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História do Empreendedorismo no Brasil e no Mundo

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Empreendedorismo
1º Aula
História e surgimento do 
empreendedorismo
Em nossa primeira aula faremos uma rápida introdução sobre o 
termo empreendedorismo e sua evolução histórica no Brasil e no mundo. 
Trataremos ainda sobre os números atuais do empreendedorismo, 
especialmente no Brasil. Para tanto, o conteúdo desta Aula tem como 
base principal os estudos de José Carlos Assis Dornelas (2001) e dados 
da Pesquisa GEM (2011).
Por se tratar de uma contextualização sobre o tema, é fundamental 
que haja muita dedicação e motivação! 
Uma sugestão, para isso, é estabelecer planos adequados à 
sua rotina diária de estudos e procurar cumpri-los, outra é buscar 
frequentemente a ajuda de colegas de curso e da professora. 
Afinal, você faz parte de uma comunidade colaborativa de 
construção do saber! Pense nisso... 
Boa Aula!
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Esperamos que, ao término desta aula, você seja capaz de: 
• reconhecer a origem e a evolução do empreendedorismo;
• identificar, em linhas gerais, o empreendedorismo no Brasil;
• apontar e analisar alguns dos principais dados do empreendedorismo.
60
7
1 – Origem e evolução do empreendedorismo
2 – Empreendedorismo no Brasil
3 – Dados do empreendedorismo
Seções de estudo
A palavra “empreendedor” (entrepreneuer) tem origem francesa e quer 
dizer aquele que corre riscos e começa algo novo (DORNELAS, 2001, 
p. 27).
1 - Origem e evolução do 
empreendedorismo
Vamos iniciar nossos estudos reconhecendo a origem e a evolução 
histórica do empreendedorismo, especialmente no Brasil. 
Veremos que o empreendedorimo foi e é usado, especialmente, para 
designar as pessoas ousadas e visionárias que estimulavam o progresso 
econômico, mediante novas e melhores formas de agir!
Então, vamos à aula?!
1.1 Contextualização
Antes de estudar efetivamente as origens do 
empreendedorismo, é importante saber que, com o passar do 
tempo, determinados conceitos administrativos predominaram, 
de acordo com o contexto social, político, cultural, tecnológico, 
dentre outros de cada momento histórico. 
Observe a seguir, os principais conceitos que foram 
dominantes em cada época e o posicionamento que o 
empreendedorismo assumiu no referido contexto: 
1900
Obs.: 
Movimento: refer-se ao 
movimento que predominou no 
período.
Foco: refere-se aos conceitos 
administra vos predominantes.
1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Movimento de Racionalização 
do trabalho: foco na gerência 
administra va.
Movimento das 
Relações humanas: 
foco nos processos.
Movimento do Funcionalismo 
estrutural: foco na gerência 
por obje vos.
Movimento dos 
Sistemas abertos: 
foco no planejamento 
estratégico.
Movimento das 
Con ngências 
ambientais: foco na 
compe vidade.
Não se tem um movimento 
predominante, mas há cada 
vez mais o foco no papel do 
empreendedor como gerador 
de riqueza para a sociedade.
Figura 1.1 Evolução das ações e conceitos administrativos. 
Fonte: LYRIO (2008).
O mundo tem passado por diversas transformações em 
curtos períodos de tempo, especialmente no século XX, quando 
foram criadas a maioria das invenções que revolucionaram o 
planeta e, em consequência, o modo de vida das pessoas. 
Vale salientar que essas invenções são frutos de inovações, 
de algo novo ou de algo já existente e que foi inovado. Elas 
surgiram a partir de ideias e oportunidades detectadas por 
pessoas que acreditaram e fizeram acontecer, ou seja, os 
empreendedores. 
1.2 Origem e evolução
O conceito de empreendedorismo é antigo e assumiu 
diversas vertentes ao longo do tempo. Para compreensão mais 
efetiva sobre o tema, vejamos, a seguir, um resgate histórico de 
acordo com os pressupostos de Dornelas (2001).
primeira vez por Marco Pólo (empreendedor), que assinou 
um contrato com um homem que tinha dinheiro (capitalista) 
para vender mercadorias. Enquanto o capitalista era alguém 
que assumia riscos de forma passiva, o empreendedor assumia 
papel ativo, correndo diversos riscos.
