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DEPENDENCIA DE SUBSTÂNCIA PSICOATIVAS Graças Martins Estácio de Macapá Conceitos O que é dependência a uma droga? ➢O uso e a necessidade, tanto física quanto psicológica, de uma substância psicoativa, apesar do conhecimento de seus efeitos prejudiciais à saúde. ➢Existência de um padrão de auto-administração que, geralmente, resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo para consumir a droga”. ✓ Fonte: OMS e Associação Americana de Psiquiatria Conceitos ➢Dalgalarrondo (2008, p. 342), os quadros de intoxicação, abuso e de dependência de álcool e outras substâncias psicoativas caracterizam-se por uma forma particular de relação entre os seres humanos por apresentarem uma ação específica sobre o sistema nervoso central (SNC) e, consequentemente, sobre o psiquismo. ➢ ➢ Intoxicação – é uma síndrome reversível que provoca alterações comportamentais ou mentais, com prejuízos do nível de consciência e outras alterações cognitivas, beligerância, agressividade e humor instável, causada por substância psicoativa recentemente ingerida. Abuso – uso recorrente ou contínuo de uma substancia psicoativa. Uso lesivo ou mal adaptativo. Causa prejuízos ou sofrimento clinicamente significativo. . Classificação das drogas Conceitos ➢ Uso nocivo – de substâncias psicoativas é mais restrito que o abuso. É um padrão de uso que causa danos à saúde física (esofagite ou hepatite alcoólica, bronquite por tabagismo) ou mental (depressão associada a pesado consumo de álcool). Dependência – a substância psicoativa é definida como um padrão mal adaptativo de uso. A pessoa gasta muito tempo (interesse afetivo) em atividades que implicam em obtenção ou consumo da substância. O sujeito abandona outras atividades sociais, pessoais e ocupacionais que não envolvam o consumo. A dependência pode ser: . Dependência ➢ a) Física – o corpo apresenta distúrbios físicos quando o uso é interrompido. b) Dependência comportamental ou psíquica – é a compulsão ao uso de substância. O sujeito busca a obtenção do prazer ou a diminuição do desconforto. Quando o sujeito não consegue obter a substância, experimenta ansiedade, desconforto geral, raiva, insônia. c) Síndrome de abstinência – é o conjunto de sinais e sintomas que ocorrem horas ou dias após o sujeito cessar ou reduzir o uso de substâncias que vinham sendo consumidas de forma pesada e contínua. Dependência a uma Droga ➢Classificado e abordado como agravo; ➢Grupo de transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substância psicoativa da CID 10ª revisão, OMS 1997. Conceitos O que são drogas psicoativas ? ➢ São substâncias naturais ou sintetizadas que ao serem ingeridas produzem alterações no SNC, modificando, assim, estado emocional e comportamental; ➢ Por serem psicoativas produzem prazer, o que pode induzir ao abuso e dependência. Conceitos Substância psicoativas ➢As substâncias psicoativas – qualquer substância química ingerida que modifique uma ou várias funções do Sistema Nervoso Central (SNC), como álcool, maconha, cocaína, café, chá, diazepam, nicotina, heroína – produzem uma sensação de prazer ou excitação, pois estão vinculadas às áreas de recompensa do cérebro. (Dalgallarondo, 2008;Costa, 2017) ➢ . Diagnóstico de Dependência ➢ Presença de 3 ou mais sintomas no último ano. 1. Forte desejo para consumir (compulsão); 2. Dificuldade de controlar o uso em termos de início, término ou nível de consumo(falta de controle); 3. Reações físicas com a retirada como: ansiedade, distúrbio do sono, depressão