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UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 1 REDE INTELIGENTE DE ENERGIA ELÉTRICA (SMART GRID) UMA NOVA ARQUITERUTRA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENÉRGIA ELÉTRICA Alessandro Dias Santos 1 Universidade de Uberaba-UNIUBE, Uberaba (MG), Brasil, e-mail: alexo41@edu.uniube.br RESUMO: O conceito de Smart grid (SG) – ou redes elétricas inteligentes (REI) – traz uma mudança de paradigma para o setor de energia elétrica em seus vários setores. As REIs objetivam otimizar produção, distribuição e consumo de energia, viabilizando a entrada de novos fornecedores e consumidores na rede, com melhorias significativas em monitoramento, gestão, automação e qualidade da energia ofertada, por meio de uma rede elétrica caracterizada pelo uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação (TIC). A rede de distribuição de energia elétrica no Brasil é predominantemente aérea em condutores nus. Devido a esta particularidade, as redes ficam expostas a interferências, quer sejam de origem interna (degradação dos componentes da rede), quer sejam de origem externa (gerenciáveis). Embora as concessionárias tenham aprimorado seus sistemas de gestão da rede e melhorado as técnicas de manutenção, essas ações não são, suficientes para evitar os desligamentos provocados nas redes de distribuição. Muitos são os transtornos causados, tanto aos consumidores, como a própria concessionária. O tempo médio de atendimento e os prejuízos causados pelas compensações financeiras quando violados os indicadores de continuidade e os desconfortos aos consumidores finais. A aplicação das tecnologias existentes para tornar este sistema inteligente tende a diminuir ou até mesmo extinguir esses problemas e suas consequências, seja em pequeno, médio ou longo prazo. O presente trabalho não intenta esgotar todo o assunto em termos conceituais, mas procura, a partir de materiais existentes, trazer mais uma contribuição para difusão deste assunto. PALAVRAS CHAVE: Energia elétrica. Rede de Distribuição. Redes Elétricas Inteligentes (REI). Qualidade. Smart Grid (SG). INTELLIGENT ELECTRICITY NETWORK (SMART GRID) A NEW ARCHITECTURE FOR THE DISTRIBUTION OF ELECTRIC ENERGY ABSTRACT: The concept of smart grid (SG) – or inteligent smart electrical networks (REI) - brings a paradigm shift for the electric energy sector in its various sectors. REIs aim to optimize energy production, distribution and consumption, enabling new suppliers and consumers to enter the network, with significant improvements in monitoring, management, automation and quality of the energy offered, through an electrical network characterized by intensive use information and communication technologies (ICT). The electricity distribution network in Brazil is predominantly overhead in bare conductors. Due to this particularity, networks are exposed to interference, whether they are internal (degradation of network components) or external (manageable). Although the concessionaires have improved their network management systems and improved the maintenance techniques, these actions are not sufficient to avoid the shutdowns caused in the distribution networks. There are many disorders caused, to both consumers and the concessionaire itself. Average service time and losses caused by financial compensation when continuity indicators are violated and discomfort to end consumers. The application of existing technologies to make this system intelligent tends to reduce or even extinguish these problems and their consequences, whether in the small, medium or long term. The present work does not attempt to exhaust the whole subject in conceptual terms, but seeks, based on existing materials, to bring yet another contribution to the dissemination of this subject. KEYWORDS: Electricity. Distribution network. Intelligent Electric Grids (REI). Quality. Smart Grid (SG). UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 2 INTRODUÇÃO Se comparado aos outros sistemas tecnológicos que fazem parte do dia a dia de uma comunidade, como por exemplo, telecomunicações, os sistemas de energia elétrica vêm amargando por décadas uma certa estagnação. Mas nos últimos anos grandes transformações estão ocorrendo nos diversos segmentos deste sistema nas áreas de geração, transmissão e distribuição, proporcionando uma melhoria no ganho e desempenho interessante, tanto para os fornecedores, como para os consumidores de energia elétrica. Estas transformações vão desde a utilização de novas fontes geradoras por parte de consumidores, com maior uso da geração distribuída em pequena escala, maior controle dos consumidores sobre o seu consumo, tornando- se um membro proativo do sistema. Esta