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ANALISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

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ANÁLISE DE 
DEMONSTRATIVOS 
FINANCEIROS E ÍNDICES
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Prof. Dr. Fernando Eduardo Cardoso
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci
Revisão de Conteúdo: Bárbara Pricila Franz
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2018
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
C268a
Cardoso, Fernando Eduardo
Análise de demonstrativos financeiros e índices. / Fernando 
Eduardo Cardoso. – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
110 p.; il.
ISBN 978-85-7141-284-2
1. Administração Financeira. – Brasil. 2.Contabilidade. – Bra-
sil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 658.1
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................05
CAPÍTULO 1
Demonstrativos Financeiros .................................................7
CAPÍTULO 2
Uso Dos Demonstrativos Financeiros ...............................31
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
Padronização dos Demonstrativos Financeiros ..............53
Índices Financeiros: Usos e Tipos de Índices ....................63
Usando Índices Para Analisar o Desempenho 
Riscos e Retorno da Análise dos Índices ..........................87
e a Qualidade dos Lucros ....................................................73
APRESENTAÇÃO
Este caderno de Análise de demonstrativos financeiros e índices aborda um 
tema muito importante para se analisar a saúde financeira de uma organização. 
A análise das demonstrações financeiras, bem como seus índices, proporciona e 
revela o desempenho organizacional diante do mercado e do cenário econômico 
nos quais a organização está inserida. A análise das demonstrações financeiras 
proporciona medir a saúde financeira da organização, bem como contribuir com 
a tomada de decisões dos gestores diante do cenário econômico e do ambiente 
dinâmico organizacional.
Neste contexto, o caderno foi escrito em seis capítulos:
O primeiro capítulo trata sobre balanço patrimonial, posteriormente, trata da 
demonstração das mutações patrimoniais. Na sequência, aborda a demonstração 
dos resultados do exercício e a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. 
Também apresenta a demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL), 
a demonstração dos fluxos de caixa e, por fim, versa sobre a demonstração do 
valor adicionado.
O Capítulo 2 aborda as questões sobre análise vertical e horizontal. Na 
sequência, descreveremos a análise horizontal e vertical relacionada ao balanço 
patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração dos fluxos de 
caixa, demonstração do valor adicionado. Por fim, abordaremos a análise através 
de índices ou quocientes e analisaremos outras metodologias complementares.
No Capítulo 3, abordaremos, inicialmente, padronizações das demonstrações 
contábeis. Em seguida, trataremos da consolidação das demonstrações contábeis 
e, por fim, a qualidade das informações contábeis.
No Capítulo 4, abordaremos os diagramas de indicadores de desempenho e 
estudaremos a análise discriminante.
O Capítulo 5 aborda os indicadores econômico-financeiros de análise, no 
qual verificaremos todos os indicadores classificados nas quatro categorias: 
liquidez e atividade, endividamento e estrutura, rentabilidade e análise de ações.
O Capítulo 6 aborda, primeiramente, os diagramas de indicadores de 
desempenho. Na sequência, o cálculo de retornos esperados de projetos 
arriscados e, posteriormente, como medir risco e retorno. Por fim, estudaremos a 
linha de mercado de títulos.
CAPÍTULO 1
Demonstrativos Financeiros
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Conhecer os demonstrativos financeiros.
� Interpretar os indicadores no dia a dia das organizações.
8
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
9
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
1 Contextualização
Hoje as sociedades por ações precisam elaborar e publicar os seus 
demonstrativos financeiros, isso é obrigatório. Abaixo segue a lista dos 
sinônimos e expressões de “demonstrações financeiras” e “demonstrações 
contábeis”.
• Balanço Patrimonial.
• Demonstração das Mutações Patrimoniais ou Demonstração dos Lucros e 
Prejuízos Acumulados.
• Demonstração do Resultado do Exercício.
• Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
Segundo Assaf Neto (2012, p. 84), além dessas quatro demonstrações, 
existe a complementação obrigatória por meio de Notas Explicativas e, se for o 
caso, de “outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias 
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”.
Para casos excepcionais, não é obrigatório fazer e publicar a 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (companhia fechada com 
patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a determinado valor fixado). 
Caso a empresa seja uma companhia fechada inferior a 20 acionistas, com 
ações nominativas não conversíveis ao portador e que atenda aos requisitos 
do artigo 294 dessa mesma Lei das S.A., não é obrigada a publicar nenhuma 
dessas demonstrações, mas precisa elaborá-las e colocar à disposição de 
seus acionistas.
As sociedades não anônimas são obrigadas a publicar suas demonstrações 
financeiras. Precisam elaborar as mesmas demonstrações citadas, menos a 
de Origens e Aplicações de recursos.
Já no caso de uma sociedade líder de grupo, é obrigatória a publicação 
de demonstrações completas, mesmo não sendo uma sociedade de ações.
Segundo Assaf Neto (2012, p. 84), “essas demonstrações devem conter 
os valores respectivos do exercício anterior”. A legislação não fala em valores 
do exercício passado corrigidos, por isso, praticamente a totalidade das 
empresas publica os valores do exercício anterior pelos valores representados 
naquela época.
10
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
2 Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é composto por bens, direitos e obrigações. 
Devendo representar a posição financeira da empresa de forma qualitativa 
e quantitativa. Na sua elaboração, as contas são classificadas como: Ativo, 
Passivo e Patrimônio Líquido.
De acordo com Assaf Neto (2012), o Ativo é dividido em três 
grupos: circulante, realizável a longo prazo e permanente, este último, 
por sua vez, é subdividido em: investimentos, imobilizado e diferido. 
O Passivo é também subdividido, em dois grupos: circulante e exigível a longo 
prazo. E o Patrimônio líquido aparece composto por cinco grupos: capital social, 
reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos 
acumulados.
Conforme abordado, segue o modelo de Balanço Patrimonial:
QUADRO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL
QUADRO 2 – MODELO DE BALANÇO
FONTE: Assaf Neto (2012)
O Balanço 
Patrimonial é 
composto por bens, 
direitos e obrigações. 
Devendo representar 
a posição financeira 
da empresa de 
forma qualitativa e 
quantitativa.
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
Ativo Permanente
 Investimentos
 Imobilizado
 Diferido
Passivo Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo
Resultados de Exercícios Futuros
Patrimônio LíquidoCapital
Reservas de Capital
Reservas de Reavaliação
Reservas de Lucros
Prejuízos Acumulados
No quadro a seguir é possível pormenorizar cada grupo. Conforme a 
legislação, não é obrigatória esta classificação, a descrição pode variar, mas 
geralmente engloba a maioria das situações (ASSAF NETO, 2012).
