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Projeto final Engenharia (artigo)

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UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 
1 
 
 REDE INTELIGENTE DE ENERGIA ELÉTRICA (SMART GRID) UMA NOVA 
ARQUITERUTRA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENÉRGIA ELÉTRICA 
 
 
Alessandro Dias Santos 
 
1 Universidade de Uberaba-UNIUBE, Uberaba (MG), Brasil, e-mail: alexo41@edu.uniube.br 
 
 
RESUMO: O conceito de Smart grid (SG) – ou redes elétricas inteligentes (REI) – traz uma mudança de paradigma para o 
setor de energia elétrica em seus vários setores. As REIs objetivam otimizar produção, distribuição e consumo de energia, 
viabilizando a entrada de novos fornecedores e consumidores na rede, com melhorias significativas em monitoramento, 
gestão, automação e qualidade da energia ofertada, por meio de uma rede elétrica caracterizada pelo uso intensivo das 
tecnologias de informação e comunicação (TIC). A rede de distribuição de energia elétrica no Brasil é predominantemente 
aérea em condutores nus. Devido a esta particularidade, as redes ficam expostas a interferências, quer sejam de origem 
interna (degradação dos componentes da rede), quer sejam de origem externa (gerenciáveis). Embora as concessionárias 
tenham aprimorado seus sistemas de gestão da rede e melhorado as técnicas de manutenção, essas ações não são, suficientes 
para evitar os desligamentos provocados nas redes de distribuição. Muitos são os transtornos causados, tanto aos 
consumidores, como a própria concessionária. O tempo médio de atendimento e os prejuízos causados pelas compensações 
financeiras quando violados os indicadores de continuidade e os desconfortos aos consumidores finais. A aplicação das 
tecnologias existentes para tornar este sistema inteligente tende a diminuir ou até mesmo extinguir esses problemas e suas 
consequências, seja em pequeno, médio ou longo prazo. O presente trabalho não intenta esgotar todo o assunto em termos 
conceituais, mas procura, a partir de materiais existentes, trazer mais uma contribuição para difusão deste assunto. 
 
PALAVRAS CHAVE: Energia elétrica. Rede de Distribuição. Redes Elétricas Inteligentes (REI). Qualidade. Smart Grid 
(SG). 
 
INTELLIGENT ELECTRICITY NETWORK (SMART GRID) A NEW ARCHITECTURE 
FOR THE DISTRIBUTION OF ELECTRIC ENERGY 
 
ABSTRACT: The concept of smart grid (SG) – or inteligent smart electrical networks (REI) - brings a paradigm shift for 
the electric energy sector in its various sectors. REIs aim to optimize energy production, distribution and consumption, 
enabling new suppliers and consumers to enter the network, with significant improvements in monitoring, management, 
automation and quality of the energy offered, through an electrical network characterized by intensive use information and 
communication technologies (ICT). The electricity distribution network in Brazil is predominantly overhead in bare 
conductors. Due to this particularity, networks are exposed to interference, whether they are internal (degradation of network 
components) or external (manageable). Although the concessionaires have improved their network management systems 
and improved the maintenance techniques, these actions are not sufficient to avoid the shutdowns caused in the distribution 
networks. There are many disorders caused, to both consumers and the concessionaire itself. Average service time and losses 
caused by financial compensation when continuity indicators are violated and discomfort to end consumers. The application 
of existing technologies to make this system intelligent tends to reduce or even extinguish these problems and their 
consequences, whether in the small, medium or long term. The present work does not attempt to exhaust the whole subject 
in conceptual terms, but seeks, based on existing materials, to bring yet another contribution to the dissemination of this 
subject. 
 
KEYWORDS: Electricity. Distribution network. Intelligent Electric Grids (REI). Quality. Smart Grid (SG). 
 
UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
Se comparado aos outros sistemas tecnológicos 
que fazem parte do dia a dia de uma comunidade, como por 
exemplo, telecomunicações, os sistemas de energia elétrica 
vêm amargando por décadas uma certa estagnação. Mas nos 
últimos anos grandes transformações estão ocorrendo nos 
diversos segmentos deste sistema nas áreas de geração, 
transmissão e distribuição, proporcionando uma melhoria 
no ganho e desempenho interessante, tanto para os 
fornecedores, como para os consumidores de energia 
elétrica. Estas transformações vão desde a utilização de 
novas fontes geradoras por parte de consumidores, com 
maior uso da geração distribuída em pequena escala, maior 
controle dos consumidores sobre o seu consumo, tornando-
se um membro proativo do sistema. Esta nova concepção 
em energia elétrica está englobada na denominação geral 
smart grid, a qual tem sido traduzida para o português como 
Redes Elétricas Inteligentes - REI. Smart grid deve ser 
entendida mais como um conceito do que tecnologia ou 
equipamento específico. Em termos gerais, smart grid é um 
sistema elétrico automatizado que irá permitir uma vasta 
penetração de novas tecnologias que as redes elétricas atuais 
não podem suportar. Estas novas tecnologias incluem 
desenvolvimentos em medição, monitoramento, 
transmissão, geração, distribuição e armazenamento de 
energia, bem como proporcionando flexibilidade para 
consumidores e produtores de eletricidade. Com a chegada 
da quarta revolução industrial / indústria 4.0, nada mais 
apropriado que as adequações das estruturas dos sistemas de 
distribuição de energia elétrica. Estamos vivendo uma 
transição na Sociedade, que é a Digitalização de todas 
informações do nosso dia a dia, seja por meio de 
documentos ou dispositivos, a incorporação desta 
tecnologia, que em linhas gerais está associada a Internet e 
a IoT Internet das Coisas, está criando um novo formato de 
mundo, onde associamos a aplicação desta em todas as áreas 
da sociedade, tais como, governos, bancos, segurança 
pública, saúde, escolas, indústria, neste último, chamamos 
de Indústria 4.0 a aplicação desta técnicas. A introdução 
deverá conter uma breve explanação do problema, sua 
pertinência e relevância social e científica. 
 
 
 JUSTIFICATIVA 
Passados exatamente 141 anos, desde que a lâmpada 
foi inventada. O sistema de distribuição de energia elétrica 
pouco mudou desde aquele período, mesmo com o fato da 
humanidade ter se transformado tanto nestes últimos 30 
anos. A população aumentou e as cidades se desenvolveram 
mais do que as redes de energia. As tecnologias se 
desenvolveram numa velocidade nunca antes pensado pelo 
homem. Mais do que nunca, já está na hora de pensar e 
investir na implantação de novas possibilidades e formas de 
aprimorar a distribuição e consumo de eletricidade. A rede 
inteligente está chegando como novo modo de conceber 
sistema de distribuição. 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
Problema da pesquisa – A rede de distribuição de 
energia elétrica no Brasil é predominantemente aérea em 
condutores nus. Devido a esta particularidade, as redes 
ficam expostas a interferências, quer sejam de origem 
interna (degradação dos componentes da rede), quer sejam 
de origem externa (gerenciáveis). Embora as 
concessionárias tenham aprimorado seus sistemas de gestão 
da rede e melhorado as técnicas de manutenção, essas ações 
não são, suficientes para evitar os desligamentos 
provocados nas redes de distribuição. Muitos são os 
transtornos causados, tanto aos consumidores, como a 
própria concessionária. O tempo médio de atendimento e os 
prejuízos causados pelas compensações financeiras quando 
violados os indicadores de continuidade e os desconfortos 
aos consumidores finais. A aplicação das tecnologias 
existentes para tornar este sistema inteligente tende a 
diminuir ou até mesmo extinguir esses problemas e suas 
consequências, seja em pequeno, médio ou longo prazo. 
 
Objetivos Gerais 
Pela dificuldade em analisar o objeto de pesquisa que 
se encontra em estágio inicial e em constantetransformação, 
a análise documental não seguirá necessariamente uma linha 
cronológica e não intenta esgotar todo o assunto em termos 
conceituais, mas procura, a partir de materiais 
existentes, trazer mais uma contribuição para difusão do 
assunto. 
 
Objetivos Específicos 
 Breve definição do que seja a indústria 4.0. 
 Traçar breve histórico da indústria 4.0 e sua 
importância. 
 Breve definição do que seja a Internet das 
Coisas (IoT). 
 Traçar breve histórico da Internet das 
Coisas (IoT). 
 Descrever acerca do sistema de distribuição 
de energia elétrica atual (convencional). 
 Descrever acerca do sistema de distribuição 
de energia elétrica inteligente (Smart Grid) 
e sua arquitetura. 
 
