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Grupo econômico - art 2º, §§ 2º e 3º

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Grupo econômico na Justiça do Trabalho após a Reforma Trabalhista
A Reforma Trabalhista impactou o Direito brasileiro de muitas formas. Como tentativa de ampliar as possibilidades de garantias do recebimento do crédito trabalhista, assim, o legislador trouxe alguns novos meios. Um deles, refere-se, então, ao reconhecimento do grupo econômico.
Por essa razão, analisam-se as modificações introduzidas com a Reforma Trabalhista e os impactos da novidade.
Grupo econômico na CLT
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 2º, §§ 2º e 3º tratam de definir o grupo econômico da seguinte maneira:
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Aqui, observa-se a presença de mais de uma empresa favorecida direta ou indiretamente pelo mesmo contrato de trabalho ou mais de uma empresa ligada por uma afinidade de objetivos.
Classificação dos grupos econômicos
Com a nova redação conferida ao § 2º, do art. 2º, da CLT, o legislador ordinário regulou a matéria para permitir a formação tanto do grupo econômico por 1.subordinação (vertical ou hierárquico) quanto do grupo econômico por 2.coordenação (horizontal), o que se pode notar pelo acréscimo da expressão “ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico”.
Grupo econômico por subordinação
O primeiro possui uma empresa controladora e outras controladas, como se pode observar do gráfico abaixo:
Para ter mais clareza deste tipo de grupos econômicos, cita-se como exemplo o GRUPO GLOBO. Ele é, então, composto pelas seguintes empresas, entre outras:
· TV Globo;
· Infoglobo;
· Editora Globo;
· Som Livre;
· Globosat;
· Globo.com;
· Globonews. .
Embora tenham CNPJ diferentes possuem um único controle.
Grupo econômico por coordenação
Já o segundo tipo dos grupos econômicos, por coordenação/horizontal, são aqueles cujos objetivos são comuns. Há, portanto, ingerência entre as empresas do grupo. Não há, assim, uma figura de uma empresa controladora e outras controladas. Há, sim, uma reunião de empresas com mesmos objetivos. Sua estrutura, então, é horizontal ou em rede:
Para o reconhecimento desse último tipo é necessário que se verifique caso a caso. Contudo, alguns fatores concorrem para a caracterização, como por exemplo:
1. identidade de sócios majoritários com administração comum e promíscua. A verificação é feita pelos atos constitutivos das respectivas empresas ou de sócios da mesma família;
2. criação de uma pessoa jurídica por outra, com interferência administrava;
3. diretoria de uma empresa composta por sócios de outra, que interfere na administração daquela;
4. interferência administrava da mesma pessoa física ou jurídica sobre a outra; entre outros.
Prova da existência do grupo econômico
Quanto à questão probatória, para se comprovar a existência do grupo é permitido qualquer meio lícito de prova. Inclui, dessa maneira, indícios e circunstâncias. Para ilustrar o assunto, assim, cita-se precedente sobre reconhecimento, recentemente prolatado pelo TRT da 18ª Região:
GRUPO ECONÔMICO POR COORDENAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. Segundo interpretação progressiva do artigo 2º, §2º, da CLT, o grupo econômico se caracteriza não só pela relação de subordinação, que leva em conta a direção, o controle ou administração entre as empresas, mas também pela relação de coordenação em que as empresa atuam, horizontalmente, participando de empreendimentos de interesses comuns. A existência de sócios comuns e a atuação conjunta das empresas no mercado econômico caracterizam grupo econômico por coordenação, o que atrai a responsabilidade solidária pelos débitos trabalhistas.” (TRT 2ª Região – AP 01399008120065020074 SP 01399008120065020074 A20, Relator: IVANI CONTINI BRAMANTE, 4ª Turma, Publicado em 27-02-2015)
(TRT18, 2º Turma, RO – 0011056-12.2016.5.18.0012, Rel. Iara Teixeira Rios, julgado em 04/05/2018) (original sem grifos).
No processo acima, então, foram analisados os atos constitutivos das empresas, em que foi constatada a identidade de sócios e a atuação conjunta das empresas no mercado, o que se insere na situação fática narrada no início deste texto.
