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GREGO BÍBLICO I (UNINTA)

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Prévia do material em texto

Arnaldo Sá 
 
 
 
 
 
 
 
GREGO 
 
BÍBLICO 
I 
 
Introdução ao Estudo da Língua do Novo Testamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Palavra do Professor 
Ambientação à Disciplina 
Trocando Ideias com os Autores 
Problematizando 
UNIDADE I: Conhecendo o alfabeto 
História da Língua Grega 
Estudo do Alfabeto 
1º Grupo de Letras 
2º Grupo de Letras 
3º Grupo de Letras 
4º Grupo de Letras 
5º Grupo de Letras 
6º Grupo de Letras 
Fixando o que aprendemos 
Identificando o alfabeto no texto do Novo Testamento 
Aspiração 
Acentos 
Pontuação 
UNIDADE 2: O substantivo, o artigo e suas declinações 
O Substantivo 
O Artigo 
UNIDADE 3: Começando a ler o Novo Testamento 
O Adjetivo 
Preposições 
Pronomes do caso reto 
Análise de Texto Bíblico 
TÓPICOS COMPLEMENTARES 
Leitura obrigatória 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
PALAVRA DO PROFESSOR 
 
 Olá, estimado(a) aluno(a)! 
 Vamos conversar um pouquinho sobre comunicação. Você já parou para 
pensar sobre essa palavra e toda a carga de significados que ela representa? Vem 
do verbo latino comunicare que, em sentido amplo, quer dizer tornar comum. É, na 
verdade, o que fazemos todos os dias, em todos os lugares, com todos que nos 
cercam: compartilhamos emoções, conhecimento, desejos e sonhos. É o que 
fazemos ao sorrir, chorar, murmurar, acariciar, gritar, doar, receber e amar. É o que 
fazemos quando clicamos no botão “compartilhar” das redes sociais, e muito mais 
que isso. 
 Mas a comunicação de alto nível supõe um veículo de expressão: a 
linguagem. E a linguagem humana, por sua vez, utiliza-se de códigos elaborados 
que denominamos de língua. Você já pensou o que aconteceria se, de repente, 
ficasse privado da capacidade de comunicar-se? Algum tempo atrás, resolvi fazer 
uma experiência meio maluca: passar um dia sem falar. Nem preciso contar as 
dificuldades que enfrentei. E achei engraçado como as pessoas reagiam: 
começaram a tentar se comunicar comigo por gestos, ainda que pudesse escutá-las 
muito bem. 
 Fernando Pessoa, que dominava bem dois idiomas, afirmou: “Minha Pátria é 
a língua portuguesa”. A língua, mais que uma pátria, é um universo. Aprender um 
novo idioma é expandir fronteiras de conhecimento, é vivenciar novas formas de 
cultura e adquirir mais poder de comunicação. 
 Com esse pensamento, convido você a embarcar nessa aventura: conhecer 
um pouco da língua em que os apóstolos nos ensinaram os ricos ensinamentos do 
nosso Mestre e Salvador Jesus. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
AMBIENTAÇÃO À DISCIPLINA 
 
Caro estudante de Grego Bíblico, 
 Seja bem-vindo ao estimulante desafio de aprender um pouco sobre a língua 
do Novo Testamento! O idioma em que Jesus comunicou a mensagem de salvação 
ao mundo. 
 O estudo de qualquer língua apresenta dificuldades específicas. O grego não 
seria uma exceção. No entanto, estudar a língua original do Novo Testamento torna-
se um desafio gratificante quando entendemos que nosso objetivo inicial nos 
direciona ao aprendizado do vocabulário grego dos Evangelhos e cartas apostólicas, 
e à tradução e interpretação destes textos. Não há preocupação com habilidades de 
conversação. Nossa meta não é “falar” grego, mas adquirir o conhecimento 
linguístico suficiente para, com auxílio de léxicos e gramáticas, ler e traduzir o texto 
bíblico neotestamentário. 
 Após consultar um grande número de bons livros, gramáticas, dicionários, 
cursos e apostilas sobre o ensino da língua grega, optamos por desenvolver um 
método simples, direto e prático para o aprendizado do grego koinê, isto é, o idioma 
comum usado pelas pessoas nos primeiros séculos da era cristã. No entanto, é bom 
lembrar que o estudo, como toda atividade intelectual, requer esforço, dedicação e 
disciplina. 
Outra boa notícia sobre o estudo do idioma grego é que nossa tão amada 
língua portuguesa tem uma histórica afinidade com a linguagem de Homero. Cerca 
de 16% de nossas palavras têm origem no grego. De certa forma, falamos grego 
todo dia. Palavras como televisão, fotografia, gastrite, morfologia, cinema, 
logomarca, pedagogia, matemática, neurose, próton e zoológico. Enfim, uma gama 
imensa de termos e expressões do português provém diretamente do grego. 
Olhe ao seu redor e você vai encontrar alguma coisa relacionada com a 
língua do Novo Testamento: sua Bíblia (do grego, biblion = livro); seu 
microcomputador (mikrós = pequeno); seu smartphone (phonê = som, voz). De tanto 
estudar grego ficou com cefaleia? (Kephalê = cabeça, cefaleia = dor de cabeça). 
Neste caso é bom procurar uma farmácia (do grego, phármacon = medicamento). 
 
 
 
7 
Enfim, quão importante para o teólogo é estudar o grego do Novo 
Testamento? Para Rega & Bergamo (2004), conhecer esse idioma é fundamental 
para o estudioso das Escrituras Sagradas: 
Quem se dispõe a estudar o grego do NT, está começando uma tarefa 
realmente sublime, pois está valorizando a língua que Deus escolheu como 
instrumento portador da Sua revelação escrita. Se Deus considerou que 
essa língua, pelas suas características, é a mais apropriada para expressar 
a Sua vontade para com a Sua criação, verdadeiramente é este um idioma 
digno se ser estudado. Nenhum esforço requerido para aprender este 
idioma poderá ser considerado grande demais, ou em vão. Imagine você ser 
capaz de ler e entender a Palavra de Deus em seu texto original, sem 
depender da maneira como outros a entenderam e traduziram. 
Este compêndio tem muitas limitações e não pretende explorar toda a riqueza 
do idioma em foco. O objetivo é introduzi-lo à linguagem bíblica do Novo 
Testamento. Veremos – neste volume – um pouco da história da língua grega, o 
alfabeto, os acentos, a transliteração, vocabulário básico, noções sobre verbos e 
substantivos, exercícios de fixação e outras particularidades do grego koinê. 
Uma palavra final: é imprescindível que você imprima este compêndio, pelo 
menos as páginas que contêm exercícios. Faça todos eles, e, se necessário, repita-
os até fixar bem os conteúdos. Praticando sempre, você obterá excelentes 
resultados. 
Um forte abraço e bons estudos! 
 
 
Prof. Arnaldo Sá 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
TROCANDO IDEIAS COM OS AUTORES 
 
GOWER, Ralph. Usos e Costumes dos Templos Bíblicos. 1ª ed. Rio de Janeiro: 
CPAD, 2002. 
Sugerimos essa obra em nosso curso de 
Hebraico Bíblico, mas, devido à sua 
importância, recomendamos também, aos 
nossos alunos de grego, a releitura dos 
tópicos referentes aos tempos do Novo 
Testamento. Na introdução da obra, o autor 
esclarece os objetivos que tinha em mente ao 
escrevê-la: “Os cristãos enfrentam problemas 
de significado na Bíblia. A Palavra de Deus 
veio em lugares e tempos específicos e para 
pessoas específicas. Ao nos colocarmos no 
lugar dessas pessoas compreendemos o que Deus estava dizendo: as palavras têm 
pleno significado e parte do próprio ser humano entender a linguagem em que a 
revelação foi feita”, comenta o autor. 
DOBSON, John H. Aprenda o Grego do Novo Testamento. 4ª ed. Rio de Janeiro: 
CPAD, 1998. 
Posso afirmar, com segurança, que este é um dos 
melhores livros de grego bíblico para iniciantes. Seu 
método é dinâmico e prático. Já a partir das primeiras 
lições, o leitor-estudante é colocado em contato com a 
linguagem do Novo Testamento de forma simples e 
direta. Além disso, a obra vem acompanhada de um CD 
com a gravação das 14 primeiras lições. Isso fornece um 
inestimável suporte para a aprendizagem da pronúncia 
do grego. Segundo informações dos editores, “é um 
curso revolucionário [... que] leva em conta as modernas 
técnicas de aprendizado em línguasestrangeiras”. 
 