nova concepção em energia elétrica está englobada na denominação geral smart grid, a qual tem sido traduzida para o português como Redes Elétricas Inteligentes - REI. Smart grid deve ser entendida mais como um conceito do que tecnologia ou equipamento específico. Em termos gerais, smart grid é um sistema elétrico automatizado que irá permitir uma vasta penetração de novas tecnologias que as redes elétricas atuais não podem suportar. Estas novas tecnologias incluem desenvolvimentos em medição, monitoramento, transmissão, geração, distribuição e armazenamento de energia, bem como proporcionando flexibilidade para consumidores e produtores de eletricidade. Com a chegada da quarta revolução industrial / indústria 4.0, nada mais apropriado que as adequações das estruturas dos sistemas de distribuição de energia elétrica. Estamos vivendo uma transição na Sociedade, que é a Digitalização de todas informações do nosso dia a dia, seja por meio de documentos ou dispositivos, a incorporação desta tecnologia, que em linhas gerais está associada a Internet e a IoT Internet das Coisas, está criando um novo formato de mundo, onde associamos a aplicação desta em todas as áreas da sociedade, tais como, governos, bancos, segurança pública, saúde, escolas, indústria, neste último, chamamos de Indústria 4.0 a aplicação desta técnicas. A introdução deverá conter uma breve explanação do problema, sua pertinência e relevância social e científica. JUSTIFICATIVA Passados exatamente 141 anos, desde que a lâmpada foi inventada. O sistema de distribuição de energia elétrica pouco mudou desde aquele período, mesmo com o fato da humanidade ter se transformado tanto nestes últimos 30 anos. A população aumentou e as cidades se desenvolveram mais do que as redes de energia. As tecnologias se desenvolveram numa velocidade nunca antes pensado pelo homem. Mais do que nunca, já está na hora de pensar e investir na implantação de novas possibilidades e formas de aprimorar a distribuição e consumo de eletricidade. A rede inteligente está chegando como novo modo de conceber sistema de distribuição. DESENVOLVIMENTO Problema da pesquisa – A rede de distribuição de energia elétrica no Brasil é predominantemente aérea em condutores nus. Devido a esta particularidade, as redes ficam expostas a interferências, quer sejam de origem interna (degradação dos componentes da rede), quer sejam de origem externa (gerenciáveis). Embora as concessionárias tenham aprimorado seus sistemas de gestão da rede e melhorado as técnicas de manutenção, essas ações não são, suficientes para evitar os desligamentos provocados nas redes de distribuição. Muitos são os transtornos causados, tanto aos consumidores, como a própria concessionária. O tempo médio de atendimento e os prejuízos causados pelas compensações financeiras quando violados os indicadores de continuidade e os desconfortos aos consumidores finais. A aplicação das tecnologias existentes para tornar este sistema inteligente tende a diminuir ou até mesmo extinguir esses problemas e suas consequências, seja em pequeno, médio ou longo prazo. Objetivos Gerais Pela dificuldade em analisar o objeto de pesquisa que se encontra em estágio inicial e em constantetransformação, a análise documental não seguirá necessariamente uma linha cronológica e não intenta esgotar todo o assunto em termos conceituais, mas procura, a partir de materiais existentes, trazer mais uma contribuição para difusão do assunto. Objetivos Específicos Breve definição do que seja a indústria 4.0. Traçar breve histórico da indústria 4.0 e sua importância. Breve definição do que seja a Internet das Coisas (IoT). Traçar breve histórico da Internet das Coisas (IoT). Descrever acerca do sistema de distribuição de energia elétrica atual (convencional). Descrever acerca do sistema de distribuição de energia elétrica inteligente (Smart Grid) e sua arquitetura. 1. INDUSTRIA 4.0 CONCEITO E ORIGEM Industria 4.0 refere-se à rede inteligente de máquinas e processos para a indústria com a ajuda da tecnologia da informação e comunicação. Existem muitas maneiras de as empresas usarem redes inteligentes. As possibilidades incluem, por exemplo: Produção flexível: na fabricação de um produto, muitas empresas estão envolvidas em um processo passo a passo para desenvolver um produto. Por estar conectado em rede digital, essas etapas podem ser melhor coordenadas e a carga da máquina melhor planejada; UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 3 Fábrica conversível: as linhas de produção futuras podem ser construídas em módulos e rapidamente montadas para as tarefas. A produtividade e a eficiência seriam melhoradas; produtos individualizados podem ser produzidos em pequenas quantidades a preços