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AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 1 Professora: Sueli Lopes Passos ...................................................................................................... 0 Apresentação ................................................................................................................................ 6 Aula 1: Auditoria em fisioterapia .................................................................................................. 7 ............................................................................................................................. 7 Introdução ................................................................................................................................ 8 Conteúdo O papel do fisioterapeuta nos processos de auditoria ............................................... 8 Atuação no mercado de trabalho .................................................................................. 8 Agora, você sabe quais as contribuições do fisioterapeuta para o processo de auditoria? ............................................................................................................................. 9 Fatores que justificam a participação do fisioterapeuta na equipe de auditoria de saúde ............................................................................................................................ 10 A importância do controle na auditoria ...................................................................... 11 Atendimento domiciliar .................................................................................................. 13 Ferramentas de controle ................................................................................................ 13 Algumas considerações sobre a prescrição médica ................................................. 16 Vantagens da abordagem domiciliar ........................................................................... 16 Mas você deve estar pensando que isso é realidade apenas no sistema privado de saúde, não é? .............................................................................................................. 17 Atividade proposta .......................................................................................................... 18 ........................................................................................................................... 19 Referências ......................................................................................................... 19 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 25 ..................................................................................................................................... 25 Aula 1 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 25 Aula 2: Auditoria em farmácia I................................................................................................... 28 ........................................................................................................................... 28 Introdução .............................................................................................................................. 29 Conteúdo Auditoria em farmácia hospitalar ................................................................................. 29 A gestão de serviço ......................................................................................................... 29 Práticas gerenciais seguras, legais e de qualidade .................................................... 30 Processos organizacionais e gerenciais ...................................................................... 31 A importância do gerenciamento de processo ......................................................... 31 A fiscalização hospitalar ................................................................................................. 34 Perspectivas para avaliação ........................................................................................... 34 file://webaula.local/bh/CDC/Projetos/emandamento/Estacio%20de%20Sa/Pós_Graduação/2º%20semestre%202015/21%20-%20Disc.%20Auditoria%20em%20serviços%20de%20Odont%20Fis%20farm%20e%20outros/Pedagogia/Material%20Bruto/Apostila/Apostilas%20DI/Apostila_apresentação.docx%23_Toc428778130 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 2 Procedimentos de fiscalização ..................................................................................... 35 Atividade proposta .......................................................................................................... 37 ........................................................................................................................... 38 Referências ......................................................................................................... 39 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 44 ..................................................................................................................................... 44 Aula 2 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 44 Aula 3: Auditoria em farmácia II.................................................................................................. 46 ........................................................................................................................... 46 Introdução .............................................................................................................................. 47 Conteúdo A gestão de abastecimento de farmácias ................................................................... 47 A tendência atual ............................................................................................................. 47 Mas como monitorar o estoque farmacêutico? ........................................................ 48 Então, como poderiamos definir a logística? ............................................................. 49 Então, como podemos ser assertivos dentro dessa cadeia logística? ................... 49 A prestação de serviços ao paciente ........................................................................... 51 A classificação ABC ......................................................................................................... 52 Considerações importantes sobre a classificação .................................................... 53 As três classes de medicamentos ................................................................................. 53 Agrupamentos classificatórios ...................................................................................... 54 O controle de estoque .................................................................................................... 55 Atividade Proposta........................................................................................................... 57 ........................................................................................................................... 58 Referências ......................................................................................................... 58 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 64 ..................................................................................................................................... 64 Aula 3 Exercícios de fixação .......................................................................................................64 Aula 4: Auditoria em nutrição I ................................................................................................... 66 ........................................................................................................................... 66 Introdução .............................................................................................................................. 67 Conteúdo Nutrição em sistemas de saúde .................................................................................... 67 Evolução da nutrição hospitalar ................................................................................... 67 Gastronomia hospitalar .................................................................................................. 68 Terapia nutricional .......................................................................................................... 69 Nutrição intra-hospitalar ................................................................................................ 69 Profissional auditor na terapia nutricional .................................................................. 70 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 3 Terapia enteral ou parenteral ........................................................................................ 71 Complicações mais frequentes ..................................................................................... 72 Ações para minimizar problemas ................................................................................. 74 Equipe multidisciplinar ................................................................................................... 74 Atividade proposta .......................................................................................................... 74 ........................................................................................................................... 