Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PENALDIREITO PENAL Estratégia Crimes Contra o Patrimônio 1. Dos Crimes Contra o Patrimônio Do Furto Do Roubo e da Extorsão Da Usurpação Do Dano Da Apropriação Indébita Do Estelionato e outras fraudes Da Receptação. 1.1. DO FURTO 1.1.1. Furto Bem tutelado. Patrimônio + outras formas de dominação (propriedade, posse, detenção legítima). Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Sujeitos. ATIVO → Qualquer pessoa – crime comum. PASSIVO → o que foi subtraído. Tipo Objetivo. Subtrair, para si, ou para outrem, coisa. Coisa do infrator: talvez “exercício arbitrário das próprias razões [345]”. Coisa da ADM, por funcionário público → “peculato-furto”. Coisa é Cadáver – pode ser furtado – se pertencer a alguém – ex.: de faculdade de medicina. Tipo Subjetivo. Dolo (de se apoderar). Intenção de usar a coisa e depois devolvê-la – “furto de uso” (não é crime). NÃO cabe culpa. Crime para saciar a fome → “furto famélico” - excludente de ilicitude do estado de necessidade. Às vezes atipicidade por insignificância. Consumação e Tentativa. STJ e STF. Quando o agente passa a ter o poder sobre a coisa – mesmo em curto espaço de tempo – mesmo sem posse mansa e pacífica sobre a coisa – Teoria da Amotio (segurar) + Apprehensio rei (deslocar). Cabe tentativa. Jurisprudência. Sistema de vigilância ou monitoramento eletrônico – crime impossível? NÃO. Súmula 567 (ao final). § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. Majorante. Durante repouso noturno. Aumento de 1/3. Residencia habitada ou desabitada ou estabelecimento comercial (STF). Em furto simples ou qualificado. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Furto Privilegiado. Requisitos: ➢ Réu primário; e ➢ Coisa de pequeno valor (não ultrapassa um SM). Cumulados. Consequências: • Reclusão por Detenção; • Diminuí-la de 1/3 a 2/3; • Prisão por Multa. Privilegiado no furto qualificado: • Se presentes os requisitos do Privilégio; • Qualificadora de ordem objetiva – todas (SALVO: “com abuso de confiança” - para o STJ é subjetiva!!). Qualificadoras Objetivas: Relativo ao modo de execução do delito. Qualificadoras Subjetivas – motivos determinantes do delito – não existem no furto!! § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Cláusula de equiparação. Equiparação a coisa móvel - “energia elétrica” - ou outras com valor econômico. Jurisprudência. Gato diretamente no poste ou Alterar o medidor de energia elétrica – Furto mediante fraude, ardil (STJ). Furto do sinal de TV a cabo: – Fato atípico (STF). – Há equiparação ao furto de energia elétrica (STJ). – Não há equiparação a furto de energia (STJ). § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; Qualificadora. • Destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisaDestruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa. Obs.: contra o próprio bem furtado – não há qualificadora. II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; Qualificadora. • Abuso de confiança Abuso de confiança – Não há vigilância devido à confiança. • FraudeFraude – Artifício para enganar e furtar. Obs.: diferente de Estelionato → artifício para a vítima lhe entregar a vantagem/coisa. • EscaladaEscalada – esforço para superar barreira física. • DestrezaDestreza – habilidade peculiar – ex.: batedor de carteira. Obs.: destreza notada e impedida – furto simples. III - com emprego de chave falsa; Qualificadora. Conceito de “chave falsa”: • Cópia da verdadeira; • Diversa da verdadeira; • Objeto capaz de abrir a fechadura (grampo de cabelo). Obs.: ligação direta em veículo – não é chave falsa!! IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. Qualificadora. Por duas ou mais pessoas. Por Associação Criminosa → tds respondem na qualificação Concurso de Pessoas + Associação Criminosa (concurso material). § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. Qualificadora. Com uso de: • Explosivo; • Artefato análogo. § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. Qualificadora. Transporte para outro estado/país. Tentativa – furto simples consumado! Mesmo com o dolo específico qualificador. § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. Qualificadora. Furto de animais domésticos de produção – produção agropecuária. § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. Obs.: Furto de folha de cheque em branco. Não há furto. Valor insignificante. Preenchimento fraudulento e obtenção de vantagem – estelionato. CORRENTE 1 – estelionato absorve o furto (MAIORIA). CORRENTE 2 – há concurso material. Obs.: Furto de coisa perdidas, abandonadas e que nunca tiveram dono. • De coisa perdida: não há furto, mas “apropriação de coisa chada”. • De coisa abandonada e sem dono: não há furto. Torna-se dono. 1.1.2. Furto de Coisa Comum Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém a coisa comum: Crime Próprio (sócio; condômino; coerdeiro) – tanto para sujeito ativo como para passivo. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 1º - Somente se procede mediante representação. § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. Não punível – se coisa é fungível e não excede a quota-parte. Ex.: Três condôminos sobre 90.000,00 reais – cota parte = 30.000,00 reais – o “furto” de sua parte não é crime. Ação. Pública condicionada. 1.2. Do Roubo e da Extorsão Tutela o patrimônio, integridade física, mental e a vida. 1.2.1. Roubo Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Bem tutelado. Patrimônio; integridade física, mental; vida. Com violência própria – força física sobre a vítima. Com violência imprópria – medida a faz indefesa (boa noite Cinderela). Obs.: Não se aplica o privilégio do furto, nem a insignificância. Elemento subj. Dolo (ânimo de se apoderar). NÃO cabe culpa. Obs.: roubo de uso – é crime. CORRENTE – apenas “constrangimento ilegal” + “lesões corporais” (MINORIA). Consumação. Quando tem o poder sobre a coisa – após grave ameaça/violência – STF e STJ. Tentativa. Usa a violência/ameaça – mas não rouba. Admitida – em todas as formas de roubo (SALVO: roubo impróprio – MINORIA). Roubo impróprio. Violência/ameaça após a subtração. Vítima se valores. Não é crime impossível. Tentativa – impropriedade relativa do objeto. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Roubo impróprio. Violência/ameaça após a subtração. Garantir impunidade. Assegurar proveito. 1.2.1.1. Roubo Majorado § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) I – (revogado); (Lei nº 13.654, de 2018) Revogado – “uso de arma” - Passou-se ao “§ 2º-A, I”. II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; Majorante (leve) – Concursode duas ou mais pessoas. Sendo Associação Criminosa – Roubo agravado + Associação Criminosa (concurso material). III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. Majorante (leve) – transporte de valores. Se agente conhecia tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Majorante (leve) – veiculo para outro estado ou exterior. Apenas se levado para outro estado ou exterior. V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996). Majorante (leve) – Restrição da liberdade da vítima. Com refém. VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018). § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018). Majorante (grave) – Arma de Fogo Uso de arma de fogo. Não mais qualquer arma!!! Nova lei prejudicial – não retroage! Apenas a fatos após sua vigência. Com outros tipos de arma – roubo simples! Retroage (mais benéfico). Requisito da majorante de arma – uso efetivo da arma ou porte ostensivo. Se vítima não tem ciência da arma – NÃO há majorante! Arma de brinquedo – NÃO há majorante! Avaliação da potencialidade lesiva da arma para a majorante. Perícia necessária para a majorante – SALVO se aferida pelas demais provas. II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018). Majorante (grave) – rompimento de obstáculo com explosivo ou análogo. Efetivo uso de explosivo e destruição/rompimento do obstáculo. § 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018). II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018). 1.2.1.2. Roubo Qualificado pelo Resultado. Lesão Grave e Morte. Não se exige dolo no resultado. Basta a culpa!! Obs.: não se aplicam as majorantes supracitadas. Latrocínio. Roubo qualificado pelo resultado morte. Primeiro mata, depois rouba – homicídio + furto (concurso material). Agente mata comparsa para ficar com todo o dinheiro – roubo + homicídio (concurso material). Agente atinge o comparsa por engano, ao invés da vítima – “erro na execução” (aberratio ictus) – responde como se na vítima fosse – Latrocínio!! Consumação do Latrocínio. Com o resultado morte. Mesmo sem a consumação da subtração (súmula 610, STF). Ação Penal. Pública Incondicionada. 