Efeitos do reconhecimento do grupo econômico
O efeito direto deste reconhecimento é a caracterização da responsabilidade solidária, ou seja, todas as empresas do grupo tornam-se devedoras em relação às obrigações trabalhistas assumidas por uma delas, o que facilita o recebimento do crédito pretendido.
Por fim, cabe ainda esclarecer que a existência do grupo econômico pode ser suscitada tanto na fase de conhecimento como na fase de execução, consoante nos confirma o seguinte julgado, prolatado pelo TRT da 3ª Região:
EMENTA: FORMAÇÃO DE GRUPO ECONOMICO – INCLUSÃO NO PÓLO PASSIVO DA EXECUÇÃO. No âmbito trabalhista, o conceito de grupo econômico reveste-se de relativa informalidade, não havendo necessidade de que haja uma relação de dominação entre as integrantes do grupo, com uma das empresas exercendo efetiva direção ou controle sobre as outras, mas, tão-somente, que existam elementos que sugiram uma relação de coordenação entre os entes coligados, como no caso dos autos. Neste sentido, uma vez configurado o grupo econômico, as empresas integrantes sujeitam-se, solidariamente, à satisfação do crédito exequendo, tendo-se por plenamente possível a caracterização, mesmo em fase executória, notadamente após o cancelamento da Súmula 205 do C. TST.
(TRT3, 4ª Turma, AP 00826-2010-048-03-00-2, Rel. Júlio Bernardo do Carmo, Rev. Maria Lúcia Cardoso Magalhães, julgado em 16/05/2014, publicado em 19/05/2014)
Pedido de reconhecimento
Ressalta-se, contudo, que apesar da possibilidade de requerer sua análise na fase de conhecimento, deve o causídico avaliar com parcimônia essa faculdade. Recomenda-se que seja feito na fase executória, para evitar tumulto processual, bem como a dificuldade de citação de todas as empresas em tempo hábil para audiência, fato que pode causar embaraços na tramitação do processo.
Dessa maneira, em eventuais dificuldades para o recebimento do crédito trabalhista cabe ao profissional analisar a existência de Grupo Econômico, com o objetivo de exaurir a tutela pretendida, que inclui a atividade satisfativa. Nada obstante, recomenda-se estratégia quanto ao momento processual adequado para se suscitar o reconhecimento do Grupo, posto que o embaraço processual não é interessante para o credor.
Anne Caroline F. P. Marra, advogada, pós-graduanda em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho (ESA/FUMEC), membro instituidor do Instituto de Estudos Avançados em Direito (IEAD).
Reforma trabalhista - Grupo econômico - Responsabilidade
Raiane Fonseca Olympio e Orlando José de Almeida
A supramencionada mudança no § 2º e o acréscimo do § 3º, ao artigo 2º da CLT, trará maior segurança jurídica para as empresas, sendo que, de fato, elas somente serão responsáveis solidariamente pelos débitos trabalhistas em casos de existência de grupo econômico nos moldes fixados e acima indicados.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
Considera-se grupo econômico, no âmbito do direito do trabalho, a situação em que uma ou mais empresas, mesmo tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou, ainda, se apesar delas possuírem autonomia reconhecerem, espontaneamente, a existência do mencionado grupo.
É sabido que, no âmbito trabalhista, haverá responsabilidade solidária de todas as empresas que fizerem parte do mesmo grupo econômico em relação às dívidas de natureza trabalhista.
Isso significa dizer que se duas ou mais empresasforem reconhecidas como integrantes de grupo econômico, muito embora o empregado tenha prestado serviço apenas para uma delas, todas as demais responderão solidariamente pelas verbas decorrentes da relação de emprego, notadamente aquelas deferidas em processos judiciais.
Antes da reforma trabalhista, para que fosse reconhecido um grupo econômico, era necessário apenas demonstrar a identidade dos sócios e a relação de coordenação entre as empresas, não se exigindo a comprovação de ingerência de uma empresa sobre as demais.