75 Referências ......................................................................................................... 75 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 82 ..................................................................................................................................... 82 Aula 4 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 82 Aula 5: Auditoria em nutrição II .................................................................................................. 84 ........................................................................................................................... 84 Introdução .............................................................................................................................. 85 Conteúdo Atendimento domiciliar .................................................................................................. 85 A decisão pelo atendimento domiciliar ...................................................................... 86 Terapia nutricional .......................................................................................................... 87 Nutrição enteral ............................................................................................................... 88 Tipos de sondas ............................................................................................................... 88 Dieta enteral industrializada e artesanal ..................................................................... 89 Osmolalidade e viscosidade .......................................................................................... 91 Atividade proposta .......................................................................................................... 92 ........................................................................................................................... 92 Referências ......................................................................................................... 93 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 98 ..................................................................................................................................... 98 Aula 5 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 98 Aula 6: Auditoria em enfermagem I .......................................................................................... 100 ......................................................................................................................... 100 Introdução ............................................................................................................................ 101 Conteúdo Gerenciamento do relacionamento com o cliente ................................................ 101 Auditoria da assistência de enfermagem .................................................................. 101 Tipos de auditoria .......................................................................................................... 102 O enfermeiro auditor .................................................................................................... 102 Sistemática da qualidade .............................................................................................. 103 Benefícios da auditoria ................................................................................................. 104 Regulamentações vigentes da auditoria de enfermagem ..................................... 105 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 4 Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) ............................................ 106 Sociedade Brasileira de Enfermeiros Auditores em Saúde (SOBEAS) .................. 107 Encerramento ................................................................................................................. 108 Atividade proposta ........................................................................................................ 108 ......................................................................................................................... 108 Referências ....................................................................................................... 109 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 113 ................................................................................................................................... 113 Aula 6 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 113 Aula 7: Auditoria em enfermagem II ......................................................................................... 115 ......................................................................................................................... 115 Introdução ............................................................................................................................ 116 Conteúdo Enfermeiro auditor ........................................................................................................ 116 Atuação do auditor ........................................................................................................ 116 Auditoria .......................................................................................................................... 117 Auditoria da qualidade assistencial ............................................................................ 117 Auditoria de materiais................................................................................................... 117 Auditoria de enfermagem interna .............................................................................. 118 O auditor nos planos de saúde ................................................................................... 119 Verificações a serem realizadas .................................................................................. 119 Relatórios de auditoria .................................................................................................. 120 Mas como se tornar um enfermeiro auditor? .......................................................... 120 As possibilidades de atuação do profissional ........................................................... 121 Encerramento ................................................................................................................. 123 Atividade proposta ........................................................................................................ 123 ......................................................................................................................... 124 Referências ....................................................................................................... 124 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 128 ................................................................................................................................... 128 Aula 7 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 128 Aula 8: Auditoria em odontologia ............................................................................................. 131 ......................................................................................................................... 131 Introdução ............................................................................................................................ 132 Conteúdo O histórico da área odontológica e a evolução recente........................................ 132 A regulamentação da área e os setores de atuação ............................................... 132 Odontologia com os avanços tecnológicos............................................................. 133 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 5 Conceito de auditoria ................................................................................................... 134 Auditoria analítica e operativa .................................................................................... 135 Auditoria em odontologia ............................................................................................ 136 O auditor ......................................................................................................................... 137 Características de um auditor ..................................................................................... 138 Atividade proposta ........................................................................................................ 139 ......................................................................................................................... 140 Referências ....................................................................................................... 140 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 143 ................................................................................................................................... 143 Aula 8 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 143 Conteudista ............................................................................................................................... 