analisa várias alternativas de decisão,o decisor, 
intuitiva ou propositadamente, sempre se perguntará se o benefício a 
ser obtido, em relação ao sacrifício de recursos correspondentes, será 
o melhor possível nas circunstâncias em que a decisão está sendo 
tomada. Essa é a exata essência do conceito de custos de oportunidade.
6 A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE CUSTO DE 
OPORTUNIDADE
Nascimento (1998, p. 54) apresenta uma síntese das principais contribuições 
dos autores da Economia Clássica destacados para o tema custos de oportunidade:
Smith: Ao defender que o preço de uma mercadoria seria composto 
pelos elementos trabalho, capital e terra, entendeu que o trabalho era 
o elemento principal. O preço de um dado bem seria estabelecido 
pela quantidade de trabalho necessário para sua obtenção, ou seja, o 
trabalho seria uma unidade de troca, portanto, com vários empregos 
alternativos;
Ricardo: Em suas discussões sobre as vantagens do comércio exterior, 
Ricardo alerta para o fato de que, se ao invés de destinarmos nossos 
esforços na produção dos bens “A” e “B”, conseguindo apenas 
resultados razoáveis, usarmos nossa capacidade para a obtenção 
somente do bem “A”, para o qual somos mais produtivos, o excedente 
gerado na produção nos permitirá adquirir maior quantidade de B do 
que aquela que poderíamos elaborar. Esse e outros entendimentos do 
autor induzem ao conceito de custos de oportunidade;
Sênior: Sênior entendeu que o valor de um bem era composto não 
apenas por capital terra e trabalho. Existia um outro elemento – 
abstinência – que seria um fator determinante no preço. A abstinência 
era um termo utilizado para expressar a conduta de alguém que se 
abstém ou renuncia ao uso de algo, preferindo a produção de uma outra 
coisa. No entendimento do autor, esse fator seria o que proporciona a 
existência dos outros fatores componentes do preço de um produto. A 
teoria de Sênior tornou iminente a Teoria de Custos de Oportunidade.
7 MODELOS DE APLICAÇÃO DO CONCEITO DE CUSTO DE 
OPORTUNIDADE
Ao longo do tempo, vários foram os modelos criados para o cálculo e a 
contabilização do custo de oportunidade.
De acordo com Nascimento (1998), nem todos aplicam o conceito 
diretamente a cada decisão tomada na empresa e, sim, a um conjunto de decisões. 
Um dos caminhos preferidos para a aplicação do conceito é o reconhecimento dos 
juros sobre o capital empregado nas operações.
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
13
Nascimento (1998, p. 188), resume os pontos mais representativos da 
evolução do conceito de custos de oportunidade:
Solomons: Assume que os custos envolvidos numa decisão não se 
restringem aos desembolsos. Para ele, o custo de utilização de um ativo é o 
maior valor que poderia ser obtido se aquele ativo tivesse sido empregado em 
uma outra alternativa. Esse autor introduz o conceito de que a base de avaliação 
das alternativas, para fins de comparação de resultados, é o valor presente do 
fluxo de benefícios líquidos esperado para cada alternativa.
Fisher: Buscou relacionar a essência dos custos de oportunidade com 
os custos efetivamente incorridos. Segundo esse autor, custos devem ser 
analisados sempre sob dois diferentes enfoques: como o valor da alternativa 
abandonada e como uma consequência direta de uma política ou programa 
executado. Apesar de essa parecer uma posição óbvia dos autores da Escola 
Contábil, poucos são os que buscam uma conciliação entre os dois conceitos 
de custos.
Gray e Johnston: Esses autores entenderam que custo de oportunidade 
é um lucro que poderia ter sido obtido se um conjunto de recursos tivesse sido 
aplicado em um uso alternativo. Aqui, vemos introduzido o conceito de conjunto 
de recursos, o que nos parece lógico, pois, uma decisão, normalmente, envolve 
mais do que o consumo de um recurso, e a análise do conjunto parece mais 
razoável do que avaliar o custo de oportunidade de cada elemento componente. 
Os autores também introduzem o conceito de custos de oportunidade positivos 
e negativos, sendo positivos quando, num processo de escolha, deixa-se de 
conseguir algum lucro e, negativo, quando simplesmente se evita uma despesa 
em função de alguma política ou decisão adotada.
Martins: Também para Martins, os custos de oportunidade representam 
o quanto a empresa sacrificou, em termos de remuneração, por ter aplicado seus 
recursos numa alternativa ao invés de em outra. Entretanto, esse autor ressalva 
que, no momento de cada decisão, as alternativas podem ter níveis diferentes 
de riscos, o que dificulta a comparação direta entre os resultados potenciais. O 
autor defende que os custos de oportunidade devem ser vistos a partir de dois 
diferentes enfoques: custo de oportunidade em relação a alternativas de igual 
risco, ou, para efeito de comparação de resultados, tomando-se como base o 
investimento de risco zero, ou seja, a taxa de juros praticada pelo mercado 
para papéis governamentais. Martins observa ser necessária a comparação dos 
resultados das alternativas com moedas de mesmo poder aquisitivo, isto é, 
deve ser considerado o efeito inflacionário.
