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auditoria em odont, fisio, farmacia e enfermagem

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AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 1 
Professora: Sueli Lopes Passos ...................................................................................................... 0 
Apresentação ................................................................................................................................ 6 
Aula 1: Auditoria em fisioterapia .................................................................................................. 7 
 ............................................................................................................................. 7 Introdução
 ................................................................................................................................ 8 Conteúdo
O papel do fisioterapeuta nos processos de auditoria ............................................... 8 
Atuação no mercado de trabalho .................................................................................. 8 
Agora, você sabe quais as contribuições do fisioterapeuta para o processo de 
auditoria? ............................................................................................................................. 9 
Fatores que justificam a participação do fisioterapeuta na equipe de auditoria 
de saúde ............................................................................................................................ 10 
A importância do controle na auditoria ...................................................................... 11 
Atendimento domiciliar .................................................................................................. 13 
Ferramentas de controle ................................................................................................ 13 
Algumas considerações sobre a prescrição médica ................................................. 16 
Vantagens da abordagem domiciliar ........................................................................... 16 
Mas você deve estar pensando que isso é realidade apenas no sistema privado 
de saúde, não é? .............................................................................................................. 17 
Atividade proposta .......................................................................................................... 18 
........................................................................................................................... 19 Referências
 ......................................................................................................... 19 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 25 
 ..................................................................................................................................... 25 Aula 1
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 25 
Aula 2: Auditoria em farmácia I................................................................................................... 28 
 ........................................................................................................................... 28 Introdução
 .............................................................................................................................. 29 Conteúdo
Auditoria em farmácia hospitalar ................................................................................. 29 
A gestão de serviço ......................................................................................................... 29 
Práticas gerenciais seguras, legais e de qualidade .................................................... 30 
Processos organizacionais e gerenciais ...................................................................... 31 
A importância do gerenciamento de processo ......................................................... 31 
A fiscalização hospitalar ................................................................................................. 34 
Perspectivas para avaliação ........................................................................................... 34 
file://webaula.local/bh/CDC/Projetos/emandamento/Estacio%20de%20Sa/Pós_Graduação/2º%20semestre%202015/21%20-%20Disc.%20Auditoria%20em%20serviços%20de%20Odont%20Fis%20farm%20e%20outros/Pedagogia/Material%20Bruto/Apostila/Apostilas%20DI/Apostila_apresentação.docx%23_Toc428778130
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 2 
Procedimentos de fiscalização ..................................................................................... 35 
Atividade proposta .......................................................................................................... 37 
........................................................................................................................... 38 Referências
 ......................................................................................................... 39 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 44 
 ..................................................................................................................................... 44 Aula 2
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 44 
Aula 3: Auditoria em farmácia II.................................................................................................. 46 
 ........................................................................................................................... 46 Introdução
 .............................................................................................................................. 47 Conteúdo
A gestão de abastecimento de farmácias ................................................................... 47 
A tendência atual ............................................................................................................. 47 
Mas como monitorar o estoque farmacêutico? ........................................................ 48 
Então, como poderiamos definir a logística? ............................................................. 49 
Então, como podemos ser assertivos dentro dessa cadeia logística? ................... 49 
A prestação de serviços ao paciente ........................................................................... 51 
A classificação ABC ......................................................................................................... 52 
Considerações importantes sobre a classificação .................................................... 53 
As três classes de medicamentos ................................................................................. 53 
Agrupamentos classificatórios ...................................................................................... 54 
O controle de estoque .................................................................................................... 55 
Atividade Proposta........................................................................................................... 57 
........................................................................................................................... 58 Referências
 ......................................................................................................... 58 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 64 
 ..................................................................................................................................... 64 Aula 3
Exercícios de fixação .......................................................................................................64 
Aula 4: Auditoria em nutrição I ................................................................................................... 66 
 ........................................................................................................................... 66 Introdução
 .............................................................................................................................. 67 Conteúdo
Nutrição em sistemas de saúde .................................................................................... 67 
Evolução da nutrição hospitalar ................................................................................... 67 
Gastronomia hospitalar .................................................................................................. 68 
Terapia nutricional .......................................................................................................... 69 
Nutrição intra-hospitalar ................................................................................................ 69 
Profissional auditor na terapia nutricional .................................................................. 70 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 3 
Terapia enteral ou parenteral ........................................................................................ 71 
Complicações mais frequentes ..................................................................................... 72 
Ações para minimizar problemas ................................................................................. 74 
Equipe multidisciplinar ................................................................................................... 74 
Atividade proposta .......................................................................................................... 74 
........................................................................................................................... 75 Referências
 ......................................................................................................... 75 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 82 
 ..................................................................................................................................... 82 Aula 4
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 82 
Aula 5: Auditoria em nutrição II .................................................................................................. 84 
 ........................................................................................................................... 84 Introdução
 .............................................................................................................................. 85 Conteúdo
Atendimento domiciliar .................................................................................................. 85 
A decisão pelo atendimento domiciliar ...................................................................... 86 
Terapia nutricional .......................................................................................................... 87 
Nutrição enteral ............................................................................................................... 88 
Tipos de sondas ............................................................................................................... 88 
Dieta enteral industrializada e artesanal ..................................................................... 89 
Osmolalidade e viscosidade .......................................................................................... 91 
Atividade proposta .......................................................................................................... 92 
........................................................................................................................... 92 Referências
 ......................................................................................................... 93 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 98 
 ..................................................................................................................................... 98 Aula 5
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 98 
Aula 6: Auditoria em enfermagem I .......................................................................................... 100 
 ......................................................................................................................... 100 Introdução
 ............................................................................................................................ 101 Conteúdo
Gerenciamento do relacionamento com o cliente ................................................ 101 
Auditoria da assistência de enfermagem .................................................................. 101 
Tipos de auditoria .......................................................................................................... 102 
O enfermeiro auditor .................................................................................................... 102 
Sistemática da qualidade .............................................................................................. 103 
Benefícios da auditoria ................................................................................................. 104 
Regulamentações vigentes da auditoria de enfermagem ..................................... 105 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 4 
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) ............................................ 106 
Sociedade Brasileira de Enfermeiros Auditores em Saúde (SOBEAS) .................. 107 
Encerramento ................................................................................................................. 108 
Atividade proposta ........................................................................................................ 108 
......................................................................................................................... 108 Referências
 ....................................................................................................... 109 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 113 
 ................................................................................................................................... 113 Aula 6
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 113 
Aula 7: Auditoria em enfermagem II ......................................................................................... 115 
 ......................................................................................................................... 115 Introdução
 ............................................................................................................................ 116 Conteúdo
Enfermeiro auditor ........................................................................................................ 116 
Atuação do auditor ........................................................................................................ 116 
Auditoria .......................................................................................................................... 117 
Auditoria da qualidade assistencial ............................................................................ 117 
Auditoria de materiais................................................................................................... 117 
Auditoria de enfermagem interna .............................................................................. 118 
O auditor nos planos de saúde ................................................................................... 119 
Verificações a serem realizadas .................................................................................. 119 
Relatórios de auditoria .................................................................................................. 120 
Mas como se tornar um enfermeiro auditor? .......................................................... 120 
As possibilidades de atuação do profissional ........................................................... 121 
Encerramento ................................................................................................................. 123 
Atividade proposta ........................................................................................................ 123 
......................................................................................................................... 124 Referências
 ....................................................................................................... 124 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 128 
 ................................................................................................................................... 128 Aula 7
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 128 
Aula 8: Auditoria em odontologia ............................................................................................. 131 
 ......................................................................................................................... 131 Introdução
 ............................................................................................................................ 132 Conteúdo
O histórico da área odontológica e a evolução recente........................................ 132 
A regulamentação da área e os setores de atuação ............................................... 132 
Odontologia com os avanços tecnológicos............................................................. 133 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 5 
Conceito de auditoria ................................................................................................... 134 
Auditoria analítica e operativa .................................................................................... 135 
Auditoria em odontologia ............................................................................................ 136 
O auditor ......................................................................................................................... 137 
Características de um auditor ..................................................................................... 138 
Atividade proposta ........................................................................................................ 139 
......................................................................................................................... 140 Referências
 ....................................................................................................... 140 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 143 
 ................................................................................................................................... 143 Aula 8
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 143 
Conteudista ............................................................................................................................... 146 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 6 
Nessa disciplina abordaremos como a Auditoria pode e deve ser multidisciplinar. 
Dentro da sua especialidade, a Auditoria de odontologia, Fisioterapia, Farmácia 
e Enfermagem, contribui para um melhor atendimento aos pacientes, com 
menor custo para as instituições de saúde, sendo utilizada muitas vezes como 
ferramenta de gestão, para decisões estratégicas na empresa. 
 
