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Essa parceria viabilizou o projeto com o maior número de inovações tecnológicas até então posto em funcionamento. De uma forma geral, após a Segunda Guerra Mundial, o petróleo e grandes usinas hidrelétricas se tornaram extremamente competitivos economicamente, e os aerogeradores foram construídos apenas para fins de pesquisa, utilizando e aprimorando técnicas aeronáuticas na operação e desenvolvimento de pás, além de aperfeiçoamentos no sistema de geração. Segundo a bibliografia, “a Inglaterra, durante a década de cinquenta, promoveu um grande estudo anemométrico em 100 localidades das Ilhas Britânicas culminando, em 1955, com a instalação de um aerogerador experimental de 100kW em Cape Costa, Ilhas Orkney (Chesf; Brascep, 1987) (Divone, 1994)" (Cresesb, 2017). Sobre a década de 1950, a bibliografia informa que foi desenvolvido um raro modelo de aerogerador de 100 kW com as pás ocas e com a turbina e gerador na base da torre. Ambos os modelos desenvolvidos na Inglaterra foram abandonados por problemas operacionais e principalmente por desinteresse econômico. A Dinamarca, no período inicial da 2º Guerra Mundial, apresentou um dos mais significativos crescimentos em energia eólica em toda Europa. Esse avanço deu-se sob a direção dos cientistas dinamarqueses Poul la Cour e Johannes Juul (Juul, 1964 citado por Divone, 1994). (Cresesb, 2017). Ainda comentando sobre a Dinamarca, sendo um país pobre em fontes energéticas naturais, a utilização da energia eólica teve uma grande importância quando, no período entre as duas guerras mundiais, o consumo de óleo combustível estava racionado. Durante a 2º Guerra Mundial, a companhia F. L. Smidth (F.L.S) foi a pioneira no desenvolvimento de uma série de aerogeradores de pequeno porte, na faixa de 45 kW. Nesse período, a energia eólica na Dinamarca produzia, eventualmente, cerca de 4 milhões de quilowatt-hora anuais, dada a grande utilização dessas turbinas em todo o país. O sucesso dos aerogeradores de pequeno porte da F.L.S, que ainda operavam em corrente contínua, possibilitou um projeto de grande porte ainda mais ousado. (Cresesb, 2017) Além disso, o Cresesb (2017) afirma que uma turbina de 200 kW com 12 m de pás foi implantada na ilha de Gedser, entre 1956 e 1957. Esse aerogerador com três pás tinha uma torre de concreto como estrutura de sustentação. O 09 sistema forneceu energia em CA para a concessionária SydÆstsjaellands Elektricitets Aktieselskab (Seas), entre 1958 e 1967, quando o FC atingiu a meta de 20% logo no início do empreendimento. (Divone, 1994 citado por Cresesb, 2017). A França, por sua vez, instalou entre 1958 e 1966 aerogeradores de até 800 kW de potência conectados a rede, mas com baixa eficiência. Esse modelo esteve em operação, conectado à rede da famosa empresa EDF, entre 1958 a 1963 (Cresesb, 2017). O segundo aerogerador tinha apenas 132 kW, e o terceiro chegou até 1085 kW. Esses três protótipos mostraram a possibilidade de se conectar aerogeradores à rede (Cresesb, 2017). Segundo Divone (1994, citado por Cresesb, 2017), durante o período entre 1955 e 1968, a Alemanha construiu e operou um aerogerador com o maior número de inovações tecnológicas na época. Os avanços tecnológicos desse modelo persistem até hoje na concepção dos modelos atuais, mostrando o seu sucesso de operação. Tratava-se de um aerogerador de 34 metros de diâmetro operando com potência de 100 kW, a ventos de 8 m/s. TEMA 3 – A EVOLUÇÃO COMERCIAL DE AEROGERADORES DE GRANDE PORTE De acordo com o Cresesb (2017), "o comércio de aerogeradores no mundo se desenvolveu rapidamente em tecnologia e tamanhos durante os últimos 15 anos". A figura a seguir "mostra o impressionante desenvolvimento do tamanho e da potência