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APOSTILA prefeitura_de_indaiatuba_-_sp_-_assistente_social_1-1

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Prefeitura Municipal de Indaiatuba do Estado de São Paulo
INDAIATUBA-SP
Assistente Social 
Concurso Público de Provas nº 01/2018
MA100-2018
DADOS DA OBRA
Título da obra: Prefeitura Municipal de Indaiatuba do Estado de São Paulo
Cargo: Assistente Social
(Baseado no Concurso Público de Provas nº 01/2018)
• Conhecimentos Específicos da Função
• Legislação
Autores
Ana Maria
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Diagramação/ Editoração Eletrônica
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
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SUMÁRIO
Conhecimentos Específicos da Função
ACOSTA, A.R.; VITALE, M.A.F. (Orgs.) Família: redes, laços e políticas públicas. 3 ed. São Paulo: Ed. Cortez. 2007. ......... 01
BAPTISTA, M V; BATTINI, O (Orgs.). A Prática Profissional do Assistente Social. volume I - 2ª ed. São Paulo: Veras, 
2009. ............................................................................................................................................................................................. 02
BAPTISTA, M.V. Planejamento Social: Intencionalidade e Instrumentação. 2. ed. São Paulo: Veras Editora , 2002. ........ 04
BRISOLA, E.M.A; SILVA, A.L. O Trabalho do Assistente Social no SUAS: Entre velhos dilemas e novos desafios. Taubaté-SP: 
Cabral editora, 2014. .............................................................................................................................................................................................06
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Sistema Único de Assistência Social. Política Nacional 
de Educação Permanente do SUAS. Brasília: Secretaria Nacional de Assistência Social, 2013. ............................................... 13
COUTO.B.R.; YASBEK, M.C.; SILVA,M.O.S.;RAICHELIS,R. O Sistema Único de Assistência Social no Brasil: uma realidade em 
movimento. São Paulo: Cortez, 2011. ..............................................................................................................................................................27
CFESS – Conselho Federal de Serviço Social (org.). O Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres Técnicos. São Paulo: 
Cortez Editora, 2016. .............................................................................................................................................................................................27
CFESS. Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília, 2009 em pdf. ................................................................................30
Artigos: Estudos Socioeconômicos; Supervisão em Serviço Social; O significado sócio-histórico da profissão; O projeto 
ético político do Serviço Social; A dimensão investigativa no exercício profissional; Mobilização social e práticas educa-
tivas. .............................................................................................................................................................................................................................30
GUERRA, Yolanda; BACKX, Sheila; Santos, Cláudia M. (orgs.). A dimensão técnico operativa no Serviço Social: desafios 
contemporâneos. 3ed.São Paulo:Cortez, 2017. .......................................................................................................................................... 65
IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cor-
tez Editora, 1999; .....................................................................................................................................................................................................74
SANTOS, S. Josiane. Questão Social – Particularidades no Brasil. São Paulo, Cortez, 2012(Coleção Biblioteca básica de 
serviço social; v 6). ...................................................................................................................................................................................................91
YAZBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e Assistência Social. São Paulo, Cortez Editora, 2009 (7ª Ed.) ................... 93
Legislação
BRASIL, Constituição Federal de 1988 – Titulo II - Cap. I - Dos direitos e deveres individuais e coletivos; Cap. II – Dos Di-
reitos Sociais; Titulo VIII – Cap. III – Da Educação, da cultura e do Desporto; Seção I - Da Educação; Seção II – Da cultura; 
Cap. VII – Da família, Da criança, Do adolescente, Do Jovem e Do Idoso); ...................................................................................... 01
Lei Federal 8.662 de 07/06/1993 -Código de Ética Profissional do Assistente Social. Edição atualizada 2011; ................ 36
BRASIL, Lei 8.069 de 13/07/1990. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Atualizado com a Lei 12.010; ................ 39
BRASIL, LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE1993. Lei Orgânica da Assistência Social ............................................................. 95
- LOAS BRASIL. LEI Nº 12.435, DE 6 DE JULHO DE 2011. Sistema Único de Assistência Social - SUAS BRASIL; ..............103
LEI Nº 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012. Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo ..........................................107
BRASIL, Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar 
e Comunitária, 2006; .............................................................................................................................................................................................110
BRASIL, Lei 13.146 de 6 de julho de 2015. Estatuto da Pessoa com Deficiência; .........................................................................110
BRASIL, Lei 10.741 de 1 de outubro de 2003. Estatuto do Idoso. ......................................................................................................137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
ACOSTA, A.R.; VITALE, M.A.F. (Orgs.) Família: redes, laços e políticas públicas. 3 ed. São Paulo: Ed. Cortez. 2007. ......... 01
BAPTISTA, M V; BATTINI, O (Orgs.). A Prática Profissional do Assistente Social. volume I - 2ª ed. São Paulo: Veras, 
2009. ............................................................................................................................................................................................. 02
BAPTISTA, M.V. Planejamento Social: Intencionalidade e Instrumentação. 2. ed. São Paulo: Veras Editora , 2002. ........ 04
BRISOLA, E.M.A; SILVA,A.L. O Trabalho do Assistente Social no SUAS: Entre velhos dilemas e novos desafios. Taubaté-SP: 
Cabral editora, 2014. .............................................................................................................................................................................................06
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Sistema Único de Assistência Social. Política Nacional 
de Educação Permanente do SUAS. Brasília: Secretaria Nacional de Assistência Social, 2013. ............................................... 13
COUTO.B.R.; YASBEK, M.C.; SILVA,M.O.S.;RAICHELIS,R. O Sistema Único de Assistência Social no Brasil: uma realidade em 
movimento. São Paulo: Cortez, 2011. .............................................................................................................................................................. 27
CFESS – Conselho Federal de Serviço Social (org.). O Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres Técnicos. São Paulo: 
Cortez Editora, 2016. .............................................................................................................................................................................................27
CFESS. Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília, 2009 em pdf. ................................................................................ 30
Artigos: Estudos Socioeconômicos; Supervisão em Serviço Social; O significado sócio-histórico da profissão; O projeto 
ético político do Serviço Social; A dimensão investigativa no exercício profissional; Mobilização social e práticas educa-
tivas. .............................................................................................................................................................................................................................30
GUERRA, Yolanda; BACKX, Sheila; Santos, Cláudia M. (orgs.). A dimensão técnico operativa no Serviço Social: desafios 
contemporâneos. 3ed.São Paulo:Cortez, 2017. .......................................................................................................................................... 65
IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cor-
tez Editora, 1999; .....................................................................................................................................................................................................74
SANTOS, S. Josiane. Questão Social – Particularidades no Brasil. São Paulo, Cortez, 2012(Coleção Biblioteca básica de 
serviço social; v 6). ...................................................................................................................................................................................................91
YAZBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e Assistência Social. São Paulo, Cortez Editora, 2009 (7ª Ed.) ................... 93
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
ACOSTA, A.R.; VITALE, M.A.F. (ORGS.) 
FAMÍLIA: REDES, LAÇOS E POLÍTICAS 
PÚBLICAS. 3 ED. SÃO PAULO: ED. CORTEZ. 
2007.
A construção deste livro, portanto, somente foi possível 
a partir de parcerias com instituições preocupadas com a 
temática, a saber: Oficina Municipal da Fundação Konrad 
Adenauer, Universidade Cruzeiro do Sul, Centro de Estudos 
e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária 
(Cenpec), Fundação Prefeito Faria Lima, Centro de Estudos 
e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) e Unicef. 
Como resultado surgiu esse livro, que recolhe parte das 
reflexões realizadas e aponta questões diversas, dentre elas 
a tentativa da construção de uma metodologia de trabalho 
com famílias. Sendo assim, Família: redes, laços e políticas 
públicas está organizado segundo três eixos: 1) Vida em 
Família; 2) Trabalhando com Famílias; 3) Famílias e Políticas 
Públicas. 
“Vida em Família”, a primeira parte do livro, é 
composta pelos conteúdos “Famílias enredadas”, “Família 
e afetividade: a configuração de uma práxis éticopolítica, 
perigos e oportunidades”, “Ser criança: um momento do 
ser humano”, “O jovem e o contexto familiar”, “Homens 
e cuidado: uma outra família?” E “Avós: velhas e novas 
figuras da família contemporânea”. Este item corresponde 
à incursão pelas transformações da vida familiar, 
contribuições indispensáveis para a discussão atual sobre as 
famílias da sociedade atual. A mudança dos laços familiares 
constitui o cerne dessa parte. Para melhor acompanhar 
essas mudanças, o caminho que as autoras delinearam foi 
considerar as dimensões de gênero e de geração. A família 
é o espaço de mudanças já perceptíveis no convívio e no 
confronto entre gênero e gerações.
Esta parte apresenta importantes subsídios para melhor 
entender os aspectos contemporâneos, possibilitando 
melhor desenho das políticas públicas. No primeiro 
conteúdo, “Famílias enredadas”, faz-se retrospectiva 
das mudanças na concepção e no padrão da família nas 
últimas décadas, especialmente com as mais recentes 
inovações tecnológicas em reprodução humana, mudanças 
essas que abalam o modelo idealizado existente, sendo 
importante considerar a própria concepção de família e os 
significados específicos que estas mudanças trazem sobre 
ela. Em “Família e afetividade: a configuração de uma práxis 
ético-política, perigos e oportunidades”, defendem-se a 
importância e também os perigos da adoção da família 
e da afetividade como estratégia de ação emancipadora 
que permite enfrentar e resistir à profunda desigualdade 
social modelada pelo neoliberalismo e o conjunto de 
valores individualistas. Constata-se que, apesar de diversas 
tentativas e previsões sobre seu desaparecimento, as 
quais não se concretizaram, a família continua sendo a 
mediação entre o indivíduo e a sociedade, assistindo-se 
na atualidade ao enaltecimento dessa instituição. “Ser 
criança: um momento do ser humano” apresenta análise 
das mudanças na forma como as crianças são vistas 
pelos adultos ao longo da história e as consequências 
na formulação de modelos de desenvolvimento humano 
e práticas educacionais. Neste contexto, chama-se a 
atenção para a perda da responsabilidade dos adultos 
pelo mundo ao qual trouxeram as crianças e para os 
reflexos decorrentes na família e na escola. O conteúdo “O 
jovem e o contexto familiar” analisa o jovem e o contexto 
família, partindo do pressuposto de que é necessário 
situar o eixo do discurso em “famílias”, na sua pluralidade. 
Evidencia a necessidade de aprofundar a reflexão sobre 
o que é ser jovem, também num contexto de diversidade 
e complexidade, e sobre como se tem estabelecido os 
laços dos jovens com outros jovens, dos jovens com suas 
famílias e dos jovens com a sociedade.
 Quais as redes que têm sido tecidas para 
seu atendimento e que políticas estão sendo 
operacionalizadas, ou não, em direção aos jovens e as 
suas famílias. Em “Homens e cuidado: uma outra família?”, 
incitam-se reflexões sobre a participação dos homens no 
contexto do ato de cuidar e demonstrar carinho, tendo 
como foco principal os processos de socialização para a 
masculinidade. Situando a estrutura familiar dentro de 
um contexto histórico e social, são avaliadas as diversas 
formas pelas quais as relações de gênero se processam e 
como a paternidade foi exercida em diferentes momentos 
históricos. Finalizando, o capítulo “Avós: velhas e nova 
figuras da família contemporânea” trata da importante 
figura dos avós, envolvidos como protagonistas nas 
cenas das relações familiares. Enfocando as relações 
intergeracionais e de gênero, indaga-se qual o papel 
por eles desempenhado nas famílias de hoje, dentro 
do contexto de mudanças dos laços familiares, a lhes 
demandar novos papeis e exigências.
O segundo eixo, “Trabalhando com Famílias”, é 
composto por “Metodologia de trabalho social com 
famílias”, “Reflexões sobre o trabalho social com famílias”, 
“Famílias beneficiadas pelo Programa de Renda Mínima 
em São José dos Campos - SP: aproximaçõesavaliativas”, 
“Programa de Garantia de Renda Mínima e de Geração 
de Emprego e Renda de São José dos Campos-SP”, 
“Famílias: questões para o Programa de Saúde da 
Família (PSF)”, “Experiência do Programa de Saúde da 
Família de Nhandeara-SP”, “Experiência do Programa de 
Saúde da Família de Itapeva-SP: horta comunitária, uma 
experiência em andamento”, “Sistema de Informação de 
Gestão Social: monitoramento e avaliação de programas 
de complementação de renda”, “Programa Mais Igual 
de Complementação de Renda Familiar da prefeitura de 
Santo André - SP” e “Políticas públicas de atenção à família. 
Esses conteúdos focalizam as diversas metodologias do 
trabalho com famílias, e as que são apresentadas revelam 
elementos comuns que se opõem na implementação de 
programas voltados para as famílias de baixa renda.
2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
No primeiro capítulo desta segunda parte, “Metodologia 
de trabalho social com famílias”, descreve-se o projeto 
Agente de Famílias, desenvolvido pelo Movimento de 
Organização Comunitário (MOC) e o Unicef, no Programa 
Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil, na área 
sisaleira da Bahia. “Reflexões sobre o trabalho social com 
famílias” trata de indicações metodológicas para o trabalho 
com famílias pobres, a partir de pesquisas e trabalhos de 
intervenção realizados em diferentes realidades sociais. O 
terceiro escrito, “Famílias beneficiadas pelo Programa de 
Renda Mínima em São José dos Campos-SP: aproximações 
avaliativas”, apresenta algumas hipóteses avaliativas em 
relação à rede municipal de proteção social e a inserção da 
família junto a ela. Como ilustração, há o relato da equipe 
responsável pelo Programa de Garantia e Renda Mínima 
e de Geração de Emprego e Renda da Prefeitura de São 
José dos Campos. Em seguida, “Famílias: questões para o 
Programa de Saúde da Família (PSF)” enfoca a implantação 
do Programa de Saúde da Família no Sistema Único de 
Saúde (SUS), seus pontos positivos e as possibilidades 
de desenvolvimento de experiências inovadoras em 
diversos municípios. Enfatizam-se como ilustração, ao final 
dos escritos, as experiências dos municípios de Itapeva 
e Nhandeara, cidades, respectivamente, de médio e 
pequeno porte do Estado de São Paulo. Como ilustração 
é apresentada, ao final, a experiência da Prefeitura de 
Santo André na implantação do Programa Mais Igual de 
complementação de renda familiar.
Na terceira parte, “Famílias e Políticas Públicas”, 
estão incluídas as temáticas “Formulação de indicadores 
de acompanhamento e avaliação de programas 
socioassistenciais”, “O Índice de Desenvolvimento da Família 
(IDF)”, “Famílias e políticas públicas; Programa Bolsa-Escola 
Municipal de Belo Horizonte / MG: educação, família e 
dignidade” e “A economia da família”. Nesta, são discutidas 
as relações propriamente entre as famílias e as políticas 
públicas, a partir das abordagens da educação, economia 
e formulação de indicadores de acompanhamento dessas 
políticas. 
O primeiro capítulo do terceiro eixo, “Formulação de 
indicadores de acompanhamento e avaliação de programas 
socioassistenciais”, discute a formulação de indicadores 
de acompanhamento e avaliação de programas/ políticas 
voltadas a famílias em situação de pobreza, ressaltando 
o desafio em se estabelecer indicadores quantitativos 
e criar formas de medir adequadamente os indicadores 
qualitativos. Em “O Índice de Desenvolvimento da Família 
(IDF)”, discorre-se sobre a construção de um indicador 
denominado Índice e Desenvolvimento da Família, que seja 
sintético nos moldes do IDH, mas que ao mesmo tempo 
sugere algumas limitações deste e de outros similares, 
podendo ser calculável para cada família e facilmente 
agregado para diferentes grupos demográficos. “Famílias 
e políticas públicas” reflete sobre algumas das dimensões 
entre a família e as políticas públicas, as quais revelam 
funções correlatas e imprescindíveis ao desenvolvimento e 
a proteção social dos indivíduos. Em um mundo marcado 
por profundas transformação, é ressaltada a exigência de 
partilha de responsabilidades na proteção social entre 
Estado e Sociedade, descartando-se alternativas tão 
somente institucionalizadoras. Analisa, ainda, as relações 
existentes entre a família e a esfera pública, vista como 
indutora de relações horizontais, valor democrático 
sempre esperado da vida pública. Para ilustração do 
artigo, enfatizam-se as experiências do Programa Bolsa-
Escola da Prefeitura do Município de Belo Horizonte, assim 
como suas metodologias de trabalho com as escolas e as 
famílias. Por fim, “A economia da família” discorre sobre a 
economia da família, analisando as relações familiares sob 
o prisma econômico e em face das mudanças ocorridas na 
estrutura familiar, pergunta: quais seriam seus impactos 
nas dinâmicas da reprodução social? A transformação da 
família pertence a um conjunto de mudanças mais amplas, 
que nos faz repensar o processo de rearticulação do nosso 
tecido social. 
Desta forma, no quadro das relações famílias e políticas 
públicas que se inscreve no presente livro, a diversidade de 
contribuições, pontos de vista e de partida se entrecruzam e 
constituem um tecido, por vezes irregular ou heterogêneo, 
mas certamente indispensável para a aproximação desta 
relação que não pode ser percebida como desprovida de 
tensões. 
O livro é se mostra bem estruturado, sua temática está 
atualizada, é desenvolvida de forma clara, explicativa e 
interessante. Tem formato adequado, que estimula o leitor, 
pois apresenta conteúdos e relatos de caso.
Resenha de:
HAMMERSCHMIDT, K. S. de A.; SANTOS, S. S. C.
Referência
ACOSTA, A.R.; VITALE, M.A.F. (Orgs.) Família: redes, 
laços e políticas públicas. 3 ed. São Paulo: Ed. Cortez. 2007.
BAPTISTA, M V; BATTINI, O (ORGS.). A 
PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE 
SOCIAL. VOLUME I - 2ª ED. SÃO PAULO: 
VERAS, 2009.
A obra traz uma contribuição teórico-metodológica 
e científica à efetivação e apreensão do significado 
social da prática profissional do assistente social na 
contemporaneidade. Tem como fio condutor das temáticas 
de seus artigos a centralidade da prática profissional do 
assistente social fundamentada na teoria social crítica, 
impulsionada pela reflexão radical, de conjunto e de 
totalidade, tendo como ponto de partida e de chegada 
a prática mediada pela teoria e pelo método, propulsora 
da construção de conhecimento no Serviço Social e nas 
Ciências Sociais.
3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
Questões em torno da prática profissional: sua 
historicidade
 