Leininger: Propõe que os custos de oportunidade sejam analisados com 
base em duas dimensões diferentes: sob a situação de lucro e sob a situação de 
custo. Para a situação de lucro, o custo de oportunidade é a diferença entre o 
lucro, se a política correta tivesse sido adotada, e o lucro resultante da política 
empregada. Para a situação de custo, o custo de oportunidade é a diferença 
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
14
entre o custo incorrido e o custo que poderia incorrer caso tivesse sido 
adotada a política correta. A contribuição desse autor consiste principalmente 
na tentativa de recortar a abrangência das definições existentes sem afetar a 
essência do conceito de custos de oportunidade.
Schlatter e Schlatter: Propõem um modelo de aplicação do conceito de 
custos de oportunidade através do custo do capital próprio, calculado através 
de uma taxa de juros aplicada sobre o valor do ativo fixo.
Anthony: Também aplica o conceito de custo de oportunidade através 
do custo do capital próprio, mensurado através de taxa ponderada pela 
estrutura de capital da organização, próprio e terceiros. Diferentemente de 
Schlatter & Schlatter, entretanto, a base para a obtenção do valor dos juros é o 
valor dos recursos consumidos nas operações.
Catelli: Aplica o conceito de custos de oportunidade na apuração dos 
preços de transferência entre atividades. Ele define que o valor a ser transferido 
é o do menor preço de mercado à vista, por entender que essa seria a melhor 
oportunidade de compra que uma “área-cliente” teria se adquirisse o material 
necessário às suas atividades diretamente do mercado. A essência do conceito é 
também aplicada para o financiamento de ativos, nesse caso, as áreas remuneram 
à área financeira o custo do capital utilizado. Os juros são calculados através da 
menor taxa de captação de mercado por representar o melhor negócio possível 
para as áreas, caso tivessem de captar os recursos diretamente do mercado. O 
conceito de margem operacional também representa um enfoque dos custos 
de oportunidade. Se positiva, representa que a decisão correta foi tomada, 
se negativa, significa um custo de oportunidade em decorrência de a decisão 
tomada não ter sido a mais apropriada. Catelli também emprega o conceito de 
juros sobre o capital próprio concomitantemente ao de custos de oportunidade.
Stewart III: Associou o conceito de custo de oportunidade do investidor 
à taxa de retorno do investimento. Desenvolveu um modelo de mensuração 
voltado à avaliação de administradores com a aplicação direta do conceito de 
custos de oportunidade.
8 A TEORIA DA UTILIDADE E OS CUSTOS DE OPORTUNIDADE
A teoria da utilidade está ligada ao grau de satisfação que o ser humano 
tem ao suprir determinada necessidade. Quanto maior o número de pessoasque 
tendem a adquirir determinado produto ou serviço, consequentemente, podem 
se tornar escassos.
 A escassez está relacionada com a lei da oferta e da procura. Quanto 
maior for a procura maior será o preço de venda, dessa forma, quanto maior for 
a oferta menor será o preço de venda.
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
15
NOTA
Os custos de oportunidade estão intimamente ligados a esta questão, pois a 
parir do momento que determinado produto ou serviço estiver em falta, poderá ser uma 
alternativa vantajosa sobre as demais, em se tratando do fator preço.
Assim, Nascimento (1998, p. 83) apresenta as principais contribuições 
dadas por diversos autores onde são tratados o tema utilidade e o custo de 
oportunidade:
Menger: Promoveu grandes mudanças na Teoria do Valor existente até 
então. Para ele, o valor de um bem é derivado de sua capacidade de satisfazer 
as necessidades humanas, de sua utilidade. Menger abriu caminho para que a 
alocação de recursos produtivos fosse estudada a partir do enfoque do grau de 
importância, ou de utilidade, que tais recursos têm para quem os possui e os 
deseja aplicar.
Pareto: Também esse autor entendeu que o valor de um bem está 
diretamente ligado a sua utilidade. Em termos de avaliação entre o consumo 
de um ou outro produto, entretanto, as utilidades de ambos não devem ser 
simplesmente comparadas. A satisfação plena pelo consumo de um produto 
pode estar ligada ao consumo de outros. Além de existir essa interdependência, 
que impede que o valor de um produto seja simplesmente parametrizado por 
outro não consumido, Pareto afirmou que o grau de utilidade de um bem é 
dinâmico, ou seja, depende das circunstâncias em que a análise é feita.
Samuelson: O autor entendeu que o termo satisfação não se aplica 
diretamente às empresas que adquirem matérias-primas para transformá-las e 
venderem os bens decorrentes. A satisfação deve ser vista apenas sob o ponto 
de vista do consumidor final, e deve ser entendida como o meio que a empresa 
tem para estabelecer o preço que cobrará por seus produtos.
