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5 5 A presente obra é disponibilizada por LEANDRO RIBEIRO, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso no dia a dia do personal trainer ou terapeuta manual, estagiários de educação física ou fisioterapia. Sobre o autor: Sou LEANDRO RIBEIRO, treinador e consultor em saúde, estética e desempenho humano, bacharel em educação física pela Estácio de Sá, treinador de atletas e palestrante. PARTE DO VALOR ARRECADADO NA VENDA DESTA OBRA VAI PARA AMAI, UM PROJETO QUE TEM A MISSÃO DE LEVAR AMOR E ASSITÊNCIA PARA PACIENTES ONCOLÓGICOS ATRAVES DE AÇÕES SOCIAIS. Fica aqui expresso que esta obra possui propriedades intelectuais minhas somadas a de referencias intelectuais sobre o assunto. Para ter acesso a mais informações siga: @leandroribeiro._ Leandro Ribeiro É expressamente proibida a e totalmente repudiável a venda, aluguel, cópia, repasse ou quaisquer usos comerciais do presente conteúdo. 6 6 Sumário INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 7 POR QUE ALONGAR? ............................................................................................................... 8 TECIDOS QUE INFLUENCIAM O ALONGAMENTO ....................................................................... 9 RECEPTORES QUE INFLUENCIAM O ALONGAMENTO .............................................................. 14 DIFERENÇA ENTRE OS TIPOS DE FIBRAS E SUA RELAÇÃO COM O ENCURTAMENTO.................. 17 PADRÕES DE ENCURTAMENTO MUSCULARES ........................................................................ 19 ADAPTAÇÕES MUSCULARES AO ESTIMULO ............................................................................ 20 FATORES DETERMINANTES PARA O AUMENTO DA FLEXIBILIDADE ......................................... 20 EFEITOS DA AMPLITUDE DO TREINO SOBRE O VENTRE MUSCULAR ........................................ 21 TIPOS DE ESTIMULO PARA A FLEXIBILIDADE........................................................................... 24 AÇÃO SOBRE O MECANISMO DE PROPRIOCEPÇÃO ................................................................. 24 EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO FLEXIONAMENTO ANTES DA MUSCULAÇÃO ...................... 25 EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO FLEXIONAMENTO APÓS A MUSCULAÇÃO .......................... 26 ALONGAMENTO E SUAS SUBDIVISÕES ................................................................................... 27 FLEXIONAMENTO E SUAS SUBDIVISÕES ................................................................................. 28 TESTES PARA ENCURTAMENTOS MUSCULARES DE MEMBROS INFERIORES ............................. 30 TESTE PARA FRAQUEZAS MUSCULARES DE MEMBROS INFERIORES ........................................ 44 TESTE PARA ENCURTMANETO MUSCULARES DE MEMBROS SUPERIORES ............................... 45 REFERENCIAS: ....................................................................................................................... 55 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675660 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675661 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675662 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675663 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675664 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675665 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675666 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675667 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675668 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675669 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675670 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675671 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675672 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675673 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675674 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675675 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675676 /Users/leandroribeiro/Desktop/LEANDRO%20RIBEIRO/E-BOOK%20FINALIZADO.docx#_Toc8675677 7 7 Entender que ao gerar flexibilidade ou rigidez em determinado músculo, uma tensão será gerada nos músculos seguintes que se encontram ligados diretamente ao mesmo. Essa ligação direta forma um continuo de firmeza responsável pela estabilidade, tração, tensão, fixação, resiliência e mobilidade do corpo. A essa ligação chamamos de cadeia, como uma serie de elos, anéis ou argolas entrelaçadas, formando um conjunto flexível e resistente. A maior dificuldade é manter essa cadeia em equilíbrio na posição vertical (posição do corpo) e para isso, manter as tensões adequadas de cada segmento é necessário. A medida que o desequilíbrio no corpo aumenta ocorre compensações posturais as quais estão distribuídas através desses segmentos musculares, e entender como tais cadeias funcionam é de suma importância para o alinhamento devido e ativação muscular adequada durante o treino e fora dele. Manter as tensões equilibradas significa que cada componente que controle as tensões, nesse caso os grupos musculares, precisam ter além da maleabilidade para tornar a cadeia flexível, a força para mantê-la resistente, formando assim o real conceito de cadeia. INTRODUÇÃO 8 8 As vantagens do alongamento são inúmeras e provavelmente esquecerei alguns devido a sua quantidade demasiada de benefícios trazidos não só ao treinamento físico resistido, mas também ao dia a dia e ao tratamento de vários tipos de patologias. Embora nem todos os benefícios estejam comprovados cientificamente, poderemos comprová-los na prática se suas variáveis forem utilizadas da forma coerente. Entre os benefícios do alongamento estão: CONEXÃO CORPO E MENTE O alongamento permite que o indivíduo aumente sua sensibilidade muscular devido a ativação dos receptores localizados nos músculos, tendões e articulações que o fazem aumentar sua percepção de tempo e espaço, gerando maior percepção muscular o que propicia maior controle motor. RELAXAMENTO Quando os níveis de estresses estão elevados, normalmente são geradas tensões musculares, pois nessas ocasiões o corpo precisa se manter em estado de alerta para permanecer ágil e pró ativo, com o corpo nesse estado por muito tempo alguns efeitos colaterais negativos começam a surgir, como diminuição da consciência sensorial e aumento da pressão sanguínea, aumento do desperdício de energia pelos músculos (o que é agravado quando em posse de má postura) tudo isso acarreta em supressão da corrente sanguínea intramuscular o que resulta na falta de oxigênio e de nutrientes essenciais. Sem o fluxo de sangue dentro do músculo essas toxinas ficam instaladas. Esse processo predispõe a pessoa à fadiga excessiva, ao desconforto e até a dor que pode gerar edemas musculares conhecidos como “pontos gatilhos”. Um dos benefícios mais importante do programa de alongamento pode ser o relaxamento muscular por gerar uma redução da tensão muscular parcial ou completa. CONDICIONAMENTO OU REABILITAÇÃO POSTURAL Um dos princípios usados por mim e por muitos treinadores é o de alongamento para reabilitação da postura, como o corpo funciona de forma tracionada e comprimida para gerar equilíbrio, qualquer aumento de tensão (encurtamento) em alguma daspartes acabará com a tensegridade do corpo, o que ocasionará má postura. Uma boa postura exige uma musculatura flexível e forte, quando o oposto, acontecerá disfunções posturais se instalarão ocasionando dores nos músculos inflexíveis e fracos. ALÍVIO DE DORES MUSCULOARTICULARES Os músculos que se encontram enrijecidos ou encurtados criam tensões excessivas e comprimem e ou desalinham as articulações adjacentes gerando um desgaste precoce e desnecessário, acarretando em uma sucessão de micro lesões assintomáticas. Com o passar do tempo e o continuo uso das articulações e dos tecidos moles do corpo fora do eixo mecânico, o individuo será conduzido a sofrer novas micro lesões que ao longo do tempo se somarão e formarão uma macro lesão, onde o sintoma será a dor. POR QUE ALONGAR? 9 9 Ao realizar os alongamentos adequados em sua intensidade necessária as tensões musculoarticulares reduzirão ao seu nível ideal, cessando assim a inflexibilidade dos músculos que se encontram restrito findando as dores e os incômodos. Minha experiência ratificou essa tese, e um exemplo foi uma cliente que possui condropatia patelar no joelho direito e esquerdo de grau 3 e 4 respectivamente e hérnias discais na coluna cervical e coluna lombar entre outras lesões dos tecidos moles que acometia a dores constantes. Após passar por treinos de alongamentos seguido da musculação não sente desconforto algum durante ou após a atividade. Outros alunos com lesões diversificadas também gozam agora da vida sem sentir dores após a aplicação dos alongamentos adequados. REDUÇÃO DE LESÕES Ao aumentar ou devolver a flexibilidade funcional da musculatura, as articulações adjacentes sofrerão menos compressões e permanecerão dentro do eixo mecânico, o que surtirá em um maior centramento articular, poupando as articulações de desgastes desnecessário e a musculatura de esgotamento indevido e/ou contraturas. Uma musculatura flexível e forte permite suportar tensões maiores de frenagem de movimento, como por exemplo frear a flexão do quadril durante o chute no futebol. AUMENTO DA HIPERTROFIA Estudos revelam e comprovam o que a teoria a tempos relatava, o alongamento facilita a hipertrofia muscular. O artigo “Interset Stretching vs. Traditional Strength Training Effects on Muscle Strength and Size in Untrained Individuals, publicado no dia 24 de