146 AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 6 Nessa disciplina abordaremos como a Auditoria pode e deve ser multidisciplinar. Dentro da sua especialidade, a Auditoria de odontologia, Fisioterapia, Farmácia e Enfermagem, contribui para um melhor atendimento aos pacientes, com menor custo para as instituições de saúde, sendo utilizada muitas vezes como ferramenta de gestão, para decisões estratégicas na empresa. Sendo assim, essa disciplina tem como objetivos: 1. Conhecer o papel do auditor nas especialidades de Odontologia, Fisioterapia, Farmácia e Enfermagem. 2. Definir sua importância, dentro do processo de auditoria. 3. Descrever suas atividades como auditor. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 7 Introdução Nesta aula você terá a oportunidade de conhecer o serviço de auditoria em fisioterapia, que é um ramo recente da área. O profissional fisioterapeuta tem seu espaço garantido na equipe de fisioterapia, uma vez que somente ele possui conhecimento técnico das rotinas e procedimentos realizados na área. Além disso, vamos tratar da realidade das práticas de preenchimento de contas e de prontuários, e como isso pode interferir nos processos de auditorias, reforçando que apenas o profissional habilitado na área conseguirá perceber desvios ou inadequações e assim atuar nas modalidades de auditoria prestadas por fisioterapeuta. Por fim, partiremos para abordagem do atendimento domiciliar para o paciente crônico, uma vez que este se mostra como tendência tanto pública quanto privada, no que diz respeito à prestação adequada dos serviços e redução dos custos. Objetivo: 1. Compreender a pertinência e o papel do fisioterapeuta nos processos de auditoria, bem como os tipos de auditoria em fisioterapia; 2. Apontar o atendimento domiciliar como opção eficiente de atendimento em fisioterapia. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 8 Conteúdo O papel do fisioterapeuta nos processos de auditoria Você sabe o que o fisioterapeuta faz? Ele é um profissional de saúde, com formação acadêmica superior, generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar em todos os níveis de atenção à Saúde, com base no rigor científico e intelectual, respeitando os princípios éticos, bioéticos e culturais do indivíduo e da coletividade. O Fisioterapeuta elabora diagnóstico funcional, isso quer dizer que o profissional é “habilitado à construção do diagnóstico fisioterapêutico, baseado nos distúrbios cinéticos funcionais, a prescrição das condutas fisioterapêuticas, a sua ordenação e indução no paciente bem como, o acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e as condições para alta do serviço” (RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 4, de 19 de fevereiro de 2002). Atuação no mercado de trabalho Contribuições O fisioterapeuta contribui para a geração de novos conhecimentos por meio de investigação científica. Responsabilidades Neste contexto ele está apto a assumir a posição de liderança com compromisso, responsabilidade e gerenciamento efetivo e eficaz. Contexto Para isso, ele precisa levar em consideração as circunstâncias sociais, econômicas, culturais, éticas, ambientais de planejamento, organização e gestão de serviços de saúde públicos e privados, além de prestar serviços de AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 9 assessorias, consultorias e auditorias no âmbito de sua competência profissional. Atenção A auditoria em saúde é uma área cada vez mais abrangente, tendo em vista a necessidade de redução de custos. Em todas as áreas a auditoria passou por muitos avanços na última década. De acordo com a Associação Portuguesa de Fisioterapeutas, o processo de auditoria em fisioterapia visa assegurar acontinuidade dos cuidados e corresponder aos quesitos legais, nos quais os processos clínicos devem ser pertinentes e corresponder à prática clínica. A fisioterapia pode contribuir significativamente nas auditorias por meios da assistência ambulatorial, pois possui conhecimentos técnicos sobre os procedimentos necessários para melhor efetividade na identificação e prevenção de possíveis fraudes, perdas, malversação dos recursos e, sobretudo, garantir a qualidade da assistência privada. Agora, você sabe quais as contribuições do fisioterapeuta para o processo de auditoria? Sobre a categoria Os profissionais médicos e enfermeiros assumem grande parte das atividades de auditoria em saúde e demais categorias profissionais. A situação atual Recentemente, profissionais da Farmácia, Odontologia e Fisioterapia, incorporaram essa atividade recentemente, conforme regulamentações de seus Conselhos de Classe. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 10 Fatores que justificam a participação do fisioterapeuta na equipe de auditoria de saúde Tendo em vista a grande expansão da área e a necessidade de redução de custos, podemos observar o seguinte: A atividade de auditoria é multiprofissional e envolve a participação de vários profissionais de saúde. Os gastos e atendimentos com fisioterapia ambulatorial têm crescido anualmente. É necessária como um dos requisitos mais importantes do auditor a competência técnica para executá-la. Atenção Assim, a grande quantidade de serviços de Fisioterapia no Brasil, o número crescente de usuários atendidos por ano e os gastos públicos cada vez maiores destinados à assistência em Fisioterapia, justificam plenamente a participação desse profissional na equipe de auditoria. Porém, o conhecimento técnico e específico é uma característica essencial do profissional auditor, visando a uma auditoria de qualidade e uma prestação de serviços em saúde eficiente. Encontra-se exposto na Lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 1975: “A formação do fisioterapeuta tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício de competências e habilidades como: respeitar os princípios éticos inerentes ao exercício profissional..., além de assessorar, prestar consultorias e auditorias no âmbito de sua competência profissional”. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 11 A importância do controle na auditoria A avaliação dos sistemas de saúde constitui o elemento de maior importância na caracterização de um sistema desejável e economicamente acessível ao país. Assim, faz-se necessário um controle maior e uma auditoria mais criteriosa, por meio da participação do fisioterapeuta. A auditoria funciona como uma ferramenta essencial na estrutura regimental dos serviços privados e públicos de saúde. É uma nova área de atuação para o profissional da Fisioterapia, devidamente regulamentada e carente de pessoal capacitado. A Resolução do Coffito, nº 416/2012, de 19 de maio de 2012, regulamenta a atuação do Fisioterapeuta como auditor: “Artigo 1º - Compete ao fisioterapeuta, no âmbito de sua atuação, realizar auditorias em todas as suas formas e modalidades nos termos da presente Resolução”. O Artigo 2º da Resolução conceitua a auditoria prestada por fisioterapeuta em Auditoria da Assistência, Auditoria em Serviço e Auditoria Abrangente. Entende-se Auditoria da Assistência como a avaliação da adequação das ações fisioterapêuticas a fim de verificar se há alguma infração ética. Na letra da lei, em seu Artigo 2º, I, tem-se “Auditoria da assistência fisioterapêutica prestada ou auditoria do ato fisioterapêutico: é a análise cuidadosa e sistemática das atividades fisioterapêuticas desenvolvidas em determinada instituição pública ou privada, serviço ou setor, cujo objetivo é apontar, identificar ou descartar ação fisioterapêutica que possa caracterizar em infração aos preceitos éticos e bioéticos ou mesmo que possa configurar, por ação ou omissão, em ilícito ético”. Já a Auditoria em Serviço trata da verificação da documentação do serviço prestado e da adequação dos serviços às solicitações. No Artigo 2º, inciso II, da Resolução nº 416/2012, lê-se “Auditoria em serviço de fisioterapia: análise AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 12 cuidadosa e sistemática da documentação pertinente à atividade fisioterapêutica (guias próprias de atendimento) com vistas a averiguar se a assistência fisioterapêutica prestada está condizente com a guia de cobrança, se as consultas fisioterapêuticas, as consultas de revisão e números excedentes de atendimentos solicitados foram efetivamente prestados, entre outros”. No que diz respeito à Auditoria Abrangente (Artigo 2º, III), quer se verificar se os objetivos foram alcançados: “Auditoria abrangente: caracteriza-se por atividades de verificação analítica e operativa constituindo no exame sistemático e independente de uma atividade específica, elemento ou sistema, para determinar se as ações e resultados pretendidos pelas instituições contratantes foram executados e alcançados de acordo com as disposições planejadas e com as normas e legislação vigentes”. Caberá ao fisioterapeuta auditor, de acordo com o Artigo 5º, incisos I, II e II, da mencionada resolução, exercer as atividades de “controle da execução” para verificar a adequação dos serviços ou a necessidade de maior aprofundamento; “avaliação da estrutura, processos aplicados e resultados alcançados” a fim de verificar a adequada eficiência, eficácia e efetividade; e “auditoria da regularidade dos procedimentos praticados” obtida a partir de exame operacional, analítico e pericial. Como apresentado anteriormente, o conhecimento técnico e específico é uma característica essencial do profissional auditor, visando uma auditoria de qualidade e uma prestação de serviços em saúde eficiente. Porém, a eficiência pode e deve ser otimizada a partir de uma abordagem que reflita acerca das características do atendimento tanto em relação à demanda do paciente, bem como frente ao tipo de serviço oferecido. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 13 Atendimento domiciliar A Fisioterapia, um serviço de média complexidade, é definida pelo Ministério da Saúde como as ações que visam atender aos principais problemas de saúde e agravos da população, cuja prática clínica demanda disponibilidade de profissionais especializados e uso de recursos tecnológicos de apoio, diagnóstico e tratamento. Áreas de atuação: Normalmente, os atendimentos hospitalares dessa área se subdividem em: • Fisioterapia cardiorrespiratória; • Fisioterapia neurológica; • Fisioterapia motora. Em todos os casos, além de tratar as disfunções devidas às doenças de base, também se combate a síndrome do imobilismo, associada a longos períodos de internação. Atenção Na busca de uma atuação eficiente, além dos profissionais especializados e recursos tecnológicos de apoio, é necessária uma administração adequada das rotinas. Nesse sentido a auditoria em fisioterapia mostra-se imprescindível, embora ainda esteja começando a despontar como objeto de estudo, assim, poucos estudos científicos tem sido realizados nessa área. Ferramentas de controle Portanto, criar um serviço com uma equipe de profissionais especializados é uma das melhores opções quando se trata de controlar custos e melhorar a qualidade da assistência prestada. Saiba por que: AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 14 Em relação a custos: Medidas simples podem alterar e adequá-los à realidade. Se auditadas, haverá uma maior efetividade do pagamento de itens de uma conta hospitalar, pois o trabalho de conferência antes do envio para as operadoras de saúde evitará problemas.Outro fator importante é a qualidade da assistência prestada, que pode ser visualizada por meio da leitura do prontuário pelo auditor, e conduz à melhoria dos serviços. Em relação aos prontuários: Eles devem ser adequadamente preenchidos por todos os profissionais que atendem ao paciente em todo e qualquer procedimento, com riqueza de detalhes. Por exemplo, num procedimento de aspiração traqueal, devem ser informadas as condições iniciais do paciente, características da secreção como quantidade, coloração, odor e viscosidade, bem como se houvesse a necessidade de instilar solução umidificante, com a respectiva quantidade e calibre da sonda utilizada. No registro ainda deve constar a condição do paciente pós-aspiração. Em relação aos problemas encontrados: Alguns profissionais têm dificuldades em aceitar a “imposição” da burocratização do seu trabalho, na medida em que têm que registrar adequadamente as condutas e opções clínicas. Além disso, não há entendimento claro da necessidade do “cuidar” dos controles de gastos e custos, o que tende a gerar divergências de cobrança entre o hospital e as operadoras de saúde. Possíveis soluções: Uma opção cada vez mais frequente no tratamento do paciente crônico é o atendimento e a internação domiciliar. Isso porque cada vez mais se aumenta o número de pacientes crônicos que acabam morando nos hospitais. Esses, em geral, foram internados pelo agravamento dos sintomas de sua doença principal AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 15 ou pela emergência de outra, como uma pneumonia ou um derrame. Tratados, superam a fase aguda e se estabilizam. No entanto, eles tornam-se incapazes de cuidar de si próprios e passam a ser dependentes de equipamentos e outros tipos de assistência. Poderiam estar em casa ou em uma instituição especializada para pacientes de longa permanência. Porém, por falta de opções adequadas, ou falta de recursos da família, alguns permanecem internados em hospitais por meses e até anos, por vezes abandonados pela família, ocupando leitos de alta complexidade que deveriam estar sendo utilizados para tratamento de casos graves e agudos. Atenção Por outro lado, não importa quem está pagando a conta, é sempre alto o custo de manter o paciente crônico estabilizado em uma instituição desse tipo. Na busca da redução dos custos, a desospitalização do paciente é uma condição que auxilia também a família. Estima-se que os hospitais de primeira linha do país tenham cerca de 10% de seus leitos ocupados por pacientes crônicos residentes. Mas esse dado tende a crescer cada vez mais com os avanços da medicina e da longevidade. O paciente crônico estará melhor em casa, perto da família e com apoio de assistência domiciliar ou, se for o caso, em uma instituição de longa permanência. Os sistemas e planos de saúde evitarão custos desnecessários se buscarem caminhos que favoreçam alternativas de assistência adequadas. E os hospitais que hoje têm parte de suas estruturas e tecnologias mais sofisticadas sendo subutilizadas ampliarão as vagas para atender os pacientes que delas realmente necessitam. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 16 Algumas considerações sobre a prescrição médica Da mesma forma que no ambiente hospitalar a demanda do paciente e a orientação ou prescrição médica nortearão os procedimentos executados, a necessidade de materiais e medicamentos. Os serviços de fisioterapia seguem o modelo de pagamento por procedimentos, com tabelas de preços atuais nas suas diversas formas e versões, acordadas entre fornecedor e gestor. Tanto no hospital quanto em domicílio os procedimentos serão executados com vistas à máxima atenção ao paciente. Porém, por mais que pareça que os gastos possam ser aumentados em domicílio, pelo deslocamento do profissional, muitas são as vantagens dessa abordagem. Veja a seguir. Vantagens da abordagem domiciliar Quer um exemplo? Nos serviços de emergência, vale ressaltar a experiência vivida pela Unimed- BH, relatada por funcionária. “Depois que o AD (Atendimento Domiciliar) foi incorporado à Central de Atendimento, o número de solicitação de ambulâncias para deslocamento de pacientes caiu significativamente, enquanto o número de atendimentos domiciliares cresceu em proporção ainda maior”. Segundo a mesma funcionária, tal situação repercute de maneira significativa na redução das reclamações e suas consequências pelo não envio de ambulância no tempo devido, e também “desafoga” os centros de urgência e emergência. Possibilita utilizar ventilação não invasiva (CPAP ou BIPAP) em vez de ventilação mecânica; Melhora o controle do número de sessões de fisioterapia, uma vez que estas têm que ser liberadas previamente, e de acordo com a demanda; Melhora a qualidade de vida para o paciente que se encontra num ambiente mais íntimo, familiar e consequentemente confortável. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 17 Mas você deve estar pensando que isso é realidade apenas no sistema privado de saúde, não é? Engano seu. O Sistema Único de Saúde (SUS) possui o Programa “Melhor em Casa” implantado desde 2011, com critérios devidamente estabelecidos e amparados por lei. O Ministério da Saúde anunciou o "Melhor em Casa" com objetivo de ampliar o atendimento domiciliar no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso, para oferecer à população uma assistência multiprofissional domiciliar. São médicos, enfermeiros, fisioterapeutas que atenderão a idosos e pacientes crônicos em situação pós-cirúrgica ou com necessidade de reabilitação motora, de maneira a ficarem mais próximos dos familiares, tornar o atendimento médico mais humanizado e acolhedor e reduzir a demanda por internações nos hospitais. O tratamento realizado na casa do paciente e a proximidade com os familiares aumentam a percepção de segurança, sem as pressões psicológicas existentes dentro de um hospital. “O Melhor em Casa está proporcionando aos pacientes o atendimento de qualidade e em local que podem ser cuidados, ou seja, em casa, junto com a família. Assim todos se envolvem e contribuem para a recuperação da saúde do doente”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Você já parou para pensar em quanta dificuldade enfrenta o paciente que precisa de tratamento domiciliar, Home Care? Além do consumo físico, mental e emocional do paciente e da família, os gastos financeiros são excessivos, com medicamentos, insumos, alimentação especial, prestadores de serviços (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas...), equipamentos, entre outros gastos. Por isso, O Governo Federal afirma que os recursos destinados ao programa terão a finalidade de custear esses gastos. O paciente que necessita de AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 18 atendimento domiciliar poderá requerer o tratamento por meio do Estado (União, Estados, Municípios) ou de seu plano de saúde, conforme contrato firmado. Quantos pacientes desconhecem seus direitos? Quantas pessoas não fazem o melhor tratamento de saúde por não ter condições para custeá-lo? Será que todos têm condições de cuidar de sua saúde com dignidade? Daí a importância do paciente ter informação e conhecimento acerca dos seus direitos, para que possa pleiteá-los. Todos nós temos direito à saúde. A Constituição Federal, em seu artigo 196, e a legislação complementar nos assegura para que tenhamos uma vida digna. No entanto, é fundamental que cada um de nós faça a nossa parte no sentido de divulgar tais informações e exigir tais direitos, a fim de beneficiar a sociedade como um todo. Atividade proposta Diante da nossa abordagem nesta aula e das suas reflexões, responda: Como o fisioterapeuta poderá desempenhar atuação importante e efetiva na auditoria de atendimentosdomiciliares? Chave de resposta: o fisioterapeuta é importante no serviço de auditoria pelo conhecimento técnico que possui de sua área, em detrimento dos outros profissionais; assim, no atendimento domiciliar, quer seja de âmbito público ou privado, com vistas ao alcance do tratamento proposto somado à redução de custos, o fisioterapeuta terá o papel de verificar a pertinência, a frequência, a quantidade e a qualidade dos serviços de fisioterapia prestados, bem como de sugerir adequações quando pertinentes. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 19 Material complementar Para saber mais sobre a atuação do fisioterapeuta como auditor e sobre a auditoria de qualidade na saúde, leia os textos disponíveis em nossa biblioteca virtual. Referências ALELUIA, I. R. S; SANTOS, F. C. Análise dos auditores em saúde quanto aos serviços públicos de fisioterapia. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, V.04, n. 01, Ano 2013, p.1499-1515. BRASIL. Ministério Da Saúde. Portal Brasil. Publicado: 28.11.2012, 16h17. Última modificação: 29.07.2014, 09h02. Acesso em: 05 nov. 2014. MOTA, A. L. C.; LEÃO, E.; ZAGATTO, J. R. Auditoria médica no sistema privado. Abordagem prática para organizações de saúde. São Paulo: Iatria, 2005. NOGUEIRA, L.; RAPOSO, V. A governação em saúde e a utilização de indicadores de satisfação. Revista Port ClinGeral, n. 22,2006, p. 285-296. Exercícios de fixação Questão 1 Aleluia e Santos (2013), em seu trabalho de Análise dos Auditores em saúde quanto aos serviços públicos de Fisioterapia, verificaram que “a equipe de auditores do SUS que atua nos serviços de Fisioterapia no Estado da Bahia é constituída das mais diversas categorias profissionais relacionadas aos serviços que integram o SUS, destacando-se inclusive o predomínio de profissionais Médicos (37,5%) e Enfermeiros (35,0%)”. A partir de tal afirmativa pode-se inferir que: a) Há uma predominância de profissionais do sexo feminino e não foi observado nenhum profissional fisioterapeuta no grupo estudado. b) A faixa etária média geral foi de 42,8 anos e modal de 45 anos. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 20 c) Uma das principais dificuldades na auditagem dos serviços de Fisioterapia está relacionada ao conhecimento da nomenclatura dos procedimentos e equipamentos de Fisioterapia. d) Os auditores terão pleno conhecimento acerca dos procedimentos empregados na rotina dos serviços. e) Os profissionais não apresentarão dificuldade em associar as descrições contidas nas evoluções dos prontuários com os códigos dos procedimentos de Fisioterapia da tabela unificada. Questão 2 Caberá ao fisioterapeuta auditor exercer as atividades de “controle da execução” para verificar a adequação dos serviços ou a necessidade de maior aprofundamento, “avaliação da estrutura, processos aplicados e resultados alcançados” a fim de verificar a adequada eficiência, eficácia e efetividade. Assim, pode-se afirmar que o profissional deverá ter conhecimentos relacionados à (ao), EXCETO: a) Nomenclatura específica de todos os procedimentos e equipamentos de uma unidade de terapia intensiva. b) Conhecimento dos procedimentos fisioterapêuticos a serem empregados. c) Discriminação entre o que corresponde a sessões de fisioterapia motora e respiratória. d) Associação entre os descritores do prontuário com os códigos da tabela do SUS. e) Distinção entre o que corresponde a uma sessão ou a um procedimento de Fisioterapia. Questão 3 Todas as afirmativas abaixo justificam a participação do profissional da fisioterapia na equipe de auditoria, EXCETO: a) A grande quantidade de serviços de Fisioterapia no Brasil. b) O número crescente de usuários atendidos por ano. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 21 c) Os gastos públicos destinados à assistência em Fisioterapia cada vez maiores. d) O conhecimento técnico e específico e a necessidade de uma atuação muitiprofissional. e) Atender à exigência da Resolução nº 416/2012. Questão 4 O fisioterapeuta tem sua atuação voltada para: a) Construção do diagnóstico fisioterapêutico, baseado nos distúrbios cinéticos funcionais, em todos os níveis de atenção à saúde. b) Geração de novos conhecimentos por meio de investigação científica. c) Prescrição das condutas fisioterapêuticas, a sua ordenação e indução no paciente, bem como o acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e as condições para alta do serviço. d) Prescrição de princípios ativos alopáticos que atuem na limitação da resposta inflamatória. e) Desenvolvimento científico e intelectual, respeitando os princípios éticos, bioéticos e culturais do indivíduo e da coletividade. Questão 5 A presença de fisioterapeuta no processo de auditoria objetiva, EXCETO: a) Assegurar a continuidade dos cuidados e corresponder aos quesitos legais, nos quais os processos clínicos devem ser pertinentes e corresponder à prática clínica fisioterapêutica. b) Ampliar a área de atuação dos profissionais de fisioterapia, uma vez que o mercado encontra-se saturado em diversas sub-áreas. c) Contribuir significativamente nas auditorias pela pertinência de seus conhecimentos técnicos frente às práticas e garantir qualidade da assistência. d) Melhorar a efetividade na identificação e prevenção de possíveis fraudes, perdas, malversação dos recursos destinados à área. e) Integrar uma equipe cuja natureza deve ser multidisciplinar. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 22 Questão 6 Há uma crescente demanda por atendimento crônico, devido às evoluções na prestação de serviços, bem como ao aumento da expectativa de vida dos pacientes. Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao aumento dessa demanda: a) A família não tem estrutura ou condições de cuidar do paciente. b) A família não quer assumir a responsabilidade do cuidado e acha mais cômodo manter o ente internado. c) Os planos de saúde nem sempre cobrem o atendimento domiciliar ou a internação nos chamados hospitais de retaguarda ou de longa permanência. d) Os hospitais de alta complexidade nem sempre estão estruturados para atender os pacientes crônicos em suas necessidades de alimentação, higiene, vestuário, lazer. e) As instituições especializadas para pacientes de alta permanência proporcionam apoio médico complementar, com fisioterapia, fonoaudiologia, psicoterapia etc. Questão 7 O Programa “Melhor em Casa” é destinado a pacientes crônicos ou que necessitem de atendimento prolongado. Das informações abaixo, assinale aquela que relaciona o programa com a Atenção Básica, ajudando a reduzir as internações desnecessárias e as filas dos serviços de urgência e emergência. a) No primeiro ano de funcionamento do programa, foi constatado que os casos mais comuns atendidos pelas equipes são os de Acidente Vascular Cerebral, com 20%; seguido de casos de hipertensão, com 9,3%; e de pacientes com a doença de Alzheimer, com 5,4% dos atendimentos. b) Outros casos frequentes incluem pacientes com diabetes mellitus, com a doença de Parkinson, com doenças pulmonares e com fraturas de fêmur. c) Os pacientes que são atendidos pelas equipes do programa (53,7%) são encaminhados principalmente pelas Equipes de Saúde da Família ou estavam internados em hospital (28,9%). AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 23 d) Em novembro de 2012 o tratamento era garantido por 229 Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar e de Apoio espalhadas em 20 Estados e já alcança 16,2 milhões de brasileiros. e) Para 2014, o objetivo do Melhor em Casa foi alcançar a capacidade de atendimento para 60 mil pacientes, com 1.000 equipes de atenção domiciliar e 400 equipes de apoio implantadas. Questão 8 Além do Programa “Melhor em Casa”, foi assinada uma portaria interministerial pelosMinistros da Saúde e de Minas e Energia que garantirá um desconto de 10 a 65% (dependendo do consumo) nas contas de Energia Elétrica aos pacientes que fazem tratamento em casa e mantêm equipamentos médicos elétricos de modo contínuo. Tal iniciativa é justificável, pois: a) Geralmente, esses equipamentos, como os aparelhos de aspiração de secreções e de apoio à respiração, consomem muita energia, onerando demais seu usuário. b) Para requerer a isenção, basta que o paciente se inscreva no Cadastro Único do Programa do Governo Federal e comprove, por meio de laudo médico emitido pela Secretaria de Saúde Municipal ou Estadual, a necessidade do uso do equipamento. c) Necessita que o paciente atualize seu cadastro na concessionária de sua cidade e na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). d) A saúde é um direito de todos e deve ser garantida pelos Municípios, Estados e União; logo, também são responsáveis os Ministérios da Saúde e de Minas e Energia. e) É amparada legalmente pela nossa Constituição, além de um dos princípios do SUS deixar claro que o atendimento em saúde deve ser igualitário. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 24 Questão 9 Do ponto de vista público, todas as afirmativas abaixo apresentam direitos dos indivíduos portadores de doenças crônicas que requerem atendimento domiciliar, EXCETO: a) Direitos como o fornecimento de medicamentos, insumos e alimentação especial, bem como a isenções de impostos, como imposto de renda que beneficia o paciente com doença grave que recebe provento de aposentadoria, pensão ou reforma. b) Paciente com mobilidade reduzida, mesmo que temporária, tem direito à isenção de IPVA, ICMS, IPI, IOP, IPVA na compra de um veículo automotor. Paciente com doença grave em tratamento ou titular saudável com dependente nessas condições faz jus à liberação de FGTS/PIS/PASEP. c) Quitação da casa própria é um benefício concedido para a pessoa com invalidez total e permanente, causada por doença ou acidente, desde que o contrato do financiamento tenha sido assinado antes da doença. d) O transporte gratuito deve ser concedido para pessoas com deficiências física, mental, auditiva ou visual ou com doenças graves que estão em tratamento. Além do transporte para tratamento fora de domicílio que garante o acesso do paciente de uma determinada cidade a serviços assistenciais fornecidos em outro município ou até em outro Estado. e) Direito à internação e permanência em hospitais de alta complexidade para pleno atendimento prolongado de suas necessidades. Questão 10 Na atualidade a formação do fisioterapeuta deve ser pautada no trabalho em equipe, pois este está inserido no sistema de saúde pública do país, e deve praticar, assim, a assistência integral à saúde da população num sistema regionalizado e hierarquizado. Com base nessa afirmativa todas as afirmativas estão corretas, EXCETO: AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 25 a) O atendimento fisioterapêutico, individual ou em equipe deve ser pautado na patologia e na disfunção de base, não no indivíduo como um todo. b) A maioria das atividades desenvolvidas pelo fisioterapeuta é a somatória do cuidado com o usuário, em que a assistência sistematizada e humanizada garante a qualidade do atendimento. c) O profissional tem como função, ainda, gerenciar a assistência prestada, planejar e implementar as ações de educação em saúde dirigidas à população, bem como interagir com a equipe que compõe o elenco de trabalhadores no setor saúde. d) As atividades realizadas pelos fisioterapeutas permitem o reconhecimento da sua prática, e a análise crítica de sua relação com as demais produções de serviços do setor saúde. e) Para o desenvolvimento da prática é necessário repensar o processo de trabalho na sua totalidade dinâmica. Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 - C Justificativa: Uma vez que o conhecimento técnico e específico é uma característica essencial do profissional auditor, e que a formação do fisioterapeuta tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício de competências e habilidades como de prestar consultorias e auditorias no âmbito de sua competência profissional, uma equipe de auditores para serviços de fisioterapia sem profissionais habilitados em tal especificidade terá dificuldades no que diz respeito ao conhecimento específico da área. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 26 Questão 2 - A Justificativa: Caberá aos profissionais auditores o conhecimento da nomenclatura dos procedimentos e equipamentos pertinentes à atuação fisioterapêutica. Questão 3 - E Justificativa: A referida resolução regulamenta a atuação do fisioterapeuta no serviço de auditoria em saúde não faz exigências. Questão 4 - D Justificativa: O fisioterapeuta não é habilitado a prescrever princípios ativos, a menos que sejam homeopáticos, e sua atuação na limitação da resposta inflamatória se dá a partir de recursos eletro-termo-terápicos. Questão 5 - B Justificativa: Embora a área de auditoria amplie as possibilidades de atuação da fisioterapia, isso não pode ser considerado um objetivo. Questão 6 - D Justificativa: Os hospitais não estão estruturados para manter esses pacientes por longos períodos internados, uma vez que demandam vagas para casos agudos, frequentemente, porém, possuem estrutura para atender plenamente as necessidades dos pacientes crônicos. Questão 7 - C Justificativa: Os dados dos pacientes atendidos são das Equipes de Saúde da Família ou de hospitais, relacionam-se à Atenção Básica, e têm potencial para reduzir as internações desnecessárias e as filas dos serviços de urgência e emergência. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 27 Questão 8 - A Justificativa: Desconto nas tarifas de energia elétrica é justificável por uma condição de saúde que necessite de equipamentos elétricos de grande consumo. Questão 9 - E Justificativa: Os direitos dizem respeito ao atendimento domiciliar e não hospitalar. Questão 10 - A Justificativa: O atendimento, conforme explicita o enunciado, deve ser voltado para a assistência integral. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 28 Introdução Iniciaremos um novo tema relacionado à auditagem no sistema de saúde: auditoria em farmácia. A princípio, deve-se compreender que é amplamente necessário um modelo de gestão pautado na qualidade e eficiência dos produtos; este último pode ser entendido como bens e serviços prestados. Além disso, salienta-se que todo o processo de “produção” influencia o resultado final, que terá impacto para o usuário e para as empresas. Destarte, como processos bem elaborados geram redução de custos, fica ainda mais evidente a necessidade da auditoria no sentido de controlar e verificar esses métodos. Conheceremos, também, os indicadores básicos que podem ser analisados em uma auditoria em farmácia hospitalar. Vamos lá! Objetivo: 1. Compreender a caracterização e a importância de uma gestão de qualidade em farmácia hospitalar; 2. Identificar a relação entre a farmácia hospitalar e o processo de auditoria. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 29 Conteúdo Auditoria em farmácia hospitalar A farmácia hospitalar quer seja de serviço público ou privado, necessita ser adequadamente gerida, uma vez que se trata de uma unidade clínica administrativa e econômica, que tem por objetivo a oferta adequada dos serviços. A direção da farmácia hospitalar é de responsabilidade de profissional farmacêutico, e é ligada hierarquicamente à direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente.A gestão em farmácia hospitalar, como mencionado, deve ser focada em prestar assistência farmacêutica. Entende-se por gestão, a exemplo do Sistema Único de Saúde e de acordo com a NOB/SUS/96, “a atividade e a responsabilidade de dirigir um sistema de saúde mediante o exercício de funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria”. Assim, fica claro que o farmacêutico hospitalar é o responsável pelas atividades da farmácia de um hospital, o que inclui rotinas de serviço, as condutas realizadas e a adequação destas às normas organizacionais. Segundo Gianesi e Correa (1994, p. 32), os serviços não são padronizáveis; são, na verdade, “produtos intangíveis, consumidos concomitantemente à prestação e caracterizados pela presença do cliente”. A gestão de serviço Para uma boa gestão de prestação do serviço, o farmacêutico tem as funções básicas de: Gerenciar ativamente e programar o controle dos estoques dos medicamentos de acordo com o uso destes. Adquirir medicamentos adequados e provenientes de fornecedores confiáveis. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 30 Armazenar adequadamente os medicamentos para evitar perdas por caducidade ou falta de qualidade e, se necessário, dispensá-los (em dose coletiva, individual ou unitária) de maneira a reduzir as perdas por erros cometidos ao longo do trabalho. Atenção No modelo de mercado capitalista vigente, tanto a função do farmacêutico hospitalar quanto qualquer outra função desempenhada dentro de um sistema de prestação de serviços devem ser focadas na agregação de valor, ou seja, ser eficiente e eficaz, além de promover resultados que possibilitem sempre um nível superior de valor percebido pelo usuário ou consumidor e, também, pelo gestor. Práticas gerenciais seguras, legais e de qualidade Os gestores da farmácia hospitalar devem estabelecer práticas gerenciais que garantam processos mais seguros e conceitos de qualidade que valorizem a gestão de pessoas e métodos, atendendo, assim, as normas e legislações vigentes no país. Aqui, são necessários os conhecimentos empresarial e específico da área; este último inclui o farmacêutico em processos de auditoria, além de colocá-lo como responsável pela auditoria de sua área. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 31 Atenção O conhecimento é “uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores. Nas organizações, ele costuma estar embutido não só em documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais”. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p. 6). Processos organizacionais e gerenciais Processo é um grupo de atividades realizadas em uma sequência lógica com o objetivo de produzir um bem ou um serviço. Assim sendo, os métodos organizacionais e gerenciais também são conhecidos como processos de negócio ou de suporte, porque apoiam o funcionamento dos processos primários, que visam à geração de resultados para os clientes. Deve-se ressaltar também que o desenvolvimento de produtos (bens e serviços) exige uma sequência de trabalhos que facilita os passos de cada etapa da produção. A importância do gerenciamento de processo Esses conceitos apresentados remetem a um fluxo de trabalho com entradas e saídas claramente definidas. Isso posto, a ideia de fluxo de trabalho mostra aos colaboradores e clientes como a organização desenvolve seus produtos (bens ou serviços). Essa maneira de trabalhar confere credibilidade à organização devido à transparência do método de trabalho e à vantagem competitiva adquirida pelo compartilhamento de informações entre seus colaboradores. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 32 A organização dos trabalhos possibilita a incorporação dessas informações nos repositórios, reduzindo a vulnerabilidade da organização nos casos de rotatividade de seus colaboradores. Papéis e rotinas podem permitir que o conhecimento permaneça através do tempo em organizações, até mesmo em face da rotatividade individual de seus membros. Outra maneira de reter e transferir conhecimento é pela estruturação dos processos de trabalho. Conseguir que os conhecimentos dos indivíduos passem para a organização e permaneçam em alguma estrutura para a sua utilização futura é o que nos faz entender a importância do gerenciamento de processo como organizador das atividades e do conhecimento que, no exemplo do estudo, é classificado como organizacional. Podemos vislumbrar a importância do gerenciamento também na qualidade dos serviços para possibilitar a intervenção com medidas corretivas em alguma parte do percurso, o que implica que as atividades em um processo dependem de outras, fazendo com que o gerenciamento acompanhe cada passo. Em suma, temos a importância das práticas gerenciais com processos seguros, que são organizacionais e gerenciais, e garantem a otimização do desenvolvimento de produtos (bens e serviços). Tudo isso ocorre em etapas, o que garante transparência, credibilidade, vantagem competitiva e organização dos trabalhos. Sem a organização dos trabalhos, a empresa estaria vulnerável à rotatividade dos colaboradores. Mas e os custos? Será, meu caro, que eles serão influenciados pelos processos organizacionais? É evidente que sim, e isso é bastante pertinente quando nosso assunto é auditoria. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 33 O gerenciamento de processo, ao mesmo tempo em que concentra seus esforços na melhoria contínua das atividades que agregam valor aos bens e serviços, procura eliminar aquelas que apenas geram custos. O acompanhamento e a intervenção dos passos que compõem um processo possibilitam o máximo aproveitamento do conhecimento, que, por isso, pode ser considerado uma ferramenta de gestão. Nos hospitais e em outros serviços de saúde, a assistência farmacêutica é parte integrante e essencial dos processos de atenção à saúde em todos os níveis de complexidade. Através das características das ações desenvolvidas e dos perfis dos usuários atendidos, torna-se primordial que as atividades da unidade de farmácia sejam executadas de forma que garanta efetividade e segurança no processo de utilização dos medicamentos ou outros produtos para a saúde. A assistência farmacêutica nos hospitais brasileiros tem evoluído muito nas últimas décadas. Apesar dessa evolução, ainda é comum encontrarmos situações extremas, ou seja, muitas instituições que dispõem de um único farmacêutico que realiza geralmente apenas atividades burocráticas e administrativas, enquanto poucos serviços estão estruturados para realizar assistência farmacêutica de qualidade, incluindo as atividades clínicas e atenção farmacêutica. O diagnóstico da farmácia hospitalar no Brasil, realizado em 2004, detectou uma baixa adequação aos indicadores propostos, situação considerada grave, pois eram itens classificados na legislação vigente como indispensáveis ou necessários, bem como padrões mínimos de qualidade apontados na literatura nacional e internacional. Daí a importância da auditoria na busca, não só na redução dos custos, mas também de uma prestação de serviços de qualidade. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 34 A fiscalização hospitalar Até 2008, a fiscalização em farmácia hospitalar consistia na verificação de ausência ou presença do profissional farmacêutico, visto que, durante esse período, o objetivo principal dos conselhos regionais de farmácia era inserir o farmacêutico nas instituições hospitalares.Com a consolidada presença do profissional farmacêutico dentro dos hospitais, surge uma nova etapa: garantir a melhoria contínua da qualidade da assistência farmacêutica prestada. A assistência farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial. Esse auxílio também visa ao acesso e uso racional de remédios. Atenção A assistência farmacêutica também pode ser compreendida no conjunto de suas ações/processos ou em cada uma de suas etapas constitutivas. Esse conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição, dispensação, acompanhamento e avaliação de sua utilização na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população. Perspectivas para avaliação Como ferramenta de acompanhamento ou avaliação, a auditoria em farmácia hospitalar deve ser construída de acordo com os enfoques clássicos para avaliação da qualidade em saúde, que são estrutura, processo e resultado. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 35 Estrutura O auditor deve avaliar os aspectos relacionados à organização física dos espaços, existência de equipamentos e procedimentos necessários para a adequada execução das atividades, análise quantitativa e qualitativa dos recursos humanos, entre outros. Processo O auditor avaliará todas as atividades que ocorrem entre profissionais e pacientes, as quais, geralmente, resultam em registros escritos, a partir dos quais poderão ser avaliados. Resultado Aqui, pode-se verificar se os objetivos propostos foram atingidos, e se os resultados relacionados à melhoria do estado do paciente foram obtidos. Esse enfoque é o mais direto para medir a qualidade da assistência farmacêutica prestada. Procedimentos de fiscalização A lista de verificação é elaborada pela equipe de auditores, com base no arcabouço legal vigente e nas normatizações de qualidade adotadas pela instituição, esta em conformidade com padrões, guias ou manuais. Os itens da lista de verificação constituem indicadores dos processos básicos da assistência farmacêutica. Assegurar uma terapêutica racional e de baixo custo; Promover o uso racional de medicamentos e assegurar o acesso aos fármacos seguros, efetivos e de qualidade; Possibilitar maior eficiência ao ciclo de assistência farmacêutica ao reduzir o número de produtos farmacêuticos que serão adquiridos, armazenados e distribuídos; Escolher, dentre o que existe disponível no mercado, o que atenderá com eficiência e segurança às necessidades de uma dada população, tendo como AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 36 base as doenças prevalentes, garantindo terapêuticas medicamentosas racionais e proporcionando ganhos econômicos; Padronizar condutas terapêuticas com base em evidências científicas; Desenvolver mecanismos de gestão de risco que assegurem um aumento da segurança e eficiência do plano terapêutico; Racionalizar os gastos com saúde, otimizando os recursos disponíveis ao restringir o uso de medicamentos ineficazes e desnecessários; Propiciar condições para o desenvolvimento da farmacovigilância. Os benefícios da racionalização se expressam em sofrimentos evitados na redução do tempo de ação da doença e no período de hospitalização, com repercussões econômicas para as instituições e a sociedade. Determinar a conformidade dos elementos de um sistema ou serviço aos padrões/normas/requisitos estabelecidos pela organização, ou seja, verificar se o sistema está funcionando conforme o previsto; Observar se os processos normatizados têm seus procedimentos obedecidos, e se o pessoal está adequadamente treinado; Avaliar se as não conformidades são identificadas e corrigidas e se estas correções ocorrem com rapidez, eficácia e eficiência de forma a garantir o cumprimento das metas propostas pela organização. A organização de auditorias em farmácia hospitalar é fortemente baseada na legislação sanitária brasileira. Apesar de estarem limitadas por enfoques de estrutura ou processo, as normas sanitárias fornecem grande parte do material necessário para avaliação da qualidade da assistência farmacêutica prestada. Os principais pontos observados pelos auditores na execução de auditorias em farmácia hospitalar são os componentes da assistência farmacêutica hospitalar: seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 37 É necessário entender que a auditoria é um procedimento formal, baseado na análise sistemática de fatos e documentos, e que deverá ser realizada por profissional capacitado. Na medida em que a farmácia hospitalar tem sua participação consolidada no cenário de avaliação da qualidade de organizações hospitalares, o farmacêutico que já acompanha esta tendência despertou para esta importante possibilidade de atuação profissional. A logística para aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação dos fármacos será abordada na próxima aula, juntamente com uma abordagem sobre as ferramentas de qualidade. Atividade proposta O Ministério da Saúde criou e legitimou a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), que é uma instância colegiada, de caráter consultivo e deliberativo, que objetiva assessorar o administrador e a equipe de saúde em assuntos referentes a medicamentos. É a CFT que estabelece normas e procedimentos relacionados à seleção, distribuição, produção, utilização e administração de fármacos e produtos para a saúde, bem como padroniza, promove e avalia o uso seguro e racional dos medicamentos no hospital. Também é de responsabilidade da comissão avaliar periodicamente o que se tem disponível na farmácia, promovendo inclusões ou exclusões segundo critérios de eficácia, eficiência clínica