Buscar

2020041-feitoprodlit

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Usuário
	CLAUDIA Melissa MELISSA ANUNCIATO
	Curso
	GRA1284 TEORIA LITERÁRIA LETIN201 - 202010.ead-29770658.06
	Teste
	ATIVIDADE 2 (A2)
	Iniciado
	20/03/20 13:09
	Enviado
	25/03/20 11:08
	Status
	Completada
	Resultado da tentativa
	5 em 10 pontos  
	Tempo decorrido
	117 horas, 58 minutos
	Resultados exibidos
	Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários
· Pergunta 1
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir, retirado do romance Os sofrimentos do Jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe.
“10 de maio
Uma serenidade admirável domina minha alma inteira, semelhante à doce manhã primaveril que eu gozo de todo o coração. Estou tão só e minha vida é feita de alegrias por viver numa região que parece ter sido criada para almas como a minha. Estou tão feliz, meu amigo, tão mergulhado na sensação de minha calma existência, que a minha arte sofre com isso. Não poderia desenhar nada agora, nem sequer um traço, embora jamais tenha sido tão grande pintor quanto neste instante. Quando a bruma do vale se levanta a minha volta, e o sol altaneiro descansa sobre a abóbada escura e impenetrável da minha floresta, e apenas alguns escassos raios deslizam até o fundo do santuário, ao passo em que eu, deitado no chão entre a relva alta, na encosta de um riacho, descubro no chão mil plantinhas desconhecidas... Quando sinto mais perto de meu coração a existência desse minúsculo mundo que formiga por entre a relva, essa incontável multidão de ínfimos vermes e insetinhos de todas as formas e imagino a presença do Todo-poderoso, que nos criou a sua imagem e semelhança, e o hálito do Todo amado que nos leva consigo e nos ampara a pairar em eternas delícias... Ah, meu amigo, quando o mundo infinito começa a despontar assim ante meus olhos e o céu se reflete todo ele em minha alma, como a imagem de uma amada... Então suspiro profundamente e penso: Ah! pudesses tu voltar a expressá-lo, pudesses tu exalar o sentimento e fixar no papel aquilo que vive em ti com tanta abundância e tanto calor, de maneira que o mesmo papel pudesse se fazer o espelho de tua alma, como tua alma é o espelho do Deus infinito! Meu amigo! Mas vou ao chão ante isso, sucumbo ante o poder e a majestade dessas aparições.”
(GOETHE., Johann Wolfgang von. Os sofrimentos do jovem Werther. Porto Alegre: L&pm Pocket, 2001. 100 p. Tradução de Marcelo Backes. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/padrao_cms/documentos/profs/romulo/Johann-Wolfgang-von-Goethe-Os-Sofrimentos-do-Jovem-Werther.pdf>. Acesso em: 2 ago. 2019.)
 
Assinale a alternativa que corresponde ao tipo de narrador do texto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Narrador protagonista.
	Resposta Correta:
	 
Narrador protagonista.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. O narrador protagonista tem por característica a centralização da voz narrativa - do eu. Como podemos observar no trecho em destaque, Werther, narrador da própria história, dirige-se ao leitor contando acontecimentos e descrevendo percepções e canários no aqui e agora do espaço-tempo da narração.
	
	
	
· Pergunta 2
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir:
“Uma voz chega a alguém no escuro. Imaginar.
A alguém deitado de costas no escuro. Isso ele pode dizer pela pressão nas partes traseiras e pela mudança do escuro quando ele fecha os olhos e de novo quando os abre de novo. Só uma pequena parte do que é dito pode ser verificada. Como por exemplo quando ele ouve, Você está deitado de costas no escuro. Então ele deve reconhecer a verdade do que é dito. Mas de longe a maior parte do que é dito não pode ser verificada. Como por exemplo quando ouve, Você viu a luz primeiro em tal e tal dia. Às vezes os dois se combinam como por exemplo, Você viu a luz primeiro em tal e tal dia e agora está deitado de costas no escuro. Um expediente talvez da incontrovertibilidade de um para ganhar crédito para o outro. Aquela então é a proposição. A alguém deitado de costas no escuro uma voz conta de um passado. Com alusões ocasionais a um presente e mais raramente a um futuro como por exemplo, Você acabará como está agora. E num outro escuro ou no mesmo um outro imaginando tudo por companhia. Depressa deixa-lo.
(...) Inventor da voz e do seu ouvinte e dei si mesmo. Inventor de si mesmo por companhia. Deixar.assim. Ele fala de si mesmo como de um outro. Ele diz falando de si mesmo, Ele fala de si mesmo como de um outro. A si mesmo ele inventa também por companhia. Deixar assim. Confusão também é companhia até certo ponto Melhor esperança adiada que nenhuma. Até certo ponto Até o coração começar a desgostar-se. Companhia também até certo ponto. Melhor um coração desgostoso que nenhum. Até começar a partir-se. Então falando de si mesmo ele conclui por enquanto, Por enquanto deixar assim.”
 