Sendo assim, essa disciplina tem como objetivos: 
1. Conhecer o papel do auditor nas especialidades de Odontologia, Fisioterapia, 
Farmácia e Enfermagem. 
2. Definir sua importância, dentro do processo de auditoria. 
3. Descrever suas atividades como auditor. 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 7 
 
Introdução 
Nesta aula você terá a oportunidade de conhecer o serviço de auditoria em 
fisioterapia, que é um ramo recente da área. O profissional fisioterapeuta tem 
seu espaço garantido na equipe de fisioterapia, uma vez que somente ele 
possui conhecimento técnico das rotinas e procedimentos realizados na área. 
Além disso, vamos tratar da realidade das práticas de preenchimento de contas 
e de prontuários, e como isso pode interferir nos processos de auditorias, 
reforçando que apenas o profissional habilitado na área conseguirá perceber 
desvios ou inadequações e assim atuar nas modalidades de auditoria prestadas 
por fisioterapeuta. 
 
Por fim, partiremos para abordagem do atendimento domiciliar para o paciente 
crônico, uma vez que este se mostra como tendência tanto pública quanto 
privada, no que diz respeito à prestação adequada dos serviços e redução dos 
custos. 
 
Objetivo: 
1. Compreender a pertinência e o papel do fisioterapeuta nos processos de 
auditoria, bem como os tipos de auditoria em fisioterapia; 
2. Apontar o atendimento domiciliar como opção eficiente de atendimento em 
fisioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 8 
Conteúdo 
O papel do fisioterapeuta nos processos de auditoria 
Você sabe o que o fisioterapeuta faz? 
Ele é um profissional de saúde, com formação acadêmica superior, generalista, 
humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar em todos os níveis de atenção 
à Saúde, com base no rigor científico e intelectual, respeitando os princípios 
éticos, bioéticos e culturais do indivíduo e da coletividade. 
 
O Fisioterapeuta elabora diagnóstico funcional, isso quer dizer que o 
profissional é “habilitado à construção do diagnóstico fisioterapêutico, baseado 
nos distúrbios cinéticos funcionais, a prescrição das condutas fisioterapêuticas, 
a sua ordenação e indução no paciente bem como, o acompanhamento da 
evolução do quadro clínico funcional e as condições para alta do serviço” 
(RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 4, de 19 de fevereiro de 2002). 
 
Atuação no mercado de trabalho 
Contribuições 
 
O fisioterapeuta contribui para a geração de novos conhecimentos por meio de 
investigação científica. 
 
Responsabilidades 
 
Neste contexto ele está apto a assumir a posição de liderança com 
compromisso, responsabilidade e gerenciamento efetivo e eficaz. 
 
Contexto 
 
Para isso, ele precisa levar em consideração as circunstâncias sociais, 
econômicas, culturais, éticas, ambientais de planejamento, organização e 
gestão de serviços de saúde públicos e privados, além de prestar serviços de 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 9 
assessorias, consultorias e auditorias no âmbito de sua competência 
profissional. 
 
 
Atenção 
 A auditoria em saúde é uma área cada vez mais abrangente, 
tendo em vista a necessidade de redução de custos. Em todas as 
áreas a auditoria passou por muitos avanços na última década. 
De acordo com a Associação Portuguesa de Fisioterapeutas, o 
processo de auditoria em fisioterapia visa assegurar acontinuidade dos cuidados e corresponder aos quesitos legais, 
nos quais os processos clínicos devem ser pertinentes e 
corresponder à prática clínica. 
A fisioterapia pode contribuir significativamente nas auditorias 
por meios da assistência ambulatorial, pois possui 
conhecimentos técnicos sobre os procedimentos necessários 
para melhor efetividade na identificação e prevenção de 
possíveis fraudes, perdas, malversação dos recursos e, 
sobretudo, garantir a qualidade da assistência privada. 
 
Agora, você sabe quais as contribuições do fisioterapeuta para o 
processo de auditoria? 
Sobre a categoria 
Os profissionais médicos e enfermeiros assumem grande parte das atividades 
de auditoria em saúde e demais categorias profissionais. 
 
A situação atual 
Recentemente, profissionais da Farmácia, Odontologia e Fisioterapia, 
incorporaram essa atividade recentemente, conforme regulamentações de seus 
Conselhos de Classe. 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 10 
Fatores que justificam a participação do fisioterapeuta na equipe 
de auditoria de saúde 
Tendo em vista a grande expansão da área e a necessidade de redução de 
custos, podemos observar o seguinte: 
 
A atividade de auditoria é multiprofissional e envolve a participação de vários 
profissionais de saúde. 
 
Os gastos e atendimentos com fisioterapia ambulatorial têm crescido 
anualmente. 
 
É necessária como um dos requisitos mais importantes do auditor a 
competência técnica para executá-la. 
 
 
Atenção 
 Assim, a grande quantidade de serviços de Fisioterapia no Brasil, 
o número crescente de usuários atendidos por ano e os gastos 
públicos cada vez maiores destinados à assistência em 
Fisioterapia, justificam plenamente a participação desse 
profissional na equipe de auditoria. 
Porém, o conhecimento técnico e específico é uma característica 
essencial do profissional auditor, visando a uma auditoria de 
qualidade e uma prestação de serviços em saúde eficiente. 
Encontra-se exposto na Lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 
1975: “A formação do fisioterapeuta tem por objetivo dotar o 
profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício de 
competências e habilidades como: respeitar os princípios éticos 
inerentes ao exercício profissional..., além de assessorar, prestar 
consultorias e auditorias no âmbito de sua competência 
profissional”. 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 11 
A importância do controle na auditoria 
A avaliação dos sistemas de saúde constitui o elemento de maior importância 
na caracterização de um sistema desejável e economicamente acessível ao país. 
Assim, faz-se necessário um controle maior e uma auditoria mais criteriosa, por 
meio da participação do fisioterapeuta. 
 
A auditoria funciona como uma ferramenta essencial na estrutura regimental 
dos serviços privados e públicos de saúde. É uma nova área de atuação para o 
profissional da Fisioterapia, devidamente regulamentada e carente de pessoal 
capacitado. 
 
A Resolução do Coffito, nº 416/2012, de 19 de maio de 2012, regulamenta a 
atuação do Fisioterapeuta como auditor: “Artigo 1º - Compete ao 
fisioterapeuta, no âmbito de sua atuação, realizar auditorias em todas as suas 
formas e modalidades nos termos da presente Resolução”. 
 
O Artigo 2º da Resolução conceitua a auditoria prestada por fisioterapeuta em 
Auditoria da Assistência, Auditoria em Serviço e Auditoria Abrangente. 
 
Entende-se Auditoria da Assistência como a avaliação da adequação das ações 
fisioterapêuticas a fim de verificar se há alguma infração ética. Na letra da lei, 
em seu Artigo 2º, I, tem-se “Auditoria da assistência fisioterapêutica prestada 
ou auditoria do ato fisioterapêutico: é a análise cuidadosa e sistemática das 
atividades fisioterapêuticas desenvolvidas em determinada instituição pública ou 
privada, serviço ou setor, cujo objetivo é apontar, identificar ou descartar ação 
fisioterapêutica que possa caracterizar em infração aos preceitos éticos e 
bioéticos ou mesmo que possa configurar, por ação ou omissão, em ilícito 
ético”. 
 
Já a Auditoria em Serviço trata da verificação da documentação do serviço 
prestado e da adequação dos serviços às solicitações. No Artigo 2º, inciso II, da 
Resolução nº 416/2012, lê-se “Auditoria em serviço de fisioterapia: análise 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 12 
cuidadosa e sistemática da documentação pertinente à atividade 
fisioterapêutica (guias próprias de atendimento) com vistas a averiguar se a 
assistência fisioterapêutica prestada está condizente com a guia de cobrança, 
se as consultas fisioterapêuticas, as consultas de revisão e números excedentes 
de atendimentos solicitados foram efetivamente prestados, entre outros”. 
 