e convulsões (abstinência); 4. Necessidade de doses maiores (tolerância); 5. Abandono progressivo de outros prazeres e interesses e aumento de tempo para uso e/ou se recuperar dos efeitos (relevância); 6. Persistência no uso apesar das conseqüências (perda da crítica). Ação das Drogas no S.N.C. ➢ DROGAS DEPRESSORAS - diminuem a atividade mental. Afetam o cérebro, fazendo com que funcione de forma mais lenta. Essas drogas diminuem a atenção, a concentração, a tensão emocional e a capacidade intelectual. Ex. tranqüilizantes, álcool, cola, morfina, heroína. ➢ DROGAS ESTIMULANTES - aumentam a atividade mental. Afetam o cérebro, fazendo com que funcione de forma mais acelerada. Ex. nicotina, cafeína, anfetamina, cocaína, crack ➢ DROGAS ALUCINÓGENAS - alteram a percepção, provocando distúrbios no funcionamento do cérebro, fazendo com que ele passe a trabalhar de forma desordenada, numa espécie de delírio. Ex. LSD, ecstasy, maconha. Promoção da Saúde ➢Contrabalançar Autonomia x Proteção; ➢ Risco Coletivo x Direito Individual; ➢Intersetorialidade e os múltiplos saberes; ➢Hábitos de Vida, a cultura local e seus valores; ➢A interferência da propaganda; ➢A questão lúdica da droga. Prevenção ➢Conceito de risco, fatores de risco e população de risco; ➢Dimensionamento do problema na área de atuação e as prioridades para intervenção, planejamento; ➢Atividades nos domicílios, na comunidade e seus aparelhos, nas escolas, nos ambientes de trabalho e nas unidades de saúde; ➢A questão legal e os limites de uso; ➢Uso / Abuso / Dependência. Diagnóstico e Tratamento ➢ Utilização de protocolos testados e/ou roteiros adaptados, pela alta prevalência, sempre pesquisar; ➢ Estratégias para os principais problemas: 1. Tabagismo; 2. Alcoolismo; 3. Benzodiazepínicos; 4. Drogas Ilícitas. Tabagismo A nicotina como droga ➢Propriedades psicoativas; ➢ Padrão de auto administração; ➢ Compulsão; ➢ Tolerância farmacológica; ➢ Síndrome de abstinência. Por que as pessoas continuam a fumar? “ Para relaxar, pelo sabor, para preencher o tempo, para fazer alguma coisa com as mãos. Mas na maioria dos casos, as pessoas fumam porque sentem que deixar de fumar é muito difícil. ” Phillip Morris:apresentação interna, 1984 “Nicotina causa dependência. Portanto nosso negócio é vender nicotina, uma droga que causa dependência e é efetiva no alívio do estresse.” Addison Yeaman, Brown & Williamson, 17 de julho de 1963 Ciclo da dependência da nicotina Uso para prazer, melhora da performance e regulação do humor Tolerância e dependência física Uso para auto- medicação de sintomas de abstinência Abstinência de nicotina produz sintomas Benowitz NL. Med Clin North Am. 1992; 76: 423. Dependência psicológica “Deixando de fumar privaria o espetáculo de seu interesse, a comida de seu sabor, o trabalho matinal de sua vivacidade e frescor. A vida se tornaria empobrecida.” “Para deixar de fumar seria necessário reduzir o cigarro a não mais do que ele mesmo: uma erva que se queima” Jean Paul Sartre Tabagismo – Enfoques para o Tratamento na ABS ➢Lugar que a droga ocupa na vida do tabagista (Crenças); ➢ A dependência do tabaco envolve riscos à vida do fumante, o que sugere uma intervenção breve; ➢ Na dependência do tabaco, o indivíduo não “se submete” ao tratamento, participa do processo; ➢ Deixar de fumar é o primeiro passo, o segundo é manter, e o que possibilita o alcance dessas metas é a mudança de comportamento. Abordagem Cognitiva Comportamental ➢Modelo de intervenção centrado na mudança de crenças e comportamentos que levam um indivíduo