acessíveis. Soluções orientadas para o cliente: Consumidores e produtores ficarão mais próximos. Os próprios clientes poderiam projetar produtos de acordo com seus desejos - por exemplo, tênis projetados e ajustados para o formato único dos pés do cliente. Ao mesmo tempo, produtos inteligentes que já estão sendo entregues e em uso podem enviar dados ao fabricante. Com esses dados de uso, o fabricante pode melhorar seus produtos e oferecer novos serviços ao cliente. Logística otimizada: os algoritmos podem calcular as rotas de entrega ideais, as máquinas relatam de forma independente quando precisam de um novo material - uma rede inteligente permite um fluxo ideal de mercadorias. Há uma miríade de definições para a I 4.0 que têm a digitalização da manufatura e de processos e o uso de CPS como elementos principais. Há, entretanto, oscilações em sua amplitude. Por vezes restringe-se ao ambiente industrial "clássico" fabril da linha de produção, por outras extrapola e abrange demais setores desde o trato com o consumidor até os transportes. Neste caso, a I 4.0 permite definições que a equipararam a uma possível 4ªRI, que além de transformações substanciais na indústria, projeta uma nova sociedade a partir das novas técnicas, conforme veremos em seção posterior. Desse modo, encontramos na literatura associações entre I 4.0 a 4ªRI. Uma definição muito mais clara da Indústria 4.0 pode ser difícil de alcançar. A definição da indústria 4.0 ainda é complexa e enganosa. Algumas definições a tomarão como “tornando a indústria manufatureira totalmente informatizada”, e também pode ser dito como forma de “tornar virtualizada a produção industrial”. No entanto, há certa convergência de que pode ser vista como a "que integra canais horizontais e verticais (PFEIFFER, 2017). Na Alemanha, há discussões sobre a “indústria 4.0”, um termo cunhado em 2011 na feira de Hannover para descrever como isso irá revolucionar a organização das cadeias globais de valor. Ao permitir revolucionar a organização das cadeias globais de valor. Ao permitir “fábricas inteligentes”, a quarta revolução industrial cria um mundo onde os sistemas físicos e virtuais de fabricação cooperam de forma lobal e flexível. Isso permite a total personalização de produtos e a criação de novos modelos operacionais. (SCHWAB, 2016). 2. INTERNET DAS COISAS (IoT) CONCEITO E ORIGEM Internet das Coisas representa a possibilidade de que objetos físicos estejam conectados à internet podendo assim executar de forma coordenada uma determinada ação. Um exemplo seriam carros autônomos que se comunicam entre si e definem o melhor momento (velocidade e trajeto, por exemplo) de fazer um cruzamento em vias urbanas. (Industria4.0.gov.br, 2020). De uma forma bem simples, Internet das Coisas é o modo como os objetos físicos estão conectados e se comunicando entre si e com o usuário, através de sensores inteligentes e softwares que transmitem dados para uma rede. Como se fosse um grande sistema nervoso que possibilita a troca de informações entre dois ou mais pontos. O resultado disso é um planeta mais inteligente e responsivo. Agora podemos entender melhor como essas coisas funcionam, e como funcionam juntas para melhor nos servir. Mas de que “coisa” estamos falando? A resposta é qualquer coisa. Desde um relógio ou uma geladeira, até carros, máquinas, computadores e smartphones. Qualquer utensílio que você consiga imaginar pode, teoricamente, entrar para o mundo da Internet das Coisas. Eles conversam entre si para nos dar mais conforto, produtividade, informação e praticidade em geral, e seus usos podem abranger monitoramento de saúde, fornecimento de informação em tempo real sobre o trânsito da cidade ou o número de vagas disponíveis em um estacionamento e em que direção elas estão, até recomendação de atividades, lembretes, ou conteúdo em seus dispositivos conectados. Coisas do cotidiano se tornam inteligentes e têm suas funções ampliadas por cruzamento de dados. É o que acontece quando um assistente virtual cruza dados dos seus dispositivos conectados para te informar, mesmo que você não tenha pedido, o tempo que você levará para chegar ao trabalho quando você senta no seu carro para sair de casa. Ele não sabe onde você vai por magia, e sim pela interconectividade dos dispositivos inteligentes à sua volta; ou seja, pela Internet das Coisas. O assistente conhece sua rotina, e dado o horário, dia da semana, sua localização por GPS conexão (ou não) ao Wi-fi de casa, a conexão ao bluetooth do carro no momento específico, e ao fato de que esse cenário se repetiu muitas vezes, ele aprendeu que é muito provável que você esteja indo para o trabalho carro e te informa quanto tempo você vai demorar para fazê-lo. (proof.com.br, 2018). A ideia de