janeiro de 2019 pelo The Journal of Strength & Conditioning Research, demonstrou que os indivíduos que realizaram o treino de alongamento durante o intervalo entre as series de musculação tiveram um aumento significativo na hipertrofia muscular. AUMENTO DA FORÇA DE POTÊNCIA Com a musculatura antagonista em baixa flexibilidade gerará uma resistência maior para seu agonista, fazendo-o desperdiçar mais força durante sua potencia máxima para vencer esse acrescimento de resistência causado pelo antagonista encurtado. MENOR FADIGA A musculatura que se encontra encurtada acaba gerando mais tensão para seu antagonista e tende a tirar o corpo de seu padrão postural adequado. Essa falta de alinhamento postural obriga a alguns músculos a exercerem trabalhos demasiados o que acaba gerando fadiga sobre os mesmos. Pessoas que precisam sustentar uma má postura dissipam mais energia pelo trabalho excêntrico da musculatura quando comparado com pessoas em estado de alinhamento postural ideal. TITINA A titina é uma macro proteína alojada dentro do músculo que percorre metade do sarcomero, fazendo parte do esqueleto do sarcomero, sendo a terceira proteína mais abundante no músculo numa proporção de 6 Miosina para 1 titina. Sua função é fazer com que o sarcomero tenha um determinado grau de extensão, com o intuito de manter sua integridade após uma contração ou um estiramento, pois as Miosinas são ligadas a titina, TECIDOS QUE INFLUENCIAM O ALONGAMENTO 10 10 caso o sarcomero se deforme, sua capacidade funcional será afetada. Há especulações de que um dos motivos aos quais o músculo se adapte ao alongamento seja devido ao estimulo que a titina sofre com o estiramento muscular ocorrido através de alongamento, sinalizando ao músculo a criação de novos sarcomero em series para alcançar amplitudes maiores com menos esforço, desgastes e risco a sua integridade. O alongamento de baixa intensidade visa estimular e estirar a titina e os receptores forçando-o a entenderem que o alongamento não será maléfico, induzindo adição de actina e miosina ao sarcomero até a estimulação da adição de sarcomero em serie. O que sugere o aumento do comprimento muscular. TECIDO CONJUNTIVO O tecido conjuntivo é rico em fibras, formadas por proteínas que se polimerizam formando estruturas muito alongadas, é constituído por diferentes tipos celulares como fibroblastos, macrófagos, mastócitos, e plasmócitos, células adiposas e leucócitos. Muitas células habitantes do tecido são originadas nele mesmo, como as fibras colágenas, as reticulares e as elásticas. As fibras colágenas e reticulares são formadas pela proteína colágena, já as fibras elásticas são formadas pela proteína elastina, com uma pequena diferença entre as duas, uma é de curta duração e outra de longa duração, respectivamente. Já células como o macrófagos e leucócitos, por exemplo, migram de outras regiões para o tecido conjuntivo. O colágeno é uma família de proteínas fibrosas presente em todo organismo multicelular. Juntamente com a elastina, faz parte dos componentes extracelulares do tecido conjuntivo. Sarcomero Banda A Banda I Banda I Filamento de Actina Filamento de Miosina Linha Z Linha Z Linha M Porção distensível Titina Sarcomero em contração Sarcomero em posição normal Sarcomero estirado 11 11 No interior da matriz extracelular o colágeno que confere força e rigidez para que possa oferecer resistência a força mecânica e à deformação juntamente com a elastina, responsável pela elasticidade do tecido, agrupam-se em feixes e organizam-se em fibras que se entrelaçam entre o tecido formando uma rede de malhas mais ou menos largas que são coladas por uma substancia mucoide de ligação. Essa substancia mucina hidrófila tem a propriedade de fixar substâncias extraídas do meio interno e formar o tecido conjuntivo. O nosso tecido conjuntivo é considerado como um tecido plástico e tem vários tipos, por exemplo tendões, ligamentos, capsulas articulares e a fáscia que é uma membrana de tecido conjuntivo fibroso e de proteção dos órgãos com por exemplo: fáscia perisofagiana, Peri e intrafaringiana ou de um conjunto orgânico como por exemplo fáscia endocárdica, fáscia parietalis e também como tecidos de nutrição como a fáscia superficialis e a própria fáscia muscular, diferenciam-se apenas na quantidade de elastina ou colágeno entre si. O fator excitante para a secreção do colágeno no tecido conjuntivo é o tensionamento, ao modificar o grau de tensão a secreção varia. Se a tensão suportada pelo tecido é continua e prolongada em direção divergente como no alongamento, as moléculas de colágeno instalam-se em serie. As fibras colágenas e os feixes conjuntivos alongam-se dando espaço para a adição de sarcomeros em series gerando flexibilidade para o músculo. Se o tecido suporta tensões curtas e repetidas em direção convergente como nos exercícios resistidos, as moléculas de colágeno estimulam os feixes conjuntivos e a multiplicação das fibras colagenosas a instalarem-se em paralelo mantendo a flexibilidade apenas nos ângulos trabalhados. A principal função do tecido conjuntivo é dar forma e auxiliar na estrutura dos tecidos conectando células e órgãos dando suporte às diferentes partes do corpo, tendo como seu componente estrutural principal a matriz extracelular (MEC) que serve como meio de troca de nutrientes e catabólicos entre as células e os vasos sanguíneos. A matriz extracelular é formada pela substância fundamentalque ocupa os espaços livres entre as células e possui diferentes combinações de proteínas fibrosas, que podem ser colágenas, elásticas ou reticulares. A substância fundamental por sua vez é formada por um complexo viscoso e hidrofílico, formado por glicosaminoglicanos, proteoglicanos, e glicoproteínas multiadesivas como a lâmina e a fibronectina. É a diferente concentração destas moléculas e a maneira com que interagem com a superfície celular que define as características da matriz extracelular, promovendo a união dos tecidos e conferindo força de tensão e rigidez à matriz e desempenha importantes papéis na reserva de fatores de crescimento que controlam a proliferação e diferenciação celular. O tecido conjuntivo forma diversos tecidos no corpo que poderão influenciar na flexibilidade do individuo, são eles: COLÁGENO Existem cinco tipos de colágenos e esses são identificados por algarismos romanos, possuem apenas um pequeno grau de extensibilidade, porem, são muito resistentes ao estresse causado por tensão, o tipo I forma o mais comum no corpo humano 12 12 e está localizado na pele, nos ossos, nos ligamentos e nos tendões, e por isso afeta diretamente a flexibilidade. Formado por três cadeias de vários aminoácidos, sendo os mais abundantes a glicina, a prolina e a hidroxiprolina, duas dessas cadeias são de 𝛼1 e uma de 𝛼2. A microfibrila de colágeno é constituída de moléculas de colágeno sobrepostas. Sua estrutura é muito parecida com a do músculo, como podemos ver na figura ao lado. Enquanto os músculos têm feixes musculares, o colágeno tem fascículos, enquanto o músculo tem fibra muscular o colágeno tem fibrila, enquanto o músculo tem miofibrila o colágeno tem subfibrila, músculo tem actina e miosina o colágeno apresenta cadeias de aminoácidos 𝛼1 e 𝛼2, e assim por diante. Essa arquitetura parecida com o músculo dá força de tensão as estruturas colagenosas, gerando uma unidade forte. O entrelaçamento do colágeno forma elos cruzados, e quanto maior for o número de elos cruzados maior a resistência ao alongamento. O numero de elos cruzados pode estar relacionado com a produção e a quebra do colágeno, quando a produção excede a quebra (Por exemplo em uma fibrose de uma cicatriz) mais elos cruzados são estabelecidos, e a estrutura fica mais resistente ao alongamento. CÁPSULA ARTICULAR É formado por camadas finas de cartilagem articular. A cartilagem articular é um tipo de tecido conjuntivo construído de condroblastos e condrócitos, que formam uma matriz extracelular de proteoglicanos e de fibras com 60%-75% de colágeno com alto teor hídrico. Na cartilagem articular está presente principalmente o colágeno do tipo II e uma abundancia de proteoglicanos combinado com cerca de 65 a 80% de água, o que lhe fornece a capacidade de suportar a pressão. Os tecidos moles da capsula articular incluem a capsula fibrosa, os ligamentos de sustentação, a membrana sinovial e a cartilagem hialina. Esses tecidos são interdependentes uns dos outros para uma boa mobilização, a cartilagem hialina localiza-se nas extremidades das articulações e sua ação favorece a absorção de impacto; com isso, pode altera momentaneamente o seu formato para dissipar a carga, retornando ao seu formato original em seguida. Com o aumento da temperatura, o liquido sinovial torna-se menos viscoso, permitindo que a articulação se mova com mais facilidade. Essa característica permite a cartilagem comprimir-se durante esforços físicos e voltar ao seu tamanho normal quando a carga é removida. É importante lembrar que muitas vezes a limitação do movimento pode ser devido a uma rigidez ligamentar ou articular. A rigidez articular acontece devido ao aumento da espessura da capsula articular e ou enrijecimento do ligamento, os quais são tecidos Sequência de aminoacidos Moléculas de aminoacidos Fibra de colágeno 13 13 conjuntivos que se diferenciam da fáscia por sua espessura devido a quantidade e o tipo de colágeno, e por isso possui uma característica mais rígida. A rigidez articular acontece pelo mesmo fator dos tecidos conjuntivos, uma adaptação a uma posição especifica em tempo demasiado, grau de esforço da articulação, luxação ou pancada que leva ao mesmo principio de piezeletricidade ou lei de Wolff. FÁSCIA MUSCULAR A fáscia recobre toda nossa musculatura ligando um músculo a outros músculos e estruturas como ossos e órgãos. A fáscia pode ser dividida em três tipos gerais. 