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Empreendedorismo 1º Aula História e surgimento do empreendedorismo Em nossa primeira aula faremos uma rápida introdução sobre o termo empreendedorismo e sua evolução histórica no Brasil e no mundo. Trataremos ainda sobre os números atuais do empreendedorismo, especialmente no Brasil. Para tanto, o conteúdo desta Aula tem como base principal os estudos de José Carlos Assis Dornelas (2001) e dados da Pesquisa GEM (2011). Por se tratar de uma contextualização sobre o tema, é fundamental que haja muita dedicação e motivação! Uma sugestão, para isso, é estabelecer planos adequados à sua rotina diária de estudos e procurar cumpri-los, outra é buscar frequentemente a ajuda de colegas de curso e da professora. Afinal, você faz parte de uma comunidade colaborativa de construção do saber! Pense nisso... Boa Aula! Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Esperamos que, ao término desta aula, você seja capaz de: • reconhecer a origem e a evolução do empreendedorismo; • identificar, em linhas gerais, o empreendedorismo no Brasil; • apontar e analisar alguns dos principais dados do empreendedorismo. 60 7 1 – Origem e evolução do empreendedorismo 2 – Empreendedorismo no Brasil 3 – Dados do empreendedorismo Seções de estudo A palavra “empreendedor” (entrepreneuer) tem origem francesa e quer dizer aquele que corre riscos e começa algo novo (DORNELAS, 2001, p. 27). 1 - Origem e evolução do empreendedorismo Vamos iniciar nossos estudos reconhecendo a origem e a evolução histórica do empreendedorismo, especialmente no Brasil. Veremos que o empreendedorimo foi e é usado, especialmente, para designar as pessoas ousadas e visionárias que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e melhores formas de agir! Então, vamos à aula?! 1.1 Contextualização Antes de estudar efetivamente as origens do empreendedorismo, é importante saber que, com o passar do tempo, determinados conceitos administrativos predominaram, de acordo com o contexto social, político, cultural, tecnológico, dentre outros de cada momento histórico. Observe a seguir, os principais conceitos que foram dominantes em cada época e o posicionamento que o empreendedorismo assumiu no referido contexto: 1900 Obs.: Movimento: refer-se ao movimento que predominou no período. Foco: refere-se aos conceitos administra vos predominantes. 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 Movimento de Racionalização do trabalho: foco na gerência administra va. Movimento das Relações humanas: foco nos processos. Movimento do Funcionalismo estrutural: foco na gerência por obje vos. Movimento dos Sistemas abertos: foco no planejamento estratégico. Movimento das Con ngências ambientais: foco na compe vidade. Não se tem um movimento predominante, mas há cada vez mais o foco no papel do empreendedor como gerador de riqueza para a sociedade. Figura 1.1 Evolução das ações e conceitos administrativos. Fonte: LYRIO (2008). O mundo tem passado por diversas transformações em curtos períodos de tempo, especialmente no século XX, quando foram criadas a maioria das invenções que revolucionaram o planeta e, em consequência, o modo de vida das pessoas. Vale salientar que essas invenções são frutos de inovações, de algo novo ou de algo já existente e que foi inovado. Elas surgiram a partir de ideias e oportunidades detectadas por pessoas que acreditaram e fizeram acontecer, ou seja, os empreendedores. 1.2 Origem e evolução O conceito de empreendedorismo é antigo e assumiu diversas vertentes ao longo do tempo. Para compreensão mais efetiva sobre o tema, vejamos, a seguir, um resgate histórico de acordo com os pressupostos de Dornelas (2001). primeira vez por Marco Pólo (empreendedor), que assinou um contrato com um homem que tinha dinheiro (capitalista) para vender mercadorias. Enquanto o capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva, o empreendedor assumia papel ativo, correndo diversos riscos. Na Idade Média, constata-se que o empreendedor deixa de assumir riscos e passa a gerenciar grandes projetos de produção. Os recursos geralmente vinham por meio de incentivos governamentais. No século XVII surgem os primeiros indícios da relação entre assumir riscos e o empreendedorismo. Richard Cantillon é