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ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS E ÍNDICES Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Prof. Dr. Fernando Eduardo Cardoso CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Cristiane Lisandra Danna Norberto Siegel Camila Roczanski Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Bárbara Pricila Franz Marcelo Bucci Revisão de Conteúdo: Bárbara Pricila Franz Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2018 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. C268a Cardoso, Fernando Eduardo Análise de demonstrativos financeiros e índices. / Fernando Eduardo Cardoso. – Indaial: UNIASSELVI, 2018. 110 p.; il. ISBN 978-85-7141-284-2 1. Administração Financeira. – Brasil. 2.Contabilidade. – Bra- sil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 658.1 Impresso por: Sumário APRESENTAÇÃO ..........................................................................05 CAPÍTULO 1 Demonstrativos Financeiros .................................................7 CAPÍTULO 2 Uso Dos Demonstrativos Financeiros ...............................31 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 Padronização dos Demonstrativos Financeiros ..............53 Índices Financeiros: Usos e Tipos de Índices ....................63 Usando Índices Para Analisar o Desempenho Riscos e Retorno da Análise dos Índices ..........................87 e a Qualidade dos Lucros ....................................................73 APRESENTAÇÃO Este caderno de Análise de demonstrativos financeiros e índices aborda um tema muito importante para se analisar a saúde financeira de uma organização. A análise das demonstrações financeiras, bem como seus índices, proporciona e revela o desempenho organizacional diante do mercado e do cenário econômico nos quais a organização está inserida. A análise das demonstrações financeiras proporciona medir a saúde financeira da organização, bem como contribuir com a tomada de decisões dos gestores diante do cenário econômico e do ambiente dinâmico organizacional. Neste contexto, o caderno foi escrito em seis capítulos: O primeiro capítulo trata sobre balanço patrimonial, posteriormente, trata da demonstração das mutações patrimoniais. Na sequência, aborda a demonstração dos resultados do exercício e a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. Também apresenta a demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL), a demonstração dos fluxos de caixa e, por fim, versa sobre a demonstração do valor adicionado. O Capítulo 2 aborda as questões sobre análise vertical e horizontal. Na sequência, descreveremos a análise horizontal e vertical relacionada ao balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração dos fluxos de caixa, demonstração do valor adicionado. Por fim, abordaremos a análise através de índices ou quocientes e analisaremos outras metodologias complementares. No Capítulo 3, abordaremos, inicialmente, padronizações das demonstrações contábeis. Em seguida, trataremos da consolidação das demonstrações contábeis e, por fim, a qualidade das informações contábeis. No Capítulo 4, abordaremos os diagramas de indicadores de desempenho e estudaremos a análise discriminante. O Capítulo 5 aborda os indicadores econômico-financeiros de análise, no qual verificaremos todos os indicadores classificados nas quatro categorias: liquidez e atividade, endividamento e estrutura, rentabilidade e análise de ações. O Capítulo 6 aborda, primeiramente, os diagramas de indicadores de desempenho. Na sequência, o cálculo de retornos esperados de projetos arriscados e, posteriormente, como medir risco e retorno. Por fim, estudaremos a linha de mercado de títulos. CAPÍTULO 1 Demonstrativos Financeiros A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Conhecer os demonstrativos financeiros. � Interpretar os indicadores no dia a dia das organizações. 8 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices 9 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 1 Contextualização Hoje as sociedades por ações precisam elaborar e publicar os seus demonstrativos financeiros, isso é obrigatório. Abaixo segue a lista dos sinônimos e expressões de “demonstrações financeiras” e “demonstrações contábeis”. • Balanço Patrimonial. • Demonstração das Mutações Patrimoniais ou Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados. • Demonstração do Resultado do Exercício. • Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Segundo Assaf Neto (2012, p. 84), além dessas quatro demonstrações, existe a complementação obrigatória por meio de Notas Explicativas e, se for o caso, de “outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”. Para casos excepcionais, não é obrigatório fazer e publicar a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a determinado valor fixado). Caso a empresa seja uma companhia fechada inferior a 20 acionistas, com ações nominativas não conversíveis ao portador e que atenda aos requisitos do artigo 294 dessa mesma Lei das S.A., não é obrigada a publicar nenhuma dessas demonstrações, mas precisa elaborá-las e colocar à disposição de seus acionistas. As sociedades não anônimas são obrigadas a publicar suas demonstrações financeiras. Precisam elaborar as mesmas demonstrações citadas, menos a de Origens e Aplicações de recursos. Já no caso de uma sociedade líder de grupo, é obrigatória a publicação de demonstrações completas, mesmo não sendo uma sociedade de ações. Segundo Assaf Neto (2012, p. 84), “essas demonstrações devem conter os valores respectivos do exercício anterior”. A legislação não fala em valores do exercício passado corrigidos, por isso, praticamente a totalidade das empresas publica os valores do exercício anterior pelos valores representados naquela época. 10 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices 2 Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é composto por bens, direitos e obrigações. Devendo representar a posição financeira da empresa de forma qualitativa e quantitativa. Na sua elaboração, as contas são classificadas como: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. De acordo com Assaf Neto (2012), o Ativo é dividido em três grupos: circulante, realizável a longo prazo e permanente, este último, por sua vez, é subdividido em: investimentos, imobilizado e diferido. O Passivo é também subdividido, em dois grupos: circulante e exigível a longo prazo. E o Patrimônio líquido aparece composto por cinco grupos: capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos acumulados. Conforme abordado, segue o modelo de Balanço Patrimonial: QUADRO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL QUADRO 2 – MODELO DE BALANÇO FONTE: Assaf Neto (2012) O Balanço Patrimonial é composto por bens, direitos e obrigações. Devendo representar a posição financeira da empresa de forma qualitativa e quantitativa. ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Diferido Passivo Circulante Passivo Exigível a Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros Patrimônio LíquidoCapital Reservas de Capital Reservas de Reavaliação Reservas de Lucros Prejuízos Acumulados No quadro a seguir é possível pormenorizar cada grupo. Conforme a legislação, não é obrigatória esta classificação, a descrição pode variar, mas geralmente engloba a maioria das situações (ASSAF NETO, 2012). Ativo Circulante Disponibilidades Caixa Depósitos bancários à vista Aplicações financeiras Passivo Circulante Empréstimos e financiamentos Estrangeiros Nacionais indexados Nacionais prefixados 11 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 FONTE: Assaf Neto (2012) Aplicações financeiras Clientes (-) Duplicatas descontadas Outros créditos (-) Prov. para crédito de liquidação duvidosa Estoques Mercadorias e produtos acabados Produtos em elaboração Matérias-primas e embalagens Materiais de consumo e almoxarifados Despesas antecipadas Ativo Realizável a Longo Prazo Créditos Empréstimos compulsórios Depósitos para incentivos fiscais (-) Provisão para perdas Despesas antecipadas Ativo Permanente Investimentos Em controladas e coligadas Outras participações Outros investimentos (-) Provisão para perdas Imobilizado Terrenos e edificações Máquinas e equipamentos Veículos, móveis e máquinas de es- critório Marcas e patentes Florestamento e reflorestamento (-) Depreciação, amortização e exaustão Imobilizado em construção Diferido Despesas pré-operacionais Outros diferidos (-) Amortizações acumuladas (-) Encargos a apropriar Debêntures Fornecedores Impostos e valores a recolher Outras obrigações a pagar Provisões Imposto de Renda Dividendos propostos Férias Décimo terceiro salário Contingências Passivo Exigível a Longo Prazo Empréstimos e financiamentos Estrangeiros Nacionais Debêntures Outras obrigações e provisões Resultados de Exercícios Futuros Receitas líquidas antecipadas Patrimônio Líquido Capital social integralizado Reservas de capital Reserva de ágio Doações Subvenções para investimento Reservas de reavaliação De ativos próprios De ativos de controladas e coligadas Reservas de lucros Reserva legal Reservas estatutárias Reservas para contingências Reservas de lucros a realizar Reservas para expansão Prejuízos acumulados (-) Ações em tesouraria 2.1 Ativo É um recurso que a companhia usa para classificar seus eventos passados, esperando que eles resultem em futuros benefícios econômicos para a empresa. 