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DOUTRINA II ECLESIOLOGIA E GRAÇA_FINAL (UNINTA)

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Prévia do material em texto

1 
 
ANTÔNIO G. SOBREIRA 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
ANTÔNIO G. SOBREIRA 
 
 
 
 
 
 
DOUTRINA II 
ECLESIOLOGIA E GRAÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
2017 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Palavra do Professor autor 
Sobre o autor 
Ambientação à disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
UNIDADE 1 – ORIGEM, FUNÇÃO E NATUREZA DA IGREJA 
 
O significado bíblico da “Igreja” 
A igreja - propriedade de Deus 
Instruídos por Jesus 
A igreja manifestada pelo Espírito Santo 
A Igreja do Novo Testamento 
Descrições metafóricas da igreja 
A igreja visível e invisível 
Cristo a cabeça da igreja 
 
UNIDADE 2 – ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA 
 
A organização eclesiológica da igreja 
A natureza da organização 
A função principal da organização da igreja 
Propósitos da igreja 
Modelos bíblicos da organização da igreja 
O governo da igreja 
Os oficiais da igreja do Novo Testamento 
Os anciãos da igreja do Novo Testamento 
A igreja serva de Deus 
 
 
 
6 
 
UNIDADE 3 – DOUTRINA DA SALVAÇÃO (GRAÇA) 
 
O mundo e a vida no pecado 
A revelação da justiça de Deus 
A nova vida e a nova obediência 
A graça no debate teológico 
O Arminianismo 
Calvinismo (João Calvino) 
Karl Barth 
 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura Obrigatória 
Saiba mais 
Pesquisando com a Internet 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Palavra do professor 
 
Caro estudante, 
Neste estudo, você deve refletir sobre a Igreja como o único propósito de 
Deus sobre a natureza da Igreja que é relacionar os principais elementos que 
compõem seu caráter e sinal da Igreja de Cristo. É entendida no sentido de que 
consiste do corpo dos eleitos, os quais são chamados para a vida eterna no 
transcorrer dos tempos. Mas também considerada como a comunidade dos santos 
(ekklesia), composta dos que professam a fé em Jesus Cristo. 
 A igreja consiste em uma instituição da sociedade, que pode ser analisada e 
estudada pelos métodos da ciência social, mas podemos ser tentado a definir a 
igreja empiricamente. A Igreja de Cristo é um aspecto da doutrina cristã sobre o qual 
quase todos, crentes e descrentes, têm uma opinião. Entretanto a maneira de 
analisar e definir a igreja são usar os mesmos meios utilizados nas outras partes da 
teologia sistemática, ou seja, estudando o material bíblico. 
No estudo dessa disciplina você terá oportunidade de aprofundar os temas a 
partir das leituras dos textos desse livro elaborado para colaborar com sua 
aprendizagem. 
 
 
 
 
Bons estudos! 
 
8 
 
Sobre o autor 
 
 
Antônio Gonçalves Sobreira é pós - graduado em Ciências 
da Educação e Psicopedagogia. Graduando em Filosofia 
pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA (2013). 
Possui Bacharelado em Teologia pelo Instituto Superior de 
Teologia Aplicada (2009). Seu primeiro Bacharelado em 
Teologia foi através do Seminário Latino Americano de 
Teologia (1997). Atualmente é professor do Instituto Superior 
de Teologia Aplicada. Tem experiência na área de Teologia, Antropologia e Filosofia 
com ênfase em Teologia Sistemática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Ambientação 
 Nessa disciplina você terá oportunidade de entender e identificar a definição 
de igreja que surge da palavra grega “Ecclesia”. O sentido de “igreja” não faz 
menção a edifício, mas o significado de pessoas. A Escritura utiliza-se de metáforas 
para explicar a natureza da Igreja do Novo Testamento. É importante conhecê-las, 
pois assim conheceremos mais acerca do que é a Igreja, ou o que deveria ser nos 
planos de Deus. Se você ler o texto de Romanos 16:5: “Saudai também a igreja que 
está em sua casa.” O apóstolo Paulo se refere à igreja em sua casa, não à igreja 
morada, mas um grupo de pessoas crentes. A Igreja nada tem a ver com templos ou 
edifícios, mas com o povo de Deus que se reúne no mundo todo. 
Essa Igreja que tem um fundamento, Jesus Cristo. Manifesta-se como a 
“pedra que vive, rejeitada sim pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” 
(I S. Ped. 2:4). Para Paulo Jesus Cristo era o único fundamento seguro, dizendo: 
“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é 
Jesus Cristo” (I Cor. 3:11). Também ao identificar Jesus com a rocha mencionada 
por Moisés: “E beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra 
espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo” (I Cor. 10:4). Quando Jesus falou 
essas palavras a Igreja era constituída por um pequeno grupo de seguidores. 
Alguns poderiam considerar que aquele movimento não iria muito longe, não 
prosperaria. Após a morte de Jesus seus discípulos se dispersariam e tudo não daria 
em nada, como tantos outros movimentos religiosos daqueles dias. 
A Igreja de Cristo deve cooperar com ele na missão de salvar almas. Ele é o 
sumo sacerdote, capaz de fazer a mediação perfeita entre Deus e os seus filhos. 
“Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou 
nos Céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo 
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, 
como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos pois com confiança ao 
trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de 
sermos ajudados em tempo oportuno”. 
10 
 
 Aqueles que são salvos por Jesus tem a oportunidade de se unirem a sua 
Igreja. Logo Deus tem a sua igreja na terra. Esses são seus escolhidos, são aqueles 
que responderam positivamente ao seu chamado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 Trocando ideias com os autores 
Sugerimos a leitura do livro Teologia da Igreja, uma obra 
excelente para orientar estudantes de teologia, pastores 
nas responsabilidades eclesiásticas, que desafia os líderes 
do povo de Deus no que diz respeito à doutrina e as 
práticas eclesiásticas à luz da Bíblia. A grande vantagem 
deste livro é o fato de o autor conhecer a cultura brasileira, 
pois passou muitos anos ensinando no contexto brasileiro. 
Ele entende a mentalidade e cultura que moldam as 
atitudes e ambições dos membros das diversas comunidades evangélicas. 
 
MULHOLLAND, Dewey M. Teologia da Igreja: uma igreja segundo os propósitos de 
Deus. São Paulo: Shedd, 2004. 
 
Propomos também a leitura da obra Lei, Graça e 
Santificação num estilo claro, envolvente e atual, o Dr. 
Shedd expõe a perspectiva bíblica acerca de pontos 
fundamentais na experiência cristã individual: lei, graça e 
santificação. Ele nos ensina a evitar os perigos extremos do 
legalismo, do formalismo e do tradicionalismo, mostrando-
nos, por outro lado, como fugir de um evangelho teórico, 
sem vida e até mesmo libertino. 
 
SHEDD, Russell P. Lei, graça e santificação. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2005. 
Guia de Estudo: Após a leitura das obras, realize uma comparação entre as ideias 
dos autores, em seguida faça um texto dissertativo-argumentativo sobre o que mais 
lhe chamou atenção. 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
ORIGEM, FUNÇÃO E 
NATUREZA DA IGREJA 
1 
CONHECIMENTO 
Conhecer os aspectos relevantes da doutrina da Igreja, sua origem, função e 
natureza. 
 
HABILIDADE 
 Ser capaz de compreender e interpretar textos sobre o tema bem como ser capaz 
de fazer exposição escrita, pública em eventos, palestras, seminários em ambientes 
acadêmicos acerca do tema. 
 
ATITUDE 
 Buscar desenvolver e exercitar capacidade reflexiva crítica acerca do objeto 
estudado e incorporá-la na sua práxis. 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
SIGNIFICADO BÍBLICO DA “IGREJA” 
 
 O termo Igrejano grego significa “chamar para fora, convocar, geralmente 
uma reunião religiosa”. Na versão grega do Antigo Testamento ele aparece para 
designar a assembleia do povo de Deus, como a assembleia do Sinai. A primeira 
comunidade dos seguidores de Jesus usou esse termo, talvez porque se 
consideravam herdeiros dessa Assembleia. O termo “Kyriakè”, do qual deriva 
“Church”, “Kirche”, significa “a que pertence ao Senhor”. 
 Para os cristãos o termo Igreja pode designar a reunião ou assembleia reunida 
em adoração, bem como a comunidade local e universal dos seguidores de Jesus. 
A igreja nada tem a ver com templos ou edifícios, mas com o povo de Deus que se 
reúne no mundo todo. Essa igreja tem um fundamento, Jesus Cristo como a “pedra 
que vive, rejeitada sim pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (I S. 
Ped. 2:4). Para Paulo Jesus Cristo era o único fundamento seguro, dizendo: “Porque 
ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus 
Cristo” (I Cor. 3:11). Também ao identificar Jesus com a rocha mencionada por 
Moisés: “E beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra 
espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo” (I Cor. 10:4). 
 Jesus mesmo usou essa ilustração da Pedra quando disse: “Sobre esta pedra 
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela” (S. Mat. 
16:18). Assim a Igreja Cristã está edificada sobre o próprio Senhor Jesus Cristo. Ele 
sacrificou a si mesmo, o seu próprio corpo foi ferido, assim como a rocha ferida no 
deserto, pelo benefício de muitos. Nada poderia prevalecer contra uma igreja 
fundada em tão sólido fundamento. 
 Quando Jesus falou essas palavras a igreja era constituída por um pequeno 
grupo de seguidores. Alguns poderiam considerar que aquele movimento não iria 
muito longe, não prosperaria. Após a morte de Jesus seus discípulos se 
dispersariam e tudo não daria em nada, como tantos outros movimentos religiosos 
daqueles dias. 
Porém a igreja não estava fundada sobre a sabedoria humana, nem sobre a 
força do homem, mas sobre a Rocha Viva. A história mostrou que nem mesmo o 
tempo, e todas as adversidades foram capazes de barrar o avanço da igreja, com 
16 
 
todos seus problemas, ela continua até hoje cumprindo sua missão de glorificar a 
Deus e conduzir homens ao Salvador. (Atos 4:12, 13, 20-33). 
 Foi parte do designo divino que todos que viessem a crer em Cristo, deveriam 
compor uma comunidade universal, pois a todos os povos, nações e línguas 
deveriam se estender o convite à salvação. Aqueles que eram alcançados com a 
pregação eram reunidos na comunidade cristã, como retrata o livro de Atos dos 
Apóstolos. É um privilégio para qualquer ser humano participar dessa comunidade. 
Deus deseja constituir um povo composto por todos os que creem em Jesus, todos 
que são feitos filhos de Deus fazem parte desse corpo do qual Jesus é a cabeça. 
Os membros desse corpo podem desfrutar do companheirismo mútuo e com seu 
Senhor e Mestre. 
 O termo Igreja aparece na própria escritura nos seguintes versos por meio das 
expressões como “a igreja de Deus” (Atos 20:28), “o corpo de Cristo” (Efés. 4:120), e 
“a igreja do Deus vivo” (I Tim. 3:15). 
 
