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PROCESSO DE EXECUÇÃO CIVIL- aula 1

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PROCESSO DE EXECUÇÃO CIVIL
1. TEORIA GERAL DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
CONCEITO DE EXECUÇÃO
É “satisfazer uma prestação devida” (DIDIER JR, 2009, p. 28), seja ela espontânea, quando o devedor voluntariamente a satisfaz, ou forçada, quando a satisfação se dá pela coerção estatal.
CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇÃO
· Quanto ao procedimento
Comum: quando serve a uma generalidade de créditos; 
Especial: quando serve a alguns créditos específicos, como o alimentar (arts. 528 e 911), contra a Fazenda Pública (arts. 534 e 910) e o fiscal (Lei nº 6.830/80).
· Quanto ao título que se executa
Título executivo judicial;
Título executivo extrajudicial
· Quanto à mutabilidade ou estabilidade do título judicial
Provisório (art. 520 e ss);
Definitivo (art. 523 e ss);
PRINCÍPIOS
· Princípio da efetividade
Não basta a entrega da tutela executiva; é necessário a sua entrega efetiva.
Trata-se da consagração do chamado poder geral de efetivação. Exemplos: tutela específica (arts. 497 c/c 536; e 537, NCPC).
· Princípio da primazia da tutela específica
Deve-se dar prioridade à entrega da obrigação como ela é.
· Princípio da boa-fé processual
Impõe o dever às partes de não se comportar de forma desleal, abusiva ou fraudulenta. 
· Princípio da responsabilidade patrimonial
De acordo com o art. 798 do NCPC, somente o patrimônio do devedor ou de terceiro responsável que pode ser objeto de execução.
· Princípio do contraditório
O princípio é aplicável na execução, em observância com o art. 5º, inc. LV, da CF.
· Princípio da menor onerosidade da execução
Segundo o art. 805, “quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado”.
· Princípio da proporcionalidade
É muito comum o choque entre a dignidade da pessoa humana do executado, que lhe garante a impenhorabilidade de alguns bens, e a efetividade da execução. Outro caso é o choque entre o princípio da segurança e o da atipicidade dos meios executivos etc.
· Princípio da adequação
Deve-se aplicar o meio executivo mais adequado para obter uma satisfação mais justa e efetiva. Ex: a prisão civil.
FORMAÇÃO DO PROCESSO EXECUTIVO
Art. 2º do CPC: o processo começa com a iniciativa da parte (petição inicial), mas se desenvolve pelo impulso do juiz.
A. Requisitos da petição inicial executiva (arts. 319 e 320, NCPC)
I - indicação do juízo (competência):
Título judicial: a fase executiva (cumprimento de sentença) será processada perante o juízo no qual o título se formou. SINCRETISMO PROCESSUAL
Título extrajudicial: nos termos do art. 781 do NCPC, é competente para o processo autônomo de execução:
· Foro do domicílio do executado; ou de eleição, se houver no título; ou da situação dos bens;
· Se o executado tiver mais de um domicílio, em qualquer um deles;
· Sendo desconhecido ou incerto o domicílio do executado, no lugar onde for encontrado ou do foro do domicílio do exequente;
· Havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, no foro de qualquer deles;
· Foro do lugar do ato ou do fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
II – indicação das partes (legitimidade):
Legitimidade ativa (exeqüente): tem previsão legal no artigo 778 do NCPC. 
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado.
Legitimidade passiva (executado): artigo 779, NCPC, via de regra, a legitimidade recai sobre o devedor, reconhecido como tal no título.
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
III - causa de pedir
III.1 Título executivo
Nulla executio sine titulo (art. 803, I, NCPC) - Não há execução sem título.
a) Atributos do título
i. Certeza
Título formalmente perfeito.
ii. Liquidez
Determinação exata de seu valor. 
Os títulos extrajudiciais deverão ser sempre líquidos. 
Títulos judiciais poderão ser líquidos ou ilíquidos: liquidação de sentença, arts. 509 ao 512, do NCPC.
iii. Exigibilidade
Por Dívida vencida.
b) Espécies de títulos
b.1) Títulos executivos judiciais (art. 515)
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de uma obrigação;
II e III - decisão homologatória de autocomposição judicial (art. 487, III, b, NCPC) ou extrajudicial (art. 725, VIII, NCPC);
IV - formal e certidão de partilha (art. 655, NCPC), exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - crédito de auxiliar de justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial.
VI - sentença penal condenatória transitada em julgado (art. 387, IV, CPP);
VII - sentença arbitral (art. 31, da Lei n. 9.307/96)
VIII e IX - sentença estrangeira homologada pelo STJ e a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo STJ (arts. 960 ao 965 do NCPC).
b.2) Títulos executivos extrajudiciais (art. 784)
I - títulos de crédito: são os mais conhecidos dentre os títulos extrajudiciais. São eles: cheque, nota promissória, debênture, letra de câmbio e duplicata.