 
 
 
9 
PROBLEMATIZANDO 
Por que o conhecimento do hebraico assume tanta importância para o 
estudioso da Bíblia? 
 
Tente refletir sobre esse questionamento, tendo em mente os seguintes dados: 
1) Todo o Novo Testamento, em suas origens, foi escrito em grego, ou, na 
hipótese de algum livro ter sido redigido em hebraico ou aramaico, logo foi 
traduzido para a língua grega ainda nos primórdios da igreja cristã. 
2) As traduções modernas, apesar do esforço dos especialistas, nem sempre 
refletem fielmente o pensamento do escritor bíblico. Algumas versões podem, 
assim, alterar o sentido original da mensagem. 
3) Conhecer as línguas originais dos textos neotestamentários pode contribuir 
para uma compreensão mais clara do pensamento de seus autores, 
permitindo uma análise hermenêutica baseada na essência primitiva da obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1 
 
 
Conhecendo o alfabeto 
 
 
 
 
Conhecimento 
Conhecer a história, as particularidades e o alfabeto da língua grega. 
 
 
Habilidade 
Dominar a escrita e sons do alfabeto, podendo decliná-lo sem hesitação. 
 
 
Atitude 
Ser capaz de reconhecer as consoantes e vogais do alfabeto nos textos do Novo 
Testamento grego. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
HISTÓRIA DA LÍNGUA GREGA 
 
A civilização grega foi das que mais influenciaram o mundo antigo e moderno. 
Muitas das conquistas científicas e filosóficas se devem ao gênio inventivo e poético 
do povo da península helênica. Quem nunca ouviu falar de Sócrates, Platão e 
Aristóteles, expoentes da filosofia e cultura ocidental? E dos grandes matemáticos e 
cientistas Pitágoras, Tales, Demócrito, Arquimedes e Euclides, cujas teorias e 
fórmulas ainda são válidas na ciência moderna? A influência grega ainda se estende 
a outras áreas do conhecimento: Teologia, Arquitetura, Poesia e Dramaturgia. 
 É claro, para desenvolver toda essa gama de saberes, era necessário possuir 
uma ferramenta intelectual adequada e eficiente. E eles tinham essa ferramenta: a 
língua grega, rica em vocabulário, imagens e significados; afeita aos temas 
filosóficos e com a sonoridade apropriada aos estilos poéticos; mas também forjada 
aos conceitos abstratos da matemática e das ciências. 
 Os linguistas costumam 
reunir as línguas em famílias e 
subgrupos, conforme suas origens e 
afinidades. Segundo a classificação 
mais comum, o grego é um idioma 
indo-europeu, da mesma família do 
sânscrito (Índia), do latim e do 
germânico (Europa). Pertence ao 
grupo helênico, do qual faziam parte 
as antigas línguas que deram 
origem ao grego moderno: o eólico, 
o micênico, o dórico, o aqueu e o 
jônico, dialetos desenvolvidos na 
península do Peloponeso e seu 
entorno. 
 
 
Grécia: o berço da civilização helênica. 
Fonte: Pixabay 
 
 
 
13 
 Povos antigos que habitavam no continente asiático, em seu deslocamento 
para o ocidente, passando pela Índia, dispersaram-se pela Europa. Este 
distanciamento das famílias de origem, provocou o surgimento de novas linguagens, 
por volta de 3.000 anos antes de Cristo. Em 2.000 a. C., tribos oriundas destes 
grupos nômades estabeleceram-se a sudeste do continente europeu, dando origem 
à civilização grega, 
 
 Podemos dividir a evolução histórica da língua grega em cinco períodos 
distintos: 
 
1) O período de formação da língua (cerca de 1500 a 900 a. C.) 
Quando as tribos nômades (aqueus) invadiram a Grécia, encontraram lá 
um povo nativo, os pelasgos. A junção das línguas destes dois povos deu 
origem a um novo dialeto, o jônio-ático, que se transformou, por meio de 
sucessivas transformações linguísticas, no primitivo idioma grego. 
 
2) O período clássico (cerca de 900 a 330 a. C.) 
Foi o período de pleno desenvolvimento do idioma. Surgiram as obras 
artísticas, filosóficas e poéticas dos grandes nomes da literatura grega: 
Homero, Sófocles, Hesíodo, Pitágoras, Platão e muitos outros. Foi a língua 
da Ilíada e Odisseia, de Homero; assim como dos tratados matemáticos de 
Tales de Mileto e da metafísica de Aristóteles. 
 
3) Período koinê (cerca de 330 a. C. a 330 d. C.) 
Durante o período clássico, o dialeto que mais se difundiu entre o povo 
grego foi o ático. A partir desse dialeto, desenvolveu-se outro mais popular 
ainda: o koinê. Koinê, em grego, significa “comum”, aquilo que é conhecido 
e compartilhado pelas pessoas. Nesse dialeto, bem mais simples que o 
grego clássico, foi feita a mais famosa tradução da Bíblia hebraica para o 
grego: a Septuaginta. Tornou-se, também, a língua em que foi escrito o 
Novo Testamento. Era o dialeto mais falado durante as conquistas de 
Alexandre, o Grande, e por isso também é conhecido como alexandrino. 
Recebeu outros nomes: grego do Novo Testamento, comum, bíblico e 
patrístico (por ter sido largamente usado pelos pais da Igreja). 
 
 
 
14 
4) Período bizantino (cerca de 330 a 1453 d. C.) 
Como consequência das invasões bárbaras e de constantes disputas 
internas, o império romano foi dividido, no século IV, em Império Romano 
do Ocidente (com sede em Roma) e Império Romano do Oriente que tinha 
sua capital em Bizâncio (que depois passaria a se chamar 
Constantinopla). Os reis bizantinos levaram a cultura helenística para o 
novo império e conservaram, assim, a língua grega. Muitos manuscritos do 
Novo Testamento foram produzidos nesse período. 
 
5) Grego moderno (a partir de 1453 até nossos dias) 
O idioma continuou evoluindo até transformar-se no que se convencionou 
chamar de grego moderno. É o grego falado, hoje, nas ruas de Atenas e 
em todo o território da Grécia por cerca de 11 milhões de cidadãos gregos. 
 
Fonte: Acervo do Autor. 
 