 
A aplicação do termo Igreja na Bíblia 
 
A palavra igreja é usada num sentido geral para designar todas as igrejas ou 
o conjunto de todas as igrejas (Mat. 16:18; I Cor. 12:28). Mas também é usada em 
sentido particular designando a igreja local, em uma determinada cidade, como a 
igreja de Roma (Rom. 1:6 e 7), a igreja de Corinto (I Cor. 1:2), a igreja de 
Tessalônica (I Tess. 1:1). Notem-se as referências feitas às igrejas provinciais: as 
igrejas da Galácia (I Cor. 16:1), as igrejas da Ásia (I Cor. 16:19), as igrejas da Síria e 
Cilícia (Atos 15:41). 
 Cristo é a cabeça da igreja, é o seu senhor, ele tem amor profundo aos 
membros do corpo. Ele deve ser glorificado na igreja (Efés. 3:21), por meio da igreja 
o Senhor, revelará a “multiforme sabedoria de Deus” (Efés. 3:10). Dia a dia ele 
“alimenta” a igreja (Efés. 5:29); e seu maior anelo é fazer dela uma igreja “gloriosa, 
sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efés. 
5:27). 
 
17 
 
 Cristo com seu exemplo e por meio dos seus ensinos revelou ao mundo uma 
verdade não ainda conhecida pelos judeus da sua época. A verdade era que Deus 
estava derrubando o muro de separação entre Israel e as outras nações (João 4;4-
42; 10:16; Lucas 9:51-56; Mat. 15:21-28). O apóstolo Paulo escreveu: “Os gentios 
são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo 
Jesus por meio do evangelho” (Efésios 3:16). 
 Entre os membros do corpo de Cristo não deve haver diferenças, todos devem 
ser tratados com a mesma dignidade, não deve haver preferência de raça, 
nacionalidade, pois todos são irmãos filhos do mesmo Pai espiritual, e “para que 
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Os salvos formam 
uma irmandade universal, uma nova humanidade, “todos… um em Cristo Jesus” 
(João 3:16; Gál. 3:28). 
 
 
A IGREJA - PROPRIEDADE DE DEUS 
 
 A Igreja é propriedade de Cristo e ele sabe que ela está constantemente 
sujeita as tentações do Diabo. Ao ser glorificado Jesus não perdeu a sua humildade 
e amor que demostrara quando esteve entre nós na forma de servo. Ele está 
familiarizado com os seus sofrimentos, pois ele mesmo foi um varão de dores. Sabe 
que o mundo odeia sua igreja assim como o odiou. Ele está no céu, mas acompanha 
bem de perto os seus. O mais frágil servo está ligado ao seu coração por laços 
eternos. Jesus é o representante da humanidade, ele possui a natureza humana. 
 A Igreja de Cristo deve cooperar com ele na missão de salvar almas. Ele é o 
sumo sacerdote, capaz de fazer a mediação perfeita entre Deus e os seus filhos. 
 
Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que 
penetrou nos Céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não 
temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas 
fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. 
Cheguemos, pois com confiança ao trono da graça, para que possamos 
alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo 
oportuno. (HEBREUS 4: 14-16). 
 
 
Jesus vive para interceder pelos seus. Ele é o Redentor, que abençoa e 
liberta do cativeiro os presos do Diabo, agregando cada vez mais o número dos 
18 
 
salvos à sua igreja. A igreja entra em conflito com as forças das trevas, e Satanás 
fará de tudo para lançar todo o opróbrio sobre os escolhidos que ele não pode 
enganar e iludir com suas invenções e falsidades satânicas. Mas Jesus o Salvador, 
dará aos seus, arrependimento e a remissão dos pecados. 
 
Cristo identifica-se com sua Igreja 
 
 Aqueles que são salvos por Jesus tem a oportunidade de se unirem a sua 
igreja. Logo Deus tem a sua igreja na terra. Esses são seus escolhidos, são aqueles 
que responderam positivamente ao seu chamado. A oração de Cristo denota isso: 
“Pai, aqueles que me deste, quero que, onde eu estiver, também eles estejam 
comigo, para que vejam a Minha Glória”. Jesus deseja que a sua Igreja um dia 
esteja consigo. Isso se tornará uma realidade quando ele retornar uma segunda vez. 
Mas a igreja compartilhará dos sofrimentos e provas antes de chegar ao momento 
de deslumbrar a glória de Cristo e dela participe. Cristo quer que sua igreja participe 
da sua glória. 
 
Raízes da Igreja Cristã 
 
 No Antigo Testamento Deus tinha a sua congregação organizada do povo de 
Deus. No início eram famílias que serviam a Deus, através da linhagem de Adão, 
Sete, Noé, Sem e Abraão – eles foram como que guardiães da verdade. Essas 
famílias viviam em um sistema de patriarcado muito comum no mundo antigo. O pai 
exercia funções de sacerdote, podia julgare sentenciar alguém a morte. Deus 
prometeu a Abraão que sua família se tornaria uma nação. Essa nação, Israel 
deveria ser uma continuação daquilo que Deus pretendia que Abraão fosse: uma 
benção para todas as nações da Terra (Gên. 12:1-30). 
 Israel foi chamada de “igreja [ou “congregação”] do deserto” (Atos 7:38). Seus 
membros foram considerados “um reino de sacerdotes e nação santa” (Êxo. 19:5), o 
“povo santo” de Deus (Deut. 28:9; cf. Lev. 26:12) – sua igreja. Deus plantou Israel 
em um território chamado Palestina, o centro das principais civilizações do mundo e 
o encontro de três grandes continentes – Europa, Ásia e África. 
19 
 
Os judeus deveriam ministrar o conhecimento do verdadeiro Deus às demais 
nações. Elas deveriam ter a oportunidade de ser incorporada a fé verdadeira (Isa. 
56:7). Isso mostra que Deus tinha planos para toda humanidade e Israel seria um 
instrumento que ele usaria. Deus pretendia ter uma grande congregação (igreja) 
onde pudesse reunir pessoas de todas as nações. Eles viriam adorar a Deus e 
aprender a respeito dele. 
 Mas apesar de todo favorecimento com conhecimento verdadeiro, Israel caiu 
em idolatria, se isolou, tornaram-se orgulhosos e egoístas. Enfim eles fracassaram 
em sua missão. 
 A primeira vinda de Jesus colocou Israel numa situação de decisão final, como 
se o tempo de oportunidade para arrependimento houvesse chegado. Caso 
aceitasse continuaria a ministrar ao mundo, caso fracassassem Deus instituiria a sua 
Igreja, independente da resposta de Israel, Deus tinha seu plano. Infelizmente 
apenas um pequeno grupo respondeu positivamente. Esses o apóstolo Paulo chama 
de remanescente, eles se tornaram a Igreja cristã primitiva. 
Agora o fracasso de Israel foi não reconhecer o Messias. Eles aguardavam 
um messias que viesse libertar a Nação Judaica do poderio romano. Mas o Messias 
veio libertá-los de si mesmos. E ao enviarem Jesus para a cruz, mostraram a 
depravação e decadência espiritual em que se encontravam. O tipo da sua 
decadência foi esquecerem a promessa do Messias Rei vindouro, e abraçaram a 
César (S. João 19:15). Assumiram que quem os governava era Cesar e não Deus. 
 A cruz foi uma grande revelação acerca de duas missões: a missão de Israel e 
a de Cristo. A cruz revelava que Israel, o povo de Deus estava centralizado demais 
em si mesmo ao ponto de não reconhecerem o Messias prometido. A segunda 
revelação é sobre a missão de Cristo, que mostra o quanto estava empenhado na 
sua missão de salvar a humanidade, sacrifica a si mesmo para que outros tenham a 
vida eterna. Quão diferentes são os resultados de ambas as missões. 
 Com a morte de Cristo chega o fim da missão de Israel, e com sua 
ressurreição, temos o início da igreja cristã e sua missão: a proclamação do 
evangelho de salvação através dos méritos de Cristo. Israel se tornou só mais uma 
nação, igual a tantas outras, deixaram de ser a Igreja de Deus. Assim, Deus 
estabeleceu uma nova Igreja que deveria ministrar ao mundo inteiro. (S. Mat. 21:41 
e 43). 
20 
 
Instruídos por Jesus 
 
 Jesus Cristo o maior mestre que os homens já conheceram apresentou muitos 
dos seus ensinamentos ao público em geral, mas também instruiu diretamente em 
particular seus discípulos mais próximos. Eles foram preparados por Jesus por um 
período aproximadamente de três anos e meio. Mas Cristo não ensinou na teoria ou 
por máximas. Ele viveu na prática seus ensinamentos. Ele tratou as pessoas com o 
máximo de bondade e humanidade, curou, libertou, consolou, alcançando parte da 
população antes quase que negligenciada pela elite da sociedade judaica. 
Os seus discípulos mais próximos eram pessoas do povo comum, 
pescadores, gente humilde, também tinha um coletor de imposto, Levi Mateus, mas 
isso não significava que tivesse grande cultura, bastava um pouco de esperteza. 
Embora ensinasse a grandes multidões, em particular junto aos seus discípulos, 
Jesus esclareceu muitas questões que não falara diretamente a multidão. Explicou o 
motivo do ódio demostrado contra ele pelos escribas, fariseus e sacerdotes, e lhes 
falou de seu sofrimento, traição e morte. Preparou-os para o que viria acontecer, 
coisas que seus discípulos só compreenderiam depois dos fatos concretizados. 
Após o derramamento do Espírito Santo seus ensinos foram lembrados e 
corretamente interpretados. 
 
