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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO CAMPUS RIBEIRÃO PRETO FACULDADE DE DIREITO “LAUDO DE CAMARGO” DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS NÚCLEO DE ENSINO PRÁTICO – NEP – RESENHA ATIVIDADES COMPLEMENTARES NOME DO LIVRO: O mulato 1/2017 Referências bibliográficas: OUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global. Sites pesquisados: FRAZÃO, Dilva. Biografia de Aluísio Azevedo. Disponível em: https://www.ebiografia.com/aluisio_azevedo/. <Data de acesso: 30/10/2017>. O Mulato, de Aluísio Azevedo. Disponível em: http://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_mulato <Data de acesso: 30/10/2017>. O mulato. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/o-mulato/ <Data de acesso: 30/10/2017>. Referências biográficas: Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (1857-1913) nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 14 de abril de 1857. Com 19 anos foi morar no Rio de Janeiro. Começou a estudar na Academia Imperial de Belas-Artes, possuía um talento pelos desenhos e logo passou a colaborar, com caricaturas e poesias, em jornais e revistas. Com o falecimento do pai em 1879, Aluísio volta para São Luís e se dedica a literatura. Publica seu primeiro romance, "Uma Lágrima de Mulher", em 1880, com um estilo exageradamente sentimental e romântico. Em 1881 lança "O Mulato", abandonando as tendências românticas e se tornando um precursor do realismo-naturalismo no Brasil, esta obra denuncia o preconceito racial, dando inicio ao Movimento Naturalista no Brasil. Em 1890 publica o livro “O cortiço”, com a mesma característica naturalista. Preocupado com a realidade cotidiana, seus temas predil etos foram: a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e o povo humilde. Em 1895, ingressa na carreira diplomática, abandonando a produção literária. Aluísio morreu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de Janeiro de 1913. https://www.ebiografia.com/aluisio_azevedo/ http://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_mulato https://www.todamateria.com.br/o-mulato/ Resumo da obra: A obra “o mulato” se passa em São Luiz do Maranhão, no século XIX. A narrativa principia com uma descrição mórbida da cidade que diz ter um clima abafado, um aspecto sujo e pessoas aparentemente aborrecidas e preguiçosas. Após falar desses aspectos o narrador apresenta a casa de Manuel Pescada, um comerciante português, forte, trabalhador, viúvo, de uns cinquenta anos. Nessa casa também moram sua filha Ana Rosa, uma jovem romântica, delicada e sua sogra Maria Bárbara, que após a morte da filha deixou sua fazenda para morar com o genro, vivia furiosa e portava-se de forma impiedosa com os escravos. Certo dia o compadre e confidente de Manuel, cônego Diogo, foi até a sua casa para dar a notícia a respeito da vinda de Raimundo, filho de seu falecido irmão José Pedro da Silva, para Maranhão. Raimundo saiu de São Luís quando ainda era pequeno, indo morar em Lisboa, Portugal, é filho abastardo de José Pedro com uma escrava chamada Domingas, por conta disso é mulato. Logo após seu nascimento, José Pedro casou-se com Quitéria Inocência de Freitas Santiago, mulher branca, muito rica e cruel. Certo dia voltando à fazendo, se surpreende ao ver a traição da mulher com o então jovem Padre Diogo. Perturbado, acaba matando-a enforcada na frente do padre que, para se livrar do escândalo, sugere a José um acordo de silêncio; acobertando a culpa um do outro. José Pedro refugia-se na casa do Pescada em São Luís, com planos de partir com seu filho o quanto antes para Portugal. No entanto ele acaba adoecendo e incapaz de viajar, fica de cama se recuperando na casa do irmão. Neste momento ele recebe muitas visitas do Padre Diego que se passa por um amigo e conquista a confiança e o afeto da família, se tornando até mesmo padrinho de Ana Rosa. Ao se recuperar, José resolve voltar à fazenda São Brás, sozinho, mas, no meio do caminho, é assassinado por ordem do Padre. Diante de tudo isso, Raimundo, ainda pequeno, é enviado para Lisboa, em Portugal. Ali viveu anos de sua vida e se formou em Direito. A volta de Raimundo ao Brasil tinha como intuito descobrir suas verdadeiras origens e liquidar alguns bens que tinha como herança do pai, entre eles, a fazenda São Brás, onde morou com sua mãe quando criança. Seu retorno não agradou muitas pessoas, sobretudo padre Diogo e Maria Bárbara, ao contrario de Ana Rosa que se apaixona perdidamente pelo rapaz, e vive versa. Depois de meses de espera Raimundo e seu tio vão até a fazenda São Brás. Raimundo descobre finalmente sua origem e durante a viagem decide pedir a mão de Ana Rosa em casamento. Entretanto Manuel pretende casar sua filha com um dos seus empregados de confiança, Luís Dias, por isso, não consente o casamento. Diante das descobertas que fez, Raimundo desconfia que a negação do tio seja por conta da sua cor e sua origem. Inconformados com a possível separação, Ana Rosa e o primo decidem fugir. Na hora da fuga, eles são surpreendidos por Padre Diogo e diante a confusão, Raimundo é assassinado por Luís Dias. Ana por conta do pânico acaba abortando a criança que esperava. Por fim, ela se casa com Dias, assassino de Raimundo, e com ele tem três filhos. Apreciação: A publicação do livro “o mulato’” em 1881, foi o marco inicial do naturalismo no Brasil. Como característica naturalista, o livro é marcado por descrições minuciosas dos personagens, das paisagens e dos acontecimentos. Aluízio abordou de forma revolucionaria temas considerados tabus para a época, tais como, o preconceito racial (em plena campanha abolicionista), a escravidão, a hipocrisia do clero e da sociedade, a desigualdade social e a submissão da mulher perante a sociedade. O autor retratou também os costumes e tradições da cultura maranhense, como as festas, os velórios e as crenças. Além dos assuntos polêmicos, o final da trama também surpreendente o leitor, distanciando-se dos finais clássicos dos romances, no qual o bem sempre vence o mal, apontando a futilidade, o preconceito e a imoralidade das pessoas, que se sentem infelizes e tentam encobrir isso com uma falsa felicidade. Devido as fortes criticas que realizou sua obra não foi bem vista pelos seus conterrâneos, sofreu muita repreensão, e ficou conhecido como “satanás da cidade”. Por conta disso se mudou para o Rio de Janeiro onde foi bem recebido e fez sucesso. É possível perceber uma semelhança entre o autor e seu personagem Raimundo, ambos observaram a comunidade e expuseram suas ideias à sociedade maranhense e da mesma forma ambas não foram bem vistas pelos mesmos.
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