O ALFABETO 
 
Normalmente, o estudo de uma língua começa com o que chamamos de 
alfabetização. Este é o primeiro e mais importante passo para o aprendizado do 
idioma, principalmente se nosso objetivo é dominar a leitura e tradução dos textos 
bíblicos. Quando falamos em “dominar”, estamos nos referindo ao conhecimento 
completo de cada letra, o seu nome, o corresponde fonético em português 
 
 
 
15 
(transliteração), a forma escrita, enfim, saber “de cor e salteado” cada símbolo das 
24 letras do alfabeto grego. 
Estudemos, a partir de agora, o alfabeto, passo a passo. Vamos apresentar 
pequenos grupos de quatro letras e praticar a leitura e escrita destes grupos. Pegue 
um lápis e faça todos os exercícios. Escreva e repita o nome da cada letra 
audivelmente, embora nosso objetivo não seja a conversação. Isso é importante! 
Ninguém aprende um idioma de boca fechada. Repita várias vezes cada grupo, até 
ficar bem familiarizado com todo o alfabeto. 
A linha TRANSLITERAÇÃO indica o som correspondente em português. 
Observe, também, que cada letra do alfabeto grego corresponde a um valor 
numérico. Antes da invenção e propagação dos algarismos arábicos, era comum as 
línguas utilizarem o próprio alfabeto para representar números. 
 
 
1º Grupo: 
 
NOME DA LETRA alfa beta gama delta 
MAIÚSCULA A B G D 
MINÚSCULA a b g d 
TRANSLITERAÇÃO A B G D 
VALOR NUMÉRICO 1 2 3 4 
 
 
 
Exercício 1 
 
a) O nome da letra A/a é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
b) O nome da letra B/b é ______________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
 
 
16 
c) O nome da letra G/g é _______________. Corresponde ao som do ____. 
 
d) O nome da letra D/d é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
NOTE BEM: 
a) A primeira letra (alfa, ou alpha) representa a vogal “A”. A junção das duas 
primeiras letras do alfabeto grego deu origem à palavra alfabeto (alpha + beta). 
b) A letra beta minúscula pode ser escrita de duas maneiras: b ou ϐ. 
c) A terceira letra - g - (gama, ou gamma) é pronunciado como g forte (de gato) e 
nunca como g de gelo. Em algumas ocasiões pode ter o som de “N”. Por exemplo, 
quando vem duplicado, oprimeiro gama soa como “n”: aggelov, (anjo), pronuncia-
se “ânguelos”. Da mesma forma, o gama, antes de kapa e khi, tem o som nasal de 
“n”. 
 
 
2º Grupo: 
 
 
NOME DA LETRA épsilon dzeta eta theta 
MAIÚSCULA E Z H Y 
MINÚSCULA e z h y 
TRANSLITERAÇÃO E DZ E TH 
VALOR NUMÉRICO 5 7 8 9 
Exercício 2 
 
a) O nome da letra E/e é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
b) O nome da letra Z/z é ______________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
 
 
17 
c) O nome da letra H/h é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
d) O nome da letra Y/y é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
NOTE BEM: 
a) A letra Z/z (que no português ocupa a última posição do alfabeto) é a sexta letra 
do alfabeto grego. Ela tem som duplo, e pode ser pronunciada como DZ ou ZD. 
b) A letra H, no grego, representa a vogal “E”, assim como o épsilon. Sua forma 
minúscula (h) parece muito com nosso “n”. Cuidado para não confundir. Seu som é 
sempre o da vogal “e”. 
c) A letra theta minúscula pode ser escrita de duas maneiras: y ou ϑ. É 
pronunciado idêntico ao TH inglês, como na palavra “think” (pensar). 
d) O número 6 (seis) é representado pela letra v (estigma) – que também representa 
o “s” final em grego. 
 
3º Grupo: 
 
NOME DA LETRA iota kapa lambda mü 
MAIÚSCULA I K L M 
MINÚSCULA i k l m 
TRANSLITERAÇÃO I K L M 
VALOR NUMÉRICO 10 20 30 40 
Exercício 3 
 
a) O nome da letra I/i é _______________. Corresponde ao som do _____. 
 
b) O nome da letra K/k é ______________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
 
 
18 
c) O nome da letra L/l é ______________. Corresponde ao som do _____. 
 
d) O nome da letra M/m é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
NOTE BEM: 
a) A letra iota - i (i minúsculo) - nunca recebe um pingo. No português, o pingo é 
obrigatório. 
b) Você pode ver o kapa minúsculo (k) também escrito assim: . 
c) Não confunda o lambda maiúsculo (L) com o delta maiúsculo (D). 
d) O nome da letra M/m (mü) se pronuncia “mi”. 
 
4º Grupo: 
 
NOME DA LETRA nü ksi ômicron pi 
MAIÚSCULA N X O P 
MINÚSCULA n x o p 
TRANSLITERAÇÃO N KS O P 
VALOR NUMÉRICO 50 60 70 80 
 
 
 
Exercício 4 
 
a) O nome da letra N/n é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
b) O nome da letra X/x é ______________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
 
 
19 
c) O nome da letra O/o é ______________ Corresponde ao som do _____. 
 
d) O nome da letra P/p é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
NOTE BEM: 
a) O nome da letra N/n (nü) se pronuncia “ni”, e corresponde ao N, em português. 
Observe que a forma minúscula (n) é muito parecida com nossa letra “v”, cuidado 
para não confundir. Não existe a letra “V” em grego. 
b) O ksi (X/x) tem som duplo, como o “x” de táxi. 
 
5º Grupo: 
 
NOME DA LETRA rô sigma tau ípsilon 
MAIÚSCULA R S T  
MINÚSCULA r s /  t u 
TRANSLITERAÇÃO R S T Y 
VALOR NUMÉRICO 100 200 300 400 
 
 
Exercício 5 
 
a) O nome da letra R/r é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
b) O nome da letra S/s é ______________. Corresponde ao som do _____. 
 
c) O nome da letra T/t é ______________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
 
 
20 
d) O nome da letra / u é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
NOTE BEM: 
a) A letra rô – que equivale ao “R” do português - tem o formato idêntico à nossa 
letra pê. Não vá misturar as coisas. A tendência do aluno é pronunciar “p” quando vê 
a letra “erre” em grego. Não erre! 
b) Você deve ter notado que o sigma minúsculo tem dois formatos. O primeiro (s) se 
escreve no início e no meio das palavras. O segundo () se escreve no fim. 
c) O ípsilon minúsculo é parecidíssimo com nosso “u” e, quando faz parte de um 
ditongo, geralmente se pronuncia mesmo como “u”. 
d) O número 90 é representado pelo copa (^), uma letra que não existe mais no 
alfabeto grego. 
 
6º Grupo: 
 
NOME DA LETRA phi khi psi ômega 
MAIÚSCULA F C Q W 
MINÚSCULA f c q w 
TRANSLITERAÇÃO F (PH) KH (CH) PS O 
VALOR NUMÉRICO 500 600 700 800 
 
 
 
Exercício 6 
 
a) O nome da letra F/f é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
b) O nome da letra C/c é ______________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
 
21 
 
c) O nome da letra Q/q é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
d) O nome da letra W/w é _____________. Corresponde ao som do _____. 
 
 
 
NOTE BEM: 
 
a) A letra khi (C/c) não tem um som equivalente no português. Muitos gramáticos 
chamam essa letra de “chi” e apontam sua pronúncia como “ch”. Mas a pronúncia se 
assemelha ao “ch” do alemão, que é um som produzido na garganta, como um K 
aspirado, por isso preferimos a forma “khi”. Essa é a primeira letra da palavra Cristo, 
em grego: Cristov (Christos). 
b) O psi tem som duplo (ps), como em psicologia. 
c) Observe que, no grego, dois sons podem representar a vogal “O”: o ômicron e o 
ômega. 
d) O número 900 é representado pelo símbolo sampi (@), que era usado em 
alfabetos mais antigos. O grego moderno utiliza os algarismos arábicos para 
representar os números. 
 