Hicks: Relacionou a satisfação gerada pelo consumo de um bem a seu 
preço, à demanda pelo mesmo e à renda de quem toma a decisão de consumo. 
O autor introduziu o conceito de utilidade do dinheiro.
Wieser: Defendeu que o valor de um fator de produção, em qualquer 
uso, é a utilidade abandonada de outros bens que poderiam ter sido produzidos 
com os mesmos fatores. Esse autor dedicou-se ao estudo da alocação de recursos 
produtivos à luz da Teoria da Utilidade. Em seu entendimento, os custos se 
originam da própria limitação do ato de produzir, pois à medida que se toma 
uma decisão de produção, dada a escassez de recursos, os fatores de produção 
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
16
ficam comprometidos com aquele uso particular, sendo importante, a partir 
daí, conhecerem-se os valores dos bens que poderiam ter sido produzidos 
com aqueles recursos e não o foram. Esse raciocínio promoveu o interesse dos 
autores da Teoria Econômica para o que, mais tarde, se chamaria custos de 
oportunidade.
Green: A “Lei de Wieser”, como era conhecida a teoria defendida por 
aquele autor, enfim, foi “batizada” por Green como custos de oportunidade, 
mediante artigo no qual ele se refere a custos como uma combinação de fatores, 
dentre os quais, o sacrifício de oportunidades.
Wicksteed: Entendeu que os custos de oportunidade não influenciavam 
o preço do bem. O conceito, porém, era importante para a decisão de alocação 
de recursos. Dessa forma, esse autor procurou vincular o conceito a decisões 
futuras, minimizando sua importância no resultado de decisões passadas.
Davenport: O autor se dedicou a um estudo detalhado dos conceitos 
de custos. Concluiu haver tipos diferentes de custos de oportunidade. Em 
sua opinião, o conceito deve variar de acordo com o enfoque do problema 
econômico sob análise; por exemplo, numa decisão de investimento, o custo 
de oportunidade pode ser o juro que seria obtido sobre o capital consumido. 
Segundo Davenport, custos de oportunidade sempre existirão, a menos que não 
haja aplicações alternativas para o recurso em questão. Em suas observações, 
também enfatizou o uso do conceito de custos de oportunidade como um fator 
a ser considerado pelo decisor antes da tomada de decisão.
9 APLICABILIDADE DO CONCEITO DE CUSTO DE 
OPORTUNIDADE
Ao longo do tempo, vários foram os modelos criados para o cálculo e a 
contabilização do custo de oportunidade. Mas sabe-se que na contabilidade, de 
acordo com os princípios contábeis, não existe, pelo menos até o momento, espaço 
para uma conta específica do custo de oportunidade. Muitas empresas utilizam 
os juros sobre capital próprio para remunerar seus acionistas, entende-se então, 
que este procedimento se aproxima muito do conceito do custo de oportunidade, 
pois, desta forma, o acionista pode verificar qual está sendo o retorno do capital 
que foi investido na empresa, conseguindo comparar com outras alternativas que 
o mercado oferece. Poder-se-ia dizer que o acionista quando investiu na empresa, 
provavelmente, desprezou alternativas que no momento existiam para aplicar 
seu capital e que, então, ele estava diante do conceito do custo de oportunidade.
De acordo com Nascimento (1998, p. 129), são evidenciados “vários 
modelos para o cálculo e contabilização dos custos de oportunidade. Nem todos 
aplicam o conceito diretamente a cada decisão tomada na empresa e, sim, a um 
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
17
conjunto de decisões. Um dos caminhos preferidos para a aplicação do conceito é 
o reconhecimento dos juros sobre o capital, empregado nas operações.
Diante da legislação brasileira até 31/12/1995, existia a correção monetária 
de balanço em que eram corrigidos os direitos dos acionistas. Com sua extinção 
em janeiro de 1996, surge a forma de remunerar o capital social investido pelos 
acionistas, através dos juros sobre o capital próprio.
 
Então, mesmo que na contabilidade tradicional financeira não se reconhece 
o custo de oportunidade, ele tenta se desenvolver através dos juros sobre o capital 
próprio, mensurado através de taxa determinada pelo mercado (TJLP – Taxa de 
juros de Longo Prazo).
Nascimento (1998, p. 162) define que “Juros sobre o Capital Próprio 
corresponde ao ‘custo de oportunidade’ do acionista, calculado sobre o valor do 
patrimônio líquido do balanço imediatamente anterior”.
ESTUDOS FU
TUROS
O tópico Juros sobre Capital Próprio será apresentado na Unidade 2 deste Caderno 
de Estudos.
Com relação à aplicação do conceito do custo de oportunidade na pessoa 
jurídica, poderíamos descrever que ela própria consome seu capital quando este é 
aplicado em determinadas ações da companhia. Desta forma, estaria utilizando o 
conceito do custo de oportunidade através da remuneração sobre o capital próprio. 
10 PREÇO DE TRANSFERÊNCIA E CUSTO DE OPORTUNIDADE
Nas atividades operacionais das empresas, devem-se levar em 
consideração as entradas de recursos, processamento e a saída dos produtos. 