12 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices As contas são classificadas em ordem decrescente de grau de liquidez dos componentes que estão registrados. 2.1.1 Ativo Circulante O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfazer qualquer dos seguintes critérios (CPC 26, itens 66 e 68) (SILVA, 2012): • espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade; • está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; • espera-se que seja realizado até 12 meses após a data do balanço; ou • é caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos 12 meses após a data do balanço. O ativo inclui itens que são vendidos, consumidos ou realizados como parte de um ciclo operacional normal. Por exemplo: estoque e contas a receber. 2.1.2 Ativo não circulante É composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Apesar de não constar no novo texto da Lei das Sociedades por Ações - LSA, para efeito didático, agrupamos “investimentos, imobilizado e intangível” como ativo permanente, inclusive por ainda estar sendo utilizado na publicação de balanços por algumas companhias de capital aberto e no envio de informações financeiras para publicação no site da CVM. Alguns autores ainda mantêm este agrupamento em suas obras (ASSAF NETO, 2010; IUDÍCIBUS, 2009). (SILVA, 2012). 2.1.3 Ativo realizável a longo prazo São os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte. Não constituem negócios usuais na exploração do objeto da companhia, tais como: derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia. 13 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 2.1.4 Investimentos (Ativo Permanente) É considerado permanente quando é dirigido para produzir benefícios à investidora mediante sua participação nos resultados das investidas, ou para obter bons relacionamentos com fornecedores e clientes, ou para investigação pura e simples sem nenhum prazo definido (como terrenos, obras de arte etc. que não são destinados à atividade da empresa). Ou seja, que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou empresa. 2.1.5 Imobilizado (Ativo Permanente) Segundo Assaf Neto (2012), o Imobilizado é avaliado pelo custo de aquisição. Os sujeitos a perda de valor por causa do tempo, do obsoletismo, do uso, da legislação, do consumo etc., são periodicamente baixados (e isso abrange quase todos eles). Conforme os bens a que se refiram, essas baixas recebem nomes diferentes: depreciações, amortizações ou exaustões, mas significam uma só coisa. Representam partes do valor de aquisição consideradas “perdidas” (consumidas) e que, portanto, transformam-se em custos ou despesas (serão custos, se referirem-se a bens usados na produção). Saliente-se que essas depreciações, exaustões e amortizações não são contabilmente feitas para criar “fundos” para a empresa readquirir esses bens, mas para se considerarem pedaços do imobilizado como consumidos e jogá-los na apuração do resultado. Isso representa, se as receitas os cobrirem, que os valores investidos estão sendo recuperados. Essas depreciações, amortizações e exaustões são recuperações do passado, e não necessariamente constituição de fundos para reimobilização. Da mesma forma que o recebimento em devolução do principal que se empresta a terceiros não é receita, também a recuperação do valor originalmente aplicado no imobilizado não é lucro. O fato de se efetuar a depreciação não significa automaticamente que a empresa possui disponibilidades ou que terá recursos suficientes quando da baixa dos bens depreciados. 2.1.6 Intangível (Ativo permanente) São classificados os bens incorpóreos destinados à manutenção da empresa ou que tenham essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido (goodwill). Para ser considerado nesse subgrupo, é necessário que, além de incorpóreo, 14 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices seja reparável, ou seja, que possa ser vendido, transferido, licenciado, alugado, trocado, em conjunto ou individual. 2.1.7 Diferido (Ativo Permanente) Nesse subgrupo eram classificados as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuiriam, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social e que não configuravam tão somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional. O subgrupo diferido foi extinto pela Lei nº 11.941/09 (MP nº 449/08), dessa forma, a partir de 5/12/2008 não é mais admitido que os gastos das entidades em sua fase pré-operacional sejam registrados em contas desse subgrupo patrimonial, devendo eles serem registrados diretamente no resultado como despesa do período (SILVA, 2012). 2.2 Passivo Passivo é uma obrigação financeira, resultante de eventos que já ocorreram, cuja liquidação espera-se que gere benefícios econômicos. As contas são classificadas em ordem decrescente do grau de exigibilidade dos elementos nela registrados. 2.2.1 Passivo circulante O Passivo só pode ser classificado como circulante se encaixar-se nos seguintescritérios (CPC 26, itens 69 e 70): • estima-se que seja liquidado dentro do ciclo operacional normal da empresa; • tem a finalidade de ser negociado; • precisa ser liquidado em até 12 meses após a data do balanço; ou • a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos 12 meses após a data do balanço (SILVA, 2012). Alguns passivos circulantes, como contas a pagar, gastos com empregados e outros custos operacionais, são classificados como passivos circulantes, mesmo que estejam para ser liquidados no prazo de 12 meses após a data do balanço. 15 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 2.2.2 Passivo não circulante Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Lembrando que na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação terá por base o prazo desse ciclo (SILVA, 2012). 2.2.3 Resultados de exercícios futuros São classificados como valores recebidos líquidos, em que a companhia não tem obrigação. Por exemplo: aluguéis recebidos antecipadamente. Neste grupo não podem estar contidos adiantamentos de mercadorias ou serviços, porque são valores recebidos que representam obrigação da empresa, pois podem vir a representar gastos, e não devem constar em exercícios futuros. 2.3 Patrimônio Líquido Representa os valores aplicados no empreendimento, que constitui o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. 2.3.1 Capital social Discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada (SILVA, 2012). 2.3.2 Reservas de Capital É formada por valores recebidos pela empresa, dos sócios ou de terceiros. Esses resultados não transitarão pelo seu resultado, porque não se referem a prestação de serviços ou a venda de produtos pela companhia. Assim, são classificados como “ágio”, pois são valores recebidos para aumento de capital. Também são incluídos nesse grupo os incentivos fiscais do Governo, como: devolução de impostos para reflorestamento, importâncias recebidas que se destinam ao aumento de capacidade produtiva, como no caso de alguns estados onde o ICMS é devolvido para esta finalidade. Ou em alguns casos quando a prefeitura doa terrenos para fixar empresas em seus municípios. 16 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices 2.3.3 Reservas de reavaliação A reserva de reavaliação é usada quando algum ativo da empresa, por função do comportamento do mercado/inflação, fica defasado de seu valor. Para esses casos, a legislação permite que esses ativos tenham seus custos atualizados para chegar ao valor de mercado. Essa atribuição de valor é considerada reserva de reavaliação. 