 
A IGREJA – MANIFESTADA PELO ESPÍRITO SANTO 
 
Após conclusão do ministério do Filho na Terra o Espírito Santo no dia de 
Pentecostes foi derramado. Alguns veem nesse momento a inauguração da Igreja 
de Cristo. Agora revestidos do poder do alto, a igreja se manifesta ao mundo, 
publicamente diante da multidão reunida em Jerusalém. Começa a pregação do 
evangelho, onde ela convida todos os homens ao arrependimento e a salvação. 
 Para que a Igreja possa cumprir a sua missão, o Espírito Santo confere a 
cada membro os dons espirituais. Capacitada por esses dons doados pelo próprio 
Cristo por meio do Espírito, ela anuncia ao mundo o Reino dos Céus. 
 
 
21 
 
A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO 
 
A Igreja Cristã surge no contexto do antigo judaísmo. Quase que não dar para 
distinguir a nova religião cristã do judaísmo, isso porque no início da igreja Cristã ela 
era formada exclusivamente por judeus. Praticamente a única diferença era que 
esse grupo havia aceitado Jesus de Nazaré como Messias. É fácil pensar que na 
sua origem os cristãos judeus não se consideravam uma nova religião mais o 
verdadeiro Israel. Mas logo foram anexados os gentios que creram em Cristo. Então 
a compreensão foi ampliada, o novo Israel também é composto por gentios desde 
que tenham fé e aceitam a Cristo (Gál. 3:26-29). Essa nova realidade, marcada pelo 
convívio orgânico e harmônico entre judeus e gentios, é ilustrada por Paulo através 
da imagem de duas árvores: a oliveira natural e a oliveira silvestre (Rom. 9:6-8). 
 Os galhos da oliveira natural são os filhos de Israel. As oliveiras silvestres são 
os gentios. Os gentios que aceitaram a Cristo são os ramos da oliveira silvestre que 
foram enxertados na boa oliveira (Rom. 11:17-25). Eles devem respeitar a herança 
espiritual do antigo Israel, eles foram os primeiros a servirem a Deus. “Se for santa a 
raiz, também os ramos o serão. Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, 
sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles, e te tornaste participante da 
raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; porém se te gloriares, 
sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti” (Rom. 11:16-18). 
 A Igreja Cristã é diferente do Antigo Israel. Deve ser dito que a Igreja não é 
uma extensão de Israel, mas algo novo, e totalmente independente. Israel era uma 
nação, o nacionalismo era uma barreira que separava o povo de Deus de aproximar 
de outros povos. Com a Igreja essas barreiras foram derrubadas. Não havia mais 
uma religião nacional, pois a Igreja era universal e missionária. Assim o propósito 
inicial de Deus seria cumprido, pessoas de todas as nações deveriam vir a conhecê-
lo e adorá-lo. E assim a ordem de Cristo refletia exatamente esse plano inicial. 
“Fazei discípulos de todas as nações” (S. Mat. 28:19). 
 
 
 
 
 
22 
 
DESCRIÇÕES METAFÓRICAS DA IGREJA 
 
A escritura utiliza-se de metáforas para explicar a natureza da igreja do Novo 
Testamento. É importante conhecê-las, pois assim compreenderemos mais acerca 
do que é a igreja, ou o que deveria ser nos planos de Deus. 
 
A igreja como um corpo 
 
 A Igreja é comparada a um corpo composto por seus vários membros. Essa 
metáfora quer salientar a unidade da Igreja e a posição funcional de cada membro 
em relação ao todo. A morte de Jesus reconciliou judeus e gentios “em um só corpo 
com Deus” (Efés. 2:16). Através do Espírito Santo, são “batizados em um só corpo” 
(I Cor. 12:13) a igreja. Como corpo,a igreja é nada menos que o corpo de Cristo 
(Efés. 1:23). Ela é o organismo através do qual ele compartilha de sua plenitude. Os 
crentes são os membros de seu corpo (Efés. 5:30). Consequentemente, ele concede 
vida espiritual por intermédio de seu poder e graça, a cada crente genuíno. Cristo é 
a “cabeça do corpo” (Col. 1:18), a “cabeça da Igreja” (Efés. 5:23). 
Para que a Igreja obtenha êxito em sua missão é necessário que cada 
membro atue devidamente, que cumpra a sua função adequadamente por meio dos 
dons que foram conferidos a cada membro. 
É necessário que cada um desenvolva seus dons, do contrário a igreja irá se 
tornar fraca, morna e morta. Mas esses dons não são fins em si mesmo, não tem 
como objetivo o desenvolvimento pessoal, mas o desenvolvimento do corpo inteiro. 
 
A igreja como um templo 
 
 A Igreja também é comparada a um “edifício de Deus”, o “templo de Deus” no 
qual habita o Espírito Santo. Jesus Cristo é seu fundamento e a “pedra angular” (I 
Cor. 3:9-16; Efés. 2:20). Esse templo apresenta crescimento dinâmico. Assim como 
Cristo é a “Pedra viva”, no dizer de Pedro, assim os crentes são “pedras vivas” que 
constituem a “casa espiritual” (I. S. Pedro 2:4-6). 
 
23 
 
Esse edifício ainda não foi concluído e novas pedras podem ser agregadas ao 
templo, que está sendo edificado “para habitação de Deus no Espírito” (Efés. 2:22). 
Esse edifício deve ser construído com os melhores materiais para que possa resistir 
ao teste de fogo do Dia do Juízo (I Cor. 3:12-15). 
 Ao comparar a Igreja com um templo se quer enfatizar a santidade da 
congregação. O templo de Deus é santo, diz Paulo. “Se alguém destruir o santuário 
de Deus, Deus o destruirá” (I Cor. 3;17). O pecado é uma forma de macular esse 
templo, bem como as relações e alianças com os descrentes: “que sociedade pode 
haver entre a justiça e a iniquidade?… Que ligação há entre o santuário de Deus e 
os ídolos?” (II Cor. 6:14 e 16). A Igreja que se reservar do mundo e de suas 
influências, pois ela é alvo da mais sublime vocação. 
 
A igreja como noiva 
 
A Escritura também compara Jesus como um noivo e a igreja como sua noiva. 
“Desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e 
em benignidade, e em misericórdia” (Osé. 2:19). Em outro lugar ele também declara: 
“Eu sou o vosso esposo” (Jer. 3:14). 
 O apóstolo Paulo utiliza das mesmas imagens: “Tenho vos preparado para vos 
apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (II Cor. 11:2). O amor 
de Cristo por sua igreja é tão profundo e duradouro que ele “a si mesmo se entregou 
por ela” (Efés. 5:25). Ele efetuou esse sacrifício “para que a santificasse, tendo-a 
purificado por meio da lavagem de água pela palavra” (Efés. 5:26). 
Por meio da influência santificante da Palavra de Deus e por meio do batismo, 
Cristo pode purificar sua igreja, livrando-a das suas vestes imundas e vestindo-a 
com as roupas puras da sua própria justiça (S. João 17:17). Ele mesmo é que 
prepara sua igreja para ser sua noiva, “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem 
coisa semelhante, porém, santa e sem defeito” (Efés. 5:27). A plena glória e 
esplendor da igreja não serão vistos até o retorno de Cristo. 
 
 
 
 
24 
 
A igreja como “Jerusalém Celestial” 
 
No Velho Testamento a nação do povo de Deus tinha uma capital, a cidade 
de Jerusalém também chamada de Sião, uma pátria terrestre. Ali Deus habita no 
meio de seu povo (Sal. 9:11): é de Sião que provém a salvação (Sal. 14:7; 53:6). 
Esta cidade deveria ser a “alegria de toda a Terra” (Sal. 48:2). 
 Mas o Novo Testamento vê a Igreja como a “Jerusalém lá de cima”, a 
contrapartida espiritual da Jerusalém terrestre (Gál. 4:26). Os cidadãos desta 
Jerusalém possuem sua “cidadania no céu” (Filip. 3:20). Eles são os “filhos da 
promessa”, que são “nascidos segundo o espírito”, e desfrutam da liberdade pela 
qual Cristo os tornou livres (Gál. 4:22, 26, 31; 5:4); “através do Espírito”, eles 
almejam avidamente a “esperança da justiça pela fé”. Compreendem que em Cristo 
Jesus é a “fé que opera pelo amor”, que lhes confere a cidadania (Gál. 5:5 e 6). 
Aqueles que são parte dessa gloriosa multidão têm chegado “ao monte Sião e à 
cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à 
universal assembleia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Heb. 12;22 e 
23). 
 
A igreja como uma família 
 
A igreja também é comparada a uma família (Efés. 3:15). E existem duas 
formas de se unir a esta família: por adoção (Rom. 8:14-16; Efés. 1:4-6) e o novo 
nascimento (S. João 3:8). Por intermédio da fé em Cristo, aqueles que foram 
batizados não mais são escravos, mas filhos do Pai celestial (Gál. 3:26 a 4:7) que 
vivem com base no concerto. Agora eles pertencem a “família de Deus” (Efés. 2;19), 
a “família da fé” (Gál. 6:10). 
 Os membros dessa família dirigem-se a Deus como “Pai” (Gál. 4:6) e 
relacionam-se uns com os outros como irmãos e irmãs (S. Tia. 2:15; I Cor. 8:11; 
Rom. 16:1). Pelo fato de haver conduzido a muitos para dentro da Igreja, Paulo 
referiu-se a si próprio como um pai espiritual. “Eu, pelo evangelho, vos gerei em 
Cristo Jesus” (I Cor. 4:15). Dirigiu-se àqueles que trouxera para a Igreja como “meus 
amados filhos” (I Cor. 4:14; cf. Efés. 5:1). 
 
25 
 
 Um aspecto importante enfatizado por esta metáfora é que a família é um lugar 
de companheirismo, chamado de Koinonia, em grego, não é meramente 
socialização e sim “cooperação no Evangelho” (Filip. 1:15). Envolve genuíno 
companheirismo com Deus Pai, Seu Filho e o Espírito Santo (I S. João 1:3; I Cor. 
1;9; II Cor. 13:140), bem como com os crentes (I S. João 1:3 e 7). Portanto, os 
membros estendem a todos aqueles que se tornam parte da família, a “destra da 
comunhão” (Gál. 2:9). 
A metáfora da Igreja como uma família é muito rica. Ela implica que na Igreja 
as pessoas devem se interessar genuinamente uma pelas outras, as pessoas devem 
ser amadas e respeitadas, supridas, orientadas, aconselhadas, valorizadas, pois 
todos precisam uns dos outros para se desenvolver. A Igreja é um lugar para se 
praticar responsavelmente o papel que cada um assume como membro dessa 
família, o cuidado e vigilância entre os irmãos espirituais. Cada membro deve amar 
profundamente seu irmão, sendo leais, assim a família será fortalecida. 
A Igreja como uma família é um lugar onde diferentes membros habitam, é um 
lugar onde deve existir apoio mútuo. Devem aprender a viverem em unidade, a 
despeito das diferenças de personalidade de cada um. A unidade não deve fazer 
perder a individualidade. Mas a individualidade não deve se sobrepor ao ponto de 
prejudicar a unidade da mesma. 
 
