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Meios de Contraste em Radiologia

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J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 - 2 0 1 9 . 2 | 6 
 
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM I e II 
AULA 2 
Meios de Contraste 
 INTRODUÇÃO 
Os contrastes são substâncias utilizadas em 
exames de diagnóstico por imagem para tornar 
órgãos, estruturas ou um sistema, mais visível e 
delimitado, realçando suas características. Tornando 
possível a identificação de anomalias. 
Existem diversos tipos e vias de administração, o 
que possibilita um uso variado e amplia as 
possibilidades de exames a serem realizados. 
O uso deles só é recomendado em casos 
indicados pela suspeita clínica, já que eles podem 
causar reações adversas. 
O médico assistente deve indicar o exame de 
contraste quando ele for realmente benéfico para o 
paciente, pela possível ocorrência de reações adversas. 
O médico radiologista tem a voz final quanto ao 
uso do meio de contraste, ele deve ter conhecimento 
sobre a história clínica do paciente e estar preparado 
para possíveis reações adversas. 
 
 
 
 CAPACIDADE DE ABSORVER RADIAÇÃO 
 Positivos ou radiopacos: Possuem elevado peso 
atômico e absorvem mais radiação. 
ex: Iodados e baritados. 
 Negativos ou radiotransparentes: Possuem baixo 
peso atômico e absorvem menos radiação. 
ex: Ar e dióxido de carbono. 
 
 SOLUBILIDADE 
 Hidrossolúveis: Se dissolvem em água. 
ex: Iodo. 
 Insolúveis: Não se dissolvem em água. 
ex: Sulfato de bário. 
 
 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
MAIS UTILIZADAS 
 Via oral: Visualização do trato gastrointestinal. 
 Via retrógrada ou retal: Administrado contra o 
fluxo do líquido corpóreo. Permite a visualização do 
reto, uretra, colo uterino, fístula (conexões 
anômalas entre dois órgãos) e ostomias (aberturas 
anômalas de órgão oco). 
 Intravascular ou parenteral: Administrado tanto 
por via venosa quanto arterial. Permite a 
visualização de veias e artérias. 
 
MENOS UTILIZADAS 
 Via intra-articular: Administrado dentro de 
articulações, para avaliação de lesões em 
articulações como ombro, quadril e joelho, por 
exemplo. 
 Via intratecal: É uma via menos comum de ser 
utilizada. Consiste da administração dentro do canal 
medular, pelo espaço subaracnóide, sendo o 
contraste associado ao líquido céfalo raquidiano. É 
usado para visualização do canal medular e das 
raízes nervosas. 
 Via canalicular: Administrado nos canalículos do 
canal lacrimo-nasal, permitindo a visualização do 
canal lacrimal. 
 
 SULFATO DE BÁRIO 
O bário é usado na forma de sulfato insolúvel em 
água e gordura, e é encontrado para uso na forma de 
um pó branco. 
Ele possui elevado número atômico (Z=56) e, 
consequentemente, um alto peso atômico, dessa 
forma ele absorve muita radiação, sendo considerado 
positivo ou radiopaco. 
Pode ser administrado por via oral ou 
retrógrada. Um tempo após a sua ingestão ele é 
eliminado pelas fezes. 
Usado em exames de radiografia preenchendo as 
estruturas do trato gastrointestinal superior e 
inferior. Ele molda o interior das vísceras, permite 
avaliar a forma, contorno, distensibilidade dos órgãos e 
revestimento mucoso. Além disso, permite analisar 
fístulas, ostomias e obstruções. 
Para realização dos exames com contraste 
baritado, é feito um preparo prévio através de uma 
dieta leve e laxantes. 
 
PONTOS PRINCIPAIS 
 Pó branco. 
 Insolúvel. 
 Positivo ou radiopaco. 
 Via oral ou retrógrada. 
 Eliminado com as fezes. 
 Exames de radiografia. 
 Trato gastrointestinal (RX). 
 
