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RESUMO AV1 - DIREITO CIVIL I

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RESUMO AV1
DIREITO CIVIL I
1 – CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – Leis 10406/2002
O código civil destina-se a regular e disciplinar as relações jurídicas individuais,
interpessoais e ainda as relações jurídicas que envolvem bens.
2 - PRINCÍPIOS NORTEADORES
a) Socialidade – sempre que houver o conflito entre o direito individual e o social, prevalece
o social (coletivo);
b) Operabilidade (eficiência) – tem o objetivo de fazer com que o acesso a justiça seja fácil
e eficiente;
c) Eticidade – está relacionado com a ética. Impõe a sociedade uma conduta correta entre as
partes. 
I – DAS PESSOAS NATURAIS (Arts. 1º a 3º)
1- PERSONALIDADE JURÍDICA/CIVIL
1.1 Conceito
Personalidade jurídica é um conceito próprio da área do direito e um elemento essencial
dentro do conjunto das normas jurídicas que regulamentam a organização de uma sociedade
ou de um estado.
Um indivíduo ou um grupo tem personalidade jurídica pelo simples fato de existir. Isto
significa que a personalidade jurídica é basicamente um conceito abstrato que expressa o
reconhecimento do ser humano como indivíduo livre e que não se submete de forma alguma à
escravidão. Consequentemente, todas as pessoas que não são escravas têm personalidade
jurídica. 
O conceito personalidade jurídica serve para explicar os atos jurídicos, já que um ato
jurídico é sempre realizado por uma pessoa jurídica.
1.2 Aquisição
Quanto à aquisição da personalidade jurídica, o Código Civil nos traz a seguinte prescrição:
 Quanto à Pessoa Natural ou Pessoa Física: a personalidade civil da pessoa começa
do nascimento com vida.
 Quanto à Pessoa Jurídica: a sociedade adquire personalidade jurídica com a
inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos precedida,
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. O empresário e a
sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo
das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas,
o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples
adotar um dos tipos de sociedade empresária. Pela simples leitura dos enunciados,
conclui-se que a pessoa física adquire a personalidade com o nascimento com vida e a
pessoa jurídica com o registro de seus atos constitutivos no respectivo órgão
competente. 
2 - TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Um dos assuntos mais controvertidos do
Direito Civil Brasileiro diz respeito à tutela do nascituro, ou seja, à proteção jurídica
conferida o ser humano gerado ou já concebido no ventre materno, mas ainda por nascer. 
Quando a lei ressalva direitos ao nascituro, não garante a este personalidade, mas,
desde a concepção, é como se tivesse, por isso, o mesmo sustenta haver duas categorias de
personalidade: a real, verdadeira e autêntica; em contraposição à fictícia, artificial ou
presumida. Para o mesmo, a personalização do nascituro é uma ficção atribuída por
reconhecer nos beneficiários a aptidão para ter direitos, mas não lhes concede a condição de
pessoa natural antes de nascer com vida. Afirma-se que com a concepção, o nascituro adquire
direitos, mas a personalidade civil somente surge com o nascimento com vida. São
acontecimentos distintos, surgindo a curiosa situação de possuir direitos, sem ter
personalidade, no período compreendido entre a concepção e o nascimento. 
Desta disciplina do Codex Civile surgem três correntes teóricas que buscam nortear,
sob o prisma jurídico, a aptidão para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, quais são
materializadas pela personalidade civil, diante da origem da vida, perante a efetiva produção
dos seus efeitos, são elas: 
a) teoria natalista: a personalidade civil surge a partir do nascimento com vida, donde
a pessoa passará a titularizar direitos e deveres na ordem jurídica. No instante em que
principia o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório, clinicamente aferível pelo exame
de docimasia hidrostática de Galeno, o recém-nascido adquire personalidade jurídica,
tornando-se sujeito de direito, mesmo que venha a falecer minutos depois. 
b) teoria concepcionista: determina a aquisição da personalidade jurídica desde a
concepção. Nestes moldes, compreende-se haver pessoa desde a concepção, de modo que o
feto é plenamente reconhecido como sujeito de direito. 
c) teoria híbrida, mista, eclética ou da personalidade condicionada: disciplina que
desde a concepção passa-se a ser sujeito de direito, adquirindo personalidade ainda na vida
intrauterina, mas ressalva que a titularidade de direito tem seus efeitos patrimoniais contidos,
condicionados ao nascimento com vida.
3 - CAPACIDADE CIVIL
3.1 Conceito
É uma qualificação jurídica dada pela lei que consiste na aquisição de direitos e
obrigações civis (capacidade de direito) e ainda a possibilidade do exercício direto desses
direitos e deveres civis (capacidade de fato ou de exercício).
3.2 Espécie
 De direito: também conhecida como capacidade de gozo ou capacidade de
aquisição, pode ser entendida como a medida da intensidade da personalidade.
Todo ente com personalidade jurídica possui também capacidade de direito, tendo
em vista que não se nega ao indivíduo a qualidade para ser sujeito de direito.
Personalidade e capacidade jurídica são as duas faces de uma mesma moeda.
 De fato ou de exercício: também chamada de capacidade de exercício. Este
conceito se relaciona com as condições pessoais que determinado indivíduo reúne
para exercer pessoalmente seus direitos. Ela nada mais é do que a habilidade para
praticar de forma autônoma, ou seja, sem a interferência de terceiros na qualidade
de representantes ou assistentes, seus direitos civis. Da capacidade de fato
distingue-se a legitimidade (ou legitimação). Esta é uma forma específica de
exercício de determinados atos da vida civil, ao contrário da capacidade, a qual se
refere à aptidão para a prática em geral.
A capacidade de fato, ao contrário da capacidade de direito possui estágios definidos
no próprio Código Civil. Ele distingue duas modalidades de incapacidade, a saber: a
incapacidade em absoluta e a relativa. Trata-se de um divisor quantitativo de
compreensão do indivíduo.
De acordo com o art. 3º do CC são considerados absolutamente incapazes:
a). Os menores de 16 anos, até os 12 anos de idade incompletos considera-se a pessoa
criança. Entretanto, os adolescentes até os 16 também são reputados absolutamente
incapazes.
b). Aqueles que sofrem de doença ou deficiência mental - Trata-se de uma hipótese
que o indivíduo é atormentado por uma patologia que o impede de praticar atos no
comércio jurídico, tendo em vista o comprometimento do seu quadro cognitivo. Nesta
hipótese a incapacidade deve ser reconhecida por meio da ação de interdição.
c). Os que por causa transitória não puderem exprimir sua vontade - São elementos
para a configuração dessa forma de incapacidade o caráter temporário e a
impossibilidade total de expressão da vontade, os quais deverão ser verificados
cumulativamente. (ex. coma).
De acordo com o art. 4º do CC são considerados relativamente incapazes:
a) Os maiores de 16 e menores de 18 anos (art. 4º, I);
b) Os ébrios habituais e os viciados em tóxico (art. 4º, II);
c) Os deficientes mentais que tenham o discernimento reduzido (art. 4º, II);
d) Os excepcionais sem desenvolvimento mental completo (art. 4º, III) – A previsão da
incapacidade relativa dos excepcionais tem como propósito proteger os atos praticados
pelos agentes nessas situações, sem prejuízode sua salutar inserção no meio social.
e) Os pródigos (art. 4º, IV) – Esta modalidade de incapacidade deve ser decretada
judicialmente por requisição do cônjuge ou familiar, já que o que se protege, com a
incapacidade do pródigo, é exatamente o patrimônio da família, e não apenas o
patrimônio do pródigo. De acordo com o art. 1782 do CC “a interdição do pródigo só o
privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar
ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração”.
É bom lembrar que a senilidade não é causa de restrição da capacidade, ressalvada
a hipótese de a senectude gerar um estado patológico, a exemplo da arteriosclerose.
4 – INCAPACIDADE CIVIL
Incapacidade é a inaptidão jurídica para a prática direta dos atos da vida civil.
Existem dois tipos de incapacidade civil:
 Incapacidade Absoluta
Na qual o sujeito necessita de estar representado por pessoa com a capacidade civil
plena. É a impossibilidade de se realizar, pessoal e diretamente, os atos da vida civil. As
práticas desses atos sem representação implicam a nulidade de pleno direito dos atos,
independente de comprovação de prejuízo para o incapaz. Isso porque o prejuízo é presumido.