A primeira questão que apontamos como presente nas 
ações profissionais é sua historicidade. Nesse sentido, as 
ações profissionais não podem ser compreendidas sem 
levarmos em conta as relações concretas da sociedade 
em que se situam, uma vez que seu presente está 
“cotidianamente sendo criado e recriado com a construção 
e incorporação seletiva de saberes, a mobilização e 
recriação do passado e a produção e experimentação de 
novas abordagens” (BAPTISTA, 2009, p. 19). 
A legitimidade da prática profissional pauta-se 
também nas interpretações normativas, cognitivas e de 
controle social que se estabelecem no seu processo de 
historização e objetivação na sociedade. Desta maneira, ela 
passa a se sustentar por meio de complexos mecanismos 
institucionais/legais que vão moldando seu corpo e forma, 
como as leis que regulamentam a profissão, o currículo 
mínimo para formação profissional, o código de ética dos 
assistentes sociais, entre outros instrumentos, ressaltando 
assim, que a constituição da prática profissional não se 
estabelece ou se define apenas pela simples vontade de 
grupos determinados, mas sim num complexo jogo de 
relações presentes em determinado momento histórico. 
Porém, a discussão não se esgota aqui. Para Netto, há 
uma importante diferenciação que precisa ser levada em 
conta quando discutimos projetos societários e projetos 
profissionais. Segundo ele, os projetos societários são 
projetos coletivos, que se constituemcomo “projetos 
macroscópicos, como propostas para o conjunto da 
sociedade. Somente eles apresentam esta característica” 
e, portanto, não devem ser confundidos com projetos 
profissionais que, segundo o próprio autor, são: 
[...] a autoimagem de uma profissão, elege os valores 
que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus 
objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, 
práticos e institucionais) para o seu exercício, prescrevem 
normas para o comportamento dos profissionais e 
estabelecem as bases das suas relações com os usuários 
de seus serviços, com as outras profissões e com as 
organizações e instituições sociais privadas e públicas. 
Nicolau (2004, p. 86), ao discutir o exercício profissional, 
apresenta-o como sendo um “composto de processos de 
trabalho [...] historicamente construídos e socialmente 
determinados pelo jogo de forças, que articulam uma dada 
totalidade social”. Insere-se num âmbito maior na produção 
e reprodução material e espiritual da força de trabalho, 
incidindo “sobre a consciência dos outros indivíduos 
sociais e de si próprio, objetivando a mudança de atos e 
comportamentos”. Ao enunciarmos essa particularidade, 
caminhamos para pensar a prática profissional do assistente 
social dentro de específicos espaços institucionais. 
Um tocante relacionado ao trabalho desempenhado 
pelo assistente social repousa na especificidade deste no 
contexto da sociedade capitalista. Por meio da apropriação 
privada dos meios de produção e das formas pelas quais 
os homens materializam a reprodução da vida social, o 
trabalho passa a se configurar como uma negação das 
potencialidades emancipadoras do ser social, impondo aos 
trabalhadores um processo de alienação tanto em relação à 
atividade realizada como de si mesmo e na sua relação com 
os outros. Esse processo de produção e reprodução social, 
que podemos chamar de atividades humanas, contém em 
si valores, e os de caráter econômico, devido à centralidade 
da produção em nossa sociedade apoiada na busca pelo 
lucro, sobrepõem-se aos outros. Como resultado, todos 
os demais valores éticos, estéticos se expressam como 
valores de posse, “de consumo, reproduzindo sentimentos, 
comportamentos e representações individualistas”. 
Assim, um traço comum a todos os espaços 
institucionais nos quais os assistentes sociais atuam diz 
respeito às questões relacionadas ao corpo coletivo 
da categoria, uma vez que o Serviço Social “é uma das 
especializações do trabalho, parte da divisão social e 
técnica do trabalho social”. 
Nessa condição, implica reconhecer que o assistente 
social, enquanto trabalhador que vende sua força de 
trabalho em troca de um valor monetário (valor de troca), 
também participa como parte da alíquota do trabalho 
total produzido. Seu trabalho possui tanto a dimensão de 
trabalho abstrato quanto de trabalho concreto. 
Na dimensão de trabalho concreto exige-se que este 
seja, ao mesmo tempo, um produto universal, vazio de 
individualidade, padronizado, que possa ser trocado por 
qualquer outro, fato esse presente somente em nossa 
sociedade mercantil. Na dimensão de trabalho abstrato 
é exigido que este se apresente de forma quantificada e 
medida pelo tempo de trabalho socialmente necessário 
para a sua produção. 
O exercício profissional na perspectiva descrita acima 
assume sua dimensão de trabalho concreto, qual seja: 
“uma atividade programática e de realização que persegue 
finalidades e orienta-se por conhecimentos e princípios 
éticos, requisitando suportes materiais e conhecimentos 
para a sua efetivação” com seu valor de uso social 
devidamente reconhecido. 
Neste âmbito constatamos uma importante questão 
que caracteriza o exercício profissional dos assistentes 
sociais: o fato de que, enquanto profissionais que possuem 
um direcionamento por meio do projeto ético-político 
hegemônico da categoria, têm de lidar com os limites 
impostos pela condição de assalariamento na qual se 
encontram. 
Nesse contexto é que podemos dizer que os assistentes 
sociais estão condicionados pelas relações capitalistas 
no seu exercício profissional, mesmo que enquanto 
sujeitos detenham “uma autonomia relativa, pautada 
por seus valores, projetos profissionais e societários que 
determinam, em parte, a sua ação”. 
A relativa autonomia certamente impõe uma dinâmica 
de enfrentamento em relação às demandas do cotidiano. É 
nesse sentido que verificamos uma tensão, pela qualidade 
intrínseca presente na relação de objetivos delimitados 
pelo projeto ético-político versus a condição de 
assalariamento. Além disso, a autonomia profissional, para 
além do processo de assalariamento, também é ameaçada 
pelos embates institucionais que muitas vezes possuem 
4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
objetivos e metas diferentes dos contidos no projeto ético-
político profissional, produzindo tensões entre esses polos. 
Iamamoto (2007) explicita essa tensão, afirmando sobre o 
projeto profissional, que afirma o assistente social como 
um ser prático-social dotado de liberdade e teleologia, 
capaz de realizar projeções e buscar implementá-las 
na vida social; e a condição de trabalhador assalariado, 
cujas ações são submetidas ao poder dos empregadores 
e determinadas por condições externas aos indivíduos 
singulares, às quais socialmente forjadas a subordinar-se, 
ainda que coletivamente possam rebelar-se. 
Em consonância com a autora, entendemos que essas 
especificidades do exercício profissional no bojo de uma 
sociedade classista, na qual o trabalhador necessita vender a 
sua força de trabalho, estão presentes em todos os espaços 
institucionais nos quais os assistentes sociais atuam, seja 
em maior ou menor grau, de forma explícita ou camuflada 
por outras relações mais latentes. De todo modo, elas são 
fundamentais para pensar a atuação profissional cotidiana. 
Ainda nesta direção, Netto (1999) afirma que a 
composição das categorias profissionais não se faz de 
forma isolada, mas num espaço de disputas coletivas. 
Nesse sentido, o Serviço Social está perpassado por 
lutas coletivas que imprimem à profissão características 
específicas e reconhecidas socialmente, que de certa 
maneira condicionam a prática profissional. Um olhar mais 
amplo para o conjunto das profissões também nos mostra 
a construção coletiva como um importante fator presente 
nas suas conquistas, garantias, avanços e retrocessos, 
todos esses como produtos da dinâmica social.
Fonte
BAPTISTA, M V; BATTINI, O (Orgs.). A Prática Profissional 
do Assistente Social. Volume I - 2ª ed. São Paulo: Veras, 
2009.
BAPTISTA, M.V. PLANEJAMENTO SOCIAL: 
INTENCIONALIDADE E INSTRUMENTAÇÃO. 
2. ED. SÃO PAULO: VERAS EDITORA, 2002.
• O QUE É PLANEJAMENTO? 
São inúmeras as formas de definir 
- Aplicação SISTEMÁTICA do conhecimento humano 
para PREVER e AVALIAR cursos de ação alternativos com 
vistas à tomada de decisões adequadas e racionais que 
sirvam de base para AÇÃO FUTURA (Holanda, 1975).
- “PLANEJAR É DECIDIR ANTECIPADAMENTE O QUE 
DEVE SER FEITO...” 
Planejamento ⇒ planejamento estratégico 
⇒ planejamento contingencial 
⇒ contradição que Ansoff passa a tratar como 
administração/gestão estratégica
• a relação TEMPORAL e as diferentes formas de 
abordagem 
• como PROCESSO
- Processo PERMANENTE e METÓDICO de abordagem 
racional e científica de problemas
- PERMANENTE porque supõe AÇÃO CONTINUADA 
sobre conjunto dinâmico de variáveis num dado momento 
histórico;
- METÓDICO/RACIONAL/CIENTÍFICO porque supõe 
uma sequência de atos decisórios, ORDENADOS em FASES 
definidas e baseados em CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS 
e técnicos.
- Ao mesmo tempo: 
-Definição de ATIVIDADES que objetivam atender a um 
problema, OTIMIZADAS em termos de uma SEQUÊNCIA e 
INTER-RELACIONAMENTO.
- Tomar providências para ADOÇÃO, 
ACOMPANHAMENTO,
CONTROLE, 
AVALIAÇÃOE
REDEFINIÇÃO da AÇÃO.
Independente da abordagem, 
Planejar é um conceito relacionado com
 ⇒ INTERFERIR
MODIFICAR
DECIDIR
AGIR
• a proposta para se fazer planejamento se insere 
num CONTEXTO,ou seja, se constrói a partir de uma 
determinada realidade - momento histórico 
- é também um PROCESSO SOCIAL, uma vez que reflete 
as especificidades e contradições inerentes a este processo; 
- revela uma DICOTOMIA entre CONCEITOS E PRINCÍPIOS 
técnicos e metodológicos ligados ao planejar e a PRÁTICA 
REAL da elaboração de programas e projetos.
Ex: projetos pró-forma, programas para justificar ação 
política, retóricos, etc.
- O PAPEL histórico-social-econômico do planejamento 
(o planejamento econômico em países subdesenvolvidos 
como forma sistematizada, racional de desenvolvimento 
econômico e social)
Um falso questionamento sobre a dimensão temporal 
em relação ao planejamento, uma vez que PLANEJAR 
pode ser entendido COMO UMA ATITUDE presente ao 
administrar.
Este posicionamento é importante para o administrador, 
significa uma diferença substancial em relação ao 
ADMINISTRADOR AGENTE e o ADMINISTRADOR 
MEIO.
Do ponto de vista estratégico a atitude do planejamento 
pode ser avaliada como ATIVA ou PASSIVA.
5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
A importância do planejamento como INSTRUMENTO DE MUDANÇA SOCIAL e de RACIONALIZAÇÃO da atividade 
humana. Sua inserção histórica no processo administrativo, principalmente na esfera pública representa um avanço da 
racionalidade técnico-administrativa sobre formas tradicionais (ARBÍTRIO PESSOAL) de ação administrativa. A dimensão 
POLÍTICA do planejamento é muito importante no processo de DEMOCRATIZAÇÃO do Estado.
 