1. INDUSTRIA 4.0 CONCEITO E 
ORIGEM 
 
Industria 4.0 refere-se à rede inteligente de máquinas 
e processos para a indústria com a ajuda da tecnologia da 
informação e comunicação. Existem muitas maneiras de as 
empresas usarem redes inteligentes. As possibilidades 
incluem, por exemplo: 
 Produção flexível: na fabricação de um 
produto, muitas empresas estão envolvidas 
em um processo passo a passo para 
desenvolver um produto. Por estar 
conectado em rede digital, essas etapas 
podem ser melhor coordenadas e a carga da 
máquina melhor planejada; 
UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 
3 
 
 Fábrica conversível: as linhas de produção 
futuras podem ser construídas em módulos 
e rapidamente montadas para as tarefas. A 
produtividade e a eficiência seriam 
melhoradas; produtos individualizados 
podem ser produzidos em pequenas 
quantidades a preços acessíveis. 
 Soluções orientadas para o cliente: 
Consumidores e produtores ficarão mais 
próximos. Os próprios clientes poderiam 
projetar produtos de acordo com seus 
desejos - por exemplo, tênis projetados e 
ajustados para o formato único dos pés do 
cliente. Ao mesmo tempo, produtos 
inteligentes que já estão sendo entregues e 
em uso podem enviar dados ao fabricante. 
Com esses dados de uso, o fabricante pode 
melhorar seus produtos e oferecer novos 
serviços ao cliente. 
 Logística otimizada: os algoritmos podem 
calcular as rotas de entrega ideais, as 
máquinas relatam de forma independente 
quando precisam de um novo material - 
uma rede inteligente permite um fluxo ideal 
de mercadorias. 
Há uma miríade de definições para a I 4.0 que têm 
a digitalização da manufatura e de processos e o uso de 
CPS como elementos principais. Há, entretanto, 
oscilações em sua amplitude. Por vezes restringe-se 
ao ambiente industrial "clássico" fabril da linha de 
produção, por outras extrapola e abrange demais setores 
desde o trato com o consumidor até os transportes. Neste 
caso, a I 4.0 permite definições que a equipararam a 
uma possível 4ªRI, que além de transformações 
substanciais na indústria, projeta uma nova sociedade a 
partir das novas técnicas, conforme veremos em seção 
posterior. Desse modo, encontramos na literatura 
associações entre I 4.0 a 4ªRI. 
Uma definição muito mais clara da Indústria 4.0 
pode ser difícil de alcançar. A definição da indústria 4.0 
ainda é complexa e enganosa. Algumas definições a 
tomarão como “tornando a indústria manufatureira 
totalmente informatizada”, e também pode ser dito como 
forma de “tornar virtualizada a produção industrial”. No 
entanto, há certa convergência de que pode ser vista como a 
"que integra canais horizontais e verticais (PFEIFFER, 
2017). 
Na Alemanha, há discussões sobre a “indústria 4.0”, 
um termo cunhado em 2011 na feira de Hannover para 
descrever como isso irá revolucionar a organização das 
cadeias globais de valor. Ao permitir revolucionar a 
organização das cadeias globais de valor. Ao permitir 
“fábricas inteligentes”, a quarta revolução industrial cria um 
mundo onde os sistemas físicos e virtuais de fabricação 
cooperam de forma lobal e flexível. Isso permite a total 
personalização de produtos e a criação de novos modelos 
operacionais. (SCHWAB, 2016). 
 