 
Fixando o que aprendemos 
 
Vamos, agora, treinar um pouco mais. Tente reproduzir todo o alfabeto grego, 
preenchendo cada linha com os caracteres maiúsculos e minúsculos. Ao escrever as 
letras, recite em voz alta o nome de cada uma. Lembre-se: só poderemos prosseguir 
se tivermos pleno conhecimento do abecedário grego. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Exercício 7 
 
 
A A A A 
a a a a 
B B B B 
b b b b 
G G G G 
g g g g 
D D D D 
d d d d 
E E E E 
e e e e 
Z Z Z Z 
z z z z 
H H H H 
e e e e 
Y Y Y Y 
y y y y 
I I I I 
i i i i 
K K K K 
k k k k 
L L L L 
l l l l 
M M M M 
m m m m 
N N N N 
n n n n 
X X X X 
x x x x 
 
 
 
23 
O O O O 
o o o o 
P P P P 
p p p p 
R R R R 
r r r r 
S S S S 
s s s s 
v v v v 
T T T T 
t t t t 
U U U U 
u u u u 
F F F F 
f f f f 
C X X X 
c x x x 
Q Q Q Q 
q q q q 
W W W W 
w w w w 
 
 
 
Identificando o alfabeto no texto do Novo Testamento 
No livro de Apocalipse, capítulo 22, verso 13, Jesus se apresenta assim: 
egw eimi to a kai to w arch kai telov o prwtov kai o 
escatov. 
Observe, agora, na tabela abaixo, esse texto transliterado e traduzido. Na coluna 
TRANSLITERAÇÃO, veja a correspondência das letras gregas com as do alfabeto 
 
 
 
24 
português. Colocamos o acento nas palavras transliteradas para indicar a sílaba 
tônica. 
GREGO TRANSLITERAÇÃO TRADUÇÃO CLASSE GRAMATICAL 
Egw égo eu Pronome pessoal 
Eimi eimí sou Verbo 
To to o Artigo 
A A alfa Substantivo 
Kai kai e Conjunção 
To to o Artigo 
W O ômega Substantivo 
Arch arkhê princípio Substantivo 
Kai kai e Conjunção 
Telov télos fim Substantivo 
O ho (ró) * o Artigo 
Prwtov prótos primeiro Substantivo 
Kai kai e Conjunção 
O ho (ró) * o Artigo 
Escatov éskhatos último Substantivo 
 
 A pronúncia deste artigo (o) recebe uma leve aspiração, como o “h” inglês de 
“home”, como se começasse com um “r” muito brando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
Exercício 8 
 
Coloque, no espaço abaixo, a tradução completa do versículo analisado: 
 
 
 
 
Aspiração 
 Todas as palavras gregas que começam com vogal ou “r” recebem um 
pequeno sinal chamado aspiração ou espírito. A aspiração pode ser fraca ou forte. 
Quando o vocábulo inicia com um ditongo, o sinal de aspiração cai sobre o segundo 
elemento do encontro vocálico. 
1) Aspiração fraca: 
a. É representada pelo sinal (’). 
b. Não altera a pronúncia da palavra. 
c. Exemplo: •c× (ego = eu) 
2) Aspiração forte: 
a. É representada pelo sinal (‘). 
b. Altera a pronúncia da palavra. 
c. Exemplo:  (haguías= santa). A palavra é pronunciada 
com uma leve aspiração (representada pelo h, como se começasse 
pelo “r” do vocábulo “rato”, pronunciado sem vibração). 
Acentos 
 Quando o texto do Novo Testamento foi escrito, usavam-se somente 
caracteres maiúsculos, não havia separação entre as palavras, muito menos 
pontuação e acentos. Posteriormente foram introduzidas as minúsculas e, somente 
por volta do século nono, aparecem os primeiros textos com palavras acentuadas. 
Não vamos perder tempo com todas as regras para uso do acento no grego, apenas 
abordaremos o que for de maior importância, pois o próprio texto acentuado já nos 
serve de guia para uma pronúncia correta. 
 
 
 
26 
 Alguns pontos que devem ser observados a respeito da acentuação são os 
seguintes: 
1) Os acentos utilizados no grego bíblico são: 
a. Agudo (´) – pode cair na última, penúltima ou antepenúltima sílaba 
b. Grave (`) – só pode cair na última sílaba 
c. Circunflexo (^) – pode cair na última ou penúltima sílaba. Você verá 
que muitos gramáticos e lexicógrafos utilizam o til (~) para 
representar este acento. Neste compêndio poderemos usar o til ou 
um sinal arqueado para representar o acento circunflexo, 
dependendo da fonte utilizada. 
2) Localização; 
a. O acento sempre fica sobre a vogal da sílaba tônica. 
b. Quando, na sílaba, há um ditongo, o acento cai na segunda letra do 
ditongo. 
c. Nos verbos, o acento tende a ficar na sílaba mais distante da última. 
3) Acento nas vogais com aspiração: 
a. Agudo – colocado depois da aspiração (™swator) = último 
b. Grave – também colocado depois da aspiração 
c. Circunflexo – colocado sobre o sinal de aspiração (e»lai) = sou 
d. Nas letras maiúsculas com acento ou aspiração, os sinais são 
colocados antes das letras e não sobre elas. (ôEny) = do lado de 
fora. 
4) Palavras sem acentos. São algumas formas verbais (verbo ser), alguns 
pronomes e outras partículas. Sua pronúncia se apoia noutra palavra 
acentuada, conforme sua posição na frase. São: 
a. Proclíticas – sua pronúncia se apoia na palavra posterior. 
b. Enclíticas – sua pronúncia se apoia na palavra anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Pontuação 
 Veja, na tabela abaixo, os caracteres que, no grego, correspondem aos 
nossos sinais de pontuação: 
SINAL NO PORTUGUÊS NO GREGO 
PONTO FINAL . . 
VÍRGULA , , 
PONTO E VÍRGULA ;  
DOIS PONTOS :  
PONTO DE EXCLAMAÇÃO !  
PONTO DE INTERROGAÇÃO ? ; 
 
 Observe que um ponto no alto da linha () representa três sinais: o 
ponto e vírgula, os dois pontos e o ponto de exclamação. O ponto de interrogação, 
no grego, é representado por um ponto e vírgula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
2 
 
 
O substantivo, o artigo e suas 
declinações 
 
 
 
 
Conhecimento 
Conhecer a classe gramatical dos nomes e do artigo definido em grego. 
 
 
Habilidade 
Aplicar as declinações do grego na formação de frases com artigos e substantivos 
relacionando-os segundo as normas gramaticais. 
 
 
Atitude 
Identificar, no texto grego do Novo Testamento, as classes gramaticais estudadas e 
suas respectivas declinações. 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
O SUBSTANTIVO 
 
O substantivo é definido como a palavra que dá nome aos seres, sejam reais ou 
fictícios, concretos ou abstratos. É uma classe de palavras que que se flexiona em 
gênero e número. No grego, o substantivo também apresenta estas flexões. 
 
Gênero: 
a) Masculino. 
b) Feminino. 
c) Neutro - usado para indicar ausência de gênero. Exemplos: trabalho, 
criança, templo, árvore. Não podemos dizer que o neutro indica ausência 
de sexo, mas sim de gênero. Por exemplo, todos os vocábulos a seguir, 
em grego, são considerados do gênero masculino, e não do neutro, 
embora, evidentemente, não possuam sexo: anjo, pão, mundo, pedra, 
palavra, lei, tempo. 
Número: 
a) Singular. 
b) Plural. 
c) Dual – era um plural específico para coisas que aparecem aos pares 
como, por exemplo, olhos, mãos e asas. O dual, utilizado no grego 
clássico, caiu em desuso e não aparece no grego koinê. 
Caso e declinação 
As línguas têm suas semelhanças e diferenças. Cada uma se comporta de um jeito, 
tem sua maneira própria de “funcionar”. No português, o vocábulo “menina” assume 
sempre o mesmo aspecto na frase, quer seja sujeito, vocativo, objeto direto, indireto 
ou adjunto adnominal. Veja: 
1) Como sujeito: A menina brinca com sua boneca. 
2) Como vocativo: Menina, pare de brincar! 
3) Como objeto direto: O pai salvou a menina. 
4) Como objeto indireto: O pai gosta da menina. 
5) Como adjunto adnominal: A boneca da menina. (Indicando posse). 
 