considerado, por muitos, o criador do termo empreendedorismo, por ser um dos primeiros a diferenciar o fornecedor do capital (capitalista) daquele que assume riscos (empreendedor). Foi no século XVIII que capitalista e empreendedor foram finalmente diferenciados, certamente em função do início da industrialização. Como exemplo, podemos citar as pesquisas de eletricidade e química de Thomas Edison, que só foram possíveis por meio de financiamento. No final do século XIX e início do século XX, o termo empreendedor é confundido com gerente ou administrador (fato que ainda ocorre na atualidade).Segundo Dornelas (2001), o termo foi utilizado pela 61 Empreendedorismo 8 2 - Empreendedorismo no Brasil Saber Mais A palavra empreendedorismo foi utilizada em 1950, pelo economista Joseph Schumpeter, como sendo uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso inovando. Mais tarde, em 1967, com Kenneth E. Knight e, em 1970, com Peter Drucker, foi introduzido o conceito de risco, pois uma pessoa empreendedora precisa correr riscos em algum negócio. E, em 1985, com Gi ord Pinchot, foi introduzido o conceito de Intraempreendedor, uma pessoa empreendedora, mas dentro de uma organização (PROJOVEM EMPREENDEDOR, 2013). Fialho et al (2007) destaca que no final do século XX, com a descoberta da tecnologia digital, a humanidade evoluiu de uma sociedade capitalista industrial para uma sociedade neossocialista do conhecimento. Importante - leitura complementar: Os primórdios do empreendedorismo Se considerarmos a evolução humana, pode-se dizer que o homem primitivo já possuía uma veia empreendedora. Naquela época, para sobreviver era necessário construir diversas ferramentas que tinham por objetivo agilizar a caça de animais. Para se ter uma ideia, o Homo Habilis, um dos ancestrais da atual raça humana, surgiu há aproximadamente 2 milhões de anos, e já possuia hábitos de caça. Milhares de anos se passaram e um importante salto para o empreendedorismo ocorreu com as grandes civilizações antigas. Um bom exemplo são os egípcios, famosos por suas pirâmides. Para construir uma dessas maravilhas, estima-se que eram necessários 30 mil homens e 20 anos de trabalho. Na agricultura pode-se observar a perspicácia desse povo, que aproveitava a cheia do rio Nilo para preparar a terra para o plantio da safra seguinte. Além disso, eles foram muito importantes para áreas como a matemática e a engenharia. Empreendedorismo em ascensão Mas o que eram apenas esforços para a sobrevivência (dos homens primitivos) e demonstração do conhecimento acumulado ao longo dos séculos (como as construções edi cadas pela civilização egípcia), posteriormente ganhou contornos econômicos a partir do século XV. Pelas palavras de Fernand Braudel “as grandes concentrações econômicas pedem concentrações de meios técnicos e o desenvolvimento da tecnologia: assim ocorreu com o Arsenal de Veneza no século XV, com a Holanda no século XVII, com a Inglaterra no século XVIII”. O século XVI também merece especial atenção. Movidos pela efervescência das feiras internacionais da época (as feiras de Antuérpia, de Frankfurt e de Lyon são alguns exemplos), os europeus desbravaram o mundo em uma época que cou conhecida como o período das Grandes Navegações. Holandeses, ingleses, portugueses e espanhóis são os grandes representantes desse movimento, expandindo suas missões empreendedoras pelos demais continentes do mundo. A inteligência e a e cácia do trabalho humano cresceram de tal forma que a produção (principalmente de mercadorias e alimentos) tornou-se excessiva. Para dar vazão a esse acúmulo é que surgiu o mercantilismo, a semente de tudo que conhecemos hoje em termosde empreendedorismo (ADMINISTRADORES, 2013). Finalmente, é válido salientar que entramos na Sociedade do conhecimento, em que as exigências econômicas e mercadológicas demandam cada vez mais conhecimento e treinamentos mais sofisticados, de forma a manter a competitividade das organizações. Reconhecendo que o empreendedor ao longo da história procurou apresentar constantemente um novo olhar sobre o mundo e, por conseguinte, à medida que presenciava a evolução, abriu novas trilhas, explorou novos conhecimentos, dentre outras consquistas. A seguir, você será convidado a entender como o empreendedorismo