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Prova de Literatura de Países de Língua Portuguesa - Exercício do Conhecimento - Tentativa 1

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Prova de Literatura de Países de Língua Portuguesa - Exercício do Conhecimento - Tentativa 1Questão 1 de 5
O classicismo português é marcado pela presença de um dos maiores nomes da literatura portuguesa: Luís Vaz de Camões. Os Lusíadas é um dos poemas mais expressivos da cultura e história de Portugal. Os versos abaixo são os que iniciam esta obra:
“As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a forca humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram.
E também as memorias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fe, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
— Cantando espalharei por toda a parte
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.” (CAMÕES, 1993, I, 1-2)
Os Lúsíadas é considerado um poema épico, tanto pela forma, como pela temática que aborda, já que:
A - discorre a respeito dos portugueses que viajaram às Índias, utilizando versos decassílabos em um soneto.
B - narra fatos mitológicos em relação à história portuguesa, e é elaborado em prosa, o que é comum no gênero épico.
C - o assunto tratado no poema diz respeito não somente à história portuguesa, e sua forma está relacionada aos modelos tradicionais greco-latinos.
D - trata de grandes feitos portugueses, que mudaram o curso da história, e sua forma está ligada à lírica camoniana.
E - Vasco da Gama é um grande herói português, pois funda uma cultura nova no país, e sua forma recorda as obras de Virgílio.
Questão 2 de 5
As cantigas trovadorescas são as primeiras manifestações literárias oriundas da Península Ibérica. Por cerca de três séculos estiveram presentes em Portugal e fizeram parte da literatura produzida e consumida nesse país. A divisão entre as cantigas se dá pela temática: cantiga de amor, amigo, escárnio e mal-dizer. A cantiga abaixo, é pertence a esse período:
“Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
E ai, Deus!, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
E ai Deus!, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro!
E ai Deus!, se verrá cedo!
Se vistes meu amado,
por que hei gran cuidado!
E ai Deus!, se verrá cedo!”
Disponível em: https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1308&pv=sim. Acesso 09 nov. 2019.
Após a leitura e análise da cantiga, assinale a alternativa que apresenta a assertiva correta a respeito de sua temática:
A - Trata-se de uma cantiga de amigo, já que o eu lírico é feminino.
B - Trata-se de uma cantiga de amigo, já que o eu lírico é masculino.
C - Trata-se de uma cantiga de amigo, já que o eu lírico não está claramente identificado.
D - Trata-se de uma cantiga de amor, já que o eu lírico é feminino.
E - Trata-se de uma cantiga de amor, já que o eu lírico é masculino.
Questão 3 de 5
Gil Vicente é o maior nome do teatro português medieval, bem como um dos nomes mais importantes do Humanismo português. Em suas peças, o autor costuma trazer questões morais, éticas para serem discutidas, por meio da ação de suas personagens. Uma de suas peças mais famosas é “O velho da horta”, leia o diálogo inicial do texto:
“Velho — Senhora, benza-vos Deus,
Moça — Deus vos mantenha, senhor.
Velho — Onde se criou tal flor? Eu diria que nos céus.
Moça — Mas no chão.
Velho — Pois damas se acharão que não são vosso sapato!
Moça — Ai! Como isso é tão vão, e como as lisonjas são de barato!
Velho — Que buscais vós cá, donzela, senhora, meu coração?
Moça — Vinha ao vosso hortelão, por cheiros para a panela.
Velho — E a isso vinde vós, meu paraíso. Minha senhora, e não a aí?
Moça — Vistes vós! Segundo isso, nenhum velho não tem siso natural.
Velho — Ó meus olhinhos garridos, mina rosa, meu arminho!
Moça — Onde é vosso ratinho? Não tem os cheiros colhidos?
Velho — Tão depressa vinde vós, minha condensa, meu amor, meu coração!
Moça — Jesus! Jesus! Que coisa é essa? E que prática tão avessa da razão!”
VICENTE, Gil. Velho da horta. Disponível: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00116a.pdf. Acesso 10 nov. 2019.
O trecho da conversa entre o Velho e a Moça revela:
A - a conduta da Moça, que lamenta o comportamento do Velho, que a associa a classes mais baixas.
B - a conduta exemplar do Velho em relação à Moça, em que se destaca sua moral.
C - a crítica da Moça em relação à postura do Velho, na sua maneira de conduzir sua horta.
D - a crítica implícita de Gil Vicente na fala da Moça, que repreende a conduta do Velho.
E - a postura do Velho em relação à Moça, que se preocupa em oferecer os produtos que ela precisa.
Questão 4 de 5
Bocage é um dos poetas árcades portugueses mais importantes. Em sua poesia, há a presença de elementos típicos da escola literária Arcadismo. Leia o poema abaixo, de Bocage, e indique qual característica o poema apresenta.
“Convite a Marília
Já se afestou de nós o inverno agreste
Envolto nos seus úmidos vapores;
Afértil primavera, a mãe das flores
O prado ameno de boninas veste:
Varrendo os ares o sutilnordeste
Os torna azuis; as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros e Amores,
E toma o fresco Tejo a cor celeste:
Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza
Destas copadas árvores o abrigo:
Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!”
A - Aurea Mediocritas.
B - Carpe diem.
C - Fugere urbem.
D - Inutiliat truncat.
E - Locus amoenus.
Questão 5 de 5
O Barroco como estética literária possui duas correntes: o conceptismo e o cultismo que estão relacionadas com a maneira como a linguagem é trabalhada nos textos. Em ambas, há riqueza na linguagem e exageros. Enquanto o cultismo apresenta jogos de palavras, escolha vocabular rica, o conceptismo traz um raciocínio em relação ao tema escolhido pelo autor.
Leia o trecho do sermão do Padre Antônio Vieira e analise suas características:
De três modos - que há muitos modos de mentir - mentiram hoje estes maus ouvintes. Mentiram, porque não creram a verdade; mentiram, porque impugnaram a verdade; mentiram, porque afirmaram a mentira. Não crer a verdade é mentir com o pensamento; impugnar a verdade é mentir com a obra; afirmar a mentira é mentir com a palavra. Tudo isto lhe tinha profetizado a Cristo seu pai Davi, quando disse: In multitudine virtutis tuae mentientur tibi inimici tui (4). De muitos modos mostrareis eficazmente a verdade de vosso ser, mas vossos inimigos vos mentirão também por muitos modos; mentir-vos-ão não crendo; mentir-vos-ão impugnando; mentir-vos-ão mentindo, como hoje fizeram.
Disse-lhes Cristo que era Filho de Deus verdadeiro, a quem eles chamavam Pai sem o conhecerem: disse-lhes que os que recebessem e observassem sua doutrina viveriam eternamente, e aqui mentiram não crendo a verdade: Si veritatem dico vobis, quare non creditis mihi ( 5)? Disse-lhes mais, que Abraão desejara ver o seu dia, isto é, o dia em que havia de descer do céu à terra, e nascer homem entre os homens, e que, finalmente, o vira com grande júbilo e alegria da sua alma, e aqui mentiram impugnando a verdade: Quinquaginta annos nondum habes, et Abraham vidisti (Jo 8, 57)? Tu não tens ainda cinquenta anos, e viste Abraão?
(4) Por ocasião do teu grande poder se convencerão de mentira os teus inimigos (Sl 65, 3).
(5) Se eu vos digo a verdade, por que me não credes (Jo 8; 46)?
VIEIRA, Antônio. Sermão da Quinta Dominga da Quaresma. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000035.pdf. Acesso 10 nov. 2019.
O trecho do sermão de Vieira pode ser associado
A - ao conceptismo, devido à associação entre o conceito de mentira e as referências bíblicas.
B - ao conceptismo, pelo uso de expressões latinas no texto que corroboram as ideias associadas à mentira.
C - ao conceptismo, pois o autor elabora uma argumentação a partir da ideia inicial da mentira.
D - ao cultismo, devido à argumentação presente no trecho, a partir da ideia da mentira.
E - ao cultismo, pois para a elaboração dasideias acerca da mentira há um trabalho meticuloso com a linguagem.

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