No que diz respeito à Auditoria Abrangente (Artigo 2º, III), quer se verificar se 
os objetivos foram alcançados: “Auditoria abrangente: caracteriza-se por 
atividades de verificação analítica e operativa constituindo no exame 
sistemático e independente de uma atividade específica, elemento ou sistema, 
para determinar se as ações e resultados pretendidos pelas instituições 
contratantes foram executados e alcançados de acordo com as disposições 
planejadas e com as normas e legislação vigentes”. 
 
Caberá ao fisioterapeuta auditor, de acordo com o Artigo 5º, incisos I, II e II, 
da mencionada resolução, exercer as atividades de “controle da execução” 
para verificar a adequação dos serviços ou a necessidade de maior 
aprofundamento; “avaliação da estrutura, processos aplicados e resultados 
alcançados” a fim de verificar a adequada eficiência, eficácia e efetividade; e 
“auditoria da regularidade dos procedimentos praticados” obtida a partir de 
exame operacional, analítico e pericial. 
 
Como apresentado anteriormente, o conhecimento técnico e específico é uma 
característica essencial do profissional auditor, visando uma auditoria de 
qualidade e uma prestação de serviços em saúde eficiente. 
 
Porém, a eficiência pode e deve ser otimizada a partir de uma abordagem que 
reflita acerca das características do atendimento tanto em relação à demanda 
do paciente, bem como frente ao tipo de serviço oferecido. 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 13 
Atendimento domiciliar 
A Fisioterapia, um serviço de média complexidade, é definida pelo Ministério da 
Saúde como as ações que visam atender aos principais problemas de saúde e 
agravos da população, cuja prática clínica demanda disponibilidade de 
profissionais especializados e uso de recursos tecnológicos de apoio, 
diagnóstico e tratamento. 
 
Áreas de atuação: 
Normalmente, os atendimentos hospitalares dessa área se subdividem em: 
 
• Fisioterapia cardiorrespiratória; 
• Fisioterapia neurológica; 
• Fisioterapia motora. 
 
Em todos os casos, além de tratar as disfunções devidas às doenças de base, 
também se combate a síndrome do imobilismo, associada a longos períodos de 
internação. 
 
 
Atenção 
 Na busca de uma atuação eficiente, além dos profissionais 
especializados e recursos tecnológicos de apoio, é necessária 
uma administração adequada das rotinas. Nesse sentido a 
auditoria em fisioterapia mostra-se imprescindível, embora ainda 
esteja começando a despontar como objeto de estudo, assim, 
poucos estudos científicos tem sido realizados nessa área. 
 
Ferramentas de controle 
Portanto, criar um serviço com uma equipe de profissionais especializados é 
uma das melhores opções quando se trata de controlar custos e melhorar a 
qualidade da assistência prestada. Saiba por que: 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 14 
Em relação a custos: 
Medidas simples podem alterar e adequá-los à realidade. Se auditadas, haverá 
uma maior efetividade do pagamento de itens de uma conta hospitalar, pois o 
trabalho de conferência antes do envio para as operadoras de saúde evitará 
problemas.Outro fator importante é a qualidade da assistência prestada, que 
pode ser visualizada por meio da leitura do prontuário pelo auditor, e conduz à 
melhoria dos serviços. 
 
Em relação aos prontuários: 
Eles devem ser adequadamente preenchidos por todos os profissionais que 
atendem ao paciente em todo e qualquer procedimento, com riqueza de 
detalhes. Por exemplo, num procedimento de aspiração traqueal, devem ser 
informadas as condições iniciais do paciente, características da secreção como 
quantidade, coloração, odor e viscosidade, bem como se houvesse a 
necessidade de instilar solução umidificante, com a respectiva quantidade e 
calibre da sonda utilizada. No registro ainda deve constar a condição do 
paciente pós-aspiração. 
 
Em relação aos problemas encontrados: 
Alguns profissionais têm dificuldades em aceitar a “imposição” da 
burocratização do seu trabalho, na medida em que têm que registrar 
adequadamente as condutas e opções clínicas. Além disso, não há 
entendimento claro da necessidade do “cuidar” dos controles de gastos e 
custos, o que tende a gerar divergências de cobrança entre o hospital e as 
operadoras de saúde. 
 
Possíveis soluções: 
Uma opção cada vez mais frequente no tratamento do paciente crônico é o 
atendimento e a internação domiciliar. Isso porque cada vez mais se aumenta o 
número de pacientes crônicos que acabam morando nos hospitais. Esses, em 
geral, foram internados pelo agravamento dos sintomas de sua doença principal 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 15 
ou pela emergência de outra, como uma pneumonia ou um derrame. Tratados, 
superam a fase aguda e se estabilizam. 
 
No entanto, eles tornam-se incapazes de cuidar de si próprios e passam a ser 
dependentes de equipamentos e outros tipos de assistência. Poderiam estar em 
casa ou em uma instituição especializada para pacientes de longa permanência. 
Porém, por falta de opções adequadas, ou falta de recursos da família, alguns 
permanecem internados em hospitais por meses e até anos, por vezes 
abandonados pela família, ocupando leitos de alta complexidade que deveriam 
estar sendo utilizados para tratamento de casos graves e agudos. 
 
 
Atenção 
 Por outro lado, não importa quem está pagando a conta, é 
sempre alto o custo de manter o paciente crônico estabilizado 
em uma instituição desse tipo. Na busca da redução dos custos, 
a desospitalização do paciente é uma condição que auxilia 
também a família. Estima-se que os hospitais de primeira linha 
do país tenham cerca de 10% de seus leitos ocupados por 
pacientes crônicos residentes. Mas esse dado tende a crescer 
cada vez mais com os avanços da medicina e da longevidade. 
O paciente crônico estará melhor em casa, perto da família e 
com apoio de assistência domiciliar ou, se for o caso, em uma 
instituição de longa permanência. Os sistemas e planos de saúde 
evitarão custos desnecessários se buscarem caminhos que 
favoreçam alternativas de assistência adequadas. E os hospitais 
que hoje têm parte de suas estruturas e tecnologias mais 
sofisticadas sendo subutilizadas ampliarão as vagas para atender 
os pacientes que delas realmente necessitam. 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 16 
Algumas considerações sobre a prescrição médica 
Da mesma forma que no ambiente hospitalar a demanda do paciente e a 
orientação ou prescrição médica nortearão os procedimentos executados, a 
necessidade de materiais e medicamentos. Os serviços de fisioterapia seguem o 
modelo de pagamento por procedimentos, com tabelas de preços atuais nas 
suas diversas formas e versões, acordadas entre fornecedor e gestor. 
 
Tanto no hospital quanto em domicílio os procedimentos serão executados com 
vistas à máxima atenção ao paciente. Porém, por mais que pareça que os 
gastos possam ser aumentados em domicílio, pelo deslocamento do 
profissional, muitas são as vantagens dessa abordagem. Veja a seguir. 
 
Vantagens da abordagem domiciliar 
Quer um exemplo? 
Nos serviços de emergência, vale ressaltar a experiência vivida pela Unimed-
BH, relatada por funcionária. “Depois que o AD (Atendimento Domiciliar) foi 
incorporado à Central de Atendimento, o número de solicitação de ambulâncias 
para deslocamento de pacientes caiu significativamente, enquanto o número de 
atendimentos domiciliares cresceu em proporção ainda maior”. Segundo a 
mesma funcionária, tal situação repercute de maneira significativa na redução 
das reclamações e suas consequências pelo não envio de ambulância no tempo 
devido, e também “desafoga” os centros de urgência e emergência. 
 