 
 
 
31 
No grego, a palavra geralmente muda de terminação, de acordo com a função 
que exerce na frase. Se é sujeito (ou predicativo do sujeito), chamamos de 
nominativo. Se expressa um chamamento ou invocação, continua a se chamar 
vocativo. Quanto tem função de objeto direto, chama-se acusativo. Se funciona 
como objeto indireto (e também outras funções), é conhecido como dativo. E 
quando a função indica posse, nós a denominamos de genitivo. O conjunto destas 
funções recebe, na gramática, o nome de caso. 
Para indicar o caso, ou seja, a função da palavra na frase, o grego usa o 
recurso de alterar a terminação do vocábulo. Em linguagem gramatical, o grego usa 
flexões de acordo com o caso. E estas flexões (mudanças no final da palavra) são 
chamadas de declinações do substantivo (e do adjetivo). 
Veja a palavra “menina” usada como sujeito no Evangelho de Marcos: 
Marcos 5:42 “Jaµ eÇhÊr •sgjÖhg t joq‚siom...” 
Pronúncia: “Kai euthís esekóthe to korásion...” 
Tradução: “E imediatamente levantou-se a menina...” 
 
Menina (joq‚siom) é o sujeito, portanto está no caso nominativo. Nossas 
Bíblias traduzem assim: “Imediatamente a menina se levantou”. Observe que o 
grego não se preocupa muito com a posição das palavras na frase. Mesmo que o 
período seja muito longo, o sujeito pode vir no final da oração, o objeto direto ou 
indireto no começo, e os adjuntos adverbiais pelo meio. Isso acontece porque, para 
identificar a função sintática, basta olhar como termina o vocábulo. Por esta 
terminação (a declinação) você sabe se a palavra é sujeito, complemento ou 
adjunto, independentemente de sua posição na frase. 
 
Substantivos com tema em -o (terminados em ov, on) – 2ª 
declinação 
 
Quando estudamos Morfologia no Ensino Médio, descobrimos que a parte 
mais importante de uma palavra, a que conserva seu significado, chama-se radical. 
Por exemplo, o radical de “livro” é “livr”. Junta-se a essa raiz o elemento “o”, que 
chamamos de vogal temática, cuja função é preparar a palavra para receber outras 
terminações, ou desinências. Somando-se o radical com a vogal temática (livr + o), 
 
 
 
32 
obtemos o tema (livro) que, neste caso, coincide com o próprio vocábulo, que agora 
está pronto para receber desinências como, por exemplo, o “s” do plural: livros. 
Vamos exemplificar com o grego. O primeiro versículo do Evangelho de João 
começa assim: •m qw« ¦m À kÁcor. Uma pronúncia aproximada é: “en arquê en 
ho lógos”. Sua tradução mais conhecida é: “No princípio era o Verbo”. No entanto, o 
significado primordial de logos é palavra. Sua raiz é log, e a vogal temática - o; o 
tema, portanto, é logo ao qual se acrescenta a desinência v, que, aqui, não indica o 
plural, mas o caso nominativo singular da 2ª declinação. Vamos usar o termo “lógos” 
para aprender como se faz a declinação completa de um vocábulo grego. Apesar de 
ser traduzido como “palavra” ou “uma palavra”, lÁgov, em grego, é masculino. 
 
Segunda declinação 
 
Declinação de lÁgov, substantivo masculino da 2ª declinação. 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO kÁcor palavra kÁcoi palavras 
GENITIVO kÁcou de uma palavra kÁcym de palavras 
ACUSATIVO kÁcom palavrakÁcour palavras 
DATIVO kÁcß para uma palavra kÁcoir para palavras 
VOCATIVO kÁce ó palavra kÁcoi ó palavras 
 
Observações: 
Note que o radical kÁc- permanece invariável em todas as formas. 
Como a indefinição, no grego, é representada pela ausência do artigo 
definido, todas as formas do singular apresentadas na tabela acima podem ser 
traduzidas como “uma palavra”. 
Como o dativo pode representar outras funções, além do objeto indireto, 
outras traduções são possíveis: pela palavra, sobre uma palavra, etc. Note, também, 
que no dativo singular, a terminação é -ß. Esse pequeno traço embaixo do ômega 
 
 
 
33 
chama-se iota subscrito. Representa um iota (i) presente em um grego mais 
antigo, que deixou de ser pronunciado. 
A pronúncia do genitivo singular kÁcou é “lógu”, assim como o acusativo 
plural kÁcour se profere “lógus”, pois o ditongo “ou” (ômicron + ípsilon) pronuncia-
se “u”. 
 
Exercício 9 
Usando como modelo a declinação de “lÁgov”, preencha o quadro abaixo com a 
declinação de “jÁslor” (mundo). (O radical é jÁsl-). 
 
Declinação de jÁslor, substantivo masculino da 2ª declinação. 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO 
GENITIVO 
ACUSATIVO 
DATIVO 
VOCATIVO 
 
Existem alguns substantivos femininos da 2ª declinação no Novo 
Testamento. Por exemplo: ™rhmov (deserto), pary—nov (virgem), ÀdÁv (caminho). 
Eles declinam exatamente como os masculinos. 
A seguir, veremos a flexão de um substantivo neutro da 2ª declinação. 
 
Declinação de ™rgon (érgon), substantivo neutro da 2ª declinação. 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO ™rgon obra, trabalho ™rga obras 
GENITIVO ™rgou de uma obra ™rcym de obras 
ACUSATIVO ™rgon obra, trabalho ™rga obras 
 
 
 
34 
DATIVO ™rcß para uma obra ™rcoir para obras 
VOCATIVO ™rgon ó trabalho ™rga ó trabalhos 
 
 Existem três declinações na língua grega. Começamos pela segunda porque 
é considerada mais simples. Vejamos, agora, as outras duas. 
 
Primeira declinação 
 Pertencem a esta declinação os substantivos femininos e masculinos com o 
tema em -a ou –h (alfa ou eta). Vamos considerar dois exemplos. 
Declinação de um substantivo feminino da primeira declinação com tema em -a. 
Declinação de jaqd´a, substantivo feminino da 1ª declinação. 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO jaqd´a coração jaqd´a corações 
GENITIVO jaqd´av de coração jaqd´Øm de corações 
ACUSATIVO jaqd´an coração jaqd´a corações 
DATIVO jaqd´‹ para coração jaqd´air 
para 
corações 
VOCATIVO jaqd´a ó coração jaqd´a ó corações 
 
 Alguns substantivos femininos da primeira declinação: g‚ph (amor), lŸyeia 
(verdade), rcŸ (princípio), g¡ (terra), e²rŸnh (paz), o²k´a (casa), car‚ (alegria). A 
maioria dos substantivos desta declinação, no Novo Testamento, são femininos. 
 Veja, agora, a declinação de um substantivo feminino da primeira declinação 
com tema em -h. 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
Declinação de vymŸ (fonê), substantivo feminino da 1ª declinação. 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO vymŸ voz vyma´ vozes 
GENITIVO vym¡r de uma voz vymØm de vozes 
ACUSATIVO vymŸm voz vym‚r vozes 
DATIVO vym« para uma voz vyma¶r para vozes 
VOCATIVO vymŸ ó voz vyma´ ó vozes 
 
Exercício 10 
Usando como modelo as declinações de “jaqd´a”, e “vymŸ”, preencha o quadro 
abaixo com as declinações de “alaqt´a” (amartía) e “xuwŸ” (psikhê). 
Declinação de alaqt´a (pecado), e xuwŸ (alma, pessoa, vida). 
 