1- A fáscia que se estende sobre a derme (pele) e que se divide em: camada externa e camada interna. A externa chama-se panículo adiposo, essa por sua vez possui uma camada de gordura que varia de acordo com o individuo. A camada interna é uma membrana fina, a qual não possui gordura. A junção das duas camadas permite que a fáscia superficial deslize sobre a fáscia profunda permitindo a movimentação da pele. 2- A fáscia profunda fica diretamente sob a superficial e, em geral é mais resistente, mais firme e mais compacta que essa outra. Ela cobre músculos, ossos, nervos, vasos sanguíneos e os órgãos do corpo e funde-se com eles. 3- A fáscia subserosa é a mais profunda em torno das cavidades corporais. Ela forma uma camada fibrosa de membranas serosas que cobre e suporta as vísceras. Exemplos incluem a pleura, em torno dos pulmões; pericárdio, do coração; e o peritônio, da cavidade e órgão abdominais. A fáscia profunda (2) é a que nos interessa quando falamos de amplitude de movimento, pois envolve todo o tecido muscular e os ligam com as próximas estruturas, osso, músculos e órgão. As junções musculares iniciam-se pelo endomísio, onde várias fibras musculares reúnem-se e essas mesmas fibras musculares são envolvidas por outra camada de tecido conjuntivo, o perimísio. O perimísio forma o fascículo muscular e vários fascículos musculares reúnem-se e são envolvidos por uma ultima camada de tecido conjuntivo, o epimísio, perfilando o musculo em sua forma final. Nas extremidades musculares esses tubos sucessivos de tecidos conjuntivos se esvaziam do tecido muscular (proteínas contrateis), unem-se e formam os tendões. Os tendões ligam-se ao osso através do periósteo. Por tanto, toda tensão gerada pela musculatura é transferida pela fáscia muscular para os tendões que podem transferir essa tensão para o periósteo (tecido conjuntivo do osso) que esteja inserido ou para o tendão do próximo musculo que esteja ligado diretamente pela fáscia. A ligação de um musculo a outro através dos tendões formam as cadeias cinéticas as quais veremos mais a frente. Fascia muscular Endomísio Perimísio Epmísio 14 14 TENDÕES O tendão conecta o musculo ao osso, por isso afirma-se que esta em série com a fibra muscular. Os tendões assim como a maioria dos tecidos conjuntivo supracitados, são densos e contem colágeno, elastina, proteoglicana e água. O colágeno tendineo constitui cerca de 90% da proteína total do tendão, sendo a principalmente colágeno do tipo I. A fáscia muscular tem como um de seus papeis distribuir a tensão por igual na musculatura e transportar essa tensão para o tendão e do tendão para a aponeurose do osso que resulta em movimento. Se o tendão fosse flexível igual a musculatura parte dessa tensão não seria transportada para os ossos, e os movimentos finos não existiriam. O colágeno tendineo desenvolve-se em paralelo e é muito resistente a extensão, mas, mesmo assim sofre uma pequena alteração no comprimento devido ao alongamento e ou a carga cíclica. Essa pequena alteração que o tendão sofre ajuda a amplificar a energia imposta pelo musculo durante um treino de potencia por exemplo. Exercícios de alongamentos são importantes para o aumento dessa capacidade dos tecidos tendíneos, visto que, se o tendão fosse totalmente rígido se romperia caso o musculo precisasse usar sua máxima potencia, o mesmo aconteceria naaterrissagem de um salto por exemplo. O colágeno tendineo apresenta formação ondulada, e com o alongamento de 1,5 a 4%, o tendão vai descaracterizando sua sinuosidade se tornando mais retilíneo e aumentando sua resistência, após 4% do seu tamanho normal há maior resistência a deformação do tecido, a medida que aumenta a tensão do alongamento. entre 4 e 8% a sinuosidade do tecido desaparece totalmente e o colágeno é então submetido a deformação plástica. Após 8% do alongamento máximo do tendão as fibras de colágeno começam a se romper e um trabalho de força máxima ou potencia máxima após esse alongamento gera risco de rompimento do tendão. A aplicação do alongamento sobre o tendão preserva a peculiaridade do mesmo, pois precisam ter seu grau de elasticidade sem ser muito maleável para que possa se deformar na medida certa. Caso contrario, se o tendão for muito rígido perderá sua característica elástica e sofrerá lesão. PROPRIOCEPTORES Os proprioceptores musculares têm como função informar ao sistema nervoso centra, as alterações na extensão e na contração muscular, bem como as mudanças na posição corporal. O mecanismo de propriocepção apresenta o seguinte funcionamento: primeiro os receptores das terminações nervosas informam as alterações mecânicas das estruturas dos músculos e articulações, em seguida, as aderências dos sistemas musculoarticulares dirigem-se para os centros de processamento no cérebro por meios de reflexos nervosos os quais podem influenciar os neurônios motores que controlam a atividade muscular e as atividades das vias neurais que regulam o próprio sistema musculoarticular. O sistema muscular é formado por centenas de fibras contrateis e envolvido pelo tecido conjuntivo. Cada fibra muscular é inervada por um único axônio do sistema nervoso FUSO MUSCULAR Os fusos musculares são pequenos receptores sensoriais medem cerca de 2 a 3 mm de largura e 0,15 mm de comprimento em média, são encapsulados que possuem RECEPTORES QUE INFLUENCIAM O ALONGAMENTO 15 15 formato fusiforme e estão localizados internamente no músculo entre as fibras musculares. Quanto mais refinada a função de um determinado músculo, maior a quantidade de fusos por cada unidade de peso muscular. Sua principal função é sinalizar as mudanças do músculo ao qual se encontra como: a respeito da extensão, velocidade, aceleração e desaceleração das fibras musculares e, possivelmente, mas com menor efetividade devido a sua localidade, informa sobre a contração muscular. O fuso muscular é composto por dois tipos de fibras musculares denominadas fibras intrafusais, um tipo de fibra intrafusal é a fibra nuclear tipo bolsa, que pode ser dividida entre fibra tipo bolsa 1 e fibra nucelar tipo bolsa 2. Ligada a superfície das fibras tipo bolsa está a fibra nuclear em cadeia. Cada fuso habita em média quatro a cinco fibras nuclear em cadeia. Duas fibras aferentes sensoriais e uma fibra eferente controlam os fusos. Uma fibra aferente primaria a fibra nervosa anuloespiralada se entrelaça ao redor da região média da fibra tipo bolsa. Esta fibra responde diretamente a distensão do fuso; sua frequência de ativação aumenta proporcionalmente ao estiramento (distensão). Um segundo grupo de fibras nervosas sensoriais aferentes menores, denominada terminações nervosas tipo raminho de flores, faz conexões principalmente com as fibras em cadeia, mas fixam-se também as fibras tipo bolsa. Essas terminações evidenciam menos sensibilidade ä distensão quando comparado com as fibras anuloespiraladas. O terceiro tipo de fibra nervosa fusiforme, a fibra eferente 𝛾, que inerva as extremidades contráteis e estriadas das fibras intrafusais, desempenham uma função motora. Os centros superiores do cérebro ativam essas fibras para que mantenham uma sensibilidade ótima do fuso para todos os comprimentos do músculo, a estimulação da fibra eferente 𝛾 ativam as fibras intrafusais para que regulem seu comprimento e sua sensibilidade. Esse mecanismo prepara o músculo para outras ações de alongamentos, até mesmo quando o músculo permanece encurtado. Os ajustes na ativação dos eferentes 𝛾 permitem ao fuso monitorar continuamente o comprimento do muscular. O fuso muscular identifica, responde a mudanças e as modula no comprimento da fibra musculares extrafusais, o que é de suma importância para regular o movimento e a manutenção da postura. Os músculos posturais recebem continuamente um influxo neural para manter sua prontidão em responder aos movimentos conscientes (voluntários). Porém, esses mesmos músculos exigem uma atividade subconsciente (inconsciente) continua para se ajustarem a tração da gravidade na postura ereta. Sem esse monitoramento e mecanismo de retroalimentação o corpo literalmente sofreria um colapso 16 16 e desmoronaria em virtude da ausência de tensão nos músculos do pescoço, paravertebrais. Ao realizar um alongamento abrupto o tendão se estenderá e realizará um arco reflexo autônomo, se esse alongamento for fraco o arco reflexo será simples e envolverá uma única sinapse. Como os fusos estão localizados paralelamente as fibras extrafusais, estas irão se distender com o alongamento abrupto, os receptores sensoriais intrafusais serão acionados. A distensão e ativação dos sensores intrafusais orientará os impulsos através da raiz dorsal para dentro da medula espinhal afim de ativarem diretamente os motoneuronios anteriores. O reflexo ativará também o interneuronio dentro da medula para facilitar a resposta motora apropriada. Dessa forma o reflexo de distensão atua como um mecanismo de autocompensação regulador. Apenas após um determinado tempo de permanência na posição do alongamento os receptores entenderam que não há risco de distensão muscular e acabam cessando os estímulos fazendo com que as fibras ativadas por esses neurônios relaxe. ORGÃO TENDINOSO DE GOLGI Os OTG’s estão localizados na junção entre as fibras musculares esqueléticas e o tendão, envolvidos por capsulas finas com cerca de 1 mm de comprimento e 0,1 mm de diâmetro contendo varias fibras de colágeno trançadas e dispostas em serie com um grupo de fibras musculares. Sendo assim, os Órgãos tedinosos de Golgi encontram-se na junção entre o tendão e as fibras musculares. Cada OTG é inervado por um único axônio 1b que se ramifica em terminações nervosas bastante delicadas e se entrelaçam com as fibras de colágeno dentro da capsula. Quando ocorre a contração muscular O estiramento do OTG estica as fibras de colágeno, comprimindo as terminações nervosas 1b desencadeando disparos, os sinais são transmitidos para a medula espinhal para causar efeitos reflexos no próprio músculo estimulado. Como as terminações sensoriais estão em estreito contato com as fibras de colágeno, mesmo os menores estiramentos dos tendões podem comprimir essas terminações e causar estimulo sensorial. Esse estimulo sensorial é, no entanto, inteiramente inibitório, ou seja, a sinapse com motoneurônio alfa libera substâncias inibitórias que ocasionam nos músculos um estado de hiperpolarização. Na prática significa que o meio intracelular ficará com um aumento de cargas negativas, dificultando, desta forma, a contração do músculo. Este reflexo evita que a tensão do músculo se torne excessiva de tal modo que, quando esta tensão chegar a limites extremos, a interferência via reflexos do OTG faça com que o músculo sofra relaxamento instantâneo favorecendo o alongamento. 