(BECKETT, Samuel. Companhia. In: BECKETT, Samuel. Companhia e outros textos.
São Paulo: Globo, 2012. p. 27-64.)
 
No conto Companhia, obra de Samuel Beckett, a interpretação do tipo de narrador é crucial para a apreensão de sentido. Pensando nisso, leia o trecho a seguir e indique que tipo de narrador foi escolhido para este texto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Onisciência seletiva.
	Resposta Correta:
	 
Onisciência seletiva.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. Apesar da questão do narrador ser uma dificuldade em quase toda obra beckettiana, neste trecho podemos observar um funcionamento que categoriza o texto na onisciência seletiva comum, visto que seguimos a mente de um único personagem a partir de uma voz que é, simultaneamente, a percepção de seu duplo. Neste caso, não estamos falando do “eu” como personagem justamente porque, em determinado momento, não há mais delimitação clara sobre quem é o enunciador de determinados pensamentos e falas.
	
	
	
· Pergunta 3
0 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir:
“Uma voz chega a alguém no escuro. Imaginar.
A alguém deitado de costas no escuro. Isso ele pode dizer pela pressão nas partes traseiras e pela mudança do escuro quando ele fecha os olhos e de novo quando os abre de novo. Só uma pequena parte do que é dito pode ser verificada. Como por exemplo quando ele ouve, Você está deitado de costas no escuro. Então ele deve reconhecer a verdade do que é dito. Mas de longe a maior parte do que é dito não pode ser verificada. Como por exemplo quando ouve, Você viu a luz primeiro em tal e tal dia. Às vezes os dois se combinam como por exemplo, Você viu a luz primeiro em tal e tal dia e agora está deitado de costas no escuro. Um expediente talvez da incontrovertibilidade de um para ganhar crédito para o outro. Aquela então é a proposição. A alguém deitado de costas no escuro uma voz conta de um passado. Com alusões ocasionais a um presente e mais raramente a um futuro como por exemplo, Você acabará como está agora. E num outro escuro ou no mesmo um outro imaginando tudo por companhia. Depressa deixa-lo.
(...) Inventor da voz e do seu ouvinte e dei si mesmo. Inventor de si mesmo por companhia. Deixar assim. Ele fala de si mesmo como de um outro. Ele diz falando de si mesmo, Ele fala de si mesmo como de um outro. A si mesmo ele inventa também por companhia. Deixar assim. Confusão também é companhia até certo ponto Melhor esperança adiada que nenhuma. Até certo ponto Até o coração começar a desgostar-se. Companhia também até certo ponto. Melhor um coração desgostoso que nenhum. Até começar a partir-se. Então falando de si mesmo ele conclui por enquanto, Por enquanto deixar assim.”
(BECKETT, Samuel. Companhia. In: BECKETT, Samuel. Companhia e outros textos.
São Paulo: Globo, 2012. p. 27-64.)
 
No conto Companhia, obra de Samuel Beckett, a interpretação do tipo de narrador é crucial para a apreensão de sentido. Pensando nisso, leia o trecho a seguir e assinale a alternativa correta em relação aos recursos formais utilizados pelo autor quanto ao modo de enunciação.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Através de digressões, o narrador reflete a respeito da condição deste alguém deitado, chegando a conclusões interessantes a respeito do sentido da vida.
	Resposta Correta:
	 
O modoenunciativo predominante em Companhia é a cena, pois como visto no trecho em destaque, são descritos cenários e percepções a todo momento.
	Feedback da resposta:
	Resposta incorreta. Observamos no trecho que em nenhum momento a voz do narrador resume o que está acontecendo - pelo contrário, todo o desenvolvimento da narrativa é muito elíptico, quase sem chegar a conclusão alguma sobre qualquer coisa. Logo, o modo predominante quanto à enunciação é o da cena. Também, quanto ao estilo, predomina o indireto livre, sendo a ferramenta que permite que, no texto, a voz do narrador e as percepções do “alguém” narrado sejam, em certo momento, indissociáveis.
	