CASO SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL 
NOMINATIVO alaqt´a xuwŸ 
GENITIVO 
ACUSATIVO 
DATIVO 
VOCATIVO 
 
Alguns substantivos masculinos pertencem à 1ª declinação. Exemplos: 
profŸthv (profeta), mathtŸv (discípulo) nean´av (jovem). Eles seguem a regra 
dos femininos, mas no genitivo singular seguem o modelo dos masculinos de 2ª 
declinação, usando a desinência “ou”. 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Terceira declinação 
 
 Das três declinações, a terceira é a mais complexa, pois abrange um 
considerável número de palavras com temas terminados em consoantes e nas 
semivogais i e u (iota e ípsilon). A depender do tipo de consoante que encerra o 
tema da palavra, pode haver alterações fonéticas nas terminações, o que dificulta 
ainda mais uma padronização dos modelos desta declinação. 
Mas você não deve se preocupar em decorar tabelas de declinação, pois 
nosso estudo tem como foco a leitura do Novo Testamento em grego. Nosso 
objetivo não é falar ou escrever esse idioma. O texto neotestamentário foi escrito 
conforme as regras gramaticais do koinê. Qualquer dúvida, você pode consultar os 
dicionários, léxicos e gramáticas existentes. Muito desse material está disponível 
gratuitamente na internet, além de apostilas e inúmeros cursos de grego do Novo 
Testamento em vídeo. O importante é entender o espírito da língua, como ela 
“funciona”, somente assim o grego fará sentido para você. 
Essa declinação apresenta substantivos dos três gêneros: masculino, 
feminino e neutro. Finalizando o estudo dos substantivos (mas não esgotando o 
assunto), vamos examinar a declinação de duas palavras da 3ª declinação, a título 
de exemplo. 
 
Declinação de …qwym (árkhon), substantivo masculino da 3ª 
declinação. 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO …qwym governante …qwomter governantes 
GENITIVO …qwomtor de governante qwÁmtym de governantes 
ACUSATIVO …qwomta governante …qwomtar governantes 
DATIVO …qwomti para governante …qwousi(m) 
para 
governantes 
VOCATIVO …qwym ó governante …qwomter ó governantes 
 
 
 
 
37 
NOTE BEM: O tema é retirado do genitivo singular (…qwomt-or), por isso se diz que 
termina em consoante (t). Veja também que, pelas regras de acentuação, no 
genitivo plural, o acento se desloca da antepenúltima para a penúltima sílaba. 
Árkhon pode significar príncipe, governador, magistrado ou pessoa investida de 
dignidade e poder, um líder. 
 
Declinação de •kp´r (elpís), substantivo feminino da 3ª declinação. 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO •kp´r esperança •kp´der esperanças 
GENITIVO •kp´dor de esperança •kp´dym de esperanças 
ACUSATIVO •kp´da esperança •kp´dar esperanças 
DATIVO •kp´di para esperança •kp´si para esperanças 
VOCATIVO •kp´ ó esperança •kp´der ó esperanças 
 
NOTE BEM: O tema é retirado do genitivo singular (•kp´d-or), por isso se diz que 
termina em consoante (d). 
 
O ARTIGO 
 
Conceito 
 O artigo é aquela partícula que acompanha o substantivo para defini-lo (o, a) 
ou indicar uma indefinição (um, uma). No grego só existe o artigo definido. A ideia de 
indefinição é indicada pela simples ausência do artigo. 
 
Flexão 
 O artigo segue um padrão único de flexão que serve para todas as 
declinações do substantivo. Vejamos o quadro geral destas flexões. Este quadro é 
muito útil, pois, quando o substantivo vem acompanhado pelo artigo definido, é bem 
mais fácil ter sua declinação identificada. Recomendamos que você decore a 
tabelinha que segue: 
 
 
 
 
38 
CASO SINGULAR 
 MASCULINO TRADUÇÃO FEMININO TRADUÇÃO NEUTRO TRADUÇÃO 
NOMINATIVO À o  a tÁ o, a 
GENITIVO toË do t¡r da toË do, da 
ACUSATIVO tÁm o tŸm a tÁ o, a 
DATIVO tâ ao t« à tâ ao, à 
 
(No dativo, a tradução pode ser também: no, na, pelo, pela, etc, conforme o contexto.) 
 
CASO PLURAL 
 MASCULIN
O 
TRADUÇÃ
O 
FEMININ
O 
TRADUÇÃ
O 
NEUTR
O 
TRADUÇÃ
O NOMINATIV
O 
Ài os a³ as t‚ os, as 
GENITIVO tØm dos tØm das tØm dos, das 
ACUSATIVO toÉr os t‚r as t‚ os, as 
DATIVO to¶r aos ta¶r às to¶r aos, às 
 
Exemplo de uso do artigo com substantivo masculino da segunda declinação 
Declinação de   (ho ánthropos = o homem). 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO   o homem   os homens 
GENITIVO 
toË 
 
do homem tØm  dos homens 
ACUSATIVO 
tm 
 
o homem 
tor 
 
os homens 
DATIVO tâ  ao homemto¶r 
 
aos homens 
VOCATIVO  ó homem  ó homens 
 
Exemplo de uso do artigo com substantivo feminino da primeira declinação 
Declinação de   (he dóxa [dóksa] = a glória). 
 
 
 
39 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO   a glória a³  as glórias 
GENITIVO t¡r  da glória tØm  das glórias 
ACUSATIVO tŸm  a glória t‚r  a glória 
DATIVO t«  para a glória ta¶r  para as glórias 
VOCATIVO  ó glória  ó glórias 
 
Exemplo de uso do artigo com substantivo neutro da terceira declinação 
Declinação de t  (tó sôma = o corpo). 
CASO SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
NOMINATIVO t  o corpo t‚  as glórias 
GENITIVO t  do corpo tØm  das glórias 
ACUSATIVO t  o corpo t‚  a glória 
DATIVO t  para o corpo to¶r  para as glórias 
VOCATIVO  ó corpo  ó glórias 
 
Exercício 11 
Até aqui aprendemos algumas palavras gregas. Vamos recordar o vocabulário 
aprendido, preenchendo o campo PORTUGUÊS da tabela abaixo. Consulte os dois 
primeiros capítulos para rever o significado dessas palavras. 
 
GREGO PORTUGUÊS GREGO PORTUGUÊS 
jaqd´a  
vymŸ  
alaqt´a tÁ 
xuwŸ mathtŸv 
 nean´av 
 profŸthv 
 ™rgon 
•kp´r lŸyeia 
 
 
 
40 
…qwym rcŸ 
g‚ph e²rŸnh 
g¡ o²k´a 
car‚ ™rhmov 
pary—nov ÀdÁv 
lÁgov  
•c× eimi 
kai prwtov 
telov escatov 
 
NOTE BEM: Quando você consulta o significado de um substantivo em um léxico ou 
dicionário grego, você, normalmente, vai encontrar o verbete organizado assim: 
, ,  
 , ,  - temor, medo. 
 verbete genitivo singular artigo tradução 
Indica > o substantivo a declinação o gênero o significado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
3 
 
 
Começando a ler os textos bíblicos em 
grego 
 
 
 
 
Conhecimento 
Conhecer o adjetivo, as preposições e os pronomes pessoais. 
 
 
Habilidade 
Ser capaz de usar as classes de palavras aprendidas na lição e aplicá-las 
corretamente. 
 
 
Atitude 
Ler, escrever e transliterar textos do Novo Testamento Grego. 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
O Adjetivo 
 
Conceito: 
 O adjetivo é a classe de palavras que serve para qualificar o substantivo, ou 
seja, atribuir características ao nome. 
 