evoluiu em nossa nação. No final do século XX, a partir das tentativas de estabilização da economia brasileira e do processo de globalização, surge a necessidade das grandes empresas brasileiras aumentarem a competitividade, reduzirem custos, elevarem os lucros, de forma a manterem-se no mercado. A consequência maior desse processo foi o aumento do índice de desemprego, especialmente nas grandes cidades. Esse fato levou muitos ex-funcionários a buscarem soluções abrindo seu próprio negócio como forma de sobrevivência. A maioria não tinha experiência no ramo e por falta de conhecimento do mercado colocava em risco suas economias pessoais. Figura 1.2 Empreendedorismo no Brasil. Fonte: BLOGSPOT IAGRAMRN. Empreendedorismo no Brasil: uma visão otimista. Disponível em: <http://iagramrn.blogspot.com.br/2011/07/empreendedorismo-no- brasil-uma-visao.html>. Acesso em: 19 jan. 2018. Foi com base neste cenário que o termo empreendedorismo se popularizou em nosso país, a partir da preocupação com a criação de empresas duradouras e que se estabilizassem no mercado, sem “naufragar” logo nos primeiros meses de vida. Segundo Dornelas (2001), o empreendedorismo no Brasil começou a se formar, mais especificamente na década de 1990, a partir do momento em que entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas. Antes disso, praticamente não se ouvia falar em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas no Brasil, uma vez que o ambiente político e econômico do país não eram propícios e o empreendedor praticamente não encontrava informações e bases suficientes para auxiliá-lo em seu empreendimento. No Brasil, o empreendedorismo ganhou forças e se popularizou a partir da década de 90 com a abertura da economia, que propiciou a criação de diversas entidades voltadas para o tema, bem como com o envolvimento mais 62 9 ativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, SEBRAE, o processo de privatização das grandes estatais e a abertura do mercado interno para concorrência externa. Antes disso, o termo empreendedor era praticamente desconhecido e a criação de pequenas empresas era limitada em função do ambiente político e econômico, nada favorável ao país (GRECO et al, 2010, p. 27). A Softex foi criada com o intuito de levar as empresas de software do Brasil ao exterior. Foi com os programas criados na Softex em todo o país junto com as incubadoras de empresas e universidades/cursos de ciência da computação/informática, que o tema empreendedorismo começou a despertar na sociedade brasileira. Desse modo, até então, o termo plano de negócios era praticamente desconhecido, e até ridicularizadas pelos pequenos empresários. Passados 20 anos, pode-se dizer que o Brasil entra neste novo milênio com todo potencial para desenvolver um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo de todo o mundo, comparável apenas aos Estados Unidos, onde mais de 2.000 escolas ensinam empreendedorismo. Atualmente, o SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos entre os micros e pequenos empresários ou dos futuros empreendedores que buscam iniciar ou melhorar seu empreendimento. Entretanto, possuem como opção obter suporte por meio de seus programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor. O SEBRAE, de certa forma, está implantando a cultura empreendedora por meio de palestras em universidades e empresas brasileiras que visam direcionar e despertar o espírito empreendedor, além de promover, em parceria com outros países, o Desafio SEBRAE, uma competição entre acadêmicos de várias nacionalidades, que têm como tarefa administrar uma empresa virtual. Portanto, percebe-se que o início da difusão do empreendedorismo no Brasil, nasce por conveniência do governo e sobrevivência de muitos trabalhadores que saíram das grandes estatais após o processo de privatização e com o aumento dos índices de desemprego. A partir disso, o governo se propõe a fornecer subsídios a fim de que os trabalhadores tivessem a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento e a geração de emprego no Brasil. Assim, temos que, atualmente em nosso país, o empreendedorismo está disseminado e é fundamental para a geração de riquezas, promovendo o crescimento econômico e aprimorando as condições de vida da população. É também um fator importantíssimo na geração de empregos e renda (GRECO et al, 2010). Figura 1.3 Representação do empreendedorismo. Fonte: arquivo pessoal. 