	
	
· Pergunta 4
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir, retirado do conto Viagem à semente, do escritor cubano Alejo Carpentier.
“I
− O que você quer, velho?
Várias vezes a pergunta caiu do alto dos andaimes. Mas o velho não respondia. Andava de um lado para o outro, bisbilhotando, arrancando da garganta um comprido monólogo de frases incompreensíveis. Já haviam descido as telhas, cobrindo os canteiros mortos com seu mosaico de barro cozido. Em cima, os cumes desprendiam pedras de alvenaria, fazendo-as rodar por calhas de madeira, com grande agitação de cal e gesso. E pelas ameias sucessivas que iam desdentando as paredes apareciam – despojados de seu segredo – céus planos ovais ou quadrados, cornijas, grinaldas, dentículos, astrágalos, e papéis colados que se penduravam dos testeiros como velhas peles de serpente em muda. Presenciando a demolição, uma Ceres com o nariz quebrado e a túnica desbotada, listado de preto o penteado de plantas, erguia-se no pátio, sobre sua fonte de máscaras borradas. Visitados pelo sol em horas de sombra, os peixes cinza do tanque bocejavam em água musgosa e morna, olhando com o olho redondo aqueles trabalhadores, negros sobre céu claro, que iam baixando a altura secular da casa. O velho tinha se sentado, com o cajado apontando para a barba, ao pé da estátua. Olhava o subir e baixar de baldes em que viajavam restos apreciáveis. Ouviam-se, em surdina, os rumores da rua enquanto, acima, as polias faziam um concerto, sobre ritmos de ferro com pedras, de seus gorjeios de aves desagradáveis e peitudas.”
(CARPENTIER, Alejo. Viagem à semente. In: CARPENTIER, Alejo. Concerto barroco. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 50-59.)
 
Considerando que os procedimentos formais do texto em destaque replicam-se em todo o conto, assinale a alternativa que indica o tipo de narrador que melhor se encaixa neste tipo de narração.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Câmera.
	Resposta Correta:
	 
Câmera.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. Considerando que a mesma estrutura narrativa se replica por todo o conto, observamos os procedimentos de um narrador câmera - ou observador - que busca por sua própria omissão dentro do texto literário, descrevendo muito mais do que sumarizando. Logo, este tipo de narrador também tende à cena em relação à digressão e sumário. Por fim, as formas verbais utilizadas, na terceira pessoa do plural, também nos dão uma pista sobre que tipo de narrador está narrando o conto.
	
	
	
· Pergunta 5
0 em 1 pontos
	
	
	
	Leia a seguir um fragmento do conto Colinas como elefantes brancos, de Ernest Hemingway.
“‘Você faria uma coisa por mim?’
‘Faria qualquer coisa por você.’
‘Você pode parar de falar, por favor, por favor, por favor?’
Ele não disse nada mas olhou para as malas encostadas na mureta da estação. Tinham etiquetas de todos os hotéis em que haviam dormido.
‘Mas eu não quero que você faça’, ele disse, ‘eu não me importo com nada.’
‘Eu vou gritar’, a moça disse.
A mulher atravessou a cortina com dois copos de cerveja e os depositou sobre os apoios de feltro úmidos. ‘O trem chega em cinco minutos’, ela disse.
‘O que ela disse?’, perguntou a moça.
‘Que o trem chega em cinco minutos.’
A moça deu um sorriso radiante para a mulher, para agradecer.
‘Acho melhor levar as malas para o outro lado da estação’, o homem disse. Ela sorriu para ele.
‘Está bem. Depois volte e terminamos a cerveja.’
Ele pegou as duas malas pesadas e carregou-as pela estação até os trilhos do outro lado. Espreitou mas não conseguiu ver o trem. Voltando, entrou no salão do bar, onde as pessoas que esperavam o trem estavam bebendo. Bebeu um anis no balcão e olhou para as pessoas. Todas esperavam ordeiramente pelo trem. Atravessou a cortina de contas. Ela estava sentada à mesa e sorriu para ele.
 ‘Está se sentindo melhor?’, ele perguntou.
 ‘Estou bem’, ela disse. ‘Não tem nada de errado comigo. Estou bem.’”
(HEMINGWAY, Ernest. Colinas como elefantes brancos. Tradução: Samuel Titan Jr.. Disponível em: <http://stoa.usp.br/gabrielamorandini/files/2130/12075/7+Colinas+como+Elefantes+Brancos+-+Ernest+Hemingway+OK.pdf>. Acesso em: 03 ago. 2019.)
 
