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Equoterapia na educação inclusiva

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EQUOTERAPIA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Resumo IPEMIG MODULO 1
OS OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA, CONTEÚDOS E SUA ORGANIZAÇÃO Página1
 
1.Equoterapia
A equoterapia é um método terapêutico e educacional que tem o cavalo como um importante aliado para o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com algum grau de deficiência e/ou com necessidades especiais. 
Essa atividade mobiliza o corpo inteiro e desenvolve a força, o tônus muscular, flexibilidade, relaxamento, a consciência do próprio corpo e o aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. 
A interação com o animal e com os profissionais envolvidos favorece a construção de novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.
2.Educação inclusiva
Educação inclusiva é uma modalidade de educação que inclui alunos com qualquer tipo de deficiência, alguns transtornos ou com altas habilidades em escolas de ensino regular. 
A diversidade proposta pela escola inclusiva é proveitosa para todos, assim, ela promove a integração entre crianças com diferentes necessidades e abre uma nova perspectiva no sentido de valorizar o indivíduo para torná-lo um ser integrado na sociedade. 
3. Programas básicos de equoterapia
A equoterapia é um método de reabilitação e educação que trabalha o praticante de forma global.” (UZUN, 2005).
Existem diferentes 
• Hipoterapia programa essencialmente da área de saúde, voltado para as pessoas com deficiência física e/ou mental; quando o praticante não tem condições físicas e/ou mentais para se manter sozinho a cavalo. Necessita de um auxiliar-guia para conduzir o cavalo. Na maioria dos casos, também do auxiliar lateral para mantê-lo montado, dando-lhe segurança.
A ênfase das ações é dos profissionais da área de saúde, precisando, portanto, de um terapeuta ou mediador, a pé ou montado, para a execução dos exercícios programados.
O cavalo é usado principalmente como instrumento cinesioterapêutico.
• Educação/Reeducação este programa pode ser aplicado tanto na área de saúde quanto na de educação/reeducação neste caso o praticante tem condições de exercer alguma atuação sobre o cavalo e pode até conduzi-lo, dependendo em menor grau do auxiliar-guia e do auxiliar lateral.
A ação dos profissionais de equitação tem mais intensidade, embora os exercícios devam ser programados por toda a equipe, segundo os objetivos a serem alcançados. O praticante ainda não pratica equitação e/ou hipismo.
O cavalo atua como instrumento pedagógico.
• Pré-esportivo também pode ser aplicado nas áreas de saúde ou educativa. O praticante tem boas condições para atuar e conduzir o cavalo e embora não pratique equitação, pode participar de pequenos exercícios específicos de hipismo, programados pela equipe.
A ação do profissional de equitação é mais intensa, necessitando, contudo, da orientação dos profissionais das áreas de saúde e educação.
O praticante exerce maior influência sobre o cavalo.
O cavalo é utilizado principalmente como instrumento de inserção social.
• Prática Esportiva Paraeqüestre este programa tem como finalidade preparar a pessoa com deficiência para competições paraeqüestres com os seguintes objetivos:
•prazer pelo esporte enquanto estimulador de efeitos terapêuticos;
•melhoria da auto-estima, autoconfiança e da qualidade de vida;
• inserção social;
•preparar atletas de alta performance.
4. Os benefícios da equoterapia na educação inclusiva
A equoterapia desenvolvida dentro de uma perspectiva pedagógica com ênfase em atividades recreativas e educacionais conduz a um melhor domínio dos aspectos afetivos e cognitivos, expressão de sentimentos e elaboração do aprendizado, melhora a organização, a responsabilidade e o espírito de iniciativa e decisão, tanto na vida social como escolar.
Para sabermos os benefícios da equoterapia na educação inclusiva temos de analisar:
O desenvolvimento de um praticante: especificamente, identificar a idade motora e cognitiva geral do praticante antes e após a intervenção equoterápica.
Áreas estimuladas: é importante ter conhecimento das áreas mais estimuladas com a prática da equoterapia para ter um acompanhamento do desenvolvimento nessas áreas.
Atuação do praticante: é algo que precisa ser observado ao longo da intervenção e registrar o nível de satisfação da família do praticante com o tratamento desenvolvido.
A equoterapia facilita a aprendizagem motora pelos estímulos ofertados aos sistemas sensoriais responsáveis pelo ato motor, o que leva às mudanças na organização neural, ou seja, os neurônios formam novas conexões a cada momento (plasticidade neuronal).