• a NATUREZA do processo de planejamento envolve:
- DIMENSÃO RACIONAL ⇒ prática que norteia (naturalmente) as ações
⇒ “hábito de pensar e agir dentro de uma sistemática própria” (Holanda)
⇒ “mais importante raciocinar como planejador que produzir planos acabados” (Friedmann)
- processo racional (Whitaker):
- 
- 
- 
- 
- 
- 
- 
- 
- DIMENSÃO POLÍTICA ⇒ processo contínuo de tomada de decisões (pública ou privada);
- ocorrem (normalmente): - definição de objetivos e metas, escolha de prioridades e de alternativas de intervenção, 
definição do
- volume e composição de recursos, etc.
- elemento técnico x elemento político
- DIMENSÃO VALORATIVA ⇒ conteúdo ÉTICO e desenvolvimento de tecnologias que implicam na
CENTRALIZAÇÃO DE PODER. 
- Necessidade de o técnico ter presente no processo o sistema de valores e as idéias que norteiam o processo, análise 
CRÍTICA dos resultados, perspectiva de PARTICIPAÇÃO dos influenciados pela ação.
- DIMENSÃO TÉCNICO-ADMINISTRATIVA ⇒ atividades que dizem respeito à organização à ação, sob a linha mestra 
da política de ação.
Deve conter: 
- estrutura organizacional;
- normas de conduta;
- sistema de informações;
- sistema de avaliação e controle.
• o conceito de planejamento como PROCESSO, como PRODUTO (seus documentos) e como EMPREENDIMENTO (a 
implementação do processo, dos programas e planos)
• relação entre PLANEJAMENTO, PLANO, PROGRAMA E PROJETO (DOCUMENTOS - conhecimento materialmente 
fixado).
A planificação se dá APÓS a tomada de um CONJUNTO DE DECISÕES para a realização de uma política, de uma ação 
face um problema, uma conjuntura, uma determinada realidade que foi o fermento da atividade de planejamento até este 
momento.
- necessidade, de APROFUNDAR, ESPECIFICAR, EXPLICITAR e DETALHAR.
- agora, um DOCUMENTO começa a ser elaborado, preliminarmente até um documento final que SISTEMATIZA, 
INTERPRETA e OPERACIONALIZA a ação decidida.
- o documento tem um TEMPO onde se realiza, um ESPAÇO onde atua e um VOLUME (uma quantidade) a ser aplicado 
e esperado.
6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
PLANO
Decisões de caráter geral, grandes linhas políticas, 
estratégias, diretrizes e responsabilidades. Fornecer 
referencial para planos setoriais (coerência) 
Componentes estruturais de um PLANO: 
- síntese dos fatos, necessidades que motivam o plano 
e a formulação de objetivos;
- política de prioridades (com justificativa da escolha);
- o quadro ordenado das mudanças a operar;
- quadro cronológico das metas ou resultados 
esperados em cada mudança a operar;
- volume e composição das inversões e gastos;
- especificação das fontes e modalidades de 
financiamento;
- a previsão de mudanças, legais, institucionais e 
administrativas necessárias à implementação;
- distribuição das responsabilidades na execução e 
avaliação.
PROGRAMA
Aprofundamento do plano, os objetivos setoriais do 
plano são os centrais do programa. Detalha por setor a 
política, as diretrizes, metas e medidas planejadas. Quadro 
de referência do projeto
Elementos básicos do programa:
- síntese de informações a respeito da mudança a ser 
programada;
- formulação explícita das funções de cada agente do 
programa;
- formulação de objetivos gerais e específicos em 
coerência explícita com o plano e o relacionamento com 
outros programas;
- atividades e projetos que comporão o programa e 
sumário de objetivos e ação;
- recursos humanos, físicos e materiais mobilizados;
- explicitação das medidas administrativas necessárias 
à execução e manutenção.
PROJETO
- Traçado prévio da operação de uma unidade de ação 
(mais abstrato). 
- Unidade elementar do processo sistemático de 
racionalização de decisões.
- Proposição de produção de algum bem ou serviço, 
com emprego de técnicas determinadas e com objetivo de 
resultados definidos (mais material)
- Meios necessários à realização e adequação de meios 
aos fins pretendidos. 
- Instrumental mais próximo da execução (estabelece 
prazos, recursos, materiais, custos e receitas). 
- administrar como a arte de tomar decisões, geração 
de recursos ⇐ CURTO PRAZO ⇒ produzir hoje com a 
estrutura existente aplicação de recursos ⇐ LONGO PRAZO 
⇒ planejar, projetar a ação
- EX: - projeto de ampliação de capacidade,
- análise de viabilidade (maximizar retornos e 
minimizar riscos);
- captação de recursos (importante no Brasil, análise 
racional para concessão de recursos)
PLANO/PROGRAMA/PROJETO
- níveis de HIERARQUIZAÇÃO sistematizados de 
decisões e objetivos de longo prazo 
 ⇓ 
cuja OTIMIZAÇÃO pretende o melhor projeto ⇔ o 
melhor programa
- PROJETO como soma de diversas ferramentas e 
técnicas de administração como MKT (determinação de 
demanda, preço, etc.), PRODUÇÃO (dimensionamento, 
tecnologia, localização) e FINANCEIRA (estrutura do capital, 
determinação de receitas e custos, análise viabilidade).
- nenhuma ferramenta nova mas uma SÍNTESE de 
ferramentas ⇒ poderoso processo de tomada de decisão 
 ⇓
 INTERRELACIONADAS, de tal forma que, 
separadamente não podem ser utilizadas nem se prestam 
a um resultado satisfatório.
- processo que parte da identificação de idéias - pré-
viabilidade - viabilidade final (aproximações sucessivas).
Fonte
BAPTISTA, M.V. Planejamento Social: Intencionalidade 
e Instrumentação. 2. ed. São Paulo: Veras Editora, 2002.
BRISOLA, E.M.A; SILVA, A.L. O TRABALHO 
DO ASSISTENTE SOCIAL NO SUAS: ENTRE 
VELHOS DILEMAS E NOVOS DESAFIOS. 
TAUBATÉ-SP: CABRAL EDITORA, 2014. 
O ASSISTENTE SOCIAL COMO TRABALHADOR NA 
POLÍTICA
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Elisa Maria Brisola 
Esse texto retrata os achados sobre o trabalho do 
assistente social no Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS) desenvolvida na região Metropolitana do Vale do 
Paraíba- SP. A pesquisa objetivou identificar as dificuldades 
do exercício profissional do Assistente Social no SUAS e 
as estratégias individuais e coletivas construídas para 
sua superação; buscou também conhecer as formas de 
resistência dos profissionais frente aos rumos neoliberais 
tomados na administração pública, na perspectiva de 
privatização do SUAS. 
Antes mesmo de adentrar no debate acerca do trabalho 
do assistente social, importa reportar-nos ao contexto 
contemporâneo de crise do capital. Essa crise desenrola-
se desde os anos de 1970. Trata-se de uma crise estrutural 
“que expõe as contradições da dinâmica da acumulação, 
manifestando-se em diversas frentes: a financeira, a 
ambiental, a urbana e a do emprego” (MOTA, 2010, p. 13), 
dentre outras.7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
Na análise criteriosa de Mészáros (2002), trata-se 
de uma crise de longa duração, de caráter global, de 
alcance mundial, sem saídas a curta ou longo prazo. Nesse 
sentido, visando recompor os patamares de acumulação o 
capital engendra uma série de estratégias, algumas delas 
amplamente estudadas por autores como Mészáros - o 
metabolismo do capital (2002); Antunes – as metamorfoses 
e a perda do sentido do trabalho (2005); Harvey - a 
acumulação flexível (2003); Mandel - o capitalismo tardio 
(1990), dentre outros. 
As estratégias de recomposição do capital em seu 
conjunto afetam a vida e o trabalho dos trabalhadores 
aprofundando e redimensionando os processos econômicos 
e políticos com a globalização e financeirização da 
economia, a reestruturação produtiva e o neoliberalismo, 
produzindo mudanças culturais e ideológicas, dentre 
outras. 
As mudanças forjadas pelo capital no escopo da crise 
de acumulação do último quartel do século XX trouxeram, 
segundo Thébaud-Mony e Druck (2007, p. 25), “uma nova 
conjuntura histórica, dando conteúdo a um novo modelo 
de trabalho e vida” (grifos dos autores). 
Os processos de externalização, precarização e 
flexibilização como estratégias integrantes do capitalismo 
mundializado, afetam os trabalhadores de diferentes 
países, ainda que com particularidades, dadas as condições 
históricas de cada um (THÉBAUD-MONY; DRUCK, 2007). 
Nesse sentido, o processo de precarização: 
[...] compreendido como processo social constituído 
pela amplificação e institucionalização da instabilidade e 
da insegurança, expressa nas novas formas de organização 
do trabalho – onde a terceirização/subcontratação 
ocupa um lugar central - e no recuo do papel do Estado 
como regulador do mercado de trabalho e da proteção 
social através das inovações da legislação do trabalho 
e previdenciária. Um processo que atinge todos os 
trabalhadores, independente de seu estatuto, e que tem 
levado a crescente degradação das condições de trabalho, 
saúde (e de vida), dos trabalhadores e da vitalidade da ação 
sindical (THÉBAUD-MONY; DRUCK, 2007, p. 31). 
 
István Meszáros (2007, p.148) explica que os 
verdadeiros obstáculos confrontados pelo trabalho na 
contemporaneidade podem ser resumidos em duas 
palavras: “flexibilidade” e “desregulamentação” às quais 
equivalem à “implacável precarização da força de trabalho”. 
Para o autor, tais perspectivas carregam “agressivas 
inspirações” anti-trabalho e políticas neoliberais. 
Nesse contexto, as mudanças na dinâmica do 
capitalismo orientam-se por uma perspectiva de classe 
revelando-se como uma ofensiva do capital contra o 
trabalho assalariado (ALENCAR; GRANEMANN, 2009). 
Na América Latina, esses processos ganham contornos 
ainda mais perversos tendo em conta as condições precárias 
de grande parte dos trabalhadores, os quais se encontram 
desprotegidos, seja por sua inserção no mercado informal, 
seja pelas mudanças operadas nas relações de trabalho. 
No caso brasileiro, tais processos são favorecidos pela 
ausência de regulação do Estado e a “liberalização da ação 
empresarial com ou sem o respaldo em leis que não só 
flexibilizaram o uso da força de trabalho, mas também 
favoreceram a fraude e a fuga ao cumprimento das normas 
e das já limitadas obrigações trabalhistas” (THÉBAUD-
MONY; DRUCK, 2007, p. 43), lembremos, por exemplo, 
o Projeto de Lei 4.330/2004 da terceirização aprovado 
pela Câmara de Deputados em 15/04/15, a qual significa, 
conforme análise da Associação Nacional dos Magistrados 
da Justiça do Trabalho (ANAMATRA): 
 