Assinale a alternativa que melhor corresponde ao tipo de narrador apresentado.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Modo dramático.
	Resposta Correta:
	 
Câmera.
	Feedback da resposta:
	Resposta incorreta. Apesar da grande quantidade de diálogos, que poderiam nos levar a pensar no modo dramático como escolha para este texto, observamos a existência de uma descrição dos movimentos do homem, da mulher e das demais pessoas no mesmo ambiente (a estação de trem). A respeito desta descrição, observamos também uma busca por imparcialidade visto que não existem julgamentos ou valorações das atitudes de nenhum personagem. Este apagamento do narrador em um texto com tais características é típico do narrador câmera ou observador. 
	
	
	
· Pergunta 6
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia os trechos a seguir, retirados do romance A menina morta , de Cornélio Penna.
“- Não dona Frau, vancê não pode mais costurar êsse babado no vestido, neste vestido (...).
(...) Considerou com grave atenção a roupa posta diante dela pela escrava a reconheceu tristemente ter esquecido de não se tratar de vestuário de gala destinado a figurar nas reuniões da Côrte longínqua, apenas entrevista quando de sua vinda da Europa para ‘As Américas’. Aquêle pesado estofo de pregas duras não iria revestir o corpinho quente e agitado da criança que recebera com tanto carinho e crescera tão diferente da imperiosa e morena imaginada por ela… (...)”
Capítulo I.
“(...) Era ali que devia ser posto o pequenino caixão de cetim branco, nesse momento quase terminado por José Carapina, e fôra esse trabalho demorado porque o escravo o fazia sem enxergar bem o que tinha diante de si, de tal modo seus olhos estavam nublados. (...) Não era o suor que lhe caía do rosto, e abria pequenas manchas no pinho de Riga, muito branco e marmoreado por desenhos em sépia, mas sim lágrimas puras e cristalinas, em contraste luminoso com a pele negra e enrugada. Na alma do velho carpinteiro cativo enovelavam-se pequenos e confusos problemas, que se formavam e desapareciam sem que êle pudesse perceber onde estava a verdade e até onde ia a tentação do demônio, pois parecia-lhe grande crime estar a fazer o caixão onde seria aprisionada a Sinhazinha. (...)”
Capítulo II.
“(...) Mas agora Bruno sabia que o passeio seria bem triste… Ia buscar o padre que viria abençoar a Sinhazinha, para que ela pudesse partir para sempre. Como não iria ela para o Céu, se os anjos deviam estar ansiosos para tê-la em sua companhia? Pensou, pois sempre imaginara que os serafins deviam ter aquêle rosto pequeno e redondo (...).
As bestas olharam para êle, e pôde ler naquelas pupilas luminosas compreensão de tal modo perfeita que não lhe foi possível resistir, e deixou as lágrimas correrem, sem ao menos espiar para todos os lados se alguém o via nesse estado (...).”
Capítulo III.
(PENNA, Cornélio. A menina morta. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970.)
Indique a que tipo de narrador o texto parece aderir.
 
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Onisciência seletiva múltipla.
	Resposta Correta:
	 
Onisciência seletiva múltipla.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. Como podemos observar nos trechos transcritos, o narrador acompanha as reflexões, sentimentos e percepções dediversas personagens (Dona Frau, José Carapina, Bruno), sem se ater a uma em específico, mostrando o que se passa na mente destas personagens hora utilizando o discurso indireto livre, hora sumarizando as experiências.
	
	
	
· Pergunta 7
0 em 1 pontos
	
	
	
	O trecho a seguir constitui o primeiro parágrafo do romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
“– NONADA. TIROS QUE O SENHOR ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira em árvores no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto; desde mal em minha mocidade. Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro: um bezerro branco, erroso, os olhos de nem ser – se viu –; e com máscara de cachorro. Me disseram; eu não quis avistar. Mesmo que, por defeito como nasceu, arrebitado de beiços, esse figurava rindo feito pessoa. Cara de gente, cara de cão: determinaram – era o demo. Povo prascóvio. Mataram. Dono dele nem sei quem for. Vieram emprestar minhas armas, cedi. Não tenho abusões. O senhor ri certas risadas... Olhe: quando é tiro de verdade, primeiro a cachorrada pega a latir, instantaneamente – depois, então, se vai ver se deu mortos. O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos-gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucuia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucuia vem dos montões oestes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. O gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda a parte.”
(ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. São Paulo: Nova Aguilar, 1994. Disponível em: <http://stoa.usp.br/carloshgn/files/-1/20292/GrandeSertoVeredasGuimaresRosa.pdf>. Acesso em: 03 ago. 2019.)
 