e custo, além de normatizar procedimentos relacionados à terapêutica medicamentosa, fazer estudos sobre medicamentos, elaborar programas de notificação e acompanhamento de reações adversas. As CFTs devem possuir caráter multidisciplinar e dinâmico; para tanto, devem ser compostas de um médico presidente, médicos representantes das diversas AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 38 clínicas de acordo com a característica do hospital, farmacêutico e representantes da enfermagem. Agora, expresse sua avaliação a respeito do caráter multidisciplinar da CTF. Chave de resposta: Espera-se que o aluno discorra sobre a pertinência da multidisciplinaridade, uma vez que são realmente necessários: • Médicos das diversas clínicas, porque representam “clientes” da farmácia hospitalar; • Representantes da enfermagem, pois são eles que realizam a maioria da execução das prescrições; • Farmacêuticos, por possuírem conhecimento técnico específico sobre os produtos. O fisioterapeuta é importante no serviço de auditoria pelo conhecimento técnico que possui de sua área, em detrimento dos outros profissionais; assim, no atendimento domiciliar, quer seja de âmbito público ou privado, com vistas ao alcance do tratamento proposto somado à redução de custos, o fisioterapeuta terá o papel de verificar a pertinência, a frequência, a quantidade e a qualidade dos serviços de fisioterapia prestados, bem como de sugerir adequações quando pertinentes. Material complementar Para saber mais sobre o temo da aula, leia o texto disponível em nossa biblioteca virtual. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde/NOB-SUS - 01/1996. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília: 06 nov. 1996. AUDITORIA EM ODONT., FISIO.,FARMÁCIA E ENFERMAGEM 39 CIPRIANO, Sonia L.; PINTO, Vanusa B.; CHAVES, Cleuber E. Gestão estratégica em farmácia hospitalar: Aplicação prática de um modelo de gestão para qualidade. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2009. DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Tradução Lenke Peres. Rio de Janeiro: Campus, 1998. FILHO, Wladmir M. B.; FERRACINI, Fábio T. Prática Farmacêutica no Ambiente Hospitalar: Do Planejamento à Realização. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2010. GIANESI, Irineu G. N.; CORRÊA, Henrique Luiz. Administração Estratégica de Serviços. São Paulo: Atlas, 1994. Exercícios de fixação Questão 1 O farmacêutico deve ser o responsável pela auditoria de sua área, porque existem elementos que sustentam a necessidade da gestão guiada pelo conhecimento. Assinale a alternativa que NÃO está de acordo com essa afirmativa. a) Serviços de difícil padronização ficam a cargo da habilidade e do conhecimento do executor. b) A exigência da atuação por meio de práticas gerenciais seguras, legais e de qualidade. c) O gerenciamento de processo concentra seus esforços na melhoria contínua das atividades que agregam valor aos bens e serviços. d) A gerência embasada no conhecimento deve eliminar as atividades que apenas geram custos. e) O acompanhamento dos passos que compõem um processo gera o conhecimento necessário à gestão. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 40 Questão 2 O trecho “uma maneira de reter e transferir o conhecimento é a estruturação dos processos de trabalho” é exemplificado em todas as ações descritas abaixo, exceto: a) Elaborar roteiro das atividades a serem desenvolvidas, que deve ser constantemente atualizado de acordo com as demandas. b) Registrar adequadamente, em formulário interno próprio, a evolução diária. c) Identificar-se como colaborador responsável pelas ações realizadas e registradas na evolução. d) Preencher os formulários da maneira mais simplificada e rápida possível a fim de evitar perda de tempo. e) Reportar-se ao superior direto se notar necessidade de adequação de alguma rotina com vistas ao bom desempenho. Questão 3 Analise as afirmativas a seguir: I – Espera-se que o serviço de farmácia contribua diretamente para os resultados da assistência prestada aos pacientes. II – É essencial que a estrutura da farmácia seja adequada, e os procedimentos operacionais bem definidos. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) Ambas as alternativas estão corretas, e a segunda é a condição para a realização da primeira. b) Ambas as alternativas estão corretas, e a primeira é a conseqüência da segunda. c) Ambas as alternativas estão errada. d) Apenas a primeira alternativa está correta. e) Apenas a segunda alternativa está correta. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 41 Questão 4 Sobre os componentes e indicadores observáveis na avaliação das farmácias hospitalares, assinale a alternativa correta. a) O componente gerenciamento lida com o indicador de metas estabelecidas cumprida. b) O componente programação guarda relação com a manutenção dos estoques. c) O componente aquisição guarda relação com a qualificação dos fornecedores. d) O componente armazenamento relaciona-se com a redução das perdas, assim como o componente distribuição. e) Todas as alternativas estão corretas. Questão 5 A seleção de medicamentos aparece como atividade essencial para a farmácia hospitalar, oferecendo a base para o desenvolvimento das demais atividades e para seu uso seguro e racional. A atividade geralmente envolve a constituição de uma comissão responsável pelo processo – normalmente denominada Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT). Sobre o processo de seleção para aquisição, não é correto afirmar que: a) O processo de seleção pela CFT deve gerar uma lista de medicamentos essenciais (LME) e uma avaliação dos resultados alcançados. b) O processo de seleção é imprescindível para a farmácia hospitalar, e sua falta torna acrítica a gestão desta. c) Uma lista de compras funciona como uma LME, uma vez que sua função é discriminar as necessidades do estoque. d) No caso de uma gestão acrítica, os medicamentos selecionados não respondiam às necessidades dos pacientes internados. e) A elaboração de uma LME considera o estoque e o perfil populacional e de atendimento, não podendo, por isso, ser padronizada. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 42 Questão 6 Apenas uma das as alternativas abaixo evidencia motivos diretos pelos quais a auditoria se consolidou nas rotinas farmacêuticas. Assinale-a. a) A busca pela excelência na qualidade da prestação assistencial nos serviços de saúde com o uso eficiente dos recursos econômicos tem sido o principal motivo para as mudanças ocorridas na prática de auditoria clínica. b) A formação de um mercado competitivo com o surgimento de diversas empresas e a padronização sistemática da prática com a publicação de manuais para as boas práticas de auditoria. c) A ampliação das fontes de consulta e de verificação nos serviços de saúde e a definição do foco de interesse (auditoria de cuidados de saúde e auditoria de custos). d) A criação de cargos de auditor em saúde pela administração pública e a incorporação de outros profissionais da saúde, a exemplo do farmacêutico. e) A introdução da prática de auditoria, originária da contabilidade entre os séculos XV e XVI na Itália, na área da saúde no século XX como ferramenta de verificação da qualidade da assistência. Questão 7 As afirmativas abaixo justificam plenamente a auditoria farmacêutica como integrante da auditoria clínica, exceto: a) A importância que assume os medicamentos no contexto dos sistemas de saúde. Tais produtos desempenham um papel fundamental na terapêutica dos pacientes, salvando vidas e ocasionando bem-estar a seus usuários. b) Os medicamentos ocupam um lugar de destaque no gasto com saúde em vários países e são responsáveis por registros de casos de eventos adversos graves, incluindo óbitos. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 43 c) Bens de consumo especiais são, sem dúvida, os produtos sujeitos a uma maior regulação por parte das autoridades de saúde e fazem parte de um rigoroso controle administrativo por empresas privadas. d) A Resolução nº 508, de 29 de julho de 2009, do Conselho Federal de Farmácia. e) A exigência dos sistemas de saúde de descentralização do poder médico nas auditorias. Questão 8 Analise as afirmativas a seguir: I – Os procedimentos de auditoria não são uniformes e não estão sistematizados. II – A execução da auditoria está pautada na legislação e na interpretação de cada auditor. Agora, assinale a alternativa correta. a) Ambas as alternativas estão corretas, e a segunda é consequência da primeira. b) Ambas as alternativas estão corretas, e a primeira é consequência da segunda. c) Ambas as alternativas estão erradas. d) Apenas a primeira alternativa está correta. e) Apenas a segunda alternativa está correta. Questão 9 São os principais pontos observados pelos auditores na execução de auditorias em farmácia hospitalar, exceto: a) Seleção e programação. b) Comercialização e pós-venda. c) Aquisição e armazenamento. d) Distribuição e dispensação. e) Os componentes da assistência farmacêutica hospitalar. AUDITORIA EM ODONT., FISIO., FARMÁCIA E ENFERMAGEM 44 Questão 10 A observância dos indicadores pelos profissionais tem como objetivo, exceto: a) Uma autoavaliação dos serviços prestados. b) A elaboração e implementação de planos de melhoria. c) Reestruturar os estoques da farmácia hospitalar. d) Atingir metas propostas. e) Preparar para receber a fiscalização. Aula
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