A igreja como pilar e fortaleza da verdade 
 
 A igreja do Deus vivo acredita possuir a verdade. Ela se ver como “coluna e 
baluarte da verdade” (I Tim. 3:15). Como uma fortaleza, uma cidade bem protegida 
capaz de abrigar e guardar a verdade protegendo-a do ataque do inimigo. Mas 
devemos lembrar que a verdade tem caráter dinâmico, e não estática. Mas isso não 
significa que a igreja deve estar pronta a acolher todos os pontos de vistas, porque 
aí já não teria uma verdade, mas um puro relativismo que redundaria em confusão e 
ceticismo. 
Se um membro do corpo acredita ter recebido uma nova luz, uma nova 
compreensão de um aspecto relevante da verdade deve juntamente com seus 
irmãos testá-los a luz da palavra (Isa. 8:20). Se essa nova compreensão estiver de 
acordo com a escritura deve a igreja aceitá-la; caso contrário, deve rejeitá-la. Todos 
26 
 
os membros deveriam submeter-se a esse julgamento baseado na bíblia, pois “na 
multidão de conselheiros há segurança” (Prov. 11:14). 
Na prática o que vemos é que as mais variadas expressões do cristianismo 
estão divididas por seus credose não é tão fácil fazer qualquer alteração nos 
mesmos. Ao espalhar a luz que possui, isto é, através de seu testemunho, a igreja 
se torna “a luz do mundo”, “uma cidade edificada sobre o monte” que “não pode ser 
escondida”, e “o sal da Terra” (S. Mat. 5:13:15). 
 
 
A igreja como um exército – militante e triunfante 
 
 A igreja é semelhante a um exército disposto em uma batalha. Ela deve 
guerrear contra os poderes do mal. “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a 
carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste 
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efés. 
6:12). Os cristãos devem tomar “toda a armadura de Deus”, a fim de que possam 
“resistir no dia mau, e, depois de ter vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Efés. 
6:13). 
 A igreja desde que foi fundada por Jesus teve que enfrentar muitas lutas 
contra o inimigo. Às vezes esse inimigo é uma força externa, às vezes interna (Atos 
20:29 e 30; I Tim. 4:1). Embora tenha obtido muitas vitórias ainda não é a Igreja 
Triunfante, ela possui muitos defeitos. Os defeitos da igreja foram explicados por 
Jesus em uma parábola: “O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou 
boa semente no seu campo; mas, enquanto os homens os dormiam, veio o inimigo 
dele, semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se” (S. Mat. 13:24 e 25). O joio deve 
crescer junto com o trigo até a colheita final. A orientação foi: “Deixai-os crescer 
juntos até à colheita” (S. Mat. 13:29 e 30). Os inconversos chegam na igreja e aí 
permanecem por obra do inimigo. Essas duas classes permanecerão na igreja até 
que Jesus volte no seu Segundo Advento. 
 A guerra continua em pleno andamento, tribulação e lutas existirão até o fim, o 
Diabo sabe que pouco tempo lhe resta e fará de tudo para prejudicar a igreja. Ele 
está irado contra ela (Apoc. 12:12 e 17), mas quem for perseverante até o fim será 
salvo (S. Mat. 24:13). 
27 
 
 Após o retorno de Jesus a igreja finalmente se tornará triunfante, apresentar-
se-á diante de Jesus como “Igreja gloriosa” – os fiéis de todos os tempos, os 
comprados por seu sangue, “sem mácula, nem ruga, … porém santa e sem defeito” 
(Efés. 5:27). 
 
 
A IGREJA VISÍVEL E INVISÍVEL 
 
Alguns manuais de Teologia Sistemática tratam da Igreja em dois aspectos, a 
Igreja Visível e a Igreja Invisível. Mas esses conceitos são válidos? Existe uma Igreja 
Invisível? Chama-se de Igreja Visível a igreja de Deus organizada para o serviço, é a 
Igreja local. Ela está comissionada por Cristo para levar o evangelho ao mundo (S. 
Mat. 28:18-20), e está trabalhando para que pessoas estejam preparadas para a 
volta gloriosa de Jesus. (I Tess. 5:23; Efés. 5:27). Ela faz uma obra parecida com a 
que o Senhor Jesus fez quando esteve na terra (S. Luc. 4:18 e 19). 
 A Igreja Invisível ou Igreja Universal (não é uma denominação) seria composta 
dos filhos de Deus em todo o mundo. Inclui os crentes que estão dentro da Igreja 
Visível, têm seguido a luz que Cristo lhes concedeu (S. João 1:9). Ela é composta 
por pessoas que nunca ouviram falar de Jesus Cristo, mas que têm procedido “por 
natureza de acordo com a lei” (Rom. 2:14). 
 Essa compreensão inclui a ideia que a verdadeira adoração a Deus é 
espiritual, ou seja, não está limitada por paredes de templos ou denominações. 
Jesus mesmo disse: “Vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores 
adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para 
seus adoradores” (S. João 4:23). Sendo assim somente Deus tem condição de 
identificar seus verdadeiros adoradores, os seres humanos não tem condição de 
saber com exatidão. 
Acredita-se que o Espírito Santo trabalha no sentido de conduzir seu povo da 
Igreja Invisível para sua Igreja Visível. “Ainda tenho outras ovelhas, não deste 
aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então haverá um 
rebanho e um Pastor” (S. João 10:16). As verdades de Deus são mais 
profundamente conhecidas e experimentadas na Igreja Visível, pois ali os seus 
membros poderão desfrutar do amor e companheirismo mútuo. Ela é portadora dos 
28 
 
dons espirituais que são utilizados para crescimento espiritual e para edificação da 
igreja (Efés. 4:4-16). Paulo ao converter-se ao evangelho foi apresentado a Igreja de 
Cristo onde pode desenvolver seus dons (Atos 9:10-22). Assim deseja o Senhor que 
todos seus filhos sejam conduzidos ao aprisco a fim de que todos sejam um e 
estejam prontos para a vitória final (S. Mat. 24:14). A igreja do céu e na terra tem 
sido incluídas no conceito de Igreja Invisível (Efés. 1:22 e 23). 
 
 
Cristo - a cabeça da igreja 
 
No primeiro sentido, Cristo é considerado como cabeça da Igreja (cf. Col 2: 
18-19 e Efésios 4: 15-16). Isso significa duas coisas: primeiro, que ele é o 
governante, o líder, o gerente que guia a comunidade cristã como seu líder e Senhor 
(cf. Col 1: 18: "Ele é a cabeça do corpo, a Igreja"); e o outro significado é que ele é 
como a cabeça que anima todos os membros do corpo que governa (na verdade, de 
acordo com Col 2: 19 é preciso "ficar unida à cabeça, da qual todo o corpo, recebe 
nutrição e a coesão"): isto é, ele não é apenas o líder, mas aquele que está 
organicamente ligado com a gente, que também tem a força para agir no caminho 
certo. 
Em ambos os casos, a igreja é considerada sujeita a Cristo, tanto para seguir 
e obedecer a seus mandamentos, e absorver toda vitalidade que vem com ele. Seus 
mandamentos não são apenas palavras, mandatos, mas são forças vitais que vêm 
com ele e nos ajudam. Esta ideia é particularmente desenvolvida em Efésios, onde 
até os ministérios da igreja, são conferidos por Cristo Ressuscitado: é ele quem "deu 
uns para apóstolos; alguns profetas; outros para evangelistas; alguns pastores e 
mestres" (Ef 4, 11). 
 E para ele que "todo o corpo, unidos e mantidos juntos por toda junta, (...) 
realizando assim o crescimento do corpo para a edificação em amor" (Ef 4, 16). 
Cristo, de fato, ele tende a "apresentá-la (à igreja) para si mesmo em esplendor; sem 
mancha nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e sem defeito" (Ef 5, 27). Com 
isto nos diz que o amor é precisamente a força que constrói a igreja, que guia a 
igreja, com o qual também dá a direção certa para a igreja. Portanto, o primeiro 
29 
 
significado é Cristo, a Cabeça da Igreja, tanto em termos de condução, é acima de 
tudo em termos de inspiração e vitalização orgânica em virtude do seu amor. 
Então, em um segundo sentido, Cristo é considerado não só como cabeça da 
igreja, mas como chefe das potências celestes e todo o cosmos. Assim, em 
Colossenses, lemos que Cristo "uma vez despojado os principados e potestades e 
fez um exemplo público deles, triunfando sobre eles" (Col 2, 15). Da mesma forma, 
em Efésios encontramos que, com a sua ressurreição, Deus colocou Cristo "acima 
de todo principado, poder, força, dominação e tudo tem um nome não só neste 
mundo, mas no próximo" (Ef 1, 21). 
Com estas palavras, as duas cartas nos dar uma mensagem muito positiva e 
frutífera: Cristo não precisa temer qualquer possível concorrente, porque é superior a 
qualquer forma de poder que tentam humilhar o homem. Só que ele "nos amou e se 
entregou por nós" (Ef 5, 2). Então, se estamos unidos a Cristo, devemos temer 
nenhum inimigo e nenhuma adversidade; mas isso também significa que devemos 
permanecer intimamente unidos a ele. 
O anúncio de que Cristo era o único vencedor e quem estiver com Cristo não 
tem que temer ninguém, apareceu como uma verdadeira libertação para o mundo 
pagão, que acreditava em um mundo cheio de espíritos, um lugar muito perigoso e 
do qual tinham que se defender mesmo todo o cosmos se submete a ele, e a ele 
converge como sua própria cabeça. São famosas palavras da Carta aos Efésios que 
falam do plano de Deus de "unir todasas coisas em Cristo, as coisas no céu e na 
terra" (1, 10). 
Da mesma forma, na carta aos Colossenses lemos que "nele foram criadas 
todas as coisas nos céus e na terra, visíveis e invisíveis" (1, 16) e que "pelo sangue 
da sua cruz reconciliou por ele e para ele todas as coisas, o que na terra e no céu" 
(1, 20). Assim, por um lado, o mundo material e, por outro, esta pequena realidade 
da história da nossa terra, o mundo das pessoas: Tudo é um só em Cristo. Ele é a 
cabeça do cosmos; também o cosmos foi criado por ele, foi criado para nós, como 
estamos nele. 
É uma visão racional e personalista do universo. É uma visão mais 
universalista que isso não era possível conceber, e isto converge apenas em Cristo 
ressuscitado. Cristo é o todo-poderoso (grego Pantokrator), que são submetidas 
30 
 
todas as coisas: o pensamento vai para Cristo Pantocrator, que enche a abside das 
igrejas bizantinas, descrito às vezes sentado no topo do mundo, ou mesmo acima de 
um arco-íris para indicar a sua igualdade com o próprio Deus, em cuja mão direita 
está sentado (cf. Ef 1, 20; Col 3: 1), e, portanto, seu condutor exclusivo dos destinos 
humanos. 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
ADMINISTRAÇÃO DA 
IGREJA 
 2 
CONHECIMENTO 
Conhecer os aspectos relevantes da doutrina da Igreja, com ênfase no tema 
organização eclesiástica da Igreja. 
 