conectar objetos é discutida desde 1991, quando a conexão TCP/IP e a Internet que conhecemos hoje começou a se popularizar. Bill Joy, cofundador da Sun Microsystems, pensou sobre a conexão de Device para Device (D2D), tipo de ligação que faz parte de um conceito maior, o de “várias webs”. Em 1999, Kevin Ashton do MIT propôs o termo “Internet das Coisas" e dez anos depois escreveu o artigo “A Coisa da Internet das Coisas” para o RFID Journal. De acordo com o especialista, a rede oferecia, na época, 50 Pentabytes de dados acumulados em gravações, registros e reprodução de imagens. A limitação de tempo e da rotina fará com que as pessoas se conectem à Internet de outras maneiras. Segundo Ashton, assim, será possível acumular dados do movimento de nossos corpos UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 4 com uma precisão muito maior do que as informações de hoje. Com esses registros, se conseguirá reduzir, otimizar e economizar recursos naturais e energéticos, por exemplo. Para o especialista, essa revolução será maior do que o próprio desenvolvimento do mundo online que conhecemos hoje. (techtudo.com.br, 2014). 3. REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 3.1 REDESDE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA CONVENICONAL A distribuição de energia teve seu início no último quartil do século passado, podendo ser considerada como um marco a construção, por Thomas Alva Edison, em 1879, da primeira central elétrica para distribuição de energia à cidadede Nova Iorque. No Brasil, o pioneirismo coube à cidade de Campos, que, em 1883, tornou-se a primeira da América do Sul a receber iluminação pública elétrica. A distribuição elétrica, entretanto, somente veio a constituir- se em um serviço público relativamente amplo a partir da primeira década do século, inicialmente em São Paulo (1899) e, posteriormente, no Rio (1905). Desde então, verificou-se um acelerado impulso ao novo serviço, que, se nos primeiros anos se dedicava predominantemente à iluminação pública e à tração elétrica (os tradicionais bondes), já na década de 20 estendia-se à cobertura do atendimento aos usos comercial, residencial e industrial. Basta dizer que por esta época estavam já construídos, no centro urbano daquelas duas cidades, sofisticados sistemas de distribuição subterrâneos, do tipo “network”, que em essência nada diferem dos atualmente em operação. A partir dos anos 60, a distribuição, incorporando as novas tecnologias disponíveis, vem desenvolvendo-se de forma acelerada, com o emprego de métodos computacionais, telecomando, etc. 3.2 REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA INTELIGENTE (SMART GRID) A utilização de tecnologias de redes inteligentes cresce ano após ano, o que parece ser uma macrotendência mundial). De fato, a implementação de projetos-piloto (ou de demonstração) é imprescindível para o desenvolvimento em larga escala destas tecnologias, pois esses projetos servem para obter maiores informações, aprender lições e testar a viabilidade da operação acerca de iniciativas desta natureza. Entretanto, pode-se dizer que os problemas relativos à implantação dessa tecnologia iniciam-se pela própria definição do que é uma rede elétrica inteligente. Além do já mencionado fato da singularidade de cada caso regional, por tratar-se de um amplo conceito que envolve e sobrepõe várias áreas do conhecimento humano, organizações e autores de países diferentes possuem visões diferentes para o que seria uma SG. Dessa forma, faz-se necessário apresentar uma definição coesa deste conceito, bem como uma arquitetura geral de uma SG, contemplando aspectos mínimos necessários para que uma rede possa ser considerada inteligente. Segue algumas definições do setor elétrico internacional: “É o uso de sensores, comunicações, habilidade computacional e controle a fim de aumentar a funcionalidade do sistema de abastecimento de energia elétrica. Ainda, o órgão acredita que o sistema elétrico evoluirá para um sistema complexo que interconecta redes elétricas, telecomunicações, a internet e aplicações de serviços” - Electric Power Research Institute (EPRI) “As SG são definidas como o conceito de modernização da rede elétrica. Uma SG seria integrar as tecnologias elétricas e de informações em qualquer ponto entre geração e consumo, sendo que o termo “Smart Grid” deve ser usado mais como um conceito do que uma definição técnica” - International Eletrotechnical Comission (IEC). “É o próprio sistema de abastecimento elétrico, desde a geração até o consumo, integrado à TIC para obter melhores operações na rede, serviços ao consumidor e benefícios ambientais. As principais funcionalidades de uma SG são: otimizar a utilização dos recursos e a eficiência operacional