2.3.4 Reservas de lucros São os lucros gerados pela empresa, transitados pelos seus resultados e retidos por vários motivos. Para Assaf Neto (2012), a reserva legal é a parcela que a legislação impede que seja distribuída. As reservas estatutárias são criadas pelos estatutos das companhias, para destinação de uma parcela dos lucros para alguma finalidade definida no estatuto. As reservas para contingências dizem respeito a lucros retidos para fazer face a possíveis perdas que podem ocorrer no futuro, em função de fatos geradores ainda não acontecidos, como eventuais perdas de safras por problemas climáticos, perda de estoques por possíveis enchentes ou saques ou perdas de contrato em vigor; se essas perdas efetivamente ocorrerem, serão consideradas prejuízos no exercício em que se efetivarem, e essas reservas retornarão a lucros ou prejuízos acumulados para a compensação com tais prejuízos. Reservas de lucro a realizar significa transformar em dinheiro. Por não terem sido transformados em dinheiro ainda, podendo ficar retidos até a sua monetarização. As reservas de expansão, segundo Assaf Neto (2012), são retenções não legais nem estatutárias, definidas por decisão em assembleia ou deliberação do órgão próprio se não sociedade anônima. 2.3.5 Lucros ou Prejuízos acumulados São parte das reservas de lucro que ainda não tiveram seu destino final determinado. A legislação obriga as sociedades anônimas a darem destinação ao seu resultado e a contabilizá-lo no final de cada exercício. É obrigatório que já esteja registrado no balanço o que se pretende reter e o que se pretende distribuir. 17 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 3 Demonstração das Mutações Patrimoniais Esta demonstração não é obrigatória, somente a demonstração de lucros e prejuízos acumulados é obrigatória legalmente. Conforme Assaf Neto (2012, p. 92), compõe-se basicamente dos seguintes dados: Demonstração não é obrigatória, somente a demonstração de lucros e prejuízos acumulados é obrigatória legalmente. QUADRO 3 – DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS Saldo Anterior (+-) Ajustes de Exercícios Anteriores (-) Dividendos Extraordinários (-) Incorporação ao Capital Lucro Líquido do Exercício (-) Transferência para Reserva Legal (-) Idem para Outras Reservas de Lucros (-) Dividendos Propostos Saldo Final FONTE: Assaf Neto (2012) A demonstração das mutações patrimoniais é uma concordância entre os saldos iniciais e finais de todas as contas que compõem o patrimônio líquido. 3.1 Ajustes de Exercícios Anteriores De acordo com nossa legislação, cabe um pequeno comentário sobre certos ajustes que não afetam o lucro ou prejuízo do exercício. Podendo ser resumidos em duas hipóteses: A. Erros cometidos no passado São considerados os erros que de forma alguma deveriam ter acontecido. Por exemplo: erro na contagem de estoque, erro na provisão de imposto de renda etc. Resultando no ativo circulante, e, em contrapartida, diretamente em lucros ou prejuízos acumulados sob a denominação de ajustes de exercícios anteriores. B. Mudanças de critérios contábeis A empresa pode mudar o critério contábil, por exemplo: alterar a forma de avaliar seus estoques do Peps para o Preço Médio. Se essa mudança for de exclusiva vontade da empresa, o acerto relativo ao estoque inicial devido à mudança de critério é considerado ajuste de exercício anterior. 18 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices 3.2 Dividendos Extraordinários São aqueles que a empresa, deliberadamente, decide distribuir a seus acionistas. São relativos a lucros obtidos no passado ou durante o próprio exercício social. Podem ser chamados de “bonificações em dinheiro”. 3.2.1 Destinação do lucro líquido Toda sociedade por ações é obrigada a apresentar em suas demonstrações a destinação do seu lucro líquido, informando as parcelas que ficarem retidas em lucros acumulados ou reservas de lucros, e também as que devem ser pagas em dividendos. Caso haja prejuízo no exercício, deve ser jogado contra lucros e prejuízos acumulados. QUADRO 4 – ESTRUTURA DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Demonstração do Resultado do Exercício RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS (-) Impostos, devoluções e descontos sobre vendas e serviços. RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS (-) Custo das mercadorias vendidas e serviços prestados. LUCRO BRUTO RECEITAS DESPESAS OPERACIONAIS (-) Com vendas (-) Gerais e administrativas (-) Honorários dos administradores (-) Depreciação e amortização 4 Demonstração dos Resultados do Exercício Segundo Silva (2012), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) deverá evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da entidade. Sua apresentação é a seguinte: 19 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 FONTE: Silva (2012, p. 51) (+/-) Participação em controladas e controlada em conjunto (+/-) Outras receitas despesas operacionais LUCRO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADOFINANCEIRO RESULTADO FINANCEIRO (+) Receitas financeiras (-) Despesas financeiras Lucro do exercício antes do imposto de renda, contribuição social e das participações Imposto de renda e contribuição social (-) Corrente (-) Diferido Lucro do exercício antes das participações (-) Participação de acionistas não controladores Lucro do exercício antes das participações minoritárias (-) Participações minoritárias LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Lucro líquido do exercício por ação do capital social em circulação no final do exercício Quantidade de ações do capital social em circulação no final do exercício 4.1 Receita Líquida Representa a receita da empresa pela venda de seus produtos e serviços. 4.2 Custos dos Produtos e Serviços Vendidos O custo de produtos e serviços vendidos para empresas comerciais representa o custo histórico de aquisição desses bens. Nesses custos são incluídos os gastos com colocação de mercadorias à venda, transporte, seguros etc. 20 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices Para as indústrias, o custo de produtos vendidos é obtido da seguinte forma: soma-se os estoques iniciais com os custos de produção do período, e em seguida diminui-se os estoques finais. Nas empresas de serviço, as regras são as mesmas, mas, teoricamente, é comum encontrar empresas que não apuram o custo dos serviços prestados, e tratam esses gastos como despesas de exercícios, misturando-se com despesas administrativas. Isso, porém, não é tão grave, porque não se tem como estocar serviços. 4.3 Lucro Bruto – um Caso Especial na Construção e Nos Serviços a Longo Prazo É a diferença entre receita líquida e custos dos itens vendidos. Para execução de bens e serviços que duram mais de 12 meses, as condições são diferentes. Nestas, os bens elaborados são estocados, com a agregação no ativo circulante dos custos relativos à sua produção, e a receita de venda e, consequentemente, o lucro bruto são registrados na entrega ao cliente. Quanto aos bens de fabricação de longo prazo (para que não ocorra a apuração exclusiva na entrega após decorridos, por exemplo, três anos de fabricação de uma turbina de energia elétrica, para então se reconhecer, ao término, o lucro que na realidade foi gerado durante os três anos), faz-se algo distinto. À medida que se executa a encomenda, os custos são transformados em custos dos produtos elaborados e de forma proporcional é apropriada a receita de venda. Assim, não há figura dos produtos em elaboração nesse caso, e valores eventualmente recebidos dos clientes a mais do que a receita apropriada aparecem como adiantamento no passivo exigível. Já os valores apropriados como receita, a mais do que efetivamente recebidos, surgem no ativo como a receber dos clientes (ASSAF NETO, 2012). 4.4 LUCRO OPERACIONAL Lucro operacional, entende-se que é tudo o que é principal ou acessório ao principal, em relação às atividades que constituem a empresa. Na prática, tudo é considerado operacional. São enquadrados como outras receitas ou despesas operacionais os resultados em participações societárias, todas as receitas e despesas de natureza financeira. 21 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 Uma despesa financeira líquida é calculada pelas despesas financeiras menos as receitas financeiras. Por exemplo, supomos que tenho uma despesa financeira de $130.000,00, e uma receita financeira de $25.000,00. Abaixo segue o cálculo no qual obtemos uma despesa financeira líquida de $105.000,00 (130.000,00 – 25.000,00): Despesas financeiras líquidas: Despesas financeiras Receitas financeiras $130.000,00 $25.000,00 $105.000,00 Se as receitas excederem as despesas, as receitas financeiras tornam-se líquidas, classificadas como operacionais. 4.5 Receitas e Despesas Não Operacionais Somente são considerados não operacionais as perdas e ganhos de capital. Por exemplo: lucro na venda de um investimento ou prejuízo por um equipamento depreciado. 4.6 Provisão Para o Imposto de Renda É obrigatório que o imposto de renda incidente sobre o lucro do exercício já esteja diminuído no resultado desse mesmo exercício. É assim que surge a provisão de imposto de renda no resultado e no passivo circulante. 