No seu desenvolvimento operacional, a empresa é considerada como uma área, 
e cada atividade desenvolvida uma etapa do processo. Cada empresa tem seu 
produto que é transferido para outra área ou empresa – são etapas que completam 
o produto até o seu término.
Pereira e Oliveira (apud CATELLI, 2001, p. 392), “preço de transferência é 
definido como o valor pelo qual são transferidos bens e serviços entre as atividade 
e áreas internas de uma organização”.
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
18
Neste sentido, é necessário, entretanto, conhecer o preço de transferência 
do produto ao sair de cada empresa ou área, para depois poder avaliar o modo 
correto de realizar estas atividades, ou seja, avaliar o nível de eficiência.
Ainda Pereira e Oliveira (apudCATELLI, 2001, p. 393), o conceito de preço 
de transferência fundamenta-se nas seguintes premissas:
a) toda empresa é um processo de transformação de recursos em 
produtos/serviços, composto de diversas atividades que interagem 
entre si;
b) as atividades possuem caráter econômico, que se materializam pelo 
consumo de recursos e geração de produtos/serviços;
c) os recursos consumidos, por serem escassos, possuem valor 
econômico (custos), e os produtos/serviços gerados, por satisfazerem 
necessidades ambientais, também o possuem (receitas); e
d) as atividades contribuem para os resultados econômicos da empresa.
Assim, toda a atividade pode ser considerada distinta, desde que haja 
controles necessários para seu gerenciamento.
De acordo com Pereira e Oliveira (apud CATELLI, 2001, p. 393), sob esse 
enfoque, entende-se que a incorporação do conceito de preço de transferência ao 
sistema de informações da empresa deve apoiar a gestão no sentido de:
a) permitir uma constante avaliação dos níveis de eficiência e eficácia 
da empresa, a partir das relações econômicas entre as suas atividades;
b) permitir avaliações de desempenhos justas, a partir da correta 
mensuração da contribuição das atividades e das áreas para o 
resultado global da empresa;
c) suportar e permitir simulações e avaliação das decisões tomadas na 
empresa;
d) induzir comportamentos adequados dos gestores; 
e) não permitir o repasse de ineficiências entre as áreas;
f) promover a capacidade competitiva da empresa.
O preço de transferência deve ser analisado em cada área para que se 
tenha noção de qual alternativa seria mais viável supondo, como exemplo, que a 
empresa tenha a alternativa de produzir ou adquirir de terceiros um determinado 
produto ou serviço.
Segundo Pereira e Oliveira (apud CATELLI, 2001, p. 397), nesse sentido, 
entende-se que o emprego do conceito de custo de oportunidade na intermediação 
das relações econômicas entre as áreas guarda as seguintes conotações:
a) o mercado representa a fonte alternativa de obtenção de bens e 
serviços;
b) os efeitos das decisões tomadas pelos gestores são fixados em suas 
próprias áreas, evitando-se o repasse de ineficiências entre as mesmas;
c) orienta os gestores para a tomada das decisões que mais interessam 
à empresa como um todo e não à sua área específica;
d) incorpora um parâmetro de alta qualidade ao processo decisório 
dos gestores;
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
19
e) contempla a noção de valor econômico, consubstanciado pela 
melhor oportunidade identificada no mercado para obtenção dos 
produtos, tendo em vista a missão das áreas;
f) restringe a amplitude da noção de preços, visto que a oportunidade 
(preço) é específica para a entidade em questão, devendo considerar 
as particulares dificuldades ou facilidades enfrentadas para adquirir 
ou colocar os bens e serviços demandados, frente à alternativa de 
produzi-los internamente;
g) permite avaliações corretas da evolução do patrimônio da entidade; e
h) os preços praticados por outras empresas no mercado, ao serem 
incorporados à estrutura de resultados internos de uma empresa, 
confrontados com os custos incorridos para produzi-los internamente, 
fornecem uma ideia da capacidade da atividade interna em suportar 
condições competitivas.
NOTA
Considerando essas conotações, o preço de transferência deve ser o custo de 
oportunidade, representado pelo menor custo de mercado, ou seja, é o custo que a empresa 
necessitaria incorrer, caso não desenvolvesse a atividade que gerou aquele produto, ou até 
no caso de terceirizar aquela atividade.
Conforme Pereira e Oliveira citado por Catelli (2001, p. 398),
O modelo de preço de transferência, conforme utilizado no Sistema 
de Gestão Econômica baseia-se no conceito de custo de oportunidade. 
Estrutura-se a partir da premissa de que o valor dos produtos e 
serviços transacionados entre as unidades deveria refletir o valor do 
benefício possível de ser auferido na melhor alternativa econômica de 
obtenção dos bens e serviços demandados.
Por melhor alternativa econômica, devemos entender aquela que 
possibilite à organização o maior incremento de resultado econômico 
possível.