 Incapacidade Relativa
Que impõem estar o sujeito de direitos assistido por pessoa com capacidade civil
plena. Nesta, por sua vez, as pessoas praticam os atos da vida civil pessoalmente, porém, na
companhia de alguém que lhes presta Assistência.
A ausência do assistente gera a anulabilidade dos atos praticados pelo relativamente
incapaz. Isto é, eles se convalidam se ninguém arguir a validade do negócio.
De modo geral, é importante afirmar que a incapacidade relativa se aplica, sim, aos
maiores de Idade. Ocorre que, como a capacidade é a regra, presumida até que se prove o
contrário, a incapacidade relativa deve ser decretada pelo juiz.
5 – SURGIMENTO E CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil.
A incapacidade cessa quando cessar a sua causa.
Cessando, portanto, quando não houver mais a enfermidade mental, a menoridade, etc.
A menoridade cessa aos 18 anos completos (no dia do aniversário), sendo certo que se
nascer no dia 29/02 de ano bissexto, completa a maioridade no dia 01/03.
 EMANCIPAÇÃO
Emancipação é a aquisição da capacidade civil antes da idade legal. Pode ser de três espécies:
a) Voluntária: a emancipação voluntária é a concedida por ambos os pais, ou por um deles
na falta do outro, se o menor tiver no mínimo 16 anos completos. 
A impossibilidade de qualquer dos pais participar do ato, por se encontrar em local
ignorado ou qualquer outro motivo relevante, deve ser devidamente justificada em juízo. Se
divergirem entre si, a divergência será dirimida pelo juiz. 
Para formalização da emancipação é expressamente exigido o instrumento público
independentemente de homologação judicial. 
A emancipação voluntária só não produz o efeito de desobrigar os pais de indenizar as
vítimas dos atos ilícitos praticados pelo menor emancipado (Responsabilidade Civil), para
evitar emancipações maliciosas (STF).
b) Judicial: a emancipação judicial é a concedida por sentença, ouvido o tutor, em favor do
tutelado que já completou 16 anos. 
O menor deve requerê-la diretamente ao juiz, que a concederá por sentença depois de
verificar a conveniência do deferimento para o bem do menor. 
O tutor não pode emancipá-lo, evitando-se com isso emancipações destinadas apenas a
livrar o tutor dos ônus da tutela.
c) Legal: A emancipação legal é a que decorre das seguintes hipóteses expressamente
previstas em lei:
CASAMENTO – não é razoável que as graves responsabilidades da vida doméstica sejam
assumidas pela intervenção ou sob a fiscalização de um estranho, isto é, do pai ou tutor.
Desta forma, o casamento válido produz o efeito de emancipar o menor (art. 5º, parágrafo
único, II), sendo certo que se logo depois o casamento se dissolver pela viuvez ou separação
judicial, não retornará o indivíduo à situação de incapaz. 
O casamento nulo não produz nenhum efeito. Proclamada a nulidade ou anulabilidade
do casamento, retorna o emancipado à condição de incapaz, salvo se o contraiu de boa-
fé, hipótese em que o casamento será putativo em relação a ele e produzirá todos os
efeitos de um casamento válido, inclusive a emancipação.
EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO – o fato de ter sido admitido no
serviço público já denota maturidade e discernimento, principalmente quando a simples
relação de emprego, com estabelecimento de economia própria, é suficiente para a
emancipação. 
Predomina o entendimento de que o dispositivo legal exige tratar-se de emprego efetivo,
devendo ainda prevalecer o status de servidor público.
COLAÇÃO DE GRAU EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR – o preceito, de
absoluta justiça, é hoje de certo modo obsoleto, sendo praticamente impossível o
aparecimento de hipótese nele configurada (graduação no ensino superior antes dos 18 anos).
PELO ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL (ou pela existência de relação
de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha
economia própria) – a iniciativa do menor, nesse sentido, revela maturidade adequada para
passar ao rol dos capazes. 
6 – TUTELA E CURATELA
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Tutela e curatela são institutos autônomos e que não possuem relação entre si, embora
tenham semelhanças em alguns aspectos. Os dois se prestam ao papel fundamental de
proteger pessoas incapazes que necessitam do auxílio de outrem para agir em seu nome e
tomar decisões.
a) Curatela: (caderno inclui os pródigos) é um encargo atribuído por juiz para que
uma pessoa zele, cuide e gerencie o patrimônio de outra que tem mais de dezoito anos e é
judicialmente declarada incapaz. Independe se essa incapacidade adveio de má formação
congênita, transtornos mentais, dependência química ou doença neurológica, sendo apenas
necessário que por conta desse problema ela esteja impossibilitada de reger os atos da sua
vida civil.
Podem seres curadores as pessoas que tenham relação direta com o curatelado, tal
como seus pais, irmãos, cônjuge e filhos. Na ausência deles, o Ministério Público poderá
suprir a ausência.
b) Tutela: é um encargo atribuído por um juiz para que um adulto capaz possa
proteger, zelar e administrar o patrimônio de crianças e adolescentes. Geralmente é dado
quando os pais do menor de idade estão ausentes ou são falecidos e se prolonga até que o
tutelado atinja a maioridade civil, ou seja, dezoito anos.
Para assumir a tutela, porém, pode ser qualquer pessoa próxima à criança ou
adolescente, desde que seja idônea, não possua causas que sejam contra o interesse do
tutelado e que tenha a real intenção de zelar por ele e seu patrimônio.
Cabe ao curador e ao tutor proteger os interesses do tutelado ou curatelado, provendo
sua alimentação, saúde e educação de acordo com suas necessidades e condições. Em caso de
falecimento do curador ou tutor, caberá ao juízo que o nomeou efetuar a substituição da forma
mais rápida possível, para que seja dada continuidade à administração dos bens. Em caso de
não cumprimento ou descumprimento das suas obrigações, poderá ser pedida a sua
substituição.
1 – NOME CIVIL 
Dispõe o artigo 16 do Código Civil que toda pessoa tem direito ao nome, nele
compreendidos o prenome e o sobrenome. O nome é o sinal que caracteriza o indivíduo na
família e na sociedade e o diferencia, ao lado de outros elementos de individualização, dos
demais membros do grupo.
O Código Civil vigente incluiuo nome civil, nele incluídos o prenome e o sobrenome,
como direito da personalidade.
Os direitos da personalidade "são aqueles cujo objeto é o modo de ser físico ou moral
das pessoas, aqueles direitos que as capacitam e protegem sua essência, sua persona, as mais
importantes virtudes do ser." (CECCONELLO, 2003: 31).
Logo, o nome goza da proteção da lei, não podendo ser empregado por terceiros em
publicações ou representações que o exponham ao desprezo público, ainda quando não haja
intenção difamatória. Além disso, o nome não pode ser utilizado em propaganda comercial
sem autorização de seu portador.
Como direito da personalidade, o nome não pode ser renunciado, não pode ser
transferido a outrem, é inalienável, não pode ser valorado economicamente e é imprescritível.
Trata-se de um direito subjetivo extrapatrimonial, de objeto imaterial.
O nome possui caráter obrigatório, ou seja, toda pessoa deve ter um, que recebe logo
que nasce.
O nome apresenta caráter público e privado. Aquele, diz respeito ao interesse do
Estado, representando estabilidade e segurança quanto à identificação dos indivíduos. Já o
segundo aspecto se refere justamente à garantia do exercício dos direitos e cumprimentos das
obrigações.
Caderno: pré nome + sobrenome + patronímico (apelidos de família)
HIPÓTESES DE MUDANÇA E RETIFICAÇÃO DO NOME
O Direito Romano adotava o princípio da mutabilidade, ou seja, as mudanças de nome
eram livres salvo quando motivadas por alguma intenção fraudulenta.
Atualmente, a Lei de Registros Públicos prevê que o prenome será definitivo. Todavia,
a doutrina e a jurisprudência, numa exegese consentânea com a realidade social, permitia a
mudança do prenome e outras retificações, além daquelas motivadas por erro de grafia, em
casos de adoção e no pedido de naturalização. Em todos os casos, entretanto, sempre houve a
severa preocupação de preservar os apelidos de família.
É razoável, portanto, a alteração do nome para fazer com que a exigência do assento
de nascimento atenda a sua finalidade social.
A retificação no primeiro ano após a maioridade civil
O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá,
pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os
apelidos de família. Tem sido comum o exercício dessa faculdade legal por pessoas que
colimam acrescer ao nome o patronímico materno.