Tomando por base sua leitura, assinale a alternativa correta a respeito do modo de elocução:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
O estilo de linguagem evidenciado no texto, ligado à um tipo de fala regional e coloquial - no trecho em destaque, assim como em todo o romance - não abre precedentes para a divagação filosófica, como ocorreria em uma obra escrita em uma linguagem formal. 
	Resposta Correta:
	 
Observa-se a utilização de procedimentos de digressão no trecho.
	Feedback da resposta:
	Resposta incorreta.  No trecho, observamos que o narrador faz diversas digressões entre os causos e suas implicações filosóficas - é, inclusive, preconceituoso afirmar que a linguagem coloquial e regional não daria conta de elaborar grandes questões filosóficas. Secundariamente, podemos observar diversos momentos em que o narrador descreve imagens, utilizando, então, o modo de elocução da cena. Por fim, Grande sertão: veredas
é um livro conhecido por demonstrar formalmente a premissa do título que lhe dá nome: no início temos uma primeira parte, menor, constituída a partir de digressões que levam o interlocutor do discurso (o tal senhor, que é um espelho de nós enquanto leitores) de causo a causo, como por diversas veredas, até chegar ao grande rio narrativo - que, por contraste, será o sertão - no qual é desenvolvido o centro do romance de formação que tem por personagem principal o jagunço Riobaldo.
	
	
	
· Pergunta 8
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir, extraído do conto O dia do desmoronamento, de Juan Rulfo.
“- Isto aconteceu em Setembro. Não em Setembro deste ano mas sim no do ano passado. Ou foi no ano anterior, Melitón?
- Não, foi no ano passado.
- Sim, eu bem me lembrava. Foi em Setembro do ano passado, pelo dia vinte e um. Ouve-me, Melitón, Não foi a vinte e um de Setembro o dia do tremor de terra?
- Foi um pouco antes. Quer-me parecer que foi a dezoito.
- Tens razão. Eu por esses dias andava em Tuxcacuesco. Até vi quando se desmoronavam as casas como se fossem feitas de mel, simplesmente, retorciam-se assim, fazendo trejeitos, e vinham as paredes inteiras para o chão. E as pessoas saíam dos escombros todas aterrorizadas, correndo direitinhas para a igreja aos gritos. Mas esperem. Ouve, Melitón, parece-me que em Tuxcacuesco não existe nenhuma igreja. Tu não te lembras?
- Não há. Ali não restam senão umas paredes feitas em quatro bocados que dizem que foi a igreja há coisa de duzentos anos; mas ninguém se lembra dela, nem de como era; aquilo mais parece um curral abandonado infestado de figueirinhas.
- Dizes bem. Então não foi em Tuxcacuesco que me apanhou o tremor de terra, deve ter sido no El Pochote. Mas El Pochote é um rancho, não é?”
(RULFO, Juan. O dia do desmoronamento. In: RULFO, Juan. A planície em chamas. Lisboa: Cavalo de Ferro Editores Ltda, 2003. p. 121-129.)
 
Assinale a alternativa que corresponde ao tipo de narrador do texto, considerando-se que a estrutura apresentada no trecho segue até o final do conto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Modo dramático.
	Resposta Correta:
	 
Modo dramático.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. Como vimos, o modo dramático caracteriza-se pela omissão do narrador, de forma que os acontecimentos, percepções e descrições apreendem-sem através das falas das personagens.
	
	
	
· Pergunta 9
0 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir, retirado do livro Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
“Ao ver, o menino mandou encostar; só descemos. – ‘Você não arreda daqui, fica tomando conta!’ – ele falou para o canoeiro, que seguiu de cumprir aquela autoridade, desde que amarrou a corrente num pau-pombo. Aonde o menino queria ir? Sofismei, mas fui andando, fomos, na vargem, no meio avermelhado do capim-pubo. Sentamos, por fim, num lugar mais salientado, com pedras, rodeado por áspero bamburral. Sendo de permanecer assim, sem prazo, isto é, o quase calados, somente. Sempre os mosquitinhos era que arreliavam, o vulgar. – ‘Amigo, quer de comer? Está com fome?’ – ele me perguntou. E me deu a rapadura e o queijo. Ele mesmo, só tocou em miga. Estava pitando. Acabou de pitar, apanhava talos de capim-capivara, e mastigava; tinha gosto de milho-verde, é dele que a capivara come. Assim quando me veio vontade de urinar, e eu disse, ele determinou: – ‘Há-te, vai ali atrás, longe de mim, isso faz…’ Mais não conversasse; e eu reparei, me acanhava, comparando como eram pobres as minhas roupas, junto das dele.”
(ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. São Paulo: Nova Aguilar, 1994. Disponível em: <http://stoa.usp.br/carloshgn/files/-1/20292/GrandeSertoVeredasGuimaresRosa.pdf>. Acesso em: 03 ago. 2019.)
 