Ativo Circulante 
Disponibilidades
Caixa
Depósitos bancários à vista
Aplicações financeiras
Passivo Circulante 
Empréstimos e financiamentos
Estrangeiros
Nacionais indexados
Nacionais prefixados
11
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
FONTE: Assaf Neto (2012)
Aplicações financeiras
Clientes 
(-) Duplicatas descontadas
Outros créditos
(-) Prov. para crédito de liquidação duvidosa
Estoques
Mercadorias e produtos acabados
Produtos em elaboração
Matérias-primas e embalagens
Materiais de consumo e almoxarifados
Despesas antecipadas
Ativo Realizável a Longo Prazo
Créditos
Empréstimos compulsórios
Depósitos para incentivos fiscais
(-) Provisão para perdas
Despesas antecipadas
Ativo Permanente
Investimentos
Em controladas e coligadas
Outras participações
Outros investimentos
(-) Provisão para perdas
Imobilizado
Terrenos e edificações
Máquinas e equipamentos
Veículos, móveis e máquinas de es-
critório
Marcas e patentes
Florestamento e reflorestamento
(-) Depreciação, amortização e exaustão
Imobilizado em construção
Diferido
Despesas pré-operacionais
Outros diferidos
(-) Amortizações acumuladas
(-) Encargos a apropriar
Debêntures
Fornecedores
Impostos e valores a recolher
Outras obrigações a pagar
Provisões
Imposto de Renda
Dividendos propostos
Férias
Décimo terceiro salário
Contingências
Passivo Exigível a Longo Prazo
Empréstimos e financiamentos
Estrangeiros
Nacionais
Debêntures
Outras obrigações e provisões
Resultados de Exercícios Futuros
Receitas líquidas antecipadas
Patrimônio Líquido
Capital social integralizado
Reservas de capital
Reserva de ágio
Doações
Subvenções para investimento
Reservas de reavaliação
De ativos próprios
De ativos de controladas e coligadas
Reservas de lucros
Reserva legal
Reservas estatutárias
Reservas para contingências
Reservas de lucros a realizar
Reservas para expansão
Prejuízos acumulados
(-) Ações em tesouraria
2.1 Ativo
É um recurso que a companhia usa para classificar seus eventos passados, 
esperando que eles resultem em futuros benefícios econômicos para a empresa.
12
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
As contas são classificadas em ordem decrescente de grau de liquidez dos 
componentes que estão registrados.
2.1.1 Ativo Circulante
O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfazer qualquer dos 
seguintes critérios (CPC 26, itens 66 e 68) (SILVA, 2012):
• espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido 
no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
• está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
• espera-se que seja realizado até 12 meses após a data do balanço; ou
• é caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para liquidação 
de passivo se encontre vedada durante pelo menos 12 meses após a data do 
balanço.
O ativo inclui itens que são vendidos, consumidos ou realizados como parte 
de um ciclo operacional normal. Por exemplo: estoque e contas a receber.
2.1.2 Ativo não circulante
É composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e 
intangível. Apesar de não constar no novo texto da Lei das Sociedades por Ações - 
LSA, para efeito didático, agrupamos “investimentos, imobilizado e intangível” como 
ativo permanente, inclusive por ainda estar sendo utilizado na publicação de balanços 
por algumas companhias de capital aberto e no envio de informações financeiras 
para publicação no site da CVM. Alguns autores ainda mantêm este agrupamento em 
suas obras (ASSAF NETO, 2010; IUDÍCIBUS, 2009). (SILVA, 2012).
2.1.3 Ativo realizável a longo prazo
São os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte. Não 
constituem negócios usuais na exploração do objeto da companhia, tais como: 
derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou 
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia.
13
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
2.1.4 Investimentos (Ativo Permanente)
É considerado permanente quando é dirigido para produzir benefícios à 
investidora mediante sua participação nos resultados das investidas, ou para 
obter bons relacionamentos com fornecedores e clientes, ou para investigação 
pura e simples sem nenhum prazo definido (como terrenos, obras de arte etc. 
que não são destinados à atividade da empresa). Ou seja, que não se destinem à 
manutenção da atividade da companhia ou empresa.
2.1.5 Imobilizado (Ativo Permanente)
Segundo Assaf Neto (2012), o Imobilizado é avaliado pelo custo de aquisição. 
Os sujeitos a perda de valor por causa do tempo, do obsoletismo, do uso, da 
legislação, do consumo etc., são periodicamente baixados (e isso abrange 
quase todos eles). Conforme os bens a que se refiram, essas baixas recebem 
nomes diferentes: depreciações, amortizações ou exaustões, mas significam 
uma só coisa. Representam partes do valor de aquisição consideradas “perdidas” 
(consumidas) e que, portanto, transformam-se em custos ou despesas (serão 
custos, se referirem-se a bens usados na produção).
Saliente-se que essas depreciações, exaustões e amortizações não são 
contabilmente feitas para criar “fundos” para a empresa readquirir esses bens, 
mas para se considerarem pedaços do imobilizado como consumidos e jogá-los 
na apuração do resultado. Isso representa, se as receitas os cobrirem, que os 
valores investidos estão sendo recuperados. Essas depreciações, amortizações e 
exaustões são recuperações do passado, e não necessariamente constituição de 
fundos para reimobilização. 
Da mesma forma que o recebimento em devolução do principal que se 
empresta a terceiros não é receita, também a recuperação do valor originalmente 
aplicado no imobilizado não é lucro. O fato de se efetuar a depreciação não 
significa automaticamente que a empresa possui disponibilidades ou que terá 
recursos suficientes quando da baixa dos bens depreciados.
2.1.6 Intangível (Ativo permanente)
São classificados os bens incorpóreos destinados à manutenção da empresa 
ou que tenham essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido (goodwill). 
Para ser considerado nesse subgrupo, é necessário que, além de incorpóreo, 
14
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
seja reparável, ou seja, que possa ser vendido, transferido, licenciado, alugado, 
trocado, em conjunto ou individual.
2.1.7 Diferido (Ativo Permanente)
Nesse subgrupo eram classificados as despesas pré-operacionais e os 
gastos de reestruturação que contribuiriam, efetivamente, para o aumento do 
resultado de mais de um exercício social e que não configuravam tão somente uma 
redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional. O subgrupo diferido foi 
extinto pela Lei nº 11.941/09 (MP nº 449/08), dessa forma, a partir de 5/12/2008 
não é mais admitido que os gastos das entidades em sua fase pré-operacional 
sejam registrados em contas desse subgrupo patrimonial, devendo eles serem 
registrados diretamente no resultado como despesa do período (SILVA, 2012).
2.2 Passivo
Passivo é uma obrigação financeira, resultante de eventos que já ocorreram, 
cuja liquidação espera-se que gere benefícios econômicos. As contas são 
classificadas em ordem decrescente do grau de exigibilidade dos elementos nela 
registrados.
2.2.1 Passivo circulante
O Passivo só pode ser classificado como circulante se encaixar-se nos 
seguintescritérios (CPC 26, itens 69 e 70):
• estima-se que seja liquidado dentro do ciclo operacional normal da empresa;
• tem a finalidade de ser negociado;
• precisa ser liquidado em até 12 meses após a data do balanço; ou
• a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo 
durante pelo menos 12 meses após a data do balanço (SILVA, 2012).
Alguns passivos circulantes, como contas a pagar, gastos com empregados e 
outros custos operacionais, são classificados como passivos circulantes, mesmo 
que estejam para ser liquidados no prazo de 12 meses após a data do balanço.
15
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
2.2.2 Passivo não circulante
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. 
Lembrando que na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação terá por base o prazo desse 
ciclo (SILVA, 2012).
2.2.3 Resultados de exercícios futuros
São classificados como valores recebidos líquidos, em que a companhia não 
tem obrigação. Por exemplo: aluguéis recebidos antecipadamente. Neste grupo 
não podem estar contidos adiantamentos de mercadorias ou serviços, porque 
são valores recebidos que representam obrigação da empresa, pois podem vir a 
representar gastos, e não devem constar em exercícios futuros.
2.3 Patrimônio Líquido
Representa os valores aplicados no empreendimento, que constitui o valor 
residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
2.3.1 Capital social
Discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não 
realizada (SILVA, 2012).
2.3.2 Reservas de Capital
É formada por valores recebidos pela empresa, dos sócios ou de terceiros. 
Esses resultados não transitarão pelo seu resultado, porque não se referem a 
prestação de serviços ou a venda de produtos pela companhia. Assim, são 
classificados como “ágio”, pois são valores recebidos para aumento de capital. 