Desse modo, a melhor alternativa será sempre escolhida à luz dos 
resultados possíveis de serem obtidos, a partir das opções de uso 
alternativo do produto de uma determinada área, lembrando que 
o produto de uma área constitui o recurso ou insumo da área que o 
recebe.
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
20
11 CUSTO DE OPORTUNIDADE NOS ESTOQUES
Com a atual economia, sabe-se que os estoques merecem uma atenção 
especial. É no estoque que pode estar o testemunho do desequilíbrio financeiro 
das empresas, visto que muitos produtos ou mercadorias não têm a necessidade 
de serem estocados em grandes quantidades.
NOTA
Caso as empresas tenham estes estoques em quantidade desnecessária estariam 
com um capital parado ao invés de investido em uma segunda alternativa, podendo ser até 
mesmo em estoque, mas com características diferentes da primeira opção. 
Deve levar em consideração o custo de oportunidade na forma da compra 
destes estoques, principalmente quando se tratar quantidade (x) preço e também 
forma de pagamento (x) preço.
O Estoque exige capital que pode ser utilizado para outros 
investimentos. Para estabelecer o custo de oportunidade do capital 
empatado nos estoques, no caso de uma indústria, deve-se buscar 
apenas o montante correspondente ao desembolso feito pela empresa 
na aquisição de materiais, mão de obra direta e outros que variam 
em relação ao volume de produção. Outros custos de fabricação que 
são absorvidos no custo do produto, e não variam em relação ao 
produto não devem ser considerados como base de cálculo do custo de 
oportunidade do capital investido em estoques, por não considerarem 
um desembolso direto de estoques. (FARIA; COSTA, 2005, p. 43).
A alternativa que a empresa renuncia ao investir ou manter os estoques 
não é registrada na contabilidade tradicional, porque não resulta em saída de 
caixa especificamente, mas, sim, na renúncia de uma rentabilidade meio a esta.
Nesta mesma linha de pensamento, Faria e Costa, (2005) comentam 
que ao investir em estoques, a empresa renuncia a taxa de retorno que poderia 
obter com tais investimentos em outras alternativas. A determinação da taxa 
de oportunidade mais adequada ao custo de oportunidade de manter estoques 
é inerente ao tipo de investimento que se faria, caso os recursos não fossem 
aplicados em estoques.
Para que a empresa consiga identificar a taxa de oportunidade para tais 
estoques, deve considerar qual a segunda opção ou alternativa de investimento, 
caso contrário não consegue fazer tal comparação.
Para uma melhor visualização, apresenta-se a Figura 1 do Balanço 
Patrimonial, que identificará as fontes de recurso e sua aplicação.
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
21
FIGURA 1 – FONTES DE RECURSO E SUA APLICAÇÃO
FONTE: Faria e Costa, 2005
Através da Figura 1, pode-se observar a origem e o destino dos recursos. 
O mesmo também pode ser observado na contabilidade tradicional.
12 APLICAÇÃO DO CUSTO DE OPORTUNIDADE ÀS DECISÕES 
DE PREÇO
De acordo com Santos (1995), os gestores de preço devem desenvolver 
um modelo de decisão de preço de venda que leve em consideração o conceito de 
custo de oportunidade que pode ser aplicado em duas diferentes situações: (I) na 
apuração do custo do objeto de custeio; e (II) na remuneração dos investimentos 
realizados pelos acionistas na empresa.
A apuração do custo do objeto de custeio pode ser definida como os 
desembolsos realizados, como, por exemplo, materiais, mão de obra, alugueis 
etc., como também gastos que poderiam ter sido despendidos de forma útil em 
outro lugar.
Outro caso é o estoque que permanece parado nas empresas, ou seja, este 
investimentoem materiais poderia ser utilizado de forma útil em outro lugar. De 
acordo com Santos (1995),
Durante este período, todos os insumos agregados ao produto 
permanecem estocados na empresa, que suporta com os custos 
de financiar estes estoques até o momento da venda. Este custo de 
estocagem é calculado multiplicando-se o custo do insumo por 
uma taxa de remuneração capitalizada pelo período de tempo que 
permaneceu imobilizado na empresa. Esta taxa de remuneração é o 
custo de oportunidade, isto é, o rendimento alternativo máximo que a 
empresa obteria se tivesse aplicado seus recursos em outra atividade, 
como, por exemplo, no mercado financeiro.
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
22
Mesmo a remuneração dos investimentos realizados pelos acionistas 
na empresa pode ser definida pelo custo de se aplicar em outro investimento, 
como, por exemplo, fundos de investimento, mercado de capitais etc., ou seja, o 
comparativo dos benefícios que este teria se os acionistas deixassem de aplicar na 
empresa. De acordo com Santos (1995, p. 24),
Conceitualmente, as taxas ideais a serem utilizadas no cálculo do custo 
de oportunidade dos investimentos realizados seriam ou o retorno 
exigido pela empresa, ou o seu custo de capital. No entanto, em uma 
atitude conservadora, por razões operacionais e de disponibilidade de 
informações, diversos gestores de preços têm se utilizado das taxas 
médias de captação de recursos no mercado financeiro, ou das taxas 
de captação conseguidas pela empresa no mercado financeiro.