A mudança nos casos de prenome (ou sobrenome) que exponham seu
portador a vexame ou que causem constrangimento
Trata-se de medida salutar para corrigir equívocos dos pais ou até mesmo dos
registradores. Tem a finalidade de devolver a tranquilidade para seu portador, que se vê
atormentado por galhofas de terceiros. Imaginem uma líder feminista cujo nome fosse Amélia
Pacífica das Dores ou um militante pacifista que chamasse Armando Guerra (exemplos de
Euclides de Oliveira). Ou ainda um religioso celibatário chamado Décio Pinto. Seriam, sem
dúvida, situações possíveis de corrigenda.
É admissível a alteração de prenome que imponha constrangimento ao seu titular.
Nesse caso, um adolescente de 15 anos, de prenome Lázaro F., quis suprimir o Lázaro porque
se associa ao amigo de Jesus, que sofria de moléstia que deformava o corpo. E sendo assim,
ele não possuía bom rendimento na escola, não se relacionava bem com os amigos. E era
conhecido pelo outro prenome "F". O Tribunal permitiu a supressão do prenome que o
incomodava.
Acréscimo de apelido ou nome
O prenome será definitivo, admitindo-se, a sua substituição por apelidos públicos
notórios..
Ex.: Luiz Inácio da Silva conseguiu incluir o apelido Lula no nome, que passou a chamar
Luiz Inácio Lula da Silva. Igualmente aconteceu com a apresentadora global Maria da Graça
Meneghel, que passou a se chamar Maria da Graça Xuxa Meneghel.
O fim almejado pela mudança legislativa foi justamente possibilitar a adoção de
prenome de uso, aquele apelido público e notório pelo qual a pessoa é realmente conhecida no
meio social em que vive e que, naturalmente, se sobrepõe àquele assentado no registro civil.
Nesse passo, não importa se o interessado é o atleta do século, conhecido por "Pelé",
ou um jogador de várzea, interiorano, de epíteto "Alemão". A norma não é privilégio de
pessoas famosas e bem conhecidas na mídia.
Inclusão do patronímico do padrasto e exclusão do sobrenome do genitor
O Superior Tribunal de Justiça permitiu a supressão de patronímico paterno no nome
de pessoa que comprovou ter sido abandonado desde cedo pelo genitor e que sempre foi
conhecido pelo sobrenome herdado da mãe. 
Homonímia
Diz-se que uma coisa é homônima de outra quando possuem nomes iguais. Para
corrigir problemas resultantes de homonímia, permite-se, conforme precedentes
jurisprudenciais, que se acresça uma outra designação ao nome, seja prenome ou apelido de
família. O acréscimo do sobrenome materno seria boa forma de solucionar a questão, o que é
plenamente possível, como já comentado no item "sobrenome".
Outras hipóteses de mudança de nome
O artigo 1565, § 1º, do Código Civil, permite que, no caso de casamento, qualquer dos
nubentes acresça ao seu sobrenome, o do outro.
A concubina poderá adotar o patronímico do companheiro, sem prejuízo dos próprios
apelidos, desde que com ele conviva há pelo menos cinco anos ou tenham filhos da união e
que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do estado civil de qualquer das
partes. Necessário também que ele concorde expressamente.
O nome também poderá sofrer alterações no ato de reconhecimento de filho, na
separação judicial e no divórcio.
2 – ESTADO CIVIL
É a qualificação jurídica de alguém com relação ao casamento.
3 – DOMICÍLIO CIVIL
3.1 Conceito
É a sede jurídica da pessoa. É o local onde ela será encontrada para responder pelos atos da
vida civil.
DOMICÍLIO = RESIDÊNCIA + ÂNIMO DEFINITIVO
 Residência – local onde habita, mora
 Ânimo definitivo – local onde o animus deseja permanecer
Observação: Existem duas espécies de domicílio, e aí está a origem de todas as suas
dificuldades. Residência é apenas o lugar onde a pessoa habita. Para que seja caracterizada
também como domicílio, dando origem àquela célebre expressão onipresente nos documentos
oficiais “Fulano(a) de Tal, residente e domiciliado na rua tal etc.”, é necessário incluir no ato
de residir um elemento subjetivo, qual seja o animus de ali permanecer.
• Residência: Lugar onde a pessoa habita;
• Domicílio voluntário (ou simplesmente domicílio): Lugar onde a pessoa habita com
ânimo definitivo, isto é, com a intenção de ali permanecer;
• Domicílio profissional: Lugar onde a pessoa exerce uma profissão e onde responderá pelas
relações jurídicas referentes a ela.
Pode haver residência que não seja domicílio. Se a pessoa habita o local em caráter
temporário e não tem intenção de ali permanecer, terá uma residência, mas não um domicílio. 
Por exemplo, um grupo de ciganos ou os artistas de uma companhia de teatro
itinerante (também conhecido como teatro mambembe), que resolvem permanecer em uma
cidade por três ou quatro meses e depois vão embora, residem temporariamente naquela
cidade, mas nela não têm o seu domicílio.
Ex: Apresenta um apartamento no Recreio que está em obra e foi morar por 1 mês na casa de
um amigo na Barra.
Domicílio = Apartamento no Recreio
Residência = Casa de um amigo na Barra.
Se a pessoa possuir uma casa no Rio e uma casa em Cabo Frio, ela terá dois
domicílios. No caso de médicos, advogados que possuem escritórios, podemos considerar que
estes são domicílios comerciais.
Para os casos de nômades e moradores de ruas, é considerado como domicílio o local
em que forem encontrados.
3.2 Classificação de domicílio
Quanto à natureza, um domicílio pode ser classificado de três maneiras:
a) Voluntário: decorredo ato de livre vontade do sujeito, que fixa residência em um
determinado local, com ânimo definitivo; 
b) Legal/Necessário: legal: decorre da lei, em atenção à condição especial de
determinadas pessoas, como no caso dos menores incapazes, que tem por domicílio o mesmo
de seus representantes legais.
Originário é aquele adquirido ao nascer, como ocorre com o recém-nascido que adquire o
domicílio dos pais.
c) Eleição: este decorre do ajuste entre as partes de um contrato. 
 Pluralidade de domicílios
Nos tempos atuais, é comum que as pessoas naturais possuam diversas residências. A
pergunta a ser feita é: qual delas é considerada domicílio natural? Se a pessoa natural tiver
diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer
delas.
Devemos tomar cuidado com casos de múltiplas residências, pois como o artigo
determina, a pessoa natural deve viver alternadamente nas diversas residências. Se, por
exemplo, um indivíduo residiu em uma por um tempo, e depois se mudou para outra, a última
residência que será seu domicílio natural.
Para que ambas possam ser consideradas domicílio, a pessoa natural deve viver
frequentemente alternando entre suas diversas residências.
 Domicílio profissional
É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o
lugar onde esta é exercida.
Esse tipo de domicílio é limitado para as relações profissionais que dizem respeito a
aquele lugar, ou seja, é apenas especifico para as questões da profissão do indivíduo, diferente
do domicílio natural, que serve para todas as obrigações da pessoa.
Assim como domicílio natural plural, a pessoa também pode ter vários domicílios
profissionais. Se a pessoa exercitar a profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá
domicílio para as relações que lhe corresponderem.
 Domicílio aparente ou ocasional
Existem também casos em que pessoas que vivem em constante passagem por vários
locais, sem uma residência habitual, como por exemplo, circenses, pessoas desprovidas de
moradia, ambulantes, mendigos. Para esse caso o Código Civil no seu Artigo 73 estabelece a
seguinte solução: “Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde for encontrada. ”
 Mudança de domicílio
Uma mudança de domicílio ocorre de maneira bem simples. A pessoa natural precisa
somente de manifestar sua intenção às municipalidades dos lugares, mesmo se não houver
declaração alguma, a circunstância da própria mudança servirá de prova da intenção.
O Artigo 74, CC explana: “Muda-se de domicílio, transferindo a residência, com a
intenção manifesta de o mudar.”
 Domicílio de pessoa jurídica
Assim como as pessoas naturais, as pessoas jurídicas também possuem domicílio. Se a
pessoa jurídica tiver diversos estabelecimentos, cada um deles será considerado domicílio
para os atos nele praticados, conceito semelhante ao de diversos domicílios profissionais.
 Domicílio necessário
O Artigo 76 trata dos domicílios necessários: “Têm domicílio necessário o incapaz, o
servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o
lugar em que exercer suas funções permanentemente; o do militar, onde servir, e, sendo da
Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente
subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que
cumprir a sentença."
