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GESTÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

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GESTÃO DA EDUCAÇÃO 
INFANTIL E ANOS INICIAIS
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoras: Célia Regina Appio 
 Cristina Danna Steuck
372
A647g Appio, Célia Regina.
Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais/
Célia Regina Appio [e] Cristina Danna Steuck.
Centro Universitário Leonardo da Vinci –: Indaial, 
Grupo UNIASSELVI, 2010.x ; 
106.p.: il
	 	 Inclui	bibliografia.	
 ISBN 978-85-7830-314-3
 1. Educação pré-escolar 2. Anos Iniciais do Ensino 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci 
 II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
 Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner
 Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
 Equipe Multidisciplinar da 
 Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Jociane Stolf
 Revisão de Conteúdo: Profa. Katia Solange Coelho Rafaeli
 Revisão Gramatical: Profa. Márcia Maria Junkes
 
 Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Copyright © UNIASSELVI 2010
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Célia Regina Appio
Graduada em Pedagogia, com 
habilitação em Supervisão Escolar pela 
UNIPLAC – Universidade do Planalto 
Catarinense (1991) e Mestre em Educação pela 
FURB - Universidade Regional de Blumenau (2007). 
Atualmente é coordenadora pedagógica de uma 
escola de Educação Básica. Tem experiência na 
Educação Infantil, Anos Iniciais, Ensino Médio e 
Pós-Graduação. Atua como tutora interna na Pós-
Graduação da Uniasselvi. Publicou os artigos: 
Propósito das gentilezas triviais - apontamentos em 
torno do projeto político pedagógico; A construção 
do projeto político pedagógico nas escolas estaduais 
do município de Blumenau - SC; Bases, políticas 
e práticas da gestão da aprendência; Excluídos 
da trilha: considerações sobre a avaliação da 
avaliação; Educação jesuítica: contexto, 
surgimento e desdobramentos.
Cristina Danna Steuck
Graduada em Normal Superior 
– Educação Infantil pela UNIASSELVI – 
Associação Educacional Leonardo da Vinci 
(2002), Especialista em Psicopedagogia pelo ICPG 
– Instituto Catarinense de Pós-Graduação (2004) 
e Mestre em Educação pela FURB – Universidade 
Regional de Blumenau (2008). Tem experiência 
na Educação Infantil e atua como Professora 
Tutora Interna da Graduação e Pós-Graduação da 
UNIASSELVI. Publicou: A escola e as diferenças; 
O controle do corpo na Educação Infantil.
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
Gestão	da	Educação	Infantil	e	Anos	Iniciais	no	Brasil ..... 9
CAPÍTULO 2
Gestão	da	Educação	Infantil	e	Anos	Iniciais	na	Escola .. 35
CAPÍTULO 3
Gestão	da	Educação	Infantil	e	Anos	Iniciais	
no	Movimento	de	Construção	da	Gestão	Democrática	 . 53
CAPÍTULO 4
Gestão	Administrativa,	de	Pessoas	e	de	Infraestrutura 77
7
APRESENTAÇÃO
Caro (a) Pós-Graduando (a)!
Estamos	começando	um	novo	desafio.	Este	caderno	de	estudos	foi	preparado	
com muito cuidado para que se compreenda o processo de evolução da gestão 
da educação infantil e anos iniciais e como se administra estas modalidades de 
educação na contemporaneidade. A gestão da educação é um processo contínuo 
que começa em cada um de nós. A partir de nossas atitudes, ações e percepções 
tecemos a educação. Construí-la é acreditar noutra educação possível, numa 
educação voltada para a construção de relações humanas, em que os princípios 
humanos sobrepõem-se aos princípios do capital, portanto, uma educação 
centrada no respeito às diferenças.
O respeito às diversas culturas traduz um dos princípios da gestão da 
educação. Construímos a educação numa primeira dimensão em nós mesmos, 
depois para o outro. Implica num movimento contínuo de crescimento pessoal e 
profissional.	Não	nascemos	prontos	e	acabados.	A	construção	humana	perpassa	
pelo modo como concebemos o mundo. Se o mesmo se apresenta como uma 
janela fechada, também a educação que fazemos todos os dias, da qual somos 
responsáveis se manifesta fechada. Abrir espaços para administrar a educação, 
é acreditar que a escola e a gestão da mediação pedagógica implicam em 
ousadias, em ser e fazer diferente.
A gestão da educação infantil e anos iniciais envolve o desejo de construir 
um mundo mais humano e justo para todos os que nele habitam, contribuindo 
para que as crianças e adolescentes sejam mais felizes. Parafraseando Vieira 
(2005) o sucesso de uma gestão escolar, em última instância, só se concretiza 
mediante o sucesso de todos os alunos. Daí porque é preciso manter como norte 
a “gestão para uma comunidade de aprendizes.” 
A educação é um processo que vai além das aparências físicas. É um 
processo que toca a alma, que eleva o ser, que o faz querer ser melhor, mais 
gente. É o aprimorar-se dos relacionamentos. 
Construir a educação, tanto na educação infantil quanto nos anos iniciais, 
consiste	numa	 tomada	de	decisão,	ou	seja,	precisa	de	profissionais	atuantes	e	
responsáveis, com iniciativa, para que as boas ideias surjam e se materializem no 
processo de gestão da mediação pedagógica.
Este caderno contém quatro capítulos, assim distribuídos:
8
O primeiro capítulo apresenta alguns conceitos sobre gestão e os movimentos 
da trajetória histórica da gestão da educação infantil e anos iniciais no Brasil. 
O segundo capítulo apresenta a evolução teórica e prática da administração 
da educação e sobre a gestão da qualidade na construção de um ambiente de 
gestão da educação.
O terceiro capítulo aborda a gestão da educação infantil e anos iniciais e a 
construção da gestão democrática nas escolas.
O	 quarto	 capítulo	 traz	 discussões	 sobre	 a	 gestão	 administrativa/financeira	
das escolas, a gestão de pessoas e apresenta os Parâmetros Básicos de 
Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil elaborados pelo MEC.
Assim, convidamos você pós-graduando(a) a ampliar seus conhecimentos e 
tornar-se	um	profissional	atualizado	para	atender	às	demandas	de	um	tempo	em	
constante mudança.
 
Bons estudos!
As autoras.
CAPÍTULO 1
Gestão	da	Educação	Infantil	
e	Anos	Iniciais	no	Brasil	
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Analisar os conceitos de gestão da educação infantil e anos iniciais. 
 3 Conhecer a construção histórica da gestão da educação infantil e anos 
iniciais do ensino fundamental no Brasil. 
 3 Discutir os movimentos que impulsionaram as mudanças teóricas e 
práticas na gestão da educação infantil e anos iniciais. 
11
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
Contextualização
Caro(a) pós-graduando(a)! Neste capítulo discutiremos alguns conceitos 
básicos do tema: gestão da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. 
Você terá a oportunidade de conhecer um pouco da história da gestão da 
educação infantil e anos iniciais no Brasil e os movimentos que impulsionaram 
estas mudanças na sociedade brasileira.
Cabe salientar que a educação infantil é fruto de um processo histórico que 
teve início no começo do século XX com alguns movimentos sociais e políticos, os 
quais consideramos importantes destacar para compreendermos na atualidade a 
gestão da educação infantil e anos iniciais em nosso país. Desejamos que você 
amplie seus conhecimentos e tenha sucesso nos estudos desta disciplina.
Conceitos	de	Gestão
Você	já	parou	para	pensar	sobre	o	que	é	gestão?	O	que	significa	gestão	da	
educação? O que quer dizer gestão da educação infantil e anos iniciais? 
Pois é, caro(a) pós-graduando(a), iniciamos nossos estudos abordando 
conceitos importantes para a compreensão deste tema. Apresentamos o conceito 
de gestão proposto por Ferreira (2004, p. 306):
Gestão é administração,é tomada de decisão, é organização, 
é direção. Relaciona-se com a atividade de impulsionar uma 
organização a atingir seus objetivos, cumprir sua função, 
desempenhar seu papel. Constitui-se de princípios e práticas 
decorrentes	 que	 afirmam	 ou	 desafirmam	 os	 princípios	 que	
as geram. Estes princípios, entretanto não são intrínsecos à 
gestão como a concebia a administração clássica, mas são 
princípios sociais, visto que a gestão da educação 
se destina à promoção humana. 
Segundo Ferreira (2004), podemos dizer que a gestão está 
relacionada com o modo de administração, de organização e de 
construção de práticas visando atingir ao objetivo da instituição que 
é educar e, fundamentalmente, cumprir seu papel e função social. 
A gestão está presente nas relações que ocorrem em sala de aula, 
na mediação pedagógica e no processo de ensino e aprendizagem, 
ou seja, a gestão da educação está presente em todas as relações e 
deve ter como propósito central a busca pela formação humana.
Segundo Wittmann e Gracindo (2001, p.1) gestão é “[...] a instância 
A gestão está 
relacionada 
com o modo de 
administração, 
de organização e 
de construção de 
práticas visando 
atingir ao objetivo 
da instituição 
que é educar e, 
fundamentalmente, 
cumprir seu papel e 
função social.
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
12
ou a dimensão de organização e funcionamento de uma instituição 
ou de acompanhamento e controle da execução de um projeto ou 
plano. É uma categoria teórico-prática, objeto crescente de pesquisa”. 
Constitui um aspecto da administração, juntamente com a política, 
o planejamento e a avaliação. A partir desta citação de Wittmann e 
Gracindo,	pode-se	afirmar	que	a	gestão	da	educação	ocorre	em	todos	
os espaços do ambiente educacional, principalmente, na sala de aula 
onde se constrói as práticas pedagógicas em consonância com o 
projeto pedagógico da instituição de ensino.