17 17 A diferença entre os tipos de fibras explica boa parte de o por que as disfunções posturais acontecerem. O entendimento dessas características fará total diferença na elaboração de um treino adequado tanto de flexibilidade quanto de força. FIBRAS BRANCAS Em geral as fibras brancas são longas e paralelas, localizam-se superficialmente no corpo e produzem deslocamentos longos. Sua inervaçãoé por axônios de condução advindos de neurônios motores alfa, fazendo necessário estímulos maiores para serem ativadas com eficiência. Sua capacidade elástica e a densidade de seu reticulo sarcoplasmático facilitam ainda mais a velocidade de contração. Por possuírem a característica de contração rápida, apresentam uma maior facilidade de liberação de cálcio no interior da célula quando estimuladas. Essas fibras são menos solicitadas na maioria das atividades diárias por demandar um estimulo maior e tendem a fadiga mais rápido quando comparadas as fibras vermelhas num esforço de longa duração. As fibras do tipo branca são mais recrutadas em atividades de força ou excêntricas e possuem menor espessura do seu endomísio, o que as tornam mais suscetíveis a lesão e menos tendenciosas ao encurtamento ou rigidez. As fibras brancas tendem a hipotonia com o envelhecimento, desuso ou doenças degenerativas. FIBRAS VERMELHAS As fibras vermelhas têm características oxidativas de contração lenta, por isso dependem da fosforilação oxidativa para a produção de ATP e para isso precisam apresentar um elevado número de mitocôndrias. Ao contrário das fibras do tipo branca, as fibras vermelhas possuem um limiar de excitação menor, ou seja, os estímulos neurais não precisam ser altos para ativa-las, por isso são mais eficientes para produzir contrações lentas e repetidas e principalmente para manter forças isométricas por um longo período de tempo. As fibras vermelhas ficam muito tempo em contração quando comparadas as fibras do tipo branca devido as demandas diárias, pois possuem função postural devido as suas características e localização corporal mais intrínseca. As fibras vermelhas possuem um perimísio mais consistente, ou seja, mais espesso, o que facilita a rigidez quando comparado as fibras de característica branca, onde seu perimísio é menos denso. Isso leva a suposição de haver nesse tipo de fibra uma maior resistência a tensão do alongamento e uma adaptação postural. Esta é uma explicação para o encurtamento do sistema muscular em pessoas que mantem uma mesma postura ao longo período de tempo diariamente. Essas fibras se mantem ativas por muito mais tempo por dia quando comparado com as fibras do tipo branca, assim, posturas incorretas e tensões musculares podem se agravar se houver rigidez excessiva. DIFERENÇA ENTRE OS TIPOS DE FIBRAS E SUA RELAÇÃO COM O ENCURTAMENTO 18 18 A excessiva atividade de um músculo encurtado pode resultar na inibição de seu antagonista e ocasionar a reprogramação de uma sequência motora total. Um sistema muscular com encurtamento é acionado pelo sistema aferente antes dos músculos com tonicidade normal. A razão disso é que, com o encurtamento desse grupo muscular, há menos deslizamentos entre as fibras no inicio da contração, esses mesmos músculos já se encontram em uma pré-ativação e por isso a via aferente do sistema gama é acionada acima dos padrões normais. Essa facilidade de estimulo nos músculos de fibras vermelhas que se encontram encurtados gera uma demência na musculatura antagonista e explica o por que algumas musculaturas não hipertrofia ou aumenta a tonicidade mesmo quando a treinamos. É de suma importância que em todos os músculos haverá os dois tipos de fibras, mudando apenas a quantidade. E o que definirá essa relação será a genética e o estimulo do treino, porém, a diferença na quantidade de fibras brancas e vermelhas na população não é significativa e por regra geral os músculos que controlam a postura são predominantemente de fibras vermelhas e a musculatura que controla a força máxima, de potencia e força excêntrica é de característica predominantemente branca. A seguir uma tabela adaptada do livro EXERCICIOS DE ALONGAMENTOS de Abdallah Achour Junior para uma melhor compreensão dos músculos. Vale lembrar que essa tabela não é uma regra geral, e por esse motivo músculos que tem a tendência ao encurtamento podem não encurtar e músculos que tendem a hipotonia e enfraquecimento podem se encurtar. MÚSCULOS QUE TENDEM AO ENFRAQUECIMENTO COM O DESUSO E O ENVELHECIMENTO MÚSCULOS QUE TENDEM AO ENCURTAMENTO COM O DESUSO E O ENVELHECIMENTO Trapézio - parte inferior Trapézio – parte superior Levantador da escapula Flexor curto cervical Suboccipitais Esternocleidomastoideo Tríceps braquial Biceps braquial Serrátil anterior Peitoral maior e menor Romboide – feixe médio e inferior Extensores do membro superior Escalenos e flexores do membro superior Iliocostal Reto do abdômen Glúteos Tensor da fáscia lata Piriforme Multífidos Íliopsoas Quadrado lombar Eretor da espinha Adutores curtos do quadril Reto femoral Vasto medial Ísquiotibiais Vasto lateral Vasto intermédio Gastrocnêmio sóleo Fibulares Tibial posterior 19 19 Os tecidos conjuntivos e os receptores musculares são os principais vilões do encurtamento. O encurtamento se dá por uma adaptação do tecido muscular como um todo, e acontece por etapa e por isso três padrões de encurtamento podem ser encontrados. HIPERATIVIDADE MUSCULAR O primeiro padrão é causado por uma hiperatividade dos fusos musculares, este tem como principal característica dor excessiva ao realizar o alongamento, de modo a ser o único fator limitante da amplitude de movimento, pois se a dor for suportada pelo individuo que está sendo alongado a amplitude é conseguida facilmente, sem risco ao tecido muscular. Porém essa hiperatividade gera uma contração muscular evitando que a amplitude do alongamento aumente. Para esse tipo de encurtamento a técnica mais adequada para ser utilizada inicialmente é a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). Esse modelo de alongamento exige que o sujeito que esta a ser alongado exerça uma contração voluntaria no musculo que está sendo alongado. Essa força nos componentes contrateis gera uma ativação além do normal do OTG e o alongamento em amplitudes aumentadas acontece, A ativação excessiva devido a contração do musculo feita pelo executante em posição alongada contra uma resistência que é gerada pelo treinador aumenta a tensão nos OTG’s causando uma inibição autogênica (inibição reciproca) do músculo agonista que acabou de ser contraído. Se o OTG é estimulado a medula espinhal envia sinais eferentes para que o músculo relaxe por mecanismo de defesa, ao cessar a contração os fusos musculares continuam relaxados devido a inibição autogênica o que facilita um estiramento maior da musculatura. O treinamento de alongamento de forma ativa também é uma excelente estratégia e funciona no mesmo principio do anterior, por exemplo, contrair os flexores de quadril para gerar uma inibição autogênica (inibição reciproca) enquanto alonga os isquiotibiais que está hiperativo torna-se a forma mais eficiente de se obter resultado. RIGIDEZ MUSCULAR A rigidez muscular se dá pelo aumento da espessura do tecido conjuntivo que recobre o músculo. Nessa situação o músculo se encontra travado na posição de encurtamento e os exercícios de alongamentos convencionais não trará seu tamanho e flexibilidade ideais. Para esse tipo de situação o recurso mais indicado a ser trabalho é o de flexionamento, descrito mais adiante. REDUÇÃO DO TAMANHO DO MÚSCULO Essa situação acontece normalmente pelo principio da economia de energia que o corpo utiliza. Um claro exemplo é uma pessoa que trabalha por varias horas sentada onde o músculo do iliopsoas é exigido para se manter em posição e insuficiência ativa, justamente onde precisa fazer mais força (posição de encurtamento do iliopsoas) para manter a postura durante todo o período de tempo que o individuo se encontra sentado. PADRÕES DE ENCURTAMENTO MUSCULARES 20 20 O músculo tenderá a se adaptar a posição de encurtamento reduzindo seus sarcomero. Abordaremos esse assunto mais detalhadamente no principio de Lapierre. A essa adaptaçãomuscular o estimulo mais indicado para recuperar a funcionalidade do músculo são os dois tipos de