a lidar com uma determinada situação. ➢É o eixo central do tratamento, com ou sem o apoio medicamentoso. Ministério da Saúde - MS Instituto Nacional de Câncer - INCA Coordenação de Prevenção e Vigilância - Conprev Divisão de Programas de Controle do Tabagismo e outros Fatores de Risco de Câncer Por Que Esta Abordagem No Tratamento Do Tabagista ? ➢Participação ativa do paciente e do profissional de saúde; ➢ Orienta-se em metas que visam resolução do problema; ➢ Utilizada com eficácia no tratamento de outras dependências químicas; ➢ Visa ter um tempo limitado; ➢ As sessões são estruturadas; ➢ Ajuda o paciente identificar, avaliar e reestruturar os pensamentos; ➢ Não invalida que outros trabalhos sejam realizadosem seguida, após intervenção na “crise”. Postura na Abordagem do Fumante ➢ Empatia ➢ Respeito ➢Acolhimento Tratar Individualmente ou em Grupo? ➢Optar por tratamento em grupo porque o Programa usa esta interação para incentivar e apoiar as mudanças, sem estimular a dependência. ➢Optar por tratamento individual nas seguintes situações: ▪ Transtorno Psiquiátrico. ▪ Características de personalidade. ▪ Opção do paciente por individual. Apoio Medicamentoso ➢Objetivos ▪Minimizar os sintomas da síndrome de abstinência. ▪Deve ser sempre utilizado com a abordagem cognitivo-comportamental. Teste de Fagerström 1) Quanto tempo após acordar você fuma o primeiro cigarro? Dentro de 5 minutos = 3 Entre 6-30 minutos = 2 Entre 31-60 minutos = 1 Após 60 minutos = 0 2) Você acha difícil não fumar em lugares proibidos como igrejas, cinemas, ônibus, etc? Sim = 1 Não = 0 Teste de Fagerström 3) Qual o cigarro do dia que traz mais satisfação? O primeiro da manhã= 1 Outros = 0 4) Quantos cigarros você fuma por dia? Menos de 10 = 0 De 11 a 20 = 1 De 21 a 30 = 2 Mais de 31 = 3 5) Você fuma mais freqüentemente pela manhã? Sim = 1 Não = 0 Teste de Fagerström 6) Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar de cama? Sim = 1 Não = 0 ➢Grau de Dependência: 0 - 2 pontos = muito baixo 3 - 4 pontos = baixo 5 pontos = médio 6 - 7 pontos = elevado 8 - 10 pontos= muito elevado Situações Potenciais para o Uso do Apoio Medicamentoso ➢Fumantes de 20 ou mais cigarros por dia; ➢Quem fuma o 1º cigarro até 30 minutos após acordar e fuma, no mínimo 10 cigarros por dia; ➢Teste de Fagerström igual ou maior do que “score” 5; ➢Quem tentou parar com abordagem cognitivo- comportamental, e não conseguiu devido aos sintomas de abstinência insuportáveis; Alcoolismo ➢Estatísticas no Brasil e no mundo sugerem uma prevalência de 5-10% da população adulta; ➢ 9 - 32% dos leitos ocupados em hospitais gerais no Brasil apresentam padrão de consumo abusivo de álcool; ➢Alta prevalência X Baixo registro diagnóstico. As Bebidas Alcoólicas ➢ O etanol (álcool etílico ) é uma substância psicoativa com capacidade de produzir alterações no SNC, modificando o comportamento de quem usa e por ter efeito prazeroso, induz à repetição; ➢ São obtidas a partir de dois processos : fermentação e destilação; ➢ O teor alcoólico é medido em graus Gay-Lussac (GL) que equivale ao volume em ml de etanol / 100 ml da bebida; ▪ CERVEJA : 4 - 5 graus GL ▪ VINHO : 8 - 14 graus GL ▪ DESTILADAS : 40 - 50 graus GL Contra-indicação Absoluta ao Uso de Álcool ➢ Indivíduos que manejam veículos ou máquinas industriais; ➢ Gestantes principalmente no primeiro trimestre; ➢ Mulheres em fase de aleitamento; ➢ Crianças; ➢ Pacientes em uso de determinadas medicações com efeito sobre o SNC ou com comprovada reação adversa desta associação. Diagnóstico de Alcoolismo ➢ Deve ser investigado em todos os indivíduos que procurem atendimento, em face da alta prevalência; ➢ Investigar quadros clínicos que possam estar associados ao alcoolismo; ➢ Utilizar as 4 perguntas abaixo - questionário Cage : 1. Alguma vez sentiu que deveria diminuir ou parar de beber ? 