1.2.2. Resumo das Alterações da Lei 13.654/18. Duas novas qualificadoras no Furto. • Emprego de explosivo ou artefato que cause perigo comum; • De substâncias explosivas ou acessórios que possibilitem sua fabricação/montagem/emprego. Majorante de arma de fogo. Passou a ser de arma de fogo. E aumentou-se para 2/3. Majorante. Furto de substância explosiva ou acessórios que possibilitem fabricação. Majorante. Roubo com destruição do obstáculo por explosivo ou artefato análogo com perigo comum. Pena roubo qualificado por lesão grave. Passou a ser de 7 a 18 anos (era 15). 1.2.3. Extorsão Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: Bem tutelado. • Patrimônio; • Liberdade individual. Sujeito Ativo. ATIVO – qualquer pessoa (crime comum). PASSIVO – que teve o bem lesado – qualquer pessoa. Elemento Objetivo. Constranger – meio de se obter. No roubo há “subtração” – Na extorsão a vítima “entrega a coisa” (colaboração). Elemento Subjetivo. Dolo. NÃO cabe culpa. Causas especiais. • Vantagem devida – exercício arbitrário das próprias razões (e não extorsão); • Vantagem sexual – é estupro; • Vantagem é meramente moral, sem valor econômico – é Constrangimento Ilegal. Consumação e Tentativa. Consumação – mera violência ou grave ameaça (crime formal) – com/sem obtenção da vantagem. Tentativa – NÃO cabe! Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metadeum terço até metade. Majorante – Concurso de agentes. Sendo Associação Criminosa – Roubo agravado + Associação Criminosa (concurso material). § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90. Qualificadora – Lesão Grave ou Morte – de Extorsão Simples. § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009). Qualificadora – Sequestro Relâmpago. Requisitos: • Restrição da liberdade; • Circunstancia necessária a obtenção da vantagem. Se não necessária – concurso material: extorsão simples + sequestro ou cárcere privado. Qualificadora – Lesão Grave ou Morte – de Extorsão mediante sequestro Se resulta Lesão Grave ou Morte. Ação Penal. Pública Incondicionada. Extorsão Indireta. Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Elemento Subj. Dolo específico – “receber documento como garantia de dívida” – se valendo da condição da vítima (fragilidade, desespero…). Requisitos: • Abuso da necessidade; • Intenção de garantir pagamento da dívida. Consumação. • Mera exigência – crime formal. • Recebimento do documento – crime material. Tentativa. Cabível. Ação Penal. Pública Incondicionada. 1.2.4. Extorsão Mediante Sequestro Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990). QUALIFICADORA § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990). QUALIFICADORA § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90. Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990). § 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90. ATENUANTE § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996). Bem Tutelado. Patrimônio e Liberdade Individual. Sujeitos. ATIVO e PASSIVO – qualquer pessoa. PJ pode ser passivo! Elementos. Objetivo – Sequestrar. Subjetivo – dolo específico(intenção de vantagem patrimonial). Consumação e Tentativa. Consumação – mera privação da liberdade (crime formal). Tentativa – possível. Crime permanente. Qualificadoras. • Mais de 24 horas de duração; • De menor de 18 ou maior de 60; • Por Quadrinha ou Bando – concurso material: extorsão por sequestro qualificado + associação criminosa. • Resultar lesão grave ou morte – de qualquer pessoa. Atenuante. Delação premiada dosdemais cúmplices. Ação Penal. Pública Incondicionada. 1.3. Da Usurpação 1.3.1. Alteração de Limites Alteração de Limites Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Dolo específico (se apoderar da coisa alheia). § 1º - Na mesma pena incorre quem: Usurpação de águas I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias; Esbulho possessório II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas , terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada. Soma-se a pena d violência. § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. Ação Penal. Pública Incondicionada (SALVO se sem violência – ação privada). 1.3.2. Supressão ou alteração de marcas em animais Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Tipo Subj. Dolo – para uns, específico, para outros, não. Consumação. Mera supressão/alteração da marca (crime formal). Se apoderação – crime de “furto mediante fraude” – absorve a usurpação. Tentativa. Possível. Ação. Pública incondicionada. 1.4. Do Dano Basta o prejuízo a vítima. 1.4.1. Dano Dano Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Crime Comum. Suj. Passivo “condômino” – se deterioração de sua parte fungível – não há crime! (STF). Conduta comissiva. Conduta omissiva – se responsável por evitar o resultado (vigia de coisa que deixa algo ser destruído). Crime doloso. Não há dano culposo. Obs.: pichação – crime contra o meio ambiente. Consumação. Com o dano. Sem dano – tentado. Dano qualificado Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017) IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Qualificadoras. • Com violência ou grave ameaça; • Substancia inflamável/explosiva – se n crime mais grave; • Patrimônio público; • Motivo egoístico… prejuízo considerável a vítima. Contra objeto tombado pelo valor artístico, arqueológico ou histórico. Crime do 165, CP, tacitamente revogado pelo 62, I, da Lei de Crimes Ambientais. 1.4.2. Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa. Dano é necessário. “Pastagem indevida”. Crime comum. Tipo objetivo. Introduzir ou deixar os animais. Elemento normativo. “Sem o consentimento de quem de direito”. Consumação. Com o prejuízo. Tentativa. Não possível (MAIORIA). Ou dano ocorre, ou não há crime. 1.4.3. Alteração de local especialmente protegido Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Revogado pela lei de crimes ambientais [63]. 1.4.1. Ação Penal REGRA: Pública Incondicionada. EXCEÇÃO: Privada (queixa) – quando: • Dano simples; • Qualificado por motivo egoístico ou com prejuízo à vítima; • Animais em propriedade alheia. 1.5. Da Apropriação Indébita Agente possui a posse. Recusa-se a devolvê-lo ou repassá-lo a quem de direito. Inversão do “animus” - antes, de boa-fé, passa a má-fé. 1.5.1. Apropriação Indébita Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Sujeitos. Crime Comum. Crime genérico. Afasta-se se houver norma específica (ex.: crime de peculato por funcionário público que se apropriou de bem confiado pela funções). Posse desvigiada, sem vigilância. Crime doloso. NÃO há forma culposa! Consumação. Inversão da intenção do agente. Tentativa. NÃO cabe (crime unissubsistente). Aumento de pena § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Majorantes. Recebimento da coisa: • Em depósito necessário; • Como tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; • Por ofício, emprego ou função. 1.5.2. Apropriação indébita previdenciária Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). Sujeito. Ativo – Responsável tributário. Passivo – União. Conduta. Deixar de repassar. Norma penal em Branco. Necessário complementação das normas previdenciárias. Tipo subjetivo. Dolo – não específico (STF e STJ). NÃO cabe culpa!! Consumação. Momento de exaurimento do prazo do repasse – crime formal. STF e STJ – crime material (Jurisprudência) – momento da constituição do tributo na seara administrativa (lançamento do crédito tributário). Tentativa. Crime omissivo puro. Não cabe fracionamento – incabível tentativa!! § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). Mesmas penas. • Não recolher contribuição já descontada de pagamento efetuado a segurados, terceiros… • Não recolher contribuições que integrou despesas contábeis, ou custos de vendas ou serviços; • Não pagar benefício a segurado, quando cotas já reembolsadas à empresa. § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). 1.5.3. Extinção da Punibilidade • Antes do início da ação fiscal – declara o débito, paga o que deve. • A qualquer tempo, antes do trânsito em julgado – pagamento. • Após quitado o parcelamento – se aderiu ao parcelamento – punibilidade suspensa. § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suasexecuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). 1.5.3.1. Perdão judicial e princípio da insignificância Ao primário e de bons antecedentes, o juiz pode: • Deixar de aplicar a pena; ou • Aplicar somente a de multa. Desde que: 1. Pagamento após execução e antes da denúncia; ou PERDEU a aplicabilidade!!! Nova regra – mero pagamento, até o trânsito em julgado, extingue. 