Por outro lado, os investimentos realizados devem estar mensurados 
segundo critérios econômicos adequados, de tal forma que possam 
refletir a respectiva capacidade potencial de geração de benefícios 
ou serviços futuros. Estes investimentos realizados pela empresa 
correspondem ao conceito de ativo, segundo a ciência contábil.
13 A NATUREZA ECONÔMICA DOS CUSTOS
Segundo Nascimento (1998), para a Economia, os custos são de natureza 
complexa e até mesmo subjetiva e estão subdivididos em várias categorias. Os 
conceitos de custo mais comumente observados na literatura econômica moderna 
apresentam dois tipos de custo: os sociais e aqueles de naturezas econômicas – 
explícitos e implícitos, ou custos de oportunidade.
13.1 CUSTOS SOCIAIS
São os custos originados em decorrência das atividades operacionais da 
empresa. Estes custos podem afetar tanto a empresa como a sociedade. Um exemplo 
deste tipo de custo é o que afeta o meio ambiente. Segundo Nascimento (1998, p. 84), 
“[...] existem limitações para a mensuração, mas, estatisticamente, há mecanismos 
que possibilitam a criação de modelos de mensuração desta natureza de custo, 
ainda que num estágio primário, de forma que as organizações que externalizam 
seus custos possam refleti-los nos resultados de suas operações”.
13.2 CUSTOS EXPLÍCITOS
Podem ser definidos como a diferença entre o custo apurado pela 
contabilidade tradicional e o custo econômico, ou seja, podemos levar em 
consideração, neste caso, por exemplo, o custo de reposição. De acordo com 
Nascimento (1998, p. 92), “há concordância de que devem ser agregados aos 
custos as matérias-primas, a mão de obra, as depreciações e outros fatores levados 
em conta pela Contabilidade. Questiona-se, porém, o fato de esses fatores serem 
considerados por seus valores históricos [...]”.
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
23
13.3 CUSTOS IMPLÍCITOS OU DE OPORTUNIDADE
São os custos que envolvem o processo de escolha de uma alternativa 
ou outra. De modo que somente as alternativas escolhidas são contabilizadas, 
o restante passa a ser não mensurado pela contabilidade. Segundo Heymann 
e Bloom citado por Nascimento (1998, p. 95), “A ocorrência desse tipo de custo 
implica desembolsos futuros ou diminuição do resultado líquido potencial das 
organizações onde ocorrem”. 
Estes custos são importantes elementos no processo decisório, em função 
de as decisões envolverem permanentemente um processo de escolha, e de que 
todo o ato de escolha envolve um ato de sacrifício, conforme já visto no decorrer 
desta unidade.
13.4 CUSTO DO CAPITAL
O custo do capital pode ser conceituado como o valor de retorno obtido 
pelo investimento feito para que o mesmo (investimento) permaneça, no mínimo, 
preservado. O custo do capital está intimamente ligado à maneira como este capital 
foi obtido, pois isso pode variar de empresa para empresa. Conforme Nascimento 
(1998, p. 96), “sob esse ponto de vista, sempre que a implementação de um projeto 
implicar retorno econômico superior ao custo do capital, o valor da empresa será 
aumentado, ocorrendo o inverso quando a implementação de projetos leve à 
obtenção de retorno econômico inferior”.
14 CONTROVÉRSIAS DO CUSTO DE OPORTUNIDADE
De acordo com Nascimento (1998), o interesse gerado pelo assunto custos 
de oportunidade, entre os autores, leva ao aparecimento de controvérsias quanto 
a sua conceituação. 
Além das pequenas divergências contidas nas definições, surgem, na 
literatura, termos diferentes para o conceito, gerando controvérsias quanto a seus 
reais significados. Um exemplo disso são os casos dos custos diferenciais, custos 
incrementais e custos de oportunidade.
Segundo Nascimento (1998) “ [...] em 1970, McRae, professor de 
Contabilidade na University of Witwatersrand, África do Sul, publicou artigo 
criticando as opiniões de diversos autores que tratam os termos custos de 
oportunidade e diferenciais, ou incrementais, como sinônimos”.
Mas, de acordo com Nascimento (1998), trata-se de conceitos sinônimos 
que deveriam ser empregados sempre com os mesmos objetivos. Se isso é verdade, 
o que constatamos é que os custos de oportunidade ganham na literatura outros 
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
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termos que originam discussões acadêmicas, nem sempre férteis, e que desviam a 
atenção que deveria ser absorvida por tentativas de se entender todos os aspectos 
que envolvem o fenômeno, para permitir sua aplicação sistemática.
15 EVA – ECONOMIC VALUE ADDED
O conceito do EVA (Economic Value Added), ou Valor Econômico Agregado, 
apesar de ter se popularizado nas ultimas décadas, na verdade, não é nenhuma 
novidade nos meios acadêmico e empresarial, pois se originou na primeira 
década do século XX, teoria neoclássica, em que representa uma tentativa de 
operacionalizar o conceito de custo de oportunidade. 