De acordo com Wittmann (2001, p. 2) a gestão da educação 
constitui “a coordenação de instituições e de processos de formação 
humana, como objeto tanto de pesquisa, quanto de docência e de 
prática”. Tais conceitos, ajudam no entendimento de que a gestão 
da educação envolve tanto a coordenação de instituições, como os processos 
de formação humana. Consiste na construção de espaços voltados para a 
socialização, produção e apropriação de conhecimentos e, fundamentalmente, 
para a construção de relações humanas.
A gestão da educação infantil e anos iniciais envolve os princípios contidos 
nas diretrizes legais, entre eles, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
nº 9394/96; o documento Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação 
Infantil, vol. 1 e 2; as Diretrizes Curriculares Nacionais – DCNs e os Parâmetros 
Curriculares Nacionais – PCNs; o Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil; bem como, as Propostas Curriculares. Tanto as Diretrizes, 
quanto os Parâmetros e a Proposta Curricular orientam a construção das práticas 
pedagógicas em todas as áreas do conhecimento.
Nesse mesmo sentido das diretrizes legais sobre a gestão da educação 
infantil e anos iniciais, Franco e Wittmann (1998, p. 27) observam ainda que a 
administração da educação é “[...] uma instância inerente à prática educativa que 
abrange o conjunto de normas/diretrizes e práticas/atividades que garantem, de 
um	 lado,	 o	 significado	ou	o	 sentido	 histórico	 do	que	 se	 faz	 e,	 de	outro	 lado,	 a	
unidade do conjunto na diversidade de sua concretização”. 
Caro(a)	 pós-graduando(a),	 a	 partir	 das	 definições	 das	 palavras	
gestão e administração da educação, você percebeu alguma relação 
com a prática educativa e com o funcionamento de uma instituição 
escolar?
A	 partir	 destas	 reflexões	 percebemos	 que	 a	 gestão	 está	
relacionada também, com a construção da prática educativa, além do 
modo de organização e funcionamento das instituições escolares. Em 
A gestão da 
educação 
ocorre em todos 
os espaços 
do ambiente 
educacional, 
principalmente, 
na sala de aula 
onde se constrói 
as práticas 
pedagógicas em 
consonância com o 
projeto pedagógico 
da instituição 
de ensino.
A gestão está 
relacionada 
também, com a 
construção da 
prática educativa, 
além do modo 
de organização 
e funcionamento 
das instituições 
escolares. 
13
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
se tratando de gestão de educação infantil e anos iniciais, lembramos que estes 
níveis de escolaridade integram a educação básica.
A expressão “Educação Básica” surgiu entre a década de 
oitenta e noventa quando começou a ser divulgada a ideia de 
educação	 para	 todos.	 Mais	 especificamente	 após	 a	 Conferência	
Mundial de Educação para Todos, ocorrida em Jomtien, na Tailândia, 
em março de 1990. Naquela ocasião, foi elaborado um documento 
intitulado “Declaração Mundial sobre Educação para Todos”. Esse 
documento concebe a educação básica como “a base para a 
aprendizagem e o desenvolvimento humano permanentes, sobre 
a qual os países podem construir, sistematicamente, níveis e tipos 
mais adiantados de educação e capacitação” (UNESCO, 1990, p. 
3). O termo educação básica apareceu pela primeira vez, na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96.
Sobre a atuação de um gestor, numa instituição de ensino, faz-
se	necessário	refletir	sobre	a	especificidade	de	sua	função.	Sob	este	
aspecto Boaventura (2008, p.52) adverte que, “a atuação do gestor 
numa perspectiva de gestão democrática e participativa envolve 
três áreas de gestão: A Gestão Política, a Gestão Administrativa e a 
Gestão	Pedagógica”.	Conforme	apontamos	na	figura	que	segue:
Figura 1 – Áreas da Gestão Democrática
 
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Na Gestão Política, existe a necessidade do gestor ter conhecimentos 
técnicos, pedagógicos e administrativos. Além de estar sempre incentivando a 
comunidade escolar a participar de trabalhos inovadores. No que se refere à Gestão 
Administrativa, são envolvidas diversas ações e trabalhos burocráticos, objetivando 
o funcionamento da escola. A Gestão Pedagógica ocorre fundamentalmente no 
GESTÃO 
DEMOCRÁTICA
GESTÃO
POLÍTICA
GESTÃO 
ADMINISTRATIVA
GESTÃO
 PEDAGÓGICA
A atuação do 
gestor numa 
perspectiva de 
gestão democrática 
e participativa 
envolve três áreas 
de gestão: A Gestão 
Política, a Gestão 
Administrativa 
e a Gestão 
Pedagógica. 
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
14
processo de ensino e aprendizagem é o momento em que os educadores e os 
alunos interagem buscando além da integração, a inclusão de todos os alunos 
no processo de construção e de apropriação de conhecimentos. Estas áreas 
precisam estar interligadas para que o processo de gestão da educação infantil 
e anos iniciais ocorra de modo democrático, visando à inclusão de todos no 
processo educativo.
 Essas questões e outras que ainda vão surgir serão discutidas na próxima 
seção quando abordaremos os movimentos que impulsionaram mudanças na 
prática da gestão da educação infantil e anos iniciais. 
Nos capítulos II e III, veremos um pouco mais sobre a gestão pedagógica. Já 
a gestão administrativa e a gestão política, serão abordadas no capítulo IV.
História	da	Gestão	da	Educação	
Infantil	e	Anos	Iniciais	no	Brasil
Prezado(a) pós-graduando(a)! Nesta seção, vamos apresentar os principais 
fatos históricos da educação brasileira que são essenciais para compreender a 
evolução da gestão da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental 
no país. 
Os estudos sobre políticas e gestão da educação no Brasil 
constituem-se por uma longa história. Uma história que iniciou com 
os portugueses no período colonial, mais ou menos em 1530, com o 
início da colonização propriamente dita, baseada no surgimento das 
capitanias hereditárias e na monocultura da cana de açúcar. Naquela 
época, a educação não era uma prioridade, pois não havia necessidade 
de	formação	de	mão	de	obra	específica	para	trabalhar	na	agricultura.Mesmo assim, as metrópoles europeias enviaram religiosos ao Brasil, 
aproximadamente em 1549, com a intenção de converter os índios 
(gentios) e impedir que os colonos se desviassem da fé católica. Nesse 
sentido, vamos a seguir, estudar os distintos períodos da Educação no 
Brasil: chegada dos Jesuítas ao Brasil; a expulsão dos Jesuítas; a vinda da família 
real para o Brasil; independência do Brasil; a Primeira República; a Segunda 
República; o Estado Novo; a Nova República; o Regime Militar; a constituição de 
1988 e a nova LDB – 9394/96.
a) Chegada dos Jesuítas ao Brasil
Os estudos sobre 
políticas e gestão 
da educação no 
Brasil constituem-
se por uma longa 
história. Uma 
história que iniciou 
com os portugueses 
no período colonial, 
mais ou menos 
em 1530.
15
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
Os jesuítas da Companhia de Jesus, que chegaram ao Brasil encabeçados 
pelo	 Padre	Manuel	 da	 Nóbrega,	 em	 apenas	 quinze	 dias	 fizeram funcionar, em 
Salvador, a primeira escola de ler e escrever. De acordo com Aranha (1996, p. 99), 
É o início do processo de criação de escolas elementares, 
secundárias, seminários e missões, espalhados pelo Brasil 
até o ano de 1759, quando os jesuítas foram expulsos pelo 
marquês de Pombal. Neste período de 210 anos, eles 
promovem uma ação maciça na catequese dos índios, 
educação	 dos	 filhos	 dos	 colonos,	 formação	 de	 novos	
sacerdotes e da elite intelectual, além do controle da fé e da 
moral dos habitantes da nova terra.
A Companhia de Jesus	 foi	 oficializada	 pela	 Igreja	 em	 1540.	
Nasceu	em	uma	época	caracterizada	por	conflitos	e	divisões	dentro	
da Igreja, sendo a Reforma Protestante a principal delas. Era também 
a	época	da	expansão	das	fronteiras	geográficas,	com	a	descoberta	
da América e a abertura de novas rotas comerciais na África, assim 
como, a época das mudanças radicais no campo das ciências e 
das letras. A Companhia tentou dar uma resposta positiva a esses 
desafios,	atuando	em	 três	campos:	defesa	e	promoção	da	fé	cristã;	
propagação da fé nos territórios coloniais; educação da juventude. A 
atividade educativa tornou-se a principal tarefa dos jesuítas. A gratuidade 
do ensino da Companhia favoreceu a expansão dos seus colégios 
(GIRALDELLI JUNIOR, 2006).
 Desde que os jesuítas chegaram ao Brasil, perceberam que 
não conseguiriam agir sobre os índios adultos. Assim, os padres 
investiram na conquista das crianças indígenas (curumins), ensinando-
lhes a ler e escrever. Para cativá-los, usavam diversos recursos como 
o teatro, a música, a poesia, os versos, entre outros. No entanto, 
começou a haver um choque entre a cultura dos indígenas e dos 
missionários	 jesuítas.	 “Os	padres	 ridicularizam	a	figura	do	pajé	e	os	
ensinamentos da tribo, condenam a poligamia, pregando a forma 
cristã de casamento e, dessa maneira, começam a abalar o sistema 
comunal primitivo” (ARANHA, 1996, p. 101).