Assinale a alternativa que indica adequadamente o tipo de narrador que está sendo desenvolvido no romance.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Narrador protagonista.
	Resposta Correta:
	 
“Eu” como testemunha.
	Feedback da resposta:
	Resposta incorreta. A única mente de que temos acesso é a do narrador, não sabemos de nada a respeito do que se passa com o menino além do que nos é narrado. Entretanto, observa-se pelo uso do pronome oblíquo me e do tempo verbal conjugado na primeira pessoa que o narrador está falando de si mesmo, de uma posição acima do momento de sua história, como observador dos fatos que já sucederam. 
	
	
	
· Pergunta 10
0 em 1 pontos
	
	
	
	Nos itens a seguir, estão relacionados trechos retirados do romance Grande sertão: veredas e suas possíveis correlações a questões filosóficas.
 
1. “O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.” (ROSA, João Guimarães. 1994. p. 24-25). Relaciona-se ao conceitode formação da subjetividade.
2. “Que isso foi o que sempre me invocou, o senhor sabe: eu careço de que o bom seja bom e o rúim ruim, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza! Quero os todos pastos demarcados... Como é que posso com este mundo? A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do meio do fel do desespero. Ao que, este mundo é muito misturado…” (ROSA, João Guimarães. 1994. p. 306-307). Relaciona-se ao conceito de propriedade privada.
3. “Sertão é o sozinho. Compadre meu Quelemém diz: que eu sou muito do sertão? Sertão: é dentro da gente. O senhor me acusa?” (ROSA, João Guimarães. 1994. p. 435). Relaciona-se ao conceito de individualidade e pertencimento.
4. “A gente vive repetido, o repetido, e, escorregável, num mim minuto, já está empurrado noutro galho. Acertasse eu com o que depois sabendo fiquei, para de lá de tantos assombros... Um está sempre no escuro, só no último derradeiro é que clareiam a sala. Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.” (ROSA, João Guimarães. 1994. p. 84). Relaciona-se ao conceito de percepção de tempo e destino.
5. “O nome de Diadorim, que eu tinha falado, permaneceu em mim. Me abracei com ele. Mel se sente é todo lambente – “Diadorim, meu amor...” Como era que eu podia dizer aquilo? Explico ao senhor: como se drede fosse para eu não ter vergonha maior, o pensamento dele que em mim escorreu figurava diferente, um Diadorim assim meio singular, por fantasma, apartado completo do viver comum, desmisturado de todos, de todas as outras pessoas – como quando a chuva entreonde-os-campos. Um Diadorim só para mim. Tudo tem seus mistérios. Eu não sabia. Mas, com minha mente, eu abraçava com meu corpo aquele Diadorim-que não era de verdade.” (ROSA, João Guimarães. 1994. p. 408-409). Relaciona-se ao conceito de idealização amorosa.
 
Assinale a alternativa que possui apenas afirmações corretas.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
I, II e III.
	Resposta Correta:
	 
I, III, IV e V. 
	Feedback da resposta:
	Resposta incorreta. Para os já conhecedores da obra de Guimarães Rosa, o conceito de formação da subjetividade estaria implícito e até óbvio, porém no trecho em destaque neste item, observa-se uma divagação de Riobaldo a respeito deste conceito. Também estão presentes, nos outros trechos, reflexões a respeito da dificuldade em categorizar as coisas em apenas boas ou ruins, ignorando-se suas nuances; individualidade enquanto sentimento que permeia as noções de pertencimento e percepção de tempo e destino. Por fim, destaca-se um trecho da belíssima parte em que o narrador discute a respeito de sua idealização amorosa por Diadorim. Em nenhum momento, nos trechos, discute-se o conceito de propriedade privada, apesar de que este conceito, de certa forma, perpassa pela a obra em alguns momentos. 
	
	
	
Sexta-feira, 10 de Abril de 2020 17h19min54s BRT
 OK

Outros materiais