Antes da realização de qualquer exame com 
uso de contraste, o paciente responde a um 
formulário, são informados dos riscos do 
procedimento e podem aceitar ou não a 
administração do meio de contraste. 
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EXAMES 
 Esofagografia: Sulfato de bário administrado via 
oral. Permite a avaliação do esôfago. 
 SEED: Sulfato de bário administrado via oral. 
Realizado várias radiografias em série de esôfago, 
estômago e duodeno. 
 Trânsito de delgado: Sulfato de bário 
administrado via oral. Permite a análise do intestino 
delgado. 
 Clíster opaco: Sulfato de bário administrado via 
retrógrada. Permite a visualização de detalhes do 
intestino grosso. 
 
AGENTES GASOSOS 
Em alguns exames do trato gastrointestinal, além 
do sulfato de bário, usamos o dióxido de carbono ou o 
ar. 
O dióxido de carbono é liberado através da 
ingestão de pós efervescentes, granulados e 
comprimido, que ao entrarem em contato com água o 
produzem. 
Já o ar, é injetado diretamente no trato GI por via 
nasogástrica ou por tubo de enema. 
Esses gases, são contrastes negativos eficientes e 
de baixo custo, usados para distensão do tubo 
digestivo. Com isso, temos uma melhor visibilização 
da superfície mucosa, importante para detectar 
erosões superficiais e lesões polipoides. 
 
CONTRAINDICAÇÕES 
É contraindicado o uso de sulfato de bário em 
casos de suspeita de perfuração ou fístula do trato 
GI. 
Por ser um pó branco insolúvel, caso entre em 
contato com a cavidade peritoneal pode causar 
peritonite grave. Nesses casos, é recomendado o uso 
de iodado hidrossolúvel. 
 
 
 
 IODADO 
Os agentes de contraste iodados possuem um 
anel de benzeno contendo três átomos de iodo 
(carbonos 2, 4 e 6) e grupamentos complementares. 
Costumam ser uma solução aquosa e por isso 
hidrossolúveis. 
O iodo (Z=53) possui um número atômico pouco 
menor que o do bário (Z=56), mas considerado alto da 
mesma forma, por isso, também é positivo ou 
radiopaco. 
Podem ser administrados por via oral, 
retrógrada, parenteral, intra-articular e canalicular, 
a depender do exame a ser realizado. Posteriormente, 
é eliminado pela urina. 
São utilizados em radiografias e tumografias 
computadorizadas para análise de fístulas, ostomias e 
extravasamento. Além disso, avalia veias, artérias, 
estruturas muito vascularizadas e lesões por todo o 
corpo. 
Por ter uma grande variedade de vias de 
administração, ele pode ser utilizado para visualização 
de diversas áreas como o trato gastrointestinal 
(utilizado em TC ou em casos de fístulas e 
perfurações), trato genitourinário, vias biliares, 
canalículos e sistema vascular. 
Os meios de contraste iodados são menos 
nocivos ao organismo que os baritados. Por 
exemplo, em um exame de histerossalpingografia o 
contraste é inserido por via retrógrada para 
visualização do útero e trompas, a parte que extravaza 
para a região abdominal é reabsorvida pelo organismo 
sem causar reações como peritonite. 
 
IÔNICO 
Os meios iônicos são sais de ácido que se 
dissociam em um íon de carga negativa contendo iodo 
(diatrizoato, iotalamato) e um íon de carga positiva 
(sódio ou meglumina), quando colocados na água. Eles 
são mais antigos e mais baratos. 
São hipertônicos, com alta osmolalidade para 
que seja possível a visualização radiográfica. Sua 
osmolalidade é aproximadamente seis vezes maior que 
a do plasma sanguíneo, afetando diretamente o 
equilíbrio hemodinâmico podendo causar efeitos 
colaterais ao uso. 
 
NÃO IÔNICO 
Os meios não iônicos não sofrem dissociação em 
íons quando em solução aquosa. Eles são mais novos e 
mais caros. 
Por terem maior estabilidade são hipotônicos e 
possuem osmolalidade reduzida, cerca de uma a três 
vezes maior que a do plasma sanguíneo. Com isso, 
tem-se um menor grau de alteração hemodinâmica, 
resultando na redução da incidência de reações ao uso 
do contraste iodado não iônico. 
 