Possibilita utilizar ventilação não invasiva (CPAP ou BIPAP) em vez de ventilação 
mecânica; 
 
Melhora o controle do número de sessões de fisioterapia, uma vez que estas 
têm que ser liberadas previamente, e de acordo com a demanda; 
 
Melhora a qualidade de vida para o paciente que se encontra num ambiente 
mais íntimo, familiar e consequentemente confortável. 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 17 
Mas você deve estar pensando que isso é realidade apenas no 
sistema privado de saúde, não é? 
Engano seu. O Sistema Único de Saúde (SUS) possui o Programa “Melhor em 
Casa” implantado desde 2011, com critérios devidamente estabelecidos e 
amparados por lei. 
 
O Ministério da Saúde anunciou o "Melhor em Casa" com objetivo de ampliar o 
atendimento domiciliar no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso, para oferecer à 
população uma assistência multiprofissional domiciliar. São médicos, 
enfermeiros, fisioterapeutas que atenderão a idosos e pacientes crônicos em 
situação pós-cirúrgica ou com necessidade de reabilitação motora, de maneira a 
ficarem mais próximos dos familiares, tornar o atendimento médico mais 
humanizado e acolhedor e reduzir a demanda por internações nos hospitais. 
 
O tratamento realizado na casa do paciente e a proximidade com os familiares 
aumentam a percepção de segurança, sem as pressões psicológicas existentes 
dentro de um hospital. 
 
 “O Melhor em Casa está proporcionando aos pacientes o atendimento de 
qualidade e em local que podem ser cuidados, ou seja, em casa, junto com a 
família. Assim todos se envolvem e contribuem para a recuperação da saúde do 
doente”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 
 
Você já parou para pensar em quanta dificuldade enfrenta o paciente que 
precisa de tratamento domiciliar, Home Care? Além do consumo físico, mental e 
emocional do paciente e da família, os gastos financeiros são excessivos, com 
medicamentos, insumos, alimentação especial, prestadores de serviços 
(médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas...), 
equipamentos, entre outros gastos. 
 
Por isso, O Governo Federal afirma que os recursos destinados ao programa 
terão a finalidade de custear esses gastos. O paciente que necessita de 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 18 
atendimento domiciliar poderá requerer o tratamento por meio do Estado 
(União, Estados, Municípios) ou de seu plano de saúde, conforme contrato 
firmado. 
 
Quantos pacientes desconhecem seus direitos? Quantas pessoas não fazem o 
melhor tratamento de saúde por não ter condições para custeá-lo? Será que 
todos têm condições de cuidar de sua saúde com dignidade? Daí a importância 
do paciente ter informação e conhecimento acerca dos seus direitos, para que 
possa pleiteá-los. Todos nós temos direito à saúde. A Constituição Federal, em 
seu artigo 196, e a legislação complementar nos assegura para que tenhamos 
uma vida digna. No entanto, é fundamental que cada um de nós faça a nossa 
parte no sentido de divulgar tais informações e exigir tais direitos, a fim de 
beneficiar a sociedade como um todo. 
 
Atividade proposta 
Diante da nossa abordagem nesta aula e das suas reflexões, responda: Como o 
fisioterapeuta poderá desempenhar atuação importante e efetiva na auditoria 
de atendimentosdomiciliares? 
 
Chave de resposta: o fisioterapeuta é importante no serviço de auditoria pelo 
conhecimento técnico que possui de sua área, em detrimento dos outros 
profissionais; assim, no atendimento domiciliar, quer seja de âmbito público ou 
privado, com vistas ao alcance do tratamento proposto somado à redução de 
custos, o fisioterapeuta terá o papel de verificar a pertinência, a frequência, a 
quantidade e a qualidade dos serviços de fisioterapia prestados, bem como de 
sugerir adequações quando pertinentes. 
 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 19 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a atuação do fisioterapeuta como 
auditor e sobre a auditoria de qualidade na saúde, leia os 
textos disponíveis em nossa biblioteca virtual. 
 
 
Referências 
ALELUIA, I. R. S; SANTOS, F. C. Análise dos auditores em saúde quanto aos 
serviços públicos de fisioterapia. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, V.04, 
n. 01, Ano 2013, p.1499-1515. 
BRASIL. Ministério Da Saúde. Portal Brasil. Publicado: 28.11.2012, 16h17. 
Última modificação: 29.07.2014, 09h02. Acesso em: 05 nov. 2014. 
MOTA, A. L. C.; LEÃO, E.; ZAGATTO, J. R. Auditoria médica no sistema 
privado. Abordagem prática para organizações de saúde. São Paulo: Iatria, 
2005. 
NOGUEIRA, L.; RAPOSO, V. A governação em saúde e a utilização de 
indicadores de satisfação. Revista Port ClinGeral, n. 22,2006, p. 285-296. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Aleluia e Santos (2013), em seu trabalho de Análise dos Auditores em saúde 
quanto aos serviços públicos de Fisioterapia, verificaram que “a equipe de 
auditores do SUS que atua nos serviços de Fisioterapia no Estado da Bahia é 
constituída das mais diversas categorias profissionais relacionadas aos serviços 
que integram o SUS, destacando-se inclusive o predomínio de profissionais 
Médicos (37,5%) e Enfermeiros (35,0%)”. A partir de tal afirmativa pode-se 
inferir que: 
a) Há uma predominância de profissionais do sexo feminino e não foi 
observado nenhum profissional fisioterapeuta no grupo estudado. 
b) A faixa etária média geral foi de 42,8 anos e modal de 45 anos. 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 20 
c) Uma das principais dificuldades na auditagem dos serviços de 
Fisioterapia está relacionada ao conhecimento da nomenclatura dos 
procedimentos e equipamentos de Fisioterapia. 
d) Os auditores terão pleno conhecimento acerca dos procedimentos 
empregados na rotina dos serviços. 
e) Os profissionais não apresentarão dificuldade em associar as descrições 
contidas nas evoluções dos prontuários com os códigos dos 
procedimentos de Fisioterapia da tabela unificada. 
 
Questão 2 
Caberá ao fisioterapeuta auditor exercer as atividades de “controle da 
execução” para verificar a adequação dos serviços ou a necessidade de maior 
aprofundamento, “avaliação da estrutura, processos aplicados e resultados 
alcançados” a fim de verificar a adequada eficiência, eficácia e efetividade. 
Assim, pode-se afirmar que o profissional deverá ter conhecimentos 
relacionados à (ao), EXCETO: 
a) Nomenclatura específica de todos os procedimentos e equipamentos de 
uma unidade de terapia intensiva. 
b) Conhecimento dos procedimentos fisioterapêuticos a serem empregados. 
c) Discriminação entre o que corresponde a sessões de fisioterapia motora 
e respiratória. 
d) Associação entre os descritores do prontuário com os códigos da tabela 
do SUS. 
e) Distinção entre o que corresponde a uma sessão ou a um procedimento 
de Fisioterapia. 
 
Questão 3 
Todas as afirmativas abaixo justificam a participação do profissional da 
fisioterapia na equipe de auditoria, EXCETO: 
a) A grande quantidade de serviços de Fisioterapia no Brasil. 
b) O número crescente de usuários atendidos por ano. 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 21 
c) Os gastos públicos destinados à assistência em Fisioterapia cada vez 
maiores. 
d) O conhecimento técnico e específico e a necessidade de uma atuação 
muitiprofissional. 
e) Atender à exigência da Resolução nº 416/2012. 
 
Questão 4 
O fisioterapeuta tem sua atuação voltada para: 
a) Construção do diagnóstico fisioterapêutico, baseado nos distúrbios 
cinéticos funcionais, em todos os níveis de atenção à saúde. 
b) Geração de novos conhecimentos por meio de investigação científica. 
c) Prescrição das condutas fisioterapêuticas, a sua ordenação e indução no 
paciente, bem como o acompanhamento da evolução do quadro clínico 
funcional e as condições para alta do serviço. 
d) Prescrição de princípios ativos alopáticos que atuem na limitação da 
resposta inflamatória. 
e) Desenvolvimento científico e intelectual, respeitando os princípios éticos, 
bioéticos e culturais do indivíduo e da coletividade. 
 