Na Idade Média, constata-se que o empreendedor 
deixa de assumir riscos e passa a gerenciar grandes projetos 
de produção. Os recursos geralmente vinham por meio de 
incentivos governamentais.
No século XVII surgem os primeiros indícios da 
relação entre assumir riscos e o empreendedorismo. Richard 
Cantillon é considerado, por muitos, o criador do termo 
empreendedorismo, por ser um dos primeiros a diferenciar o 
fornecedor do capital (capitalista) daquele que assume riscos 
(empreendedor).
Foi no século XVIII que capitalista e empreendedor 
foram finalmente diferenciados, certamente em função do 
início da industrialização. Como exemplo, podemos citar as 
pesquisas de eletricidade e química de Thomas Edison, que só 
foram possíveis por meio de financiamento.
No final do século XIX e início do século XX, o termo 
empreendedor é confundido com gerente ou administrador 
(fato que ainda ocorre na atualidade).Segundo Dornelas (2001), o termo foi utilizado pela 
61
Empreendedorismo 8
2 - Empreendedorismo no Brasil
Saber Mais
A palavra empreendedorismo foi utilizada em 1950, pelo economista 
Joseph Schumpeter, como sendo uma pessoa com criatividade e 
capaz de fazer sucesso inovando. Mais tarde, em 1967, com Kenneth 
E. Knight e, em 1970, com Peter Drucker, foi introduzido o conceito 
de risco, pois uma pessoa empreendedora precisa correr riscos em 
algum negócio. E, em 1985, com Gi ord Pinchot, foi introduzido o 
conceito de Intraempreendedor, uma pessoa empreendedora, mas 
dentro de uma organização (PROJOVEM EMPREENDEDOR, 2013).
Fialho et al (2007) destaca que no final do século XX, 
com a descoberta da tecnologia digital, a humanidade evoluiu 
de uma sociedade capitalista industrial para uma sociedade 
neossocialista do conhecimento. 
Importante - leitura complementar: 
Os primórdios do empreendedorismo
Se considerarmos a evolução humana, pode-se dizer que o homem 
primitivo já possuía uma veia empreendedora. Naquela época, 
para sobreviver era necessário construir diversas ferramentas que 
tinham por objetivo agilizar a caça de animais. Para se ter uma ideia, 
o Homo Habilis, um dos ancestrais da atual raça humana, surgiu há 
aproximadamente 2 milhões de anos, e já possuia hábitos de caça.
Milhares de anos se passaram e um importante salto para o 
empreendedorismo ocorreu com as grandes civilizações antigas. 
Um bom exemplo são os egípcios, famosos por suas pirâmides. Para 
construir uma dessas maravilhas, estima-se que eram necessários 30 
mil homens e 20 anos de trabalho. Na agricultura pode-se observar 
a perspicácia desse povo, que aproveitava a cheia do rio Nilo para 
preparar a terra para o plantio da safra seguinte. Além disso, eles foram 
muito importantes para áreas como a matemática e a engenharia.
Empreendedorismo em ascensão
Mas o que eram apenas esforços para a sobrevivência (dos homens 
primitivos) e demonstração do conhecimento acumulado ao 
longo dos séculos (como as construções edi cadas pela civilização 
egípcia), posteriormente ganhou contornos econômicos a partir 
do século XV. Pelas palavras de Fernand Braudel “as grandes 
concentrações econômicas pedem concentrações de meios técnicos 
e o desenvolvimento da tecnologia: assim ocorreu com o Arsenal de 
Veneza no século XV, com a Holanda no século XVII, com a Inglaterra 
no século XVIII”.