2. As pessoas o/a aborrecem porque criticam o seu modo de beber ? 3. Você se sente culpado/a pela maneira com que bebe ? 4. Costuma beber pela manhã para diminuir o “nervosismo” ou a ressaca ? Duas respostas afirmativas - altamente indicativo de alcoolismo. Tratamento do Alcoolismo ➢ Três fases : 1. Abordagem; 2. Desintoxicação; 3. Manutenção. ➢ Abordagem ao paciente e sua família : ▪ Postura do profissional de saúde abordando a questão como um real problema de saúde; ▪ Fazer correlações dos problemas do paciente como uso do álcool; ▪ Informação da reversibilidade do quadro. A Desintoxicação – Onde Tratar? Fatores para tomada de decisão: ➢ Intensidade do quadro; ➢Nível das complicações clínicas e psíquicas; ➢Nível da aceitação do paciente a sua realidade; ➢Nível da retaguarda familiar e assistencial existente. Roteiro para o Tratamento do Alcoolismo na ABS ➢ Identificar se existe dependência; ➢ Identificar distúrbios de personalidade e “deficit”de inteligência; ➢ Identificar necessidades de tratamento de outros diagnósticos psiquiátricos associados; ➢ Avaliar a dinâmica familiar, apoio ou dificuldades; ➢ Identificar possibilidades de adaptação social e problemas ocupacionais; ➢ Identificar e tratar complicações clínicas. Dependência aos Benzodiazepínicos (BZDs) ➢Amplamente prescritos no tratamento dos transtornos ansiosos durante todos os anos 70, como uma opção segura e de baixa toxicidade. ➢O consumo em larga escala ao final dos anos 70 permitiu a detecção de potencial risco de dependência entre os usuários. ➢Hoje os BDZs possuem indicações precisas para controle da ansiedade e co-adjuvante dos principais transtornos psiquiátricos, mas continuam sendo prescritos de modo indiscriminado.2 Epidemiologia do Uso de BZD ➢ 50 milhões de pessoas fazem uso diário de BZDs, mais em mulheres > 50 anos, com problemas médicos e psiquiátricos crônicos. ➢ Os BZDs são responsáveis por cerca de 50% de toda a prescrição psicotrópicos. ➢ Atualmente 10% dos adultos recebem prescrições de BZDs, a maioria destas feitas por clínicos e estima-se que todo clínico tenha clientes dependentes de BZDs. ➢ 50% gostariam de parar o uso, e 30% pensam que o uso é estimulado pelos médicos. Problemas no Uso de BZDs ➢ Sonolência excessiva diurna (“ressaca”) ➢ Piora da coordenação motora fina; ➢ Piora da memória (amnésia); ➢ Tontura, zumbidos; ➢ Quedas e risco de acidentes no trânsito; ➢ Reação Paradoxal, excitação, agressividade e desinibição, mais freqüente em crianças, idosos e deficientes mentais; ➢ Anestesia Emocional, indiferença afetiva a eventos da vida; ➢ 50% de quem usa por mais de um ano, usam por 5 a 10 anos. Custos sócio-econômicos do uso por 1 ano ou mais ➢ Risco aumentado de acidentes: no tráfego, em casa, no trabalho; ➢ Risco aumentado de overdose em combinação com outras drogas; ➢ Risco aumentado de tentativas de suicídio, especialmente em depressão; ➢ Risco de atitudes anti-sociais e contribuição para problemas na interação interpessoal; ➢ Redução da capacidade de trabalho, desemprego; ➢ Custo com internações, consultas, exames. Sinais Menores da Síndrome de Abstinência por BDZ ➢Tremores, Sudorese e Palpitações; ➢Letargia; ➢Anorexia, Náuseas e Vômitos; ➢ Sintomas gripais; ➢Cefaléia e Dores musculares; ➢ Insônia, Irritabilidade e Dificuldade de concentração; ➢ Inquietação, Agitação e Pesadelos; ➢Prejuízo da memória; ➢Despersonalização/desrealização. Sinais Maiores da Síndrome de Abstinência por BDZ ➢Convulsões ➢Alucinações ➢Delirium Tratamento da Dependência a BZD ➢A melhor técnica é a retirada gradual da medicação; ➢Reduzir um quarto da dose por semana até a retirada, em torno de 6 a 8 semanas; ➢Retirar 50% da dose nas primeiras 2 semanas; ➢ Substituir por BZDs de meia-vida longa como o Diazepam ou Clonazepam; ➢Medidas não-farmacológicas, suporte psicológico Dependência de Drogas Ilícitas - Cocaína ➢ Ingerida ou aspirada, a cocaína age sobre o sistema nervoso periférico, inibindo a reabsorção, pelos nervos, da norepinefrina ➢Assim, ela potencializa os efeitos da estimulação dos nervos. ➢A cocaína é também um estimulante do sistema nervoso central, agindo sobre ele com efeito similar ao das anfetaminas. ➢O efeito da cocaína pode levar a um aumento de excitabilidade, ansiedade, elevação da pressão sangüínea, náusea e até mesmo alucinações. Por que a cocaína vicia? ➢A dependência à cocaína está relacionada as suas propriedades psicoestimulantes e ação anestésica local. ➢A dopamina e outros neurotransmissores “são as recompensas” do cérebro e o aumento gerado pelo bloqueio de recaptação feito pela cocaína, pode ser responsável pelo grande potencial de dependênciada droga. ➢A cocaína causa um excesso de neurotransmissor, fato biológico cuja correlação psicológica é uma sensação de magnificência, euforia, prazer, excitação sexual, a "Sindrome de Popeye. Evolução para a Dependência ➢ Emagrecimento, insônia, sangramento do nariz e corisa persistente, lesão da mucosa nasal e tecidos nasais, podendo inclusive causar perfuração do septo podem surgir em alguns meses ou mesmo semanas. ➢ Doses elevadas consumidas regularmente causam palidez, suor frio, desmaios, convulsões e parada respiratória. ➢ Afeta especialmente as áreas motoras, produzindo agitação intensa. ➢ A ação no corpo é breve, durando cerca de meia hora, e a droga é rapidamente metabolizada pelo organismo. Síndrome de Abstinência à Cocaína ➢O uso prolongado da cocaína pode fazer com que o cérebro se adapte a ela, de forma que ele começa a depender da droga para funcionar normalmente diminuindo os níveis de dopamina no neurônio. ➢ Se o indivíduo parar de usar cocaína, já não existe dopamina suficiente nas sinapses e então ele experimenta o oposto do prazer - fadiga, depressão e humor alterado. Tratamento da Síndrome de Abstinência à Cocaína ➢Ao contrário da gravidade do quadro, os sintomas de abstinência subseqüentes à interrupção do uso de cocaína em pacientes com dependência de cocaína não complicada, são relativamente leves e progressivamente reduzidos no primeiro mês, sem tratamento medicamentoso. ➢Medidas não-farmacológicas, suporte psicológico. Tratamento da Intoxicação Aguda ➢Os pacientes com intoxicação aguda por cocaína devem ser observados e monitorados em um serviço de emergência até a remissão dos sintomas. ➢Os principais objetivos do tratamento são a redução da irritabilidade do sistema nervoso simpático e dos sintomas psicóticos, enquanto acelera-se a excreção da droga. ➢Diazepam ou haloperidol são preferíveis para o tratamento da agitação, mas pode haver necessidade de contenção física. Dependência de Drogas Ilícitas - Maconha ➢Os usuários de doses elevadas de canábis podem desenvolver uma dependência física caracterizada por sintomas de abstinência leve e tolerância. ➢Entretanto, na prática clínica é mais fácil evidenciar