O termo EVA está registrado por Stern Stewart e Co., uma firma de 
consultoria americana. A Stern Stewart e Co. desenvolveu o EVA para gestores 
incorporarem dois princípios básicos de finanças dentro de suas tomadas de 
decisões. O primeiro é que o objetivo financeiro primordial de qualquer empresa 
deve ser maximizar a riqueza de seus acionistas. O segundo é que o valor da 
companhia depende de extensão do que os investidores esperam como retorno 
futuro: exceder o custo do capital. Assim, o EVA apura o valor que foi criado por 
uma organização durante um determinado período para seus acionistas. 
Sabe-se que o valor econômico adicionado (EVA), avalia uma linha de 
produtos financeiramente desejável, usando seu lucro residual, ou seja, esta 
ferramenta avalia o desempenho de uma empresa.
Para KASSAI (2000, p. 193), “ [...] o valor econômico agregado, ou EVA, é, 
pois, o valor que a empresa agrega após remunerar todos os recursos investidos, 
quer sejam financiados pelo custo de capital de terceiros (Ki) ou pelo custo de 
capital próprio (Ke)”.
Então, para calcular o EVA é necessário identificar qual o retorno desejado 
pelos acionistas, ou o Custo do Capital Próprio.
Diversas são as formas de interpretar o EVA, Erbhar (1999) entende 
que 
Quando empresas utilizam o EVA plenamente, que é o que devem 
fazer para mudar comportamento, este se torna muito mais do que 
apenas mais uma maneira de somar custos e calcularlucro. O EVA é:
a) Uma medida de desempenho empresarial;
b) A única medida de desempenho que oferece a resposta certa no 
sentido de que mais EVA é sempre definitivamente melhor para os 
acionistas;
c) A estrutura que subjaz um novo e abrange sistema de gestão 
financeira empresarial;
d) Um método simples e eficaz de alfabetizar em negócio até mesmo 
os trabalhadores menos sofisticados.
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
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e) A variável chave num sistema singular de remuneração variável que 
pela primeira vez realmente alinha os interesses de gerentes com os de 
acionistas;
f) Uma estrutura que empresas poderão utilizar para comunicar suas 
metas e realizações a investidores.
NOTA
O principal objetivo do EVA é determinar o valor que foi criado de riqueza em 
um determinado período de tempo. Este período de análise geralmente é de um ano. Mas 
isto não quer dizer que a empresa vai medir o seu desempenho apenas uma vez por ano; 
este acompanhamento deve ocorrer mês a mês, e ser comparado no decorrer do período, 
ou seja, no decorrer do ano.
Carvalho, (1999, p. 9) comenta que “o EVA é a versão moderna de lucro 
operacional menos o custo do capital. Se a empresa agregou valor, o EVA é 
positivo e os acionistas terão feito um bom negócio”.
Entende-se, então, que o EVA é um instrumento que se propõe a medir 
a criação de valor (ou destruição) centrada num período determinado. Sua base 
de cálculo é o lucro operacional da empresa menos o custo do capital investido. 
Segundo G. Bennett Stewart III, citado por Denardin (2004, p. 7), “[...] o 
EVA é a única medida de performance que está totalmente consistente com a regra 
padrão de orçamento de capital: aceitar todos os investimentos cujos valores 
presentes líquidos são positivos e rejeitar todos os negativos”.
O EVA considera todos os custos existentes, até mesmo o custo de 
oportunidade. O capital é considerado toda expressão monetária aplicado em 
ativos, como os imobilizados em geral, acrescentando as disponibilidades de 
caixa e os investimentos a longo prazo.
O resultado desta ferramenta não se restringe apenas a avaliar o 
desempenho da empresa, mas também a incentivar o desempenho de seus 
colaboradores, pois isto resultará em aumento da riqueza, como consequência o 
desempenho da organização terá maior eficácia. 
Segundo Saurim, Mussi e Cordioli, citado por Denardin (2004, p. 9):
A implantação do EVA como medida de desempenho pode levar a 
uma serie de mudanças, destacando-se as seguintes:
a) Maior conscientização da gerência quanto ao valor do capital que 
é por ela gerido e, principalmente, do valor associado ao patrimônio 
líquido;
b) Gestão mais empreendedora, principalmente, no que tange à busca 
de formas alternativas[...];
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
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c) Possibilidade de desdobramento do EVA, um indicador 
principalmente financeiro em indicador de gestão de unidades de 
negócios (Ex.: vendas, custos etc.), associados a este, indicadores 
de desempenho operacional (ex.: margem de vendas dos produtos, 
porcentagem de refugo de produtos etc.).
Nota-se, então, que o EVA é de extrema importância para qualquer 
organização, pois possibilita um eficiente entendimento de oportunidade.
Esta poderosa ferramenta de gestão está dividida em quatro pilares, 
conforme segue na Figura 2.