4.7 Lucro Real Segundo Assaf Neto (2012, p. 98), exceto para as pequenas sociedades enquadradas em determinadas circunstâncias e valores, o imposto é calculável sobre o lucro tributável que recebe o nome de “lucro real”, que é igual ao lucro contábil antes do Imposto de Renda, exatamente como mensurado até aqui, segundo o Regime de Competência e a legislação vigente, mas com certos ajustes. Esses ajustes são feitos em um livro fiscal denominado Livro de apuração do Lucro Real (Lalur), que acaba por conciliar o lucro contábil antes do imposto de 22 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices renda, com a finalidade tributável. Esses ajustes principais são os seguintes, já na forma como são tratados nesse mesmo Lalur: Lucro Contábil antes da provisão para o Imposto de Renda (+) Despesas Fiscais não Dedutíveis Fiscalmente Despesas com Equivalência Patrimonial Exceto de Remuneração dos Administradores Despesas de Propaganda Não Pagas Amortização de Ágio Exceto de Depreciação sobre os Limites de Dados Exceto de Despesa com Formação de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa Despesas com Provisões não Dedutíveis, como de Garantias, de Royalties Não Autorizados etc. (-) Receitas Contábeis não Tributáveis: Receitas de Equivalência Patrimonial Receita de Dividendos Amortização de Deságio Lucro na Venda Incentivada de Determinados Imóveis etc. (-) Deduções Relativas a Itens não Tratados como Despesas Contábeis, ou Dedutíveis por Valor Superior: Incentivo ao Treinamento da Mão de Obra Incentivo à Alimentação do Trabalhador Incentivo Devido à Exportação etc. (+) Acréscimos Relativos a Itens não Contábeis: Reservas de Reavaliação Realizadas Contra Lucros Acumulados etc. (-) Deduções Especiais por Diferimento: Lucro na Venda a Longo Prazo de Ativo Permanente (-) Compensação com Prejuízos de Exercícios Anteriores (últimos quatro anos, corrigidos) (=) Lucro Real do Exercício Pelos exemplos apresentados, vê-se que muitas vezes os ajustes são em grande quantidade. E o imposto incide sobre esse valor final de lucro real (ASSAF NETO, 2012). 4.8 Lucro Líquido do Exercício Resulta na diminuição do lucro após o Imposto de Renda, de participações devidas a empregados, a debenturistas, a administradores etc., ou seja, direitos que certas pessoas têm de receber participações no lucro, mesmo não sendo acionistas. A legislação determina que seja transferido para a conta de lucros ou prejuízos acumulados o Resultado Líquido. 23 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 5 Demonstração Dos Lucros ou Prejuízos Acumulados A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) permite mostrar claramente o resultado do período, sendo sua movimentação e distribuição classificadas no saldo da conta de Lucros e Prejuízos Acumulados. Conforme o artigo 274 do RIR/99, a DLPA é obrigatória para empresas limitadas e outros tipos de sociedade, que apurem o Imposto de Renda pelo Lucro Real. As Demonstrações de Lucros e Prejuízos deverão conter: • o saldo no início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; • as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; • as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período (SILVA, 2012). De acordo com a lei das Sociedades por Ações – LSA, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ao final de cada exercício socialnão poderá apresentar saldo positivo. 6 Demonstração Das Mutações do Patrimônio Líquido (Dmpl) A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) tem por objetivo trazer informações que ajudem a complementar os demais dados constantes no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultado de Exercício. Tais informações ajudam a detalhar as modificações ocorridas durante um exercício social, como no Capital Social, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados. A publicação é obrigatória para companhias abertas, porém muitas empresas, mesmo não obrigadas, têm optado por substituir a DLPA pela DMPL, pois ela possibilita uma melhor compreensão dos fatos ocorridos, indicando claramente a formação e utilização de todas as reservas. A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) permite mostrar claramente o resultado do período, sendo sua movimentação e distribuição classificadas no saldo da conta de Lucros e Prejuízos Acumulados. 24 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices 7 Demonstração Dos Fluxos de Caixa No Brasil, a partir de 2008, a Demonstração de Fluxo de Caixa passou a ser obrigatória para as empresas de grande porte e sociedades anônimas. De acordo com Silva (2012), as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), não serão obrigadas à elaboração e publicação da DFC. A Demonstração do Fluxo de Caixa deve segregar as alterações ocorridas no exercício em, no mínimo, três fluxos de atividade: • Atividades Operacionais – É a principal atividade que gera receita na empresa e atividades diferentes de financiamento e investimento. • Atividades de Investimento – É referente à venda e aquisição de ativos a longo prazo e de outros investimentos que não constam no equivalente de caixa. • Atividades de Financiamento – São classificadas como atividade operacional, que resultam em mudança no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade. 7.1 A Necessidade Da DFC O que tem levado muitas empresas ao processo de falência é a falta de geração de caixa em quantidade suficiente para financiar suas operações. Isso quer dizer que nem sempre uma empresa consegue gerar caixa suficiente, mesmo sendo lucrativa. A empresa que mantém continuamente atualizado o seu fluxo de caixa ajuda em uma melhor elaboração do planejamento financeiro, propiciando que no momento certo a organização possa contrair empréstimos para cobrir a falta de fundos ou aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro, proporcionando maior rendimento à empresa. Informações históricas dos fluxos de caixa são frequentemente usadas como indicador do valor, época e grau de segurança dos fluxos de caixa futuros. Também “são úteis para verificar a exatidão das avaliações feitas no passado, dos fluxos de caixa futuros, assim como para examinar a relação entre a lucratividade e os fluxos de caixa líquidos e o impacto de variações de preço” (SILVA, 2012, p. 56). Demonstração de Fluxo de Caixa passou a ser obrigatória para as empresas de grande porte e sociedades anônimas. 25 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 7.2 Métodos de Elaboração da DFC É o único demonstrativo elaborado com base em regime de caixa, os outros são de acordo com o Princípio da Competência de Exercício. A Demonstração de Fluxo de Caixa deve apresentar o fluxo de caixa e equivalentes de caixa, de financiamento e de investimentos e seu efeito líquido sobre os saldos de caixa, em determinado período. Podendo ser obtida de forma direta ou indireta. 7.2.1 Método Direto São apresentados os fluxos por seus valores brutos, facilitando a visualização e compreensão do fluxo financeiro, apresentando os pagamentos e recebimentos resultantes das atividades operacionais, ajudando na avaliação do comportamento do seu nível de solvência. 7.2.2 Método Indireto A demonstração dos recursos gerados pela empresa é feita através da concordância do Resultado Líquido do Exercício com a variação do caixa. Para compor esta relação, são aplicados os seguintes ajustes: - Expurgo dos efeitos das transações incluídas na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) que não afetaram o caixa, por exemplo, Depreciação, Resultados de Equivalência Patrimonial e Imposto de Renda Diferido; e - Expurgo das variações dos ativos e passivos por representarem valores relativos às transações de caixa decorridas antes ou após o período de apuração do resultado (SILVA, 2012, p. 57). 7.3 Modelos de DFC Os modelos de Demonstração de Fluxo de Caixa a seguir são demonstrações de uma empresa que não é uma instituição financeira. 