do sistema, conciliar todas as opções de geração e armazenamento de energia, fornecer energia de qualidade para todas as necessidades em uma economia digital, antecipar e responder a distúrbios no sistema de maneira automática, operar de maneira resistente contra ataques físicos, cibernéticos e desastres naturais, permitir que os consumidores participem ativamente do sistema, habilitar novos produtos, serviços e mercados” - Departamento de Energia dos EUA (DOE). Percebe-se que não existe uma definição 100% precisa e um escopo globalmente aceito do que a inteligência da rede é. Nota-se que algumas definições tratam as SG como um conceito e não uma série de tecnologias, expandindo consideravelmente que características podem ou não fazer parte deste conceito, bem como seus parâmetros de avaliação. De modo amplo, pode- se dizer que as organizações citadas percebem as SG como sistemas evoluídos que geram a demanda por eletricidade de maneira sustentável, confiável e econômica, através do uso de infraestrutura avançada e alinhada para facilitar a integração de todos os envolvidos. Como funciona uma Smart Grid Quanto ao funcionamento, uma Smart Grid é equipada com sensores que coletam e transmitem dados. Essa transmissão de informações permite ajustar automaticamente os fluxos de eletricidade. Os controladores, que estão localizados remotamente, são informados da situação em tempo real e podem agir de forma imediata se houver algum problema. Isso ocorre praticamente sem necessidade de intervenção humana. Além disso, esse tipo de rede pode se comunicar com qualquer medidor inteligente e, por exemplo, ligar os eletrodomésticos dos consumidores automaticamente quando há muita eletricidade na rede e os preços são, portanto, menores. UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 5 Principais benefícios de uma Smart Grid Para entendermos ainda mais as vantagens de uma Smart Grid, vejamos agora as quatro características que a diferenciam de uma rede elétrica tradicional. Ela é:flexível: facilita o gerenciamento de variações na geração e no consumo; confiável: graças às informações enviadas em tempo real e ao gerenciamento remoto da rede, o risco de falhas de energia e incidentes é reduzido; acessível: todas as diferentes fontes de energia podem ser integradas na rede e, graças as interconexões presentes, os consumidores também podem aproveitar a energia renovável gerada em grandes quantidades em regiões distantes, quando não há o suficiente na localidade; econômica: uma melhor gestão leva a custos reduzidos. No campo empresarial, especificamente, as empresas que dispuserem de Smart Grids se beneficiarão da redução da queda de energia, de menores custos e de uma melhor medição do consumo. Além disso, a tecnologia favorece projetos de responsabilidade ambiental, uma vez que, tendo melhor controle, é possível reduzir a emissão de carbono. Como as Smart Grids estão sendo implementadas Podemos dizer que as Smart grids ainda são tecnologias que estão em sua primeira infância. Investimentos significativos são necessários para que esse conceito atinja todo o seu potencial. Por exemplo, provavelmente levará anos para encaixar medidores inteligentes nas casas de todos os consumidores — ou em todas as empresas. Contudo, já existem iniciativas até em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Segundo a GE, já há projetos de instalação de equipamentos que permitem a criação de Smart grids em cidades como Sete Lagoas (MG) e Barueri (SP). Em resumo, uma Smart Grid é uma rede elétrica inteligente que reduz custos, otimiza a gestão e possibilita melhor controle por parte das companhias elétricas, dos consumidores domésticos e das empresas METODOLOGIA Revisão da Literatura Nos últimos dez anos, um grande número de trabalhos acadêmicos foi elaborado, em várias áreas do conhecimento que envolve a Smart grid. Grande parte dos trabalhos publicados envolvem os impactos e mudanças na área elétrica da Smart Grid. No Brasil há alguns poucos trabalhos realizados que abrangem o tema Smart Grid na área energética, sendo o mais próximo disso o livro “Redes Elétricas Inteligentes no Brasil - Custos e Benefícios de um Plano Nacional de Implantação” (Kagan, et al., 2013), lançado pela ANEEL. Pioneiro no Brasil, ele quantifica os impactos decorrentes da adoção da Smart Grid no Brasil até 2030 para algumas tecnologias, como veículos elétricos e geração distribuída. A revisão bibliográfica será complementada com referências aos trabalhos dos quais foram extraídas as informações relevantes para o estudo de caso desenvolvido baseado na metodologia proposta nesta tese. Para realização deste trabalhoforam feitos levantamentos bibliográficos de fontes eletrônicas referentes à evolução