Lembre-se que as primeiras escolas fundadas pelos jesuítas, 
tinham	por	base	o	ensinamento	aos	 índios	e	aos	filhos	dos	colonos,	
porém	de	forma	separada.	Afinal,	aos	índios	destinava-se	o	trabalho	de	catequese,	
ou	seja,	a	cristianização	e	a	pacificação.	Esta	catequização	tinha	por	intuito	tornar	
Os padres 
investiram na 
conquista das 
crianças indígenas 
(curumins), 
ensinando-lhes a 
ler e escrever. 
Para cativá-los, 
usavam diversos 
recursos como o 
teatro, a música, a 
poesia, os versos, 
entre outros.
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
16
os	índios	dóceis	para	o	trabalho.	Já	para	os	filhos	dos	colonos,	a	educação	era	
mais ampla, estendendo-se até a escola elementar de ler e escrever.
Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas pelo Ratio Studiorum 
(Ordem dos Estudos), documento escrito por Inácio de Loyola. De acordo com 
Ghiraldelli Junior (2006, p. 25-26), “o objetivo dessa ordem era o 
de ‘formação do homem cristão’, de acordo com a fé e a cultura 
daquele tempo. Esse plano de estudos articulava um curso básico 
de	humanidades	com	um	de	filosofia	seguido	por	um	de	 teologia”.	
No curso de Letras, estudava-se Gramática Latina, Humanidades 
e	Retórica;	e	no	curso	de	Filosofia	estudava-se	Lógica,	Metafísica,	
Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Já, o curso 
de Teologia e Ciências Sagradas, destinava-se à formação de 
sacerdotes. Esse modelo funcionou de forma plena e absoluta por 
pelo menos 210 anos, de 1549 a 1759, quando os jesuítas foram 
expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal. 
b) A expulsão dos Jesuítas
Como você pode perceber, depois de terem implantado escolas em diversos 
estados brasileiros e terem administrado a educação no Brasil por diversos anos, 
os jesuítas foram expulsos das colônias. Isso aconteceu, porque haviam diversas 
diferenças de objetivos, que iam contra aos interesses da Corte. Enquanto os 
jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal pensava 
em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências 
europeias da época. Não bastasse isso, Lisboa havia passado recentemente por 
um terremoto que destruiu diversas partes importantes da cidade e precisava ser 
reerguida com urgência. 
Proselitismo é o empenho em converter as pessoas a uma 
ideia, crença ou religião. 
Noviciado é o período da formação de um religioso ou de uma 
religiosa que precede a emissão de seus votos.
A educação jesuítica não interessava comercialmente para Pombal. Suas 
escolas tinham por objetivo servir aos interesses da fé. Para Pombal, a escola 
Catequização tinha 
por intuito tornar 
os índios dóceis 
para o trabalho. 
Já para os filhos 
dos colonos, a 
educação era mais 
ampla, estendendo-
se até a escola 
elementar de ler 
e escrever.
17
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
deveria	 ser	 organizada	 de	 tal	 forma,	 a	 fim	 de	 servir	 aos	 interesses	
do Estado. Desta forma, em 1772, foi implantado no Brasil, o ensino 
público	oficial.	
De acordo com Aranha (1996, p. 134), 
As vantagens proclamadas pelo ensino 
reformado decorrem da intenção de oferecer 
aulas de línguas modernas, como o francês, além de desenho, 
aritmética, geometria, ciências naturais, no espírito dos novos 
tempos e contra o dogmatismo da tradição jesuítica. Porém 
são	 inúmeras	 as	 dificuldades.	 Os	 colégios	 estão	 dispersos,	
não há mais a formação de mestres nem uniformidade de 
ensino, portanto. Existem queixas quanto à incompetência 
dos mestres leigos, que são muito mal pagos. O centro de 
decisões está no reino, o que torna a máquina administrativa 
extremamente	morosa	e	ineficaz.
Portugal, percebendo que a educação no Brasil havia regredido e estava 
estagnada, tentou encontrar uma solução. Instituiu o subsídio literário para 
manutenção do ensino primário e médio. Criado em 1772 o subsídio era uma 
taxação, ou um imposto, que incidia sobre a carne verde, o vinho, o vinagre e a 
aguardente. De qualquer forma, naquela época o subsídio nunca foi 
cobrado	com	regularidade	e	os	professores	ficavam	longos	períodos	
sem receber, a espera de uma solução vinda de Portugal. Devido 
às mudanças estabelecidas por Pombal, a educação brasileira foi 
reduzida a praticamente nada. Acabou-se com o sistema jesuítico, 
porém, tudo o que foi organizado posteriormente, era diminuto frente 
à educação jesuítica, sendo esta época, um grande retrocesso para a 
educação brasileira.
c) A Vinda da Família Real para o Brasil 
Depois	 da	 catastrófica	 atuação	 de	 Pombal,	 no	 que	 dizia	 respeito	 à	
administração escolar, tivemos uma nova fase na educação brasileira: a vinda da 
Família Real, em 1808, para o Brasil. Você já teve ter estudado em História da 
Educação, no seu curso de graduação, que a vinda da família real ao 
Brasil,	deu-se	devido	aos	conflitos	entre	o	Rei	D.	João	VI	e	Napoleão	
Bonaparte. 
Por outro lado, a estadia da família real no Brasil, trouxe alguns 
benefícios para a colônia. D. João VI procurando melhorar sua estadiano Brasil, abriu Academias Militares, diversas Escolas de Direito e 
Medicina, uma Biblioteca Real, criou o Jardim Botânico e a Imprensa 
Régia. O surgimento da imprensa fez com que os fatos e as ideias 
Para Pombal, a 
escola deveria 
ser organizada 
de tal forma, a 
fim de servir aos 
interesses do 
Estado. 
Devido às 
mudanças 
estabelecidas 
por Pombal, a 
educação brasileira 
foi reduzida a 
praticamente nada. 
O surgimento da 
imprensa fez com 
que os fatos e as 
ideias acontecidos 
no Brasil, fossem 
divulgados e 
discutidos no meio 
da população 
letrada.
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
18
acontecidos no Brasil, fossem divulgados e discutidos no meio da população 
letrada. Isso abriu terreno para as discussões políticas. No entanto, a educação 
continuou tendo pouca importância para o setor administrativo. 
Atividade de Estudos: 
1) Até agora, vimos três períodos distintos da Educação Brasileira. 
Que tal revermos alguns dos pontos principais? Para isso, 
preencha a linha do tempo a seguir, escrevendo as principais 
características de cada período:
1530 1759 1808 1821
 
d) Independência do Brasil 
Em	 1821,	 D.	 João	 VI	 volta	 a	 Portugal	 e	 deixa	 seu	 filho	
administrando a colônia brasileira. Em 1822, como você já deve saber, 
D. Pedro I proclama a Independência do Brasil e, em 1824, outorga a 
primeira Constituição Brasileira, que falava pela primeira vez sobre a 
gratuidade do ensino primário para todos os cidadãos. Tentando suprir 
a falta de professores, em 1823, foi instituído o Método Lancaster, 
conhecido por ser o método do ensino mútuo. Nesse modelo de ensino, 
um aluno treinado, chamado de decurião, ensinava um grupo de dez 
alunos (decúria), vigiados rigidamente por um inspetor.
Em 1826, um Decreto criou quatro graus de instrução: Pedagogias 
(escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias. Posteriormente, 
um projeto de lei, em 1827, propôs a criação de Pedagogias em 
todas as cidades e vilas, prevendo o exame seletivo de professores, 
Chegada dos 
Jesuítas ao Brasil
Expulsão dos
 Jesuítas
Vinda da família Real
para o Brasil
Tentando suprir 
a falta de 
professores, em 
1823, foi instituído o 
Método Lancaster, 
conhecido por 
ser o método do 
ensino mútuo. 
Nesse modelo de 
ensino, um aluno 
treinado, chamado 
de decurião, 
ensinava um grupo 
de dez alunos 
(decúria), vigiados 
rigidamente por 
um inspetor.
19
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
para nomeação. Esse projeto de lei propôs ainda, que fossem abertas escolas 
para meninas. Em 1834, um Ato Adicional a esta Constituição, tornou as 
províncias responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. No 
entanto, devido às distâncias territoriais no Brasil, a educação brasileira obteve 
pouquíssimos resultados. Mesmo assim, em 1835, em Niterói, devido a esse ato 
adicional, surgiu a primeira Escola Normal do país. 
e) A Primeira República
Em 1889 o Brasil foi Proclamado República, adotando-se o modelo político 
dos Estados Unidos, baseado no sistema presidencialista. Mas a organização 
escolar	recebeu	influências	da	filosofia positivista. 
Criado pelo francês Augusto Comte (1798 – 1857), o positivismo 
teve como principal característica a exaltação pelo avanço da Ciência 
Moderna, capaz de revolucionar o mundo com uma tecnologia cada 
vez	mais	 eficaz:	 Saber	 é	 poder.	 De	 acordo	 com	Aranha	 (1996,	 p.	
139),	 “isso	 significa	 que,	 por	meio	 da	 observação	 e	 do	 raciocínio,	
o homem torna-se capaz de descobrir as relações invariáveis 
entre os fenômenos, ou seja, suas leis efetivas”. Outro ponto é 
a concepção determinista, no qual, segundo o positivismo, o ser 
humano não era livre. Ele era sempre determinado por causas como 
a	raça	(determinismo	biológico),	o	meio	(determinismo	geográfico)	e	o	
momento (determinismo histórico).