O século XVI também merece especial atenção. Movidos pela 
efervescência das feiras internacionais da época (as feiras de 
Antuérpia, de Frankfurt e de Lyon são alguns exemplos), os europeus 
desbravaram o mundo em uma época que cou conhecida como o 
período das Grandes Navegações. Holandeses, ingleses, portugueses 
e espanhóis são os grandes representantes desse movimento, 
expandindo suas missões empreendedoras pelos demais continentes 
do mundo.
A inteligência e a e cácia do trabalho humano cresceram de tal 
forma que a produção (principalmente de mercadorias e alimentos) 
tornou-se excessiva. Para dar vazão a esse acúmulo é que surgiu o 
mercantilismo, a semente de tudo que conhecemos hoje em termosde empreendedorismo (ADMINISTRADORES, 2013).
Finalmente, é válido salientar que entramos na Sociedade 
do conhecimento, em que as exigências econômicas e 
mercadológicas demandam cada vez mais conhecimento 
e treinamentos mais sofisticados, de forma a manter a 
competitividade das organizações.
Reconhecendo que o empreendedor ao longo da história procurou 
apresentar constantemente um novo olhar sobre o mundo e, por 
conseguinte, à medida que presenciava a evolução, abriu novas trilhas, 
explorou novos conhecimentos, dentre outras consquistas.
A seguir, você será convidado a entender como o empreendedorismo 
evoluiu em nossa nação.
No final do século XX, a partir das tentativas de 
estabilização da economia brasileira e do processo de 
globalização, surge a necessidade das grandes empresas 
brasileiras aumentarem a competitividade, reduzirem custos, 
elevarem os lucros, de forma a manterem-se no mercado. 
A consequência maior desse processo foi o aumento do 
índice de desemprego, especialmente nas grandes cidades. 
Esse fato levou muitos ex-funcionários a buscarem soluções 
abrindo seu próprio negócio como forma de sobrevivência. 
A maioria não tinha experiência no ramo e por falta de 
conhecimento do mercado colocava em risco suas economias 
pessoais.
Figura 1.2 Empreendedorismo no Brasil.
Fonte: BLOGSPOT IAGRAMRN. Empreendedorismo no Brasil: uma visão otimista. 
Disponível em: <http://iagramrn.blogspot.com.br/2011/07/empreendedorismo-no-
brasil-uma-visao.html>. Acesso em: 19 jan. 2018.
Foi com base neste cenário que o termo empreendedorismo 
se popularizou em nosso país, a partir da preocupação com 
a criação de empresas duradouras e que se estabilizassem no 
mercado, sem “naufragar” logo nos primeiros meses de vida.
Segundo Dornelas (2001), o empreendedorismo no Brasil 
começou a se formar, mais especificamente na década de 
1990, a partir do momento em que entidades como SEBRAE 
(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e 
SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) 
foram criadas. 
Antes disso, praticamente não se ouvia falar em 
empreendedorismo e em criação de pequenas empresas no 
Brasil, uma vez que o ambiente político e econômico do 
país não eram propícios e o empreendedor praticamente não 
encontrava informações e bases suficientes para auxiliá-lo em 
seu empreendimento.
No Brasil, o empreendedorismo ganhou forças e se 
popularizou a partir da década de 90 com a abertura da 
economia, que propiciou a criação de diversas entidades 
voltadas para o tema, bem como com o envolvimento mais 
62
9
ativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas, SEBRAE, o processo de privatização das grandes 
estatais e a abertura do mercado interno para concorrência 
externa. 
Antes disso, o termo empreendedor era praticamente 
desconhecido e a criação de pequenas empresas era limitada 
em função do ambiente político e econômico, nada favorável 
ao país (GRECO et al, 2010, p. 27). 
A Softex foi criada com o intuito de levar as empresas de 
software do Brasil ao exterior. Foi com os programas criados na 
Softex em todo o país junto com as incubadoras de empresas 
e universidades/cursos de ciência da computação/informática, 
que o tema empreendedorismo começou a despertar na 
sociedade brasileira. 
Desse modo, até então, o termo 
plano de negócios era praticamente 
desconhecido, e até ridicularizadas 
pelos pequenos empresários. 