3 - Dados do empreendedorismo Os dados a seguir foram extraídos da pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), realizada no início do ano de 2011 pelo IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade) em parceria com o SEBRAE e o SESI-SENAI. O GEM é um consórcio internacional. Seu objetivo consiste em medir a evolução do empreendedorismo e identificar os fatores favoráveis e inibidores do empreendedorismo. O relatório GEM 2011 foi produzido a partir de dados provenientes de 54 países. No Brasil, foi realizada, pelo 12º ano consecutivo. Saber Mais O GEM agrupa as economias dos países participantes em três níveis: Impulsionados por fatores: são dominadas pela agricultura de subsistência e negócios extrativistas, com uma forte dependência do trabalho e dos recursos naturais. Países impulsionados pela e ciência: o desenvolvimento é caracterizado pela industrialização e pelos ganhos em economias de escala, com predominância de grandes organizações intensivas em capital. E por m, os países impulsionados pela inovação: à medida que o desenvolvimento avança, os negócios são mais intensivos em conhecimento e o setor de serviços se expande (GEM, 2011). A figura 1.4 apresenta os países participantes da pesquisa 2011 classificados segundo os três níveis anteriormente descritos. Países impulsionados por fatores Países impulsionados pela e ciência Países impulsionados pela inovação Argélia África do Sul Alemanha Bangladesh Argentina Austrália Guatemala Barbados Bélgica Irã Bósnia e Herzegovina Cingapura Jamaica Brasil Coréia do Sul Paquistão Chile Dinamarca Venezuela China Emirados Árabes Unidos Colômbia Eslovênia Croácia Espanha Eslováquia Estados Unidos Hungria Finlândia Letônia França Lituânia Grécia Malásia Holanda México Irlanda Panamá Japão Peru Noruega Polônia Portugal Romênia Reino Unido Rússia República Tcheca Tailândia Suécia Tridade e Tobago Suíça Turquia Taiwan Uruguai Figura 1.4 - Classi cação dos países participantes segundo as fases do desenvolvimento econômico. Fonte: GEM (2011, p. 19). 63 Empreendedorismo 10 Você Sabia? O GEM iniciou-se em 1999, fruto de uma parceria entre Babson College e London Business School, duas escolas internacionalmente reconhecidas. Hoje o GEM é um projeto robusto, e consolidado como uma referência e uma fonte única de informações sobre empreendedorismo para pesquisadores do tema. Desde o ano 2000 o Brasil participa da pesquisa (GEM, 2011). A pesquisa revelou que o Brasil é a 3ª maior população empreendedora, em números absolutos, entre os 54 países estudados, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Cerca de 27 milhões de brasileiros possuem um negócio, ou estão envolvidos na criação de um. Observa-se que este índice tem aumentado consideravelmente, pois na pesquisa GEM de 2010,este número era de 21,1 milhões. A pesquisa mostra ainda que a maior parte dos negócios está nas mãos de jovens e que eles cada vez estão empreendendo mais. Dos 27 milhões de empreendedores brasileiros, mais de 50%, 14,4 milhões, têm entre 25 e 44 anos. Outros 3,4 milhões têm entre 18 e 24 anos. Seis milhões estão na faixa de 45 a 54 anos, e 3,3 milhões têm mais de 55 anos. Em dados percentuais, do total de empreendedores, 20,8% estão na faixa de 18 a 24 anos enquanto 31,7% encontram-se entre 25 e 34 anos. Na pesquisa, divulgada em 2009, a taxa de jovens entre 18 a 24 anos que empreendiam no Brasil era de 15%. Em relação ao estágio dos empreendimentos, 14,9% correspondem a TEA (Taxa de empreendedores em estágio inicial, o que corresponde a 15 milhões de pessoas. E 12,2 são empresas já estabelecidas (mais de 3 anos), em números absolutos equivale a 12 milhões de pessoas. A renda mensal obtida por 50% dos empreendedores chega a, no máximo, três salários mínimos. Um terço deles fatura entre três e seis salários mínimos e menos de 15% tira mais de seis salários mínimos por mês com o próprio negócio. A mulher brasileira é historicamente uma das que mais empreende no mundo, ocupando a quarta posição. No Brasil, as mulheres atingiram a quarta maior TEA dentre todos os 54 (cinquenta e quatro) países participantes