Nesta época, aconteceu a Reforma de Benjamin Constant, que teve como 
princípios norteadores a liberdade e laicidade do ensino, assim como a gratuidade 
do ensino na escola primária. Princípios estes que baseavam-se na Constituição 
Brasileira da época. Um dos objetivos da Reforma era transformar o ensino 
brasileiro em formador e, não apenas, preparador de alunos para 
os cursos superiores. Outro objetivo era substituir a predominância 
literária	do	ensino	pela	científica.	Esta	Reforma	foi	muito	criticada	pelos	
positivistas, pois não respeitava os princípios pedagógicos de Comte. 
Recebeu críticas também dos que defendiam a predominância literária, 
já que o que aconteceu	foi	apenas	o	acréscimo	de	matérias	científicas	
às tradicionais, tornando o ensino um tanto que enciclopédico.
Já em 1911, uma reforma conhecida como a Reforma Rivadávia 
Um dos objetivos 
da Reforma era 
transformar o 
ensino brasileiro 
em formador e, não 
apenas, preparador 
de alunos para os 
cursos superiores. 
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
20
Correa, preconizava que o curso secundário passasse de, um simples promotor, 
a um nível seguinte, ou seja, para um ensino formador do cidadão. Retomou a 
orientação positivista, pregando a liberdade de ensino e de frequência. Pregou 
ainda,	 a	 abolição	 do	 diploma,	 trocando-o	 por	 um	 certificado	 de	 assistência	 e	
aproveitamento, transferindo os exames de admissão para o ensino superior, para 
as faculdades. 
Alguns fatos relevantes no que se refere à educação, aconteceram na década 
de 20: realizaram-se diversas reformas estaduais, como as de Lourenço Filho, no 
Ceará, em 1923, a de Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925, a de Francisco Campos 
e Mario Casassanta, em Minas, em 1927, a de Fernando de Azevedo, no Distrito 
Federal (atual Rio de Janeiro), em 1928 e a de Carneiro Leão, em Pernambuco, 
em 1928.
f) A Segunda República
A Revolução de 1930 marcou a entrada do Brasil no mundo 
capitalista de produção. Esta nova realidade brasileira exigiu mão 
de obra especializada, havendo a necessidade de investimentos na 
educação. Desta forma, em 1930, criou-se o Ministério da Educação 
e Saúde Pública, para administrar a educação e a saúde no Brasil, e, 
em 1931, o governo provisório sancionou decretos, conhecidos como a 
Reforma Francisco Campos, procurando organizar o ensino secundário 
e as universidades brasileiras que, na época, ainda nem existiam.
Na década de 30, Getúlio Vargas assumiu o governo. Um grupo de 
intelectuais, encabeçados por Fernando de Azevedo, baseados nas ideias de 
Dewey e Durkheim, lançaram à nação, em 1932, o manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova, que contava com grandes nomes de nossa história pedagógica, 
como por exemplo, Lourenço Filho (1897-1970) e Anísio Teixeira (1900-1971).
A Escola Nova foi um movimento de renovação do ensino que 
se desenvolveu principalmente na Europa, na América e no Brasil, na 
primeira metade do século XX. O escolanovismo, como foi chamado, 
desenvolveu-se no Brasil permeado por importantes impactos e 
transformações políticas, sociais e econômicas. 
Os Pioneiros da Escola Nova eram favoráveis a uma educação pública, 
gratuita, mista, laica e obrigatória, ou seja, procuravam responsabilizar o Estado 
Em 1930, 
criou-se o 
Ministério da 
Educação e Saúde 
Pública, para 
administrar 
a educação e 
a saúde 
no Brasil.
21
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
pelo dever de educar o povo, passando esta a ser função não 
apenas da família. Contrários aos costumes das escolas da época, 
os pioneiros pronunciaram-se favoráveis à escola mista, defendendo 
a educação laica em detrimento da educação católica, aproximando 
a escola das questões sociais, e não apenas religiosas, como era 
anteriormente, dando oportunidades iguais às pessoas de ambos os 
sexos, de diferentes credos e camadas sociais. 
A proposta dos Pioneiros sugeria a construção de práticas 
pedagógicas voltadas para a formação humana. Neste contexto, as 
escolas deveriam ser equipadas com laboratórios ehortas escolares 
visando a aproximar à vida do aluno. Para Fiori (1975, p.152), “a 
chamada Escola Nova afastava o tradicional ensino baseado na 
memorização dos alunos; apelava para a participação ativa e o 
desenvolvimento	do	pensamento	reflexivo	e	criador	dos	discentes”.
O manifesto dos Pioneiros da Escola Nova representou um 
importante movimento na educação brasileira, sendo a primeira 
geração de educadores a divulgar a ideia de participação e de gestão 
democrática no Brasil, exigindo do poder público prioridade na área 
educacional. Esse período caracterizou-se por forte centralismo 
administrativo, aumento das oportunidades educacionais e baixa 
qualidade de ensino.
 Em 1934, foi criada uma nova Constituição, a segunda deste 
período, que dispôs, pela primeira vez, que a educação era direito de 
todos, devendo ser ministrada pela família e pelo Poder Público.
Atividade de Estudos: 
Que tal revermos alguns pontos importantes do que estudamos até 
agora? Então vamos lá!
1) Em que consistia o Método Lancaster, instituído em 1823?
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Os Pioneiros da 
Escola Nova eram 
favoráveis a uma 
educação pública, 
gratuita, mista, laica 
e obrigatória, ou 
seja, procuravam 
responsabilizar o 
Estado pelo dever 
de educar o povo, 
passando esta a ser 
função não apenas 
da família. 
O manifesto dos 
Pioneiros da Escola 
Nova representou 
um importante 
movimento 
na educação 
brasileira, foi a 
primeira geração 
de educadores que 
divulgou a ideia de 
participação e de 
gestão democrática 
no Brasil.
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
22
2) Qual foi o principal objetivo da Reforma de Benjamim Constante, 
por volta de 1890? 
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3) Quais os princípios dos Pioneiros da Escola Nova? O que eles 
reivindicavam?
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g) O Estado Novo – 1937 a 1945
A expressão Estado Novo refere-se ao período compreendido entre 1937 
a 1945, quando o Brasil viveu um regime ditatorial implantado por um golpe 
de Estado pelo Presidente Getúlio Vargas. Durante esse período, diminuiu 
consideravelmente a liberdade política no país: os partidos políticos foram 
abolidos; as eleições suspensas; e a estrutura federativa, esvaziada. Ao 
mesmo tempo, conquistas foram registradas no campo da legislação 
trabalhista e foram criadas as bases da indústria e da siderurgia 
nacional (PENIN; VIEIRA, 2002). 
Em 1937, é outorgada uma nova Constituição, que tem por 
base, em seu texto, a preparação de mão de obra para as novas 
atividades existentes no mercado, enfatizando o ensino pré-vocacional 
e	 profissional.	A	mesma	Constituição	 propõe	 que	 a	 arte,	 a	 ciência	 e	
o ensino sejam livres à iniciativa individual, ou coletiva, podendo ser 
públicas ou particulares, tirando do Estado a responsabilidade sobre a 
educação. Dispõe sobre a gratuidade e obrigação do ensino primário, 
tornando obrigatório o ensino dos trabalhos manuais nas escolas 
normais, primárias e secundárias.
Em 1937, é 
outorgada uma 
nova Constituição, 
que tem por base, 
em seu texto, a 
preparação de mão 
de obra para as 
novas atividades 
existentes 
no mercado, 
enfatizando 
o ensino pré-
vocacional e 
profissional. 
23
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
De acordo com Ghiraldelli Júnior (2006, p. 79), 
A Carta de 1937 não estava interessada em determinar ao 
Estado tarefas no sentido de fornecer à população uma 
educação geral através de uma rede de ensino público e 
gratuito. A intenção da Carta de 1937 era manter, e talvez 
aprofundar, um explícito dualismo educacional: os ricos 
proveriam seus estudos através do sistema público ou 
particular e os pobres, sem usufruir deste sistema, deveriam 
ter	 como	 destino	 as	 escolas	 profissionais.	 [...]	 Assim,	 o	
artigo 129 determinou como primeiro dever do Estado 
a	 sustentação	 do	 ensino	 pré-vocacional	 e	 profissional	
destinado às classes menos favorecidas. Com isso o texto 
constitucional reconheceu e cristalizou a divisão entre 
pobres	e	ricos	e,	oficialmente,	extinguiu	a	igualdade	formal	
entre os cidadãos [...].
Em 1942, o então Ministro, Gustavo Capanema, iniciava outras reformas 
no	 ensino,	 conhecidas	 como	Reforma	Capanema,	 denominada	 oficialmente	 de	
Leis Orgânicas do Ensino, que reestruturam o curso secundário. Assim, o ensino 
ficou	 composto	 por	 cinco	 anos	 de	 curso	 primário,	 quatro	 de	 curso	 ginasial	 e	
três	 de	 colegial,	 podendo	 ser	 na	 modalidade	 clássica	 ou	 científica	 (ARANHA,	
1996). Ainda, de acordo com Aranha (1996, p. 202), destacaram-se algumas 
regulamentações estabelecidas pelos decretos-leis:
Em 1942, a Lei Orgânica do Ensino Industrial, a criação do 
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Lei 
Orgânica do Ensino Secundário. Em 1943, a Lei Orgânica 
do Ensino Comercial e, em 1946, após a queda de Vargas, 
a Lei Orgânica do Ensino Primário, a Lei Orgânica do Ensino 
Normal, a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem 
Comercial (Senac), a Lei Orgânica Agrícola.