 Domicílio do Agente Diplomático
Artigo 77, CC: “O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado
no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.”
4 – FIM DA PERSONALIDADE
A personalidade se dá com o nascimento com vida, acompanhando o indivíduo
durante toda a sua vida. E termina com o fim da existência da pessoa natural, ou seja, com
a morte (art. 6º, CC).
Verificada a morte de uma pessoa, desaparecem, como regra, os direitos e as
obrigações de natureza personalíssima (ex.: dissolução do vínculo matrimonial, relação de
parentesco, etc.). Já os direitos não personalíssimos (em especial os de natureza
patrimonial) são transmitidos aos seus sucessores.
Num sentido genérico podemos dizer que há três espécies de morte:
Obs.: A doutrina acrescenta também a hipótese da Lei nº 9.140/95 que reconheceu como
mortos, para todos os efeitos legais (morte legal), os “desaparecidos políticos”.
 Morte Real
A morte real se dá com o óbito comprovado da pessoa natural e o critério jurídico de
morte no Brasil é a morte encefálica.
A regra geral é que inicialmente se exige um atestado de óbito (para isso é necessário
o corpo), que comprovará a certeza do evento morte, devendo o mesmo ser lavrado por
profissional registrado no Conselho Regional de Medicina.
Com este documento é lavrada a certidão de óbito, por ato do oficial do registro civil
de pessoa natural, sendo esta a condição para o sepultamento. Na falta do corpo, recorre-
se aos meios indiretos de comprovação morte real (também chamada de justificação
judicial de morte real).
Se um avião explode matando todos os passageiros, há o óbito comprovado de todos;
entretanto, pode ser que não tenhamos os corpos de todos os passageiros. Mesmo assim
podemos dizer que houve a morte real, pela justificação judicial: não foram encontrados
todos os corpos, mas há certeza da morte de todos.
 Morte Civil
A morte civil era a perda da personalidade em vida. A pessoa estava viva, mas era
tratada como se estivesse morta. Geralmente era uma pena aplicada a pessoas condenadas
criminalmente, em situações especiais.
Atualmente, pode-se dizer ela não existe mais. No entanto, há resquícios de morte
civil. Ex.: exclusão de herança por indignidade do filho, “como se ele morto fosse” (vejam
esta expressão no art. 1.816, CC); embora viva, a pessoa é ignorada para efeitos de
herança.
 Morte Presumida
Ocorre quando não se consegue provar que houve a morte real. Ausência é o
desaparecimento de uma pessoa do seu domicílio.
A pessoa que deixa de dar notícias de seu paradeiro por um longo período de tempo,
sem deixar um representante (procurador) para administrar seus bens. Os efeitos da morte
presumida são patrimoniais (protege-se o patrimônio do ausente) e alguns pessoais (ex.: o
estado de viuvez do cônjuge do ausente).
A ausência só pode ser reconhecida por meio de um processo judicial composto de
três fases:
 Declaração de ausência
Ausente uma pessoa, qualquer interessado na sua sucessão (e até mesmo o Ministério
Público) poderá requerer ao Juiz a declaração de ausência e a nomeação de um curador,
obedecendo a ordem do art. 25, CC.
Trata-se da curadoria dos bens do ausente. Os bens são arrecadados e entregues ao
curador apenas para os mesmos sejam administrados (não há efeitos pessoais). Durante
um ano (no caso do ausente não deixar representante ou procurador) devem-se expedir
editais convocando o ausente para retomar a posse de seus haveres.
Com a sua volta opera-se a cessação da curatela, o mesmo ocorrendo se houver notícia
de seu óbito comprovado. No entanto, se o ausente deixou um representante para cuidar
de seus interesses, aquele prazo (de um ano) eleva se para três anos.
 Sucessão Provisória
Se o ausente não comparecer no prazo (um ou três anos, dependendo da hipótese),
poderá ser requerida e aberta a sucessão provisória e o início do processo de inventário e
partilha dos bens.
O art. 28, CC prevê uma cautela a mais. Ou seja, concede um prazo de mais 180 dias
para que o ausente reapareça e tome conhecimento da sentença que determinou a abertura
da sucessão provisória de seus bens.
Assim, a sentença somente irá produzirefeitos 180 dias após sua publicação na
imprensa. Trata-se, digamos, de uma “última chance” que se dá ao ausente. Após este
prazo, a ausência passa a ser presumida.
Nesta fase cessa a curatela dos bens do ausente. É feita a partilha dos bens deixados e
agora são os herdeiros, de forma provisória e condicional (e não mais o curador) que irão
administrar os bens, prestando caução (ou seja, dando garantias de que os bens serão
restituídos no caso do ausente aparecer).
No entanto, se estes herdeiros forem descendentes, ascendentes ou cônjuge do ausente,
não necessitam prestar a caução.
Nesta fase os herdeiros ainda não têm a propriedade; exercem apenas a posse dos bens
do ausente. Apenas se antecipa a sucessão, sem delinear definitivamente o destino dos
bens desaparecido.
Por isso os sucessores ainda não podem vender os bens. Os imóveis somente podem
ser vendidos com autorização judicial. A sucessão provisória é encerrada se o ausente
retornar ou se comprovar a sua morte real.
Convém acrescentar que o descendente, o ascendente e o cônjuge (herdeiros
necessários) que forem sucessores provisórios do ausente e estiverem na posse dos bens
terão direito a todos os frutos e rendimentos desses bens.
Se seu pai retornar posteriormente, o filho não será obrigado a restituir os aluguéis que
recebeu com a casa e nem o que lucrou explorando a fazenda. Já os demais sucessores
terão direito somente à metade destes frutos ou rendimentos.
 Sucessão definitiva
O art. 37, CC. Após 10 (dez) anos do trânsito em julgado da sentença de abertura da
sucessão provisória, sem que o ausente apareça, será declarada a morte presumida. Nesta
ocasião converte-se a sucessão provisória em definitiva.
Os sucessores deixam de ser provisórios, adquirindo a propriedade plena (ou o
domínio) e a disposição dos bens recebidos. Porém esta propriedade é considerada
resolúvel. Isto é, se o ausente retornar em até 10 (dez) anos seguintes à abertura da
sucessão definitiva terá direito aos bens, mas no estado em que se encontrarem.
Ou então terá direito ao preço que os herdeiros houverem recebido com sua venda. Se
regressar após esse prazo (portanto após 21 anos de processo), não terá direito a mais
nada. É interessante acrescentar que o art. 38, CC possibilita se requerer a sucessão
definitiva provando-se que o ausente conta com 80 anos de idade e que de cinco datam as
últimas notícias dele.
É nesta fase (na sucessão definitiva, ou seja, até 10 anos após o trânsito em julgado da
sentença de abertura da sucessão provisória) que também se dissolve a sociedade
conjugal, considerando-se rompido o vínculo matrimonial. É o que prevê o art. 1.571, § 1º
do CC. Neste caso o cônjuge será considerado viúvo (torna-se irreversível a dissolução da
sociedade conjugal), podendo se casar novamente.
No entanto este cônjuge não precisa esperar tanto tempo para se casar novamente.
Mesmo antes de ser considerado viúvo ele pode ingressar com um pedido de divórcio,
atualmente, com a edição da Emenda Constitucional nº 66/2010, muito mais simples e
sem necessidade de aguardar prazos. Divorciada, a pessoa já está livre para convolar
novas núpcias.
 A hipótese do Art. 7º do Código Civil
É bem mais fácil, pois permite a declaração da morte presumida sem decretação de
ausência. Isto é assim para melhor viabilizar o registro do óbito, resolver problemas jurídicos
e regular a sucessão causa mortis. Vejamos as duas situações excepcionais:
 For extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
 Pessoa desapareceu em campanha ou feito prisioneiro e não foi encontrado até
dois anos após o término da guerra.
A declaração de ausência nestes casos somente poderá ser requerida depois de
esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Com a declaração de ausência nas hipóteses previstas, abre-se a sucessão definitiva. O
patrimônio do “morto presumido” se transforma em herança, sendo que os herdeiros já podem
ter a posse dos bens.
4.1 – COMORIÊNCIA
Ocorre quando duas ou mais pessoas morrem ao mesmo tempo e quando não é possível
concluir qual delas morreu primeiro, razão pela qual o direito trata como se elas tivessem
morrido no mesmo instante.