alongamento e um trabalho de contração incompleta e estiramento completo. ADAPTAÇÕES MUSCULARES EXCÊNTRICAS Hiperatividade muscular excêntrica geralmente acontece quando o músculo precisa ser resistente a tensões para evitar que um desequilíbrio maior aconteça. Por exemplo, em um caso de anteversão da pelve os isquiotibiais precisam resistir a tensão criada pelos músculos que causam a anteversão da pelve e por este motivo se tornam mais resistentes pois devem permanecer em contração isométrica/excêntrica (carga excêntrica) durante todo o tempo que essa pessoa esta em pé. Os músculos são projetados para contrair e relaxar sucessivamente, o que não ocorre no exemplo supracitado, nesses casos esses músculos em específicos se mantem sob uma tensão excêntrica constante, essa tensão é transmitida através da fáscia, dentro e ao redor do musculo gerando uma adaptação na posição alongada, essas tensões podem acontecer ou em partes dos músculos ou em toda cadeia muscular. ADAPTAÇÕES MUSCULARES CONCÊNTRICAS O exemplo para adaptação muscular na fase concêntrica é o mesmo que o citado no tópico “REDUÇÃO DO TAMANHO DO MÚSCULO“ um individuo que trabalha por horas sentado, onde o músculo iliopsoas e reto femoral sua porção proximal se encontra em insuficiência ativa, esse tempo demasiado de trabalho em posição encurtada sinaliza ao organismo para que os sarcomeros que se encontram contraídos aumente sua espessura de tecido conjuntivo, dessa forma o organismo não precisa desperdiçar energia na contração muscular isométrica dessa porção do musculo, compensado esse musculo com o aumento do tendão. Com o musculo reduzido e o tendão aumentado as funções musculares de contração e estiramento fica reduzida, pois o tendão não tem a capacidade de contrair e estirar ou a mesma flexibilidade do tecido muscular. ADAPTAÇÕES AO ALONGAMENTO Materiais cristalinos sólidos demonstram propriedades eletromecânica quando se deformam, esse acontecimento recebe o nome de Efeito Piezoelétrico. No colágeno acontece um fenômeno parecido, o qual recebe o nome de Potenciais Eletrocinéticos ou Corrente. Os processos de Potenciais eletrocinéticos ou corrente acontecem durante a automontagem da fibrila de colágeno nos canais citoplasmáticos quando ocorre um processo de estiramento da fibrila. Quando um tecido conjuntivo como por exemplo a cartilagem é comprimido, ocorre uma transdução mecânica para elétrica, resultando em potenciais elétricos. O mecanismo de eletrocinética ou potencial de corrente é a fonte da transdução. O mesmo acontece com a fáscia muscular, se a tensão suportada pelo tecido é continua e prolongada como no estimulo do alongamento, as moléculas de colágeno instalam-se em series. As fibras colagenosas e os feixes conjuntivos alongam-se. ADAPTAÇÕES MUSCULARES AO ESTIMULO FATORES DETERMINANTES PARA O AUMENTO DA FLEXIBILIDADE 21 21 Após o alongamento e as pequenas lesões no tecido conjuntivo o espaço livre entre as células formado por essas pequenas lesões são ocupados pela substancia fundamental, que é constituída por três elementos: os feixes conjuntivos colagenoso, a rede de elastina e o liquido lacunar. ADAPTAÇÕES A AMPLITUDE DE TREINO A terceira fase do encurtamento é quando o musculo evita usar grandes amplitudes para não gerar o desconforto da dor ou quando passa muito tempo em posição encurtada como é o caso da porção distal do iliopsoas em pessoas que passam muito tempo sentada, o corpo começa a utilizar o principio da economia no músculo e reduz a quantidade de sarcomeros em series que não está sendo utilizado, aumentando o tamanho do tendão e reduzindo o comprimento muscular. Dessa forma o músculo perde capacidade de elasticidade o que acaba induzindo aos músculos sinergistas a acompanharem seu comprimento causando desequilíbrios no quadril como a anteversão da pelve por exemplo. Somado a esse mecanismo de defesa para não sentir o desconforto do alongamento o tecido conjuntivo aumenta sua espessura a ponto de limitar a funcionalidade normal da musculatura em amplitudes normais. Quanto maior o tempo sem o estimulo do alongamento maior será o ciclo vicioso onde cada vez mais os receptores musculares ficaram mais sensíveis gerando estímulos para que o músculo permaneça em posição encurtada. Neste caso o flexionamento, ou seja, um alongamento mais intenso se torna mais eficiente pois estimulará o tecido conjuntivo. Nesse processo, os proteoglicanos, presentes em grandes quantidades, distribuem-se ao redor das fibras de elástinas e de colágeno e atuam como um lubrificante, permitindo a deformação dos elementos fibrilares do tecido conjuntivo ajudando a reter agua no tecido, o que por sua vez garante o balanço hidrofóbico e faz com que corpos globulares de elastina tendam a se reconstruir após o alongamento (Carvalho e Recco-Pimentel, 2012). Não será difícil percebermos pessoas que passam por um período de tempo prolongado sentadas possuírem contratura no músculo ilipsoas, reto femoral porção proximal e isquiotibiais porção distal. Com o tempo ocorrerá encurtamento adaptativo desses músculos e dos ligamentos capsulares o que consequentemente limitará a extensão do quadril. Essa situação cria espasticidade dos flexores do quadril reto femoral em sua porção proximal, iliopsoas e dos flexores de joelho, isquiotibiais em sua porção distal, e estará normalmente associada a fraqueza dos extensores do quadril, dor ou inflamação na capsula da articulação do quadril e confinamento a posição de flexão. Como vimos anteriormente, o tendão possui uma quantidade demasiada de colágeno, o que lhe dá uma característica mais rígida, reduzindo por consequência a flexibilidade total do individuo. O oposto é possível através do treinamento para flexibilidade e alongamento ou por exemplo por meio da amplitude do movimento que é realizado durante o treino de musculação. Assim como há adaptação muscular devido a falta de estimulo em grandes amplitudes o que acaba estimulando o músculo a reduzir seu comprimento e o tendão a aumentar proporcionalmente, haverá estímulos para que o músculo também trabalhe em grandes amplitudes para devolver sua funcionalidade. EFEITOS DA AMPLITUDE DO TREINO SOBRE O VENTRE MUSCULAR 22 22 Contração completa e estiramento completo. Um musculo que trabalha habitualmente de forma alternada em contração completa e estiramento completo, sofre ao longo de suas realizações as seguintes modificações morfológicas e fisiológicas: o comprimento total do musculo em repouso não se altera; o ventre muscular (parte contrátil) tende a alongar-se; os tendões tendem-se ao encurtamento; a amplitude do movimento aumenta em consequência do maior comprimento da parte contrátil do musculo em relação aos tendões. Contração incompleta e estiramento completo A contração incompleta provoca uma diminuição do ventre muscular, os tendões ao contrario se alongam em consequência do estiramento completo, o alongamento é mais considerável do que a retração do ventre muscular, portanto o comprimento total do musculo aumenta, a amplitude dos movimentos torna-se menor devido a retração da parte contrátil do músculo. NORMAL C.C – E.C NORMAL C.I – E.C AMPLITUDE DE MOVIMENTO TENDÃO MÚSCULO CONTRAÍDO MÚSCULO CONTRAÇÃO CONTRAÇÃO ESTIRAMENTO ESTIRAMENTO 23 23 Contração completa e estiramento incompleto O musculo que habitualmente não é estirado, não estimula sua amplitude máxima e isso determina diminuição do ventre muscular devido aos tendões não se alongarem, o comprimento total do musculo diminui e a amplitude dos movimentos torna-se menor em consequência da retração do ventre muscular. Contraçãoincompleta e estiramento incompleto O comprimento muscular diminui significativamente em função do duplo processo de contração incompleto e do estiramento incompleto, em razão da regressão das fibras musculares os tendões se alongam, mas esse alongamento não compensa inteiramente a retração da parte contrátil e o comprimento total de repouso tende a diminuir reduzindo a amplitude de movimento transformando em um musculo do tipo curto e rígido. NORMAL C.C – E.I NORMAL C.I – E.I CONTRAÇÃO CONTRAÇÃO ESTIRAMENTO ESTIRAMENTO 24 24 Quando falamos em aumento da amplitude de movimento existem dois tipos de intensidade que terão resposta diferentes entre si. Assim como no treino de força onde cada fase da periodização e intensidade sinalizará para adaptações distintas o treino para aumento da amplitude de movimento necessita de nomenclaturas adequadas para que possam ser melhor compreendidas. Portanto foram classificadas as seguintes nomenclaturas para cada intensidade de treino visando o treino da amplitude de movimento. ALONGAMENTO Forma de trabalho que visa a manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização dos movimentos de amplitude normal com o mínimo de restrição física possível. FLEXIONAMENTO Forma de trabalho que visa obter a melhora da flexibilidade por meio de viabilização de amplitudes de arco do movimento articular superiores aos originais. As diferenças em nível fisiológico situam-se nas estruturas envolvidas e na ação sobre o mecanismo de propriocepção. Como os trabalhos de alongamentos são realizados dentro do arco articular normalmente obtido, não geram efeito de forçamento sobre a articulação. Sua principal atuação, portanto, é sobre os componentes plásticos, por meio do estiramento da musculatura e dos ligamentos. A ação sobre os componentes plásticos (ligamento, mitocôndrias, retículos sarcoplasmáticos, etc.), deformando-os para uma configuração desejável, possibilita que nos movimentos subsequentes, a força seja empregada apenas em proveito do movimento, e não para causar as citadas deformações. Ou seja, após realizar a primeira serie do alongamento, o individuo apenas recupera a sua mobilidade normal que estava reduzida devido a uma pequena rigidez dos tecidos plásticos. O alongamento também gera efeitos sobre os componentes elásticos e inextensíveis, mas, devido a sua baixa intensidade, esses efeitos não atingem o limiar da produção de adaptação, sendo, portanto, reversíveis ao cessar o alongamento. Já o flexionamento, por sua maior intensidade, provoca adaptações duradouras nos componentes plásticos, elásticos, e inextensíveis, possibilitando o alcance de novos arcos articulares, superiores aos primitivos. Como trabalha no limite máximo do movimento, a estrutura que suporta prioritariamente a carga aplicada é, via de regra, a articulação, ressalvando-se as situações em que a restrição a flexibilidade ocorre exclusivamente por conta da elasticidade muscular. O alongamento não tem capacidade, devido as baixas intensidades envolvidas, de estimular as terminações nervosas, disparando a aferência proprioceptiva. TIPOS DE ESTIMULO PARA A FLEXIBILIDADE AÇÃO SOBRE O MECANISMO DE PROPRIOCEPÇÃO 25 25 Por outro lado, o flexionamento sempre excita os mecanismos proprioceptivos por esta trabalhando nos limites máximos. Esse efeito é diferenciado em função da velocidade de movimento. Os exercícios de flexionamento, realizados em velocidade, estimulam o fuso muscular, causando, por meio do reflexo miotático, contração da musculatura trabalhada. Se tais exercícios forem realizados de modo forma lenta e gradual, o efeito será sobre o órgão tendinoso de Golgi, ocasionando a inibição dos motoneurônios 𝛼. RESUMO DAS DIFERENÇAS EM NÍVEL FISIOLÓGICO Trabalho Alongamento Flexionamento Estrutura biológica Trabalha sem ser forçada Forçada ao seu máximo limite Articulação São deformadas pelo trabalho Encontram-se quase totalmente deformado Componentes plásticos Estirado ao nível submáximo Estirados até o limite máximo Componentes elásticos Não são estimulados São estimulados Propriocepção Não são estimulados Podem ser estimulados no limite máximo Se o objetivo do treino de flexibilidade é obter a melhora das condições físicas para a execução do exercício de musculação naquele treino, o que se deseja é a obtenção do maior arco articular possível, dentro de uma faixa de menor resistência dos músculos hiperativos que roubam a ação do movimento. Esse objetivo é atingindo tanto pelo alongamento quanto pelo flexionamento lento. No entanto, se o alongamento não possui contraindicações, o flexionamento apresenta os seguintes efeitos negativos, conforme a velocidade de execução. Rápido: estimula o fuso muscular, provocando redução da flexibilidade durante a execução do movimento. Lento: Estimula o órgão tendinoso de Golgi, inibe a transmissão neuromuscular e relaxa a musculatura, chegando, em alguns casos, a diminuir a velocidade de reação e a capacidade de contração. De acordo com as afirmativas supracitadas, é possível deduzir que o flexionamento pode ser maléfico aos músculos agonistas antes do treino, sendo o ideal utilizar alongamentos simples a essa musculatura. Porém, pelo fato do flexionamento lento proporcionar um relaxamento na musculatura juntamente com um aumento da amplitude, tona-se valido se beneficiar dele nos músculos sinergístas ou antagonistas ao grupo muscular que irá ser trabalhado e que se encontram encurtados, pois evitará que os mesmos roubem a ação durante o movimento, evitando apenas grandes amplitudes com grades sobrecargas, pois em grandes amplitudes esses mesmos músculos também serão mais exigidos para estabilizar ou auxiliar o movimento podendo gerar lesão. Para que esses músculos recuperem ou aumente sua flexibilidade o ideal é que sejam alongados antes do treino e de qualquer aquecimento com o corpo ainda frio. A teoria é que músculos aquecidos se alonga, mas, depois, voltam ao seu comprimento normal. O músculo frio é capaz, de fato, de ser submetido a deformação plástica e ao aumento de comprimento. Vale lembrar do relaxamento que os exercícios de alongamento ou flexionamento produzem, por isso, torna-se importante realizar um aquecimento dinâmico após o treino de flexibilidade e antes do treino de musculação. EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO FLEXIONAMENTO ANTES DA MUSCULAÇÃO 26 26 Para maiores efeitos hipertróficos a musculação deve ser até a falha muscular, salvo nas fases da periodização onde a componente regeneração esteja em prática. Mas, levando em consideração que o treino seja até a falha muscular, quando treinado de forma ideal, ou seja, em altos graus de percepção de esforço, que acarretam uma velocidade lenta de execução dos movimentos devido a fadiga muscular e a intensidade do treino, cresce a componente isométrica do movimento, esse de tensão dos músculos excita os órgãos tendinosos de Golgi, provocando o relaxamento temporário da musculatura. Esse fenômeno fica mais claro após uma sessão intensa de treino de pernas, onde apesar dos músculos estarem edemaciados, túrgidos, divido ao acumulo de agua, de catabólitos e de exsudatos da contração muscular, encontram-se tão relaxados que não se consegue descer uma escada sem sentir firmeza no músculo considerado. Se ocorrer a citada relaxação da musculatura, e sobre ela for feito um trabalho de flexionamento, haverá um grande risco de provocar uma lesão. Tubino (1979, p 212) declara que “deve-se evitar a aplicação, logo após as sessões de musculação, de exercícios de flexibilidade que impliquem estiramentos musculares fortes, pois haverá um risco de lesões nas fibras musculares”. RISCO DE DISTENSÃO DURANTE O TREINAMENTO Como o trabalho de flexionamento exigi que se utilizem arcos de movimentomaiores, isso faz com que as estruturas musculoconjuntivas envolvidas sejam submetidas a um estiramento extremo, o que sempre traz consigo um razoável risco de distensão. Já o alongamento trabalha com margens de segurança bem mais confortáveis, fazendo praticamente desaparecer o risco de lesão. AUMENTO DA MOBILIDADE ARTICULAR O alongamento, por explorar apenas só os limites já alcançados de amplitude de movimento, não exige que se force as articulações além de seus parâmetros de normalidade, não causando, portanto, adaptações a essas estruturas. Já o flexionamento estimula as articulações a procurarem adaptações que lhes permitam alcançar arcos mais amplos que os originais, provocando o aumento da mobilidade articular. DIFERENÇAS ENTRE ALONGAMENTO E FLEXIONAMENTO CARACTERISTICAS ALONGAMENTO FLEXIONAMENTO Efeito fisiológico Deformação dos componentes plásticos (mitocôndrias, reticulo sarcoplasmático, sistema tubular, ligamentos e disco intervertebrais) Ações sobre o mecanismo de propriocepção: fuso muscular, no caso de insistência dinâmica, e órgão tendinoso de Golgi, se a insistência for estática. Efeito durante a performance Facilita a execução dos movimentos e aumenta sua eficiência pela pré deformação Devido a ação residual da resposta proprioceptiva, provoca EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO FLEXIONAMENTO APÓS A MUSCULAÇÃO 27 27 desejável dos componentes plásticos. contratura, na realização de flexionamento dinâmico, ou diminuição do tônus, no caso de o atleta, realizar insistência estática imediatamente antes do treino. Utilização Durante o treino e na volta a calma. Sessões de treinamento para aumentar a flexibilidade O objetivo do alongamento é mobilizar a articulação considerada em toda a sua amplitude, para permitir toda a utilização de todo o arco articular e alongar a musculatura que esteja edemaciada por água e catabólitos de contração, ou enrijecida pelo repouso, sono ou baixa temperatura. Essas atividades de alongamento por trabalharem dentro da faixa de normalidade da amplitude do movimento, não provocam riscos aos músculos, tendões ou articulações, mesmo se realizado após um treinamento de força máxima. ESTIRAMENTO É a execução de um determinado movimento a custa da ação do antagonista, de outros grupos musculares ou da ação de terceiros. O estiramento equivale a um espreguiçamento amplo e completo, devendo-se procurar atingir os arcos de movimentos extremos, com a finalidade de deformar os componentes plásticos de uma forma conveniente a que, em uma próxima execução desse tipo movimento, os citados componentes não mais se oponham as forças atuantes. O estiramento pode ser realizado de três formas: estiramento passivo, estiramento ativo e estiramento misto. O estiramento passivo é realizado por meio da manutenção de posturas de grande amplitude, sem extrapolar o limite máximo do movimento, durante um intervalo de 4 a 6 segundos. Deve-se ressaltar que, embora a amplitude seja submáxima, permanência por 8 ou mais segundos pode provocar uma ação de estimulo sobre o fuso muscular, descaracterizando o alongamento. O estiramento ativo consiste de 2 a 3 series de 3 a 6 repetições de movimento que visem a alcançar o limite máximo da utilização normal do arco articular. Cabe aqui, também o alerta de que um numero excessivo de repetições poderá dar ensejo ao surgimento de um trabalho de flexionamento. No estiramento misto, utilizam-se duas series de quatro insistências submáximas e uma permanecia de 4 segundos no ponto máximo atingido, os movimentos de insistência devem ser lentos e realizado apenas no terço final do arco articular, sempre com o cuidado de não transformar o exercício em um flexionamento. SUSPENSÃO Neste tipo de alongamento, não há o movimento das articulações. Assim, os ligamentos e os músculos que o circundam são tracionados por meio da ação da ALONGAMENTO E SUAS SUBDIVISÕES 28 28 gravidade. O próprio comprimento dos ossos age como fator limitador ao estiramento, impedindo o acionamento do mecanismo de propriocepção. Durante a realização da suspensão, o tracionamento do segmento faz com que os envoltórios de tecido conjuntivo (endomísio, perimísio e epimísio) comprimam as porções dos músculos que respectivamente os envolvem, apertando-as e propiciando a saída de água e catabólitos provenientes da contração. SOLTURA Consiste no balanceamento dos membros que, se realizado por outra pessoa, pode ser acompanhado de leve tração. Possui efeito relaxador sobre o músculo, por provocar a desconexão da ligação da actina e miosina remanescente, ao facilitar o contato dessas ligações com moléculas de ATP’s e provocar a desativação do fuso muscular O flexionamento pode ser feito de três formas: por meio de insistência estáticas (método passivo), por meio de insistências dinâmicas ou balísticas (método ativo) e pelos métodos de facilitação neuromuscular proprioceptiva. FLEXIONAMENTO DINAMICO Consiste na realização de exercícios dinâmicos, que, devido a inercia do segmento corporal, resulta em um momento de natureza balística, provocando trabalho nas estruturas limitantes do movimento. A realização de movimentos de amplitude máxima, em velocidade, estimula o fuso muscular, acarretando o reflexo miotático ou reflexo de estiramento, esse reflexo provoca contração da musculatura que esta sendo estirada. Devido a essa reação proprioceptiva nesse tipo de flexionamento, a estrutura limitante ao movimento é, via de regra, é a musculatura antagonista e, em especial, os componentes elásticos em série (parte das fáscias de tecido conjuntivo que ficam entre duas fibras musculares e entre estas e o tendão) dos citados grupos musculares. Esses métodos enfatizam, por tanto, a elasticidade muscular. FLEXIONAMENTO ESTÁTICO Para empregar esse método deve-se lentamente chegar ao limite normal do arco articular do atleta (limite entre alongamento e flexionamento), forçar suavemente além desse limite, aguardar cerca de 10 segundos e realizar novo forçamento, procurando o maior arco de movimento possível e então segurar pelo tempo prescrito no treino. A tensão isométrica provocada pela insistência estática que se submete o músculo, atua sobre o órgão tendinoso de Golgi, provocando um relaxamento da musculatura agonista. O flexionamento estático, que utiliza posturas estáticas, foi inspirado no Yoga e é 20% mais eficaz que o método ativo. FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA Este método utiliza a influencia reciproca entre o fuso muscular e o órgão tendinoso de Golgi de um músculo entre si e com o fuso muscular e órgão tendinoso de Golgi do músculo antagonista para obter maiores amplitudes de movimento. Ou seja, o método de FLEXIONAMENTO E SUAS SUBDIVISÕES 29 29 facilitação neuromuscular proprioceptiva tem seus fundamentos na contração muscular alternada com o flexionamento para obter o aumento da amplitude. Na FNP, a contração muscular é feita principalmente de forma isométrica, mas também pode ser aplicada com êxito a forma de contração dinâmica com ação concêntrica ou excêntrica, embora seja pouco usada. Em todas as formas de utilização do FNP haverá uma contração do componentes contrateis e um alongamento compensatório nos componentes passivos do tecido conjuntivo (endomísio, epmísio e perimísio) e do tendão. FORMAS DE EXECUÇÃO DO FNP Contração-relaxamento - antagonista Utilizando o exemplo dos músculos isquiotibiais. O profissional conduz o membro inferior do cliente em flexão de quadril com o joelho estendido, até a percepção de resistência do tecido conjuntivo. Solicita-se ao cliente que contraia de forma submáxima o musculo isquiotibial (antagonista) por um tempo de 3 a 10 segundos, sendo o membro mantido na mesma posição pelo profissional para tornar a contração isométrica; em seguida, interrompe-sea contração isométrica, expira-se e aumenta-se a amplitude de movimento, com a amplitude de movimento aumentada realiza-se novamente a contração do isquiotibiais da mesma forma que a primeira vez. Contração-relaxamento – Agonista Continuando com o exemplo dos isquiotibiais. O profissional conduz o membro inferior em flexão de quadril com o joelho estendido até a percepção de resistência do tecido conjuntivo. Pede-se ao cliente que contraia de forma submáxima o quadríceps (agonista) por um tempo de 3 a 10 segundos, sendo o membro mantido na posição pelo profissional, para tornar a contração isométrica, em seguida interrompe-se a contração isométrica, expira-se e aumenta-se a amplitude de movimento, a solicitação de contrair o quadríceps tem a intenção de relaxar os isquiotibiais. Contração-relaxamento – agonista e antagonista O profissional conduz o membro inferior do cliente até alcançar a flexão máxima do quadril com o joelho estendido e a percepção de resistência do tecido conjuntivo. Solicita-se ao cliente que contraia de forma submáxima o músculo quadríceps por um tempo de 3 a 10 segundos, sendo o membro mantido na posição pelo profissional para tornar a contração isométrica, expira-se e aumenta a amplitude de movimento. Na sequencia, procede-se da mesma forma contraindo os isquiotibiais, ação esta impedida pelo profissional, o que torna a contração isométrica. Aumenta-se a amplitude de movimento novamente. Alongamento-contração concêntrica-relaxamento – agonista O profissional conduz o membro inferior do cliente até alcançar a flexão máxima do quadril com o joelho estendido e a percepção de resistência do tecido conjuntivo. Solicita-se ao cliente que contraia de forma submáxima o músculo quadríceps, sendo parcialmente impedido pelo profissional, o que torna a contração concêntrica, ua vez que ocorre aumento da amplitude de movimento contra a resistência. No final mantem- se o alongamento. 30 30 Contração excêntrica – relaxamento O profissional conduz o membro inferior do cliente até alcançar a flexão máxima do quadril com o joelho estendido e a percepção de resistência do tecido conjuntivo. Solicita-se ao cliente que contraia o músculo ísquiotibais, exercendo força no sentido do solo, sendo superado pelo profissional, que torna a ação excêntrica com resistência. Obviamente essa técnica requer muita prudência, e evita-se aplica-la em tecidos recém recuperados de uma lesão. Contração e relaxamento contração excêntrica e concêntrica O profissional conduz o membro inferior do cliente até alcançar a flexão máxima do quadril com o joelho estendido e a percepção de resistência do tecido conjuntivo. Solicita-se ao cliente que contraia o músculo quadríceps, sendo parcialmente impedido pelo profissional, o torna a contração concêntrica com resistência, uma vez que há movimento. Em seguida, o cliente exerce tensão com os músculos isquiotibiais para baixo, ação que é superada pela forca do profissional, tornando a ação excêntrica. O músculo Iliopsoas é um musculo biarticular formado pelos músculos psoas maior, psoas menor e ilíaco. O psoas tem origem logo abaixo do diafragma nos processos transversos das vertebras t11, t12, l5, l4, l3, l2, l1 e se insere no trocânter menor do fêmur na região medial após se juntar com o musculo ílio, por isso tem sua função como flexor do quadril e rotador interno do fêmur. É comum encontrarmos o psoas hipoativo (baixa ativação neuromuscular) e o ilíaco hiperativo (alta ativação muscular), nesse caso o psoas pode esta encurtado, mas é o ilíaco que deve ser liberado e alongado. A falta de flexibilidade e hiperatividade do ilíaco durante a flexão do quadril em exercícios em que os pês se encontrem fixados ao chão ou em alguma plataforma empurra o ligamento inguinal para cima e para frente, fazendo com que a pelve gire em sentido de retroversão. Isso ocorre quando o iliopsoas encurtado tenta contrair e acaba formando uma linha reta entre a inserção e a origem. Quando o iliopsoas possui uma boa flexibilidade ele deve alongar-se em alguns pontos e contrair-se em outros durante a flexão do quadril e coluna. TESTES PARA ENCURTAMENTOS MUSCULARES DE MEMBROS INFERIORES ÍLIOPSOAS LIGAMENTO INGUINAL PSOAS MAIOR PSOAS MENOR ILIOPSOAS 31 31 Por este motivo o Iliopsoas torna-se responsável pela retroversão da pelve nos agachamentos onde o quadril flexiona mais que 90°. Quando essa posição de agachamento acontece a tendência é que o executante do exercício tente compensar o agachamento aumentando a flexão do quadril, postura comum também na ausência de mobilidade do tornozelo (ver mais a frente). Teste de Patrick Posição do paciente: Deitado em decúbito dorsal, o examinador posiciona o membro inferior a ser testado de modo que o pé fique sobre o joelho do membro inferior oposto. Descrição do teste: o examinador baixa lentamente o joelho do membro inferior que está sendo testado em direção a mesa de exame. Sinais e sintomas: O teste é considerado negativo quando o joelho desce até a mesa, ou pelo menos, fica paralelo ao membro inferior oposto e a pelve do lado oposto se mantem em neutro, e positivo, quando o joelho do membro inferior testado permanece acima do membro inferior oposto estendido. O Sartório é o músculo mais longo do corpo, tem origem na espinha ilíaca anterossuperior. Esse músculo delgado e fusiforme segue distal e medialmente pela coxa até se fixar à superfície medial da tíbia proximal junto ao Grácil, semitendineo e semimembranaceo. A junção na inserção desses três músculos forma o popular “pata de ganso”. Devido a sua posição e predominância de fibras do tipo vermelha possui tendência ao encurtamento que pode ser percebido no teste de Thomas observado de cima quando além de uma flexão o quadril possui uma