da pesquisa em 2011. Em 2011, entre os empreendedores iniciais, 51% são homens e 49% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros no empreendedorismo nacional. Figura 1.5 Mulher empreendedora. FONTE: NUVENDIGITAL. Patrão ou patroa? mulheres lideram empreendedorismo. Disponível em: <http://nuvendigital.com/?tag=mulher-empreendedora>. Acesso em: 18 jan. 2018. A pesquisa revela ainda que mulheres preferem negócios como: beleza, alimentação, moda e estética. Estudos da OIT (Organização Internacional do Trabalho) revelam que as mulheres possuem uma jornada de trabalho maior que os homens (cerca de cinco horas a mais por semana). As mulheres trabalham 58 horas semanais, sendo: 36 horas no mercado formal e 22 em atividades do lar. O Brasil já passou pela fase de altas taxas de empreendedorismo, característica de países muito pobres, como Bolívia, Peru e Angola. No Brasil, desde a pesquisa 2003, os empreendedores por oportunidade são maioria, sendo que a relação oportunidade X necessidade tem sido superior a 1,4 desde o ano de 2007. Em 2011, para cada empreendedor por necessidade, havia outros 2,1 que empreenderam por oportunidade. Este valor é semelhante à média dos países integrantes, que foi de 2,2 empreendedores por oportunidade para cada um por necessidade. Ainda no Brasil, em 2011, entre os empreendedores por oportunidade, 43% o fizeram pela busca de maior independência e liberdade na vida profissional; 35,2% pelo aumento da renda pessoal; 18,5% apenas para a manutenção de sua renda pessoal, enquanto 3,3% citaram outros motivos, ou seja, 78,2% vislumbram uma oportunidade de aprimorar a vida com o negócio que estão abrindo. A GEM revela ainda que em países onde haja má distribuição de renda, como no Brasil, o jovem é obrigado a entrar cada vez mais cedo no mercado de trabalho como forma de aumentar a renda familiar. Dessa forma, há predominância do jovem empreendedor, por necessidade, em atividades de baixa produtividade. Por falta de empregos formais, esse jovem busca no empreendedorismo uma opção de trabalho e renda. Em 2008, os jovens que empreendem por necessidade no Brasil correspondem a 28% do total. Já a pesquisa GEM 2011 revelou que houve um aumento na oferta de emprego, de forma que, houve uma queda de 5,4% no crescimento do empreendedorismo por necessidade. A taxa é superior à média registrada entre 2001 e 2008, que era de 20,6%. Em 2008 tínhamos que o Brasil possuía um dos menores índices de participação de pessoas adultas de meia idade (55- 64 anos) no empreendedorismo, correspondente a apenas 3%, colocando-se assim na 40ª posição no ranking mundial. Já as pesquisas de 2010 e 2011mostraram que essa realidade ainda continua. Um dos fatores que incidem nesse quadro é a tendência de universalização da previdência. Os aposentados conseguem manter sua subsistência, e/ou deixando de fazer outras atividades e/ou procurando alternativas de complementação de renda no mercado como assalariado formal ou informal. O sucesso e a capacidade de crescimento de um negócio estão intimamente relacionados à sua inovação tecnológica. Na análise do GEM 2011, os empreendedores brasileiros em estágio inicial, parecem adotar pouca inovação tecnológica em seus negócios, ficando na 46ª posição entre os 54 países que participaram da pesquisa e na 21ª posição entre os 24 países do grupo eficiência, conforme descrito na figura 1.4. Já, em relação aos empreendedores estabelecidos, a posição relativa brasileira melhora significativamente. Para esse grupo cujos negócios possuem mais tempo de existência, o Brasil salta para a 36ª posição em relação aos 54 países participantes do estudo e para a 13ª posição, considerando os 24 países do grupo-eficiência. Tais resultados podem sugerir que, no Brasil, em comparação com outros países, a adoção de novas tecnologias 64 11 ocorre em um nível maior de maturidade do empreendimento. Reflexo da realidade brasileira, dado que a compra de ativos de nível tecnológico alto ou médio exige investimentos de capital. Apesar de haver linhas específicas no Brasil para se adquirir ativos a taxas de juros razoáveis, a maioria das empresas acaba deixando a compra de novas tecnologias para um momento posterior aos seus primeiros anos de existência. A pesquisa aponta ainda, que