FIGURA 2 – QUATRO PILARES DE GESTÃO DO EVA
EVA NOPAT (Custo do Capital Capital)
FONTE: Denardin (2004, p. 10)
O primeiro pilar, o operacional, faz com que aumente o capital através da 
minimização de custos e a maximização dos lucros ou economia de impostos, já 
no segundo pilar o objetivo é reduzir os custos de capital e no terceiro é investir 
capital adicional em projetos com valor presente líquido positivo e no último 
pilar ocorre o contrário.
16 EXEMPLOS DIVERSOS
Abordaremos, a seguir, diversos exemplos relacionados a este tópico para 
melhor interpretar este assunto.
Exemplo 1 – EVA – Baseado no Modelo de Nascimento (1998)
Situação 1 (base para as demais situações)
Suponhamos uma situação em que o lucro operacional líquido da 
empresa seja de $ 250, o capital $ 1.000, e C* (custo de oportunidade arbitrado 
pelo investidor) 15%. O valor calculado do EVA seria:
EVA = Lucro operacional líquido – C* X capital, ou
EVA = $ 250 – 15% X $ 1.000 = $ 100.
TÓPICO 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE
27
A seguir, as hipóteses relacionadas com este cenário:
a) criação de valor 
Imaginemos que, em decorrência de ganhos de produtividade, ou de 
eficiência administrativa, o lucro fosse aumentado de $ 250 para $ 300. 
EVA = Lucro operacional líquido – C* X capital, ou
EVA = $ 300 – 15% X $ 1.000 = $ 150.
Como se vê, o lucro em relação ao capital aumentaria de 25% para 30%, e 
o EVA subiria para $ 150, refletindo a eficiência da gestão dos recursos.
b) Investimento com retorno sustentável
Continuando o caso base, consideremos agora a decisão de adotar ou não 
um projeto que requeira um investimento de $ 1.000, e que, se implementado, 
represente um aumento de $ 200 no lucro, ou 20% de retorno, de forma sustentável:
EVA = Lucro operacional líquido – C* X capital, ou
EVA = $ 450 – 15% X $ 2.000 = $ 150.
Nessa hipótese, a consequência seria um aumento no EVA. Ainda que a taxa 
consolidada de retorno diminuísse para 22,5%, o projeto deveria ser implementado, 
pois maximizaria o EVA. 
Na aplicação do conceito, a taxa de retorno nunca deve ser analisada 
individualmente. Nesse caso, embora menor, é calculada sobre uma base maior, 
gerando um ganho superior ao custo de oportunidade do investidor.
c) Retirada de capital de usos não produtivos
Ainda tendo como referência o caso base, imaginemos que $ 333 de excesso 
de capital de giro pudesse ser retirado do negócio sem afetar o lucro operacional 
líquido, assim, teríamos: 
EVA = Lucro operacional líquido – C* X capital
EVA = $ 250 – 15% X $ 667 = $ 150.
A retirada do capital de um uso não produtivo, portanto, permite um 
aumento tanto no EVA quanto na taxa de retorno, refletindo o acerto da decisão. 
Situação 2: Decisões sobre implementações de projetos
Imaginemos, agora, um cenário onde uma empresa apresente lucro líquido 
operacional de apenas $ 50 para um capital de $ 1.000. Com um retorno de apenas 
5%, o EVA resulta num déficit de -$ 100, conforme os cálculos demonstrados a seguir:
UNIDADE 1 | CUSTO DE OPORTUNIDADE E MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
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EVA = LL – C* X capital, ou
EVA = $ 50 – 15% X $ 1.000 = $ (100).
Prosseguindo, se a empresa adotar um projeto que requeira capital adicional 
de $ 1.000, estima-se que este investimento lhe permitiria, de forma sustentável, 
acréscimo de $ 130 no lucro operacional líquido, mas como consequência, a taxa de 
retorno requerida pelos acionistas subiria para 9%. O cálculo do EVA seria:
EVA = Lucro operacional líquido – C* X capital, ou
EVA = $ 180 – 15% X $ 2.000 = $ (120).
Mesmo que o retorno de capital praticamente dobrasse (de 5% para 9%), 
o EVA seria ainda mais negativo, como se observa acima, representando um 
empobrecimento do investidor, ou seja, o projeto não deve ser implementado. 
Em outras palavras, a última coisa a ser feita em uma empresa são investimentos 
que não recompensem o capital nela investido.
Situação 3: fechamento de uma unidade fabril
Suponha que uma unidade fabril ineficiente possa ser vendida e sua produção 
parcialmente transferida para outra unidade da mesma empresa. Assuma, também, 
que a venda da unidade fabril permitirá uma retirada de $ 500 líquidos de capital do 
negócio, e que seu fechamento significará uma diminuição permanente de $ 25 no 
lucro operacional líquido. O quadro demonstrativo dessa decisão seria:
QUADRO 1 – DEMONSTRATIVO DO FECHAMENTO DE UMA UNIDADE FABRIL
Situação original Valores residuais
Lucro Líquido Operacional $ 250 $ 225
Capital $ 1.000 $ 500

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