HABILIDADE 
 Ser capaz de compreender e interpretar textos sobre o tema bem como ser capaz 
de fazer exposição escrita, pública em eventos, palestras, seminários em ambientes 
acadêmicos acerca do tema. 
 
ATITUDE 
 Buscar desenvolver e exercitar capacidade reflexiva crítica acerca do objeto 
estudado e incorporá-la na sua práxis. 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
A ORGANIZAÇÃO ECLESIOLÓGICA DA IGREJA 
 
Sempre que um pequeno grupo de pessoas se associa em uma pequena 
comunidade e começa a crescer, torna-se necessário algum tipo de organização, por 
mais simples que seja. Mas com o crescimento do grupo, é forçoso tornar essa 
organização mais elaborada e complexa. Duas preocupações básicas estão 
presentes desde o início da igreja: a nutrição espiritual daqueles que compõem a 
igreja e conquista de novos membros para a igreja por meio da pregação do 
evangelho ou evangelismo. Cristo mandou que se pregasse o evangelho em todo 
mundo, mas isso inclui também o ensino e nutrição espiritual dos que aceitam o 
convite. Esses dons devem ser usados com equilíbrio e sabedoria. Eles devem 
aprender a usar seus talentos para a causa de Cristo. Uma vez “Deus não é de 
confusão”, antes deseja que todas as coisas sejam feitas “com decência e ordem” (I 
Cor. 14:33 e 40), a igreja deve dispor de uma organização simples mas eficaz. 
 
A Natureza da Organização 
 
Consideremos a qualidade de membros e a organização. 
 
 1- Qualidade do membro de igreja. Quando um convertido aceita a qualidade 
de membro torna-se parte da comunidade de fé da nova aliança. Isso significa que 
aceita entrar em novo relacionamento com Deus e com outras pessoas. 
a. Qualificações do membro. A primeira condição para se tornar membro 
da igreja é aceitar Jesus Cristo como seu salvador, o que deve vir seguido de 
arrependimento dos pecados. 
b. Deve-se aceitar ser batizado (Atos 2:36-41; cf. 4:10-12), e espera-se 
que tenham experimentado a conversão. Também deve aceitar a grande comissão 
de Cristo, de ir e ensinar outras pessoas a observar todas as coisas que ele ordenou 
(veja S. Mat. 28:20). 
c. Igualdade e serviço. Segundo Jesus seus seguidores deviam viver em 
harmonia e ser todos irmãos e o “o maior dentre vós será vosso servo” (S. Mat. 23:8 
e 11), existe aqui o pressuposto da igualdade. Devem entender que seguir a Cristo 
significa imitá-lo, pois ele ministrava em favor dos necessitados. 
35 
 
d. Sacerdócio de todos os crentes. Com a Nova Aliança o antigo 
regime sacerdotal Araônico perde a validade. Não há mais mediadores humanos, 
Jesus é o único mediador. No entanto a Igreja se tornara “sacerdócio santo” (I S. 
Ped. 2;5). O apóstolo prosseguiu: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, o 
povo é propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele 
que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (I S. Ped. 2:9). 
O sacerdócio de todo crente não significa que cada um individualmente deva 
criar suas próprias crenças e passar a agir separadamente do corpo de crentes. 
Quer dizer que cada um pode ir a Deus diretamente por meio de Cristo e que todos 
possuem a responsabilidade de ministrar a outros em nome de Deus, e de 
comunicar-se diretamente com ele, sem a necessidade de qualquer intermediário 
humano. Os membros precisam um dos outros para crescerem organicamente, mas 
também há uma esfera para a individualidade, é a parte onde cada um é 
responsável por si mesmo diante de Deus. Também podemos concluir que não 
existe diferença qualitativamente entre clérigos e leigos, embora existam funções 
diferentes, funções entre as duas categorias. 
 e) Obediência a Deus e ao Estado. A Bíblia reconhece que por trás dos 
negócios humanos, Deus realmente tem em suas mãos o poder sobre os 
governantes da terra e por isso pede que os crentes respeitem e obedeçam as 
autoridades civis, desde que não fira a nossa fidelidade para com Deus: “Antes 
importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29). Aquele que tem nas 
mãos a autoridade civil é “ministro e Deus para o teu bem,… para castigar o que 
pratica o mal”. Portanto, os membros da Igreja devem pagar “a todos o que lhes é 
devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; 
a quem honra, honra” (Rom. 13:4 e 7). O crente é um cidadão do reino dos céus, 
mas ao mesmo tempo em que está no mundo é cidadão, e deve cooperar para que 
a vida em sociedade seja a mais justa e pacífica possível. Na sua relação com as 
autoridades seculares, eles procuram cumprir o que Jesus disse: “Dai, pois, a César 
o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (S. Mat. 22:21). 
 
 
 
 
36 
 
A FUNÇÃO PRINCIPAL DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA 
 
A fim de cumprir o plano de Deus a Igreja precisou ser organizada. Sem 
organização nenhum empreendimento pode lograr êxito. O plano de Deus é que o 
mundo inteiro conheça a sua palavra. Jesus pretendia que todos ouvissem o 
evangelho, por isso enviou seus discípulos para pregarem a todo o mundo, e não 
apenas a uns poucos “eleitos”. 
 
a. Adoração e exortação. Uma das funções da Igreja é congregar pessoas 
em torno do culto ao Criador. Jesus e os discípulos adoravam, e a Escritura 
pede para não deixemos de congregar “como é costume de alguns; antes 
façamos admoestações, e tanto mais quando vedes que o dia se aproxima” 
(Heb. 10:25; cf. 3:13). Participar do culto a Deus em uma congregação trás 
grande refrigério espiritual, encorajamento e alegria. 
b. Companheirismo cristão. O companheirismo é uma necessidade humana, 
e o convívio com os “irmãos” de fé supre esta necessidade “Cooperação no 
evangelho” (Filip. 1:5). Inclusive também numa relação com o 
transcendente, e também com os outros da mesma fé (I S. João 1:3, 6 e 7). 
c. Instruções nas Escrituras. Certa feita Jesus Cristo dirige-se a Pedro e diz 
que entregaria “as chaves do reino dos Céus” (S. Mat. 16:19). Pedro como 
apóstolo de Jesus é um autêntico representante da Igreja, portanto Cristo 
deu a sua igreja as chaves que abriria o reino de Deus para as pessoas. 
Em outro momento Jesus dirige-se aos fariseus e diz: “Ai de vós, escribas e 
fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; 
pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando” (Mat. 
23:13). Estas chaves são o conhecimento da Escritura e no caso do Novo 
Testamento,são as palavras de Cristo – todas as palavras da Bíblia. Mais 
especificamente, incluem “a chave do conhecimento” referente a como 
entrar no reino do Céu (S. Luc. 11:52). As palavras de Jesus são espírito e 
vida para aquele que as recebe (S. João 6:63). Trazem a vida eterna (S. 
João 6:68). 
 
37 
 
A proclamação da Palavra de Deus por parte da Igreja tem o poder de abrir e 
fechar o céu, elas são como as chaves para acessar a salvação. Ela tem o poder de 
abrir o céu, quando recebidas com fé, e de fechá-las quando recebidas com 
incredulidades. Portanto, a proclamação do evangelho por parte da igreja libera 
“aroma de vida para a vida” ou “cheiro de morte para morte” (II Cor. 2:16). 
Cumpre a igreja obedecer às palavras de Cristo, assim como fez Jesus, viver 
“de acordo com toda a palavra que procede da boca de Deus” (S. Mat. 4:4). 
Somente obedecendo à palavra de Deus pode a igreja cumprir sua missão, e assim 
está apta para ensinar outros a fazerem o mesmo, e assim cumprirem o ide e pregai 
o evangelho, ensinando “todas as coisas que Eu vos tenho ordenado”. (Mat. 28:20). 
d. Administração dos iniciados. Cabe a igreja a função de batizar os 
novos membros, sendo esse o ritual de iniciação a fé. 
 e. Proclamação o evangelho ao mundo. Segundo Jesus a grande missão 
da igreja era proclamar o evangelho todo mundo, alcançando o máximo de pessoas, 
e cumprindo a missão que Israel falhara (S. Mat. 24:14), sob o poder do batismo do 
Santo Espírito. A pregação do evangelho inclui a pregação do preparo e vigilância 
acerca do segundo retorno de Cristo a esse mundo, essa mensagem é tanto para a 
igreja como para o mundo. (I Cor. 1:7 e 8; II S. Ped. 3:14-22; 14:5; Apoc. 14:6-12; 
18:4). 
 
 
PROPÓSITOS DA IGREJA 
 
Deus tem um propósito com a igreja 
 
O universo tanto o macro como o micro cosmo denotam perfeita organização. 
Isso denota que todas as obras de Deus são perfeitamente organizadas. Tão precisa 
é a ordem que os calendários humanos são todos baseados na constância do 
movimento dos astros. Deus não é um Deus de confusão, mas de ordem, diz o 
apóstolo Paulo. 
 Deus tem uma obra a ser realizada na terra, a obra de salvar o pecador. A 
sua igreja é uma agência pela qual o Espírito Santo opera a fim de realizar o seu 
grande propósito. Não é estranho pensar que Deus tenha sua organização na terra 
38 
 
para ajudá-lo nessa tarefa de salvar almas. A primeira organização de Deus na terra 
foi a família que ele criou no jardim do Éden seguida pelo sistema patriarcal. Depois 
ele criou a própria nação de Israel e no Novo Testamento, Deus criou a Igreja, uma 
comunidade organizada de crentes, chamados para fora do mundo para adorar a 
Deus e servi-lo. 
 Na Igreja cristã, os primeiros líderes, depois dos apóstolos, foram chamados 
de anciãos, eles desempenhavam tarefa importante na organização da igreja. Eles 
deveriam amar a igreja e servi-la com eficiência. 
 A igreja não veio à existência por vontade humana. É o Senhor que 
diretamente conduz as pessoas a igreja, como diz Atos 2:47 “Enquanto isso, 
acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” Este verso 
também revela uma certa relação entre ser salvo e pertencer a igreja, pois Deus 
acrescenta à igreja aos que estão sendo salvos. 
 Poderíamos ilustrar a igreja com a arca de Noé, sem dúvida, era uma 
embarcação imperfeita, pois foi construída por seres humanos. Mas quando veio a 
enchente, cumpriu seu papel de ajudar a Deus no salvamento de seu povo, pois foi 
construída de acordo com seu plano. 
 Certamente Deus está interessado que a sua igreja tenha êxito, que tenha 
sucesso, é claro que a igreja é humana, tem suas fraquezas bem como seus 
defeitos, mas ela é objeto da atenção de Deus, ele está atento a mesma, e com 
certeza concede seu Espírito Santo a fim de vitalizá-la com seu poder e força. 
 
A Igreja foi fundada por Cristo. 
 
Jesus afirma que a igreja é sua propriedade quando afirmou: “Sobre esta 
pedra edificarei a minha Igreja” (Mat. 16:18). Ele está aqui dizendo algumas coisas 
importantes. Primeiro ele diz que a igreja deve ser edificada sobre ele mesmo, pois 
ele é a Pedra, a Rocha, e não pode haver outro fundamento além de Jesus. 
Segundo que a igreja pertence a Cristo, não é propriedade de homem algum. Ele é a 
Cabeça da Igreja. (Efés. 5:23). 
Ele designou seus primeiros líderes (Mar. 3:14). Ama sua igreja como um 
noivo ama sua noiva (Efés. 5:25-32). Por mais defeituosa que ela seja devemos ter 
receio de criticá-la, pois estamos criticando a noiva de Cristo. O verdadeiro cristão 
39 
 
ama a Cristo e deseja viver como ele viveu. Como Cristo procedeu assim ele 
procederá. Em Efésios 5:25 afirma: “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou 
por ela”. Então antes de tentar melhorar ou reformá-la você deve primeiro amá-la. 
Ser semelhante a Cristo é amar a igreja e dar-se por ela. 
 
 MODELOS BÍBLICOS DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA 
 
Sabemos que a organização é necessária para que as coisas funcionem, 
visto ser imensa a tarefa da igreja, congregar um grande número de pessoas, a 
organização torna-se não apenas uma opção viável, mas necessária. Qualquer 
empresa sem organização certamente fracassará. Um governo sem organização 
provocará o caos. Mas, que tipo de organização a igreja deve ter? 
Modelo do Novo Testamento. Podemos ver no livro de Atos especialmente 
como se desenvolveu a organização da igreja no Novo Testamento. Diferente de 
Israel de quem temos informações de como se constituía sua organização, no caso 
um Estado Teocrático, o Novo Testamento não mostra um modelo pronto, acabado, 
mas em desenvolvimento. A medida que surge as necessidades, ela vai criando 
algumas funções novas. Primeiramente, em nível organizacional temos o grupo dos 
apóstolos reunidos em concílio em Jerusalém, como descreve (Atos 6:2; 8:14). Outro 
grupo foi instituído para auxiliar os apóstolos, os diáconos (Atos 6:2-4). Um grupo de 
igrejas em uma determinada área parecem terem se agrupado em organizações 
similares ao que hoje chamamos de associações (Gál. 1:2). 
 
 
O Governo da Igreja 
 
Depois que Jesus ascendeu aos céus, à liderança humana da igreja coube 
aos apóstolos. O primeiro ato administrativo dos apóstolos e na igreja nascente foi 
escolher outro apóstolo para substituir Judas. (Atos 1:15-26). 
 Logo, com o crescimento da igreja os apóstolos ficaram impossibilitados de 
atenderem a todas as demandas, como por exemplo, a distribuição dos recursos 
com os carentes e ao mesmo tempo manter o trabalho da pregação. Decidiram 
então deixar os encargos sociais nas mãos dos diáconos, que foram escolhidos pela 
40 
 
própria igreja. Embora a Igreja distinguisse entre “ministrar a palavra” e “servir as 
mesas” (Atos 6:1-4), não percebemos que a igreja naquele momento fizesse 
qualquer tipo de distinção entre ambos os grupos no que tange a cumprir a missão 
de pregar o evangelho, pois dentre os diáconos, Estevão e Filipe – notabilizaram-se 
pela pregação e evangelismo (Atos 7 e 8). 
A igreja cresceu na Ásia e Europa e isso exigiu novas lideranças, então os 
anciãos vieram suprir essa necessidade, em cada igreja havia um presbítero 
ordenado “em cada igreja” a fim de assegurar uma liderança estável (Atos 14:23). 
 Quando surgia uma crise de âmbito maior que o líder local, o presbítero não 
tinha condições de resolver, a questão era resolvida em um concílio geral, composto 
pelos apóstolos e anciãos que representavam a igreja em geral. As decisões do 
concílio eram aplicadas a todo o corpo de crentes, e era aceito como sendo uma 
decisão do próprio Espírito (Atos 15:1-29). O exemplo citado em Atos mostra que a 
igreja se fazia representar por seus líderes convocados e esse Concílio tinha uma 
autoridade maior que a igreja local. As igrejas locais deviam submeter-se a 
orientação do Concílio. Ele ouviu ambas as partesenvolvidas, dando a todos a 
oportunidade de expressarem seu ponto de vista e decidirem pelo que parecia ser o 
mais correto diante dos argumentos apresentados e segundo a vontade do Espírito 
Santo. Acreditamos que nesse tempo o Espírito realmente presidia os negócios da 
igreja, algo que nem sempre aconteceu, pois muitas vezes os líderes afastavam-se 
da sua orientação (Atos 15:22 e 25). 
O que vemos em Atos é uma igreja que mesmo sob ameaça de fragmentar-se 
diante de dois pensamentos opostos, está disposta a seguir a voz do Espírito Santo, 
de deixar-se e orientar-se por ele, de seguir suas sugestões. Essa foi a única razão 
de naquele momento não ter havido uma divisão entre cristãos judeus e cristãos 
gentis. A unidade almejada por Jesus em sua oração prevaleceu nesse momento da 
História da Igreja. Bom seria que esse Presidente celestial, o Espírito Santo, tivesse 
sido sempre ouvido pela liderança da igreja ao longo da História. 
 
Princípios Bíblicos de Administração da Igreja 
 
 1 – Cristo é a Cabeça da Igreja. A obra que Jesus realizou garante a sua 
Liderança espiritual sobre a Igreja. A Cristo foi concedida “toda autoridade”, “no Céu 
41 
 
e na Terra” (S. Mat. 28:18). Deus colocou “todas as coisas debaixo de seus pés e 
para ser a cabeça sobre todas as coisas, o deu à Igreja” (Efés. 1:22; cf. Filip. 2:10 e 
11). Ele é, portanto “Rei dos reis e senhor dos senhores”. 
 Cristo é também a cabeça da Igreja em virtude de ser ela o seu corpo (Efés. 
1:23; Col. 1;18). Os crentes são “membros de seu corpo, ou sua carne e seus ossos” 
(Efés. 5:30). Ela deve manter íntima ligação com ele, pois é dele que a Igreja é 
nutrida e bem suprida “por todas as suas juntas e ligamentos” (Col. 2:19). 
 
 2 – Cristo é a fonte de toda autoridade. Cristo demostrou sua autoridade (a) 
pelo estabelecimento da igreja cristã (S. Mat. 16:18), (b) pela instituição das 
ordenanças que a igreja deve ministrar (S. Mat. 26:26-30; 28:19 e 20; I Cor. 11:23-
29; S. João 13:1-17), (c) pela concessão à igreja de autoridade divina para agir em 
seu nome (S. Mat. 16:19; 18:15-18; S. João 20:21-23), (d) pelo envio do Espírito 
Santo para guiar a igreja sob sua autoridade (S. João 15:26; 16:13-15), (e) pela 
concessão, dentro da igreja, de certos dons especiais de modo que alguns 
indivíduos pudessem funcionar como apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e 
professores, de modo a preparar os membros para o serviço, e para edificar o “corpo 
de Cristo” até que este atinja a unidade da fé e experimente a “plenitude de Cristo” 
(Efés. 4:7-13). 
 
 3 – As Escrituras possuem a autoridade de Cristo. Embora Cristo conduza 
sua igreja através do Espírito Santo, a Palavra de Deus é o único padrão através do 
qual toda a igreja já deve operar. Todos os seus membros devem obedecer à 
palavra, pois ela é lei no mais absoluto sentido. Todas as tradições humanas, 
costumes e práticas culturais, devem sujeitar-se à autoridade das Escrituras (II Tim. 
3:15-17). 
 
 
OS OFICIAIS DA IGREJA DO NOVO TESTAMENTO 
 
O Novo Testamento menciona dois grupos de oficiais de igreja – os anciãos e 
os diáconos. A importância destes oficiais é vislumbrada a partir dos elevados 
requisitos morais e espirituais que deveriam ser encontrados naqueles que 
42 
 
ocupariam estes cargos. A igreja reconhecia a santidade do chamado à liderança 
mediante a ordenação, ou imposição de mãos (Atos 6:6; 13;2 e 3; I Tim. 4:14; 5:22). 
 