 
2. INTERNET DAS COISAS 
(IoT) CONCEITO E ORIGEM 
Internet das Coisas representa a possibilidade de que 
objetos físicos estejam conectados à internet podendo assim 
executar de forma coordenada uma determinada ação. Um 
exemplo seriam carros autônomos que se comunicam entre 
si e definem o melhor momento (velocidade e trajeto, por 
exemplo) de fazer um cruzamento em vias urbanas. 
(Industria4.0.gov.br, 2020). 
De uma forma bem simples, Internet das Coisas é o 
modo como os objetos físicos estão conectados e se 
comunicando entre si e com o usuário, através de sensores 
inteligentes e softwares que transmitem dados para uma 
rede. Como se fosse um grande sistema nervoso que 
possibilita a troca de informações entre dois ou mais pontos. 
O resultado disso é um planeta mais inteligente e 
responsivo. Agora podemos entender melhor como essas 
coisas funcionam, e como funcionam juntas para melhor nos 
servir. Mas de que “coisa” estamos falando? A resposta é 
qualquer coisa. Desde um relógio ou uma geladeira, até 
carros, máquinas, computadores e smartphones. Qualquer 
utensílio que você consiga imaginar pode, teoricamente, 
entrar para o mundo da Internet das Coisas. Eles conversam 
entre si para nos dar mais conforto, produtividade, 
informação e praticidade em geral, e seus usos podem 
abranger monitoramento de saúde, fornecimento de 
informação em tempo real sobre o trânsito da cidade ou o 
número de vagas disponíveis em um estacionamento e em 
que direção elas estão, até recomendação de atividades, 
lembretes, ou conteúdo em seus dispositivos conectados. 
Coisas do cotidiano se tornam inteligentes e têm suas 
funções ampliadas por cruzamento de dados. É o que 
acontece quando um assistente virtual cruza dados dos seus 
dispositivos conectados para te informar, mesmo que você 
não tenha pedido, o tempo que você levará para chegar ao 
trabalho quando você senta no seu carro para sair de casa. 
Ele não sabe onde você vai por magia, e sim pela 
interconectividade dos dispositivos inteligentes à sua volta; 
ou seja, pela Internet das Coisas. O assistente conhece sua 
rotina, e dado o horário, dia da semana, sua localização por 
GPS conexão (ou não) ao Wi-fi de casa, a conexão ao 
bluetooth do carro no momento específico, e ao fato de que 
esse cenário se repetiu muitas vezes, ele aprendeu que é 
muito provável que você esteja indo para o trabalho carro e 
te informa quanto tempo você vai demorar para fazê-lo. 
(proof.com.br, 2018). 
A ideia de conectar objetos é discutida desde 1991, 
quando a conexão TCP/IP e a Internet que conhecemos hoje 
começou a se popularizar. Bill Joy, cofundador da Sun 
Microsystems, pensou sobre a conexão de Device para 
Device (D2D), tipo de ligação que faz parte de um conceito 
maior, o de “várias webs”. Em 1999, Kevin Ashton do MIT 
propôs o termo “Internet das Coisas" e dez anos depois 
escreveu o artigo “A Coisa da Internet das Coisas” para o 
RFID Journal. De acordo com o especialista, a rede oferecia, 
na época, 50 Pentabytes de dados acumulados em 
gravações, registros e reprodução de imagens. A limitação 
de tempo e da rotina fará com que as pessoas se conectem à 
Internet de outras maneiras. Segundo Ashton, assim, será 
possível acumular dados do movimento de nossos corpos 
UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 
4 
 
com uma precisão muito maior do que as informações de 
hoje. Com esses registros, se conseguirá reduzir, otimizar e 
economizar recursos naturais e energéticos, por exemplo. 
Para o especialista, essa revolução será maior do que o 
próprio desenvolvimento do mundo online que conhecemos 
hoje. (techtudo.com.br, 2014). 
 
 
 
 
 
3. REDES DE DISTRIBUIÇÃO 
DE ENERGIA ELÉTRICA 
 
3.1 REDESDE DISTRIBUIÇÃO 
DE ENERGIA ELÉTRICA 
CONVENICONAL 
A distribuição de energia teve seu início no último 
quartil do século passado, podendo ser considerada como 
um marco a construção, por Thomas Alva Edison, em 1879, 
da primeira central elétrica para distribuição de energia à 
cidadede Nova Iorque. No Brasil, o pioneirismo coube à 
cidade de Campos, que, em 1883, tornou-se a primeira da 
América do Sul a receber iluminação pública elétrica. A 
distribuição elétrica, entretanto, somente veio a constituir-
se em um serviço público relativamente amplo a partir da 
primeira década do século, inicialmente em São Paulo 
(1899) e, posteriormente, no Rio (1905). Desde então, 
verificou-se um acelerado impulso ao novo serviço, que, se 
nos primeiros anos se dedicava predominantemente à 
iluminação pública e à tração elétrica (os tradicionais 
bondes), já na década de 20 estendia-se à cobertura do 
atendimento aos usos comercial, residencial e industrial. 
Basta dizer que por esta época estavam já construídos, no 
centro urbano daquelas duas cidades, sofisticados sistemas 
de distribuição subterrâneos, do tipo “network”, que em 
essência nada diferem dos atualmente em operação. A 
partir dos anos 60, a distribuição, incorporando as novas 
tecnologias disponíveis, vem desenvolvendo-se de forma 
acelerada, com o emprego de métodos computacionais, 
telecomando, etc. 
 
