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COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL E OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA

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MATHEUS EDUARDO JANONE PEREIRA – 01116-064 – DP 
PROFESSOR: FAUSTINI 
AGRAVANTES – CONTINUAÇÃO 
 
OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA 
 
1-) Ordem de superior hierárquico: A ordem de superior hierárquico é a manifestação 
de vontade emanada de um detentor de função pública dirigida a um agente público 
hierarquicamente inferior, destinada à realização de uma ação ou abstenção. 
2-) Ordem não seja manifestamente (claramente) ilegal: A ordem recebida, apesar de 
ilegal, tem aparência de legalidade, induzindo em erro o subordinado, que acaba por 
executá-la. Portanto, a ilicitude da ordem recebida não pode ser flagrante. 
3-) Estrita observância da ordem: O subordinado não pode exceder-se na execução do 
mandamento aparentemente legítimo, sob pena de responder pelo excesso. 
 
A segunda causa excludente da culpabilidade do artigo 22 refere-se a prática do crime 
“em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico”. 
Trata-se, segundo a doutrina, de um caso especial de erro de proibição. Supondo 
obedecer a uma ordem legítima do superior, o agente pratica o fato incriminado. 
Não sendo a ordem manifestamente ilegal, se o agente não tem condições de se opor 
a ela em decorrência das consequências que podem advir no sistema de hierarquia e 
disciplina a que está submetido, inexistirá a culpabilidade pela coação moral 
irresistível, estando à ameaça implícita na ordem ilegal. Em vez de erro de proibição, 
há inexigibilidade de conduta diversa. 
 
Para que o subordinado cumpra a ordem e se exclua a culpabilidade, é necessário que 
aquela: 
a) Seja emanada da autoridade competente. 
b) Tenha o agente atribuições para a prática do ato. 
c) Não seja a ordem manifestamente ilegal. 
 
 
 
 
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL 
 
Na coação moral irresistível (vis compulsiva), o agente é impossibilitado de agir de 
forma voluntária por conta de coação de ordem moral. Exclui-se a culpabilidade em 
função da inexigibilidade de conduta diversa. Existe uma ameaça, e a vontade do 
coacto não é livre, embora possa decidir pelo que considere para si um mal menor; por 
isso, trata-se de hipótese em que se exclui não a ação, mas a culpabilidade, por não lhe 
ser exigível comportamento diverso. 
Se o superior dá a ordem, nos limites de sua respectiva competência, revestindo-se ela das 
formalidades legais necessárias, o subalterno ou presume a licitude da ordem (erro de fato) ou 
se sente impossibilitado de desobedecer o funcionário de onde a ordem emanou(inexibilidade 
de outra conduta). De uma forma ou de outra é incensurável o proceder do inferior 
hierárquico e, por essa razão, o fato praticado não é punível em relação a ele. No entanto, a 
conduta do agente torna-se culpável, se a ilegalidade da ordem era sabida pelo agente, ou se 
ele podia ter ciência dessa ilegalidade. 
 
Para tanto, são requisitos: 
 
a) Relação de subordinação fundada no direito administrativo; 
b) Ordem não manifestamente ilegal, de sorte que ela será manifestamente ilegal 
quando dada por funcionário incompetente, quando sua execução não se enquadre 
nas atribuições legais de quem a recebe; quando não se reveste de forma legal; 
quando evidentemente constitui crime; 
c) Estrita obediência da ordem, de sorte que deve a execução limitar-se à estrita 
observância da ordem, não podendo o subordinado exceder-se na execução da ordem, 
sob pena de responder pelo excesso. O artigo 22 do Código Penal não alcança outras 
subordinações, como a empregatícia, familiar, religiosa e a ordem deve provir de 
funcionário competente para determiná-la. A ordem não pode ser manifestadamente 
ilegal. Para que o subordinado cumpra a ordem e se exclua a responsabilidade, é, 
portanto, necessário que aquela: seja emanada da autoridade competente; tenha o 
agente atribuições para a prática do ato e não seja a ordem manifestadamente ilegal.

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