 
 
 
A aspiração de bário em pequena quantidade 
raramente causa algum problema, sendo logo 
eliminada pelo pulmão. No entanto, em grande 
quantidade pode causar pneumonia. 
 OSMOLALIDADE 
É a medida do número de partículas ativas 
dissolvidas emuma solução, ela reflete a 
concentração de substâncias em um meio líquido. 
Dessa forma, quanto maior o número de partículas, 
maior a concentração e, consequentemente, maior a 
osmolalidade. 
O sulfato de bário é muito denso para ser 
usado em TC, podendo formar artefatos de 
degradação de imagens e atrapalhar a visualização. 
Por esse motivo, ele é utilizado apenas em exames 
de radiografia. 
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PONTOS PRINCIPAIS 
 Solução aquosa. 
 Hidrossolúveis. 
 Positiva ou radiopaca. 
 Via oral, retrógrada, parenteral, intra-articular e 
canalicular. 
 Eliminado pelos rins. 
 Exames de radiografia e TC. 
 Trato gastrointestinal (TC), trato genitourinário, vias 
biliares, canalículos e sistema vascular. 
 Menos nocivos que os baritados. 
 Podem ser iônicos (maior osmolalidade) ou não 
iônicos (menor osmolalidade). 
 
 
 
EXAMES 
 Pielografia: Agente iodado administrado via 
retrógrada. Exame radiográfico do ureter e da pelve 
renal. 
 Uretrocistografia: Agente iodado administrado via 
retrógrada. Exame para análise da uretra e bexiga. 
 Histeriossalpingografia: Agente iodado 
administrado via retrógrada. Exame para análise de 
infertilidade por causa tubária. 
 Colangiografia: Agente iodado administrado via 
parenteral. Exame para visualização das vias biliares. 
 Sialografia: Agente iodado administrado via 
canalicular. Exame para visualização das glândulas 
salivares (parótida ou submandibular). 
 Dacriocistografia: Agente iodado administrado via 
canalicular. Exame para visualização das vias 
lacrimais. 
 Ductografia mamária: Agente iodado 
administrado via canalicular. Exame para 
visualização dos ductos mamários. 
 Artrografia: Agente iodado administrado via intra-
articular. Exame para radiografia de uma 
articulação. 
 Arteriografia: Agente iodado administrado via 
parenteral. Exame para visualização da parede de 
artérias. 
 
Além dos exames listados, os agentes iodados 
podem ser administrados via oral para visualização de 
fístulas ou ostomia e por via venosa para análise de 
diversos órgãos vascularizados e lesões, como regiões 
de inflamação e tumores. 
 
 
 
NEFROPATIA INDUZIDA POR CONTRASTE 
É uma insuficiência renal aguda que ocorre nas 48 
horas seguintes à administração do agente de 
contraste iodado. Os danos renais podem ser 
permanentes. 
A depuração plasmática feita nos rins resulta em 
acúmulo do contraste na região, causando efeitos 
tóxicos. 
Insuficiência renal crônica é uma fator de risco 
para uso desse contraste, já que essa patologia leva a 
uma menor taxa basal de filtração glomerular. 
Para prevenção, é recomendado que os paciente 
façam ingestão de vários litros de líquidos entre 12 e 
24 horas antes e depois da administração intravascular 
de contraste. Além do uso de pré-medicação em 
alguns casos. 
 
 GADOLÍNIO 
O gadolínio é um agente paramagnético 
formado por metais pesados. O paramagnetismo é 
causado pela presença de elétrons não parelhados em 
um átomo. 
É preparado uma solução não tóxica, através da 
ligação dele a um íon ou uma molécula, para 
administração no paciente por via endovenosa. 
Cerca de 80% da dose administrada é excretada 
em três horas pela urina e o restante é eliminado pelas 
fezes e urina em até 1 semana. Por isso, o exame é 
realizado imediatamente após a aplicação do 
contraste. 
Ele age durante a ressonância magnética 
evidenciando as características e detectando lesões, 
órgãos e suas respectivas vascularizações, ao longo de 
várias fases do exame. 
A ocorrência de reações adversas ao gadolínio são 
muito menos frequentes do que aos agentes iodados. 
 