de aerogeradores desde 1985" (Cresesb, 2017). Figura 4 – Evolução dos aerogeradores desde 1985 até 2010 Fonte: DEWI, 2005 010 TEMA 4 – A POTÊNCIA EÓLICA INSTALADA NO MUNDO O Cresesb (2017) afirma ainda que o perfil do crescimento da energia eólica na década de 90 indica perspectivas promissoras para o crescimento da indústria eólica mundial para as próximas décadas. Mesmo considerando-se uma desaceleração no aumento da potência instalada nos últimos anos, a procura por novos mercados e o desenvolvimento de turbinas eólicas de maior porte mostram boas perspectivas para um crescimento mais sustentável e não tão acelerado para a próxima década. A Tabela 1, a seguir, mostra a potência eólica acumulada ao final de 2016. Tabela 1 – Capacidade instalada de geração eólica em MW por país País Total instalado em 2016 (GW) China 168,73 Estados Unidos 82,18 Alemanha 50,02 Índia 28,70 Espanha 23,07 Reino Unido 14,54 França 12,07 Canadá 11,90 Brasil 11,29 Itália 9,26 Outros Países 75,80 Total 487,34 Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados de GWEC, 2017. http://www.gwec.net/wp-content/uploads/vip/GWEC_PRstats2016_EN_WEB.pdf 011 TEMA 5 – A POTÊNCIA EÓLICA INSTALADA NO BRASIL Figura 5 – Capacidade instalada no Brasil por fonte Fonte: Aneel, 2017 Segundo dados do Banco de Informações de Geração (BIG) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2017), em agosto de 2017 o Brasil já possuía no total 4.710 empreendimentos em operação, totalizando aproximadamente 162 GW de potência instalada. Além disto, segundo este BIG está prevista para os próximos anos uma adição de 24,1 GW na capacidade de geração do país, proveniente dos 259 empreendimentos atualmente em construção e mais 572 em empreendimentos com construção não iniciada. Tabela 2 – Capacidade instalada por fonte em operação no Brasil Empreendimentos em Operação Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) Potência Fiscalizada (kW) % CGH 615 555.892 558.348 0,36 EOL 460 11.287.239 11.201.343 7,28 PCH 433 4.979.583 4.963.967 3,23 UFV 53 176.248 176.248 0,11 UHE 219 101.169.128 93.858.334 61,01 UTE 2.928 42.481.848 41.085.844 26,71 UTN 2 1.990.000 1.990.000 1,29 Total 4.710 162.639.938 153.834.084 100 Fonte: Aneel, 2017. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(o) 012 Tabela 3 – Capacidade instalada por fonte em construção no Brasil Empreendimentos em Construção CGH 6 9.398 0,08 EOL 149 3.419.500 29,97 PCH 26 359.980 3,16 UFV 38 1.091.400 9,57 UHE 6 1.922.100 16,85 UTE 33 3.256.154 28,54 UTN 1 1.350.000 11,83 Total 259 11.408.532 100 CGH 6 9.398 0,08 Fonte: Aneel, 2017. Tabela 4 – Capacidade instalada por fonte a construir no Brasil Empreendimentos com Construção não iniciada Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) % CGH 37 26.531 0,21 CGU 1 50 0 EOL 148 3.319.950 26,04 PCH 134 1.761.720 13,82 UFV 67 1.711.093 13,42 UHE 8 731.540 5,74 UTE 177 5.200.790 40,79 Total 572 12.751.674 100 Fonte: Aneel, 2017. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) http://www.gwec.net/wp-content/uploads/vip/GWEC_PRstats2016_EN_WEB.pdf javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) http://www.gwec.net/wp-content/uploads/vip/GWEC_PRstats2016_EN_WEB.pdf 013 Tabela 5 – Legenda Fonte: Aneel, 2017. FINALIZANDO Nesta aula foi possível recapitular os principais fatos históricos da evolução da energia eólica. Verificamos os nomes e as potências dos primeiros aerogeradores. Foi possível observar a influência do pós-guerra na evolução das tecnologias e respectiva necessidade na demanda da energia elétrica. Foram abordados os números da produção de energia eólica pelo mundo, indicando a potência nos principais países, conforme dados disponibilizados pelo Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind