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Constitucional Secao 05

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AO EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
LUIZ AUGUSTO, brasileiro, casado, comerciante, inscrito no CPF, RG, Título de eleitor sob o nº 123456, residente e domiciliado na Rua, nº, Bairro:, na cidade de São Caetano/PE, com e-mail:, devidamente representado por seu advogado (procuração anexa), inscrito na OAB sob o nº, com escritório à Rua, nº, Bairro:, na cidade de São Caetano/PE, com e-mail: advogado@hotmail.com, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor, com fundamento na Lei 4717/65 e no Código de Processo civil,
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
em face da decisão do Presidente do Tribunal de Justiça, a qual denegou o seguimento do Recurso Especial Interposto em desfavor do PREFEITO JACINTO JACARÉ, brasileiro, casado, prefeito da cidade de São Caetano/PE, inscrito no CPF, RG, residente e domiciliado à Rua, nº, Bairro, na cidade de São Caetano/PE, com e-mail: xxxx@gmail.com e a Empresa ACSC-PE, CNPJ, endereço à Rua, Bairro, Cidade, Estado, telefone, sócio-administrador, Estatuto.
I – DOS FATOS
Luiz Augusto, ex-vereador e residente de São Caetano/PE tomou conhecimento através do Decreto Municipal n° 01/2019, que o prefeito de sua cidade, Sr. Jacinto Jacaré, ora requerido, havia realizado transferência imprópria de serviço público, isto é, sem licitação para tanto.
O ato discutido em tela é a cobrança do serviço de estacionamento em locais públicos da cidade, chamada de “Zona Azul”. Esta prestabilidade foi transferida para a associação de comerciantes locais (ACSC-PE), cujo presidente é o Sr. Sombra, amigo pessoal do prefeito e também principal colaborador de sua campanha eleitoral.
Por apresentar vícios aos princípios da legalidade e da impessoalidade, além de lesão ao patrimônio público, apresentamos pretensão ao juízo a quo para que suspendesse tais atos. Entretanto, por entender que não houve prejuízo real ao município bem como de que a falta de licitação é justificada o magistrado julgou improcedente os pedidos requeridos.
Diante disso, recorreu-se ao Tribunal de Justiça para que eventuais injustiças e ilegalidades sejam sanadas. Ao analisarem a demanda, o Tribunal julgou-a procedente, todavia, deixou de avaliar a devolução do dinheiro obtido ilegalmente. Desse modo, ainda que se tenha evitado danos futuros, os já perpetrados restaram-se impunes, eis que a empresa manteve o erário ilegalmente obtido. Ato contínuo, apresentou-se embargos de declaração para sanar a omissão, os quais foram rejeitados sob o argumento de que a Lei da Ação Popular não prevê a reparação integral do dano causado ao erário.
Por contrariar a Lei Federal 4.717/65, fez-se necessário a apresentação de recurso especial, o qual teve seu seguimento negado pelo Presidente do Tribunal de Justiça. Com, apresenta-se o presente agravo em recurso especial para que a matéria seja levada até o Superior de Justiça.
II – DO DIREITO
a) Do Cabimento e da Tempestividade do Agravo em Recurso Especial. 
Nos termos do artigo 1.042, §3, do Código de Processo Civil, o prazo para interposição do agravo em recurso especial é de 15 (quinze) dias. Tendo-se em vista a data em que o recorrente fora intimado da decisão proferida, vê-se que o prazo fora integralmente respeitado. 
Invoca-se, agora, o artigo 1.042, do CPC. In verbis:
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recurso
Em analise ao dispositivo acima, nota-se que o instrumento utilizado é adequado para ver sua pretensão atendida. Desse modo, resta-se preenchido mais um dos requisitos trazidos pelo Código de Processo Civil para o conhecimento do recurso. 
III – Regime de Repercussão Geral
A legislação processual civil considera repercussão geral fatos relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo. No caso em concreto, estamos diante de uma discussão sobre o ressarcimento de dinheiro público obtido ilegalmente. Dúvidas não há, essa questão é extremamente relevante em todos os aspectos acima elencados. Econômico e Político, por fazer menção a valores desviados dos cofres públicos, cujos responsáveis são diretamente os agentes públicos. 
No mesmo sentido, são relevantes juridicamente por abrir precedentes para responsabilização dos agentes bem como estabelecer jurisprudência una sobre o tema. 
Por derradeiro, também vemos conseqüência sociais, haja vista o sentimento de impunidade que entorna a sociedade ante o desprezo de recursos públicos que poderiam ser revertidos em segmentos como educação, saúde e segurança.
 IV – Dos Fundamentos Jurídicos para Seguimento do Agravo em Recurso Especial 
 
Artigo 105, inciso II, da Constituição Federal, compete ao STJ:
II - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
Como é sabido, a Lei da Ação Popular trata-se de uma Lei Federal. Logo, em razão da decisão do Tribunal de Justiça violá-la, o recurso especial mostra-se adequado e cabível no caso em concreto.
Conforme argumentos ventilados acima, cabe recurso especial sempre que a decisão de Tribunal afrontar lei federal ou deixar de aplicá-la no caso em concreto. Na decisão que ensejou o recurso especial os Desembargadores afrontaram a Lei da Ação Popular em seus artigos 11, 12 e 14, uma vez que estes estabelecem que quando comprovado o dano, passa-se a existir a obrigação de ressarcimento.
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao autor, das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários de advogado.
 
Ora, tendo-se em vista o objetivo da Lei da Ação Popular: proteção aos bens públicos e essenciais; como poderia o Judiciário anular os atos lesivos e manter o dinheiro obtido de forma ilegal com os infratores? A legislação acima exposta é clara. O agente causador do dano será responsabilizado quando a ação popular for julgada procedente. E mais, nos termos do artigo 14, o pagamento ainda será feito mediante desconto direto da folha de pagamento do gerador do dano. 
Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa, será indicado na sentença; se depender de avaliação ou perícia, será apurado na execução.
§ 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução far-se-á por desconto em folha até o integral ressarcimento do dano causado, se assim mais convier ao interesse público. 
V - Do Juízo de Retratação
Por decorrência legal e também do efeito regressivo previsto no Agravo em Recurso Especial, requer-se abertura de prazo ao Presidente do Tribunal de Justiça para reconsiderar sua decisão. Não ocorrendo a retratação, requer-se a intimação do recorrido e posterior remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça, nos termos do §4, do Artigo 1.042, do Código de Processo Civil.
VI - Do Prequestionamento
Por não ter o Tribunal de Justiça enfrentado a temática em seu acórdão, interpusemos Embargos de Declaração com o fim de sanar a omissão. Além disso, também foi objeto do recurso prequestionar a matéria perante a segunda instância, uma vez que ali se daria o exaurimento da análise de fatos e provas.
Com o não acolhimento dos Embargos de Declaração, restou-se preenchido o prequestionamento, uma vez que a matéria fora levantada e analisada nas instâncias inferiores ao SuperiorTribunal de Justiça.
VII - Dos Pedidos
Diante de todo o exposto, o requerente pleiteia pela procedência integral da ação e requer os seguintes:
a) Conhecimento do recurso quanto a sua admissibilidade.
b) Reconhecimento da matéria ventilada como de Repercussão Geral.
c) a intimação da parte ré para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, 
d) a intimação do Ministério Público conforme art. 6º, §4 º, da Lei 4.717/65;
e) Abertura de prazo para exercício do juízo de retratação.
f) Requer a condenação da parte ré ao pagamento dos honorários advocatícios, das custas e das despesas processuais conforme art. 12 da Lei 4.717/65;
g) Requer, ao final, o provimento do presente recurso, ocasionando posteriormente o ressarcimento integral do dano, conforme art. 11, 12 e art. 14 da Lei 4.717/65.
Termos em que pede deferimento.
São Caetano/PE, dia/mês/ano.
OAB Assinatura

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