do sistema de distribuição de energia elétrica, o conceito de rede inteligente de energia elétrica, os conceitos da Indústria 4.0, o CONSIDERAÇÕES FINAIS As redes elétricas inteligentes têm o potencial de reduzir o custo final da energia elétrica por meio de maior eficiência da rede e melhor gestão da oferta e da demanda de energia, devido à maior quantidade de informações e controle dos sistemas. Diversos países têm investido nessas redes, e as avaliações de custo-benefício ainda não são conclusivas quanto à sua viabilidade. Para o Brasil, também não há uma conclusão sobre os reais custos e benefícios das redes elétricas inteligentes. Em especial, há dois fatores – o uso de equipamentos não eficientes como o chuveiro elétrico por parte considerável da população e o desconhecimento em relação à economia de energia proporcionada por equipamentos eficientes – que indicam ser possível atingir benefícios significativos por meio de políticas mais simples. Antes de realizar grandes investimentos de renovação da rede elétrica e políticas para a substituição de chuveiros elétricos e de educação, como as utilizadas durante o racionamento de 2001, poderiam reduzir consideravelmente o consumo residencial de eletricidade, principalmente durante seu pico no final do dia. Ainda assim, há diversos outros benefícios com as redes elétricas inteligentes. De qualquer forma, deve-se ter cautela em relação a esses investimentos, uma vez que muitos dos benefícios são incertos e difusos. Enquanto concessionárias se beneficiam com menores perdas e a possibilidade de adiamento de investimentos na expansão da rede, consumidores têm a promessa de redução de sua conta de energia elétrica e de um melhor serviço de fornecimento de eletricidade. Porém, na ausência de uma avaliação adequada de custo-benefício, a repartição de seus custos de forma proporcional aos benefícios é complexa. Por exemplo, a redução de perdas comerciais pode ser repassada às tarifas de distribuição, beneficiando diretamente os consumidores. Por seu turno, o aumento do bem-estar devido a uma menor incidência de falta de eletricidade é um benefício não captável via tarifa. Na prática, os investimentos relacionados às redes inteligentes que gerem este aumento de bem-estar provocariam o aumento da tarifa de distribuição. Há ainda impactos de postergação de investimentos nas redes de geração e transmissão, devido ao uso de geração distribuída possibilitado pelas redes inteligentes. Este benefício aparece em todo o sistema elétrico brasileiro, reduzindo o custo da eletricidade tanto para as regiões onde há investimentos em redes inteligentes quanto para as que isto não ocorre. A forma de repartir os custos e os benefícios precisa considerar todas estas nuances. UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Kagan, N., Gouvêa, M. & Maia, F., 2013. Redes Elétricas Inteligentes no Brasil -Análise de Custos e Benefícios de um Plano Nacional de Implantação. 1 ed. Brasília, Synergia. CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS (CGEE). Redes Elétricas Inteligentes: contexto nacional. Brasília, DF: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2012. Disponível em: https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/Redes_ Eletricas_Inteligentes_22mar13_9539.pdf/36f87ff1-43ed- 4f33-9b53-5c869ace9023?version=1.1. Acesso em 08 de setembro de 2020. MORENO, Natália de Almeida. Smarts grids e a modelagem de infraestruturas. Rio de Janeiro: Synergia Editora. Disponível em: http://biblioteca.aneel.gov.br/index.asp?codigo_sophia=16 8349. Acesso em: 06 setembros de 2020. OLIVEIRA, Rafael Deléo; VIEIRA JÚNIOR, José Carlos. Benefícios e desafios de redes inteligentes. Revista Eletrônica de Energia, Salvador, v. 2, n. 1, 2012. Disponível em:https://revistas.unifacs.br/index.php/ree/article/view/16 09. Acesso em 06 de setembro de 2020. Smart Grid Gov. Site governamental sobre Smart Grid. Disponível em: https://www.smartgrid.gov/. Acesso em 08 de setembro de 2020. PROOF. A internet das coisas. 2018. Disponivel em: https://www.proof.com.br/blog/internet-das-coisas/ Acessado em 22 de setembro de 2020. TECHTUDO. ‘Internet das Coisas’: entenda o conceito e o que muda com a tecnologia. 2014. Disponivel em: https://www.proof.com.br/blog/internet-das-coisas/ Acessado em 22 de setembro de 2020. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por mais esta etapa que Ele me ajudou a atravessar, sem nunca soltar minha mão. Agradeço a minha esposa Marilene, incansável companheira, amiga, amante, mãe, filha, guerreira. Agradeço a Meus filhos Débora e Luiz Miguel, que me recrearam com o simples prazer de suas companhias. UNIVERSIDADE DE UBERABA-UNIUBE 7 CRONOGRAMA
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