O fato tem especial interesse no Direito das Sucessões — parte do direito que dispõe
sobre as regras aplicáveis ao destino do patrimônio das pessoas falecidas —, uma vez que,
havendo o falecimento do autor da herança, os seus bens são imediatamente transmitidos aos
herdeiros. Assim, é imprescindível a identificação correta do momento da morte dos
envolvidos, sobretudo se herdeiros recíprocos, pois, se um herdeiro faleceu frações de
segundo depois do autor da herança ou ao mesmo tempo, poderá ele ter herdado ou não os
bens.
No primeiro caso — morrendo logo em seguida ao autor da herança e não havendo,
portanto, comoriência, este chegaria a herdar para logo em seguida também transmitir esses
mesmos bens a seus herdeiros por conta de seu falecimento. No segundo caso — morrendo no
mesmo momento, ou não sendo possível especificar o momento do falecimento —, ele não
herdaria, pois não estava vivo quando do óbito do autor da herança, o que faria com que essa
herança fosse destinada a outro herdeiro, conforme a ordem da vocação hereditária — ordem
estabelecida pela lei quanto à preferência para herdar, segundo a qual os primeiros
relacionados, se ainda vivos, não deserdados e tendo aceitado a herança, excluem os demais.
4.2 - EFEITOS DO FIM DA PERSONALIDADE
São os principais efeitos do fim da personalidade:
 Dissolução do vínculo conjugal e do regime matrimonial;
 Extinção do poder familiar;
 Extinção dos contratos personalíssimos, etc.
Outro efeito de suma importância é a extinção da obrigação de prestar alimentos com o
falecimento do credor. Observem que o credor é a pessoa que estava recebendo a pensão
alimentícia; morrendo não faz mais jus ao benefício e este não se transmite a seus herdeiros.
No entanto, no caso de morte do devedor (que é a pessoa que paga a pensão alimentícia),
os herdeiros deste assumirão a obrigação até as forças da herança. Trata-se de uma inovação
do atual Código, tratada no Direito das Sucessões.
Como vimos, muitos dos direitos de personalidade se estendem após a morte da pessoa. A
vontade do de cujus, pode sobreviver por meio de um testamento. Ao cadáver é devido
respeito.
Os militares e os servidores públicos de uma forma geral podem ser promovidos post
mortem. Alguns direitos ainda permanecem (podendo sofrer ameaça ou lesão) e devem ser
respeitados, sendo tutelados pela lei, como o direito à imagem, à honra, ao nome, aos direitos
autorais, etc.
Direitos físicos ou à integridade física
a) Vida;
b) Integridade física;
c) Corpo e parte;
d) Cadáver;
e) Voz.
Classificação
- Direitos psíquicos ou à integridade psíquica:
a) Liberdade;
b) Segredo ou sigilo;
c) Direitos autorais;
d) Nome;
- Direitos morais ou à integridade moral:
a) Imagem;
b) Honra
c) Intimidade
d) Privacidade.
I – DAS PESSOAS JURÍDICAS (40 a 69 e 75)
1.1 CONCEITO
Pessoas jurídicas são entes ou entidades dotados de personalidade jurídica qualificando-se
como sujeitos de direitos e obrigações na ordem jurídica. É formada por indivíduos e
reconhecida pelo Estado como detentora de direitos e deveres. O termo pode se referir a
empresas, governos, organizações ou qualquer grupo criado com uma finalidade específica.
Ainda que seja formada por uma ou mais pessoas físicas, que são as responsáveis pela
entidade criada, a pessoa jurídica (juridical person, em inglês) possui uma personalidade
jurídica independente e diferenciada em relação a cada um de seus membros.
Isso significa que a pessoa jurídica é representada enquanto entidade própria perante a
Justiça e o Estado, aos quais responde por seusatos. Ou seja, a princípio, a pessoa jurídica e
as pessoas físicas que a compõem não se confundem.
Apesar de haver essa diferenciação clara entre a entidade e seus responsáveis, para a
Justiça, membros de uma pessoa jurídica também podem ser individualmente
responsabilizados por atos da entidade que representam.
Isso acontece, por exemplo, quando se comprova que um delito cometido por uma
empresa foi decorrente da decisão de um de seus gestores. Nesse caso, tanto a empresa quanto
o gestor podem responder separadamente perante a Justiça.
Observação: Pessoa jurídica e direitos da personalidade (artigo 52) - Aplica-se às pessoas
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
1.2 NATUREZA JURÍDICA
Há teorias que afirmam que a pessoa jurídica não tem existência, ou seja, personalidade
própria. São as chamadas teorias negativistas. Por outro lado, as teorias afirmativas afirmam
ao contrário, e são divididas em teorias da ficção jurídica, teoria da realidade social e teoria da
realidade técnica.
 Teorias da ficção: são divididas em teoria da "ficção legal" e teoria da "ficção
doutrinária". Na primeira a pessoa jurídica é uma criação artificial da lei e somente a
pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica e titular de direitos subjetivos. A
teoria da "ficção doutrinária" afirma que a pessoa jurídica não tem existência real, mas
apenas intelectual; sendo assim, uma mera ficção criada pela doutrina. Atualmente, as
teorias da ficção não são aceitas, uma vez que não explicam a existência do Estado
como pessoa jurídica.
 Teorias da realidade: Essa teoria ainda se divide nas seguintes: 
a) Teoria da realidade social: sustenta que a pessoa jurídica é uma realidade sociológica,
que nasce por imposição das forças sociais. Seus adeptos principais: Gierke e Zitelmann. 
b) Teoria da realidade jurídica ou institucionalista: defendida por Hauriou, ela considera as
pessoas jurídicas como organizações sociais destinadas a um serviço e por isso são
personificadas. 
c) Teoria da realidade técnica: seus adeptos são, especialmente, Saleilles e Colin e Capitant.
Essa teoria considera que a personificação dos grupos sociais é expediente de ordem técnica.
A personificação é atribuída a grupos em que a lei reconhece vontade e objetivos próprios.
 Pessoas jurídicas de direito público interno (Art. 41)
Geralmente criadas por lei, são aquelas que representam juridicamente a União, os estados
e os municípios, além das autarquias e de todos os outros órgãos que foram a administração
pública.
 Pessoa jurídica de direito público externo (Art. 42)
São os Estados estrangeiros e organismos internacionais como, por exemplo, a
Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). As
pessoas jurídicas de direito público externo respondem pelas normas do direito internacional,
que são reconhecidas pela legislação interna brasileira.
 Pessoa jurídica de direito privado (Art. 44)
É aquela constituída a partir da iniciativa de seus membros - ao contrário da pessoa física,
que adquire esse estatuto a partir do seu nascimento, e da pessoa jurídica de direito público,
que é criada por lei.
A pessoa jurídica de direito privado precisa ser formalmente registrada nos órgãos
competentes para passar a existir perante a lei. Os registros mais comuns são o Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e as inscrições municipais e estaduais.
O ato jurídico que representa o trâmite administrativo para a criação de uma pessoa
jurídica é chamado de constituição.
As pessoas jurídicas de direito privado podem ser tanto particulares como estatais. O
que diferencia é a origem dos recursos usados em sua constituição.
As estatais são as pessoas jurídicas que contam com a participação do poder público,
como as sociedades de economia mista e as empresas públicas. Já a outra categoria enquadra
as entidades constituídas apenas com recursos particulares.
Segundo a legislação brasileira, existem seis tipos de pessoas jurídicas de direito privado:
 Associações
 Sociedades
 Fundações
 Organizações religiosas
 Partidos políticos
 Empresas individuais de responsabilidade limitada
Qual a diferença entre pessoa física e pessoa jurídica?
A diferença entre a pessoa física e a pessoa jurídica é que, enquanto o termo pessoa
física se refere a um indivíduo concreto, um ser humano, a pessoa jurídica representa um
sujeito abstrato, como as empresas, as associações, as administrações públicas, dentre outros.
1.5 DOMICÍLIO CIVIL (Art. 75)
A rigor, a pessoa jurídica de direito privado não tem residência, mas sede ou
estabelecimento, que se prende a determinado lugar. Trata-se de domicílio especial, que pode
ser livremente escolhido no seu estatuto ou atos constitutivos. Não o sendo, o seu domicílio
será o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações.
As pessoas jurídicas de direito público interno têm por domicílio a sede de seu governo. O
domicílio da União é o Distrito Federal; dos Estados, as respectivas capitais; e do Município,
o lugar onde funcione a administração municipal.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles
será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da
pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar
do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
1.6 RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA (Art. 43)
Podemos subdividi-la em duas espécies:
a) Responsabilidade Contratual: É a responsabilidade que decorre de relação contratual.
