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AÇÃO INDENIZATÓRIA CAIPIRA HORTALIÇA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU/SP.
 		CAIPIRA HORTALIÇAS ME, pessoa jurídica de direito privado, com sede na cidade de Bauru/SP, na rua ..............., nº..., bairro..............., CEP ..............., endereço eletrônico .............., inscrita no CNPJ º ...................., neste ato representado por seu advogado que esta subscreve, com procuração anexa, endereço profissional a Rua .........., nº …, na cidade de ........, vêm perante Vossa Excelência com devido respeito e vênia, propor a presente:
AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS
C/C PERDAS E DANOS E LUCROS CESSANTES
Em face de VIAÇÃO METEORO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com sede na cidade de Bauru/SP, na Rua ..............., nº..., bairro..............., CEP ..............., endereço eletrônico .............., inscrita no CNPJ º ...................., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DOS FATOS
O Sr. Barnabé é agricultor e proprietário da microempresa Caipira Hortaliças Ltda. - ME e vive da colheita e realiza entregas em seu veículo Ford Ranger onde tira o seu sustento e de sua família.
No dia 11/02/2017, o Requerente conduzia seu veículo, na rodovia BR 364, KM 447, quando o mesmo veio a derrapar, devido a uma camada de óleo que cobria a pista, associada as más condições climáticas daquele dia. Contudo permaneceu no mesmo sentido da via, sem invadir a pista contrária, a fim de evitar um acidente mais grave o requerente jogou seu veículo para o acostamento ao se assustar como ônibus placa GPW 1336, de propriedade da requerida, que acionou os freios e perdeu o controle do veículo vindo a colidir com a pick-up.
Com o impacto, a pick-up do autor foi arremessada por cerca de10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista ocasionando sérios ferimentos ao mesmo, causando-lhe um corte na testa, fratura nas pernas e nos braços.
O veículo pick-up ranger, único meio de trabalho do pequeno agricultor, com o impacto, ficou todo amassado, com danos no chassi e por toda a lataria, tendo sua perda total.
Após se submeter a cirurgias nos seus braços e pernas e tomar pontos na sua testa, embora agradecido por ter sobrevivido, o autor estava preocupado agora com a situação envolvendo o seu veículo e o seu sustento. Como ele trabalhava sozinho, não sabia como fazer para sobreviver no período de recuperação do acidente, e também como faria para transportar as hortaliças.
No período de três meses, necessário ao restabelecimento da saúde do autor, sua empresa zerou o seu faturamento, e ficou em dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$ 10.000,00 (dez mil reais), além dos proveitos econômicos que deixou de auferir em decorrência do acidente.
Mesmo após incessantes tentativas de contato, a empresa demandada não se responsabilizou em arcar com os prejuízos do acidente cometido pelo seu preposto, deixando de prestar qualquer assistência ao autor, que ficou desamparado e sem condições de arcar com o seu sustento e de sua família, motivo pelo qual recorre ao Poder Judiciário na pretensão de fazer valer o seu direito, que deverá ser reconhecido como ato de mais lídima justiça!
DO DIREITO
DA INFRAÇÃO DE TRÂNSITO E O DEVER DE INDENIZAR
É cediço que o universo jurídico é demandado primordialmente pelas obrigações oriundas das relações interpessoais. Conquanto, algumas advêm dos atos ilícitos que são tutelados pelo feérico dispositivo art. 186 da lei 10.406/2002 (CC).
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
O caso é que a Requerida, segundo pode-se extrair do conjunto probatório juntado aos autos, com sua manutenção devidamente realizada e sem a apresentação de vícios, invadiu a pista do autor sem qualquer resquício de prudência.
O Requerido não agiu de acordo com os artigos 28, 29 e 34 do Código de Trânsito Brasileiro, in verbis:
Institui o Código de Transito Brasileiro: 
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.
Ainda quanto à infração de trânsito de acordo com o art. 208, do CTB e segundo pacífica jurisprudência, tal infração gera a obrigação de indenizar pelos danos causados.
Acidente de trânsito. Avanço no sinal vermelho. Colisão. Danos materiais e morais. Ação indenizatória. 1. Resta inequivocamente comprovada a culpa do preposto da ré, que avançou o sinal vermelho e colidiu com vários veículos, conforme narra a inicial, afirmam as testemunhas, e depura-se do termo de acordo firmado pela ré com as demais vítimas, assumindo a responsabilidade pelos danos. 2. Os danos materiais passíveis de indenização devem vir suficientemente comprovados nos autos. 3. Incapacitada a vítima para o trabalho, conforme apurou a perícia médica, faz ela jus à pensão mensal vitalícia, no valor que auferia à época do acidente, não prejudicada pelo percebimento da renda previdenciária, dada a natureza distinta dos institutos. 3. Reduzida a verba a título de danos morais, os consectários legais incidirão a partir do novo arbitramento. Súmula 362 do Superior Tribunal de Justiça. 4. Do valor total da indenização fixada será abatido eventual valor pago a título de seguro obrigatório DPVAT. Súmula 246 do Superior Tribunal de Justiça. 5. Deram parcial provimento aos recursos das partes, para os fins constantes do acórdão. (TJ-SP – AC: 0033139-18.2009.8.26.0554 SP, Relator: Vanderci Álvares, Data de Julgamento: 15/05/2014, 25º Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo).