3.2 REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE 
ENERGIA ELÉTRICA INTELIGENTE 
(SMART GRID) 
A utilização de tecnologias de redes inteligentes 
cresce ano após ano, o que parece ser uma macrotendência 
mundial). De fato, a implementação de projetos-piloto (ou 
de demonstração) é imprescindível para o desenvolvimento 
em larga escala destas tecnologias, pois esses projetos 
servem para obter maiores informações, aprender lições e 
testar a viabilidade da operação acerca de iniciativas desta 
natureza. Entretanto, pode-se dizer que os problemas 
relativos à implantação dessa tecnologia iniciam-se pela 
própria definição do que é uma rede elétrica inteligente. 
Além do já mencionado fato da singularidade de cada caso 
regional, por tratar-se de um amplo conceito que envolve e 
sobrepõe várias áreas do conhecimento humano, 
organizações e autores de países diferentes possuem visões 
diferentes para o que seria uma SG. Dessa forma, faz-se 
necessário apresentar uma definição coesa deste conceito, 
bem como uma arquitetura geral de uma SG, contemplando 
aspectos mínimos necessários para que uma rede possa ser 
considerada inteligente. Segue algumas definições do setor 
elétrico internacional: 
“É o uso de sensores, comunicações, habilidade 
computacional e controle a fim de aumentar a 
funcionalidade do sistema de abastecimento de energia 
elétrica. Ainda, o órgão acredita que o sistema elétrico 
evoluirá para um sistema complexo que interconecta redes 
elétricas, telecomunicações, a internet e aplicações de 
serviços” - Electric Power Research Institute (EPRI) 
“As SG são definidas como o conceito de 
modernização da rede elétrica. Uma SG seria integrar as 
tecnologias elétricas e de informações em qualquer ponto 
entre geração e consumo, sendo que o termo “Smart Grid” 
deve ser usado mais como um conceito do que uma 
definição técnica” - International Eletrotechnical Comission 
(IEC). 
“É o próprio sistema de abastecimento elétrico, 
desde a geração até o consumo, integrado à TIC para obter 
melhores operações na rede, serviços ao consumidor e 
benefícios ambientais. As principais funcionalidades de 
uma SG são: otimizar a utilização dos recursos e a eficiência 
operacional do sistema, conciliar todas as opções de geração 
e armazenamento de energia, fornecer energia de qualidade 
para todas as necessidades em uma economia digital, 
antecipar e responder a distúrbios no sistema de maneira 
automática, operar de maneira resistente contra ataques 
físicos, cibernéticos e desastres naturais, permitir que os 
consumidores participem ativamente do sistema, habilitar 
novos produtos, serviços e mercados” - Departamento de 
Energia dos EUA (DOE). 
Percebe-se que não existe uma definição 100% 
precisa e um escopo globalmente aceito do que a 
inteligência da rede é. Nota-se que algumas definições 
tratam as SG como um conceito e não uma série de 
tecnologias, expandindo consideravelmente que 
características podem ou não fazer parte deste conceito, bem 
como seus parâmetros de avaliação. De modo amplo, pode-
se dizer que as organizações citadas percebem as SG como 
sistemas evoluídos que geram a demanda por eletricidade de 
maneira sustentável, confiável e econômica, através do uso 
de infraestrutura avançada e alinhada para facilitar a 
integração de todos os envolvidos. 
 