Também são incluídos nesse grupo os incentivos fiscais do Governo, como: 
devolução de impostos para reflorestamento, importâncias recebidas que se 
destinam ao aumento de capacidade produtiva, como no caso de alguns estados 
onde o ICMS é devolvido para esta finalidade. Ou em alguns casos quando a 
prefeitura doa terrenos para fixar empresas em seus municípios.
16
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
2.3.3 Reservas de reavaliação
A reserva de reavaliação é usada quando algum ativo da empresa, por função do 
comportamento do mercado/inflação, fica defasado de seu valor. Para esses casos, 
a legislação permite que esses ativos tenham seus custos atualizados para chegar 
ao valor de mercado. Essa atribuição de valor é considerada reserva de reavaliação.
2.3.4 Reservas de lucros
São os lucros gerados pela empresa, transitados pelos seus resultados e 
retidos por vários motivos. Para Assaf Neto (2012), a reserva legal é a parcela 
que a legislação impede que seja distribuída. As reservas estatutárias são criadas 
pelos estatutos das companhias, para destinação de uma parcela dos lucros 
para alguma finalidade definida no estatuto. As reservas para contingências 
dizem respeito a lucros retidos para fazer face a possíveis perdas que podem 
ocorrer no futuro, em função de fatos geradores ainda não acontecidos, como 
eventuais perdas de safras por problemas climáticos, perda de estoques por 
possíveis enchentes ou saques ou perdas de contrato em vigor; se essas perdas 
efetivamente ocorrerem, serão consideradas prejuízos no exercício em que se 
efetivarem, e essas reservas retornarão a lucros ou prejuízos acumulados para a 
compensação com tais prejuízos.
Reservas de lucro a realizar significa transformar em dinheiro. Por não 
terem sido transformados em dinheiro ainda, podendo ficar retidos até a sua 
monetarização. As reservas de expansão, segundo Assaf Neto (2012), são 
retenções não legais nem estatutárias, definidas por decisão em assembleia ou 
deliberação do órgão próprio se não sociedade anônima. 
2.3.5 Lucros ou Prejuízos acumulados
São parte das reservas de lucro que ainda não tiveram seu destino final 
determinado. A legislação obriga as sociedades anônimas a darem destinação ao 
seu resultado e a contabilizá-lo no final de cada exercício. É obrigatório que já 
esteja registrado no balanço o que se pretende reter e o que se pretende distribuir.
17
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
3 Demonstração das Mutações 
Patrimoniais
Esta demonstração não é obrigatória, somente a demonstração de 
lucros e prejuízos acumulados é obrigatória legalmente. Conforme Assaf 
Neto (2012, p. 92), compõe-se basicamente dos seguintes dados:
Demonstração não é 
obrigatória, somente 
a demonstração de 
lucros e prejuízos 
acumulados 
é obrigatória 
legalmente.
QUADRO 3 – DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
Saldo Anterior
(+-) Ajustes de Exercícios Anteriores
(-) Dividendos Extraordinários
(-) Incorporação ao Capital
Lucro Líquido do Exercício
(-) Transferência para Reserva Legal
(-) Idem para Outras Reservas de Lucros
(-) Dividendos Propostos
Saldo Final
FONTE: Assaf Neto (2012)
A demonstração das mutações patrimoniais é uma concordância entre os 
saldos iniciais e finais de todas as contas que compõem o patrimônio líquido.
3.1 Ajustes de Exercícios 
Anteriores
De acordo com nossa legislação, cabe um pequeno comentário sobre certos 
ajustes que não afetam o lucro ou prejuízo do exercício. Podendo ser resumidos 
em duas hipóteses:
A. Erros cometidos no passado
 São considerados os erros que de forma alguma deveriam ter acontecido. Por 
exemplo: erro na contagem de estoque, erro na provisão de imposto de renda 
etc. Resultando no ativo circulante, e, em contrapartida, diretamente em lucros 
ou prejuízos acumulados sob a denominação de ajustes de exercícios anteriores.
B. Mudanças de critérios contábeis
 A empresa pode mudar o critério contábil, por exemplo: alterar a forma de 
avaliar seus estoques do Peps para o Preço Médio. Se essa mudança for de 
exclusiva vontade da empresa, o acerto relativo ao estoque inicial devido à 
mudança de critério é considerado ajuste de exercício anterior.
18
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
3.2 Dividendos Extraordinários
São aqueles que a empresa, deliberadamente, decide distribuir a seus 
acionistas. São relativos a lucros obtidos no passado ou durante o próprio 
exercício social. Podem ser chamados de “bonificações em dinheiro”.
3.2.1 Destinação do lucro líquido
Toda sociedade por ações é obrigada a apresentar em suas demonstrações 
a destinação do seu lucro líquido, informando as parcelas que ficarem retidas em 
lucros acumulados ou reservas de lucros, e também as que devem ser pagas em 
dividendos. 
Caso haja prejuízo no exercício, deve ser jogado contra lucros e prejuízos 
acumulados.
QUADRO 4 – ESTRUTURA DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO
Demonstração do Resultado do Exercício
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS
(-) Impostos, devoluções e descontos sobre vendas e serviços.
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS
(-) Custo das mercadorias vendidas e serviços prestados.
LUCRO BRUTO
RECEITAS DESPESAS OPERACIONAIS
(-) Com vendas
(-) Gerais e administrativas
(-) Honorários dos administradores
(-) Depreciação e amortização
4 Demonstração dos 
Resultados do Exercício
Segundo Silva (2012), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
deverá evidenciar a composição do resultado formado num determinado período 
de operações da entidade. Sua apresentação é a seguinte:
19
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
FONTE: Silva (2012, p. 51)
(+/-) Participação em controladas e controlada em conjunto
(+/-) Outras receitas despesas operacionais
LUCRO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADOFINANCEIRO
RESULTADO FINANCEIRO
(+) Receitas financeiras
(-) Despesas financeiras
Lucro do exercício antes do imposto de renda, contribuição social e das participações
Imposto de renda e contribuição social
(-) Corrente
(-) Diferido
Lucro do exercício antes das participações
(-) Participação de acionistas não controladores
Lucro do exercício antes das participações minoritárias
(-) Participações minoritárias
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Lucro líquido do exercício por ação do capital social em circulação no final do exercício
Quantidade de ações do capital social em circulação no final do exercício
4.1 Receita Líquida
Representa a receita da empresa pela venda de seus produtos e serviços. 
4.2 Custos dos Produtos 
e Serviços Vendidos
O custo de produtos e serviços vendidos para empresas comerciais representa 
o custo histórico de aquisição desses bens. Nesses custos são incluídos os gastos 
com colocação de mercadorias à venda, transporte, seguros etc.
20
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Para as indústrias, o custo de produtos vendidos é obtido da seguinte forma: 
soma-se os estoques iniciais com os custos de produção do período, e em seguida 
diminui-se os estoques finais.
Nas empresas de serviço, as regras são as mesmas, mas, teoricamente, é comum 
encontrar empresas que não apuram o custo dos serviços prestados, e tratam esses 
gastos como despesas de exercícios, misturando-se com despesas administrativas. 
Isso, porém, não é tão grave, porque não se tem como estocar serviços. 
4.3 Lucro Bruto – um Caso Especial 
na Construção e Nos Serviços a 
Longo Prazo
É a diferença entre receita líquida e custos dos itens vendidos. Para execução 
de bens e serviços que duram mais de 12 meses, as condições são diferentes.