26 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices QUADRO 5 – MODELO DE DFC - MÉTODO DIRETO QUADRO 6 – MODELO DE DFC - MÉTODO INDIRETO Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto 20X2 Fluxos de caixa das atividades operacionais Recebimento de clientes Pagamentos a fornecedores e empregados Caixa gerado pelas operações Juros pagos Imposto de renda e contribuição social pagos Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos Caixa líquido proveniente das atividades operacionais Fluxos de caixa das atividades de investimento Aquisição da controlada X líquido do caixa incluído na aquisição Compra de ativo imobilizado Recebido pela venda de equipamento Juros recebidos Dividendos recebidos Caixa líquido usado nas atividades de investimento Fluxos de caixa das atividades de financiamento Recebido pela emissão de ações Recebido por empréstimo a longo prazo Pagamento de passivo por arrendamento Dividendos pagos Caixa líquido usado nas atividades de financiamento Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa Caixa e equivalente de caixa no início do período Caixa e equivalente de caixa no fim do período 30.150 _____(27.600) 2.550 (270) (800) _______(100) 1.380 (550) (350) 20 200 ________200 (480) 250 250 (90) ______(1.200) (790) 110 120 230 FONTE: Silva (2012, p. 51) Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto 20X2 Fluxos de caixa das atividades operacionais Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social Ajustes por: Depreciação Perda cambial Renda de Investimentos Despesas de Juros Aumentos nas contas a receber de clientes e outros Diminuição nos estoques Diminuição nas contas a pagar – fornecedores 3.350 450 40 (500) _________400 _______3.740 (500) 1.050 ______(1.740) 27 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 FONTE: Silva (2012, p. 51) Caixa proveniente das operações Juros pagos Imposto de renda e contribuição social pagos Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos Caixa líquido proveniente das atividades operacionais Fluxos de caixa das atividades de investimento Aquisição de controlada X menos caixa líquido incluído na aquisição Compra de ativo imobilizado Recebimento pela venda de equipamento Juros recebidos Dividendos recebidos Caixa líquido usado nas atividades de investimento Fluxos de caixa das atividades de financiamento Recebimento pela emissão de ações Recebimento por empréstimos a longo prazo Pagamento de obrigações por arrendamento Dividendos pagos Caixa líquido usado nas atividades de financiamento Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa no início do período Caixa e equivalentes de caixa no fim do período 2.550 (270) (800) _______(100) (1.380) (550) (350) 20 200 ________200 (480) 250 250 (90) ______(1.200) (790) 110 120 230 8 Demonstração do Valor Adicionado A partir de 2008, a Demonstração de Valor Adicionado passa a ser obrigatória para as empresas anônimas de capital aberto,devendo declarar o capital gerado pela companhia e sua distribuição entre acionistas, financiadores, empregados, governo e outros, que contribuíram para gerar esse capital. A LSA não detalha os itens que deverão compor este novo demonstrativo contábil. Por sua vez, o CPC 09 determina que a distribuição da riqueza criada deve ser detalhada, minimamente, da seguinte forma, conforme Silva (2012, p. 62): a) Pessoal e encargos. b) Impostos, taxas e contribuições. c) Juros e aluguéis. d) Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos. e) Lucros retidos/prejuízos do exercício. 28 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices Atividade de Estudos: 1) Conceitue Lucro Operacional. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Conceitue passivo e comente sobre qual é a sua ordem de classificação. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 9 Algumas Considerações O cenário atual das organizações é competitivo e exige respostas rápidas e eficazes. A análise de demonstrativos é um dos mais importantes instrumentos para o empresário, por antecipar as necessidades das empresas. Através desse instrumento podemos perceber como as decisões refletem nos resultados das empresas e, consequentemente, no seu caixa. Essas análises facilitam a tomada de decisões pelo empresário, através do planejamento e controle dos recursos financeiros, aumento ou queda nas entradas e saídas de caixa, visualizar as necessidades de capital de giro. A maioria das empresas possui algum tipo de controle, como balanço patrimonial e demonstrativos de resultado. Todavia, apesar de ter seu uso incentivado, ainda é pouco utilizado nas empresas como instrumento de planejamento e orçamento. 29 Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 Através dessas demonstrações financeiras, qualquer organização pode planejar seu futuro, elaborar seu orçamento, rever as finanças e ajustá-las quando necessário, podendo rever seus orçamentos conforme forem acontecendo. Referências ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 762 p., il. GROPPELLI, Angelico A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. xv, 496 p, il. (Essencial). MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER, Aderbal Nicolas. Auditoria das organizações: metodologias alternativas ao planejamento e a operacionalização dos métodos e das técnicas. São Paulo: Atlas, 2001. MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: abordagem gerencial. 7. ed. de acordo com as Leis n. 11.638 e 11.941. São Paulo: Atlas, 2010. MORANTE, Antonio Salvador. Contabilidade: noções para análise de resultados e balanço patrimonial da empresa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. MÜLLER, Aderbal Nicolas. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 3. ed. ampl. e atual conforme Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09 e pronunciamentos do CPC. São Paulo: Atlas, 2012. 30 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices CAPÍTULO 2 Uso Dos Demonstrativos Financeiros A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Conhecer as características de cada um dos indicadores das demonstrações financeiras. � Usar os demonstrativos financeiros no processo decisório das organizações. 32 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices 33 Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 1 Contextualização A análise das demonstrações financeiras desperta enorme interesse tanto para os administradores internos de empresa (contabilidade, financeiro), como para outros segmentos (setor agrícola ou de mineração, com suas commodities), por ser um dos estudos mais importantes da administração financeira. A seguir será apresentado todo o instrumento básico para análise de desempenho geral, identificar resultados retrospectivos e prospectivos, avaliação interna e indicadores. Neste capítulo serão evidenciadas as características legais e econômicas brasileiras e sua atuação sobre o processo de análise. 2 Diferenças Absolutas A diferença absoluta é uma análise que normalmente é a primeira a ser feita, através do uso de planilhas eletrônicas, não necessariamente para todas as contas ou grupo de contas (SILVA, 2012). Através da análise vertical e horizontal, é possível identificar o desempenho da empresa, fazendo comparações de períodos diferentes (análise horizontal), quando comparamos um ano com outro. No entanto, também podem ocorrer comparações dentro do mesmo período (análise vertical), quando comparamos uma conta com outra (por exemplo, quando comparamos o valor da conta do passivo com a do ativo). 3 Análise Horizontal Na análise horizontal é possível acompanhar a evolução de uma conta ou de um grupo de contas em períodos consecutivos. Esta análise é importante para se construir uma série histórica, pois essencialmente trabalha com efeitos e dificilmente revela as causas das mudanças, e fundamentalmente ajuda no estudo de tendências. Através dela é possível a avaliação de vários itens de cada demonstração financeira em intervalos consecutivos de tempo. Por exemplo, a venda de um determinado produto nos últimos três anos é facilmente avaliada e interpretada mediante o estudo da análise horizontal. Como exemplo, veja abaixo a evolução de vendas e lucro bruto de uma companhia de bebidas e refrigerantes, conforme demonstrações nos exercícios. 34 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DAS VENDAS QUADRO 2 – VENDAS DA EMPRESA FONTE: Assaf Neto (2012) FONTE: Assaf Neto (2012) 31-1-X0 ($ MIL) 31-1-X1 ($ MIL) 31-1-X2 ($ MIL) Vendas Líquidas 8.087 9.865 11.572 Lucro Bruto 2.512 2.982 3.612 Relacionando cada resultado obtido em determinada data com o analisado em data anterior, escolhido como data-base e multiplicando por 100. Considerando 31-1-X0 como data-base, temos o seguinte progresso dos resultados. Para Assaf Neto (2012, p.105), tomando-se como base a data de 31-1-X0, as vendas da empresa apresentaram número-índice de 122,0 [($ 9.865/$ 8.087)] em 31-1-X1, e de 143,1 [($ 11.572/$ 8.087) x 100] em 31-1-X2. 31-1-X0 ($ MIL) AH (Nº ÍNDICE 31-1-X1 ($ MIL) AH (Nº ÍNDICE 31-1-X2 ($ MIL) AH (Nº ÍNDICE Vendas Líquidas 8.087 100,0(Base) 9.865 122,0 11.572 143,1 Lucro Bruto 2.512 100,0(Base) 2.982 118,7 3.612 143,8 As receitas operacionais líquidas cresceram 1,22 vez e 1,43 vez em 31-1-X1 e 31-1-X2, respectivamente, tomando como base os valores de 31-1-X0. Analisando os valores indicados, vemos que o desempenho da empresa em 31-1-X1 esteve aquém do apresentado em 31-1-X2. O crescimento do custo de produção foi maior que suas receitas e o lucro bruto absorvendo parte dessa diferença. A situação se inverte em 31-1-X2, observa-se a evoluçãomaior do lucro bruto em relação às receitas operacionais. Tomando-se como base 31-1-X1, o crescimento desses valores ratifica essa colocação, tendo as vendas líquidas crescido 1,17 vez e o lucro bruto 1,21 vez. Importante salientar que os valores estejam convertidos em moedas de igual capacidade de compra, para que sejam apuradas as evoluções reais. 