As pessoas jurídicas de direito privado em geral, desde que se tornem inadimplentes,
respondem por perdas e danos. Entretanto, vale notar que as pessoas jurídicas de direito
público têm regras próprias, previstas da Lei de Licitações (Lei 8666/93).
b) Responsabilidade Extracontratual: As pessoas jurídicas de direito privado respondem
civilmente pelos atos causados por culpa ou dolo de seus prepostos, tenham ou não fins
lucrativos.
Por outro lado, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos respondem independentemente de dolo ou culpa de seus
prepostos, pelos danos que causarem a terceiros.
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos
dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo
contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
A responsabilidade é objetiva, mas na modalidade do risco administrativo (não do
risco integral, em que o Estado responde em qualquer circunstância).
Assim, a vítima não tem mais o ônus de provar culpa ou dolo do funcionário, mas o
Estado se exonerará da obrigação de indenizar se provar culpa exclusiva da vítima, caso
fortuito, força maior ou fato exclusivo de terceiro.
1.7 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (Art. 50)
O patrimônio da pessoa jurídica não se confunde com os das pessoas físicas que as
compõe, através do princípio da autonomia patrimonial, essa separação decorre de sua própria
personalidade jurídica.
Devido a proteção patrimonial que possui a pessoa jurídica, em muitas situações ela
utiliza-se desse benefício para se desviar de seus princípios e fins, cometendo fraudes e
abusos.
Por este motivo,no intuito de coibir os possíveis abusos e desvios que poderão ser
cometidos pelas pessoas jurídicas em razão da autonomia e proteção patrimonial, foi criada a
teoria da desconsideração da personalidade jurídica.
A desconsideração da personalidade jurídica permite superar a separação entre os bens
da empresa e dos seus sócios para efeito de determinar obrigações.
Pelo Código Civil, quando a pessoa jurídica se desviar dos fins que determinam sua
constituição, pelo fato de os sócios ou administradores a utilizarem para alcançar objetivo
diverso do societário, ou quando houver confusão patrimonial em razão de abuso da
personalidade jurídica, o judiciário, a pedido do interessado ou do Ministério Público, estará
autorizado, a desconsiderar momentaneamente a personalidade jurídica a fim de
responsabilizar seus sócios.
Ocorrerá desvio de finalidade, sempre que a pessoa jurídica não cumprir a finalidade a
que se destina, causando, com isso prejuízo a terceiros, considerando também como desvio de
finalidade, ou melhor, desvio de função, o desrespeito ao princípio da função social da
empresa.
A confusão patrimonial ocorrerá quando não for possível estabelecer claramente o que
é da sociedade e o que é dos sócios e também quando ocorrer a dissolução irregular da pessoa
jurídica, quando desaparecem os sócios e os bens e remanescem os débitos.
Com a desconsideração da personalidade jurídica o sócio passará a ser responsável
solidário pelas obrigações sociais da empresa respondendo com seu patrimônio particular.
O direito do sócio de proteção patrimonial não é absoluto, havendo fraude ou abuso de
direito cometido por meio da personalidade jurídica que a sociedade representa, os sócios
serão responsabilizados.
1.8 EXTINÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS (Art. 51)
A extinção da pessoa jurídica é o término da sua existência; é o perecimento da
organização ditada pela desvinculação dos elementos humanos e materiais que dela faziam
parte. Dessa despersonalização do ente jurídico decorre a baixa dos respectivos registros,
inscrições e matrículas nos órgãos competentes.
A extinção, precedida pelas fases de liquidação do patrimônio social e da partilha dos
lucros entre os sócios, dá-se com o ato final, executado em dado momento, no qual se tem por
cumprido todo o processo de liquidação.
- Carta Rogatória: instrumento jurídico internacional
- Precatória: instrumento utilizado pela justiça quando existem indivíduos de
comarcas diferentes.
I – DOS BENS JURÍDICOS (79 a 103)
1. CONCEITO
É tudo aquilo que interessa (interesse jurídico) a uma pessoa (natural ou jurídica),
podendo ser objeto de uma relação jurídica reconhecida pelo ordenamento pátrio.
2. DISTINÇÃO ENTRE BENS, COISAS E PATRIMÔNIOS
Ao conjunto de bens pertencentes a um particular dá-se o nome de patrimônio. Neste,
não estão abrangidas as qualidades pessoais do proprietário, embora por vezes a lesão a esses
bens possa acarretar em direito à indenização.
Bens corpóreos e incorpóreos: A distinção entre bens corpóreos e incorpóreos é definida
como os bens tangíveis (com ou sem valor econômico) no caso do primeiro e os imateriais no
caso do segundo. Os bens corpóreos ou materiais podem ser objetos de contratos de compra e
venda ao passo que os bens incorpóreos ou imateriais só podem ser transferidos por meio de
cessão, assim como não podem ser objetos de usucapião.
Coisas: diz-se coisa tudo aquilo que pode ser objeto de relações jurídicas. São objetos
materiais tangíveis com valor econômico.
As coisas comuns são os bens insuscetíveis de apropriação pelo homem, razão pela
qual não podem ser objeto de relações jurídicas, salvo se for possível sua apropriação em
porções limitadas. As coisas sem dono podem ser apropriadas livremente pelas pessoas, bem
como as coisas abandonadas.
Patrimônio: é o conjunto de bens corpóreos ou incorpóreos (ex.: propriedade intelectual) e
direitos com valor econômico.
Obs.: 1) Res Nullius – coisa de ninguém (ex: fruta na natureza, peixes no oceano e etc).
 2) Res Derelicta – coisa abandonada
3. CLASSIFICAÇÃO DE BENS À LUZ DO CÓDIGO CIVIL
3.1 Dos bens considerados em si mesmos ou intrinsecamente considerados:
a) Imóveis (79 a 81) ou Móveis (82 a 84)
Bens móveis e imóveis: aqueles que ao serem transportados perdem sua estrutura principal, já
os bens móveis podem ser transportados facilmente sem que sua estrutura principal seja
ameaçada, ainda temos os bens que se movem por vontade própria como é o caso dos
semoventes (animais que constituem patrimônio).
Classificação dos bens imóveis:
 Imóveis por sua própria natureza: o solo e tudo aquilo que nele naturalmente se
encontrar como jazidas, água, rochas. No caso das árvores para derrubada temos uma
exceção, elas são consideradas móveis por antecipação.
 Imóveis por acessão física, indústria ou artificial: são aqueles bens que forem
incorporados ao solo sem que tenha a intenção de remover, como os edifícios, casas,
telhas de casas. No caso de partes dos bens imóveis removidos com o intuito de serem
recolocadas, serão consideradas como imóveis.
 Imóveis por acessão intelectual: são bens inseridos em um imóvel, cujo o interesse
do proprietário é de ter comodidade, exploração industrial ou aformoseamento.
 Imóveis por determinação legal: este não passa de um direito de um herdeiro por
exemplo a um determinado bem imóvel, neste caso o direito também é imóvel, sendo
assim passível de as formalidades da alienação como se um bem imóvel fosse.
Classificação dos bens móveis:
 Móveis por sua própria natureza: São aqueles que podem ser transportados sem que
haja prejuízo a sua integridade.
 Móveis por antecipação: São os móveis que tem a finalidade de se tornarem imóveis,
como é o caso da madeira.
 Móveis por determinação legal: São bens que por via de lei são considerados móveis
como é o caso dos direitos sobre trabalho intelectual, ou o fornecimento de energia,
etc.
 Semoventes: São os bens móveis que se movem de um lugar para o outro por força de
vontade própria, como é o caso dos animais.
b) Fungíveis ou infungíveis: os bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos 
por outros desde que tenham a mesma quantidade, característica, natureza, já os bens 
infungíveis são os que devido a sua natureza peculiar não podem ser substituídos, 
vejamos o exemplo de um vazo da dinastia ming, obviamente este vazo hoje tem valor
incalculável, mas não foi sempre assim, em seu tempo aquele poderia ser só mais um 
vazo, ou seja, um bem fungível.
Obs: Carros são infungíveis porque o chassi o torna único. Animais são fungíveis, mas caso
seja um animal único (especial) esse será classificado como infungível.
c) Consumíveis ou inconsumíveis: esta distinção é importante posto que determinados 
direitos não podem recair sobre bens consumíveis, como, por exemplo, o usufruto 
(caso recaia sobre ele, será denominado de usufruto impróprio e, ao final, o 
usufrutuário deverá devolver os bens que ainda existirem além de outros equivalentes 
em gênero, quantidade e qualidade).