Após a reforma e a mudança na redação do § 2º, e a inserção do § 3º, no artigo 2º da CLT, não basta apenas a mera identificação dos sócios e uma relação de coordenação.
Confira-se a redação do artigo 2º da CLT e seus parágrafos 2º e 3º:
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 2° Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. § 3° Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Interessante notar que atualmente, para haver a responsabilidade solidária de outras empresas do grupo econômico, deverá ser provada "a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes".
Sem dúvida alguma, a mudança legislativa teve o intuito de evitar decisões judiciais que determinavam a existência de grupo econômico de uma forma extremamente ampla, criando até a modalidade de "grupo econômico de fato", bastando apenas que as empresas funcionassem no mesmo local.
Sobre o referido tema o senador Ricardo Ferraço relatou em seu parecer, acerca do projeto de lei da reforma trabalhista, que foi apresentado na Comissão de Assuntos Econômicos:
"Oportuno salientar que muitas danosas decisões judiciais invocam não a lei, mas princípios ou teorias, como a chamada 'teoria da subordinação estrutural', para inovar na ordem jurídica. Há uma profusão de ações reconhecendo vínculos empregatícios e responsabilidades trabalhistas entre empregados de uma empresa A e o empregador de uma empresa B, meramente porque B e A pertencem a uma mesma cadeia produtiva. Há previsão legal para essas condenações? Não. Isto impede que os juízes criem normas, à revelia do Congresso? Também não. A segurança jurídica é um princípio constitucional, conforme o que exige, dentre outras garantias dirigidas às pessoas em geral, estabilidade para o passado, compreensibilidade no presente e previsibilidade para o futuro. (...) Igualmente é meritória a redação do § 3º no art. 2º da CLT feita pelo PLC, que prevê que não basta para categorização de grupo econômico a mera identidade dos sócios, mas sim a demonstração de interesse integrado, efetiva comunhão de interesses, e atuação conjunta das empresas. A Justiça do Trabalho entende atualmente de maneira diversa, gerando grande insegurança jurídica uma vez que uma empresa pode ter de arcar com custos trabalhistas de outra, entendimento que merece ser confrontado. Mais uma vez salientamos: a insegurança jurídica desincentiva o emprego formal e desestimula o investimento do setor privado (que, por sua vez, também é catalisador de empregos)".
Em conclusão, a supramencionada mudança no § 2º e o acréscimo do § 3º, ao artigo 2º da CLT, trará maior segurança jurídica para as empresas, sendo que, de fato, elas somente serão responsáveis solidariamente pelos débitos trabalhistas em casos de existência de grupo econômico nos moldes fixados e acima indicados.
Nova caracterização do grupo econômico na Reforma Trabalhista
A Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, com início de vigência depois de 120 dias de sua publicação oficial (art. 6º), ocorrida em 14.07.2017, alterou a Consolidação das Leis do Trabalho e as Leis 6.019/1974, 8.036/1990 e 8.212/1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Propõe-se examinar a caracterização do grupo econômico para fins trabalhistas, tendo em vista a nova disciplina legal.
A respeito do tema, conforme o art. 2º, § 2º, da CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017:
“Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego”.
No Direito do Trabalho não são exigidos requisitos formais para a configuração do grupo de empresas, que pode decorrer de situação de fato, mesmo porque incide a primazia da realidade[1].
O grupo econômico é formado por duas ou mais empresas, cada uma com personalidade jurídica própria.
Por se tratar de grupo econômico, integrado por empresas, não se admite a sua constituição exclusivamente por entidades que não exerçam atividades econômicas e empresariais.
O grupo econômico pode ser configurado de dois modos alternativos:
1. quando as empresas envolvidas estão sob a direção, controle ou administração de outra; ou
2. quando, mesmo guardando cada uma das empresas a sua autonomia, integrem grupo econômico.
A primeira hipótese refere-se ao grupo econômico hierarquizado ou sob subordinação, em que uma das empresas exerce o poder de dominação em face das demais.
Essa dominação da empresa principal é exercida sob a forma de direção, controle ou administração das empresas subordinadas.