rotação externa. Teste de Thomas Posição do paciente: deitado em decúbito dorsal e com flexão máxima de ambos os joelhos os trazendo até o peito. Descrição do teste: o terapeuta instrui ao paciente que solte uma perna em extensão enquanto segura firmemente uma das pernas junto ao peito. O terapeuta deverá verificar a contratura em flexão apresentada pelo paciente utilizando-se de um goniômetro. O terapeuta posiciona o fulcro do goniômetro no trocânter maior do fêmur e uma das hastes ficará fixa em paralelo com a maca e a outra haste do goniômetro apontada para a face mediana da coxa. Sinais e sintomas: O paciente que possuir um encurtamento da musculatura flexora do quadril (reto femoral e íliopsoas), não conseguirá estender completamente a coxa sobre a maca, permanecendo em leve grau de flexão do joelho. CRISTA ÍLIACA SARTÓRIO 32 32 ALONGAMENTO SURGERIDO PARA ILIOPSOAS E SARTÓRIO MODO DE EXECUÇÃO: O executante deve apoiar as duas mãos no solo, contrair o dorsal para estabilizar os ombros, apoiar uma perna ao lado das mãos ou um pouco atrás e estender completamente a perna oposta para trás apoiando a ponta do pé e forçando a máxima extensão do joelho enquanto contrai com a máxima força o glúteo da perna estendida e tenta baixar o quadril. OBSERVAÇÃO: Tentar manter a coluna alinhada com as curvaturas fisiológicas e o dorsal contraído. REGIÃO A SER ALONGADA: O executante deve sentir alongar na parte anterior da articulação do quadril da perna que se encontra estendida e em alguns casos na parte anterior ou posterior da articulação do quadril da perna que se encontra flexionada. Os isquiotibiais são compostos pelo bíceps femoral, semimembranaceo e semitendineo. A cabeça longa do bíceps femoral tem origem na tuberosidade isquiática e ÍSQUIOTIBIAIS 33 33 inserção no côndilo medial da tíbia, sendo então um extensor do quadril e flexor do joelho. Os isquitibiais pode ser o vilão de diversas disfunções doquadril, por exemplo, quando em hiperatividade os isquiotibiais podem roubar a ação dos glúteos durante uma extensão de quadril, isso ocorre devido a alavanca dos ísquios possuírem uma maior vantagem mecânica em relação ao glúteo. Um outro exemplo onde os isquiotibiais pode prejudicar a funcionalidade dos músculos adjacentes é no agachamento. Em situações normais os isquiotibias devem manter o mesmo comprimento enquanto o movimento do agachamento ocorre (paradoxo de Lombard), ou seja, encurta-se na porção distal (adjacente ao joelho) e alongar-se na porção proximal (adjacente ao quadril) para que a flexão de quadril ocorra normalmente mantendo assim o movimento ideal sem problemas na execução do exercício. Quando os isquiotibiais estão encurtados a porção proximal não se alonga para compensar o encurtamento da porção distal devido a contração, fazendo com que o tamanho em comprimento da musculatura reduza, e por consequência puxe a pelve em sentido de retroversão extinguindo a dinâmica ideal do quadril, que seria a posição da pelve em neutro enquanto o exercício é executado. Uma estratégia para realizar exercícios como o agachamento ou exercícios parecidos, é afastar os pés. A abdução das pernas durante o agachamento por exemplo diminui a flexão do joelho o que torna possível aumentar a amplitude total do movimento e manter a posição da pelve em neutro até o ângulo em que o musculo não consiga exercer a tarefa de alongar o suficiente novamente e faça com que a retroversão da pelve aconteça, mas geralmente devido a limitação de uma outra musculatura como os adutores, principalmente adutor magno, como veremos a seguir. Teste de elevação do membro inferior estendido (90 – 90) Posição do paciente: Em decúbito dorsal com os quadris flexionados a 90° e os joelhos flexionados. Descrição do teste: O examinador segura atrás dos joelhos com as duas mãos para estabilizar os quadris a 90° de flexão. O paciente estende de forma ativa cada joelho individualmente o máximo possível. Sinais e sintomas: Quando o comprimento dos músculos isquiotibiais é normal, a extensão do joelho deve atingir 20° de extensão completa. 34 34 ALONGAMENTO SUGERIDO PARA ÍSQUIOTIBIAIS MODO DE EXECUÇÃO: O executante deve apoiar um joelho no chão enquanto estende a perna oposta a frente parcialmente para alongar a porção proximal ou completamente para alongar a porção distal, mantendo as costas contraídas para estabilizar a coluna e a pelve mantendo-os em sua posição ideal. OBSERVAÇÃO: Manter a coluna e a pelve em sua posição neutra para que o exercício seja eficiente para os isquiotibiais. A medida que o tronco inclina para frente o alongamento aumenta e força para manutenção da postura adequada deve aumentar. Ao realizar uma dorsiflexão o executante poderá sentir alongar também o músculo da panturrilha. REGIÃO A SER ALONGADA: O executante deve sentir alongar na parte posterior da coxa da perna que esta estendida a frente. Em alguns casos poderá sentirá alongar também a panturrilha caso a dorsiflexão seja feita. Independente da posição do quadril, as fibras posteriores do adutor magno compõem poderosos extensores do quadril, semelhantes aos músculos dos isquiotibiais. No entanto, é interessante deixar claro que dentro de um arco de aproximadamente 40° a 70° de flexão do quadril, a linha de força da maioria dos outros músculos adutores segue bem próximo ou sobre o eixo de rotação do fêmur, neste ponto onde o eixo de rotação do fêmur fica bem próximo a inserção muscular dos adutores parte do seu potencial de geração de torque no plano sagital fica bastante reduzido. Mas quando fora da posição de 40° a 70°, cada um dos músculos adutores retorna sua função mecânica de flexor ou extensor do quadril. Ou seja, quanto mais distante for a origem dos músculos adutores do ponto de rotação do quadril (cabeça do fêmur) maior será o torque de força desses músculos na flexão de quadril enquanto o quadril estiver em extensão e maior será o torque de força dos músculos na extensão de quadril enquanto estiver em flexão. ADUTORES DE QUADRIL JOELHO ESTENDIDO JOELHO FLEXIONADO 35 35 Pegando o músculo adutor longo e o adutor magno como exemplo, durante um agachamento, a partir de 100° de flexão do quadril, a linha de força do adutor longo (linha vermelha na imagem acima) fica bem posterior ao eixo de rotação do quadril (ponto amarelo). Nesta posição, o adutor longo tem um braço de momento extensor e é capaz de gerar um torque de extensão semelhante ao bíceps femoral (cabeça longa) semitendíneo e ao semimembranáceo. Isso por que as origens desses músculos são bem próximas, na tuberosidade isquiática. Por ter essa ação de extensão os adutores podem auxiliar os isquiotibiais durante uma extensão de quadril devido sua hiperatividade retirando a ação do glúteo aumentando sua hipoatividade o que normalmente ocasiona retroversão pélvica e deslizamento da cabeça do fêmur para frente -sliding forward- desequilibrando a pelve tirando-a do seu alinhamento ideal e desconfigurando todo eixo mecânico do joelho e tornozelo em uma ação descendente e ou provocando escoliose compensatória e desalinhamento da cintura escapular em uma ação ascendente. Teste para contratura em adução Posição do paciente: O paciente posiciona-se em decúbito dorsal com as espinhas ilíacas anterossuperiores niveladas. Descrição do teste: O examinador pode equilibrar facilmente a pelve nos membros inferiores. Este “equilíbrio” mostra que a linha que une as espinhas ilíacas anterossuperiores é perpendicular às duas linhas formadas pelos membros inferiores retos Sinais e sintomas: Quando existe um encurtamento dos adutores, o membro inferior afetado forma um ângulo inferior a 90° com a linha que uni as duas espinhas ilíacas anterossuperiores. Quando o examinador tenta equilibrar o membro inferior com a pelve, esta desvia para cima no lado afetado e o equilíbrio não é possível. 36 36 ALONGAMENTO SUGERIDO PARA ADUTORES INICIANTES MODO DE EXECUÇÃO: O executante deitado em decúbito dorsal deve ser orientado a unir os pés e manter os joelhos flexionados. Em seguida realizar uma rotação externa do quadril deixando os joelhos caírem em direção ao chão OBSERVAÇÃO: O executante não pode deixar a lombar descolar do chão e a pelve rodar em anteversão. O profissional pode exercer uma força nos joelhos do executante em direção ao solo para aumentar a intensidade do alongamento transformando-o em flexionamento. REGIÃO A SER ALONGADA: O executante deve sentir alongar na parte interna da coxa próximo ao quadril de ambos os lados. Em casos de encurtamento do iliopsoas e também será alongado em sua porção distal. ALONGAMENTO SUGERIDO PARA ADUTORES PARA AVANÇADOS MODO DE EXECUÇÃO: O executante deve apoiar firmemente os calcanhares no chão em posição de agachamento mantendo a coluna e a pelve em sua posição neutra para que o exercício seja eficiente para os adutores de coxa. Em seguida oriente-o a segurar nos pés (opcional) e empurre os joelhos para fora. OBSERVAÇÃO: A medida que a força de retração escapular e contração do grande dorsal aumentar, mais o executante sentirá alongar os adutores REGIÃO A SER ALONGADA: O executante deve sentir alongar na parte interna do quadril de ambos os lados. 37 37 Em suma, todos os músculos adutores da coxa que estiverem em hiperatividade dificultarão a abdução do quadril, porem o grácil existe uma peculiaridade, ao flexionar os joelhos sua tensão é minimizada por ter sua inserção juntamente com os músculos sartório e semitendineo na margem medial da tuberosidade da tíbia. Teste de contratura do grácil Posição do paciente: Em decúbito ventral com os joelhos estendidos Descrição
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