Bens Consumíveis: são consumíveis os bens móveis cujo uso importa a destruição imediata
da própria substância, sendo também considerados tais os destinados a alienação. Ex.: o
dinheiro, a comida, o livro para o vendedor etc. Também será considerada consumível a coisa
destinada à alienação, como, por exemplo, um rádio: para o vendedor da loja ele é
considerado um bem consumível, tendo em vista que, com a venda, ele se desfará dele,
porém, para o comprador, ele será um bem inconsumível, uma vez que, ao adquirir sua
propriedade irá usá-lo sem destruí-lo.
Os bens consumíveis podem tornar-se inconsumíveis pela vontade das partes, como
uma garrafa de um vinho raro que foi emprestada para uma exposição, por exemplo.
Em relação ao sentido econômico dos bens eles podem ser:
 Consumíveis de fato:são os bens natural ou materialmente consumíveis, cujo uso
importa na destruição imediata da própria substância do bem, como uma fruta, por
exemplo.
 Consumíveis de direito: são os bens destinados a alienação, como o dinheiro, por
exemplo.
Não se pode confundir bens consumíveis com bens fungíveis, embora geralmente as
coisas fungíveis sejam consumíveis e as infungíveis inconsumíveis. 
Bens inconsumíveis: são bens que não são destruídos pelo seu uso. Eles admitem o uso
reiterado sem alteração de sua substância. Ex.: carro, livro para o estudante. Os bens
inconsumíveis podem transformar-se em juridicamente consumíveis, como, por exemplo, um
livro colocado a venda em uma livraria.
d) Divisíveis ou indivisíveis
Bens divisíveis: bens divisíveis são os que podem fracionar sem alteração na sua substância,
diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Assim, o bem será
divisível quando, ao ser partido, formar partes reais distintas, mantendo sua substância e
formando cada qual um todo perfeito. Ex.: água, ouro. 
Bens indivisíveis: são bens que não podem ser fracionados sem que percam suas
propriedades, suas características, sua substância. Ao serem partidos deixam de ser o que era,
como ocorre, por exemplo, com a divisão de um relógio, de um carro etc.
O CC em seu artigo 88 prescreve que "os bens naturalmente divisíveis podem tornar-
se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes". Desta forma, considera-se
indivisível não só a divisão que acarreta na perda do valor material do bem, mas também a
que prejudica consideravelmente seu valor financeiro ao ser fracionada. Podemos concluir,
portanto, que a indivisibilidade de um bem pode resultar de três diferentes fontes:
 da lei (jurídica): como as servidões; as hipotecas; os imóveis rurais, que não podem
ser divididos em frações inferiores a um módulo regional; os lotes, que não podem ter
área inferior a 125 metros quadrados etc;
 da vontade das partes (convencional): como as ações, por exemplo. Nesta hipótese o
acordo tornará a coisa comum indivisa, por não mais que cinco anos, podendo este
prazo ser prorrogado posteriormente. Pode, ainda, ser estabelecida pelo doador ou
pelo testador. 
 da natureza (física ou natural): são os que não podem fracionar sem alteração da sua
substância, diminuição de valor ou prejuízo, como, por exemplo, o carro.
e) Singular ou coletivo
Singulares: são bens que, embora reunidos, são considerados distintos, isolados uns dos
outros. São considerados em sua individualidade, como, por exemplo, um caderno. Podem
ser:
 Simples: bens formados por partes de uma mesma espécie, homogêneas, como, por
exemplo, um animal, uma pedra, um vegetal;
 Compostos: bens formados por partes distintas, heterogêneas, como, por exemplo, um
automóvel, um edifício, um eletrodoméstico;
 Materiais: bens concretos, corpóreos, como, por exemplo, uma cadeira, um avião,
uma bicicleta;
 Imateriais: bens incorpóreos, abstratos, como, por exemplo, um crédito, uma dívida,
um direito.
Coletivos: também chamados de universais ou universalidades, são bens formados por coisas
simples que agregados formam um todo. Se considerados conjuntamente esses bens perderão
sua autonomia, individualidade. A coletividade será extinta quando as coisas que a formam
vão desaparecendo, restando apenas uma delas. Assim, a universalidade é classificada pela
doutrina como:
 Universalidade de fato: conjunto de coisas materiais singulares, simples ou
compostas, reunidas em coletividade pela vontade da pessoa, tendo distinção comum,
ou seja, objetos iguais, da mesma natureza, como, por exemplo, um rebanho, uma
bicicleta, uma frota de automóveis.
 Universalidade de direito: conjunto de coisas materiais ou imateriais, corpóreas ou
incorpóreas que tem caráter coletivo. No entanto, a Lei atribui a essas coisas um
caráter unitário, como, por exemplo, um patrimônio, uma herança, a massa falida etc.
É formado por um complexo de relações jurídicas com vínculo resultante
exclusivamente da lei.
Não se deve confundir, portanto, coisas compostas com coisas coletivas (universais). 
Na primeira ocorre a síntese de partes, com a formação de uma coisa inteira, considerada em 
seu todo, por partes diferentes. Já no segundo ocorre uma reunião, um agrupamento de coisas 
distintas consideradas em sua individualidade.
II – DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
1. PRINCIPAIS: que existe por si só. Por exemplo, roupas, animais. Tem existência 
autônoma, pois não necessita de nenhum outro bem para existir.
2. ACESSÓRIOS: não é autônomo, sempre depende da existência de outro bem (o 
principal). São os bens que, não constituindo parte integrante, destinam-se de modo 
permanente, ao uso, ao serviço ou ao embelezamento, decoração do outro. Ex.: Manga
(acessório) e Mangueira (principal).
2.1 FRUTOS
Os frutos e os produtos são considerados bens acessórios que nem as pertenças. 
Assim, frutos são bens acessórios que derivam do principal. Podem ser objetos de 
negócio jurídico ainda que não separados do bem principal, por exemplo, a colheita de 
frutas.
2.1.1 Naturais: como os produzidos pelas árvores (frutos), pela vaca (leite) etc.
2.1.2 Civis: os que são gerados pelo capital (salário, juros, aluguéis), etc.
2.1.3 Industriais: os provenientes da cultura ou das atividades humanas (ex.: produção 
de produtos).
2.2 PRODUTOS
Produtos são as utilidades que se extraem de uma coisa, diminuindo-lhe a quantidade, 
como por exemplo, as pedras de uma pedreira, o petróleo também é produto, pois quando 
retirado do poço a quantidade diminui.
2.3 BENFEITORIAS (ART. 96)
Benfeitoria é toda obra ou despesa realizada em coisa móvel ou imóvel principal, com 
a finalidade de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. 
Sendo um bem acessório, gerado a partir de uma obra, que fica integrado à coisa 
principal, de modo que não se pode separar.
Elas podem ser benfeitorias, necessárias, úteis e voluptuárias:
 Necessária: é a benfeitoria que for realizada para conservar a coisa, impedindo que se
deteriore ou pereça, ou seja, imprescindíveis à conservação do bem ou para evitar a
deterioração. 
 Útil: é a benfeitoria que se realiza para otimizar o uso da coisa, aumentando ou
facilitando o uso do bem, como um acréscimo de uma garagem, jardins, etc. 
 Voluptuária: é a benfeitoria que embelezam o bem, para o mero deleite ou recreio,
não aumentando seu uso habitual, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de
elevado valor (ex.: churrascaria).
3 PERTENÇAS
A finalidade da pertença é prestar ao uso, serviço ou embelezamento do bem principal,
tendo em conta que a primeira jamais integrará permanentemente o segundo. 
Num carro, a roda não é pertença, pois, embora seja um bem móvel que esteja 
servindo ao uso do carro de modo duradouro, a roda integra o carro. 
Já o tapete do carro é considerado uma pertença, pois é um bem móvel colocado a 
serviço do carro de modo duradouro, mas que não o integra. 
Outro exemplo, um aparelho de ar condicionado instalado no quarto da casa pode ser 
considerado pertença, pois é um bem móvel que se destina de modo duradouro ao uso e ao 
serviço daquela casa, mas que não integra a casa. 
Assim, um bem só pode ser chamado de pertença enquanto estiver servindo de modo 
duradouro. Uma vez retirado, aquele bem deixa de ser considerado uma pertença. 