 OS ANCIÃOS 
 
Anciãos do grego (presbuteros), “bispo” (episkospos) eram os líderes mais 
importantes da igreja. Ancião é um homem “mais velho”, no oriente isso implicava 
naturalmente dignidade e respeito. Esse termo passou a designar um cargo que na 
igreja cristã era equivalente àquela exercida por quem supervisiona a sinagoga. O 
termo bispo significa “supervisor”. Paulo utiliza os dois termos alternadamente, 
igualando ancião a supervisores ou bispos (Atos 20:17 e 28; Tito 1:5 e 7). 
 Era função do ancião ou bispo supervisionar as novas igrejas, recentemente 
formadas. Ancião refere-se a um estado ou posição, enquanto, bispo denota o dever 
ou responsabilidade do ofício – “supervisionar”. Uma vez que os apóstolos também 
são identificados como anciãos (i S. Ped. 5:1; II João 1; III S. João 1), 
aparentemente desempenhavam eles tanto a função de anciãos locais e de anciãos 
itinerante, ou anciãos plenos (gerais). Ambos os tipos de anciãos, porém 
funcionavam como pastores das congregações. 
 A palavra “anciãos”, no Antigo Testamento, não significa necessariamente 
uma pessoa, mas envolve alguém que possui maturidade e experiência. Designa 
pessoas em posição oficial, como chefes de família ou tribos (Gên. 50:7; Êxo. 3:16; II 
Sam. 5:3). Quando Moisés tentou pôr sobre os ombros toda a carga da liderança, 
Deus lhe deu mensagem por intermédio de Jetro, seu sogro. Referindo-se à tentativa 
de Moisés carregar sozinho todo o fardo da liderança de Israel, Jetro disse: “Não é 
bom o que fazes. Sem dúvida desfalecerás, assim tu, como este povo que está 
contigo, pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer” (Êxo. 18:17 e 
18). Por meio desta experiência no início da história de Israel, Deus estava 
ensinando a sua igreja uma lição que muitos líderes ainda não aprenderam – a 
autoridade da liderança deve ser delegada. A responsabilidade da liderança deve 
ser compartilhada. 
 
 
 
43 
 
Disse o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, 
que sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a 
tenda da congregação, para que assistam ali contigo. Então descerei e ali 
falarei contigo; tirarei do Espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e 
contigo levarão a carga do povo, para que não a leves tu somente. (NÚM. 
11:16 e 17). 
 
A Inspiração nos diz mais sobre as qualificações desses anciãos: “Ao 
escolher setenta anciãos para com eles repartir as responsabilidades da liderança, 
Moisés foi cuidadoso em selecionar seus auxiliares; homens que possuíssem 
dignidade, juízo e experiência. Em suas instruções a esses anciãos ao tempo em 
que foram ordenados, ele esboçou algumas das qualificações que habilitam um 
homem a ser dirigente sábio na igreja. “Ouvi a causa entre vossos irmãos”, disse 
Moisés, e julgai justamente entre o homem e seu irmão, e entre o estrangeiro que 
está com ele. Não atentareis para pessoa alguma em juízo; ouvireis assim o 
pequeno como o grande. Não temereis a face de ninguém, porque o juízo é de 
Deus” (Deut. 1:16 e 17). Anciãos ainda estavam desempenhando deveres similares 
em Israel no tempo de Cristo (Mat. 15:2; 21:23; 26:3 e 47). 
 
Anciãos, pastores e bispos 
 
A igreja é o fruto da pregação da palavra de Deus. Cada congregação é 
composta por pessoas que foram transferidos do reino das trevas para o reino do 
Filho amado. Para ser capaz de cumprir tudo o que enviou o cabeça da igreja, deve 
haver uma certa ordem, uma certa maneira de governar. De acordo com o Novo 
Testamento para a permanência e a eficácia das congregações locais, é necessário 
que algumas pessoas assumam a responsabilidade de cuidar do rebanho de Deus e 
instruir. Esta responsabilidade foi dada por nosso Senhor para um certo grupo de 
homens no Novo Testamento e são conhecidos por vários títulos. O mundo não 
apenas deturpou a organização da igreja do Senhor, mas também confundiu os 
diferentes termos utilizados em referência a estes irmãos que Deus colocou como 
líderes espirituais entre o seu povo. Estes títulos são: presbíteros, pastores, bispos e 
mestres; embora há vários títulos, que tem a referência para o mesmo cargo e está 
evidente a partir das seguintes passagens que mostram que anciãos e bispo são 
usados para designar o pastor alternadamente no Novo Testamento. 
 
44 
 
Enviando, pois, de Mileto a Éfeso, e chamou os anciãos da igreja, quando 
chegaram a ele e disse a eles: Guardai-vos e todo orebanho sobre o qual o 
Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a igreja de Deus, que 
ele adquiriu com seu próprio sangue (Atos 20:17, 28). 
 
Aqui mesmo, os que são chamados de anciãos em versículo 17, também são 
chamados de bispos no versículo 28 e também exortados a serem pastores do 
rebanho. Os melhores comentadores, novos e velhos, concorda que estes termos 
diferentes têm referência a mesma função. Sem dúvida, essas pessoas (anciãos v. 
17) são chamadas como mostra no verso 28 (bispos) e, especialmente, quando 
comparados com outras passagens como (1 Timóteo 3: 1) e também os seguintes 
versículos: 
 
Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as 
coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses 
presbíteros, como já te mandei: 
Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, 
que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. 
Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa 
de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, 
nem cobiçoso de torpe ganância; 
Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, 
temperante; 
Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja 
poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os 
contradizentes. (TITO 1:5-9) 
 
Está claro nesta passagem que Paulo usa os termos “ancião e bispo” e que 
devem ser mestre da palavra; pelo menos, deve ser um defensor fiel da sã doutrina 
para convencer os adversários. 
 
Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também 
presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da 
glória que se há de revelar: (v. 1) 
Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não 
por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo 
pronto; (v. 2) 
Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de 
exemplo ao rebanho. (v. 3). 
E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da 
glória. (I PEDRO 5.1-4). 
 
Aqui, novamente, os anciãos são exortados a serem pastores do rebanho de 
Deus, e tomar o bispado voluntariamente. E, portanto, isso é claro que na opinião de 
ambos Paulo e Pedro. Os anciãos e bispos tinham a mesma carga e estava se 
45 
 
referindo às mesmas pessoas e eles foram admoestados a serem mestres e 
pastores do rebanho. 
 
 
Requisitos para anciãos 
 
Tem sido dito que há certos requisitos que um homem pode ser oficialmente 
um ancião da igreja; são requisitos estabelecidos nas Sagradas Escrituras pelo qual 
podemos ver que um bispo deve ser um homem de qualidades superiores. Estes 
requisitos são dadas a nós em 1 Timóteo 3: 1-7 e Tito 1: 5-9. 
Observe as qualidades previstas em 1 Timóteo e observe que um homem 
deve primeiro assear pelo bispado; ou seja, deve ter o desejo de servir em tal 
capacidade. 
 
1. O Bispo deve ser irrepreensível - Deve ser um homem a quem o adversário, 
que está sempre pronto para criticar e condenar, você não pode acusar a base; no 
entanto, o homem que vive uma vida ordenada, ele não pode ser acusado de 
qualquer erro básico. 
 
2. Marido de uma mulher – O ancião certamente não deve praticar a poligamia. Um 
bispo deve ter apenas uma esposa. A passagem implica que o celibato desqualifica 
uma pessoa em tal capacidade. Alguns argumentam que o celibato não desqualifica 
porque o celibato não é um mal em si. Eles dizem que duas das figuras mais 
eminentes na igreja primitiva não eram casados, Paulo é um deles. No entanto, em 
nenhum lugar nas escrituras nos dizem que Paulo era um presbítero na igreja; e, no 
entanto, sabe-se que o próprio Pedro era um ancião (1 Pedro 5: 1) e Pedro era 
casado. 
 
3. Sóbrio - Deve conhecer bem os problemas comuns e era capaz de raciocinar e 
fazer julgamentos sobre eles. 
 
4. Prudente - Um bispo não deve cair no sono como um bêbado. 
 
46 
 
5. Decente - deve ser um homem com boas maneiras, casto e gracioso em todo o 
seu ser. Um homem rude e sem instrução não deve ser colocado como um ancião 
do rebanho do Senhor. 
 
6. Caridoso - Deve ser um homem com o espírito do bom samaritano; sempre 
pronto para ajudar ou servir qualquer um e especialmente coisas espirituais. 
 
7. Apto para ensinar - Deve conhecer o plano da redenção e ser capaz de ensinar 
isso para os outros. Portanto, é necessário que cada ancião tenha essa qualidade 
importante; um ancião é oficialmente um mestre na igreja do Senhor e, portanto, 
deve estar bem preparado para executar esta tarefa nobre. 
 
8. Não dado ao vinho - Que é não um bêbado. 
 
9. Não briguento - Não deve ser um homem contencioso, mas estar em paz em 
todos os sentidos. 
 
10. Não de torpe ganância - Não deve ser um homem que ganha seu dinheiro de 
forma ilegal ou desonesta. Este item iria desqualificar muitos que estão no comércio 
hoje. 
 
11. Amável - O ancião deve ser diferenciado em sua gentileza e paciência para 
ensinar aqueles que se opõem esperando que eles se arrependam e reconheçam a 
verdade. 
 
12. Pacífico - Não deve ser dada à ira. Em outras palavras, não deve falar de forma 
agressiva; mas pacífica, e dentro do espírito do grande apóstolo Paulo que, 
enquanto disputando a fé que ele fez com o espírito de humildade e táticas para 
vencer todos os que fossem possíveis para o Senhor. 
 
13. Não avarento - Não deve ser um amante do dinheiro, porque "o amor ao 
dinheiro é a raiz de todo o mal”. 
 
47 
 
14. Educar bem seus filhos. O bispo não deve apenas se casar para ter filhos, mas 
ter filhos fiéis, criados em conformidade com os ensinamentos do Todo-Poderoso; 
aqui é um dos requisitos que desqualifica muitos pastores, que nem sequer são 
casados, e muito menos tem filhos fiéis (1 Timóteo 3: 5). 
 
15. Não é um neófito - não deve ser uma pessoa iniciante na fé, "para que não seja 
vaidoso e caia na condenação do diabo". 
 
16. Boa Fama. "Você também precisa ter bom testemunho de pessoas de fora, ou 
seja, você deve ter um bom testemunho dos que não são cristãos, para que não caia 
em opróbrio, e no laço do diabo". 
 
Como as casas devem estar em cada congregação? 
 