Como funciona uma Smart Grid 
Quanto ao funcionamento, uma Smart Grid é 
equipada com sensores que coletam e transmitem dados. 
Essa transmissão de informações permite ajustar 
automaticamente os fluxos de eletricidade. Os 
controladores, que estão localizados remotamente, são 
informados da situação em tempo real e podem agir de 
forma imediata se houver algum problema. Isso ocorre 
praticamente sem necessidade de intervenção humana. 
Além disso, esse tipo de rede pode se comunicar com 
qualquer medidor inteligente e, por exemplo, ligar os 
eletrodomésticos dos consumidores automaticamente 
quando há muita eletricidade na rede e os preços são, 
portanto, menores. 
UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 
5 
 
Principais benefícios de uma Smart Grid 
 
Para entendermos ainda mais as vantagens de uma 
Smart Grid, vejamos agora as quatro características que a 
diferenciam de uma rede elétrica tradicional. Ela é:flexível: 
facilita o gerenciamento de variações na geração e no 
consumo; confiável: graças às informações enviadas em 
tempo real e ao gerenciamento remoto da rede, o risco de 
falhas de energia e incidentes é reduzido; acessível: todas as 
diferentes fontes de energia podem ser integradas na rede e, 
graças as interconexões presentes, os consumidores também 
podem aproveitar a energia renovável gerada em grandes 
quantidades em regiões distantes, quando não há o 
suficiente na localidade; econômica: uma melhor gestão 
leva a custos reduzidos. No campo empresarial, 
especificamente, as empresas que dispuserem de Smart 
Grids se beneficiarão da redução da queda de energia, de 
menores custos e de uma melhor medição do consumo. 
Além disso, a tecnologia favorece projetos de 
responsabilidade ambiental, uma vez que, tendo melhor 
controle, é possível reduzir a emissão de carbono. 
 
Como as Smart Grids estão sendo implementadas 
 
Podemos dizer que as Smart grids ainda são 
tecnologias que estão em sua primeira infância. 
Investimentos significativos são necessários para que esse 
conceito atinja todo o seu potencial. Por exemplo, 
provavelmente levará anos para encaixar medidores 
inteligentes nas casas de todos os consumidores — ou em 
todas as empresas. Contudo, já existem iniciativas até em 
países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. 
Segundo a GE, já há projetos de instalação de equipamentos 
que permitem a criação de Smart grids em cidades como 
Sete Lagoas (MG) e Barueri (SP). Em resumo, uma Smart 
Grid é uma rede elétrica inteligente que reduz custos, 
otimiza a gestão e possibilita melhor controle por parte das 
companhias elétricas, dos consumidores domésticos e das 
empresas 
 
METODOLOGIA 
 
Revisão da Literatura 
Nos últimos dez anos, um grande número de 
trabalhos acadêmicos foi elaborado, em várias áreas do 
conhecimento que envolve a Smart grid. Grande parte dos 
trabalhos publicados envolvem os impactos e mudanças na 
área elétrica da Smart Grid. No Brasil há alguns poucos 
trabalhos realizados que abrangem o tema Smart Grid na 
área energética, sendo o mais próximo disso o livro “Redes 
Elétricas Inteligentes no Brasil - Custos e Benefícios de um 
Plano Nacional de Implantação” (Kagan, et al., 2013), 
lançado pela ANEEL. Pioneiro no Brasil, ele quantifica os 
impactos decorrentes da adoção da Smart Grid no Brasil até 
2030 para algumas tecnologias, como veículos elétricos e 
geração distribuída. A revisão bibliográfica será 
complementada com referências aos trabalhos dos quais 
foram extraídas as informações relevantes para o estudo de 
caso desenvolvido baseado na metodologia proposta nesta 
tese. 
Para realização deste trabalhoforam feitos 
levantamentos bibliográficos de fontes eletrônicas 
referentes à evolução do sistema de distribuição de energia 
elétrica, o conceito de rede inteligente de energia elétrica, os 
conceitos da Indústria 4.0, o 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As redes elétricas inteligentes têm o potencial de 
reduzir o custo final da energia elétrica por meio de maior 
eficiência da rede e melhor gestão da oferta e da demanda 
de energia, devido à maior quantidade de informações e 
controle dos sistemas. Diversos países têm investido nessas 
redes, e as avaliações de custo-benefício ainda não são 
conclusivas quanto à sua viabilidade. 
Para o Brasil, também não há uma conclusão sobre 
os reais custos e benefícios das redes elétricas inteligentes. 
Em especial, há dois fatores – o uso de equipamentos não 
eficientes como o chuveiro elétrico por parte considerável 
da população e o desconhecimento em relação à economia 
de energia proporcionada por equipamentos eficientes – que 
indicam ser possível atingir benefícios significativos por 
meio de políticas mais simples. Antes de realizar grandes 
investimentos de renovação da rede elétrica e políticas para 
a substituição de chuveiros elétricos e de educação, como as 
utilizadas durante o racionamento de 2001, poderiam 
reduzir consideravelmente o consumo residencial de 
eletricidade, principalmente durante seu pico no final do dia. 
Ainda assim, há diversos outros benefícios com as redes 
elétricas inteligentes. De qualquer forma, deve-se ter cautela 
em relação a esses investimentos, uma vez que muitos dos 
benefícios são incertos e difusos. Enquanto concessionárias 
se beneficiam com menores perdas e a possibilidade de 
adiamento de investimentos na expansão da rede, 
consumidores têm a promessa de redução de sua conta de 
energia elétrica e de um melhor serviço de fornecimento de 
eletricidade. Porém, na ausência de uma avaliação adequada 
de custo-benefício, a repartição de seus custos de forma 
proporcional aos benefícios é complexa. Por exemplo, a 
redução de perdas comerciais pode ser repassada às tarifas 
de distribuição, beneficiando diretamente os consumidores. 
Por seu turno, o aumento do bem-estar devido a uma menor 
incidência de falta de eletricidade é um benefício não 
captável via tarifa. Na prática, os investimentos 
relacionados às redes inteligentes que gerem este aumento 
de bem-estar provocariam o aumento da tarifa de 
distribuição. Há ainda impactos de postergação de 
investimentos nas redes de geração e transmissão, devido ao 
uso de geração distribuída possibilitado pelas redes 
inteligentes. Este benefício aparece em todo o sistema 
elétrico brasileiro, reduzindo o custo da eletricidade tanto 
para as regiões onde há investimentos em redes inteligentes 
quanto para as que isto não ocorre. A forma de repartir os 
custos e os benefícios precisa considerar todas estas 
nuances. 
 