Percebe-se portanto, que a centralização administrativa vivenciada no 
governo Vargas, de certa forma, possibilitou maior homogeneidade e continuidade 
nas medidas educacionais.
h) A Nova República 
Com	o	 fim	 do	Estado	Novo,	 adotou-se	 uma	 nova	Constituição,	
agora mias liberal e democrática. Na Educação, esta Constituição 
determinou como obrigatório o cumprimento do ensino primário, dando 
competência à União para criar uma lei sobre as diretrizes e bases da 
educação nacional. Esta nova Constituição, inspirada no Manifesto dos 
Pioneiros da Educação Nova, na década de 30, privilegiou o preceito 
de que a educação é direito de todos.
Na Educação, 
esta Constituição 
determinou como 
obrigatório o 
cumprimento do 
ensino primário, 
dando competência 
à União para criar 
uma lei sobre 
as diretrizes 
e bases da 
educação nacional. 
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
24
Tomando por base a Constituição de 1946, o então Ministro Clemente 
Mariani, criou uma comissão, presidida pelo educador Lourenço Filho, com o 
objetivo de elaborar um anteprojeto de reforma geral da educação nacional. 
Essa comissão era organizada em três subcomissões: uma para o Ensino 
Primário, uma para o Ensino Médio e outra para o Ensino Superior. Dois anos 
depois, em novembro de 1948, o anteprojeto foi encaminhado à Câmara 
Federal, iniciando-se, naquele momento, uma luta ideológica em torno das 
propostas apresentadas pela comissão. As discussões mais acirradas tiveram 
relação com o questionamento da responsabilidade do Estado em relação à 
educação.
De acordo com Ghiraldeli Júnior (2006, p. 98), 
Conhecida como Lei 4.024/61, a nossa primeira LDB 
garantiu a igualdade de tratamento por parte do Poder 
Público	para	os	estabelecimentos	oficiais	e	os	particulares,	
o que garantiaque as verbas públicas poderiam, 
inexoravelmente, ser carreadas para a rede particular de 
ensino em todos os graus. A lei que tramitou treze anos 
no Congresso, e que inicialmente destinava-se a um país 
pouco urbanizado acabou sendo aprovada para um Brasil 
industrializado e com necessidades educacionais que o 
Parlamento não soube perceber.
Ao mesmo tempo em que as discussões em torno da Lei de Diretrizes e 
Bases para a Educação Nacional aconteciam, outras iniciativas marcaram esse 
período da história da educação nacional:
em 1950, em Salvador, no Estado da Bahia, Anísio Teixeira inaugurou o 
Centro Popular de Educação (Centro Educacional Carneiro Ribeiro), dando início 
a sua ideia de escola-classe e escola-parque;
em 1952, em Fortaleza, Estado do Ceará, o educador Lauro de Oliveira Lima 
iniciou	 uma	 didática	 baseada	 nas	 teorias	 científicas	 de	 Jean	 Piaget:	 o	Método	
Psicogenético; em 1953 a educação passou a ser administrada por um Ministério 
próprio: o Ministério da Educação e Cultura;
em 1961 iniciou-se uma campanha de alfabetização, tendo por base a 
didática criada pelo pernambucano Paulo Freire, a qual propunha alfabetizar em 
40 horas adultos analfabetos;
em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educação, que substituiu o 
Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação e, 
ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional 
de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método 
Paulo Freire.
25
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
Para você conhecer um pouco mais sobre o Método Paulo 
Freire e sobre sua história, acesse os sites:
http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/principal.jsp
http://www.projetomemoria.art.br/PauloFreire/
i) O Regime Militar
O golpe militar de 1964, abortou todas as iniciativas de 
revolucionar a educação brasileira. O Regime Militar imprimiu na 
educação um caráter antidemocrático, idêntico à sua proposta 
governamental ideológica. Nessa época professores foram presos 
ou demitidos; os estudantes proibidos de se manifestarem e a União 
Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; universidades foram 
invadidas; estudantes foram presos e feridos, e alguns até mortos nos 
confrontos	com	a	polícia.	Podemos	afirmar	que	aquele	foi	um	período	
conturbado para a Educação brasileira.
Com a ideia de erradicar o analfabetismo criou-se o MOBRAL 
(Movimento Brasileiro de Alfabetização). Esse movimento procurou 
substituir o extinto Método Paulo Freire, aproveitando, no entanto, sua 
didática. Seu principal objetivo era extinguir o analfabetismo no Brasil, 
fato este, que não realizou-se. Após ser extinto o MOBRAL, criou-se 
em seu lugar a Fundação Educar.
No entanto, foi no período mais cruel da ditadura militar, que 
foi instituída a Lei 5.692, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, em 1971. Sua principal característica era tornar o ensino 
essencialmente	profissionalizante.	A	gestão,	nesse	período,	constituiu-
se pela centralização e ausência de participação. Mas, foi a partir dos 
anos de 1980, que a política educacional no Brasil começou a sinalizar 
a construção de uma gestão democrática e participativa.
Atividade de Estudos: 
Vamos rever alguns pontos importantes do que estudamos até agora?
O Regime 
Militar imprimiu 
na educação 
um caráter 
antidemocrático, 
idêntico à 
sua proposta 
governamental 
ideológica.
A gestão, 
nesse período, 
constituiu-se pela 
centralização 
e ausência de 
participação. Mas, 
foi a partir dos anos 
de 1980, que a 
política educacional 
no Brasil começou 
a sinalizar a 
construção de uma 
gestão democrática 
e participativa.
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
26
1) A que se propõe a Constituição de 1937?
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2) Apresente os principais acontecimentos na educação durante o 
período da Nova República?
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3) Como podemos descrever a educação brasileira na época do 
Regime Militar?
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j) A Constituição de 1988
Em 1988, o Brasil ganhou uma nova Constituição, resultado de diversos 
debates, pressões, movimentos populares e elitistas na busca de verem seus 
interesses contemplados na nova constituição. Nela, a educação veio contemplada 
em diversas seções e não apenas na seção destinada à educação. 
Na seção sobre direitos e garantias fundamentais, a educação foi 
relatada como um direito social, junto com a saúde, o trabalho, o lazer, 
a segurança, entre outros. Já, na seção sobre a família, a criança, 
o adolescente e o idoso, determinou-se: “[...] ser dever da família, 
da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente o 
direito à Educação como uma prioridade em relação a outros direitos” 
(GHIRALDELLI JUNIOR, 2006, p. 169). 
Educação aparece 
como direito de 
todos e dever do 
Estado e da família, 
sendo promovida e 
incentivada com 
a colaboração 
da sociedade.
27
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
Em seu capítulo próprio, no Título VIII – Da Ordem Social, 
a Educação aparece como direito de todos e dever do Estado e 
da família, sendo promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo 
para	o	exercício	da	 cidadania	e	 sua	qualificação	para	o	 trabalho.	O	
artigo 206 dispõe sobre a igualdade de condições para o acesso 
e permanência na escola e a gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos	oficiais.
No que diz respeito à educação básica, o texto da Constituição 
1988, já com a Emenda Constitucional nº 64 de 04 de fevereiro de 
2010, assim se posiciona:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado 
mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 
17(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta 
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade 
própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 
2009)
[...]
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 
5(cinco) anos de idade; 
[...]
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da 
educação básica, por meio de programas suplementares de 
material didático escolar, transporte, alimentação e assistência 
à saúde. 
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público 
subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder 
público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da 
autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no 
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos 
pais ou responsáveis, pela freqüência à escola. (BRASIL, 
2010 p. 42-43).
Em relação à organização do ensino, cabe à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, em regime de colaboração, a organização dos seus 
sistemas de ensino, como determina o artigo 211:
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o 
dos	 Territórios,financiará	 as	 instituições	 de	 ensino	 públicas	
federais e exercerá, em matéria educacional, função 
O artigo 206 dispõe 
sobre a igualdade 
de condições 
para o acesso 
e permanência 
na escola e a 
gratuidade do 
ensino público em 
estabelecimentos 
oficiais.
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
28
redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de 
oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do 
ensino	mediante	assistência	técnica	e	financeira	aos	Estados,	
ao Distrito Federal e aos Municípios.
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino 
fundamental e na educação infantil.
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente 
no ensino fundamental e médio.
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os 
Estados,	 o	Distrito	 Federal	 e	 os	Municípios	 definirão	 formas	
de colaboração, de modo a assegurar a universalização do 
ensino obrigatório.
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao 
ensino regular (BRASIL, 2010, p. 43)
Em suma, a Constituição de 1988, dispôs sobre diversos aspectos da 
Educação Brasileira, e serviu de base para novas discussões, determinando a 
elaboração de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que 
veremos a seguir. 
Para aprofundar seus estudos a respeito da Constituição de 
1988, sugerimos que você acesse o site:
http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/
CON1988_04.02.2010/CON1988.pdf
l) A Nova LDB – Lei Nº 9394/96
Em 1988, encaminhou-se à Câmara Federal um Projeto de Lei, escrito pelo 
Deputado Octávio Elísio, visando à criação de uma nova LDB. No ano seguinte, o 
Deputado Jorge Hage enviou à Câmara um substitutivo ao Projeto e, em 1992, o 
Senador Darcy Ribeiro apresentou um novo Projeto que acabou sendo aprovado 
em dezembro de 1996, oito anos após o encaminhamento do primeiro projeto. 
Em relação à nova LDB, iremos nos ater ao conteúdo que diz respeito à 
educação infantil e ao ensino fundamental. Conforme descreve a lei:
Seção II
Da Educação Infantil
Art. 29º. A educação infantil, primeira etapa da educação 
básica,	 tem	 como	 finalidade	 o	 desenvolvimento	 integral	 da	
criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, 
29
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
psicológico, intelectual e social, complementando 
a ação da família e da comunidade.