Questão 5 
A presença de fisioterapeuta no processo de auditoria objetiva, EXCETO: 
a) Assegurar a continuidade dos cuidados e corresponder aos quesitos 
legais, nos quais os processos clínicos devem ser pertinentes e 
corresponder à prática clínica fisioterapêutica. 
b) Ampliar a área de atuação dos profissionais de fisioterapia, uma vez que 
o mercado encontra-se saturado em diversas sub-áreas. 
c) Contribuir significativamente nas auditorias pela pertinência de seus 
conhecimentos técnicos frente às práticas e garantir qualidade da 
assistência. 
d) Melhorar a efetividade na identificação e prevenção de possíveis fraudes, 
perdas, malversação dos recursos destinados à área. 
e) Integrar uma equipe cuja natureza deve ser multidisciplinar. 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 22 
Questão 6 
Há uma crescente demanda por atendimento crônico, devido às evoluções na 
prestação de serviços, bem como ao aumento da expectativa de vida dos 
pacientes. Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao aumento dessa 
demanda: 
a) A família não tem estrutura ou condições de cuidar do paciente. 
b) A família não quer assumir a responsabilidade do cuidado e acha mais 
cômodo manter o ente internado. 
c) Os planos de saúde nem sempre cobrem o atendimento domiciliar ou a 
internação nos chamados hospitais de retaguarda ou de longa 
permanência. 
d) Os hospitais de alta complexidade nem sempre estão estruturados para 
atender os pacientes crônicos em suas necessidades de alimentação, 
higiene, vestuário, lazer. 
e) As instituições especializadas para pacientes de alta permanência 
proporcionam apoio médico complementar, com fisioterapia, 
fonoaudiologia, psicoterapia etc. 
 
Questão 7 
O Programa “Melhor em Casa” é destinado a pacientes crônicos ou que 
necessitem de atendimento prolongado. Das informações abaixo, assinale 
aquela que relaciona o programa com a Atenção Básica, ajudando a reduzir as 
internações desnecessárias e as filas dos serviços de urgência e emergência. 
a) No primeiro ano de funcionamento do programa, foi constatado que os 
casos mais comuns atendidos pelas equipes são os de Acidente Vascular 
Cerebral, com 20%; seguido de casos de hipertensão, com 9,3%; e de 
pacientes com a doença de Alzheimer, com 5,4% dos atendimentos. 
b) Outros casos frequentes incluem pacientes com diabetes mellitus, com a 
doença de Parkinson, com doenças pulmonares e com fraturas de fêmur. 
c) Os pacientes que são atendidos pelas equipes do programa (53,7%) são 
encaminhados principalmente pelas Equipes de Saúde da Família ou 
estavam internados em hospital (28,9%). 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 23 
d) Em novembro de 2012 o tratamento era garantido por 229 Equipes 
Multiprofissionais de Atenção Domiciliar e de Apoio espalhadas em 20 
Estados e já alcança 16,2 milhões de brasileiros. 
e) Para 2014, o objetivo do Melhor em Casa foi alcançar a capacidade de 
atendimento para 60 mil pacientes, com 1.000 equipes de atenção 
domiciliar e 400 equipes de apoio implantadas. 
 
Questão 8 
Além do Programa “Melhor em Casa”, foi assinada uma portaria interministerial 
pelosMinistros da Saúde e de Minas e Energia que garantirá um desconto de 
10 a 65% (dependendo do consumo) nas contas de Energia Elétrica aos 
pacientes que fazem tratamento em casa e mantêm equipamentos médicos 
elétricos de modo contínuo. Tal iniciativa é justificável, pois: 
a) Geralmente, esses equipamentos, como os aparelhos de aspiração de 
secreções e de apoio à respiração, consomem muita energia, onerando 
demais seu usuário. 
b) Para requerer a isenção, basta que o paciente se inscreva no Cadastro 
Único do Programa do Governo Federal e comprove, por meio de laudo 
médico emitido pela Secretaria de Saúde Municipal ou Estadual, a 
necessidade do uso do equipamento. 
c) Necessita que o paciente atualize seu cadastro na concessionária de sua 
cidade e na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). 
d) A saúde é um direito de todos e deve ser garantida pelos Municípios, 
Estados e União; logo, também são responsáveis os Ministérios da Saúde 
e de Minas e Energia. 
e) É amparada legalmente pela nossa Constituição, além de um dos 
princípios do SUS deixar claro que o atendimento em saúde deve ser 
igualitário. 
 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 24 
Questão 9 
Do ponto de vista público, todas as afirmativas abaixo apresentam direitos dos 
indivíduos portadores de doenças crônicas que requerem atendimento 
domiciliar, EXCETO: 
a) Direitos como o fornecimento de medicamentos, insumos e alimentação 
especial, bem como a isenções de impostos, como imposto de renda que 
beneficia o paciente com doença grave que recebe provento de 
aposentadoria, pensão ou reforma. 
b) Paciente com mobilidade reduzida, mesmo que temporária, tem direito à 
isenção de IPVA, ICMS, IPI, IOP, IPVA na compra de um veículo 
automotor. Paciente com doença grave em tratamento ou titular 
saudável com dependente nessas condições faz jus à liberação de 
FGTS/PIS/PASEP. 
c) Quitação da casa própria é um benefício concedido para a pessoa com 
invalidez total e permanente, causada por doença ou acidente, desde 
que o contrato do financiamento tenha sido assinado antes da doença. 
d) O transporte gratuito deve ser concedido para pessoas com deficiências 
física, mental, auditiva ou visual ou com doenças graves que estão em 
tratamento. Além do transporte para tratamento fora de domicílio que 
garante o acesso do paciente de uma determinada cidade a serviços 
assistenciais fornecidos em outro município ou até em outro Estado. 
e) Direito à internação e permanência em hospitais de alta complexidade 
para pleno atendimento prolongado de suas necessidades. 
 
Questão 10 
Na atualidade a formação do fisioterapeuta deve ser pautada no trabalho em 
equipe, pois este está inserido no sistema de saúde pública do país, e deve 
praticar, assim, a assistência integral à saúde da população num sistema 
regionalizado e hierarquizado. Com base nessa afirmativa todas as afirmativas 
estão corretas, EXCETO: 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 25 
a) O atendimento fisioterapêutico, individual ou em equipe deve ser 
pautado na patologia e na disfunção de base, não no indivíduo como um 
todo. 
b) A maioria das atividades desenvolvidas pelo fisioterapeuta é a somatória 
do cuidado com o usuário, em que a assistência sistematizada e 
humanizada garante a qualidade do atendimento. 
c) O profissional tem como função, ainda, gerenciar a assistência prestada, 
planejar e implementar as ações de educação em saúde dirigidas à 
população, bem como interagir com a equipe que compõe o elenco de 
trabalhadores no setor saúde. 
d) As atividades realizadas pelos fisioterapeutas permitem o 
reconhecimento da sua prática, e a análise crítica de sua relação com as 
demais produções de serviços do setor saúde. 
e) Para o desenvolvimento da prática é necessário repensar o processo de 
trabalho na sua totalidade dinâmica. 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: Uma vez que o conhecimento técnico e específico é uma 
característica essencial do profissional auditor, e que a formação do 
fisioterapeuta tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos 
requeridos para o exercício de competências e habilidades como de prestar 
consultorias e auditorias no âmbito de sua competência profissional, uma 
equipe de auditores para serviços de fisioterapia sem profissionais habilitados 
em tal especificidade terá dificuldades no que diz respeito ao conhecimento 
específico da área. 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 26 
Questão 2 - A 
Justificativa: Caberá aos profissionais auditores o conhecimento da 
nomenclatura dos procedimentos e equipamentos pertinentes à atuação 
fisioterapêutica. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: A referida resolução regulamenta a atuação do fisioterapeuta no 
serviço de auditoria em saúde não faz exigências. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: O fisioterapeuta não é habilitado a prescrever princípios ativos, a 
menos que sejam homeopáticos, e sua atuação na limitação da resposta 
inflamatória se dá a partir de recursos eletro-termo-terápicos. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: Embora a área de auditoria amplie as possibilidades de atuação da 
fisioterapia, isso não pode ser considerado um objetivo. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: Os hospitais não estão estruturados para manter esses pacientes 
por longos períodos internados, uma vez que demandam vagas para casos 
agudos, frequentemente, porém, possuem estrutura para atender plenamente 
as necessidades dos pacientes crônicos. 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: Os dados dos pacientes atendidos são das Equipes de Saúde da 
Família ou de hospitais, relacionam-se à Atenção Básica, e têm potencial para 
reduzir as internações desnecessárias e as filas dos serviços de urgência e 
emergência. 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 27 
Questão 8 - A 
Justificativa: Desconto nas tarifas de energia elétrica é justificável por uma 
condição de saúde que necessite de equipamentos elétricos de grande 
consumo. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: Os direitos dizem respeito ao atendimento domiciliar e não 
hospitalar. 
 
Questão 10 - A 
Justificativa: O atendimento, conforme explicita o enunciado, deve ser voltado 
para a assistência integral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 28 
 
Introdução 
Iniciaremos um novo tema relacionado à auditagem no sistema de saúde: 
auditoria em farmácia. 
 
A princípio, deve-se compreender que é amplamente necessário um modelo de 
gestão pautado na qualidade e eficiência dos produtos; este último pode ser 
entendido como bens e serviços prestados. Além disso, salienta-se que todo o 
processo de “produção” influencia o resultado final, que terá impacto para o 
usuário e para as empresas. 
 
Destarte, como processos bem elaborados geram redução de custos, fica ainda 
mais evidente a necessidade da auditoria no sentido de controlar e verificar 
esses métodos. 
 
Conheceremos, também, os indicadores básicos que podem ser analisados em 
uma auditoria em farmácia hospitalar. Vamos lá! 
 
Objetivo: 
1. Compreender a caracterização e a importância de uma gestão de qualidade 
em farmácia hospitalar; 
2. Identificar a relação entre a farmácia hospitalar e o processo de auditoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 29 
Conteúdo 
Auditoria em farmácia hospitalar 
A farmácia hospitalar quer seja de serviço público ou privado, necessita ser 
adequadamente gerida, uma vez que se trata de uma unidade clínica 
administrativa e econômica, que tem por objetivo a oferta adequada dos 
serviços. A direção da farmácia hospitalar é de responsabilidade de profissional 
farmacêutico, e é ligada hierarquicamente à direção do hospital e integrada 
funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente.A gestão em farmácia hospitalar, como mencionado, deve ser focada em 
prestar assistência farmacêutica. Entende-se por gestão, a exemplo do Sistema 
Único de Saúde e de acordo com a NOB/SUS/96, “a atividade e a 
responsabilidade de dirigir um sistema de saúde mediante o exercício de 
funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, 
acompanhamento, controle, avaliação e auditoria”. Assim, fica claro que o 
farmacêutico hospitalar é o responsável pelas atividades da farmácia de um 
hospital, o que inclui rotinas de serviço, as condutas realizadas e a adequação 
destas às normas organizacionais. 
 
Segundo Gianesi e Correa (1994, p. 32), os serviços não são padronizáveis; 
são, na verdade, “produtos intangíveis, consumidos concomitantemente à 
prestação e caracterizados pela presença do cliente”. 
 
A gestão de serviço 
Para uma boa gestão de prestação do serviço, o farmacêutico tem as funções 
básicas de: 
 
Gerenciar ativamente e programar o controle dos estoques dos medicamentos 
de acordo com o uso destes. 
 
Adquirir medicamentos adequados e provenientes de fornecedores confiáveis. 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 30 
Armazenar adequadamente os medicamentos para evitar perdas por 
caducidade ou falta de qualidade e, se necessário, dispensá-los (em dose 
coletiva, individual ou unitária) de maneira a reduzir as perdas por erros 
cometidos ao longo do trabalho. 
 
 
Atenção 
 No modelo de mercado capitalista vigente, tanto a função do 
farmacêutico hospitalar quanto qualquer outra função 
desempenhada dentro de um sistema de prestação de serviços 
devem ser focadas na agregação de valor, ou seja, ser eficiente 
e eficaz, além de promover resultados que possibilitem sempre 
um nível superior de valor percebido pelo usuário ou consumidor 
e, também, pelo gestor. 
 
Práticas gerenciais seguras, legais e de qualidade 
Os gestores da farmácia hospitalar devem estabelecer práticas gerenciais que 
garantam processos mais seguros e conceitos de qualidade que valorizem a 
gestão de pessoas e métodos, atendendo, assim, as normas e legislações 
vigentes no país. 
 
Aqui, são necessários os conhecimentos empresarial e específico da área; este 
último inclui o farmacêutico em processos de auditoria, além de colocá-lo como 
responsável pela auditoria de sua área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 31 
 
Atenção 
 O conhecimento é “uma mistura fluida de experiência 
condensada, valores, informação contextual e insight 
experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a 
avaliação e incorporação de novas experiências e informações. 
Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores. Nas 
organizações, ele costuma estar embutido não só em 
documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, 
práticas e normas organizacionais”. (DAVENPORT; PRUSAK, 
1998, p. 6). 
 
Processos organizacionais e gerenciais 
Processo é um grupo de atividades realizadas em uma sequência lógica com o 
objetivo de produzir um bem ou um serviço. 
 
Assim sendo, os métodos organizacionais e gerenciais também são conhecidos 
como processos de negócio ou de suporte, porque apoiam o funcionamento dos 
processos primários, que visam à geração de resultados para os clientes. 
Deve-se ressaltar também que o desenvolvimento de produtos (bens e 
serviços) exige uma sequência de trabalhos que facilita os passos de cada 
etapa da produção. 
 
A importância do gerenciamento de processo 
Esses conceitos apresentados remetem a um fluxo de trabalho com entradas e 
saídas claramente definidas. Isso posto, a ideia de fluxo de trabalho mostra aos 
colaboradores e clientes como a organização desenvolve seus produtos (bens 
ou serviços). Essa maneira de trabalhar confere credibilidade à organização 
devido à transparência do método de trabalho e à vantagem competitiva 
adquirida pelo compartilhamento de informações entre seus colaboradores. 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 32 
A organização dos trabalhos possibilita a incorporação dessas informações nos 
repositórios, reduzindo a vulnerabilidade da organização nos casos de 
rotatividade de seus colaboradores. 
 
Papéis e rotinas podem permitir que o conhecimento permaneça através do 
tempo em organizações, até mesmo em face da rotatividade individual de seus 
membros. Outra maneira de reter e transferir conhecimento é pela estruturação 
dos processos de trabalho. 
 
Conseguir que os conhecimentos dos indivíduos passem para a organização e 
permaneçam em alguma estrutura para a sua utilização futura é o que nos faz 
entender a importância do gerenciamento de processo como organizador das 
atividades e do conhecimento que, no exemplo do estudo, é classificado como 
organizacional. 
 
Podemos vislumbrar a importância do gerenciamento também na qualidade dos 
serviços para possibilitar a intervenção com medidas corretivas em alguma 
parte do percurso, o que implica que as atividades em um processo dependem 
de outras, fazendo com que o gerenciamento acompanhe cada passo. 
 
Em suma, temos a importância das práticas gerenciais com processos seguros, 
que são organizacionais e gerenciais, e garantem a otimização do 
desenvolvimento de produtos (bens e serviços). Tudo isso ocorre em etapas, o 
que garante transparência, credibilidade, vantagem competitiva e organização 
dos trabalhos. Sem a organização dos trabalhos, a empresa estaria vulnerável à 
rotatividade dos colaboradores. 
 
Mas e os custos? Será, meu caro, que eles serão influenciados pelos processos 
organizacionais? 
 
É evidente que sim, e isso é bastante pertinente quando nosso assunto é 
auditoria. 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 33 
O gerenciamento de processo, ao mesmo tempo em que concentra seus 
esforços na melhoria contínua das atividades que agregam valor aos bens e 
serviços, procura eliminar aquelas que apenas geram custos. O 
acompanhamento e a intervenção dos passos que compõem um processo 
possibilitam o máximo aproveitamento do conhecimento, que, por isso, pode 
ser considerado uma ferramenta de gestão. 
 
Nos hospitais e em outros serviços de saúde, a assistência farmacêutica é parte 
integrante e essencial dos processos de atenção à saúde em todos os níveis de 
complexidade. Através das características das ações desenvolvidas e dos perfis 
dos usuários atendidos, torna-se primordial que as atividades da unidade de 
farmácia sejam executadas de forma que garanta efetividade e segurança no 
processo de utilização dos medicamentos ou outros produtos para a saúde. 
 