Usos: 
 “O bom aluno é inteligente.” 
 Analisando esta oração, podemos identificar: 
1) O substantivo aluno, que é o sujeito da oração. 
2) Os adjetivos bom e inteligente. 
A função do substantivo aluno já sabemos - sujeito, pois responde a pergunta: 
“Quem é inteligente?” 
E a função dos adjetivos? A gramática portuguesa nos ensina que, quando o 
adjetivo se liga diretamente ao substantivo, sem a intermediação de um verbo, 
classificamos o adjetivo como adjunto adnominal e dizemos que tem função 
atributiva. Esse é o caso do adjetivo bom. 
Observe que o adjetivo inteligente liga-se ao sujeito por intermédio do verbo ser 
(um verbo de ligação): é inteligente. Nesse caso, classificamos o adjetivo como 
predicativo do sujeito. Tem função predicativa. 
 
Revisando: 
 O bom aluno ou o aluno bom: bom é adjunto adnominal e tem função 
atributiva. 
 O aluno é bom: bom vem ligado a aluno por um verbo; é predicativo do 
sujeito e tem função predicativa. 
 
Na língua grega: 
 Agora vamos ver como a “coisa” funciona no grego. 
  (hó) = o (artigo masculino singular) 
  (agathós) = bom. 
  (mathetês) = discípulo, aluno. 
 
 
 
 
44 
 Função atributiva (adjunto adnominal): 
1)    = o bom aluno. 
2)     = o aluno bom (ao pé da letra: o aluno o bom). 
Observe que o sentido das duas frases é o mesmo. Apenas há uma alteração 
posicional. 
A sequência da primeira é: artigo, adjetivo, substantivo. 
Na segunda temos: artigo, substantivo, artigo, adjetivo. 
Em ambos os casos temos a função atributiva. 
 
Função predicativa (predicativo do sujeito): 
1)    = o aluno (é) bom. 
2)    = o aluno (é) bom. 
No grego, não há necessidade do verbo “ser” para indicar o uso do adjetivo como 
predicativo do sujeito. Basta não usar o artigo imediatamente antes do adjetivo. Mas 
se o texto vier assim (  ) ou assim ( ), sem nenhum artigo, 
como saber se devo traduzir um aluno bom ou um aluno é bom? Neste caso, é 
necessário analisar o contexto para escolher a melhor tradução. 
 
Classificação: 
 
 Os adjetivos podem ser triformes e biformes. 
 
1) Triformes: são os adjetivos que se flexionam nos três gêneros: masculino, feminino e 
neutro. 
Exemplo:  (santo),  (santa),  (coisa santa). 
2) Biformes: têm uma só forma para o masculino e feminino, e outra para o neutro. 
Exemplo:  (fraco ou fraca). Serve para o masculino ou feminino. 
  (coisa fraca) – gênero neutro. 
 
 
Modelo de flexão de adjetivo triforme:  (bom). 
 
 
 
 
45 
CASO SINGULAR PLURAL 
 MASCULINO FEMININO NEUTRO MASCULINO FEMININO NEUTRO 
NOMINATIVO       
GENITIVO       
ACUSATIVO       
DATIVO       
VOCATIVO       
 
NOTE BEM: Quando você consulta o significado de um adjetivo em um léxico ou 
dicionário grego, você, normalmente, vai encontrar o verbete organizado assim: 
, , . (Neste caso, trata-se de um adjetivo triforme). 
 , ,  - bom, 
benéfico. 
 verbete desinência desinência tradução 
Indica > o adjetivo no 
nominativo 
masculino 
singular 
a terminação 
do nominativo 
feminino 
singular 
a terminação 
do nominativo 
neutro 
singular 
o significado 
 
Exercício 12 
Seguindo o modelo de , flexione o adjetivo  (feliz, bem-aventurado). 
 
CASO SINGULAR PLURAL 
 MASCULINO FEMININO NEUTRO MASCULINO FEMININO NEUTRO 
NOMINATIVO  
GENITIVO 
ACUSATIVO 
DATIVO 
VOCATIVO 
 
 
 
 
 
46 
Preposições 
 
 As preposições são partículas que, de modo geral, servem para conectar 
palavras, estabelecendo entre elas algum tipo de relação. 
 Na frase “casa de Maria”, a preposição “de” liga os vocábulos casa e Maria, 
indicando uma relação de posse. 
 A seguir apresentamos uma relação das principais preposições do grego 
neotestamentário, para você estudar e memorizar. 
 
PREPOSIÇÃO TRANSLITERAÇÃO SIGNIFICADO USA-SE COM O CASO 
 aná para cima, em cima acusativo 
 antí contra, em vez de genitivo 
 (/)* apó de (partindo de) genitivo 
 eis a, para - 
 ()* ek (eks) de (saindo de dentro) genitivo 
 en em dativo (locativo) 
 pró diante, ante genitivo 
 sín com dativo 
* Antes de vogal. 
 
Pronomes do caso reto 
 Os pronomes pessoais do caso reto normalmente funcionam como sujeito da 
oração, substituindo o substantivo. Neste volume, vamos aprender os seis pronomes 
pessoais que indicam as pessoas do discurso: eu, tu, ele (ela), nós, vós, eles (elas). 
 
Quadro das flexões dos pronomes pessoais no nominativo. 
PESSOA SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
1ª  eu  nós 
2ª  tu  vós 
3ª (masc.)  ele  eles 
 
 
 
47 
3ª (fem.)  ela  elas 
3ª (neutro)  ele ou ela  eles ou elas 
 
Observe que a terceira pessoa apresenta três formas: uma para o masculino, 
outra para o feminino e uma terceira para o neutro. 
 
 
Quadro das flexões dos pronomes pessoais no acusativo. 
PESSOA SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
1ª ou me  nos 
2ª ou te  vos 
3ª (masc.)  o (obj. direto)  os (obj. direto) 
3ª (fem.)  a (obj. direto)  as (obj. direto) 
3ª (neutro)  o/a (obj. dir.) os/as (obj. dir.) 
 
Quadro das flexões dos pronomes pessoais no genitivo. 
PESSOA SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
1ª ou meu, de mim  nosso, de nós 
2ª ou teu, de ti  vosso, de vós 
3ª (masc.)  dele, seu  deles, seus 
3ª (fem.)  dela. seu  delas, seus 
3ª (neutro)  dele ou dela  deles ou delas 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
Quadro das flexões dos pronomes pessoais no dativo. 
PESSOA SINGULAR TRADUÇÃO PLURAL TRADUÇÃO 
1ª ou 
a mim, em 
mim, por mim 
 a nós, em nós, 
por nós 
2ª ou 
a ti, em ti, por 
ti 
 a vós, em vós, 
por vós 
3ª (masc.)  
a ele, lhe, 
nele, por ele 
 a eles, lhes, 
neles, por eles 
3ª (fem.)  
a ela, lhe, 
nela, por ela 
 a elas, lhes, 
nelas, por elas 
3ª (neutro)  
a ele ou ela, 
nele ou nela, 
por ele ou ela 
 
 
a eles ou elas, 
neles ou nelas, 
por eles ou elas 
 
 
Exercício 13 
Com o auxílio de um léxico grego (até mesmo uma Bíblia em português pode 
ajudar), traduza o texto do Evangelho de João, capítulo 14, versículo 6. Faça uma 
tabela com a relação de palavras do texto, colocando a palavra em grego na 
primeira coluna; a transliteração (pronúncia), na coluna seguinte; em outra, a 
tradução; e, na última coluna, a classe gramatical de cada vocábulo. 
 
