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quanto à coordenação do grupo, capacitações de seus multiplicadores, dentre outros aspectos relevantes para a implantação do programa nos hospitais públicos conveniados ao Sistema Único de Saúde. Como a humanização hospitalar apoia todas as ações que resgatem a dignidade humana e seus direitos, também as práticas educativas devem encontrar na equipe de profissionais que atuam nos hospitais o apoio necessário para o seu desenvolvimento. Isto não quer dizer que já não esteja em ação este tipo de postura entre os profissionais aqui mencionados, mas, sabe-se também, que ainda falta cumprir e praticar o que dizem as pesquisas e a lei. O presente estudo mostra que há políticas públicas voltadas para o exercício da Pedagogia Hospitalar e que esta é uma modalidade de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação – MEC, através da Secretaria de Educação Especial – SEESP, regulamentada através da legislação vigente e de documentos orientadores que norteiam o desenvolvimento da prática educacional. Como podemos constatar, não é por falta de legislação que não se implementam ações pedagógicas educativas nos hospitais pediátricos. Sabemos que as crianças e adolescentes estão amparados legalmente; porém nem todas as crianças têm esse direito respeitado, em virtude de muitos hospitais não cumprirem a lei. Embora esteja previsto em nossa legislação que a criança e o adolescente hospitalizado têm direito ao acompanhamento pedagógico no hospital e que existem profissionais para realizá-lo, os hospitais, de modo geral, quer sejam públicos ou privados, têm feito muito pouco para que esses pacientes possam dar continuidade aos seus estudos, salvo raras exceções. Da mesma forma, a maioria dos órgãos públicos, os educadores e a própria sociedade ainda não reconhecem esses espaços como educativos, respaldados por uma modalidade de ensino e pelas possibilidades de aprendizagem e ressignificação existentes neles. Para Kohn (2010), a Pedagogia Hospitalar, a Classe Hospitalar ou a Escola Hospitalar, como declara Arosa (2007), não podem permanecer como se encontram hoje, garantidas em lei, mas de fato, atendendo a um número ínfimo de crianças. 75 É necessária a mobilização de diversos setores sociais no sentido de divulgar a existência dessa modalidade de ensino e desse direito da criança e do adolescente, bem como cobrar das autoridades o cumprimento dessas leis. Do ponto de vista pedagógico, é salutar que se promova mais pesquisas e debates para melhor esclarecimento sobre as práticas pedagógicas que podem ser inseridas nessa modalidade educacional. Pesquisas devem ser motivadas no sentido de esclarecer aspectos quanto à formação do profissional, à duração da carga horária de trabalho, ao currículo desenvolvido, à contribuição socioeducacional, aos aprofundamentos teóricos e metodológicos. Há de se pensar a Pedagogia Hospitalar não apenas como uma possibilidade educacional, mas como uma evidência que satisfaz duas áreas básicas e essenciais ao ser humano: saúde e educação. Kohn (2010) deixa muito claro que sua pesquisa está voltada para a Pedagogia Hospitalar, pois embora tenha conhecimento de outras categorias, como a Classe Hospitalar, reitera acreditar [...] que nosso trabalho no Hospital Universitário pode ser classificado como uma Pedagogia Hospitalar, pois trabalhamos com as crianças sempre de forma integral mesmo sem o contato com as escolas onde estão matriculadas. Trabalhamos, assim, de maneira bastante flexível com as bases curriculares e principalmente com suas realidades e limitações (KOHN, 2010, p. 15). De acordo com os conceitos de Pedagogia Hospitalar e Classe Hospitalar, trabalhados por Kohn (2010), a pesquisadora assevera serem conceitos distintos e entende que a intervenção lúdico-pedagógica proposta no seu trabalho tem características que a filiam à Pedagogia Hospitalar. Comungando de semelhante proposta, Vasconcelos 15 (2010) apresenta em sua pesquisa o propósito de compreender os procedimentos metodológicos da Pedagogia Hospitalar; de acordo com a autora, estão comprometidos com os objetivos educacionais. Assim, a autora buscou referencial em teóricos que veem na Pedagogia 15 Kênnia Mariela Vasconcelos, graduanda em Pedagogia pela Faculdade Alfredo Nasser, da cidade de Aparecida de Goiânia, apresentou seu TCC em 2010, sendo um artigo científico sobre Pedagogia Hospitalar, com foco no Estado de Goiás. 