2. Valor do débito igual ou inferior ao mínimo ajuizamento para Ação. Perdeu a aplicabilidade!!! Hoje, Princípio da insignificância. Valor mínimo da insignificância: R$ 20.000,00. STF – julgados de não cabimento da insignificância. Alto grau de reprovabilidade. § 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018). Parcela superior ao mínimo para ajuizamento – não cabe a insignificância. 1.5.4. Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força maior Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre: Apropriação de tesouro I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio; Apropriação de coisa achada II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. Apropriação de coisa “abandonada” ou “sem dono”. Não é crime. Torna-se o dono. Crimes do Capítulo. Aplica-se o 155, § 2º (furto privilegiado): • Réu primário; • Pequeno valor. 1.6. Do Estelionato e outras fraudes Lesão patrimonial por meio ardiloso. 1.6.1. Estelionato Estelionato Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Dolo específico (obter vantagem ilícita). Crime genérico – afastado se houver outra norma específica. Fraude de concurso público. Antes atípica. HOJE - “Fraude em certames de interesse público” [311-A]. Mediante documento falso. - Reclusão por detenção; - Diminui de 1/3 a 2/3; - Apenas Multa. STJ e STF – Concurso formal – Estelionato + falsificação de documento. DOUTRINA – crime de falsificação absorve o de estelionato. DOUTRINA – potencialidade lesiva do doc falso se exaure – estelionato absorve o de falso. Súmula 17, STJ Quando o falso de exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Consumação. Efetiva obtenção da vantagem, com prejuízo a terceiro (resultado duplo). Tentativa. Possível. § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. Estelionato Privilegiado. • Primário; • Pequeno valor. § 2º – Nas mesmas penas incorre quem: Disposição de coisa alheia como própria I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Fraude na entrega de coisa IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro; - Reclusão por detenção; - Diminui de 1/3 a 2/3; - Apenas Multa. Sujeito ativo – segurado. Sujeito passivo – seguradora. Consumação – mera fraude (crime formal) – desnecessária a vantagem (indenização). Fraude no pagamento por meio de cheque VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Dolo específico (de não pagar). Ciência de falta de fundos. Reparação antes do recebimento da Denúncia. Obsta Ação Penal. Cheques sem fundo para dívidas de jogo. Dívidas não são passíveis de cobrança judicial. MAJORANTE § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. 1.6.2. Estelionato Previdenciário Majorante. Aumenta 1/3. Se contra: • Entidade de direito público; • Instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. Geralmente em face do INSS. Bem lesado – Erário. Momento consumativo – Natureza binária (STJ/STF): 1. Momento consumativo para o beneficiário – em cada renovação de saque (crime permanente); 2. Momento consumativo para terceiro participante – recebimento da vantagem pela 1º vez. Crime material. Saque após óbito. Por parente. Cada saque – um novo crime. Crime continuado – se conexão entre cada saque. Estelionato contra idoso § 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015). 1.6.3. Duplicata Simulada Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990). Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990). Sujeitos. Ativo – o que emite o título. Passivo – o sacado, que aceita o título de boa-fé. Emissão de duplicata fria. “Duplicata, que não corresponda, juntamente a fatura respetiva, a uma venda efetiva de bens ou a uma real prestação de serviços”. DOUTRINA (minoria) – é fato atípico! STF e DOUTRINA (maioria) – emissão de duplicata fria é fato típico!! Se é possível em parcial desacordo, quanto mais em total desacordo!! Tipo Subj. Dolo. NÃO cabe culpa!! Consumação. Mera emissão do título – dispensada o fato de fazer circular ou obtenção da vantagem. Tentativa. Possível. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968). Sujeito Passivo – o Estado. 1.6.4. Abuso de Incapazes Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Tutela. Patrimônio do incapaz. Sujeitos. Ativo – qualquer pessoa. Passivo – menor ou debilitado/alienado mental. Conduta. “Abusar” de condição de vulnerabilidade. Sem meio ardiloso. Subjetivo. Dolo (cabe o “eventual”). NÃO cabe culpa!! Consumação. Prática do ato pela vítima (crime formal). Independente de proveito ou prejuízo. 