[...] redução de custos, o que na prática tem implicado 
cortes de despesas com direitos trabalhistas. A realidade 
demonstra, então, que a terceirização de serviços funciona 
como mecanismo de diminuição de garantias e de direitos 
para boa parte dos empregados terceirizados, os quais 
recebem salários mais baixos e tem menos benefícios 
quando comparados com trabalhadores da mesma 
função que não sejam terceirizados. [...] A terceirização 
comprovadamente também diminui a disponibilidade 
de postos de empregos e paralelamente aumenta a 
rotatividade de mão de obra, pontos que são absolutamente 
prejudiciais não só à classe trabalhadora, mas também a 
toda a sociedade (ANAMATRA, 2015). 
 
No que tange à precarização, Alves (2009, p. 189) 
afirma que essa experiência no Brasil decorre da “síndrome 
objetiva da insegurança de classe (insegurança de emprego, 
de representação, de contrato etc.) que emerge numa 
textura histórica específica–a temporalidade neoliberal”. 
Tal experiência, conforme o autor é “elemento compositivo 
do novo metabolismo social que emerge a partir da 
constituição do Estado neoliberal”. 
A precarização, segundo o autor fundamenta-se 
na “intensificação (e a ampliação) da exploração (e a 
espoliação) da força de trabalho e o desmonte de coletivos 
de trabalho e de resistência sindical-corporativa” (ALVES, 
2009, p.189), bem como na fragmentação social e aumento 
do desemprego, exercendo pressão sobre a organização 
dos trabalhadores, os quais perdem SUAS referências de 
luta coletiva. 
As mudanças contemporâneas afetam o mundo do 
trabalho, como também provocam redefinições profundas 
no Estado e nas políticas sociais. 
As políticas sociais expressam as contradições e os 
antagonismos das relações entre as classes e destas com 
o Estado (MOTA, 1995). No capitalismo atual estão cada 
vez mais submetidas aos ditames da política econômica, 
“redimensionada(s) ante as tendências de privatização, 
de cortes nos gastos públicos para programas sociais, 
focalizados no atendimento à pobreza e descentralizados 
em sua aplicação” (IAMAMOTO, 2008, p. 147) e com o 
processo de precarização/flexibilização das condições de 
trabalho dos agentes que prestam serviços públicos aos 
usuários das políticas sociais. 
Essas mudanças decorrentes da nova etapa da 
acumulação capitalista atravessam diferentes dimensões 
da vida social, afetam as relações e gestão do trabalho, 
“imprimem novas racionalidades às formas de organização 
do Estado, das políticas públicas e dos sistemas de 
8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
proteção social, alterando os critérios de distribuição do 
fundo público e, em consequência, modelando as formas 
de organização e prestação dos serviços sociais públicos” 
(RAICHELIS, 2013, p. 611). 
Na análise lúcida de Behring (2008) longe do sentido 
de solidariedade, pacto social, reforma democrática e 
redistributivista vividas na perspectiva beveridgeana 
e socialdemocrata de seguridade, as políticas sociais 
no escopo da crise do capital, instituem-se a partir de 
critérios cada vez mais seletivos e focalizados para o 
atendimento aos direitos sociais. Trata-se de um processo 
de assistencialização das políticas sociais - funcional à 
modernização conservadora em curso. 
 
As políticas governamentais contemporâneas são 
“favorecedoras da esfera financeira e do grande capital 
produtivo das instituições e mercados financeiros e empresas 
multinacionais enquanto forças que capturam o Estado” 
(IAMAMOTO, 2009, p. 31), redimensionando “a questão 
social”, “radicalizando SUAS expressões”, agravando as 
condições de vida e trabalho dos trabalhadores em geral. 
Nessa direção, a lógica orientadora das Políticas Sociais 
em geral e particularmente da política de assistência 
social, “fundamentam-se, para a força de trabalho que as 
executam, com fortes traços e tendências de precarização, 
focalização e descentralização ” (ALENCAR; GRANEMANN, 
2009, p.166). 
A partir dessa breve contextualização da crise do 
capital e seus impactos na Política Social, passa-se agora 
a refletir sobre o trabalho do Assistente Social no âmbito 
da Política de Assistência Social, à qual, desde a aprovação 
da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) em 1993, da 
Política Nacional de Assistência Social (PNAS) em 2004 e 
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em 2005, 
expressa um conjunto de contradições, pois ao mesmo 
tempoem que se constitui em conquista para a área da 
assistência social - historicamente foi vista como não-
direito, com a construção de mecanismos de organização, 
profissionalização e financiamento da política, de outro, 
efetiva-se por meio de terceirizações e precarização do 
trabalho dos trabalhadores sociais. 
Cabe lembrar que a inserção da Assistência Social no 
tripé da Seguridade Social pressupõe, conforme Silveira 
(2009), compreendê-la em uma perspectiva ampla, 
democrática, pública, redistributiva e com serviços de 
qualidade articulando o direito socioassistencial aos demais 
direitos de proteção social, além de “reformas estruturantes 
para o enfrentamento das desigualdades e as garantias do 
trabalho”. Pressupõe, conforme a autora, a necessidade 
de construção e da universalização de direitos e políticas 
públicas de proteção social, ainda que se reconheçam as 
contradições que atravessam a Seguridade Social. 
Bochetti (2005) por sua vez afirma que a efetivação da 
Assistência Social como política de Seguridade demanda 
entendê-la não apenas como uma política exclusiva de 
proteção social, mas articular seus serviços e benefícios aos 
direitos assegurados pelas demais políticas sociais, a fim 
de estabelecer, no âmbito da seguridade social, um amplo 
sistema de proteção social. 
A Política de Assistência Social guardada em sua 
especificidade não atende de forma exclusiva as demandas 
e necessidades de seus usuários porque permeada por 
contradições inerentes ao modo de produção capitalista, 
para o qual é funcional. 
Mota (2008, p. 141) chama atenção para a capacidade 
de as classes dominantes capitalizarem politicamente 
a Assistência Social, “transformando-a no principal 
instrumento de enfrentamento da crescente pauperização 
relativa, ampliando o exército industrial de reserva no seio 
das classes trabalhadoras”. Vejamos o que acontece com as 
(os) Assistentes Sociais: 
Ao tratar do trabalho do assistente social uma 
primeira questão desponta para situar o escopo da 
reflexão desenvolvida nesse texto: o Assistente Social é 
um trabalhador assalariado, razão pela qual, conforme 
Iamamoto (2007, p. 430) “as dimensões desse trabalho 
realizam-se por mediações distintas em função da forma 
assumida pelo valor-capital e pelos rendimentos”. Estas 
mesmas formas, explica a autora, “condicionam, sob a ótica 
do valor, a contribuição desse trabalhador ao processo de 
produção e reprodução das relações sociais sob a égide 
das finanças” 
No contexto contemporâneo alteram-se as demandas 
de trabalho do Assistente Social, modifica-se o mercado de 
trabalho, alteram-se as condições em que este trabalho se 
realiza. 
O assistente social como trabalhador assalariado, 
experimenta em seu cotidiano profissional, tanto no setor 
privado, como no público, mudanças nas condições e 
relações de trabalho às quais se apresentam precarizadas, 
entendendo a precarização como um processo de mudança 
na qualidade das condições de trabalho, evidenciada 
no capitalismo, com a passagem da forma de produção 
fordista para a produção flexível. 
A precarização, portanto, na ordem contemporânea, 
se refere às más condições de trabalho, a ausência e/
ou redução dos direitos trabalhistas, ao desemprego 
que assola grande parte da população, à fragilidade dos 
vínculos de trabalho (CAVALCANTE; PRÉDES, 2010). 
Na Política de Assistência Social essa realidade cada vez 
mais se intensifica: pesquisas realizadas por estudiosos da 
área, bem como estudos realizados pelo próprio governo 
federal Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) 
apontam para o processo de precarização das condições 
de trabalho dos profissionais da área no que tange ao tipo 
de vínculos, apesar da expansão de postos de trabalho 
para os assistentes sociais confirmadas pelos Censos 
SUAS/2014/2013/2012: em 2014 atuavam na política de 
assistência social 17.567 assistentes sociais nos CRAS; 5420 
nos CREAS; 599 nos Centro Pop; 4789 nas Unidades de 
Acolhimento, perfazendo um total de 28.375 profissionais. 
No ano de 2013 no CRAS 25.203 e em 2012, 24. 087. 
Importante ressaltar que de maneira geral, os 
trabalhadores do SUAS encontram-se em situação de 
precarização no que tange ao tipo de vínculos, conforme 
os dados apontados no Censo /SUAS /2014: 
 