o padrão de uso compulsivo entre os usuários “pesados” de canábis. ➢Aliás, o padrão de uso compulsivo é mais comum nos usuários das preparações com maior concentração de delta-9-THC (por ex. “haxixe”). Evidências para a dependência de maconha ➢ A crença a respeito de que a maconha não levava à tolerância e que não havia sintomas de abstinência foi mudado com um estudo em 1976. ➢ Doses de THC foram ministradas a voluntários por 4 semanas, ao fim destas relatavam que "a maconha era muito mais fraca." ➢ A síndrome de abstinência tem se apresentado com inquietude, ansiedade, disforia, irritabilidade, insônia, anorexia, tremores musculares, aumento dos reflexos, alterações de batimentos cardíacos, pressão sanguínea, suores e diarréia. ➢ A síndrome pode aparecer em torno de 10 horas de abstinência e atingir seu pico por volta das 48 horas e só diminuem após 3 semanas. Tratamento do abuso de maconha ➢O abuso da maconha deve ser tratado como o das outras drogas, com o suporte psicológico daqueles que os cercam (amigos, família, etc.) e de profissionais da área de saúde. ➢Programas de prevenção auxiliam as pessoas a se tornarem mais seguras e não usarem as drogas como forma de escapar de seus problemas. Ecstasy ➢O metileno-dioxi-metanfetamina (MDMA), conhecido como ecstasy, é um tipo de anfetamina que, diferentemente das outras, pode produzir efeitos parecidos aos provocados pelos alucinógenos (tem dois componentes, um com efeito estimulante e outro alucinógeno). ➢O comprimido pode conter efedrina, ketamina (um anestésico de uso veterinário), cafeína e cocaína, além do MDMA. Efeitos do Ecstasy ➢Os efeitos podem começar em até uma hora e durar até seis e alguns podem continuar por 32 horas. ➢Em dose baixa, 1 comprimido, causa: ▪ Bem-estar e afetuosidade com outras pessoas; ▪ Ansiedade e paranóia (medo de ser machucada); ▪ Aumento na pressão sanguínea e da temperatura corporal; ▪ Sudorese intensa e desidratação; ▪ Náuseas; ▪ Ranger de dentes ou aperto da mandíbula. Efeitos do Ecstasy em Altas Doses – mais de 2 comprimidos ➢ Alucinações (visual, olfativa, tátil ou auditiva); ➢ Sensação de que está flutuando; ➢ Falar ou fazer coisas inadequadas ao contexto; ➢ Vômitos; ➢ Perda do apetite; ➢ Depressão após cessar a intoxicação (pode ocorrer mesmo em pequenas quantidades); ➢ Sensação de dores musculares; ➢ Dificuldade de concentração, principalmente após cessar a intoxicação Ecstasy e Dependência ➢Não existe evidência científica de dependência por ecstasy. ➢Os dois únicos casos descritos na literatura foram de usuários de múltiplas drogas. ➢Algumas combinações podem ser perigosas, como consumir outras anfetaminas, ou cocaína, que potencializam os efeitos sobre o coração e também podem aumentar a ansiedade e a paranóia. ➢Misturar com outros alucinógenos pode causar psicose. Para refletirmos “A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê- lo descer a escada, degrau por degrau” Mark Twain REFERENCIAS DALGALLARONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos Transtornos Mentais.Artmed, 2008. BRASIL. Política nacional de redução de danos. Brasília: Ministério de Saúde, 2017. Disponível em: <https://goo.gl/kyEcez>. COSTA, Roseane de Albuquerque. Psicopatologia II. 2017-livro didático Estácio OMS. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM 5/American Psychiatric Association. Tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento. Revisão Técnica: Aristides Volpato Cordioli. 5. ed. Porto Alegre: Artmed. 2014
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