Passados 20 anos, pode-se dizer 
que o Brasil entra neste novo milênio 
com todo potencial para desenvolver 
um dos maiores programas de ensino 
de empreendedorismo de todo o 
mundo, comparável apenas aos 
Estados Unidos, onde mais de 2.000 
escolas ensinam empreendedorismo.
Atualmente, o SEBRAE é um dos órgãos mais 
conhecidos entre os micros e pequenos empresários ou dos 
futuros empreendedores que buscam iniciar ou melhorar seu 
empreendimento. Entretanto, possuem como opção obter 
suporte por meio de seus programas EMPRETEC e Jovem 
Empreendedor. 
O SEBRAE, de certa forma, está implantando a cultura 
empreendedora por meio de palestras em universidades e 
empresas brasileiras que visam direcionar e despertar o espírito 
empreendedor, além de promover, em parceria com outros 
países, o Desafio SEBRAE, uma competição entre acadêmicos 
de várias nacionalidades, que têm como tarefa administrar uma 
empresa virtual.
Portanto, percebe-se que o início da difusão do 
empreendedorismo no Brasil, nasce por conveniência do 
governo e sobrevivência de muitos trabalhadores que saíram 
das grandes estatais após o processo de privatização e com o 
aumento dos índices de desemprego. 
A partir disso, o governo se propõe a fornecer subsídios a 
fim de que os trabalhadores tivessem a possibilidade de contribuir 
para o desenvolvimento e a geração de emprego no Brasil.
Assim, temos que, atualmente em nosso país, o 
empreendedorismo está disseminado e é fundamental para a 
geração de riquezas, promovendo o crescimento econômico 
e aprimorando as condições de vida da população. É também 
um fator importantíssimo na geração de empregos e renda 
(GRECO et al, 2010). 
Figura 1.3 Representação do 
empreendedorismo.
Fonte: arquivo pessoal.
3 - Dados do empreendedorismo
Os dados a seguir foram extraídos da pesquisa GEM 
(Global Entrepreneurship Monitor), realizada no início do ano 
de 2011 pelo IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e 
Produtividade) em parceria com o SEBRAE e o SESI-SENAI. 
O GEM é um consórcio internacional. Seu objetivo 
consiste em medir a evolução do empreendedorismo 
e identificar os fatores favoráveis e inibidores do 
empreendedorismo. O relatório GEM 2011 foi produzido 
a partir de dados provenientes de 54 países. No Brasil, foi 
realizada, pelo 12º ano consecutivo.
Saber Mais
O GEM agrupa as economias dos países participantes em três 
níveis: Impulsionados por fatores: são dominadas pela agricultura de 
subsistência e negócios extrativistas, com uma forte dependência do 
trabalho e dos recursos naturais. Países impulsionados pela e ciência: 
o desenvolvimento é caracterizado pela industrialização e pelos 
ganhos em economias de escala, com predominância de grandes 
organizações intensivas em capital. E por m, os países impulsionados 
pela inovação: à medida que o desenvolvimento avança, os negócios 
são mais intensivos em conhecimento e o setor de serviços se expande 
(GEM, 2011).
A figura 1.4 apresenta os países participantes da pesquisa 
2011 classificados segundo os três níveis anteriormente 
descritos.
Países impulsionados
por fatores
Países impulsionados
pela e ciência
Países impulsionados
pela inovação
Argélia África do Sul Alemanha
Bangladesh Argentina Austrália
Guatemala Barbados Bélgica
Irã Bósnia e Herzegovina Cingapura
Jamaica Brasil Coréia do Sul
Paquistão Chile Dinamarca
Venezuela China Emirados Árabes Unidos
Colômbia Eslovênia
Croácia Espanha
Eslováquia Estados Unidos
Hungria Finlândia
Letônia França
Lituânia Grécia
Malásia Holanda
México Irlanda
Panamá Japão
Peru Noruega
Polônia Portugal
Romênia Reino Unido
Rússia República Tcheca
Tailândia Suécia
Tridade e Tobago Suíça
Turquia Taiwan
Uruguai
Figura 1.4 - Classi cação dos países participantes segundo as fases do 
desenvolvimento econômico.