9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
Tabela 1 - Percentual de profissionais lotados em unidades públicas e privadas que ofertam serviços 
socioassistenciais segundo o tipo de vínculo – 2014.
Os dados acima citados podem indicar também o processo de terceirização dos serviços socioassistenciais, sobretudo 
nas Unidades de Acolhimento e Centros de Convivência com contratações pela CLT (38,9% e 46,1% respectivamente). Por 
outro lado, há fragilização de vínculos nas unidades estatais (CRAS E CREAS), na medida em que os percentuais de “outros 
tipos de vínculos ” é alto: 53,4% para o CRAS; 47.8 para o CREAS; 48,4% para o Centro Pop; 44,0% para as Unidades de 
acolhimento e 40,7% para os centros de Convivência. 
Os dados encontrados em nossas pesquisas na região do Vale do Paraíba são a expressão exata da realidade mais 
ampla, com a terceirização dos serviços socioassistenciais, a exemplo dos dados do Censo SUAS 2012, segundo o qual 
nesse ano 35,5% dos profissionais que atuavam no SUAS eram estatutários; 7,2% eram contratados em regime CLT; 14,2% 
possuíam outro vínculo não permanente; 31,6% eram temporários; 8,7% comissionados; e 5,4% eram terceirizados (BRASIL, 
2013). Excetuando-se os estatutários e somando-se os percentuais de trabalhadores com outro tipo de vínculo, tem-se que 
67,1% dos profissionais do SUAS não eram servidores públicos. 
Os dados coletados na primeira etapa da pesquisa na Rede SUAS em 2012 evidenciaram que na, hoje, Região 
Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo (RMVP-LN) atuavam 370 profissionais nos Centro de 
Referência de Assistência Social (CRAS) e nos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), dos quais 
238 (64.3%) são assistentes sociais e os demais se dividem entre psicólogos, advogados, pedagogos e outras profissões de 
nível superior. 
Verificou-se também que, dos trabalhadores sociais que atuam no SUAS, cerca de 111 (30%) são estatutários, ou seja, 
são servidores públicos municipais, aprovados em concurso; 177 (50%) são contratos pelo regime da Consolidação das 
Leis Trabalhistas (CLT); 29 (7,8%) são temporários; 21 (5,6%) são comissionados, ou seja, cargos de indicação política; 10 
(2,7%) são cooperados; 15 (4,0%) possuem outro vínculo não especificado e 7 (1,8%) não possuem vínculo empregatício de 
qualquer natureza (são, possivelmente, autônomos [RPAs] e/ou voluntários). 
A Tabela 2 abaixo explicita o número de trabalhadores sociais e seus respectivos vínculos empregatícios por município 
da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte: 
 
10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
Tabela 2 - Número de trabalhadores conforme o Vínculo Empregatício por município da Região Metropolitana 
do Vale do Paraíba e Litoral Norte.
Nos dados apresentados pelo Censo SUAS/2014 essa tendência permanece, visto que em 2010, eram 36,6% 
de profissionais estatutários no Brasil; em 2011, 34,0%; no ano de 2012, 35,5%; em 2013, 35,8% e em 2014 35,1%. Em 
contrapartida, tem-se em 2014 o aumento de profissionais com “outros vínculos” alcançado o maior percentual da série 
histórica analisada, 37%; 16,9% comissionados; 11% celetistas. 
O Censo SUAS/2014 ainda traz um dado que merece análise: do conjunto de profissionais que atuam no SUAS a 
maior concentração se dá no nível médio no CRAS com 23.934, contra 9.507 psicólogos, 5.690 pedagogos, 7.705 outras 
formações e 26.038 sem formação. Também se registra a expansão de trabalhadores de nível médio no CREAS (1004) e no 
Centro Pop (952). 
A constatação da realidade dos trabalhadores do SUAS quanto ao tipo de contratação remete à seguinte questão: “a 
não obediência dos direitos trabalhistas nos vínculos de trabalho configura a supressão doacesso à proteção social do 
próprio trabalhador” (NERY, 2009, p. 96) e, nessa perspectiva, pergunta-se como um trabalhador sem direitos irá defender 
11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
os direitos do outro. Por outro lado, entende-se que a 
composição das equipes de referência por meio de concursos 
públicos que atestem o conhecimento técnico e científico 
dos profissionais, “confere estabilidade do ponto de vista 
trabalhista” e “é parte fundamental do processo de construção 
de uma política pública de Estado” (FERREIRA, 2009, p. 110). 
A precarização das condições de contratação e, 
consequentemente, de trabalho dos profissionais 
que atuam no SUAS não garante continuidade dos 
trabalhadores em SUAS funções e, na maioria das vezes, 
as contratações são em tempo parcial (10 ou 20 horas 
semanais) e/ou por prazo determinado, por projetos ou 
cooperativas. Entretanto, uma das diretrizes da Norma 
Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH/SUAS) 
é que “a gestão do trabalho no âmbito do SUAS deva 
garantir a formalização dos vínculos dos trabalhadores do 
SUAS e o fim da terceirização, além de garantir a educação 
permanente dos trabalhadores” (BRASIL, 2013, p. 7). 
Exemplo desse processo é verificado também no Estado 
de Santa Catarina conforme estudos de Santos e Manfroi 
(2012), revelando um percentual importante de assistentes 
sociais que trabalham, não apenas em mais de um projeto 
no âmbito das organizações sociais prestadoras de serviços 
socioassistenciais, mas também profissionais que atuam 
em dois a três municípios, em razão de baixos salários. 
As pesquisas realizadas em Alagoas por Prédes 
e Cavalcante (2010) sobre o mercado de trabalho do 
serviço social, apontam para a mesma lógica, ou seja, foi 
“constatado que embora haja uma ampliação da inserção 
dos assistentes sociais no mercado de trabalho no âmbito 
do setor público, os profissionais vivenciam diversos. 
Aspectos de um trabalho precarizado. Principalmente 
devido às condições precárias em que se encontram 
os serviços públicos em todas as esferas de governo, 
implicando na redução de profissionais e na escassez de 
recursos financeiros, devido aos ajustes neoliberais”. 
Esse processo de precarização do trabalho socioassistencial 
é gerador de inúmeras dificuldades tanto para os profissionais 
que atuam na área quanto para os usuários da política, visto 
que a “mercadorização” (ANTUNES, 2007) dos serviços 
socioassistenciais, têm se expressado como desresponsabilização 
estatal e adoção da cultura gerencial característica da 
chamada flexibilização produtiva, a qual visa à racionalização e 
intensificação dos ritmos e processos de trabalho, transferindo a 
execução dos serviços para organizações sociais “filantrópicas”, 
frequentemente vinculadas a instituições religiosas. 
A terceirização dos serviços socioassistenciais 
“desconfigura o significado e a amplitude do trabalho 
técnico realizado pelos assistentes sociais e demais 
trabalhadores sociais”, além de deslocar “as relações 
entre a população, SUAS formas de representação e 
gestão governamental, pela intermediação de empresas e 
organizações sociais” (RAICHELIS, 2009, p. 384). 
A autora ainda aponta que a terceirização dos serviços 
socioassistenciais opera uma cisão entre serviço e direito, 
na medida em que “a lógica que preside o trabalho não 
é pública, obscurecendo-se a responsabilidade do Estado 
perante seus cidadãos” (RAICHELIS, 2009, p. 384). 
A terceirização dos serviços socioassistenciais 
e a contratação precária de profissionais assumem, 
conforme Raichelis (2010), características específicas 
na Assistência Social, considerando o seu histórico de 
desprofissionalização e descontinuidade das ações. Ao 
que parece, a política vive uma espécie de retorno ao 
passado no que concerne à parceria público-privado, visto 
que historicamente as organizações sociais compuseram 
o quadro dessa política. Evidentemente, as bases dessa 
nova lógica se diferenciam daquelas do passado, porém 
os efeitos deletérios continuam presentes tanto para os 
usuários da política, como para os profissionais. 
A pesquisa, base dessa análise, identificou as principais 
dificuldades que os profissionais enfrentam ao trabalhar 
no campo do SUAS, quais sejam: falta de estabilidade; 
insegurança no trabalho; precarização das condições 
de trabalho; aumento do trabalho com exigências de 
cumprimento de metas; burocratização, baixos salários, 
ausência de capacitações, dentre outras. 
Analisar, portanto, o trabalho do Assistente Social no 
SUAS demanda a identificação das contradições do fazer 
profissional como trabalhador assalariado que atua no 
âmbito das políticas e não dispõe dos recursos para sua 
ação e, nessa condição, lhe são impostos “parâmetros 
institucionais e trabalhistas que regulam as relações de 
trabalho”, os quais “condicionam o conteúdo do trabalho 
realizado e estabelecem limites e possibilidades à realização 
dos propósitos profissionais” (IAMAMOTO, 2009, p. 38). 
 