 
 
UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 
6 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Kagan, N., Gouvêa, M. & Maia, F., 2013. Redes Elétricas 
Inteligentes no Brasil -Análise de Custos e Benefícios de 
um Plano Nacional de Implantação. 1 ed. Brasília, 
Synergia. 
 
CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS 
(CGEE). Redes Elétricas Inteligentes: contexto nacional. 
Brasília, DF: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 
2012. Disponível em: 
https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/Redes_
Eletricas_Inteligentes_22mar13_9539.pdf/36f87ff1-43ed-
4f33-9b53-5c869ace9023?version=1.1. Acesso em 08 de 
setembro de 2020. 
 
MORENO, Natália de Almeida. Smarts grids e a 
modelagem de infraestruturas. Rio de Janeiro: 
Synergia Editora. Disponível em: 
http://biblioteca.aneel.gov.br/index.asp?codigo_sophia=16
8349. Acesso em: 06 setembros de 2020. 
 
OLIVEIRA, Rafael Deléo; VIEIRA JÚNIOR, José Carlos. 
Benefícios e desafios de redes inteligentes. Revista 
Eletrônica de Energia, Salvador, v. 2, n. 1, 2012. Disponível 
em:https://revistas.unifacs.br/index.php/ree/article/view/16
09. Acesso em 06 de setembro de 2020. 
 
Smart Grid Gov. Site governamental sobre Smart Grid. 
Disponível em: https://www.smartgrid.gov/. Acesso em 08 
de setembro de 2020. 
 
PROOF. A internet das coisas. 2018. Disponivel em: 
https://www.proof.com.br/blog/internet-das-coisas/ 
Acessado em 22 de setembro de 2020. 
 
TECHTUDO. ‘Internet das Coisas’: entenda o conceito e 
o que muda com a tecnologia. 2014. Disponivel em: 
https://www.proof.com.br/blog/internet-das-coisas/ 
Acessado em 22 de setembro de 2020. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus por mais esta etapa que Ele me ajudou a 
atravessar, sem nunca soltar minha mão. 
 
Agradeço a minha esposa Marilene, incansável 
companheira, amiga, amante, mãe, filha, guerreira. 
 
Agradeço a Meus filhos Débora e Luiz Miguel, que me 
recrearam com o simples prazer de suas companhias. 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 
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CRONOGRAMA

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