Nesse diapasão, não resta dúvida quanto aos ilícitos cometidos pela requerida, que são tutelados pelos artigos 186 e 927 do CC, uma vez que a requerida invadiu a contramão e ocasionou a colisão com o veículo do autor.
DAS PERDAS E DANOS
DO PREJUÍZO MATERIAL EMERGENTE
Estes decorrem do nexo de causalidade entre os fatos e os resultados, exigido pela demanda sobre a responsabilidade civil subjetiva.
Quanto à questão dos valores decorrentes de orçamentos, a jurisprudência considera que deve ser cobrado o valor contido no orçamento menor dentre os três auferidos, para efeito de realização do pedido de reparação com base nos veículos.
Em perícia realizada, testemunhos, vídeo, declaração policial e 3 (três) orçamentos realizados em oficinas diversas, fica evidente e incontroverso o dever de indenização pelos danos materiais causados ao veículo do autor, que sofreu perda total.
Os valores do orçamento sobre o veículo são, em ordem crescente, R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil), R$ 40.000,00 (quarenta mil) e R$ 50.000,00 (cinquenta mil).
Neste sentido é a jurisprudência desse egrégio Tribunal:
REPARAÇÃO DE DANOS POR ACIDENTE DE VEÍCULO. DANO MATERIAL COMPROVADO. VALOR DA CAUSA. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA EM DUPLICIDADE. IMPOSSIBILIDADE. HONORÁRIOS. 1 . O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido. Inteligência do artigo 292, V do Código de Ritos. 2. Na determinação do valor da causa pelo Autor, não há falar em aplicação da atualização monetária, porquanto está só deverá ser calculada após a prolação da sentença condenatória.3. Nas condenações impostas à Fazenda Pública aplica-se sobre o montante devido, correção monetária pelo IPCA-E e juros de mora, a partir do evento danoso, este com base na remuneração oficial da caderneta de poupança. 4. O provimento do apelo não enseja a majoração dos honorários em grau recursal, nos termos do artigo 85, § 11º do Código de Ritos. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA REFORMADA. (TJ-GO - APELACAO APL 04641736420078090076 Jurisprudência Data de publicação: 02/11/2019)
Em razão disto, deverá a Requerida arcar com o prejuízo referente ao valor do veículo danificado, cujo mínimo por orçamento perfaz a quantia de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais).
Além disto, deverá a Requerida ressarcir o prejuízo referente aos valores de locação do seu estabelecimento, bem como com os seus fornecedores, que de acordo com a prova carreada aos autos chega-se a cifra de R$10.000,00 (dez mil reais), que deverão ser devidamente corrigidos até a data do efetivo pagamento.
DOS LUCROS CESSANTES
Diante do exposto, o autor devido ao acidente, ficou sem poder gerar seus provimentos durante 3 (três) meses, devido a isso pleiteio dos lucros cessantes.
Quanto a isso, a lei é clara, pois assim disciplina o Código Civil (Lei 10.406/2002):
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
A propósito, em caso semelhante, decidiu o E. Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, nos seguintes termos:
“AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES – ACIDENTEAUTOMOBILÍSTICO – RÉ-LITISDENUNCIADA – PRELIMINAR –CERCEAMENTO DE DEFESA – REJEITADA – MÉRITO – COMPROVAÇÃODOS LUCROS CESSANTES – VALOR A SER APURADO EM LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM. [...] 3. O art. 402, do Código Civil/2002prevê que "salvo a s exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar". 4. Na espécie, estão demonstrados os lucros cessantes, pois a autora-recorrida comprova que é empresa que atua no ramo de transporte rodoviário de cargas, portanto, os danos no caminhão envolvido no acidente tiveram que ser reparados, e, durante o período de conserto, o automóvel ficou impossibilitado d e ser utilizado nas atividades da empresa, o que acarreta prejuízos financeiros. 5.Não há como reduzir ou abater valores da indenização por lucros cessantes, pois o valor da indenização será apurado através de liquidação pelo procedimento comum. 6. Apelação conhecida e não provida, com majoração dos honorários de sucumbência”. (TJ-MS - AC: 08022344720168120002 MS0802234-47.2016.8.12.0002, Relator: Des. Paulo Alberto de Oliveira, Data de Julgamento: 31/07/2019, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação:05/08/2019) 
Para comprovar os rendimentos do autor, junta-se em anexo os comprovantes de pagamentos dos últimos 12 (doze) meses, corroborando que a quantia referente aos lucros cessantes, em 3 (três) meses perfaz o valor total de R$30.000,00 (trinta mil reais).
DOS PEDIDOS
a) A citação do réu – comparecimento à audiência de conciliação – para, querendo, contestar os termos da presente demanda.
b) Seja designada a audiência de conciliação, uma vez que a autora tem interessa na resolução amigável da questão.
c) A procedência do pedido inicial – para que o réu seja condenado ao pagamento de perdas e danos – lucros cessantes.
d) A condenação do réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios 
e) Protesta provar o alegado, por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal da requerida.
Apresenta o comprovante de recolhimento das custas iniciais.
Dá-se à presente o valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais).
Termos em que, 
Pede deferimento.
Bauru/SP, 09 de setembro de 2020.
______________________
Advogado

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