A condição assalariada do exercício profissional 
pressupõe a mediação do mercado de trabalho. Assim, 
as exigências impostas pelos distintos empregadores 
materializam demandas, estabelecem funções e 
atribuições, impõem regulamentações específicas a serem 
empreendidos no âmbito do trabalho coletivo (CEOLIN, 
2014, p.241). 
 
No âmbito das instituições empregadoras, o assistente 
social integra o trabalho coletivo para a implementação de 
ações determinadas pelas instituições, logo, o resultado 
de seu trabalho depende, dentre outros aspectos, “do 
prévio recorte das políticas definidas pelos organismos 
empregadores, que estabelecem demandas e prioridades 
a serem atendidas” (IAMAMOTO, 2007, p. 421), o que, 
certamente, contribui para a diminuição da autonomia 
profissional. Silva (2012, p. 156) confirma essa lógica ao 
afirmar que a: 
 
Política de Assistência Social impacta diretamente 
o cotidiano profissional, tensionando as dimensões das 
competências e atribuições privativas do assistente social 
que postula um profissional crítico vinculado às demandas 
coletivas de usuários, ao acesso aos direitos, e as demandas 
institucionais que vêm exigindo um profissional com um 
perfil mais tecnicista, cuja tendência é de fortalecimento 
das bases conservadoras do Serviço Social, e, portanto, de 
mero controle de parcelas da classe trabalhadora usuária 
desta política. 
 
12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
Em artigo publicado por Raichelis (2013) acerca dos 
impactos da crise mundial sobre o Sistema de Proteção 
Social e o trabalho do assistente Social, os achados da 
autora corroboram com as vivências dos profissionais 
entrevistados na pesquisa que serve de base nesse texto, 
explicitando que no contexto da precarização há um 
excessivo aumento de “trabalho”, aumento esse funcional 
à despolitização, visto que os profissionais dedicam-
se ao trabalho burocrático, “com o preenchimento de 
formulários e planilhas padronizadas, a multiplicação 
das visitas domiciliares para fins de controle institucional 
das provisões e prestações sociais, a realização de 
cadastramentos da população”, ou seja, cada vez mais os 
assistentes sociais dedicam-se a tarefas que não permitem 
a reflexão, rebaixando a qualidade e importância de 
seu trabalho, além de não permitir a articulação com os 
usuários da política (RAICHELIS. 2013, p. 624). 
A burocracia, nesse sentido, assume lugar de destaque 
nas práticas profissionais, ocultando o sentido do fazer 
profissional, impondo uma racionalidade de tipo novo, a 
qual inibe a reflexão crítica e as possibilidades de resistência 
dos profissionais, que estão trabalhando cada vez mais. 
Conforme Raichelis (2013) na conjuntura 
contemporânea além da intensificação do trabalho, as 
exigências são cada vez maiores assim como as cobranças 
de resultados quantitativos em detrimento dos qualitativos, 
com evidente “degradação e exploração do trabalho, em 
outros termos, a adoção de estratégias de redução do 
trabalho pago e ampliaçãodo trabalho excedente, o que 
está na raiz do sofrimento do trabalhador assalariado” 
(RAICHELIS, 2013, p. 623). 
Nesse sentido, a precarização é idelogicamente 
funcional ao novo modelo de gestão do trabalho, na medida 
em que permite a emergência da “racionalidade” nova do 
capital e, ao mesmo tempo, subtrai dos trabalhadores o 
tempo necessário para sua organização política, articulação 
com movimentos sociais e usuários, seja pelo excesso de 
trabalho que os mobiliza no ambiente laboral, seja pelo 
esgotamento físico provocado por esse excesso. Cabe 
lembrar que a redução do tempo de trabalho - propiciada 
pela “flexibilização” representada pelo emprego em 
tempo parcial, temporário, autônomo e informal - não 
corresponde ao aumento do tempo livre - possivelmente 
destinado à organização política dos trabalhadores -, já 
que a diminuição das jornadas significa, geralmente, a 
“redução dos salários, obrigando as pessoas a multiplicar 
SUAS ocupações” (ORGANISTA, 2006, p. 68). 
Do ponto de vista da gestão do trabalho, os profissionais 
apontam para a nova racionalidade do Estado que passa a 
reordenar e regulamentar as prestações de serviços com 
o intuito de evitar supostos desperdícios e a racionalizar 
o trabalho visando a “eficiência” e a “eficácia” nos moldes 
gerenciais. A adoção da lógica ou da linguagem do capital 
(RAICHELIS, 2010) gera, no mínimo, o esvaziamento do 
espaço público como arena de disputas de interesses 
antagônicos, convertendo-se, em um espaço despolitizado. 
Os profissionais, por seu turno, ressentem-se de 
espaços para expor SUAS ideias e experiências na medida 
em que o planejamento não passa por essa instância. Aos 
profissionais é delegada apenas a função executora. Tal 
perspectiva produz, no limite, desânimo (e, em alguns 
casos, desistência dissimulada) no que se refere ao 
potencial emancipatório do projeto profissional do Serviço 
Social. 
Outro elemento derivado da precarização das 
condições de trabalho se refere ao processo de 
despolitização da categoria. Conforme Antunes (2007, p. 
22) na “nova morfologia do trabalho”, a classe trabalhadora 
é mais fragmentada, heterogênea e complexificada, 
consequentemente, mais despolitizada. 
As narrativas dos profissionais entrevistados, ou melhor, 
no silêncio desses, observa-se distância no que se refere 
à participação nos organismos da categoria (conjunto 
CFESS/CRESS); movimentos sociais, sindicatos ou partidos, 
os quais se constituem mecanismos de fortalecimento 
da luta pelos direitos socioassistenciais, bem como pelos 
direitos dos trabalhadores em geral. 
Dos profissionais entrevistados somente um destaca 
a importância do diálogo constante com os organismos 
da categoria como forma de enfrentamento dos desafios 
postos à profissão: 
Acredito que o conjunto CFESS/CRESS, apesar de 
alguns problemas existentes, ainda assim são canais 
legítimos de discussão e fortalecimento da categoria. Basta 
à gente participar (AS. de município de Grande Porte/
Organização Social). 
 
Identifica-se, nessa perspectiva, um processo de 
despolitização no interior da assistência social, na medida 
em que os profissionais estão submersos à rotina do 
trabalho: 
[...] o trabalho é extremamente burocratizado, não 
temos tempo para mais nada (AS. de município de Médio 
Porte). 
 
[...] nós não temos momentos para nos reunir e refletir 
sobre o próprio trabalho, sobre as nossas condições de 
trabalho (AS. Município de Porte Grande). 
 
[...] A gente trabalha em muitas frentes, às vezes com 
três projetos. Aí, a gente não dá conta de mais nada (AS 
de Organização social conveniada com município Porte 
Grande). 
 
Como adverte Antunes (2007, p. 22) a reversão desse 
processo se dará por meio de “um novo desenho das 
formas de representação das forças sociais”. 
 