Fonte: GEM (2011, p. 19).
63
Empreendedorismo 10
Você Sabia?
O GEM iniciou-se em 1999, fruto de uma parceria entre Babson 
College e London Business School, duas escolas internacionalmente 
reconhecidas. Hoje o GEM é um projeto robusto, e consolidado 
como uma referência e uma fonte única de informações sobre 
empreendedorismo para pesquisadores do tema. Desde o ano 2000 
o Brasil participa da pesquisa (GEM, 2011).
A pesquisa revelou que o Brasil é a 3ª maior população 
empreendedora, em números absolutos, entre os 54 países 
estudados, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Cerca 
de 27 milhões de brasileiros possuem um negócio, ou estão 
envolvidos na criação de um. Observa-se que este índice tem 
aumentado consideravelmente, pois na pesquisa GEM de 
2010,este número era de 21,1 milhões.
A pesquisa mostra ainda que a maior parte dos negócios 
está nas mãos de jovens e que eles cada vez estão empreendendo 
mais. Dos 27 milhões de empreendedores brasileiros, mais 
de 50%, 14,4 milhões, têm entre 25 e 44 anos. Outros 3,4 
milhões têm entre 18 e 24 anos. Seis milhões estão na faixa de 
45 a 54 anos, e 3,3 milhões têm mais de 55 anos. Em dados 
percentuais, do total de empreendedores, 20,8% estão na faixa 
de 18 a 24 anos enquanto 31,7% encontram-se entre 25 e 34 
anos. Na pesquisa, divulgada em 2009, a taxa de jovens entre 
18 a 24 anos que empreendiam no Brasil era de 15%. 
Em relação ao estágio dos empreendimentos, 14,9% 
correspondem a TEA (Taxa de empreendedores em estágio 
inicial, o que corresponde a 15 milhões de pessoas. E 12,2 
são empresas já estabelecidas (mais de 3 anos), em números 
absolutos equivale a 12 milhões de pessoas.
A renda mensal obtida por 50% dos empreendedores 
chega a, no máximo, três salários mínimos. Um terço deles 
fatura entre três e seis salários mínimos e menos de 15% tira 
mais de seis salários mínimos por mês com o próprio negócio.
A mulher brasileira é historicamente uma das que mais 
empreende no mundo, ocupando a quarta posição. No Brasil, 
as mulheres atingiram a quarta maior TEA dentre todos os 54 
(cinquenta e quatro) países participantes da pesquisa em 2011.
Em 2011, entre os empreendedores iniciais, 51% são 
homens e 49% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros 
no empreendedorismo nacional.
Figura 1.5 Mulher empreendedora. 
FONTE: NUVENDIGITAL. Patrão ou patroa? mulheres lideram empreendedorismo. 
Disponível em: <http://nuvendigital.com/?tag=mulher-empreendedora>. Acesso 
em: 18 jan. 2018.
A pesquisa revela ainda que mulheres preferem negócios 
como: beleza, alimentação, moda e estética.
Estudos da OIT (Organização Internacional do 
Trabalho) revelam que as mulheres possuem uma jornada 
de trabalho maior que os homens (cerca de cinco horas a 
mais por semana). As mulheres trabalham 58 horas semanais, 
sendo: 36 horas no mercado formal e 22 em atividades do lar.
O Brasil já passou pela fase de altas taxas de 
empreendedorismo, característica de países muito pobres, 
como Bolívia, Peru e Angola.
No Brasil, desde a pesquisa 2003, os empreendedores por 
oportunidade são maioria, sendo que a relação oportunidade X 
necessidade tem sido superior a 1,4 desde o ano de 2007. Em 
2011, para cada empreendedor por necessidade, havia outros 2,1 
que empreenderam por oportunidade. Este valor é semelhante 
à média dos países integrantes, que foi de 2,2 empreendedores 
por oportunidade para cada um por necessidade.