1.6.5. Induzimento a Especulação Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental e outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Conduta. “Abusar” da vulnerabilidade da vítima - “induzindo” a vítima. Sujeitos. A – qualquer pessoa; P – qualquer pessoa dentro das características. Subjetivo. Dolo. Cabível o eventual (“devendo saber...”) Consumação.Prática do jogo, aposta ou especulação (crime formal). Independente de proveito. Tentativa. Possível!!! 1.6.6. Fraude no Comércio Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor: I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada; II - entregando uma mercadoria por outra: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Tutela. Boa-fé das relações comerciais. Patrimônio do lesado. Sujeitos. A – o que exerce a atividade comercial. P – o consumidor ou adquirente. Norma genérica. Havendo norma específica, é afastada. Conduta. “Venda” de mercadoria falsa/deteriorada, passando-a como verdadeira/perfeita. “Entrega” de mercadoria, quando deveria entregar outra. Subjetivo. Dolo. NÃO cabe culpa!! Consumação. Entrega/venda da mercadoria. QUALIFICADORA § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Qualificadora. § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. Forma privilegiada. • Primário; • Pequeno valor. 1.6.7. Outras Fraudes Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Expressões extensivas. “Restaurantes” e “hotel” – exemplificativos – abarcam outros estabelecimentos similares (ex.: motéis, pousadas, lanchonetes e etc). Agente não deve dispor do recurso . Subjetivo. Dolo. NÃO cabe culpa! Se em erro. Não há crime! - Reclusão por detenção; - Diminui de 1/3 a 2/3; - Apenas Multa. Ex.: agente acredita possuir os recursos, mas verifica que sua carteira foi roubada. Consumação. Mera conduta (crime formal). Com/sem prejuízo ou pagamento posterior. Tentativa. Admissível. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Ação. Pública condicionada. Cabível perdão judicial. 1.6.8. Fraudes ou abusos na fundação ou administração de sociedades por ações Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia popular. Conduta. Afirmação falsa; ocultar fraudulentamente fato sobre a sociedade a ser constituída. Sujeitos. A – apenas o sócio-fundador. P – qualquer pessoa. Tipo Subjetivo. Dolo. NÃO cabe culpa! Consumação. Mera conduta (crime formal). Indep de prejuízo. Tentativa. Possível em forma Comissiva - “fazer declaração falsa”. Diferente de “crime contra a economia popular”. Neste se atingem pessoas incertas e indeterminadas – contra a coletividade. § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951) I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo; II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade; III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembleia geral; IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite; V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em caução, ações da própria sociedade; VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios; VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer; VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo. Condutas da administração. § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia geral. Condutas dos Acionistas. Negociação do seu voto. Obtenção de vantagem para si ou para outrem. Dolo específico – “obter a vantagem pela negociação do voto”. 1.6.9. Emissão Irregular de conhecimento de depósito ou warrant. Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Sujeito A – Crime comum – qualquer pessoa. Sujeito P – endossatário do título. Conhecimento de depósito e Warrant. Título representativo de bens deixados em estabelecimento de guarda de mercadoria. Negociável, pelo depositante, no mercado. Conduta. Emitir – pôr em circulação o título – sem as formalidades legais. Norma penal em branco – complementada por outra. Tipo subj. Dolo (direto/eventual). Consumação. Mera emissão do conhecimento de depósito (crime formal). Indep de prejuízo. Tentativa. Não é admitida. Crime unissubsistente. 1.6.10. Fraude a Execução Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa. Conduta. • Desfazimento… • Destruição… • Danificação de bens; • Simulação de dívidas; Objetivo. Frustrar crédito cobrado em sede de execução. Sujeito. A – devedor executado. P – credor prejudicado na satisfação do crédito. Elemento subj. Dolo – de desfazimento dos bens ou simulação de dívidas. Finalidade de frustrar a solvência do crédito do credor. Consumação. Ato de alienar ou destruir ou simular dívidas. Apenas quando já iniciada a execução do juízo cível!!!! E se devedor já CITADO (jurisprudência). Ação. Privada. 