Art. 30º. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para 
crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis 
anos de idade.
Art. 31º. Na educação infantil a avaliação far-se-á 
mediante acompanhamento e registro do seu 
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, 
mesmo para o acesso ao ensino fundamental 
(BRASIL, 2004a, p. 12).
A Educação Infantil, como uma das categorias de ensino, deve ser 
considerada um grande avanço, pois supera a ideia de creches (como depósitos 
de crianças) e torna-as um espaço educativo. A partir disso, começa-se a ver os 
profissionais	dessa	área	como	educadores	e	não	apenas	cuidadores, exigindo-
lhes	formação	específica	para	atuação	na	área.	Conforme	dita	a	lei:
Seção III
Do Ensino Fundamental
Art. 32º. O ensino fundamental, com duração 
mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na 
escola pública, terá por objetivo a formação 
básica do cidadão, mediante:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, 
tendo como meios básicos o pleno domínio da 
leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, 
do sistema político, da tecnologia, das artes e dos 
valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de 
aprendizagem, tendo em vista a aquisição de 
conhecimentos e habilidades e a formação de 
atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de 
solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se 
assenta a vida social.
§ 1º. É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino 
fundamental em ciclos.
§ 2º. Os estabelecimentos que utilizam progressão regular 
por série podem adotar no ensino fundamental o regime 
de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do 
A Educação Infantil, 
como uma das 
categorias de 
ensino, deve ser 
considerada um 
grande avanço, 
pois supera a 
ideia de creches 
(como depósitos de 
crianças) e 
torna-as um 
espaço educativo. 
O ensino 
fundamental visa 
a desenvolver no 
aluno a capacidade 
de aprender, 
o domínio da 
leitura, da escrita, 
do cálculo, 
desenvolver a 
capacidade de 
aprendizagem, o 
fortalecimento dos 
vínculos de família, 
de solidariedade 
e de tolerância 
recíproca na 
vida social. 
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
30
processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do 
respectivo sistema de ensino.
§ 3º. O ensino fundamental regular será ministrado em 
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a 
utilização de suas línguas maternas e processos próprios de 
aprendizagem.
§ 4º. O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino 
a distância utilizado como complementação da aprendizagem 
ou em situações emergenciais (BRASIL, 2004a, p. 12 e 13).
Em suma, de acordo com a LDB, o ensino fundamental visa a desenvolver 
no aluno a capacidade de aprender, o domínio da leitura, da escrita, do cálculo, 
desenvolver a capacidade de aprendizagem, o fortalecimento dos vínculos 
de família, de solidariedade e de tolerância recíproca na vida social. O ensino 
fundamental pode ser dividido em ciclos e deve ser presencial, permitindo 
complementação dos estudos, por meio de ensino a distância.
Após a Constituição de 1988 e a LDB/96, conforme foram surgindo novos 
direcionamentos para a política educacional, o estímulo à participação das 
comunidades nas instituições escolares e centros de educação infantil, bem 
como a descentralização do poder do diretor, foram aumentando a visão da 
escola como espaço de construção de cidadania, de práticas emancipadoras e 
de formação humana.
Como forma de aprofundar os estudos a respeito da LDB, 
sugerimos que você acesse o site:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf
O	Ensino	Fundamental	de	9	Anos
Vejamos agora, as principais mudanças na educação básica, com a 
implantação do ensino fundamental de nove anos de acordo com o documento do 
MEC: Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações Gerais:
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Conforme o PNE, a determinação legal (Lei nº 10.172/2001, meta 2 do 
Ensino Fundamental) de implantar progressivamente o Ensino Fundamental de 
nove anos, pela inclusão das crianças de seis anos de idade, tem duas intenções: 
31
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
“oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da 
escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no 
sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando 
maior nível de escolaridade”. 
O PNE estabelece, ainda, que a implantação progressiva do 
Ensino Fundamental de nove anos, com a inclusão das crianças de 
seis anos, deve se dar em consonância com a universalização do 
atendimento na faixa etária de 7 a 14 anos. Ressalta também, que esta 
ação requer planejamento e diretrizes norteadoras para o atendimento 
integral da criança em seu aspecto físico, psicológico, intelectual 
e social, além de metas para a expansão do atendimento, com 
garantia de qualidade. Essa qualidade implica assegurar um processo 
educativo respeitoso e construído com base nas múltiplas dimensões 
e	na	especificidade	do	tempo	da	infância,	do	qual	também	fazem	parte	
as crianças de sete e oito anos. [...] (BRASIL, 2004b, p. 14-15).
Assim, a partir da implantação do ensino fundamental de nove anos, sugere-
se uma nomenclatura comum às diferentes formas de organização dos níveis 
de ensino, anteriormente chamados de séries, ciclos, entre outros, passando a 
denominar-se de:
Quadro 1 – Nomenclatura atualdo ensino fundamental
Ensino Fundamental de Nove Anos
 Anos Iniciais Faixa Etária
 1º Ano 6 anos
 2º Ano 7 anos
 3º Ano 8 anos
 4º Ano 9 anos
 5º Ano 10 anos
 Anos Finais Faixa Etária
 6º Ano 11 anos
 7º Ano 12 anos
 8º Ano 13 anos
 9º Ano 14 anos
Fonte: Elaborado pelas autoras com base no documento Ensino 
Fundamental de Nove Anos: Orientações Gerais (BRASIL, 2004b).
De acordo com o documento Ensino Fundamental de Nove Anos (BRASIL, 
2004b), a opção pela faixa etária dos 6 aos 14, ao invés da faixa etária dos 7 
aos 15 anos para o ensino fundamental de nove anos, tem como preceitos uma 
tendência atual das famílias e dos sistemas de ensino em incluir as crianças de 6 
Oferecer maiores 
oportunidades 
de aprendizagem 
no período da 
escolarização 
obrigatória e 
assegurar que, 
ingressando mais 
cedo no sistema 
de ensino, as 
crianças prossigam 
nos estudos, 
alcançando 
maior nível de 
escolaridade. 
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
32
anos na instituição escolar. Esta inclusão, de forma antecipada, é uma 
medida contextualizada que pode contribuir para uma mudança na 
estrutura e na cultura escolar. No entanto, deixa claro “que não se trata 
de transferir para as crianças de seis anos os conteúdos e atividades 
da tradicional primeira série, mas de conceber uma nova estrutura de 
organização dos conteúdos em um ensino fundamental de nove anos, 
considerando	o	perfil	de	seus	alunos”	(BRASIL,	2004b,	p.	17).	
O objetivo de um maior número de anos de ensino obrigatório 
é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de 
convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, 
com isso, uma aprendizagem mais ampla. É evidente que a 
maior aprendizagem não depende do aumento do tempo de 
permanência	na	escola,	mas	sim,	do	emprego	mais	eficaz	do	
tempo. No entanto, a associação de ambos deve contribuir 
significativamente	 para	 que	 os	 educandos	 aprendam	 mais.	
Seu ingresso no Ensino Fundamental obrigatório não pode 
constituir-se em medida meramente administrativa. O cuidado 
na sequência do processo de desenvolvimento e aprendizagem 
das crianças de seis anos de idade implica o conhecimento e a 
atenção às suas características etárias, sociais e psicológicas. 
As orientações pedagógicas, por sua vez, estarão atentas a 
essas características para que as crianças sejam respeitadas 
como sujeitos do aprendizado (BRASIL, 2004b, p. 17 e 18).
Para ler o documento na íntegra, você pode acessar:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf
Algumas	Considerações	
Neste capítulo, você pôde conhecer alguns conceitos de gestão, tendo por 
base os estudos de Wittmann, Ferreira, Gracindo e Franco, os quais versam 
sobre uma gestão de educação que visa a formação humana. Pôde também, 
conhecer sobre o surgimento da expressão educação básica, entre a década 
de	80	e	90,	mais	especificamente	após	a	Conferência	Mundial	de	Educação	
para Todos, ocorrida em Jomtien, na Tailândia, em março de 1990. Sobre a 
atuação de um gestor em uma instituição de ensino, você conheceu um pouco 
sobre cada uma das suas funções: Gestão Política, Gestão Administrativa e 
Gestão Pedagógica, as quais serão aprofundadas no decorrer deste caderno 
de estudos. 
O objetivo de 
um maior número 
de anos de 
ensino obrigatório 
é assegurar a 
todas as crianças 
um tempo mais 
longo de convívio 
escolar, maiores 
oportunidades de 
aprender 
e, com isso, 
uma aprendizagem 
mais ampla. 
33
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais no Brasil
 Capítulo 1 
Revisitou momentos históricos da educação brasileira, desde a chegada dos 
jesuítas ao Brasil até o surgimento da Constituição de 1988, da LDB 9394/96, e 
das mudanças ocorridas no Ensino Fundamental de Nove Anos. Estes aspectos 
são importantes para os estudos que realizaremos no próximo capítulo sobre a 
administração da Educação Infantil e Anos Iniciais, em que discutiremos o papel 
da gestão dos anos iniciais do ensino fundamental de 09 anos.
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e 
Brasil. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006. 
______. História da Educação: São Paulo: Moderna, 1996.
BOAAVENTURA, Roberta Silva. A gestão escolar na perspectiva da inclusão. 
2008. 122 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Educação, Universidade do 
Oeste Paulista, Presidente Prudente, 2008.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Texto 
consolidado até a Emenda Constitucional nº 64 de 04 de fevereiro de 2010. 