enquanto nos países do grupo-inovação a taxa de empreendedores aumenta à medida em que os indivíduos aumentam seu nível de escolaridade, no Brasil tal relação se mostrou inversa, ou seja, as taxas são menores à medida que o nível de escolaridade aumenta. Tal fato pode ter pelo menos três explicações. A primeira deve-se ao fato da alta taxa de empreendedores por necessidade ainda existente no Brasil, apesar desse indicador ter melhorado substancialmente nos últimos anos. A segunda explicação refere-se à alta demanda por mão de obra qualificada pelas empresas brasileiras, que se encontram em um momento de expansão econômica forte e com altos níveis de recrutamento e seleção de empregados. Finalmente, pode-se considerar o baixo nível de escolaridade da população. Contudo, é possível perceber a evolução do empreendedor brasileiro que, cada vez mais, está ousado em enfrentar a concorrência e investir em novos empreendimentos, sendo capaz de assumir riscos financeiros. Ele é mais consciente e focado no empreendedorismo como uma opção de carreira. A economia brasileira encontra-se aquecida favorecendo a criação de novos negócios e para que os mesmos se preparem para mercados mais competitivos. Há muitas oportunidades de negócio. Fique antenado! No site do YouTube, assim como, em Material de Aula LINKS da plataforma você pode encontrar inúmeros vídeos sobre o empreededorismo. Procure assistir alguns deles e se posicionar criticamente em relação ao conteúdo. Com os conhecimentos que está adquirindo, cada vez mais você se torna capaz de superar o senso comum sobre as informações disponibilizadas nos diferentes meios de comunicação e utilizá-las como fontes de pesquisa, sempre que considerar que se tratam de conhecimentos úteis! Retomando a aula Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar a Aula 1, vamos recordar os temas que foram abordados: 1 - Origem e Evolução do Empreendedorismo Estudamos, inicialmente, como foi o surgimento, bem como a evolução do empreendedorismo. 2 - Empreendedorismo no Brasil Já na seção 2, tivemos a oportunidade de entender como foi a evolução do empreendedorismo no Brasil e como, em linhas gerais, é aplicado até os dias atuais. 3 - Dados do empreendedorismo Concluímos, na última seção, com base na pesquisa GEM 2011, alguns dos principaisdados atuais do empreendedorismo no mundo e principalmente no Brasil. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001. FIALHO, Francisco Antônio Pereira et al. Empreendedorismo na Era do conhecimento. Florianópolis: Visual Books, 2007. GRECO, Simara M. S. et al. Empreendedorismo no Brasil: 2010. Curitiba: IBQP, 2010. ADMINISTRADORES. Empreendedorismo: origem e desafios para o Brasil do século XXI. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/ empreendedorismo-origem-e-desafios-para-o-brasil-do-seculo- xxi/33075/>. Acesso em: 25 jan. 2013. BLOGSPOT IAGRAMRN. Empreendedorismo no Brasil: uma visão otimista. Disponível em: <http://iagramrn.blogspot. com.br/2011/07/empreendedorismo-no-brasil-uma-visao. html>. Acesso em: 19 jan. 2013. LYRIO, M. V. L. Gestão: empreendedorismo (2008). Disponível em: <http://mauriciovll.files.wordpress. com/2008/03/empreendedorismo_apostila.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2013. NUVENDIGITAL. Patrão ou patroa? mulheres lideram empreendedorismo. Disponível em: <http://nuvendigital. com/?tag=mulher-empreendedora>. Acesso em: 18 jan. 2013. PROJOVEM EMPREENDEDOR. Empreendedorismo. Disponível em: <http://projovemempreendedor.blogspot. com.br/2011/10/empreendedor-e-o-termo-utilizado-para. html>. Acesso em: 25 jan. 2013. SEBRAE. Estudos e pesquisas. Disponível em: < http:// www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/temas- estrategicos/empreendedorismo/205-27-gem-2011-brasil-e-o- terceiro-pais-com-maior-nb0-de/BIA_20527>. Acesso em: 19 de jan. 2013. Vale a pena Vale a pena ler Vale a pena acessar YOU TUBE. GV #01: Os 3 elementos básicos do Empreendedorismo. Disponível em: <http://www.youtube. com/watch?v=o5I9cx2Tb64>. Acesso em: 31 jan 2013. ______. Entrevista Sílvio Santos: exemplo de empreendedorismo. Disponível em: <http://www.youtube. com/watch?v=CTOaajZX-qo>. Acesso em: 31 jan. 2013. Vale a pena assistir 65
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