II - escritura pública ou qualquer documento público assinado pelo devedor
Confissão de dívida: devedor reconhece expressamente obrigação certa, líquida e exigível perante o tabelião de notas (escritura pública).
 III - documento particular assinado pelo devedor com duas testemunhas
Observação importante: 
Súmula 233, STJ: contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato bancário, não é considerado título executivo extrajudicial;
Súmula 300, STJ: contrato de renegociação de dívidas, ainda que oriundo de abertura de crédito é considerado título executivo extrajudicial.
IV- o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
Dispensam-se testemunhas, pois há o reconhecimento da idoneidade desses sujeitos em atestar o acordo de dívida ou da obrigação entre as partes sem vício. 
V - contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução.
VI - contratos de seguro de vida em caso de morte
Importante: não se refere ao contrato de acidentes pessoais e o contrato de seguro de automóvel, ainda que destes resultar morte. 
VII - créditos decorrentes de foro e laudêmio.
Enfiteuse: o proprietário ou senhorio transfere o bem para o enfiteuta que passa a ter todos os poderes referentes ao domínio. Em contrapartida, o enfiteuta deve pagar ao senhorio o foro anual.
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente do aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio.
IX - certidão de dívida ativa da Fazenda Pública.
Trata-se do título apto a desencadear a execução fiscal, prevista na Lei n. 6.830/81.
X - crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas em convenção de condomínio ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas.
XI - certidão expedida por serventia notarialou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei.
XII - todos os demais títulos, aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva (art. 784 CPC é exemplificativo)
- créditos da OAB contra os inscritos (Lei 8.906/1994, art. 46);
- cédulas de crédito rural (Decreto-lei 167/1967, art. 41);
- cédulas de crédito industrial (Decretolei 413/1969);
- cédulas de exportação (Lei 6.313/1975);
- cédulas de crédito comercial (Lei 6.840/1980);
- cédula hipotecária (Decreto-lei 70/1966, art. 29);
- cédula de produto rural (Lei 8.929/1990, art. 211);
III.2 Inadimplemento do devedor
Deve ser apontado pelo exequente o inadimplemento, que ocorre sempre que o devedor deixa de satisfazer a obrigação certa, líquida e exigível (art. 786, NCPC).
Exceção do contrato não cumprido: cumprimento todos os deveres recíprocos pela parte. 
Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo.
Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar.
IV – pedido
O pedido imediato: é a indicação do tipo de execução que deseja quando por mais de um modo puder ser efetuada (art. 798, II, NCPC). Ex: na ação de alimentos é possível satisfazer o crédito por várias técnicas: prisão civil, expropriação ou desconto em folha de pagamento.
O pedido mediato: é o bem da vida que se deseja a satisfação. Ex: indicação do valor do crédito devido.
· Prestações sucessivas (art. 323, NCPC); 
· Obrigação alternativa e a escolha couber ao credor, este a indicará na petição inicial (§1º do art. 800, NCPC). Se couber ao devedor, este deverá, em até 10 dias após a citação, exercer a opção e realizar a prestação (art. 800, caput).
V - valor da causa
Esse requisito não é necessário para a petição simples da fase de cumprimento de sentença.
VI - indicação das provas
De acordo com o art. 798, I, NCPC, ao propor a execução, incumbe ao exequente instruir a petição inicial com:
· O título executivo extrajudicial;
· O demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura (conteúdo – parágrafo único, art. 798);
· A prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso;
VII – opção pela audiência de conciliação ou mediação
Não se aplica à execução.
VIII - outros requerimentos
1) penhora: os arts. 524, VII, e 798, II, c, NCPC autorizam o exequente a indicar, sempre que possível, os bens a serem penhorados, embora também poderá fazê-lo em momento posterior se desejar. Ademais, poderá o exequente requerer penhora online (art. 854, NCPC).
2) intimações: o artigo 799 do NCPC determina que o exequente deverá requerer a intimação de algumas pessoas, tais como:
· Do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária, sob pena de ineficácia da alienação judicial (art. 804, NCPC);
· Do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação;
· Do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
· Do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em caso de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre imóvel submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse ou concessão;
· Do proprietário de terreno com direito de superfície, enfiteuse ou concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do concessionário;
· Da sociedade, no caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada.
B. Emenda da inicial
O juiz mandar emendá-la num prazo de 15 dias. (art. 801, NCPC), sob pena de indeferi-la.
Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento.
C. Efeitos decorrentes da propositura da execução e da citação do executado
Efeitos decorrentes da propositura da execução: direito de averbação nos registros de bens da certidão da admissão da execução (art. 828, NCPC – uma das consequências é a presunção absoluta de fraude à execução das alienações efetuadas após tal averbação); litispendência; litigiosidade do objeto.
Efeitos decorrentes do despacho que ordena a citação do executado: interrupção da prescrição (art. 802, NCPC), retroagindo à data de propositura da ação; prevenção; indisponibilidade patrimonial relativa do devedor; constituição em mora; direito potestativo do executado ao parcelamento da dívida no prazo para os embargos (art. 916, NCPC).

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