Logo, no grupo econômico hierarquizado, a empresa principal, ao exercer o seu poder de dominação:
0. dirige as empresas subordinadas, determinando o que fazer e como elas devem exercer as suas atividades; ou
1. controla as empresas subordinadas, decidindo a respeito dos rumos a serem tomados ou das diretrizes a serem observadas por elas (como ocorre, por exemplo, quando a empresa controladora detém quantidade de ações suficiente para exercer o controle das empresas controladas); ou
2. administra as empresas subordinadas, gerindo as suas atividades e organizando o modo de atuarem no mercado.
A segunda hipótese diz respeito ao grupo econômico não hierarquizado, ou seja, em que as empresas mantêm relação horizontal, isto é, de coordenação, e não de dominação, inexistindo uma empresa principal e outras a ela subordinadas.
Entretanto, nesse caso, a mera identidade de sócios não caracteriza o grupo econômico, pois são necessários para a configuração do grupo três requisitos, quais sejam: a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes (art. 2º, § 3º, da CLT, acrescentado pela Lei 13.467/2017).
No âmbito rural, nos termos do art. 3º, § 2º, da Lei 5.889/1973, sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Como se pode notar, na esfera rural também se admite o grupo econômico hierarquizado, ou seja, por dominação, e o grupo econômico em que as empresas mantêm entre si relação de coordenação.
A consequência da existência de grupo econômico é que todas as empresas que o integram são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Isso significa que tanto a empresa principal como as empresas subordinadas (no grupo econômico hierarquizado) e todas as empresas que mantêm relação de coordenação entre si (no grupo econômico não hierarquizado) sãoresponsáveis solidárias pelos direitos devidos aos empregados do grupo econômico e das empresas que o integrem. Trata-se, no caso, de solidariedade passiva, decorrente de expressa previsão legal.
Logo, o empregado pode exigir os créditos trabalhistas da empresa a quem prestou serviços e (ou) das demais empresas que compõem o grupo econômico. Não se observa benefício de ordem entre as empresas, pois a responsabilidade é solidária, e não subsidiária.
Discute-se, entretanto, se o grupo de empresas é o empregador único. Vale dizer, questiona-se se a relação jurídica do empregado é mantida com a empresa ou com o grupo econômico. Cabe verificar, assim, se o empregador é a empresa que integra o grupo econômico ou este. A questão envolve a temática de saber se no grupo de empresas também há solidariedade ativa, em que cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro (art. 267 do Código Civil).
A redação do art. 2º, § 2º, da CLT, decorrente da Lei 13.467/2017, parece indicar que a responsabilidade das empresas que integram o grupo econômico é apenas passiva, ao prever que elas “serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego” (destaquei).
Ainda assim, defende-se o entendimento de que essa questão deve ser analisada em cada caso concreto, tendo em vista a incidência do princípio da primazia da realidade.
Há situações em que o poder de direção é exercido pelo grupo econômico como um todo, de modo que o empregado irá prestar serviços de forma subordinada às empresas que o integram. Com isso, o tempo de serviço prestado a uma das empresas é computado (como para fins de férias, 13º salário e indenizações) quando o empregado é transferido e passa a prestar serviços para outra empresa do mesmo grupo econômico. Nesse caso, a relação de emprego existe e se desenvolve entre o empregado e o grupo econômico, o qual figura como o verdadeiro empregador. Ou seja, o contrato de trabalho é mantido entre o empregado e o grupo econômico, como empregador único.
A respeito dessa questão, segundo a Súmula 129 do TST: “Contrato de trabalho. Grupo econômico. A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário”.
Diversamente, há situações em que o empregado é juridicamente subordinado apenas a uma empresa, a qual exerce o poder diretivo e figura como o efetivo empregador. Nessa hipótese, o contrato de trabalho tem como sujeitos o empregado e a empresa. As demais empresas que integram o grupo econômico, entretanto, respondem solidariamente pelos créditos trabalhistas.
Como se pode notar, o tema do grupo de empresas no Direito do Trabalho é da maior relevância, devendo-se acompanhar a interpretação e a aplicação, pela doutrina e pela jurisprudência, das novas previsões legais.

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