Texto grego para análise: 
le,gei auvtw/| VIhsou/j VEgw, eivmi h` o`do.j kai. h` avlh,qeia kai. h` zwh,\ 
ouvdei.j e;rcetai pro.j to.n pate,ra eiv mh. di evmou/ 
 
Exemplo: 
GREGO TRANSLITERAÇÃO TRADUÇÃO CLASSE GRAMATICAL 
le,gei léguei disse verbo 
 
 
 
 
 
 
49 
 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
 
GRASSMICK, John. Exegese do Novo Testamento: do texto ao púlpito. São 
Paulo: Shedd Publicações, 2009. 
 
Uma das principais vantagens de conhecer o grego 
bíblico é habilitar o estudioso da Bíblia a interpretar 
corretamente os textos do Novo Testamento, escrito 
na língua de Alexandre, o grande conquistador. 
A Exegese do Novo Testamento se propõe a orientar 
o teólogo no árduo trabalho de explanar 
adequadamente o pensamento de Jesus e dos 
apóstolos. Segundo os editores: “Neste livro o 
estudante sério da Bíblia encontrará orientações 
passo a passo para seu estudo de uma das tarefas 
mais importantes do pastor, seminarista ou teólogo. 
John Grassmick, professor, pastor e, acima de tudo, 
grande intérprete e expositor da palavra de Deus, entende e sana as dúvidas e 
dificuldades tanto de quem é iniciante quanto de quem já está há algum tempo na 
caminhada da exegese.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
REVISANDO 
 
1) Todo o Novo Testamento, em suas origens, foi escrito em grego, ou, na 
hipótese de algum livro ter sido redigido em hebraico ou aramaico, logo foi 
traduzido para a língua grega ainda nos primórdios da igreja cristã. 
 
2) Apesar de parecer difícil, a língua grega não é tão estranha assim para o 
falante da língua portuguesa. Dezesseis por cento de nosso vocabulário 
foram herdados diretamente do grego. Zoológico, Biologia, tecnologia, 
telefone, biblioteca, estômago, próstata e muitas outras palavras contêm 
radicais gregos. É praticamente impossível você falar durante uma hora sem 
mencionar vários vocábulos de origem grega. 
 
3) O grego, assim como o português e todas as línguas latinas, escreve-se da 
esquerda para a direita. Inicialmente só havia as letras iniciais ou maiúsculas. 
As minúsculas foram inventadas posteriormente. Os manuscritos mais antigos 
eram escritos no formato uncial e, normalmente, não havia separação de 
palavras ou qualquer tipo de pontuação. 
 
4) Podemos dividir a história da língua grega nos seguintes períodos: 
O período de formação da língua (cerca de 1500 a 900 a. C.). 
O período clássico (cerca de 900 a 330 a. C.). 
Período koinê (cerca de 330 a. C. a 330 d. C.). 
Período bizantino (cerca de 330 a 1453 d. C.). 
Grego moderno (a partir de 1453 até nossos dias). 
 
5) Alfabeto grego 
Α Β Γ Δ Ε Ζ Η Θ Ι Κ Λ Μ Ν Ξ Ο Π Ρ Σ Τ Υ Φ Χ Ψ Ω 
α β γ δ ε ζ η θ ι κ λ μ ν ξ ο π ρ σ τ υ φ χ ψ ω 
 
a b g d e dz ê th i k l m n ksi o p r s t y f khi psi ô 
 
6) Todas as palavras gregas que começam com vogal ou “r” recebem um 
pequeno sinal chamado aspiração (ou ‘espírito’). A aspiração pode ser fraca 
 
 
 
52 
ou forte. Quando o vocábulo inicia com um ditongo, o sinal de aspiração cai 
sobre o segundo elemento do encontro vocálico. 
 
7) Os acentos utilizados no grego bíblico são: 
a. Agudo (´) – pode cair na última, penúltima ou antepenúltima sílaba 
b. Grave (`) – só pode cair na última sílaba 
c. Circunflexo (^) – pode cair na última ou penúltima sílaba. Você verá 
que muitos gramáticos e lexicógrafos utilizam o til (~) para representar 
este acento. Neste compêndio usamos o til ou um sinal arqueado para 
representar o acento circunflexo, dependendo da fonte utilizada. 
 
8) No grego, a palavra geralmente muda de terminação, de acordo com a função 
que exerce na frase. Se é sujeito (ou predicativo do sujeito), chamamos de 
nominativo. Se expressa um chamamento ou invocação, continua a se 
chamar vocativo. Quanto tem função de objeto direto, chama-se acusativo. 
Se funciona como objeto indireto (e também outras funções), é conhecido 
como dativo. E quando a função indica posse, nós a denominamos de 
genitivo. O conjunto destas funções recebe, na gramática, o nome de caso. 
 
9) Para indicar o caso, ou seja, a função da palavra na frase, o grego usa o 
recurso de alterar a terminação do vocábulo. Em linguagem gramatical, o 
grego usa flexões de acordo com o caso. E estas flexões (mudanças no final 
da palavra) são chamadas de declinações do substantivo (e do adjetivo). 
 
10) Para se ter proveito no estudo dos textos do Novo Testamento, é necessário 
trabalhar sempre com o auxílio de: 
a. Um léxico ou dicionário de grego. 
b. Uma boa gramática grega. 
c. Um Novo Testamento na língua original. 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
AUTOAVALIAÇÃO 
 
Teste seus conhecimentos. 
1) Recite o alfabeto grego completo. 
2) Quais são as letras gregas que representam vogais? 
3) Qual letra grega possui um formato diferente quando aparece no final da 
palavra? 
4) Escreva o alfabeto grego maiúsculo e minúsculo. 
5) Faça a transliteração das seguintes palavras: 
dgma ___________________ 
nlusi ___________________ 
da _______________________ 
atmaton _________________ 
6) Qual o significado das seguintes palavras? 
jaqd´a 
vymŸ 
alaqt´a 
xuwŸ 
 
7) O que é caso e quais os principais casos do grego? 
8) O que é declinação? 
9) Decline o vocábulo lÁgov: 
CASO SINGULAR PLURAL 
NOMINATIVO 
GENITIVO 
ACUSATIVO 
DATIVO 
VOCATIVO 
 
10) Escreva, em grego, os pronomes pessoais retos no nominativo. 
 
 
 
54 
BIBLIOGRAFIA 
 
BÍBLIA DE ESTUDO PALAVRAS-CHAVE HEBRAICO E GREGO. 4ª Ed. Rio de 
Janeiro: CPAD. 2010. 
 
CARNEIRO, Felisberto (autor da seção de grego). Dicionário Gramatical Globo. 3ª 
Ed. Porto Alegre: Editora Globo. 1962. 
 
DOBSON, John H. Aprenda o grego do Novo Testamento. 4ª Ed. Rio de Janeiro: 
CPAD. 1998. 
 
GINGRICH, F. W. DANKER, Frederick W. Léxico do Novo Testamento: grego-
português. 1ª Ed. São Paulo: Vida Nova, 1984. Reimp. 2008. 
 
SCHOLZ, Vilson. Novo Testamento Interlinear Grego-Português. 1ª Ed. Barueri: 
SBB. 2004. 
 
SOARES, Esequias. Gramática prática de grego. 1ª ed. São Paulo: Hagnos. 2011. 
 
TAYLOR, W. C. Introdução ao estudo do Novo Testamento Grego. 9ª Ed. Rio de 
Janeiro: JUERP. 1990. 
 
THE NEW TESTAMENT. The greek text underlying the english autorised 
version of 1611. London: Trinitarian Bible Society. S/d. 
 
VINE, W. E.; UNGER, M. F.; WHITE JR, William. Dicionário Vine. 11ª Ed. Rio de 
Janeiro: CPAD. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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