PONTOS PRINCIPAIS 
 Paramagnético. 
 Positivo ou radiopaco. 
 Via endovenosa. 
 Eliminado majoritariamente pelos rins. 
 Exames de RM. 
 
FIBROSE SISTÊMICA NEFROGÊNICA 
É uma doença fibrosante que afeta a pele, tecidos 
subcutâneos e em menor extensão os órgãos viscerais. 
Não existe cura. 
O primeiro relato de caso foi em 2000 e em 2006 
foi relacionada à administração de agentes de 
contraste a base de Gd. 
VICARIOUS EXCRETION 
Em casos de insuficiência renal, o contraste 
consegue ser visualizado sendo eliminado pela via 
hepática na radiografia. 
A opacificação da vesícula biliar por excreção 
vicária pode indicar função renal diminuída ou alta 
dose de injeção de contraste sem condição renal 
(ocorre em casos de nefropatia induzida por 
contraste). 
 
REAÇÕES COMUNS AO IODO 
Calor no corpo, vontade de urinar, leve alteração 
de batimentos cardíacos, sabor metálico na boca, 
vômito e náuseas. 
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Ocorre apenas em pacientes com insuficiência 
renal, com manifestações que variam de paciente para 
paciente. 
 
EXAMES 
 Angio-RM arterial: Estudo do sistema arterial 
intracraniano. 
 Angio-RM venosa: Estudo do sistema venoso 
intracraniano. 
 
 FATORES DE RISCO 
 História prévia de reação ao meio de contraste. 
 Alergia a alimentos ou medicamentos. 
 Asma brônquica. 
 Cardiopatia sintomática ou grave. 
 Pacientes idosos. 
 Lactantes. 
 Mieloma múltiplo. 
 Diabetes. 
 Hipertensão. 
 Anemia falciforme. 
 Hipotireoidismo ou hipertireoidismo. 
 
 REAÇÕES ADVERSAS 
A maioria das reações são leves e sem ameaça a 
vida, mas elas podem progredir e se tornarem fatais. 
Dessa forma, devemos minimizar o perigo de qualquer 
reação, não importante o nível dela. 
Quase todas as reações graves com risco de 
morte ocorre dentro de 20 minutos após a injeção do 
meio de contraste e, em geral, nos primeiro 6 minutos. 
Pacientes com fatores de risco tem mais chance 
de terem algum tipo de reação. 
Não existe teste cutâneo para prever uma reação 
e nenhum estudo tem demonstrado um método de 
pré-medicação para precaver uma reação. 
Normalmente, são administrados corticoide e 
antihistamínico antes do exame e, mesmo assim, a 
reação adversa pode ocorrer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRASTE PARA ULTRASSONOGRAFIA 
São microbolhas de ar ou gás perfluorcarbono 
envoltos por uma fina cápsula de proteína, lipídios 
ou polímeros. 
Elas são menores que as hemácias, o que faz 
com que elas permaneçam no sistema vascular e 
possam passar pela circulação pulmonar até 
alcançar a circulação sistêmica após a administração 
por via intravenosa. Assim, o contraste age 
realçando o sinal do sangue. 
Não existem relatos de reações adversas a esses 
agentes. 
CONTRASTE EM LACTANTES 
Existe possível toxicidade ao lactente em casos 
de administração venosa do meio de contraste 
através da amamentação, mas é extremamente 
baixa. 
Na literatura é permitido que a amamentação 
continue após a administração do meio de 
contraste. No entanto, na prática clínica evitamos 
esse procedimento e é solicitado a mãe que se 
reserve o leite materno antes do exame para dar ao 
latente nas próximas 24 horas após a administração 
do contraste. 
CONTRASTE EM GESTANTES 
A administração do meio de contraste a 
gestantes ou pacientes potencialmente grávidas 
podem ser prejudiciais ao feto. 
Os meios de contraste entram no sangue fetal 
por meio da placenta, em pequena quantidade, mas 
sem efeitos nocivos conhecidos. 
Não há estudos definitivos quando ao efeito mas 
devemos evitá-los e encontrar um exame alternativo 
e avaliar o custo benefício.

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