4 Análise Vertical A análise vertical verifica a estrutura das demonstrações, permitindo a identificação de uma conta dentro do conjunto no Balanço Patrimonial ou na Demonstração do Resultado. A análise vertical verifica a estrutura das demonstrações, permitindo a identificação de uma conta dentro do conjunto no Balanço Patrimonial ou na Demonstração do Resultado. 35 Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 FONTE: Assaf Neto (2012) Por exemplo, tomando como base os valores dos ativos e passivos de cada final de exercício social de X0, X1 e X2 da S.A. Siderúrgica, nesta análise vertical, verifica-se facilmente o ativo e passivo da empresa, complementando a análise horizontal vista anteriormente. QUADRO 3 – ANÁLISE VERTICAL 31-12-X0 ($) AV (%) 31-12-X1 ($) AV (%) 31-12-X2 ($) AV (%) Ativo Circulante 4.585 50 3.922 46 3.732 44 Realizável a Longo Prazo 739 8 872 10 952 11 Ativo Permanente 3.936 42 3.783 44 3.826 45 Ativo/Passivo Total 9.260 100 8.577 100 8.510 100 Passivo Circulante 4.012 43 3.624 42 3.917 46 Exigível a Longo Prazo 2.102 23 2.031 24 1.629 19 Patrimônio Líquido 3.147 34 2.923 34 2.964 35 Verificando o ativo total da empresa, podemos observar que houve um decréscimo dos investimentos de curto prazo, iniciando com 50% em X0, passando para 46% em X1 e depois para 44% em X2. De acordo com Assaf Neto (2012, p. 111), “evidencia-se mediante esses resultados, maior preferência (ou necessidade) da empresa por ativos a longo prazo em detrimento dos de curto prazo”. A análise vertical permite visualizar, dando mais ênfase em recursos próprios (patrimônio líquido) em relação aos recursos de terceiros (exigível a longo prazo). Levando em conta a diferença de índices de inflação, é preciso tomar grande cuidado na análise vertical, tendo em vista que a inflação tende a prejudicar a comparação dos balanços sucessivos. 5 Análise Horizontal e Vertical do Balanço Patrimonial A seguir veremos alguns aspectos que podemos observar na análise horizontal e vertical dos grupos patrimoniais e principais grupos de contas. A partir dessa análise, poderão ser avaliados os demais indicadores, ciclo operacional ou atividade, liquidez, estrutura de capital e rentabilidade. Apresentaremos a extração dos percentuais que comporão a análise horizontal e vertical das contas do Ativo (SILVA, 2012). Análise horizontal e vertical do Balanço Patrimonial (Ativo) da Cia. Lucro Certo (SILVA, 2012): 36 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices Q U A D R O 4 – A N Á LI S E V E R TI C A L E H O R IZ O N TA L N O B A LA N Ç O 31 /12 /X 3 31 /12 /X 2 31 /12 /X 1 De sc riç ão d a c on ta Va lo r AV AH AH Va lo r AV AH Va lo r AV AH (M il) ac um ul ad a (M il) (M il) AT IV O TO TA L 6.5 77 .89 8 10 0,0 0% 30 ,19 % 52 ,65 % 5.0 52 .40 4 10 0,0 0% 17 ,25 % 4.3 09 .00 6 10 0,0 0% 10 0,0 0% A TI VO C IR CU LA NT E 4.8 15 .62 6 73 ,21 % 33 ,13 % 45 ,05 % 3.6 17 .24 6 71 ,59 % 8,9 5% 3.3 20 .01 4 77 ,05 % 10 0,0 0% D isp on ibi lid ad es e ap lic . F ina nc eir as 2.2 84 .88 5 34 ,74 % 89 ,87 % 85 ,97 % 1.2 03 .38 5 23 ,82 % -2 ,06 % 1.2 28 .65 5 28 ,51 % 10 0,0 0% C lie nte s - C on tas a Re ce be r 88 8.9 05 13 ,51 % - 2 4,2 8% -2 4,2 6% 1.1 73 .92 6 23 ,23 % 0,0 2% 1.1 73 .65 6 27 ,24 % 10 0,0 0% E sto qu es 1.0 00 .24 6 15 ,21 % 3,7 6% 33 ,68 % 96 3.9 82 19 ,08 % 28 ,83 % 74 8.2 44 17 ,36 % 10 0,0 0% O utr os 64 1.5 90 9,7 5% 13 2,5 0% 27 8,6 1% 27 5.9 53 5,4 6% 62 ,84 % 16 9.4 59 3,9 3% 10 0,0 0% A TI VO N ÃO C IR CU LA NT E 1.7 62 .27 2 26 ,79 % 22 ,79 % 78 ,19 % 1.4 35 .15 8 28 ,41 % 45 ,11 % 98 8.9 92 22 ,95 % 10 0,0 0% A TI VO R EA LI ZÁ VE L A L P 25 6.9 46 3,9 1% 10 ,46 % -2 ,77 % 23 2.6 23 4,6 0% -11 ,98 % 26 4.2 77 6,1 3% 10 0,0 0% C om pe ss oa s l iga da s 81 .25 6 1,2 4% 67 ,32 % 38 ,32 % 48 .56 4 0,9 6% -1 7,3 3% 58 .74 5 1,3 6% 10 0,0 0% O utr as 17 5.6 90 2,6 7% -4 ,55 % -1 4,5 2% 18 4.0 56 3,6 4% -1 0,4 5% 20 5.5 32 4,7 7% 10 0,0 0% A TI VO P ER MA NE NT E 1.5 05 .32 6 22 ,88 % 25 ,18 % 10 7,7 1% 1.2 02 .53 5 23 ,80 % 65 ,93 % 72 4.7 15 16 ,82 % 10 0,0 0% In ve sti me nto s 0 0,0 0% 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 10 0,0 0% Im ob iliz ad o 49 8.4 51 7,5 8% 31 ,41 % 93 ,74 % 37 9.3 02 7,5 1% 47 ,43 % 25 7.2 73 5,9 7% 10 0,0 0% D ife rid o 18 1.3 50 2,7 6% -2 ,98 % 39 ,45 % 18 6.9 23 3,7 0% 43 ,74 % 13 0.0 42 3,0 2% 10 0,0 0% In tan gív el 82 5.5 25 12 ,55 % 29 ,74 % 14 4,6 7% 63 6.3 10 12 ,59 % 88 ,59 % 33 7.4 00 7,8 3% 10 0,0 0% PA SS IV O TO TA L + P AT RI M. L ÍQ UI DO 6.5 77 .89 8 10 0,0 0% 30 ,19 % 52 ,65 % 5.0 52 .40 4 10 0,0 0% 17 ,25 % 4.3 09 .00 6 10 0,0 0% 10 0,0 0% P AS SI VO C IR CU LA NT E 3.9 31 .09 6 59 ,76 % 16 ,34 % 48 ,96 % 3.3 79 .09 7 66 ,88 % 28 ,04 % 2.6 39 .01 7 61 ,24 % 10 0,0 0% F or ne ce do re s 1.6 17 .96 6 24 ,60 % 11 ,75 % 53 ,18 % 1.4 47 .90 0 28 ,66 % 37 ,08 % 1.0 56 .01 7 24 ,51 % 10 0,0 0% F ina nc iam en tos (I nc lui D eb ên tur es ) 1.9 03 .52 6 28 ,94 % 30 ,12 % 14 3,2 6% 1.4 62 .85 6 28 ,95 % 86 ,94 % 78 2.5 10 18 ,16 % 10 0,0 0% Im po sto s, Ta xa s e C on trib uiç õe s 15 5.5 17 2,3 6% -2 2,4 0% 15 ,89 % 20 0.4 01 3,9 7% 49 ,34 % 13 4.1 92 3,1 1% 10 0,0 0% P ro vis õe s D ive rsa s 61 .96 0 0,9 4% -2 2,2 5% -8 7,2 7% 79 .68 8 1,5 8% -8 3,6 2% 48 6.6 23 11 ,29 % 10 0,0 0% O utr as C on tas a Pa ga r 19 2.1 27 2,9 2% 2,0 6% 7,0 8% 18 8.2 52 3,7 3% 4,9 2% 17 9.4 31 4,1 6% 10 0,0 0% P AS SI VO N ÃO C IR CU LA NT E 2.2 28 .36 7 33 ,88 % 80 ,19 % 91 ,43 % 1.2 36 .648 24 ,48 % 6,2 3% 1.1 64 .08 0 27 ,02 % 10 0,0 0% F ina nc iam en tos 0 0,0 0% -1 00 ,00 % -1 00 ,00 % 1.0 94 .99 3 21 ,67 % 14 ,50 % 95 6.3 67 22 ,19 % 10 0,0 0% D ívi da s c om pe ss oa s l iga da s 0 0,0 0% 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 10 0,0 0% R ec eit a D ife rid a ( de du zid os cu sto s) 0 0,0 0% 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 10 0,0 0% O utr os 2.2 28 .36 7 33 ,88 % 14 73 ,09 % 97 2,8 1% 14 1.6 55 2,8 0% -3 1,8 0% 20 7.7 13 4,8 2% 10 0,0 0% P AT RI MÔ NI O LÍ QU ID O 41 8.4 35 6,3 6% -4 ,17 % -1 7,2 9% 43 6.6 59 8,6 4% -1 3,6 9% 50 5.9 09 11 ,74 % 10 0,0 0% FO N TE : A ss af N et o (2 01 2) 37 Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 5.1 Ativo Circulante (AC) Deve ser comparado com os percentuais de variação (horizontal) do Ativo não Circulante/Realizável a Longo Prazo (RLP) com as variações identificadas no Ativo Circulante (AC). Uma companhia que tem a RLP superior ao AC pode ter problemas com liquidez. Também é importante verificar o circulante e o realizável a longo prazo (análise vertical), porque se houver aumento nas contas a receber e nos estoques, pode comprometer a liquidez imediata e seca. • Contas a receber a curto prazo: Deve ser observada a evolução dessas contas, comparando-as com as de períodos anteriores. Qualquer mudança pode revelar, por exemplo, mudança na política de vendas a prazo. Também deve ser observado se o saldo de contas a receber acompanha a taxa de crescimento de vendas (DRE), podendo identificar mudanças na política de prazos concedidos. • Estoques: Ao analisar os estoques, é preciso estar atento aos seguintes itens: Giro de Estoques e Índice de liquidez Seca. Se uma empresa tem boa Liquidez Corrente e tiver uma baixa rotação do estoque, pode ter sérios problemas, por isso é importante analisar a Liquidez Seca, para se garantir que não há algum desvio no indicador da empresa em relação a seu índice de liquidez seca. Se uma empresa apresenta o estoque muito alto comparado com as outras contas, isso pode significar excesso de compra ou produção ou estoque de itens obsoletos. 5.2 Ativo Não Circulante – Realizável a Longo Prazo (RLP) Para Silva (2012, p. 122), “quando o saldo das contas que compõem este grupo patrimonial aumenta de um exercício para outro, pode estar apresentando a transferência de recursos do curto prazo, e, quando diminui, representa remessas para o curto prazo”. Seu aumento pode decorrer também do aumento das vendas a prazo, do aumento dos prazos concedidos ou do baixo giro (ineficácia) da carteira de cobrança. Na redução, raciocina-se de forma inversa. 38 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices 5.3 Ativo Não Circulante – Permanente (AP) Deve ser verificado junto com o Passivo Não circulante/Exigível a Longo Prazo e o Patrimônio Líquido, por meio da análise da estrutura de capital. É possível também identificar quanto dos recursos não correntes da empresa será aplicado no AP, por meio da análise do grau de imobilização. Se uma empresa investe muito no AP, mais ela fica dependente do capital de terceiros para o seu capital de giro. 5.4 Passivo Circulante (PC) As modificações encontradas no PC devem ser comparadas com os percentuais de variação (horizontal e vertical) do Passivo não Circulante/Exigível a Longo Prazo (ELP). 