Nestas, os bens elaborados são estocados, com a agregação no ativo circulante 
dos custos relativos à sua produção, e a receita de venda e, consequentemente, o 
lucro bruto são registrados na entrega ao cliente. Quanto aos bens de fabricação de 
longo prazo (para que não ocorra a apuração exclusiva na entrega após decorridos, 
por exemplo, três anos de fabricação de uma turbina de energia elétrica, para 
então se reconhecer, ao término, o lucro que na realidade foi gerado durante os 
três anos), faz-se algo distinto. À medida que se executa a encomenda, os custos 
são transformados em custos dos produtos elaborados e de forma proporcional é 
apropriada a receita de venda. Assim, não há figura dos produtos em elaboração 
nesse caso, e valores eventualmente recebidos dos clientes a mais do que a 
receita apropriada aparecem como adiantamento no passivo exigível. Já os valores 
apropriados como receita, a mais do que efetivamente recebidos, surgem no ativo 
como a receber dos clientes (ASSAF NETO, 2012).
4.4 LUCRO OPERACIONAL
Lucro operacional, entende-se que é tudo o que é principal ou acessório ao 
principal, em relação às atividades que constituem a empresa. Na prática, tudo 
é considerado operacional. São enquadrados como outras receitas ou despesas 
operacionais os resultados em participações societárias, todas as receitas e 
despesas de natureza financeira.
21
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
Uma despesa financeira líquida é calculada pelas despesas financeiras 
menos as receitas financeiras. Por exemplo, supomos que tenho uma despesa 
financeira de $130.000,00, e uma receita financeira de $25.000,00. Abaixo 
segue o cálculo no qual obtemos uma despesa financeira líquida de $105.000,00 
(130.000,00 – 25.000,00):
Despesas financeiras líquidas:
Despesas financeiras
Receitas financeiras
$130.000,00
$25.000,00
$105.000,00
Se as receitas excederem as despesas, as receitas financeiras tornam-se 
líquidas, classificadas como operacionais.
4.5 Receitas e Despesas Não 
Operacionais
Somente são considerados não operacionais as perdas e ganhos de capital. 
Por exemplo: lucro na venda de um investimento ou prejuízo por um equipamento 
depreciado.
4.6 Provisão Para o Imposto de 
Renda
É obrigatório que o imposto de renda incidente sobre o lucro do exercício 
já esteja diminuído no resultado desse mesmo exercício. É assim que surge a 
provisão de imposto de renda no resultado e no passivo circulante.
4.7 Lucro Real
Segundo Assaf Neto (2012, p. 98), exceto para as pequenas sociedades 
enquadradas em determinadas circunstâncias e valores, o imposto é calculável 
sobre o lucro tributável que recebe o nome de “lucro real”, que é igual ao lucro 
contábil antes do Imposto de Renda, exatamente como mensurado até aqui, 
segundo o Regime de Competência e a legislação vigente, mas com certos 
ajustes. Esses ajustes são feitos em um livro fiscal denominado Livro de apuração 
do Lucro Real (Lalur), que acaba por conciliar o lucro contábil antes do imposto de 
22
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
renda, com a finalidade tributável. Esses ajustes principais são os seguintes, já na 
forma como são tratados nesse mesmo Lalur:
Lucro Contábil antes da provisão para o Imposto de Renda
 (+) Despesas Fiscais não Dedutíveis Fiscalmente
 Despesas com Equivalência Patrimonial
 Exceto de Remuneração dos Administradores
 Despesas de Propaganda Não Pagas
 Amortização de Ágio
 Exceto de Depreciação sobre os Limites de Dados
 Exceto de Despesa com Formação de Provisão para Créditos de 
Liquidação Duvidosa
 Despesas com Provisões não Dedutíveis, como de Garantias, de 
Royalties Não Autorizados etc.
 (-) Receitas Contábeis não Tributáveis:
 Receitas de Equivalência Patrimonial
 Receita de Dividendos
 Amortização de Deságio
 Lucro na Venda Incentivada de Determinados Imóveis etc.
(-) Deduções Relativas a Itens não Tratados como Despesas Contábeis, ou 
Dedutíveis por Valor Superior:
 Incentivo ao Treinamento da Mão de Obra
 Incentivo à Alimentação do Trabalhador
 Incentivo Devido à Exportação etc.
(+) Acréscimos Relativos a Itens não Contábeis:
 Reservas de Reavaliação Realizadas Contra Lucros Acumulados etc.
(-) Deduções Especiais por Diferimento:
 Lucro na Venda a Longo Prazo de Ativo Permanente
(-) Compensação com Prejuízos de Exercícios Anteriores (últimos quatro 
anos, corrigidos)
(=) Lucro Real do Exercício
Pelos exemplos apresentados, vê-se que muitas vezes os ajustes são em 
grande quantidade. E o imposto incide sobre esse valor final de lucro real (ASSAF 
NETO, 2012).
4.8 Lucro Líquido do Exercício
Resulta na diminuição do lucro após o Imposto de Renda, de participações 
devidas a empregados, a debenturistas, a administradores etc., ou seja, direitos 
que certas pessoas têm de receber participações no lucro, mesmo não sendo 
acionistas. A legislação determina que seja transferido para a conta de lucros ou 
prejuízos acumulados o Resultado Líquido.
23
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
5 Demonstração Dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 
permite mostrar claramente o resultado do período, sendo sua 
movimentação e distribuição classificadas no saldo da conta de Lucros e 
Prejuízos Acumulados.
Conforme o artigo 274 do RIR/99, a DLPA é obrigatória para 
empresas limitadas e outros tipos de sociedade, que apurem o Imposto 
de Renda pelo Lucro Real. As Demonstrações de Lucros e Prejuízos 
deverão conter:
•	o saldo no início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção 
monetária do saldo inicial;
•	as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
•	as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros 
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período (SILVA, 2012).
De acordo com a lei das Sociedades por Ações – LSA, a Demonstração de 
Lucros ou Prejuízos Acumulados ao final de cada exercício socialnão poderá 
apresentar saldo positivo.
6 Demonstração Das Mutações do 
Patrimônio Líquido (Dmpl)
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) tem por 
objetivo trazer informações que ajudem a complementar os demais dados 
constantes no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultado de 
Exercício. Tais informações ajudam a detalhar as modificações ocorridas 
durante um exercício social, como no Capital Social, Reservas e Lucros ou 
Prejuízos Acumulados.
A publicação é obrigatória para companhias abertas, porém muitas 
empresas, mesmo não obrigadas, têm optado por substituir a DLPA pela 
DMPL, pois ela possibilita uma melhor compreensão dos fatos ocorridos, 
indicando claramente a formação e utilização de todas as reservas. 
A Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos 
Acumulados 
(DLPA) permite 
mostrar claramente 
o resultado do 
período, sendo 
sua movimentação 
e distribuição 
classificadas no 
saldo da conta de 
Lucros e Prejuízos 
Acumulados.
24
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
7 Demonstração Dos 
Fluxos de Caixa
No Brasil, a partir de 2008, a Demonstração de Fluxo de Caixa 
passou a ser obrigatória para as empresas de grande porte e 
sociedades anônimas. 
De acordo com Silva (2012), as companhias fechadas com patrimônio 
líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de 
reais), não serão obrigadas à elaboração e publicação da DFC.
A Demonstração do Fluxo de Caixa deve segregar as alterações ocorridas no 
exercício em, no mínimo, três fluxos de atividade:
• Atividades Operacionais – É a principal atividade que gera receita na empresa 
e atividades diferentes de financiamento e investimento.
• Atividades de Investimento – É referente à venda e aquisição de ativos a longo 
prazo e de outros investimentos que não constam no equivalente de caixa.
• Atividades de Financiamento – São classificadas como atividade operacional, 
que resultam em mudança no tamanho e na composição do capital próprio e 
no endividamento da entidade.