Não deve haver uma pluralidade de anciãos em cada congregação; ou seja, 
duas ou mais. Você nunca vê o caso de uma congregação que tinha pastor apenas 
um ancião ou no Novo Testamento. Vendo os problemas que surgem em 
congregações, pode-se ver a sabedoria do Senhor para estabelecer uma pluralidade 
de presbíteros em cada congregação. As passagens seguintes provam isso: Atos 
11: 29-30; 14:23; 15: 4, 22, 23; 20:17; Filipenses 1: 1; 1 Timóteo 4:14; 5:17; Tito 1: 5; 
Tiago 5:14; 1 Pedro 5: 1. 
 
As atribuições dos anciãos 
 
Deve ter cuidado constante da respectiva congregação: "Atendei por vós e 
por todo o rebanho no qual o Espírito vos constituiu bispos, para pastorear a igreja 
de Deus" (Atos 20:28). 
Eles devem ser ativos na obra pessoal ao exercer o cuidado para o estado 
espiritual de cada um dos irmãos da congregação. Isto é muito essencial e muitas 
vezes isso é negligenciada. 
Os anciãos têm a administração dos interesses da congregação. Embora eles 
vigiem o estado espiritual do rebanho, eles também são responsáveis por cuidar das 
finanças da igreja. 
48 
 
Cada presbítero deve ser "capaz de ensinar" deve ser um mestre. De acordo 
com as escrituras, ele deve ser treinado para ensinar, corrigir e ensinar a sã doutrina 
para os outros e ainda mais, deve ser capaz de convencer os que se opõem bem 
como alimentar bem o rebanho sobre sua responsabilidade. 
O ancião deve estar pronto para executar a disciplina na congregação (1 
Timóteo 5:17; Hebreus 13: 7, 17). O bispo, então, é um líder com alguma autoridade. 
A forma como os pais em uma família corrigem seus filhos, os anciãos tem o dever 
de corrigir aqueles que erram, faz parte da sua função reprová-los. São medidas 
punitivas com objetivo de restauraro irmão, e não de condená-lo ou destruí-lo. Com 
o apoio da congregação deve afastar "todo irmão que anda desordenadamente" (2 
Tessalonicenses 3: 6). 
 Idealmente, todos os homens de uma congregação têm a chance de se 
preparar para este trabalho sublime e um dia ter os requisitos para servir como um 
ancião, bispo, ou pastor, é o mesmo, e os mais jovens podem começar mais cedo se 
preparando; e tudo isso, não pela honra do cargo, mas para melhor servir a Deus 
por sua glória e honra. 
 
 
A IGREJA SERVA DE DEUS 
 
A Igreja é um fenômeno complexo. Muitos criticam em virtude de suas falhas 
atuais e históricas. Mesmo assim ela continua a exercer uma influência no indivíduo 
bem como na sociedade. Sabemos que ela é humana, mas foi constituída por um 
poder Divino que continua atuar na mesma e continuará até o fim da história 
humana. A Igreja não é uma organização meramente humana, é algo que o próprio 
Senhor Jesus estabeleceu, é uma coisa que ele considera sua. 
 A palavra grega empregada para designar “igreja”, traz a ideia de que igreja é 
um grupo de pessoas que atenderam a uma convocação. Seu emprego no Novo 
Testamento transmite a ideia de uma assembleia de pessoas, uma comunidade 
ajuntada por Deus através de Cristo, e o povo de Deus. Isso revela que Deus existe 
e está ativo nos acontecimentos humanos. Se estes fatos forem negados a Igreja 
perdeu a sua razão de existir. 
49 
 
A Igreja segundo a Bíblia é o lugar onde podemos encontrar uma 
representação do caráter e propósito divino. Deus trabalha no e com seu povo e o 
dirige segundo seu propósito. Ele quer que aqueles que ele criou o adorem de forma 
livre e conscientemente. Por isso ele concedeu a liberdade, mesmo a liberdade de 
optar pelo mal. Isto envolve um tremendo risco, que, na verdade, foi assumido. 
Infelizmente o risco tornou-se uma realidade, pois o homem pecou. Deus agora tem 
a tarefa de salvar a humanidade e mostrar que a culpa do pecado não consistiu 
numa falha dos seus planos e propósitos. Deus não é o culpado do mal existir. A 
igreja é uma parte fundamental do grande plano de Deus para vindicar seu caráter, e 
eliminar o pecado sem prejudicar a liberdade que o amor divino requer no Universo. 
Jesus teve “compaixão das multidões” e lutou por alcançar, com o seu 
ministério, o maior número possível de pessoas. Mas evidentemente sentiu que 
poderia fazer muito mais a favor do mundo, tendo ao seu lado alguns homens 
escolhidos, cheios do seu espírito para continuarem a sua obra, do que ele mesmo 
levar todo o tempo em pregações públicas. Logo no início do ministério, Jesus 
convidou alguns a serem seus companheiros e participantes da sua missão. Depois, 
dentre os que creram nele, fez escolha de doze para serem seus companheiros mais 
íntimos. Numa ocasião também escolheu setenta aos quais preparou para o 
ministério da pregação. 
As relações de Jesus para com seus discípulos, especialmente para com os 
doze, constituem uma das partes características mais importantes de sua obra. A 
estes, ministrou, ensinou que não deu aos demais de modo geral, e os preparou, de 
sorte que, após a sua volta aos céus, esses apóstolos pudessem revelar um 
conhecimento perfeito do mestre, do seu ensino, da Revelação de Deus, e da 
salvação que, pelo Filho mandou ao mundo; e também a conduta de vida para a 
qual Cristo chamou todos os homens. Próximo ao fim do seu ministério, Jesus 
dedicou-se mais e mais a esta natureza de trabalho com seus discípulos. Após a 
ressurreição apareceu somente aos discípulos, suas últimas palavras foram uma 
ordem definida para que levassem o anúncio do Evangelho a “todas as nações” e 
uma promessa de assisti-los com poder, através de todos os tempos enquanto 
estivesse realizando a sua missão por todo o mundo. 
 Evidentemente Jesus deixou clara a necessidade de haver uma sociedade 
constituída dos seus seguidores, a fim de oferecer ao mundo o Evangelho e 
50 
 
ministrar, em Seu Espírito, os ensinos que lhes dera. O objetivo era propagar o 
Reino de Deus. Ele não modelou qualquer organização ou plano de governo para 
esta sociedade. Não indicou oficiais para exercerem autoridade sobre os membros 
de tal organização. Credo algum prescreveu para ela. Nenhum código de regras lhe 
fora imposto. Não prescreveu ordem ou formas de culto. Apenas deu aos seguidores 
os ritos religiosos mais simples: o batismo com água, para santificar a purificação 
espiritual e consagração ao seu discipulado; a ceia do Senhor na qual usou um 
pouco dos elementos mais comuns na alimentação, como uma comemoração ou 
lembrança dele próprio, especialmente da sua morte para a redenção dos homens. 
Consequentemente, em nada do que Jesus fez, podemos descobrir a 
organização da Igreja. Fez mais do que dar organização, deu vida à Igreja. Ele 
fundou a Igreja, ou melhor, ele mesmo a criou. Jesus formou uma sociedade dos 
seus seguidores, agrupando-os ao redor de si mesmo. Comunicou a esse grupo, até 
onde era possível, sua própria vida, seu espírito e propósito. Prometeu dar, através 
dos séculos vitalidade a esta sociedade, sua Igreja. E sua grande dádiva a ela foi o 
dom dele próprio. Nele, a Igreja teria de encontrar os seus princípios, os seus 
objetivos e o seu poder. Deixou a Igreja livre para escolher as formas de 
organização e de culto, afirmações de crença, método de trabalho, etc. O propósito 
de Cristo era que a vida da sua Igreja, isto é, a vida do Salvador latentes em seus 
seguidores, se expressasse pelos modos que lhes parecessem mais apropriados 
para a consecução do grande objetivo em vista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
DOUTRINA DA SALVAÇÃO 
(GRAÇA) 
3 
 
CONHECIMENTO 
Conhecer os aspectos relevantes da doutrina da graça, com destaque ao tema da 
predestinação e do livre arbítrio. 
 
HABILIDADE 
 Ser capaz de fazer exposição escrita, pública em eventos, palestras, compreender e 
interpretar textos bem como seminários em ambiente acadêmicos acerca do tema. 
 
ATITUDE 
 Buscar desenvolver e exercitar capacidade reflexiva crítica acerca do objeto 
estudado e incorporá-la na sua práxis. 
 
 
53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
O MUNDO E A VIDA NO PECADO 
 
O conceito de mundo em Paulo refere-se à concepção da humanidade 
qualificada pelo pecado (Rm 4.13). Esse mundo em sua unidade e totalidade é 
domínio dos poderes das trevas (Gál 1.4). Essa subordinação do mundo aos 
poderes do mal não vem de uma dualidade original. Deus é o criador de todas as 
potestades (Col. 1.16). A criação foi sujeita a vaidade (RM 8.20). 
 “Pertencer ao mundo significa ser um pecador, participar do pecado e 
experimentar o julgamento pelo pecado (I Co 11.32). Para Paulo, portanto, o pecado 
não é, primeiramente, um ato individual ou condição a ser considerada 
isoladamente, mas sim um modo supraindividual de existência do qual se 
compartilha por meio do simples fato de fazer parte do contexto da vida humana e 
do qual só se pode ser redimido ao ser levado para dentro do novo contexto de vida 
revelada em Cristo (Cl 2.13)”. (RIDDERBOS, 2010, p. 103). 
 
A universalidade do Pecado 
Sendo que, para Paulo o conceito de pecado é equivalente a se estar no 
mundo, todos que aqui nascem possuem a natureza humana, são pecadores. Tanto 
os gentios e até mesmo os judeus são pecadores (Rom 3.9; Rm 1.18; Rm 2.1, 21-
24; Rm 3.10-20; 2.24. Rm 5.12). Em Adão todos pecamos. Solidariedade e 
corporativismo em Adão. 
 
A Ira de Deus 
O pecado é universal e a lei revela seu caráter terrível. É verdade que ele 
também não permanece sem consequências. E o termo que Paulo usa para mostrar 
o castigo pelo pecado em toda sua extensão é “A ira de Deus”. Tem menos a ver 
com uma emoção divina e mais com o julgamento divino sobre o pecado. A ira divina 
não indica só o que Deus faz, mas o que ele é (Rm 2.8), a ira de

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