A assistência farmacêutica nos hospitais brasileiros tem evoluído muito nas 
últimas décadas. Apesar dessa evolução, ainda é comum encontrarmos 
situações extremas, ou seja, muitas instituições que dispõem de um único 
farmacêutico que realiza geralmente apenas atividades burocráticas e 
administrativas, enquanto poucos serviços estão estruturados para realizar 
assistência farmacêutica de qualidade, incluindo as atividades clínicas e atenção 
farmacêutica. 
 
O diagnóstico da farmácia hospitalar no Brasil, realizado em 2004, detectou 
uma baixa adequação aos indicadores propostos, situação considerada grave, 
pois eram itens classificados na legislação vigente como indispensáveis ou 
necessários, bem como padrões mínimos de qualidade apontados na literatura 
nacional e internacional. 
 
Daí a importância da auditoria na busca, não só na redução dos custos, mas 
também de uma prestação de serviços de qualidade. 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 34 
A fiscalização hospitalar 
Até 2008, a fiscalização em farmácia hospitalar consistia na verificação de 
ausência ou presença do profissional farmacêutico, visto que, durante esse 
período, o objetivo principal dos conselhos regionais de farmácia era inserir o 
farmacêutico nas instituições hospitalares.Com a consolidada presença do profissional farmacêutico dentro dos hospitais, 
surge uma nova etapa: garantir a melhoria contínua da qualidade da assistência 
farmacêutica prestada. 
 
A assistência farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à promoção, 
proteção e recuperação da saúde individual e coletiva, tendo o medicamento 
como insumo essencial. Esse auxílio também visa ao acesso e uso racional de 
remédios. 
 
 
Atenção 
 A assistência farmacêutica também pode ser compreendida no 
conjunto de suas ações/processos ou em cada uma de suas 
etapas constitutivas. Esse conjunto envolve a pesquisa, o 
desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, 
bem como a sua seleção, programação, aquisição, 
armazenamento, distribuição, dispensação, acompanhamento e 
avaliação de sua utilização na perspectiva da obtenção de 
resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da 
população. 
 
Perspectivas para avaliação 
Como ferramenta de acompanhamento ou avaliação, a auditoria em farmácia 
hospitalar deve ser construída de acordo com os enfoques clássicos para 
avaliação da qualidade em saúde, que são estrutura, processo e resultado. 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 35 
Estrutura 
O auditor deve avaliar os aspectos relacionados à organização física dos 
espaços, existência de equipamentos e procedimentos necessários para a 
adequada execução das atividades, análise quantitativa e qualitativa dos 
recursos humanos, entre outros. 
 
Processo 
O auditor avaliará todas as atividades que ocorrem entre profissionais e 
pacientes, as quais, geralmente, resultam em registros escritos, a partir dos 
quais poderão ser avaliados. 
 
Resultado 
Aqui, pode-se verificar se os objetivos propostos foram atingidos, e se os 
resultados relacionados à melhoria do estado do paciente foram obtidos. Esse 
enfoque é o mais direto para medir a qualidade da assistência farmacêutica 
prestada. 
 
Procedimentos de fiscalização 
A lista de verificação é elaborada pela equipe de auditores, com base no 
arcabouço legal vigente e nas normatizações de qualidade adotadas pela 
instituição, esta em conformidade com padrões, guias ou manuais. Os itens da 
lista de verificação constituem indicadores dos processos básicos da assistência 
farmacêutica. 
 
 Assegurar uma terapêutica racional e de baixo custo; 
 Promover o uso racional de medicamentos e assegurar o acesso aos 
fármacos seguros, efetivos e de qualidade; 
 Possibilitar maior eficiência ao ciclo de assistência farmacêutica ao reduzir o 
número de produtos farmacêuticos que serão adquiridos, armazenados e 
distribuídos; 
 Escolher, dentre o que existe disponível no mercado, o que atenderá com 
eficiência e segurança às necessidades de uma dada população, tendo como 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 36 
base as doenças prevalentes, garantindo terapêuticas medicamentosas 
racionais e proporcionando ganhos econômicos; 
 Padronizar condutas terapêuticas com base em evidências científicas; 
 Desenvolver mecanismos de gestão de risco que assegurem um aumento da 
segurança e eficiência do plano terapêutico; 
 Racionalizar os gastos com saúde, otimizando os recursos disponíveis ao 
restringir o uso de medicamentos ineficazes e desnecessários; 
 Propiciar condições para o desenvolvimento da farmacovigilância. 
 
Os benefícios da racionalização se expressam em sofrimentos evitados na 
redução do tempo de ação da doença e no período de hospitalização, com 
repercussões econômicas para as instituições e a sociedade. 
 
 Determinar a conformidade dos elementos de um sistema ou serviço aos 
padrões/normas/requisitos estabelecidos pela organização, ou seja, verificar 
se o sistema está funcionando conforme o previsto; 
 Observar se os processos normatizados têm seus procedimentos 
obedecidos, e se o pessoal está adequadamente treinado; 
 Avaliar se as não conformidades são identificadas e corrigidas e se estas 
correções ocorrem com rapidez, eficácia e eficiência de forma a garantir o 
cumprimento das metas propostas pela organização. 
 
A organização de auditorias em farmácia hospitalar é fortemente baseada na 
legislação sanitária brasileira. Apesar de estarem limitadas por enfoques de 
estrutura ou processo, as normas sanitárias fornecem grande parte do material 
necessário para avaliação da qualidade da assistência farmacêutica prestada. 
 
Os principais pontos observados pelos auditores na execução de auditorias em 
farmácia hospitalar são os componentes da assistência farmacêutica hospitalar: 
seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação. 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 37 
É necessário entender que a auditoria é um procedimento formal, baseado na 
análise sistemática de fatos e documentos, e que deverá ser realizada por 
profissional capacitado. Na medida em que a farmácia hospitalar tem sua 
participação consolidada no cenário de avaliação da qualidade de organizações 
hospitalares, o farmacêutico que já acompanha esta tendência despertou para 
esta importante possibilidade de atuação profissional. 
 
A logística para aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação dos 
fármacos será abordada na próxima aula, juntamente com uma abordagem 
sobre as ferramentas de qualidade. 
 
Atividade proposta 
O Ministério da Saúde criou e legitimou a Comissão de Farmácia e Terapêutica 
(CFT), que é uma instância colegiada, de caráter consultivo e deliberativo, que 
objetiva assessorar o administrador e a equipe de saúde em assuntos 
referentes a medicamentos. 
 
É a CFT que estabelece normas e procedimentos relacionados à seleção, 
distribuição, produção, utilização e administração de fármacos e produtos para 
a saúde, bem como padroniza, promove e avalia o uso seguro e racional dos 
medicamentos no hospital. 
 
Também é de responsabilidade da comissão avaliar periodicamente o que se 
tem disponível na farmácia, promovendo inclusões ou exclusões segundo 
critérios de eficácia, eficiência clínica e custo, além de normatizar 
procedimentos relacionados à terapêutica medicamentosa, fazer estudos sobre 
medicamentos, elaborar programas de notificação e acompanhamento de 
reações adversas. 
 
As CFTs devem possuir caráter multidisciplinar e dinâmico; para tanto, devem 
ser compostas de um médico presidente, médicos representantes das diversas 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 38 
clínicas de acordo com a característica do hospital, farmacêutico e 
representantes da enfermagem. 
Agora, expresse sua avaliação a respeito do caráter multidisciplinar da CTF. 
 
Chave de resposta: Espera-se que o aluno discorra sobre a pertinência da 
multidisciplinaridade, uma vez que são realmente necessários: 
• Médicos das diversas clínicas, porque representam “clientes” da farmácia 
hospitalar; 
• Representantes da enfermagem, pois são eles que realizam a maioria da 
execução das prescrições; 
• Farmacêuticos, por possuírem conhecimento técnico específico sobre os 
produtos. 
O fisioterapeuta é importante no serviço de auditoria pelo conhecimento técnico 
que possui de sua área, em detrimento dos outros profissionais; assim, no 
atendimento domiciliar, quer seja de âmbito público ou privado, com vistas ao 
alcance do tratamento proposto somado à redução de custos, o fisioterapeuta 
terá o papel de verificar a pertinência, a frequência, a quantidade e a qualidade 
dos serviços de fisioterapia prestados, bem como de sugerir adequações 
quando pertinentes. 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre o temo da aula, leia o texto disponível em 
nossa biblioteca virtual. 
 