7.1 A Necessidade Da DFC
O que tem levado muitas empresas ao processo de falência é a falta de 
geração de caixa em quantidade suficiente para financiar suas operações. Isso 
quer dizer que nem sempre uma empresa consegue gerar caixa suficiente, 
mesmo sendo lucrativa.
A empresa que mantém continuamente atualizado o seu fluxo de caixa 
ajuda em uma melhor elaboração do planejamento financeiro, propiciando que no 
momento certo a organização possa contrair empréstimos para cobrir a falta de 
fundos ou aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro, proporcionando 
maior rendimento à empresa.
Informações históricas dos fluxos de caixa são frequentemente usadas como 
indicador do valor, época e grau de segurança dos fluxos de caixa futuros. Também 
“são úteis para verificar a exatidão das avaliações feitas no passado, dos fluxos de 
caixa futuros, assim como para examinar a relação entre a lucratividade e os fluxos 
de caixa líquidos e o impacto de variações de preço” (SILVA, 2012, p. 56).
Demonstração de 
Fluxo de Caixa 
passou a ser 
obrigatória para 
as empresas 
de grande porte 
e sociedades 
anônimas.
25
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
7.2 Métodos de Elaboração 
da DFC
É o único demonstrativo elaborado com base em regime de caixa, os outros 
são de acordo com o Princípio da Competência de Exercício.
A Demonstração de Fluxo de Caixa deve apresentar o fluxo de caixa e 
equivalentes de caixa, de financiamento e de investimentos e seu efeito líquido 
sobre os saldos de caixa, em determinado período. Podendo ser obtida de forma 
direta ou indireta. 
7.2.1 Método Direto
São apresentados os fluxos por seus valores brutos, facilitando a visualização 
e compreensão do fluxo financeiro, apresentando os pagamentos e recebimentos 
resultantes das atividades operacionais, ajudando na avaliação do comportamento 
do seu nível de solvência.
7.2.2 Método Indireto
A demonstração dos recursos gerados pela empresa é feita através da 
concordância do Resultado Líquido do Exercício com a variação do caixa. Para 
compor esta relação, são aplicados os seguintes ajustes: 
- Expurgo dos efeitos das transações incluídas na 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) que não 
afetaram o caixa, por exemplo, Depreciação, Resultados de 
Equivalência Patrimonial e Imposto de Renda Diferido; e
- Expurgo das variações dos ativos e passivos por representarem 
valores relativos às transações de caixa decorridas antes ou 
após o período de apuração do resultado (SILVA, 2012, p. 57).
7.3 Modelos de DFC
Os modelos de Demonstração de Fluxo de Caixa a seguir são demonstrações 
de uma empresa que não é uma instituição financeira.
26
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
QUADRO 5 – MODELO DE DFC - MÉTODO DIRETO
QUADRO 6 – MODELO DE DFC - MÉTODO INDIRETO
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto 20X2
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Recebimento de clientes
Pagamentos a fornecedores e empregados
Caixa gerado pelas operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada X líquido do caixa incluído na aquisição
Compra de ativo imobilizado 
Recebido pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido usado nas atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebido pela emissão de ações
Recebido por empréstimo a longo prazo
Pagamento de passivo por arrendamento
Dividendos pagos
Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa
Caixa e equivalente de caixa no início do período
Caixa e equivalente de caixa no fim do período
30.150
_____(27.600)
2.550
(270)
(800)
_______(100)
1.380
(550)
(350)
20
200
________200
(480)
250
250
(90)
______(1.200)
(790)
110
120
230
FONTE: Silva (2012, p. 51)
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto 20X2
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social
Ajustes por:
Depreciação
Perda cambial
Renda de Investimentos
Despesas de Juros
Aumentos nas contas a receber de clientes e outros
Diminuição nos estoques
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores
3.350
450
40
(500)
_________400
_______3.740
(500)
1.050
______(1.740)
27
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
FONTE: Silva (2012, p. 51)
Caixa proveniente das operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição de controlada X menos caixa líquido incluído na aquisição
Compra de ativo imobilizado
Recebimento pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido usado nas atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações
Recebimento por empréstimos a longo prazo
Pagamento de obrigações por arrendamento
Dividendos pagos
Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa no fim do período
2.550
(270)
(800)
_______(100)
(1.380)
(550)
(350)
20
200
________200
(480)
250
250
(90)
______(1.200)
(790)
110
120
230
8 Demonstração do Valor 
Adicionado
A partir de 2008, a Demonstração de Valor Adicionado passa a ser obrigatória 
para as empresas anônimas de capital aberto,devendo declarar o capital gerado 
pela companhia e sua distribuição entre acionistas, financiadores, empregados, 
governo e outros, que contribuíram para gerar esse capital.
A LSA não detalha os itens que deverão compor este novo demonstrativo 
contábil. Por sua vez, o CPC 09 determina que a distribuição da riqueza criada deve 
ser detalhada, minimamente, da seguinte forma, conforme Silva (2012, p. 62):
a) Pessoal e encargos.
b) Impostos, taxas e contribuições.
c) Juros e aluguéis.
d) Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos.
e) Lucros retidos/prejuízos do exercício.
28
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Atividade de Estudos:
 1) Conceitue Lucro Operacional.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 2) Conceitue passivo e comente sobre qual é a sua ordem de 
classificação.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
9 Algumas Considerações
O cenário atual das organizações é competitivo e exige respostas rápidas e 
eficazes. A análise de demonstrativos é um dos mais importantes instrumentos 
para o empresário, por antecipar as necessidades das empresas. Através desse 
instrumento podemos perceber como as decisões refletem nos resultados das 
empresas e, consequentemente, no seu caixa. Essas análises facilitam a tomada 
de decisões pelo empresário, através do planejamento e controle dos recursos 
financeiros, aumento ou queda nas entradas e saídas de caixa, visualizar as 
necessidades de capital de giro.
A maioria das empresas possui algum tipo de controle, como balanço 
patrimonial e demonstrativos de resultado. Todavia, apesar de ter seu uso 
incentivado, ainda é pouco utilizado nas empresas como instrumento de 
planejamento e orçamento.
29
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
Através dessas demonstrações financeiras, qualquer organização pode 
planejar seu futuro, elaborar seu orçamento, rever as finanças e ajustá-las quando 
necessário, podendo rever seus orçamentos conforme forem acontecendo.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2012. 762 p., il.
GROPPELLI, Angelico A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2002. xv, 496 p, il. (Essencial).
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER, Aderbal 
Nicolas. Auditoria das organizações: metodologias alternativas ao planejamento 
e a operacionalização dos métodos e das técnicas. São Paulo: Atlas, 2001.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem gerencial. 7. ed. de acordo com as Leis n. 11.638 e 11.941. São 
Paulo: Atlas, 2010.
MORANTE, Antonio Salvador. Contabilidade: noções para análise de resultados 
e balanço patrimonial da empresa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MÜLLER, Aderbal Nicolas. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. ampl. e atual conforme Lei nº 11.638/07 e Lei 
nº 11.941/09 e pronunciamentos do CPC. São Paulo: Atlas, 2012.
30
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
CAPÍTULO 2
Uso Dos Demonstrativos 
Financeiros
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Conhecer as características de cada um dos indicadores das demonstrações 
financeiras.
� Usar os demonstrativos financeiros no processo decisório das organizações.
32
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
33
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
1 Contextualização
A análise das demonstrações financeiras desperta enorme interesse tanto 
para os administradores internos de empresa (contabilidade, financeiro), como 
para outros segmentos (setor agrícola ou de mineração, com suas commodities), 
por ser um dos estudos mais importantes da administração financeira.
A seguir será apresentado todo o instrumento básico para análise de 
desempenho geral, identificar resultados retrospectivos e prospectivos, avaliação 
interna e indicadores.
Neste capítulo serão evidenciadas as características legais e econômicas 
brasileiras e sua atuação sobre o processo de análise.
2 Diferenças Absolutas
A diferença absoluta é uma análise que normalmente é a primeira a ser 
feita, através do uso de planilhas eletrônicas, não necessariamente para todas as 
contas ou grupo de contas (SILVA, 2012). Através da análise vertical e horizontal, 
é possível identificar o desempenho da empresa, fazendo comparações de 
períodos diferentes (análise horizontal), quando comparamos um ano com outro. 
No entanto, também podem ocorrer comparações dentro do mesmo período 
(análise vertical), quando comparamos uma conta com outra (por exemplo, 
quando comparamos o valor da conta do passivo com a do ativo).
3 Análise Horizontal
Na análise horizontal é possível acompanhar a evolução de uma conta ou 
de um grupo de contas em períodos consecutivos. Esta análise é importante 
para se construir uma série histórica, pois essencialmente trabalha com efeitos 
e dificilmente revela as causas das mudanças, e fundamentalmente ajuda no 
estudo de tendências. Através dela é possível a avaliação de vários itens de cada 
demonstração financeira em intervalos consecutivos de tempo. Por exemplo, a 
venda de um determinado produto nos últimos três anos é facilmente avaliada e 
interpretada mediante o estudo da análise horizontal.
Como exemplo, veja abaixo a evolução de vendas e lucro bruto de uma 
companhia de bebidas e refrigerantes, conforme demonstrações nos exercícios.
34
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DAS VENDAS
QUADRO 2 – VENDAS DA EMPRESA
FONTE: Assaf Neto (2012)
FONTE: Assaf Neto (2012)
31-1-X0 ($ MIL) 31-1-X1 ($ MIL) 31-1-X2 ($ MIL)
Vendas Líquidas 8.087 9.865 11.572
Lucro Bruto 2.512 2.982 3.612
Relacionando cada resultado obtido em determinada data com o analisado 
em data anterior, escolhido como data-base e multiplicando por 100. Considerando 
31-1-X0 como data-base, temos o seguinte progresso dos resultados.
Para Assaf Neto (2012, p.105), tomando-se como base a data de 31-1-X0, as 
vendas da empresa apresentaram número-índice de 122,0 [($ 9.865/$ 8.087)] em 
31-1-X1, e de 143,1 [($ 11.572/$ 8.087) x 100] em 31-1-X2.
31-1-X0
($ MIL)
AH (Nº
ÍNDICE
31-1-X1
($ MIL)
AH (Nº
ÍNDICE
31-1-X2
($ MIL)
AH (Nº
ÍNDICE
Vendas Líquidas 8.087 100,0(Base) 9.865 122,0 11.572 143,1
Lucro Bruto 2.512 100,0(Base) 2.982 118,7 3.612 143,8
As receitas operacionais líquidas cresceram 1,22 vez e 1,43 vez em 31-1-X1 
e 31-1-X2, respectivamente, tomando como base os valores de 31-1-X0.
Analisando os valores indicados, vemos que o desempenho da empresa 
em 31-1-X1 esteve aquém do apresentado em 31-1-X2. O crescimento do custo 
de produção foi maior que suas receitas e o lucro bruto absorvendo parte dessa 
diferença. A situação se inverte em 31-1-X2, observa-se a evoluçãomaior do lucro 
bruto em relação às receitas operacionais.
Tomando-se como base 31-1-X1, o crescimento desses valores ratifica essa 
colocação, tendo as vendas líquidas crescido 1,17 vez e o lucro bruto 1,21 vez.
Importante salientar que os valores estejam convertidos em moedas de igual 
capacidade de compra, para que sejam apuradas as evoluções reais.
4 Análise Vertical
A análise vertical verifica a estrutura das demonstrações, 
permitindo a identificação de uma conta dentro do conjunto no Balanço 
Patrimonial ou na Demonstração do Resultado.
A análise vertical 
verifica a estrutura 
das demonstrações, 
permitindo a 
identificação de uma 
conta dentro do conjunto 
no Balanço Patrimonial 
ou na Demonstração do 
Resultado.
35
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
FONTE: Assaf Neto (2012)
Por exemplo, tomando como base os valores dos ativos e passivos de cada 
final de exercício social de X0, X1 e X2 da S.A. Siderúrgica, nesta análise vertical, 
verifica-se facilmente o ativo e passivo da empresa, complementando a análise 
horizontal vista anteriormente.
QUADRO 3 – ANÁLISE VERTICAL
31-12-X0
($)
AV
(%)
31-12-X1
($)
AV
(%)
31-12-X2
($)
AV
(%)
Ativo Circulante 4.585 50 3.922 46 3.732 44
Realizável a Longo Prazo 739 8 872 10 952 11
Ativo Permanente 3.936 42 3.783 44 3.826 45
Ativo/Passivo Total 9.260 100 8.577 100 8.510 100
Passivo Circulante 4.012 43 3.624 42 3.917 46
Exigível a Longo Prazo 2.102 23 2.031 24 1.629 19
Patrimônio Líquido 3.147 34 2.923 34 2.964 35
Verificando o ativo total da empresa, podemos observar que houve um 
decréscimo dos investimentos de curto prazo, iniciando com 50% em X0, passando 
para 46% em X1 e depois para 44% em X2. De acordo com Assaf Neto (2012, p. 
111), “evidencia-se mediante esses resultados, maior preferência (ou necessidade) 
da empresa por ativos a longo prazo em detrimento dos de curto prazo”.
A análise vertical permite visualizar, dando mais ênfase em recursos próprios 
(patrimônio líquido) em relação aos recursos de terceiros (exigível a longo prazo).
Levando em conta a diferença de índices de inflação, é preciso tomar grande 
cuidado na análise vertical, tendo em vista que a inflação tende a prejudicar a 
comparação dos balanços sucessivos.
5 Análise Horizontal e Vertical do 
Balanço Patrimonial
A seguir veremos alguns aspectos que podemos observar na análise 
horizontal e vertical dos grupos patrimoniais e principais grupos de contas. A partir 
dessa análise, poderão ser avaliados os demais indicadores, ciclo operacional ou 
atividade, liquidez, estrutura de capital e rentabilidade.
Apresentaremos a extração dos percentuais que comporão a análise 
horizontal e vertical das contas do Ativo (SILVA, 2012).
Análise horizontal e vertical do Balanço Patrimonial (Ativo) da Cia. Lucro 
Certo (SILVA, 2012):
36
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
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37
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
5.1 Ativo Circulante (AC)
Deve ser comparado com os percentuais de variação (horizontal) do Ativo 
não Circulante/Realizável a Longo Prazo (RLP) com as variações identificadas 
no Ativo Circulante (AC).
Uma companhia que tem a RLP superior ao AC pode ter problemas com 
liquidez. Também é importante verificar o circulante e o realizável a longo 
prazo (análise vertical), porque se houver aumento nas contas a receber e nos 
estoques, pode comprometer a liquidez imediata e seca.
• Contas a receber a curto prazo: Deve ser observada a evolução dessas 
contas, comparando-as com as de períodos anteriores. Qualquer mudança 
pode revelar, por exemplo, mudança na política de vendas a prazo. Também 
deve ser observado se o saldo de contas a receber acompanha a taxa de 
crescimento de vendas (DRE), podendo identificar mudanças na política de 
prazos concedidos.