Considerações finais 
Como foi possível apontar nessa reflexão, o assistente 
social como trabalhador é impactado, assim como os 
demais trabalhadores, pelas estratégias e táticas perversas 
do capital com vistas à recomposição de SUAS taxas de 
lucro. 
Nessa direção, evidenciam-se novos desafios postos 
aos profissionais na medida em que os processos de 
terceirização, flexibibilização e precarização atingem o 
campo das políticas sociais públicas, restringindo o poder 
13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
de negociação dos trabalhadores, exponenciando o 
trabalho e reduzindo os direitos conquistados por meio 
de lutas sociais. As mudanças ocorridas na dinâmica 
do trabalho atingem os profissionais em geral por sua 
condição de assalariamento. 
Especificamente, no caso dos Assistentes Sociais, a 
insegurança gerada por contratos precários, associada 
ao acúmulo de trabalho cada vez mais burocrático inibe a 
organização dos profissionais, levando-os a sofrimentos 
tanto físicos como emocionais e a enfrentamentos de 
caráter individual de questões afetas ao coletivo. De 
outro lado, as condições precárias de trabalho afetam a 
qualidade do trabalho desenvolvido junto à população 
usuária dos serviços socioassistenciais, comprometendo 
o projeto profissional do Serviço Social. 
O processo de precarização que atinge a todos “é 
um processo que mina as formas de resistência e luta 
dos trabalhadores, disseminando a (falsa) ideia de 
fatalidade econômica e irreversibilidade política da 
situação presente” (RAICHELIS, 2013, p. 618). 
O contexto contemporâneo, portanto, conforme 
Berhing (2008) aponta a necessidade de associar coragem 
e racionalidade para o enfrentamento dos processos em 
curso nesse período regressivo, contrarrevolucionário 
e contra reformista, de falta de nitidez dos projetos 
societários e confusão dos espíritos, e diríamos de 
superexploração da força de trabalho, de precarização 
das condições de trabalho e vida, de desregulamentação 
dos direitos conquistados pela classe trabalhadora, de 
barbárie. 
No que se refere aos assistentes sociais, impõe-
se cada vez a necessidade de articulação com outros 
profissionais, usuários, sindicatos e partidos de forma a 
fortalecer o projeto democrático e os direitos das classes 
trabalhadoras. 
Por outro lado, conforme Mota (2014, p. 700) a 
problematização das “expressões cotidianas e imediatas 
da realidade e que se constituem em demandas às 
instituições e ao Serviço Social [pode] levar o profissional 
exercitar uma relativa autonomia intelectual que oriente 
SUAS propostas de intervenção com base nas condições 
objetivas existentes”. 
Da mesma maneira, a participação nos organismos 
da categoria, é estratégica para a resistência coletiva. 
Assim, apesar das contradições identificadas na 
realidade social, não podemos perder de vista as 
possibilidades de resistência e enfrentamento coletivo. 
Em tempos tão sombrios, cabe o fortalecimento e defesa 
do projeto ético-político do serviço social, contra a 
superexploração da força de trabalho.
Fonte
BRISOLA, E.M.A; SILVA, A.L. O Trabalho do Assistente 
Social no SUAS: Entre velhos dilemas e novos desafios. 
Taubaté-SP: Cabral editora, 2014. 
BRASIL. MINISTÉRIO DO 
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE 
À FOME. SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL. POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO 
PERMANENTE DO SUAS. BRASÍLIA: 
SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL, 2013.
1. INTRODUÇÃO
Caracterizada historicamente por ações assistencialistas, 
paternalistas, fundadas na caridade e na benesse e 
alicerçadas no voluntariado, a Assistência Social tem dado 
passos significativos em direção à sua consolidação como 
política de direito.
A mudança no paradigma assistencial historicamente 
dominante se deu na medida em que os movimentos sociais 
afetos ao campo da Assistência Social, que haviam sido 
silenciados durante o período da Ditadura Militar (1964-
1985), emergiram na cena política nacional e, quando da 
redemocratização do País, deixaram sua marca no processo 
de elaboração da Carta Magna de 1988.
Assim, por força da Constituição Federal de 1988 e da 
Lei n. 8.742, de 1993, Lei Orgânica da Assistência Social 
(LOAS), e suas atualizações,a Assistência Social foi elevada 
ao estatuto de política pública integrante da Seguridade 
Social e, portanto, passou a constituir-se como um direito 
do cidadão e dever do Estado.
Os procedimentos, mecanismos, instrumentos, 
princípios e diretrizes de sua operacionalização foram 
regulamentados pela Política Nacional de Assistência 
Social (PNAS/2004) e pela Norma Operacional Básica do 
SUAS (NOB/SUAS/2005), revogada e substituída pela NOB/
SUAS/2012). Arcabouço normativo por meio do qual a 
Assistência Social ganhou a configuração institucional 
de um sistema descentralizado e participativo que, por 
meio de uma rede socioassistencial, composta de órgãos 
governamentais e de entidades e organizações de 
Assistência Social, oferta à população serviços, benefícios, 
programas, projetos e transferências de renda, destinados 
à garantia da proteção social e ao atendimento das 
necessidades básicas da população.
O conjunto de processos, procedimentos e atividades, 
relacionadas ao planejamento, operacionalização, 
monitoramento, avaliação e controle social do conjunto 
de ações finalísticas, as quais compõem a Política de 
Assistência Social; bem como o financiamento e a gestão 
sistêmica, descentralizada, participativa e compartilhada, 
exigem a mobilização de novos saberes e competências e 
uma permanente atualização - impondo ao mesmo tempo 
a necessidade de um trabalho combinado e qualificado e 
de uma grande variedade de profissionais, com diferentes 
graus de formação escolar, atuando nas três esferas de 
governo.
14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
Visando a atender as exigências desse novo contexto 
e a promover a profissionalização da Assistência 
Social, a LOAS coloca em evidência a necessidade de 
implementação da Gestão do Trabalho e da Educação 
Permanente na Assistência Social e atribui ao Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) a 
responsabilidade de “formular política para a qualificação 
sistemática e continuada de recursos humanos no campo 
da Assistência Social” (LOAS, art. 19, IX).
Tal perspectiva é reafirmada pelo Plano Decenal da 
Assistência Social (2005) e pela Norma Operacional Básica 
de Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH/SUAS/2006).
Assim, em resposta a esses desafios, o Conselho 
Nacional de Assistência Social (CNAS), com o apoio da 
Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), iniciou 
um amplo processo de debate e de pactuação, envolvendo 
gestores das três esferas federativas, como trabalhadores, 
conselheiros e usuários do SUAS; visando à elaboração do 
texto desta Política Nacional de Educação Permanente.
As diretrizes e princípios que a orientam foram 
apresentados e discutidos, pela primeira vez, em 
2011, durante o Fórum Nacional de Secretários de 
Estado da Assistência Social (FONSEAS), sendo que as 
responsabilidades que ela estabelece entre os entes 
federados foi pactuada, nesse mesmo ano, por ocasião da 
108ª Reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). 
Após essa pactuação, uma versão preliminar desta política 
foi apresentada e discutida em uma reunião do CNAS, a 
qual deliberou pela sua publicização e disseminação na 
VIII Conferência Nacional da Assistência Social, realizada 
em dezembro de 2011, bem como pela organização de 
uma oficina de trabalho, destinada ao aprofundamento do 
debate sobre o seu conteúdo. 
 
A oficina, realizada em 25 de abril de 2012, contou com 
a participação de representantes de Instituições de Ensino 
Superior das cinco regiões do País; de Associações de Ensino 
e Pesquisa; do Fórum Nacional dos Trabalhadores do SUAS; 
de conselheiros de Assistência Social; do FONSEAS; do 
Colegiado Nacional dos Gestores Municipais da Assistência 
Social (Congemas); de representantes das Entidades de 
Classe representativas das categorias profissionais com 
Ensino Superior que atuam no SUAS; e de colaboradores/
especialistas. Com base no debate realizado e a fim de que 
fosse incorporado ao texto as contribuições resultantes, o 
CNAS, por meio da Resolução n. 19, de 06 de junho de 
2012, instituiu um Grupo de Trabalho com o objetivo de 
sistematizar o texto final da Política Nacional de Educação 
Permanente do SUAS.
Essa Política Nacional de Educação Permanente constitui, 
portanto, uma resposta às demandas por qualificação do 
provimento dos serviços socioassistenciais, da gestão e do 
controle social do SUAS, não apenas representativa dos 
anseios do conjunto de sujeitos envolvidos na construção 
desse Sistema, mas também de um ousado e arrojado 
modo de se conceber e fazer a formação de pessoas para e 
pelo trabalho, visando à emancipação dos trabalhadores e 
dos usuários do Sistema.
Para o desafio de implementá-la estão convocados todos 
os que contribuíram, estejam contribuindo ou pretendam 
contribuir para a profissionalização do SUAS e consolidação 
da Assistência Social enquanto política pública de direito: 
MDS; Secretarias Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de 
Assistência Social; Conselhos de Assistência Social; Entidades 
e Organizações de Assistência Social; organizações de classe 
e organizações sindicais representativas dos trabalhadores 
do SUAS; organizações representativas de usuários do SUAS; 
Comissões Intergestores Tripartite e Bipartites; Instituições 
vinculadas à Rede Nacional de Capacitação e Educação 
Permanente do SUAS, entre outros.
2. HISTÓRICO
O reconhecimento da Assistência Social como política 
pública integrante da Seguridade Social, direito do cidadão 
e dever do Estado, bem como a lógica de sua organização 
na forma de sistema único, descentralizado e participativo, 
possibilitaram a institucionalização dos conselhos e 
conferências como espaços centrais e privilegiados do 
debate democrático, relativamente aos diferentes aspectos 
e dimensões de sua implementação.
Entre eles, os temas da gestão do trabalho e da 
qualificação e valorização dos trabalhadores da área 
figuraram desde o primeiro momento nos debates e 
deliberações das conferências de Assistência Social, 
culminando com a realização da VIII Conferência Nacional, 
que teve como lema “A consolidação dos SUAS e a 
Valorização dos seus Trabalhadores”.
A preocupação com esses temas, porém, não se 
limitou ao campo do debate. Com relação à qualificação 
dos trabalhadores e dos conselheiros envolvidos na 
implementação da Política de Assistência Social, algumas 
ações foram desenvolvidas e executadas nos âmbitos 
municipal estadual, distrital e federal; possibilitando um 
importante aprendizado institucional quanto ao tema.
Sendo assim, como ponto de parti da para as definições 
estratégicas contidas nessa Política Nacional de Educação 
Permanente, vale proceder ao registro e ao balanço da 
trajetória histórica do modo como as conferências de 
Assistência Social enfrentaram o debate quanto aos 
temas acima anunciados, bem como das principais ações 
de formação e capacitação que buscaram responder às 
demandas por qualificação na área.
2.1 Trajetória histórica do debate desenvolvido nas 
Conferências de Assistência Social sobre trabalho e 
valorização dos trabalhadores
As duas primeiras Conferências Nacionais – realizadas 
respectivamente em 1995 e 1997 – convergiram com o 
período de extinção da Fundação Legião Brasileira de 
Assistência (LBA), que desde sua criação, em 1942, havia se 
constituído no principal veículo por meio do qual o Estado 
implementava ações de assistência. Nesse período, a gestão 
federal da Assistência Social financiava entidades sociais com 
verbas para a manutenção de variados serviços como creches, 
internação de idosos e serviços de atenção continuada.
15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA FUNÇÃO
A LBA contava com um grupo de servidores organizados 
e ativos na defesa da Assistência Social enquanto política 
de direito. Em sua trajetória, a Associação Nacional dos 
Servidores da Legião Brasileira de Assistência (ANASELBA) 
teve uma participação intensa no processo constituinte 
e, em seguida, no debate e na formulação da LOAS. A 
ANASELBA foi também uma das representações

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