1.7. Da Receptação Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996). Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Crime parasitário. Decorre, depende de um anterior. Sujeitos. A – qualquer pessoa (crime comum). SALVO o cúmplice – “cota parte”, e não receptação. P – terceiro de boa-fé ou vítima do crime anterior. Conduta. Subdivisão: • Receptação própria: adquire; recebe; transporta; conduz ou oculta – sabe ser produto de crime – com/sem ajuste ou conluio entre criminoso/vendedor e receptador/adquirente. • Receptação imprópria: influencia terceiro a adquirir o produto de crime – sabendo ser. Produto de ato infracional. De adolescente. Há receptação. Somente coisa móvel pode ser objeto. Tipo subj. Dolo específico (para obter vantagem…). Intenção apenas de ajudar - “favorecimento real”, não receptação. Consumação. Efetiva posse da coisa (crime material). Receptação imprópria – mera influencia de terceiro (crime formal) – praticando ou não Tentativa. Apenas na receptação própria (DOUTRINA). Receptação qualificada § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produtode crime: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996). Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996). § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996). Crime próprio. No exercício de atividade comercial – crime próprio. Tipo subj. Dolo (direto) ou (eventual – “deveria saber…” – constitucional – STF). § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de1996). Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996). Receptação culposa. Imprudência. Circunstancias anômalas. Grande probabilidade de produto de crime. § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996). Autor do principal desconhecido ou isento de pena. Receptação é punível. Prova do crime anterior necessária. Absolvição do principal por inexistência do crime / circunstância que exclui o crime / não constituir infração penal – receptação NÃO punível!! § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996). Perdão Judicial. Na receptação culposa. Se réu primário. Forma Privilegiada. • Primário; • Pequeno valor. - Reclusão por detenção; - Diminui de 1/3 a 2/3; - Apenas Multa. § 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017). Majorante. Em detrimento dos bens da AMD. Aumentada o dobro. Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016). Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016). Sete condutas. • Adquirir; • Receber; • Transportar; • Conduzir; • Ocultar; • Ter em depósito; • Vender. Tipo misto alternativo. Conduta feita – delito consumado. Mais de uma conduta – mesmo contexto fático – crime único. Tipo Subj. Conduta Dolosa. Dois aspectos: 1. Da finalidade da prática: dolo específico - “produzir ou comercializar…”. Se outro fim (ex., “consumo próprio”) – não há esse crime. 2. Da procedência do semovente: basta o “deva saber” (dolo eventual) – não exigiu a certeza de ser produto de crime. Elementos concretos de que deveria saber. Suspensão condicional do processo. Não cabe – pena mínima superior a 1 ano. 1.8. Das Disposições Gerais Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Isenção de pena nos crimes contra o patrimônio. Conduta em prejuízo: • De cônjuge – em sociedade conjugal; • De ascendente ou descendente – seja parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Equiparação = união estável. Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. Ação penal nos crimes contra o patrimônio. REGRA: pública incondicionada. EXCEÇÃO: condicionada a representação – em prejuízo: • De cônjuge desquitado ou judicialmente separado; • De irmão, legítimo ou ilegítimo; • De tio ou sobrinho (coabitante). Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003). SALVO (mesmo nas situações acima): • Roubo ou extorsão – grave ameaça ou violência; • Estranho participante; • Maior ou igual a 60 anos. 1.9. Crimes Patrimoniais e Crimes Hediondos Considerados hediondos: • Roubo com resultado morte (latrocínio); • Extorsão qualificada pela morte; • Extorsão mediante sequestro (simples e qualificada). • Extorsão mediante restrição da liberdade da vítima. 3.1. Súmulas do STF EXERCÍCIOS FIM
Compartilhar