• Estoques: Ao analisar os estoques, é preciso estar atento aos seguintes 
itens: Giro de Estoques e Índice de liquidez Seca. Se uma empresa tem 
boa Liquidez Corrente e tiver uma baixa rotação do estoque, pode ter sérios 
problemas, por isso é importante analisar a Liquidez Seca, para se garantir 
que não há algum desvio no indicador da empresa em relação a seu índice 
de liquidez seca. Se uma empresa apresenta o estoque muito alto comparado 
com as outras contas, isso pode significar excesso de compra ou produção 
ou estoque de itens obsoletos.
5.2 Ativo Não Circulante – 
Realizável a Longo Prazo (RLP)
Para Silva (2012, p. 122), “quando o saldo das contas que compõem este 
grupo patrimonial aumenta de um exercício para outro, pode estar apresentando a 
transferência de recursos do curto prazo, e, quando diminui, representa remessas 
para o curto prazo”. Seu aumento pode decorrer também do aumento das vendas 
a prazo, do aumento dos prazos concedidos ou do baixo giro (ineficácia) da 
carteira de cobrança. Na redução, raciocina-se de forma inversa.
38
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
5.3 Ativo Não Circulante – 
Permanente (AP)
Deve ser verificado junto com o Passivo Não circulante/Exigível a Longo 
Prazo e o Patrimônio Líquido, por meio da análise da estrutura de capital. É 
possível também identificar quanto dos recursos não correntes da empresa será 
aplicado no AP, por meio da análise do grau de imobilização. Se uma empresa 
investe muito no AP, mais ela fica dependente do capital de terceiros para o seu 
capital de giro.
5.4 Passivo Circulante (PC)
As modificações encontradas no PC devem ser comparadas com os 
percentuais de variação (horizontal e vertical) do Passivo não Circulante/Exigível 
a Longo Prazo (ELP).
5.5 Passivo Não Circulante – 
Exigível A Longo Prazo (ELP)
Caso o ELP apresente aumento no saldo das contas de um exercício para 
outro, pode ser derivado de novos recursos de longo prazo e sua diminuição 
na reclassificação de valores para o curto prazo. Uma empresa que tem o ELP 
alto, significa que obtém financiamentos de longo prazo, os quais deverão ser 
identificados como: aquisição de máquinas ou equipamento ou renovação da frota, 
projeto de ampliação das instalações, ou seja, imobilizações (Ativo Permanente). 
Para conhecer a natureza das dívidas, o analista deverá ser criterioso, e procurar 
identificar as contas que compõem este grupo através da análise vertical.
5.6 Patrimônio Líquido (PL)
O PL pode ser identificado na evolução de seus saldos de Contas (PL), e 
também no referido grupo patrimonial, através da Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido (DMPL), na qual podem ser identificadas alterações dentro 
do exercício social nas contas do PL. A DMPL é indispensável na análise da 
evolução do PL, por trazer informações que complementam a Demonstração de 
Resultado e no Balanço Patrimonial. O crescimento do PL de um exercício para 
39
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
outro é um indicativo positivo na análise econômica. Quanto maior a participação 
do PL for nas fontes de recursos, menos a empresa será dependente de capital 
de terceiros.
6 Análise Horizontal e Vertical da 
Demonstração do Resultado do 
Exercício
A análise deve iniciar com a observação do progresso do comportamento 
das principais contas da Demonstração de Resultado e também dos indicadores a 
ela relacionados. Devem ser considerados, na análise vertical da DRE, o aumento 
das receitas e o controle sobre custos e despesas, descontando a inflação do 
período.
Para Silva (2012, p. 124), o analista deve estar bastante atento ao nível de 
variação horizontal no volume de faturamento bruto, pois é necessária extrema 
cautela para extrair conclusões quando ocorrer uma variação brusca das vendas 
e não houver proporcionalidade com a evolução dos custos e despesas.
Veja a seguir a Análise horizontal e vertical da Demonstração do Resultado 
do Exercício da Cia. Lucro Certo (SILVA, 2012):
40
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
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41
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
6.1 Receita Bruta
Busca identificar os motivos que determinam seu crescimento ou queda, 
através da análise da receita bruta ao longo dos períodos e a sua evolução. 
Podendo identificar, por exemplo, novos produtos, novos mercados, aumento 
considerável no volume de vendas ou dos preços das mercadorias, perda de 
grandes clientes, fechamentos de filiais, sinistros, etc.
6.2 Custo Dos Produtos Vendidos
Busca verificar se a empresa se manteve no mesmo nível dos custos em 
relação à sua receita bruta (análise vertical). Caso haja variações, o analista deve 
identificar quais as possíveis causas determinantes, por exemplo, uma empresa que 
tenha um faturamento aumentado e custos reduzidos significa que está sendo bem 
administrada, significando ainda que na aquisição de matéria-prima, mercadorias 
para revenda e demais custos foram devidamente considerados pela boa gestão.
6.3 Lucro Bruto
Através das ocorrências verificadas na Receita Bruta e Custos dos Produtos 
Vendidos, poderá ser analisado o lucro bruto.
6.4 Despesas Operacionais
O analista deve verificar as variações ocorridas nas principais contas 
demonstradas, pois as despesas operacionais revelam de forma direta a 
preocupação da empresa em lidar com a gestão dos negócios. Normalmente é 
nesse grupo de contas que verificamos a capacidade dos administradores em 
promover os saneamentos porventura necessários.
6.5 Lucro Operacional
O Lucro operacional, segundo Silva (2012, p. 126), “é o resultado das políticas 
de vendas, de custos e de controle das despesas, demonstrados nos itens 
anteriores”. É interessante a análise do Lucro Operacional expurgando os efeitos 
das Receitas e Despesas Financeiras, já que uma empresa pode possuir uma 
42
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
forte lucratividade operacional e, ao finalizar a apuração do resultado, apresentar 
uma forte redução no seu lucro líquido, ou até mesmo findar o exercício com 
prejuízos em decorrência da má gestão dos seus custos operacionais, inclusive 
dos encargos financeiros. Junto com a análise do Lucro Operacional, o analista 
deve avaliar também a capacidade da empresa em gerar caixa, através da análise 
EBITDA, cuja apuração será abordada mais à frente. Além dessa providência, 
poderá proceder à reclassificação das contas que compõem a DRE, de forma a 
melhor identificar os elementos acima descritos.
O acrônimo EBITDA significa Lucros antes de Juros, Impostos, 
Depreciação e Amortização, que é a tradução da expressão em 
inglês Earnings before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization.
O cálculo do EBITDA permite conhecer quanto a companhia 
está gerando de caixa com base exclusivamente em suas atividades 
operacionais, desconsiderando os impactos financeiros e dos 
impostos.
Fonte: Disponível em: <https://www.dicionariofinanceiro.
com/ebitda/>. Acesso em: 13 ago. 2018.
6.6 Receitas e Despesas Financeiras
É bastante acentuada nas empresas com problemas de capital de giro 
próprio, por refletir a política de captação de recursos junto a terceiros. 
6.7 Lucro Líquido
Aqui se encontra o principal elemento para avaliar o nível de rentabilidade 
da companhia, realizando comparações entre o Ativo Total, Patrimônio Líquido e 
Vendas Líquidas. Por exemplo, analisar a rentabilidade de uma empresa, sendo a 
rentabilidade adequada e a liquidez não, precisarão ser verificados os quocientes 
de rotatividade, como contas a receber, giro de estoque e fornecedores, e também 
os quocientes de endividamento.
43
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
6.8 Lucros Distribuídos
É opcional, mas também é obrigatória por determinação legal ou estatutária. 