76 Hospitalar não somente as práticas educativas, mas também as humanizadoras, citando também as pesquisadoras Matos e Muggiati (2009) e Fonseca (2003). No seu artigo, Vasconcelos (2010) tem como objetivo compreender como funciona o processo da prática pedagógica hospitalar em dois hospitais no Estado de Goiás: Hospital de Goiânia Araújo Jorge e Casa de Apoio São Luís, em Aparecida de Goiânia. O estudo realizado consiste em compreender a Pedagogia Hospitalar em seu contexto, espaço físico, peculiaridades e a formação profissional que atende o alunado do ensino não formal visando atender as necessidades de acordo com as possibilidades de cada um, diminuindo a evasão escolar que por motivos de enfermidade e psicológicos deixam de frequentar as aulas e assim resgatar valores que se perdem nesse contexto de sofrimento e sentimento de incapacidade (VASCONCELOS, 2010, p.4). Outro aspecto apresentado no trabalho da pesquisadora é o condicionamento legal das práticas pedagógicas à filosofia da inclusão, atrelando o atendimento pedagógico à modalidade de ensino vinculada à educação especial, conforme documento orientador do MEC. Assim, Vasconcelos (2010) apresenta a legislação do Estado de Goiás, as premissas que resultaram na regulamentação das classes hospitalares e dos atendimentos domiciliares realizados em todo Estado. O Conselho Estadual de Educação aprova o Projeto Hoje como ação da Coordenação de Ensino Especial - SEE/GO, na Resolução de número 161 de 13 de novembro de 2002 que visa atender crianças, adolescentes e adultos que estejam internados ou albergados para o tratamento com assistência médica diária ou periódica, com o objetivo de favorecer a esses educandos a oportunidade de que quando em tratamento possa dar continuidade ou início a sua escolaridade, estimulando o desejo de saber, aprender, recuperar-se e curar-se, diminuindo assim a repetência e a evasão escolar. (VASCONCELOS, 2010, p. 8) [...] Em 2010, só em Goiânia, segundo a informação da coordenadora do Projeto Hoje, são 47 classes hospitalares, com a finalidade de oportunizar à criança e ao adolescente em tratamento o início ou a continuidade do seu trabalho escolar, estimulando o desejo de aprender, recuperar se com menos sofrimento, e se sentir melhor no ambiente hospitalar; o Projeto Hoje com a coordenação da professora Zilma Rodrigo Neto, Sebastião Donizete e toda sua equipe, tem conseguido fazer com que a defasagem idade-série, a repetência e a evasão escolar diminuam (VASCONCELOS, 2010, p. 8). 77 De acordo com Vasconcelos (2010), o atendimento supervisionado acontece em 17 lugares fixos, 15 hospitais, duas casas de apoio e mais as casas dos educandos com o atendimento domiciliar, sendo citados: Hospital Araújo Jorge, Hospital das Clínicas – UFG, Hospital Geral de Goiânia, Hospital de Doenças Tropicais, Hospital Psiquiátrico Casa de Eurípedes, Hospital Materno Infantil, Hospital CISME – Itumbiara, Hospital Santa Casa de Misericórdia, Nefroclínica, CRER, Nefron – Clínica do Rim e Hemodiálise, Instituto de Nefrologia, CDR Clínica de Doenças Renais, CENTREL – Centro de Nefrologia, Renal Clínica e a Casa de Apoio São Luiz e Casa de Apoio Caminho da Luz. Em seu trabalho, Vasconcelos (2010) aborda as práticas pedagógicas e humanizadoras. As classes hospitalares, segundo Simões apud Fonseca e Ceccim