O ato de cavalgar auxilia na aquisição e desenvolvimento das funções psicomotoras, proporcionando assim a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo mais específicos, que se referem ao desenvolvimento das habilidades: formação de conceitos, solução de problemas, pensamento crítico, criatividade e consequentemente a aquisição do conhecimento. Enquanto anda o cavalo, e o praticante necessita desenvolver habilidades e atitudes conceituais diversas além da reorganização postural e de equilíbrio corporal, fatores estes que facilitam a recepção de vários estímulos sensoriais simultâneos. Ajuda a manter um comportamento social adequado, durante as atividades de grupo na equitação, estágios estes mais avançados do programa. Estas aquisições são conhecidas como cognição social.
"Em uma sessão de Equoterapia após trinta minutos de exercício, o paciente terá executado de 1,8 mil a 2,2 mil deslocamentos que atuam diretamente sobre o seu sistema nervoso profundo, aquele responsável pelas noções de equilíbrio, distância e lateralidade. 
Segundo Isoni (2001) “a Equoterapia – facilita a organização do esquema corporal; facilita a aquisição do esquema espacial; desenvolve a estrutura temporal; aguça o raciocínio e o sentido de realidade; proporciona e facilita a aprendizagem da leitura, da escrita e do raciocínio matemático; aumenta a cooperação e a solidariedade; minimiza os distúrbios comportamentais; promove a auto-estima, a auto imagem e a segurança; facilita os processos de aprendizagem.
Na esfera social, a Equoterapia é capaz de diminuir a agressividade, tornar o paciente mais sociável, melhorar sua auto-estima e treinar padrões de comportamento como: ajudar e ser ajudado, encaixar as exigências do próprio indivíduo com as necessidades do grupo, aceitar as próprias limitações e as limitações do outro, facilitando assim a interação do deficiente físico e mental com a sociedade.
5. A importância do pedagogo na equoterapia.
A importância do pedagogo nos centros de equoterapia em atendimento às pessoas com deficiências, tem se tornado essencial, para aplicação de uma metodologia, sendo o pedagogo o facilitador dos meios de aprendizagens em todos os aspectos desde o emocional ao social.
De acordo com Ana Luisa de Lara Uzun (UZUN, 2005, p.43) o papel do pedagogo e/ou psicopedagogo é o de criar situações que encaminhem a pessoa à utilização dos recursos disponíveis durante as sessões de equoterapia para as atividades escolares, objetivando trabalhar as dificuldades resultantes do processo ensino-aprendizagem, a assimilação, concentração e atenção. 
A atuação do pedagogo é voltada as questões de aprendizagem, estímulos cognitivos e/ou sociais e à elaboração de atividades lúdicas, aproveitando o animal “cavalo”(O próprio movimento proporcionado pelo cavalo favorece a integração dos hemisférios cerebrais) e o meio ambiente ao seu redor, já que normalmente as sessões realizam-se em áreas externas.
O pedagogo tem um papel muito importante no processo de ensino aprendizagem do aluno com necessidades especiais, na equoterapia é fundamental que ele conheça muito bem o aluno, e saibam especificamente quais são suas limitações e avalie sistematicamente esse processo, para possíveis intervenções imediatas quando perceber necessidade.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS E CONSULTADAS
ANTÔNIO, Severino. Educação e Transdisciplinaridade: Crise e reencantamento da aprendizagem. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga. Afetividade e Aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. São Paulo: Loyola, 2007
Associação Nacional de Desenvolvimento da Equoterapia (ANDE BRASIL)
Apostila, Brasília, DF, 2000.
CIRILLO, Lélio de Castro. Reeducação pela equitação.In: ANEq – Associação
COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús (e col.). Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. Porto Alegre-RS: Artmed, 2004. vol.3
JOSÉ, Elisabete da Assunção; COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo: Ática, 1995
LERMONTOV, Tatiana. A psicomotricidade na equoterapia. Aparecida, SP:
Idéias e Letras, 2004.
ORTIZ, A. A formação do profissional para atuar e trabalhar em Equoterapia.
Trabalho apresentado para a conclusão do curso de pós-graduação em
Equoterapia (Latusensu) na Faculdade de educação Física da Universidade
de Brasília. Brasília-DF, 2003.
RANCHO DAS COLINAS, Centro de equitação especializada. Disponível em:
http://www.ranchodascolinas.com.br/cee.htm. Acesso em: 17 de abril de 2006
UZUN, Ana Luisa de Lara. Equoterapia: Aplicação em distúrbios do equilíbrio. São Paulo: Vetor, 2005

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