5.5 Passivo Não Circulante – Exigível A Longo Prazo (ELP) Caso o ELP apresente aumento no saldo das contas de um exercício para outro, pode ser derivado de novos recursos de longo prazo e sua diminuição na reclassificação de valores para o curto prazo. Uma empresa que tem o ELP alto, significa que obtém financiamentos de longo prazo, os quais deverão ser identificados como: aquisição de máquinas ou equipamento ou renovação da frota, projeto de ampliação das instalações, ou seja, imobilizações (Ativo Permanente). Para conhecer a natureza das dívidas, o analista deverá ser criterioso, e procurar identificar as contas que compõem este grupo através da análise vertical. 5.6 Patrimônio Líquido (PL) O PL pode ser identificado na evolução de seus saldos de Contas (PL), e também no referido grupo patrimonial, através da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), na qual podem ser identificadas alterações dentro do exercício social nas contas do PL. A DMPL é indispensável na análise da evolução do PL, por trazer informações que complementam a Demonstração de Resultado e no Balanço Patrimonial. O crescimento do PL de um exercício para 39 Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 outro é um indicativo positivo na análise econômica. Quanto maior a participação do PL for nas fontes de recursos, menos a empresa será dependente de capital de terceiros. 6 Análise Horizontal e Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício A análise deve iniciar com a observação do progresso do comportamento das principais contas da Demonstração de Resultado e também dos indicadores a ela relacionados. Devem ser considerados, na análise vertical da DRE, o aumento das receitas e o controle sobre custos e despesas, descontando a inflação do período. Para Silva (2012, p. 124), o analista deve estar bastante atento ao nível de variação horizontal no volume de faturamento bruto, pois é necessária extrema cautela para extrair conclusões quando ocorrer uma variação brusca das vendas e não houver proporcionalidade com a evolução dos custos e despesas. Veja a seguir a Análise horizontal e vertical da Demonstração do Resultado do Exercício da Cia. Lucro Certo (SILVA, 2012): 40 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices De sc riç ão d a c on ta Va lo r AV AH AH Va lo r AV AH Va lo r AV AH (M il) ac um ul ad a (M il) (M il) Re ce ita B ru ta d e V en da s/S er viç os 9.2 60 .29 1 13 2,7 6% 19 ,92 % 84 ,47 % 7.7 22 .35 8 13 4,7 4% 53 ,83 % 5.0 20 .04 2 13 2,6 6% 10 0,0 0% ( - ) D ed uç õe s d a R ec eit a B ru ta -2 .28 5.2 01 -3 2,7 6% 14 ,77 % 84 ,89 % -1 .99 1.0 31 -3 4,7 4% 61 ,09 % -1 .23 5.9 49 -3 2,6 6% 10 0,0 0% ( = ) Re ce ita L íq ui da d e V en da s/S er viç os 6.9 75 .09 0 10 0,0 0% 21 ,70 % 84 ,33 % 5.7 31 .32 7 10 0,0 0% 51 ,46 % 3.7 84 .09 3 10 0,0 0% 10 0,0 0% ( - ) C us to de B en s e /ou S er v. Ve nd ido s -4 .74 1.3 11 -6 7,9 7% 21 ,59 % 81 ,18 % -3 .89 9.3 73 -6 8,0 4% 49 ,01 % -2 .61 6.9 14 -6 9,1 6% 10 0,0 0% ( = ) Re su lta do B ru to 2.2 33 .77 9 32 ,03 % 21 ,93 % 91 ,38 % 1.8 31 .95 4 31 ,96 % 56 ,96 % 1.1 67 .17 9 30 ,84 % 10 0,0 0% ( + ) De sp es as /R ec eit as O pe ra cio na is -1 .99 1.7 19 -2 8,5 5% -2 2,1 4% 10 1,8 5% -1 .63 0.6 70 -2 8,4 5% 65 ,26 % -9 86 .74 3 -2 6,0 8% 10 0,0 0% D es pe sa s c om V en da s -1 .21 7.1 86 -1 7,4 5% 23 ,78 % 91 ,49 % -983 .32 4 -1 7,1 6% 54 ,70 % -6 35 .63 5 -1 6,8 0% 10 0,0 0% G er ais e Ad mi nis tra tiv as -1 20 .95 8 -1 ,73 % -6 ,30 % 56 ,43 % -1 29 .09 3 -2 ,25 % 66 ,96 % -7 7.3 22 -2 ,04 % 10 0,0 0% R ec eit as /F ina nc eir as Lí qu ida s -3 59 .49 9 -5 ,15 % -1 ,78 % 18 4,2 6% -3 66 .02 1 -6 ,39 % 18 9,4 2% -1 26 .46 7 -3 ,34 % 10 0,0 0% R ec eit as F ina nc eir as 39 9.6 39 5,7 3% 38 7,1 2% 10 7,8 5% 82 .04 1 1,4 3% -5 7,3 3% 19 2.2 71 5,0 8% 10 0,0 0% D es pe sa s F ina nc eir as 75 0.1 38 10 ,88 % 60 ,43 % 13 8,4 7% 44 8.0 62 7,8 2% 40 ,57 % 31 8.7 38 8,4 2% 10 0,0 0% R es ult ad o d a E qu iva lên cia P atr im on ial 0 0,0 0% 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 10 0,0 0% O utr as R ec eit as /D es pe sa s L íqu ida s -2 94 .07 6 -4 ,22 % 93 ,18 % 99 ,62 % -1 52 .23 2 -2 ,66 % 3,3 3% -1 47 .31 9 -3 ,89 % 10 0,0 0% O utr as R ec eit as 0 0,0 0% -1 00 ,00 % -1 00 ,00 % 34 7 0,0 1% -6 1,4 0% 89 9 0,0 2% 10 0,0 0% O utr as D es pe sa s -2 94 .07 6 -4 ,22 % 92 ,74 % 98 ,41 % -1 52 .57 9 -2 ,66 % 2,9 4% -1 48 .21 8 -3 ,92 % 10 0,0 0% ( = ) Re su lta do O pe ra cio na l 24 2.0 60 3,4 7% 20 ,26 % 34 ,15 % 20 1.2 84 3,5 1% 11 ,55 % 18 0.4 36 4,7 7% 10 0,0 0% ( = ) Re su lta do A nt es Tr ib ut aç ão /P ar tic ip aç õe s 24 2.0 60 3,4 7% 20 ,26 % 34 ,15 % 20 1.2 84 3,5 1% 11 ,55 % 18 0.4 36 4,7 7% 10 0,0 0% ( - ) P ro vis ão p/ IR /C on trib . S oc ial -8 0.2 11 -1 ,15 % -1 7,3 8% 18 ,89 % -6 8.3 36 -1 ,19 % 1,2 9% -6 7.4 66 -1 ,78 % 10 0,0 0% ( - ) IR D ife rid o -4 .75 6 -0 ,07 % -1 44 ,14 % -1 20 ,58 % 10 .77 4 0,1 9% -5 3,3 7% 23 .10 5 0,6 1% 10 0,0 0% ( - ) P ar tic ipa çõ es /C on trib . E sta tut ár ias -7 .23 8 -0 ,10 % -3 9,3 1% -1 ,05 % -11 .92 7 -0 ,21 % 66 ,51 % -7 .16 3 -0 ,19 % 10 0,0 0% ( - ) R ev er sã o d os Ju ro s s ob re C ap ita l P ró pr io 0 0,0 0% 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 0,0 0% 0 0,0 0% 10 0,0 0% ( - ) P ar t. d e A cio nis tas N ão C on tro lad or es -3 3.2 67 -0 ,48 % 15 ,39 % -5 17 ,08 % -2 8.8 31 -0 ,50 % 43 4,8 0% -5 .39 1 -0 ,14 % 10 0,0 0% ( = ) Lu cr o/ Pr eju ízo d o Ex er cíc io 11 6.5 88 1,6 7% 13 ,23 % -5 ,61 % 10 2.9 64 1,8 0% -1 6,6 4% 12 3.5 21 3,2 6% 10 0,0 0% Q U A D R O 5 – A N Á LI S E V E R TI C A L E H O R IZ O N TA L N O B A LA N Ç O FO N TE : A ss af N et o (2 01 2) 41 Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 6.1 Receita Bruta Busca identificar os motivos que determinam seu crescimento ou queda, através da análise da receita bruta ao longo dos períodos e a sua evolução. Podendo identificar, por exemplo, novos produtos, novos mercados, aumento considerável no volume de vendas ou dos preços das mercadorias, perda de grandes clientes, fechamentos de filiais, sinistros, etc. 6.2 Custo Dos Produtos Vendidos Busca verificar se a empresa se manteve no mesmo nível dos custos em relação à sua receita bruta (análise vertical). Caso haja variações, o analista deve identificar quais as possíveis causas determinantes, por exemplo, uma empresa que tenha um faturamento aumentado e custos reduzidos significa que está sendo bem administrada, significando ainda que na aquisição de matéria-prima, mercadorias para revenda e demais custos foram devidamente considerados pela boa gestão. 6.3 Lucro Bruto Através das ocorrências verificadas na Receita Bruta e Custos dos Produtos Vendidos, poderá ser analisado o lucro bruto. 6.4 Despesas Operacionais O analista deve verificar as variações ocorridas nas principais contas demonstradas, pois as despesas operacionais revelam de forma direta a preocupação da empresa em lidar com a gestão dos negócios. Normalmente é nesse grupo de contas que verificamos a capacidade dos administradores em promover os saneamentos porventura necessários. 6.5 Lucro Operacional O Lucro operacional, segundo Silva (2012, p. 126), “é o resultado das políticas de vendas, de custos e de controle das despesas, demonstrados nos itens anteriores”. É interessante a análise do Lucro Operacional expurgando os efeitos das Receitas e Despesas Financeiras, já que uma empresa pode possuir uma 42 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices forte lucratividade operacional e, ao finalizar a apuração do resultado, apresentar uma forte redução no seu lucro líquido, ou até mesmo findar o exercício com prejuízos em decorrência da má gestão dos seus custos operacionais, inclusive dos encargos financeiros. Junto com a análise do Lucro Operacional, o analista deve avaliar também a capacidade da empresa em gerar caixa, através da análise EBITDA, cuja apuração será abordada mais à frente. Além dessa providência, poderá proceder à reclassificação das contas que compõem a DRE, de forma a melhor identificar os elementos acima descritos. O acrônimo EBITDA significa Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, que é a tradução da expressão em inglês Earnings before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization. O cálculo do EBITDA permite conhecer quanto a companhia está gerando de caixa com base exclusivamente em suas atividades operacionais, desconsiderando os impactos financeiros e dos impostos. Fonte: Disponível em: <https://www.dicionariofinanceiro. com/ebitda/>. Acesso em: 13 ago. 2018. 