 
Referências 
BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica do Sistema Único 
de Saúde/NOB-SUS - 01/1996. Diário Oficial [da] República Federativa do 
Brasil. Brasília: 06 nov. 1996. 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO.,FARMÁCIA E ENFERMAGEM 39 
CIPRIANO, Sonia L.; PINTO, Vanusa B.; CHAVES, Cleuber E. Gestão 
estratégica em farmácia hospitalar: Aplicação prática de um modelo de 
gestão para qualidade. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2009. 
DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: 
como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Tradução Lenke 
Peres. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 
FILHO, Wladmir M. B.; FERRACINI, Fábio T. Prática Farmacêutica no 
Ambiente Hospitalar: Do Planejamento à Realização. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Editora Atheneu, 2010. 
GIANESI, Irineu G. N.; CORRÊA, Henrique Luiz. Administração Estratégica 
de Serviços. São Paulo: Atlas, 1994. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
O farmacêutico deve ser o responsável pela auditoria de sua área, porque 
existem elementos que sustentam a necessidade da gestão guiada pelo 
conhecimento. Assinale a alternativa que NÃO está de acordo com essa 
afirmativa. 
a) Serviços de difícil padronização ficam a cargo da habilidade e do 
conhecimento do executor. 
b) A exigência da atuação por meio de práticas gerenciais seguras, legais e 
de qualidade. 
c) O gerenciamento de processo concentra seus esforços na melhoria 
contínua das atividades que agregam valor aos bens e serviços. 
d) A gerência embasada no conhecimento deve eliminar as atividades que 
apenas geram custos. 
e) O acompanhamento dos passos que compõem um processo gera o 
conhecimento necessário à gestão. 
 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 40 
Questão 2 
O trecho “uma maneira de reter e transferir o conhecimento é a estruturação 
dos processos de trabalho” é exemplificado em todas as ações descritas abaixo, 
exceto: 
a) Elaborar roteiro das atividades a serem desenvolvidas, que deve ser 
constantemente atualizado de acordo com as demandas. 
b) Registrar adequadamente, em formulário interno próprio, a evolução 
diária. 
c) Identificar-se como colaborador responsável pelas ações realizadas e 
registradas na evolução. 
d) Preencher os formulários da maneira mais simplificada e rápida possível 
a fim de evitar perda de tempo. 
e) Reportar-se ao superior direto se notar necessidade de adequação de 
alguma rotina com vistas ao bom desempenho. 
 
Questão 3 
Analise as afirmativas a seguir: 
I – Espera-se que o serviço de farmácia contribua diretamente para os 
resultados da assistência prestada aos pacientes. 
II – É essencial que a estrutura da farmácia seja adequada, e os procedimentos 
operacionais bem definidos. 
Agora, assinale a alternativa CORRETA: 
a) Ambas as alternativas estão corretas, e a segunda é a condição para a 
realização da primeira. 
b) Ambas as alternativas estão corretas, e a primeira é a conseqüência da 
segunda. 
c) Ambas as alternativas estão errada. 
d) Apenas a primeira alternativa está correta. 
e) Apenas a segunda alternativa está correta. 
 
 
 
 
 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 41 
Questão 4 
Sobre os componentes e indicadores observáveis na avaliação das farmácias 
hospitalares, assinale a alternativa correta. 
a) O componente gerenciamento lida com o indicador de metas 
estabelecidas cumprida. 
b) O componente programação guarda relação com a manutenção dos 
estoques. 
c) O componente aquisição guarda relação com a qualificação dos 
fornecedores. 
d) O componente armazenamento relaciona-se com a redução das perdas, 
assim como o componente distribuição. 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
 
Questão 5 
A seleção de medicamentos aparece como atividade essencial para a farmácia 
hospitalar, oferecendo a base para o desenvolvimento das demais atividades e 
para seu uso seguro e racional. A atividade geralmente envolve a constituição 
de uma comissão responsável pelo processo – normalmente denominada 
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT). 
Sobre o processo de seleção para aquisição, não é correto afirmar que: 
a) O processo de seleção pela CFT deve gerar uma lista de medicamentos 
essenciais (LME) e uma avaliação dos resultados alcançados. 
b) O processo de seleção é imprescindível para a farmácia hospitalar, e sua 
falta torna acrítica a gestão desta. 
c) Uma lista de compras funciona como uma LME, uma vez que sua função 
é discriminar as necessidades do estoque. 
d) No caso de uma gestão acrítica, os medicamentos selecionados não 
respondiam às necessidades dos pacientes internados. 
e) A elaboração de uma LME considera o estoque e o perfil populacional e 
de atendimento, não podendo, por isso, ser padronizada. 
 
 
 
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Questão 6 
Apenas uma das as alternativas abaixo evidencia motivos diretos pelos quais a 
auditoria se consolidou nas rotinas farmacêuticas. Assinale-a. 
a) A busca pela excelência na qualidade da prestação assistencial nos 
serviços de saúde com o uso eficiente dos recursos econômicos tem sido 
o principal motivo para as mudanças ocorridas na prática de auditoria 
clínica. 
b) A formação de um mercado competitivo com o surgimento de diversas 
empresas e a padronização sistemática da prática com a publicação de 
manuais para as boas práticas de auditoria. 
c) A ampliação das fontes de consulta e de verificação nos serviços de 
saúde e a definição do foco de interesse (auditoria de cuidados de saúde 
e auditoria de custos). 
d) A criação de cargos de auditor em saúde pela administração pública e a 
incorporação de outros profissionais da saúde, a exemplo do 
farmacêutico. 
e) A introdução da prática de auditoria, originária da contabilidade entre os 
séculos XV e XVI na Itália, na área da saúde no século XX como 
ferramenta de verificação da qualidade da assistência. 
 
Questão 7 
As afirmativas abaixo justificam plenamente a auditoria farmacêutica como 
integrante da auditoria clínica, exceto: 
a) A importância que assume os medicamentos no contexto dos sistemas 
de saúde. Tais produtos desempenham um papel fundamental na 
terapêutica dos pacientes, salvando vidas e ocasionando bem-estar a 
seus usuários. 
b) Os medicamentos ocupam um lugar de destaque no gasto com saúde 
em vários países e são responsáveis por registros de casos de eventos 
adversos graves, incluindo óbitos. 
 
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c) Bens de consumo especiais são, sem dúvida, os produtos sujeitos a uma 
maior regulação por parte das autoridades de saúde e fazem parte de 
um rigoroso controle administrativo por empresas privadas. 
d) A Resolução nº 508, de 29 de julho de 2009, do Conselho Federal de 
Farmácia. 
e) A exigência dos sistemas de saúde de descentralização do poder médico 
nas auditorias. 
 
Questão 8 
Analise as afirmativas a seguir: 
I – Os procedimentos de auditoria não são uniformes e não estão 
sistematizados. 
II – A execução da auditoria está pautada na legislação e na interpretação de 
cada auditor. 
Agora, assinale a alternativa correta. 
a) Ambas as alternativas estão corretas, e a segunda é consequência da 
primeira. 
b) Ambas as alternativas estão corretas, e a primeira é consequência da 
segunda. 
c) Ambas as alternativas estão erradas. 
d) Apenas a primeira alternativa está correta. 
e) Apenas a segunda alternativa está correta. 
 
Questão 9 
São os principais pontos observados pelos auditores na execução de auditorias 
em farmácia hospitalar, exceto: 
a) Seleção e programação. 
b) Comercialização e pós-venda. 
c) Aquisição e armazenamento. 
d) Distribuição e dispensação. 
e) Os componentes da assistência farmacêutica hospitalar. 
 
 
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Questão 10 
A observância dos indicadores pelos profissionais tem como objetivo, exceto: 
a) Uma autoavaliação dos serviços prestados. 
b) A elaboração e implementação de planos de melhoria. 
c) Reestruturar os estoques da farmácia hospitalar. 
d) Atingir metas propostas. 
e) Preparar para receber a fiscalização. 
 
Aula

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