Ainda no Brasil, em 2011, entre os empreendedores 
por oportunidade, 43% o fizeram pela busca de maior 
independência e liberdade na vida profissional; 35,2% pelo 
aumento da renda pessoal; 18,5% apenas para a manutenção 
de sua renda pessoal, enquanto 3,3% citaram outros motivos, 
ou seja, 78,2% vislumbram uma oportunidade de aprimorar a 
vida com o negócio que estão abrindo.
A GEM revela ainda que em países onde haja má 
distribuição de renda, como no Brasil, o jovem é obrigado 
a entrar cada vez mais cedo no mercado de trabalho como 
forma de aumentar a renda familiar. 
Dessa forma, há predominância do jovem empreendedor, 
por necessidade, em atividades de baixa produtividade. Por falta 
de empregos formais, esse jovem busca no empreendedorismo 
uma opção de trabalho e renda. Em 2008, os jovens que 
empreendem por necessidade no Brasil correspondem a 28% 
do total. Já a pesquisa GEM 2011 revelou que houve um 
aumento na oferta de emprego, de forma que, houve uma 
queda de 5,4% no crescimento do empreendedorismo por 
necessidade.
A taxa é superior à média registrada entre 2001 e 2008, 
que era de 20,6%.
Em 2008 tínhamos que o Brasil possuía um dos menores 
índices de participação de pessoas adultas de meia idade (55-
64 anos) no empreendedorismo, correspondente a apenas 3%, 
colocando-se assim na 40ª posição no ranking mundial. Já as 
pesquisas de 2010 e 2011mostraram que essa realidade ainda 
continua.
Um dos fatores que incidem nesse quadro é a tendência 
de universalização da previdência. Os aposentados conseguem 
manter sua subsistência, e/ou deixando de fazer outras 
atividades e/ou procurando alternativas de complementação 
de renda no mercado como assalariado formal ou informal.
O sucesso e a capacidade de crescimento de um negócio 
estão intimamente relacionados à sua inovação tecnológica. 
Na análise do GEM 2011, os empreendedores brasileiros 
em estágio inicial, parecem adotar pouca inovação tecnológica 
em seus negócios, ficando na 46ª posição entre os 54 países 
que participaram da pesquisa e na 21ª posição entre os 24 
países do grupo eficiência, conforme descrito na figura 1.4. 
Já, em relação aos empreendedores estabelecidos, a posição 
relativa brasileira melhora significativamente. Para esse grupo 
cujos negócios possuem mais tempo de existência, o Brasil 
salta para a 36ª posição em relação aos 54 países participantes 
do estudo e para a 13ª posição, considerando os 24 países do 
grupo-eficiência.
Tais resultados podem sugerir que, no Brasil, em 
comparação com outros países, a adoção de novas tecnologias 
64
11
ocorre em um nível maior de maturidade do empreendimento. 
Reflexo da realidade brasileira, dado que a compra de ativos de 
nível tecnológico alto ou médio exige investimentos de capital. 
Apesar de haver linhas específicas no Brasil para se adquirir 
ativos a taxas de juros razoáveis, a maioria das empresas acaba 
deixando a compra de novas tecnologias para um momento 
posterior aos seus primeiros anos de existência.
A pesquisa aponta ainda, que enquanto nos países do 
grupo-inovação a taxa de empreendedores aumenta à medida 
em que os indivíduos aumentam seu nível de escolaridade, 
no Brasil tal relação se mostrou inversa, ou seja, as taxas são 
menores à medida que o nível de escolaridade aumenta. Tal 
fato pode ter pelo menos três explicações. 
A primeira deve-se ao fato da alta taxa de empreendedores 
por necessidade ainda existente no Brasil, apesar desse 
indicador ter melhorado substancialmente nos últimos anos. A 
segunda explicação refere-se à alta demanda por mão de obra 
qualificada pelas empresas brasileiras, que se encontram em um 
momento de expansão econômica forte e com altos níveis de 
recrutamento e seleção de empregados. Finalmente, pode-se 
considerar o baixo nível de escolaridade da população.