6.6 Receitas e Despesas Financeiras É bastante acentuada nas empresas com problemas de capital de giro próprio, por refletir a política de captação de recursos junto a terceiros. 6.7 Lucro Líquido Aqui se encontra o principal elemento para avaliar o nível de rentabilidade da companhia, realizando comparações entre o Ativo Total, Patrimônio Líquido e Vendas Líquidas. Por exemplo, analisar a rentabilidade de uma empresa, sendo a rentabilidade adequada e a liquidez não, precisarão ser verificados os quocientes de rotatividade, como contas a receber, giro de estoque e fornecedores, e também os quocientes de endividamento. 43 Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 6.8 Lucros Distribuídos É opcional, mas também é obrigatória por determinação legal ou estatutária. Uma empresa que enfrente dificuldades com seu capital de giro não deveria promover distribuição de lucros. 7 Análise Horizontal e Vertical da Demonstração dos Fluxos de Caixa Análise horizontal e vertical da demonstração dos fluxos de caixa, segundo Silva (2012, p. 127), “evidenciaas alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, estruturando a informação em três fluxos de atividades: atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento”. Através dessa análise será possível: Horizontalmente • Verificar o crescimento ao longo do tempo dos componentes que contribuíram na geração e desembolsos dos recursos que percorreram na empresa, sejam eles consequência de atividade financeira, operacional ou de investimento. Verticalmente • Distinguir a participação de cada aplicação de recursos e fonte na estrutura da demonstração. • Identificar a participação de cada elemento em termos percentuais do fluxo de geração e aplicação de recursos dentro da estrutura de investimento, operacional ou de financiamento. • Entender as principais variações acontecidas dentro do fluxo de caixa ao longo dos exercícios analisados. Análise horizontal e vertical da demonstração dos fluxos de caixa, evidencia as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa. 44 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices 8 Análise Horizontal e Vertical da Demonstração do Valor Adicionado A demonstração do valor adicionado comprova o valor da riqueza gerada pela empresa e sua distribuição entre os elementos responsáveis por tais riquezas, como: financiadores, acionistas, empregados, governo e outros. A análise dessa demonstração permitirá identificar: Horizontalmente • O desenvolvimento dos elementos geradores de riqueza e sua destinação ao longo do tempo. Verticalmente • A participação de cada fonte de geração de receita no total de cada exercício. • A participação dos gastos na compra de insumos de terceiros. • A participação de outras fontes de recursos, por exemplo, receitas financeiras. • Os gastos com amortização, depreciação e exaustão. • O percentual de distribuição do valor adicionado com: impostos, pessoal, taxas e contribuições, remuneração de capitais próprios e remuneração de capital de terceiros. 9 Análise Através de Índices ou Quocientes Conforme Silva (2012, p. 110), além da análise horizontal e vertical, “faz-se necessária apuração de quocientes ou índices que forneçam uma ampla visão da situação econômica, financeira e patrimonial da empresa”. A análise deve ser realizada através da construção de série histórica de índices, apurados através da relação entre contas ou grupos de contas que integram as demonstrações contábeis. Na prática, os rendimentos das informações obtidas não são proporcionais à quantidade de índices analisados, por isso, o analista deverá ser cuidadoso, não se estendendo na análise de muitos índices. 45 Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 10 Outras Metodologias Complementares O analista deverá proceder análises sobre a situação financeira através das seguintes metodologias: • Análise da alavancagem. • Determinação do grau de insolvência, através de modelos estatísticos. • Análise das necessidades de capital de giro. • Análise da Demonstração dos Fluxos de Caixa. • Análise da Demonstração do Valor Adicionado. • Análise da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. • Análise fundamentalista. • Análise do Balanço Social. • Análise de EBITDA. 10.1 Análise Da Alavancagem De acordo com Silva (2012), através dessa análise é possível determinar o resultado do uso de ativos ou fundos a custo fixo para ampliar os retornos dos investimentos pelos proprietários e acionistas da empresa, medindo os graus de alavancagem operacional, financeira e total. 10.2 Análise Das Necessidades de Capital de Giro (Ncg) Esta análise busca identificar o montante de recursos que a empresa precisa em função do seu ciclo financeiro. Permite também identificar a situação financeira da empresa, expondo o nível de recursos necessários para manter o giro de negócios. 10.3 Determinação de Grau de Insolvência Através de Modelos Estatísticos O estado de insolvência de uma empresa pode ser definido quando os seus ativos forem inferiores ao valor dos seus passivos (Passivo a Descoberto), resultando na incapacidade de pagar as suas obrigações financeiras na data de seu vencimento. 46 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices 10.4 Análise da Demonstração Dos Fluxos de Caixa (DFC) Esta análise permite mostrar a capacidade da empresa em gerar caixa por meio de suas atividades operacionais, identificando também como a organização está financiando os seus investimentos e necessidades de capital de giro. O analista conseguirá perceber, através dos fluxos de caixa financeiros, operacionais e de investimento, a competência da empresa no uso dos recursos gerados decorrentes das atividades operacionais. 10.5 Análise da Demonstração Das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Essa análise favorece a compreensão do crescimento do capital próprio em determinado período, do status das reservas obrigatórias, da distribuição do resultado do exercício, bem como a rentabilidade efetiva dos acionistas, por meio de análises vertical e horizontal dos saldos das contas e do total das mutações. 10.6 Análise da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) Através da análise da demonstração do valor adicionado, é possível determinar a capacidade da empresa em gerar riqueza. Silva (2012) destaca que através da análise da DVA é possível obter: • O nível de contribuição de uma empresa para a riqueza regional ou setorial. • Conferir a contribuição da empresa à sociedade em geral por meio de pagamento de impostos ao governo. • Permitir às empresas determinarem o grau de participação da mão de obra na geração de sua riqueza. As possibilidades de utilização de indicadores são variadas, em que destacamos, conforme Silva (2012): • Utilização do valor adicionado como medida de profundidade (Valor adicionado/ Número de empregados). 47 Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 • Quociente entre mão de obra e valor adicionado ou vice-versa. • Quociente entre valor adicionado e faturamento. • Quociente entre valor adicionado e ativo total. • Quociente entre a remuneração do capital e o financiamento do ativo total. • Quociente entre gastos com pesquisa e desenvolvimento e valor adicionado. • Quociente entre valor adicionado do ano e do ano anterior. • Quociente entre gastos com pessoal e valor adicionado. • Quociente entre gastos com impostos e valor adicionado. • Quocientes entre gastos com juros e aluguéis e valor adicionado. • Quocientes de lucros retidos e dividendos e valor adicionado. 10.7 Análise do Balanço Social Neste relatório são armazenados dados obtidos a partir das demonstrações contábeis, um exemplo é a própria DVA. 10.8 Análise Fundamentalista É um método no qual os alvos são os indicadores de rentabilidade e a performance de suas ações no mercado de capitais, é principalmente usada pelos analistas do mercado de capitais. A partir da análise histórica é possível fazer projeções quanto ao comportamento de preços de ações, estudando as particularidades de cada empresa. O objetivo do analista é dar suporte à tomada de decisão de investidores em relação às ações que devem ser vendidas ou compradas, com isso, deverá utilizar as demonstrações contábeis da companhia e reunir ao máximo dados macroeconômicos e informações setoriais. Normalmente esta análise é chamada de “Análise Técnica” ou “Análise Gráfica”, ou seja, é realizada por meio do estudo de gráficos referentes às tendências no volume de ações negociadas e cotação de preços, facilitando ao analista determinar, mediante a observação das curvas, suas provisões sobre o comportamento futuro dos volumes e preços. A Teoria de Dow é a principal teoria
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