Pois em regra, ao vender o carro, a pessoa pode não vender o tapete, nem o rádio, pois 
esses bens são pertenças. 
Da mesma forma, um fazendeiro vende a sua fazenda, ele pode muito bem, retirar os 
bois, pois eles são pertenças.
Pergunta: Colocação de um chafariz na sua casa? Benfeitoria ou pertença?
Resp: Benfeitoria voluptuária, pois quando falamos de obra, trata-se de benfeitoria.
III – DOS BENS PÚBLICOS (ART. 98)
1 – CONCEITO
Bens públicos são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito públicointerno,
quais sejam: União, Estados, DF, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas. Possuem
como características (regime jurídico) a alienabilidade condicionada, impenhorabilidade,
imprescritibilidade e a não-onerabilidade. Todos os demais são bens particulares, seja qual for
a pessoa a que pertencerem.
2 – CLASSIFICAÇÃO
2.1 Bens públicos de uso comum do povo (art. 99, inciso I)
São bens do Estado, mas destinados ao uso da população. Ex.: praias, ruas, praças etc. 
As regras para o uso desses bens serão determinadas na legislação de cada um dos entes 
proprietários.
2.2 Bens públicos de uso especial (art.99, inciso II)
São bens, móveis ou imóveis, que se destinam ao uso pelo próprio Poder Público para 
a prestação de serviços. A população os utiliza na qualidade de usuários daquele serviço. Ex.: 
hospitais, automóveis públicos, fórum etc. Assim, compete a cada ente definir os critérios de 
utilização desses bens.
2.3 Bens dominicais (art.99, inciso III)
Constituem o patrimônio disponível, exercendo o Poder Público os poderes de
proprietário como se particular fosse. São bens desafetados, ou seja, não possuem destinação
pública.
3 – CARACTERÍSTICAS (ART. 100 a 103)
Em regra, os bens públicos são inalienáveis. O regime jurídico dos bens públicos abrange
quatro características principais:
1) Alienabilidade condicionada – os bens públicos para serem alienados devem preencher os
seguintes requisitos determinados em lei:
- Prova da desafetação do bem;
- Autorização legislativa específica, em se tratando de bens imóveis, e procedimento
administrativo, quando se tratar de bens móveis;
- Avaliação prévia feita pela Administração Pública;
- Procedimento licitatório. Para os bens imóveis, o procedimento a ser adotado é a
concorrência; para os móveis, o leilão.
A Administração Pública pode, em vez de alienar, atribuir aos particulares o uso do
bem público, sua gestão. Os instrumentos normais são autorização de uso, permissão de uso,
concessão de uso, concessão de direito real de uso e cessão de uso.
2) Impenhorabilidade – tendo em vista que os bens públicos são impenhoráveis, o Código
de Processo Civil prevê um procedimento especial para execução contra a Fazenda Pública,
que se faz mediante precatórios (art. 100, da CF).
3) Imprescritibilidade – os bens públicos, móveis ou imóveis, não podem ser adquiridos
pelo particular por usucapião, independentemente da categoria a que pertencem.
4) Não-onerabilidade – é consequência da impenhorabilidade, já que se o bem não pode ser
penhorado, também não pode ser dado em garantia para débitos da Administração Pública.
I – FATOS JURÍDICOS (ART. 104 a 188)
1. CONCEITO
É todo acontecimento, evento e/ou ocorrência que tem repercussão e relevância para o
mundo do direito, ou seja, geram direitos e/ou deveres para a parte ou partes envolvidas em
uma relação jurídica.
2. ESPÉCIES
2.1 Fatos naturais (stricto sensu): são os fatos que decorrem da ação da natureza. Exemplo: 
nascimento, morte, avulsão etc. Podem ser classificados em:
 Ordinários: como o nascimento e a morte, que constituem o termo inicial e final da 
personalidade, bem como a maioridade, o decurso do tempo, todos de grande 
importância, entre outros.
 Extraordinários: enquadram-se, em geral, na categoria do caso fortuito e da força 
maior: terremoto, raio, tempestade etc.
2.2 Fatos humanos (jurígeno ou ato jurídico): são os atos que decorrem da atividade 
humana, isto é, ações humanas que criam, modificam, transferem ou extinguem direitos. 
Exemplo: casamento, contrato etc. Podem se subdividir em:
 Lícitos: são aqueles em que o ordenamento jurídico permite que os efeitos almejados 
pelo agente decorram de seu ato. Em outras palavras, por estar de acordo com o 
ordenamento jurídico, o ato humano irá produzir efeitos na esfera jurídica.
 Ilícitos: são aqueles que por lhe faltar licitude, produzem EFEITOS diversos dos 
almejados por seu agente, ou seja, são atos contrários ao ordenamento jurídico 
(podendo ser aplicada a responsabilidade civil - art. 186 a 188 c.c. art 927 do Código 
Civil).
2.2.1 Atos Jurídicos (fatos humanos)
Os atos jurídicos podem ser classificados em três diferentes espécies, a seguir:
Ato jurídico strictu sensu (art. 185): é a simples manifestação da vontade que
determina a produção de efeitos legalmente previstos. Não tem nenhum conteúdo negocial e
tem como finalidade a mera realização da vontade do titular de um determinado direito. Ex.:
pagamento, fixação de domicílio, reconhecimento de filho, entre outros. 
É uma conduta humana cujos efeitos e consequências estão previstos em lei e não
podem ser alterados por aquele que a realizou.
Negócio jurídico (art. 104 a 184): trata-se de uma declaração expressa de vontade
dirigida à provocação de determinados efeitos jurídicos (com conteúdo negocial). Neste caso,
temos a criação de um instituto jurídico especializado para a composição do interesse das
partes, cuja finalidade é alcançar um objetivo aceito pela lei. O exemplo clássico dos negócios
jurídicos são os contratos. 
Ato-fato jurídico: "é o fato jurídico qualificado por uma atuação humana. No ato-fato
jurídico não importa a intenção da pessoa que realizou o ato, tendo relevância apenas os
efeitos que o ato produziu. Ex.: menor de idade comprando uma água", segundo preceitua
André B. C. Barros.
É uma teoria que reconhece e atribui juridicidade a atos praticados por quem não tem
discernimento.
3 – NEGÓCIOS JURÍDICOS (art. 104 a 184)
3.1 Conceito
É manifestação de vontade humana lícita classificada como vontade qualificada, ou
seja, a pessoa ou pessoas envolvidas na relação jurídica definem e determinam os efeitos
jurídicos que melhor lhes convém.
3.2 Classificação
A) Unilaterais, bilaterais ou plurilaterais
 Negócio unilateral: acontece quando há declaração de vontade de apenas uma das
partes (ex: testamento). Ele pode ser receptício, que ocorre quando quem recebe o
efeito sabe a intenção/vontade da outra parte (exemplo: oferta de recompensa), ou
não receptício, quando não se sabe da vontade da outra parte;
 Negócio bilateral: ocorre com a declaração de vontade de ambas as partes, tendo
efeitos no momento por elas determinadas enquanto vivas.
 Negócio Plurilateral: se forma mediante associação de interesses em regime de
comunhão de direitos.
B) Gratuitos ou Onerosos
O negócio pode ser oneroso (há contraprestação), gratuito (apenas uma das partes tem
vantagem patrimonial), neutro (sem alguma vantagem ou desvantagem para as partes) ou
bifronte (quando o negócio se inicia oneroso e por fim acaba sendo gratuito, ou vice
versa) dependendo se há disposição patrimonial de ambas as partes ou não.
C) Intervivos ou Causa Mortis
Quanto à titularidade, pode ser intervivos, se for celebrado e tiver efeitos durante a
vida de ambas as partes, ou mortis causa, formado pela declaração de uma das partes e
com efeitos apenas após a sua morte, desde que ocorra aceitação pela outra parte.
D) Solenes ou não solenes
O Negócio pode ser formal, se tiver que adotar a forma prevista em lei para ter
validade, e informal, cabendo apenas às partes estabelecerem livremente a forma a ser
adotada.
E) Principais ou Acessórios
4. INTERPRETAÇÃO (Art. 111 a 114)
No decorrer do tempo foram criados métodos de interpretação como forma de melhor
entender a norma jurídica e assim aplica-la corretamente ao caso concreto.
A interpretação jurídica é, portanto, fator primordial que ajudam a compreender e
melhor se adequar o texto legal a um fato concreto que se apresenta em cada segundo de
nossas vidas, face à complexidade das relações e à riqueza com que as mudanças se dão.

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