Uma empresa que enfrente dificuldades com seu capital de giro não deveria 
promover distribuição de lucros.
7 Análise Horizontal e Vertical 
da Demonstração dos Fluxos de 
Caixa
Análise horizontal e vertical da demonstração dos fluxos de caixa, 
segundo Silva (2012, p. 127), “evidenciaas alterações ocorridas, durante 
o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, estruturando 
a informação em três fluxos de atividades: atividades operacionais, 
atividades de investimento e atividades de financiamento”.
Através dessa análise será possível:
Horizontalmente
• Verificar o crescimento ao longo do tempo dos componentes que contribuíram 
na geração e desembolsos dos recursos que percorreram na empresa, sejam 
eles consequência de atividade financeira, operacional ou de investimento.
Verticalmente
• Distinguir a participação de cada aplicação de recursos e fonte na estrutura da 
demonstração.
• Identificar a participação de cada elemento em termos percentuais do fluxo 
de geração e aplicação de recursos dentro da estrutura de investimento, 
operacional ou de financiamento.
• Entender as principais variações acontecidas dentro do fluxo de caixa ao longo 
dos exercícios analisados.
Análise horizontal 
e vertical da 
demonstração dos 
fluxos de caixa, 
evidencia as 
alterações ocorridas, 
durante o exercício, 
no saldo de caixa 
e equivalentes de 
caixa.
44
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
8 Análise Horizontal e Vertical 
da Demonstração do Valor 
Adicionado
A demonstração do valor adicionado comprova o valor da riqueza gerada pela 
empresa e sua distribuição entre os elementos responsáveis por tais riquezas, 
como: financiadores, acionistas, empregados, governo e outros.
 
A análise dessa demonstração permitirá identificar:
Horizontalmente
• O desenvolvimento dos elementos geradores de riqueza e sua destinação ao 
longo do tempo.
Verticalmente
• A participação de cada fonte de geração de receita no total de cada exercício.
• A participação dos gastos na compra de insumos de terceiros.
• A participação de outras fontes de recursos, por exemplo, receitas financeiras.
• Os gastos com amortização, depreciação e exaustão.
• O percentual de distribuição do valor adicionado com: impostos, pessoal, taxas 
e contribuições, remuneração de capitais próprios e remuneração de capital de 
terceiros.
9 Análise Através de Índices ou 
Quocientes
Conforme Silva (2012, p. 110), além da análise horizontal e vertical, “faz-se 
necessária apuração de quocientes ou índices que forneçam uma ampla visão 
da situação econômica, financeira e patrimonial da empresa”. A análise deve ser 
realizada através da construção de série histórica de índices, apurados através 
da relação entre contas ou grupos de contas que integram as demonstrações 
contábeis.
 
Na prática, os rendimentos das informações obtidas não são proporcionais à 
quantidade de índices analisados, por isso, o analista deverá ser cuidadoso, não 
se estendendo na análise de muitos índices.
45
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
10 Outras Metodologias 
Complementares
O analista deverá proceder análises sobre a situação financeira através das 
seguintes metodologias:
• Análise da alavancagem.
• Determinação do grau de insolvência, através de modelos estatísticos.
• Análise das necessidades de capital de giro.
• Análise da Demonstração dos Fluxos de Caixa.
• Análise da Demonstração do Valor Adicionado.
• Análise da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
• Análise fundamentalista.
• Análise do Balanço Social.
• Análise de EBITDA.
10.1 Análise Da Alavancagem
De acordo com Silva (2012), através dessa análise é possível determinar o 
resultado do uso de ativos ou fundos a custo fixo para ampliar os retornos dos 
investimentos pelos proprietários e acionistas da empresa, medindo os graus de 
alavancagem operacional, financeira e total.
10.2 Análise Das Necessidades de 
Capital de Giro (Ncg)
Esta análise busca identificar o montante de recursos que a empresa precisa em 
função do seu ciclo financeiro. Permite também identificar a situação financeira da 
empresa, expondo o nível de recursos necessários para manter o giro de negócios.
10.3 Determinação de Grau de 
Insolvência Através de Modelos 
Estatísticos
O estado de insolvência de uma empresa pode ser definido quando os seus 
ativos forem inferiores ao valor dos seus passivos (Passivo a Descoberto), resultando 
na incapacidade de pagar as suas obrigações financeiras na data de seu vencimento.
46
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
10.4 Análise da Demonstração Dos 
Fluxos de Caixa (DFC)
Esta análise permite mostrar a capacidade da empresa em gerar caixa por 
meio de suas atividades operacionais, identificando também como a organização 
está financiando os seus investimentos e necessidades de capital de giro. O 
analista conseguirá perceber, através dos fluxos de caixa financeiros, operacionais 
e de investimento, a competência da empresa no uso dos recursos gerados 
decorrentes das atividades operacionais.
10.5 Análise da Demonstração Das 
Mutações do Patrimônio Líquido 
(DMPL)
Essa análise favorece a compreensão do crescimento do capital próprio 
em determinado período, do status das reservas obrigatórias, da distribuição do 
resultado do exercício, bem como a rentabilidade efetiva dos acionistas, por meio 
de análises vertical e horizontal dos saldos das contas e do total das mutações.
10.6 Análise da Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA)
Através da análise da demonstração do valor adicionado, é possível 
determinar a capacidade da empresa em gerar riqueza. Silva (2012) destaca que 
através da análise da DVA é possível obter:
• O nível de contribuição de uma empresa para a riqueza regional ou setorial.
• Conferir a contribuição da empresa à sociedade em geral por meio de 
pagamento de impostos ao governo. 
• Permitir às empresas determinarem o grau de participação da mão de obra na 
geração de sua riqueza.
As possibilidades de utilização de indicadores são variadas, em que 
destacamos, conforme Silva (2012):
• Utilização do valor adicionado como medida de profundidade (Valor adicionado/
Número de empregados).
47
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
• Quociente entre mão de obra e valor adicionado ou vice-versa.
• Quociente entre valor adicionado e faturamento.
• Quociente entre valor adicionado e ativo total.
• Quociente entre a remuneração do capital e o financiamento do ativo total.
• Quociente entre gastos com pesquisa e desenvolvimento e valor adicionado.
• Quociente entre valor adicionado do ano e do ano anterior.
• Quociente entre gastos com pessoal e valor adicionado.
• Quociente entre gastos com impostos e valor adicionado.
• Quocientes entre gastos com juros e aluguéis e valor adicionado.
• Quocientes de lucros retidos e dividendos e valor adicionado.
10.7 Análise do Balanço Social
Neste relatório são armazenados dados obtidos a partir das demonstrações 
contábeis, um exemplo é a própria DVA.
10.8 Análise Fundamentalista
É um método no qual os alvos são os indicadores de rentabilidade e a 
performance de suas ações no mercado de capitais, é principalmente usada 
pelos analistas do mercado de capitais. A partir da análise histórica é possível 
fazer projeções quanto ao comportamento de preços de ações, estudando as 
particularidades de cada empresa.
O objetivo do analista é dar suporte à tomada de decisão de investidores 
em relação às ações que devem ser vendidas ou compradas, com isso, deverá 
utilizar as demonstrações contábeis da companhia e reunir ao máximo dados 
macroeconômicos e informações setoriais.
Normalmente esta análise é chamada de “Análise Técnica” ou “Análise 
Gráfica”, ou seja, é realizada por meio do estudo de gráficos referentes às 
tendências no volume de ações negociadas e cotação de preços, facilitando ao 
analista determinar, mediante a observação das curvas, suas provisões sobre o 
comportamento futuro dos volumes e preços.
A Teoria de Dow é a principal teoria

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