Brasília: Ed. Senado Federal: Secretaria especial de editoração de publicações, 
2010. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/
CON1988_04.02.2010/CON1988.pdf>. Acesso em: 07 jul. 2010.
______. Lei de Diretrizes e bases da educação nacional: Lei n. 9.394. 8. Ed. 
Rio de Janeiro: DP&A, 2004a. (Coleção Legislação Brasileira)
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino 
Fundamental de Nove Anos: Orientações Gerais. Coordenação Geral do Ensino 
Fundamental. Brasília: MEC, SEB, 2004b.
FRANCO, Maria Estela Dal Pai; WITTMANN, Lauro Carlos. Experiências 
inovadoras / exitosas em administração da educação nas regiões 
brasileiras. Brasília: ANPAE, 1998.
FERREIRA, Naura Syria Carapetto. Gestão democrática da educação: 
ressignificando	conceitos	e	possibilidades.	In:	FERREIRA,	Naura	Syria	
Carapetto; AGUIAR, Márcia Ângela da S. (Org.). Gestão da educação: 
impasses, perspectivas e compromissos. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2004. p. 295-
317.
FIORI, Neide Almeida. Aspectos da evolução do ensino público: ensino 
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
34
público e política de assimilação cultural no estado de Santa Catarina nos 
períodos imperial e republicano. Florianópolis: EDEME, 1975. 
GIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 
2006.
PENIN,	S.	T.	de	S.;	VIEIRA,	S.	L.	Refletindo	sobre	a	função	social	da	escola.	In:	
DAVIS, C. et.al.; VIEIRA, S. L. (Orgs.). Gestão da escola:	desafios	a	enfrentar.	
Rio de Janeiro DP&A, 2002.
UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das 
necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, 1990. Disponível em: <http://
unesdoc.unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf>. Acesso em: 20 jun. 
2010.
WITTMANN, L. C. Gestão da educação:	nova	configuração	teórico-histórica	–	
verbetes. Blumenau, FURB, PPGE/ME, EduPesquisas, 2001. (Texto fornecido 
em sala de aula)
WITTMANN, L. C; GRACINDO, R .V. (Coords.). O estado da arte em política 
e gestão da educação no Brasil: 1991 a 1997. Brasília: ANPAE, Campinas: 
Autores Associados, 2001.
CAPÍTULO 2
Gestão	da	Educação	Infantil	e	Anos	
Iniciais	na	Escola
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Compreender os fundamentos que norteiam o processo de construção 
da administração da educação infantil e anos iniciais. 
 3 Examinar os elementos constitutivos das práticas em administração da 
educação infantil e anos iniciais na escola. 
 3 Discutir o papel da gestão da educação infantil e anos iniciais no 
processo de evolução teórico prática da administração da educação. 
37
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais na Escola
 Capítulo 2 
Contextualização
Para iniciar o nosso estudo, partimos do princípio de que todo ser humano 
ao nascer, não está pronto e acabado, mas vai se educando e constituindo-se à 
medida que cresce a partir das relações que estabelece e que são estabelecidas 
com o mundo à sua volta. Todas as relações estabelecidas, sejam a partir de 
contatos, estímulos e experiências contribuem para o processo educativo e deste 
para o evolutivo. 
Diante destas primeiras considerações, pesquisas têm demonstrado 
que o modo como as relações são construídas, muitas vezes, interferem 
na aprendizagem. Cada pessoa possui singularidades, característicasque 
diferenciam umas das outras.
A partir das experiências de vida de cada pessoa e das relações que são 
construídas cotidianamente, é possível estabelecer alguns caminhos que 
auxiliam nos estudos e na compreensão da evolução teórico prática da gestão da 
educação infantil e anos iniciais. Neste sentido, este capítulo apresenta algumas 
reflexões	diretamente	relacionadas	com	o	campo	da	gestão	da	educação	infantil	e	
anos	iniciais	na	escola,	a	fim	de	ampliar	seus	conhecimentos	e,	possibilidades	de	
atuação	profissional.
Nosso estudo está centrado na formação humana, na garantia da emancipação 
da pessoa e na qualidade social da educação como elementos constitutivos das 
práticas	em	administração	da	educação	e	de	todos	os	profissionais	que	atuam	na	
educação e, que por isso, fazem a Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais. 
Qual	é	o	Sentido	da	Educação?
Você já parou para pensar sobre o sentido de ser da administração da 
educação infantil e anos iniciais? Quais são os princípios que fundamentam 
esse período de educação? Neste capítulo, discutiremos os fundamentos que 
norteiam a gestão da educação infantil e anos iniciais, a partir do sentido de ser 
da educação.
Entendemos que a educação constitui-se por um processo que leva as 
pessoas a se construírem mais autônomas, o qual ocorre a partir das relações que 
estabelecemos e que são estabelecioas com as outras pessoas. Nesta relação 
ampliam-se	conhecimentos,	valores,	culturas	e	hábitos.	Afinal,	somos	o	resultado	
de todas as relações que nos constituem e que nos constituíram como pessoa.
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
38
De acordo com Moran (2007, p. 59),
A educação é fundamentalmente um processo de comunicação 
e de informação e de troca entre pessoas. Educar é colaborar 
para que professores e alunos - nas escolas e organizações 
- transformem suas vidas em processos permanentes de 
aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua 
identidade,	 do	 seu	 caminho	 pessoal	 e	 profissional,	 do	 seu	
projeto de vida, no desenvolvimento de habilidades de 
compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam 
encontrar	 seus	 espaços	 pessoais,	 sociais	 e	 profissionais	 e	
tornar-se cidadãos realizados e produtivos.
Já a palavra sentido	 tem	 inúmeros	 significados	 e	 se	 relaciona	 com	 os	
motivos de quem busca algo. Segundo o dicionário eletrônico Houaiss (2001) da 
Língua Portuguesa, a palavra sentido	significa	aquilo	que	se	pretende	alcançar	
quando se realiza uma ação, um propósito.
Em se tratando de educação podemos dizer que o sentido está 
vinculado diretamente com algo que se pretende alcançar, ou seja, 
tornar-se sujeito. Wittmann (2006, p.2) adverte que “a escola como 
instância	 de	 construção	 humana,	 tem	 especificidades	 radicalmente	
diferentes de outras instituições e organizações”. Assim, o sentido 
de ser da educação, está relacionado diretamente com a formação 
humana, formação de gente, de pessoas críticas, criativas e 
autônomas.
Assumir	o	compromisso	de	educar	significa	materializar	nas	ações	
cotidianas os princípios constitutivos das práticas em administração da educação 
infantil e anos iniciais, ou seja, garantir a materialização de práticas voltadas para 
a formação humana. O ser humano não nasce pronto, vai se constituindo segundo 
o modo como as relações vão sendo estabelecidas.
As práticas voltadas para a formação humana levam as pessoas a 
desenvolverem o espírito de equipe, de cooperação e amplia o nível de 
consciência do indivíduo. Para construí-las se faz necessário saber como ocorrem 
os processos de construção do conhecimento e de que modo o processo ensino 
aprendizagem pode contribuir nessa direção.
Para Freire (1991, p.58) “ninguém começa a ser educador numa certa terça-
feira às quatro da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. 
A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, 
na	 prática	 e	 na	 reflexão	 sobre	 a	 prática”.	 A	 partir	 das	 colocações	 de	 Freire,	
chegamos à conclusão de que para ser educador se faz necessário além 
da	 prática,	 um	 constante	 processo	 de	 reflexão	 sobre	 a	 mesma	 de	modo	 que	
possibilite	melhor	qualificá-la.
O sentido de ser 
da educação, 
está relacionado 
diretamente com a 
formação humana, 
formação de gente, 
de pessoas 
críticas, criativas 
e autônomas.
39
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais na Escola
 Capítulo 2 
Na	continuidade	dessas	reflexões	utilizamos	o	conceito	proposto	por	Moran	
(2007,	p.59)	o	qual	afirma	que	educar	consiste	em:
[...] ajudar a desenvolver todas as formas de comunicação, 
todas as linguagens: aprender a dizer-nos, a expressar-nos 
claramente e a captar a comunicação do outro e a interagir 
com ele. É aprender a comunicar-nos verdadeiramente: a ir 
tornando-nos mais transparentes, expressando-nos com todo 
o corpo, com a mente, com todas as linguagens, verbais e não 
verbais, com todas as tecnologias disponíveis.
Podemos acrescentar ainda que educar consiste em observar e 
considerar nas ações educativas, as várias dimensões constitutivas 
do ser humano. Entre elas, a cognitiva, emocional, espiritual, 
psicológica, social.
Para	auxiliar	nas	 reflexões	em	torno	da	 formação	humana	e	do	
campo	específico	da	construção	das	práticas	em	gestão	da	educação	
infantil e anos iniciais utilizamos o conceito de escola proposto por 
Wittmann (2006, p.2), o qual adverte que:
[...] a escola é uma instância social indispensável 
e insubstituível para este desenvolvimento 
formativo do devir humano. Este é o sentido 
da educação básica: a construção do princípio humano, 
da radicalidade originante do devir humano como gente. 
Não nascemos gente, produzimo-nos e forjamo-nos gente, 
ativando nossa base biológica, na complexidade das relações 
sociais. A escola é a instituição social que tem por função 
oferecer condições objetivas para este desenvolvimento. Ela 
constitui o útero social para mediar, de um lado, a inscrição 
crítica da pessoa na cultura de seu tempo e espaço e, ao 
mesmo tempo, mediar a construção das competências para a 
inscrição original e autônoma no mundo.