Contudo, é possível perceber a evolução do empreendedor 
brasileiro que, cada vez mais, está ousado em enfrentar a 
concorrência e investir em novos empreendimentos, sendo 
capaz de assumir riscos financeiros. Ele é mais consciente e 
focado no empreendedorismo como uma opção de carreira.
A economia brasileira encontra-se aquecida favorecendo a 
criação de novos negócios e para que os mesmos se preparem 
para mercados mais competitivos. Há muitas oportunidades de 
negócio.
Fique antenado! 
No site do YouTube, assim como, em Material de Aula LINKS 
da plataforma você pode encontrar inúmeros vídeos sobre o 
empreededorismo. Procure assistir alguns deles e se posicionar 
criticamente em relação ao conteúdo. 
Com os conhecimentos que está adquirindo, cada vez mais você 
se torna capaz de superar o senso comum sobre as informações 
disponibilizadas nos diferentes meios de comunicação e utilizá-las 
como fontes de pesquisa, sempre que considerar que se tratam de 
conhecimentos úteis! 
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar a 
Aula 1, vamos recordar os temas que foram abordados:
 1 - Origem e Evolução do Empreendedorismo
Estudamos, inicialmente, como foi o surgimento, bem 
como a evolução do empreendedorismo. 
2 - Empreendedorismo no Brasil
Já na seção 2, tivemos a oportunidade de entender como 
foi a evolução do empreendedorismo no Brasil e como, em 
linhas gerais, é aplicado até os dias atuais. 
3 - Dados do empreendedorismo
Concluímos, na última seção, com base na pesquisa GEM 
2011, alguns dos principaisdados atuais do empreendedorismo 
no mundo e principalmente no Brasil. 
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: 
transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
FIALHO, Francisco Antônio Pereira et al. Empreendedorismo 
na Era do conhecimento. Florianópolis: Visual Books, 2007.
GRECO, Simara M. S. et al. Empreendedorismo no Brasil: 2010. 
Curitiba: IBQP, 2010.
ADMINISTRADORES. Empreendedorismo: origem 
e desafios para o Brasil do século XXI. Disponível em: 
<http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/
empreendedorismo-origem-e-desafios-para-o-brasil-do-seculo-
xxi/33075/>. Acesso em: 25 jan. 2013. 
BLOGSPOT IAGRAMRN. Empreendedorismo no Brasil: 
uma visão otimista. Disponível em: <http://iagramrn.blogspot.
com.br/2011/07/empreendedorismo-no-brasil-uma-visao.
html>. Acesso em: 19 jan. 2013.
LYRIO, M. V. L. Gestão: empreendedorismo (2008). 
Disponível em: <http://mauriciovll.files.wordpress.
com/2008/03/empreendedorismo_apostila.pdf>. Acesso em: 
19 jan. 2013.
NUVENDIGITAL. Patrão ou patroa? mulheres lideram 
empreendedorismo. Disponível em: <http://nuvendigital.
com/?tag=mulher-empreendedora>. Acesso em: 18 jan. 2013.
PROJOVEM EMPREENDEDOR. Empreendedorismo. 
Disponível em: <http://projovemempreendedor.blogspot.
com.br/2011/10/empreendedor-e-o-termo-utilizado-para.
html>. Acesso em: 25 jan. 2013. 
SEBRAE. Estudos e pesquisas. Disponível em: < http://
www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/temas-
estrategicos/empreendedorismo/205-27-gem-2011-brasil-e-o-
terceiro-pais-com-maior-nb0-de/BIA_20527>. Acesso em: 19 
de jan. 2013.
Vale a pena
Vale a pena ler
Vale a pena acessar
YOU TUBE. GV #01: Os 3 elementos básicos do 
Empreendedorismo. Disponível em: <http://www.youtube.
com/watch?v=o5I9cx2Tb64>. Acesso em: 31 jan 2013. 
______. Entrevista Sílvio Santos: exemplo de 
empreendedorismo. Disponível em: <http://www.youtube.
com/watch?v=CTOaajZX-qo>. Acesso em: 31 jan. 2013.
Vale a pena assistir
65

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