De	 acordo	 com	 as	 afirmações	 citadas,	 podemos	 dizer	 ainda,	
que a escola é uma instituição importante para aprender a conviver 
socialmente. Nela aprende-se, além dos conhecimentos escolares, o 
respeito por si e pelo outro. Por isso, é um ambiente propício para que 
os estudantes se construam conscientes de seus direitos e deveres.
Nesse sentido ainda, observa-se que a formação humana implica 
em oportunizar condições para que as crianças e adolescentes se 
construam mais autônomos, vivenciem experiências que possibilitem 
ampliar a capacidade de pensar, de agir sobre o mundo. 
Destacamos que a gestão da mediação pedagógica no processo 
ensino aprendizagem é um movimento que possibilita perceber o aluno, 
Educar consiste 
em observar 
e considerar 
nas ações 
educativas, as 
várias dimensões 
constitutivas do 
ser humano. Entre 
elas, a cognitiva, 
emocional, 
espiritual, 
psicológica, social.
Formação 
humana implica 
em oportunizar 
condições para 
que as crianças 
e adolescentes 
se construam 
mais autônomos, 
vivenciem 
experiências que 
possibilitem ampliar 
a capacidade de 
pensar, de agir 
sobre o mundo. 
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
40
e percebendo-o, passamos a conhecer melhor, o que amplia as possibilidades 
e condições para interagir com ele, possibilitando assim, realizar experiências 
que	 permitam	 promover	 aprendizagens	 significativas.	 Essas	 condições	 são	
importantes	 e	 imprescindíveis	 para	 todos	 os	 profissionais	 da	 educação	 que	
pensam e agem na direção da construção de uma educação de qualidade.
Nesse contexto ainda, a prática da cooperação entre os envolvidos 
é de fundamental importância para o processo de gestão da educação 
infantil e anos iniciais na escola e centros de educação infantil; pois, 
reflete	 a	 responsabilidade	 e	 o	 compromisso	 assumidopelo	 grupo,	
além de expressar formas de interação e de relacionamento entre as 
pessoas. 
Você já parou para refletir sobre o que é cooperação? O que 
caracteriza a cooperação?
De acordo com Macedo (2005, p. 138), a cooperação “é um 
princípio pedagógico pelo qual todos estão envolvidos, incluídos em 
uma mesma tarefa ou projeto. Cada qual colabora com sua parte ou 
função,	 mas	 todos	 estão	 envolvidos”.	 Segundo	 estas	 afirmações,	
podemos dizer que a cooperação consiste num movimento que se constitui pelo 
envolvimento	de	todos	os	profissionais	na	construção	e	articulação	de	um	projeto	
pedagógico assumido por todos os integrantes do ambiente escolar. Entre eles, 
o diretor, coordenação pedagógica, professores, funcionários, estudantes, pais e 
comunidade local. Assumindo a responsabilidade de fazer da gestão da educação 
um processo que depende de todos os envolvidos.
Destacamos ainda que, uma das características das práticas voltadas para a 
formação humana consiste em práticas que promovam a liberdade de 
expressão e a responsabilidade, porque impulsionam a construção da 
autonomia e a identidade do ser. A liberdade de expressão vivenciada 
em sala de aula requer o apoio indispensável do professor, que por sua 
vez,	é	um	dos	profissionais	responsáveis	pela	condução	do	processo	e	
pela gestão da educação na escola. 
As práticas de administração da educação que buscam caminhar 
no sentido da evolução teórica prática da educação, não podem ser 
autoritárias, submissas ou castradoras. São fundamentadas na busca 
da construção da autonomia do educando. De acordo com Morin (2007, 
p.62), “o autoritarismo na maior parte das relações interpessoais, grupais 
A prática da 
cooperação entre 
os envolvidos é 
de fundamental 
importância para o 
processo de gestão 
da educação infantil 
e anos iniciais 
na escola e centros 
de educação 
infantil; pois, reflete 
a responsabilidade 
e o compromisso 
assumido 
pelo grupo.
A liberdade 
de expressão 
vivenciada em sala 
de aula requer o 
apoio indispensável 
do professor, que 
por sua vez, é um 
dos profissionais 
responsáveis 
pela condução do 
processo e pela 
gestão da educação 
na escola. 
41
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais na Escola
 Capítulo 2 
e organizacionais espelha o estágio atrasado que nos encontramos individual 
e coletivamente no desenvolvimento humano, no equilíbrio social, no equilíbrio 
pessoal no amadurecimento social”. Educar para a autonomia e para a liberdade 
envolve processos participativos e interativos, que respeitem as diferenças e que se 
apoiem em aprendizagens mais autônomas.
Moran (2006), observa que nos diversos grupos e organizações 
que	 participamos,	 entre	 eles,	 os	 educacionais,	 profissionais,	 e	
familiares, é possível encontrar duas formas de gerenciamento. Uma 
delas tende para o autoritarismo e outra para a participação. No 
gerenciamento autoritário, as relações são construídas de cima para 
baixo, o controle pode ser pessoal ou burocrático, segundo ele “as 
interações	autoritárias	camufladas	perpetuam	o	controle	e	dificultam	a	
nossa evolução pessoal, grupal e institucional” (MORAN, 2006, p. 60). 
Por outro lado, no gerenciamento participativo, existe organização, 
transparência,	 as	 normas	 são	 claras	 e	 implícitas,	 há	 flexibilidade,	
comunicação, e o trabalho ocorre de modo cooperativo “Educadores e gestores 
mais	abertos,	confiantes,	bem	resolvidos	podem	compreender	e	implantar	novas	
formas de relacionamento e de cooperação no processo de ensinar e aprender” 
(MORAN, 2006, p. 60).
Atividade de Estudos: 
1) Caro(a) pós-graduando(a), após o estudo sobre o sentido de ser 
da educação, crie um conceito de formação humana, considerando 
os conceitos estudados e a realidade em que vive.
 ______________________________________________________
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 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
No gerenciamento 
participativo, existe 
organização, 
transparência, 
as normas são 
claras e implícitas, 
há flexibilidade, 
comunicação, e o 
trabalho ocorre de 
modo cooperativo.
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
42
Metas	das	Práticas	da	Gestão	da	
Educação	Infantil	e	Anos	Iniciais
As metas das práticas da gestão da educação infantil e anos iniciais e da 
educação básica como um todo, consistem num processo que envolve a 
construção da própria evolução da educação. Essas metas têm como propósito 
garantir, além da formação humana, a emancipação da pessoa e a busca pela 
qualidade	social	da	educação.	A	figura	2	mostra	a	dimensão	das	metas.
Figura 2 – Metas das práticas da gestão da educação infantil e anos iniciais
 
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A	partir	 da	análise	da	figura	2	podemos	observar	que	as	metas	
das práticas da gestão da educação infantil e anos iniciais têm como 
propósito promover a formação humana, garantir a emancipação da 
pessoa e a busca pela qualidade social da educação.
As teorias que envolvem as práticas da administração da 
educação infantil e anos iniciais, no Brasil, passaram por momentos e 
movimentos que impulsionaram mudanças teórico e práticas no modo 
de organização e de gestão da educação no Brasil, como já vimos no 
capítulo I.
As práticas da gestão da educação infantil e anos iniciais no seu 
processo de evolução iniciou como um movimento distante da construção da 
prática pedagógica, sem a preocupação com o educar e o cuidar. Em decorrência 
Garantir a
emancipação da 
pessoa
A construção de
práticas voltadas 
para a formação 
humana
Qualidade
Social da Educação
Metas da
Gestão da
Educação 
Infantil e
Anos Iniciais
As metas das 
práticas da gestão 
da educação 
infantil e anos 
iniciais têm como 
propósito promover 
a formação 
humana, garantir 
a emancipação da 
pessoa e a busca 
pela qualidade 
social da educação.
43
Gestão da Educação Infantil 
e Anos Iniciais na Escola
 Capítulo 2 
disso, muitas práticas foram sendo instituídas sem a preocupação com o 
desenvolvimento da infância e da aprendizagem. 
Saiba mais sobre a gestão da educação na América Latina. Leia:
SANDER, Benno. Gestão da educação na América Latina: 
construção e reconstrução do conhecimento – Campinas, Autores 
Associados, 1995. 
KRAMER. S. A. A infância e sua singularidade. In: BRASIL. Ministério 
da Educação. Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações 
para a inclusão de crianças de 6 anos de idade. Brasília, DF, 2006. 
p.19-21
Você já parou para pensar sobre o que constitui as teorias da 
administração da educação? Quais os princípios que fundamentam 
(que norteiam) a gestão da educação, na atualidade? 
Inicialmente,	vamos	abordar	aspectos	referentes	à	configuração	histórica	da	
administração da educação infantil e anos iniciais que vão orientar o debate sobre 
a evolução teórica e prática da administração da educação.
Para início da discussão retomamos a história da educação escolar no 
Brasil, que por muitos e muitos anos foi entendida como campo ideal de aplicação 
das teorias gerais da administração. Nesse contexto, a escola era pensada e 
administrada como se fosse uma empresa. Essa perspectiva teórica da escola 
ser administrada como se fosse uma empresa passou por diversos paradigmas.
Paradigma – Segundo Bordignon e Gracindo (2004) “paradigma 
representa	uma	visão	de	mundo,	uma	filosofia	social,	um	sistema	de	
ideias construído e adotado por um determinado grupo social.”
 Gestão da Educação Infantil e Anos Iniciais
44
A administração da educação teve início com as teorias da ciência 
administrativa

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